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USO DE DROGAS POR CRIANÇAS E ADOLESCENTES

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Academic year: 2021

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USO DE DROGAS POR CRIANÇAS E ADOLESCENTES Bianca Oliveira Garcia da Silva (Estudante de Psicologia) email: bia_podih@hotmail.com, Bruna Alves (Estudante de Psicologia) email:

bruna-psi@hotmail.com, Ana Priscila Batista (Orientadora), e-mail: anapribatista@yahoo.com.br

Universidade Estadual do Centro-Oeste/Setor de Ciências da Saúde Palavras-chave: consumo, drogas, crianças, adolescentes.

Resumo:

O presente artigo teve