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Segue Acórdão do E. TRT da 4ª Região (RS), sobre a contratação de deficientes físicos.

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INFORME JURÍDICO – 04/03/2013

Prezados(as)

Segue Acórdão do E. TRT da 4ª Região (RS), sobre a contratação de deficientes físicos.

DESCONSTITUIÇÃO DE AUTO DE INFRAÇÃO. CONTRATAÇÃO DE PORTADORES DE NECESSIDADES ESPECIAIS.

Em acórdão do Tribunal Regional do Trabalho da 4ª Região, Rio Grande do Sul, os desembargadores FLAVIO PORTINHO SIRANGELO, TÂNIA REGINA SILVA RECKZIEGEL entenderam que uma empresa não pode ser penalizada por não ter preenchido todas as vagas destinadas a deficientes físicos e reabilitados, se essa tentou preencher a cota e não conseguiu pela precariedade e carência de profissionais.

A íntegra da decisão para ciência:

EMENTA

DESCONSTITUIÇÃO DE AUTO DE INFRAÇÃO. CONTRATAÇÃO DE PORTADORES DE NECESSIDADES ESPECIAIS. Embora a sentença do presente feito tenha considerado que a Ação Civil Pública foi extinta sem resolução de mérito, há coisa julgada, pois o acórdão prolatado no processo autuado sob o nº 00705.006/00-0 reformou em parte o decidido naqueles autos para julgar improcedente aquela ação. Ficou lá decidido que, em que pese o art. 93, § 1º, da Lei nº 8.213/91 disponha que as empresas com mais de 100 empregados devam preencher de 2% a 5% dos seus cargos para pessoas portadoras de deficiência ou reabilitadas, restou comprovado, nos termos do acórdão referido, que a empresa sempre disponibilizou essas vagas, o que continua fazendo, embora não tenham pessoas suficientes para preenchê-las. Assim sendo, o auto de infração que impõe multa à autora deve ser desconstituído, já que a empresa permanece cumprindo o quanto entendido pelo acórdão da ação referida.

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ACÓRDÃO

Por unanimidade de votos, dar provimento ao recurso ordinário interposto pela autora para desconstituir o auto de infração lavrado pela Superintendência Regional do Trabalho e Emprego do Rio Grande do Sul, devendo ser anulada a multa imposta; e para absolvê-la do pagamento dos honorários advocatícios. Por unanimidade de votos, reverter a condenação dos honorários advocatícios à União no percentual de 10% sobre o valor arbitrado à condenação em face da sucumbência na presente ação. Valor da condenação mantido em R$152.355,73 (cento e cinquenta e dois mil trezentos e cinquenta e cinco reais e setenta e três centavos), com custas de R$3.047,11 (três mil e quarenta e sete reais e onze centavos), revertidas à União, delas dispensada de recolhimento, na forma legal.

RELATÓRIO

Inconformada com a sentença das fls. 152/155, a autora (TNT Mercúrio Cargas e Encomendas Expressas S.A.) recorre ordinariamente.

Conforme razões às fls. 157/160v, busca a reforma da decisão que julgou improcedente a ação, quanto à ação anulatória, à extinção do crédito pelo depósito integral, e aos honorários advocatícios.

A União apresenta contrarrazões às fls. 166/168v.

Em parecer às fls. 172174, o representante do Ministério Público do Trabalho opina pelo conhecimento e não provimento do recurso ordinário interposto.

VOTO RELATOR

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1. AÇÃO ANULATÓRIA DE ATO ADMINISTRATIVO.

A autora insurge-se contra a decisão que julgou improcedente a ação anulatória de auto de infração lavrado pela Superintendência Regional do Trabalho e Emprego do Rio Grande do Sul, por ter deixado de preencher de 2% a 5% de seus cargos com beneficiários da Previdência Social reabilitados e/ou com pessoas portadoras de deficiência habilitadas. Refere que nos autos da ação anulatória aduziu que o auto de infração foi lavrado por equívoco, já que violou coisa julgada material. Aduz que o TRT da 4ª Região julgou improcedente a Ação Civil Pública autuada sob o nº 00705.006/00-0 que foi movida pela PRT4 contra a recorrente. Diz que tal decisão foi clara ao dizer que a avaliação do cumprimento das cotas de Portadores de Necessidades Especiais não se faz pela verificação do número de admissões efetivadas, mas sim pela disponibilização das vagas. Alega que a decisão referida julgou a Ação Civil Pública movida pela PRT4 improcedente quanto ao mérito, tendo reconhecido que a disponibilização de vagas, de forma preferencial, pela autora para os portadores de necessidades especiais, atende aos objetivos da lei, que é o de fomentar a promoção de pessoas socialmente desfavorecidas. Diz que a autoridade administrativa desconsiderou a decisão judicial exarada pelo TRT4, ao mencionar que a autora não conseguiu preencher as quotas que foram previstas no Programa de Inclusão que foi apresentado. Salienta que deveria manter 292 empregados, mas somente conseguiu contratar 96. Em síntese, diz que o auto de infração foi lavrado em razão dela não ter preenchido a cota fixada na lei, abstendo-se de levar em conta que teve contra si ajuizada uma Ação Civil Pública cujo desfecho foi pela improcedência, sob o fundamento da necessidade de disponibilização das vagas, sendo irrelevante o número de admissões.

Examino.

Trata-se de ação de desconstituição do auto de infração nº 023672277, lavrado pela Superintendência Regional do Trabalho e Emprego no Rio Grande do Sul, em decorrência de suposta falta de contratação de pessoas portadoras de deficiência em número equivalente ao mínimo exigido pela legislação.

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Ressalto que, embora a sentença do presente feito tenha considerado que a Ação Civil Pública foi extinta sem resolução de mérito, há coisa julgada acerca do mérito da presente ação, pois o acórdão sob o nº 00705.006/00-0 reformou em parte o decidido naqueles autos para julgar improcedente a ACP. Ficou lá decidido que, em que pese o art. 93, § 1º, da Lei nº 8.213/91 disponha que as empresas com mais de 100 empregados devam preencher de 2% a 5% dos seus cargos para pessoas portadoras de deficiência ou reabilitadas, restou comprovado, nos termos do acórdão referido, que a empresa sempre disponibilizou essas vagas, o que continua fazendo, embora não tenham pessoas suficientes para preenchê-las. Destacou a Exma. Relatora do acórdão, nos autos da ACP, que não é dado ao Poder Público exigir que a empresa crie, artificialmente, vagas em número suficiente para o preenchimento das cotas.

Registro que a decisão em questão é datada de julho de 2003, enquanto que a infração foi constatada em 28 de outubro de 2011. Assim sendo, o que se constata é que a empresa permanece na mesma situação descrita naqueles autos, acobertada pela coisa julgada, quando da notificação da infração, ou seja, continua disponibilizando as vagas, conforme fls. 59 a 63, inclusive mantendo programa de inclusão de pessoas com deficiência denominado "Programa Transportando Igualdade".

Por conseguinte, o que se verifica é que a empresa cumpre o entendimento do provimento judicial, qual seja, de efetuar de forma objetiva a disponibilização preferencial aos portadores de deficiências dos postos de trabalho que vêm sendo abertos.

Assim, saliento que não há como imputar uma multa para a empresa, tendo em vista que permanece disponibilizando as vagas.

Dessa forma, dou provimento ao recurso da autora para desconstituir o auto de infração lavrado pela Superintendência Regional do Trabalho e Emprego do Rio Grande do Sul, devendo ser anulada a multa imposta.

Por fim, resta prejudicado o pedido relativo à extinção do crédito pelo depósito integral do valor da multa.

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2. HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS.

A autora pede a absolvição ao pagamento de honorários advocatícios.

Verifico.

A sentença fixou os honorários da parte demandada no percentual de 10% do valor dado à inicial. Contudo, considerando a procedência da ação, reverte-se à União o pagamento dos honorários advocatícios em razão da Instrução Normativa nº 27/05 do TST, que dispõe sobre as normas procedimentais aplicáveis ao processo do trabalho em decorrência da ampliação da competência da Justiça do Trabalho, dada pela Emenda Constitucional nº 45/2004, a qual estabelece, em seu art. 5º, que, exceto nas lides decorrentes da relação de emprego, os honorários advocatícios são devidos pela mera sucumbência.

Portanto, dou provimento ao recurso da autora para absolvê-la do pagamento dos honorários advocatícios, revertendo a condenação à União.

As custas processuais ficam revertidas à União.

DESEMBARGADOR FLAVIO PORTINHO SIRANGELO:

Registro que estou de pleno acordo com o voto e os fundamentos esposados pelo eminente relator.

Fonte: Tribunal Regional do Trabalho da 4ª Região

Atenciosamente,

MARIA HELENA MENDONÇA

Assessoria Jurídica

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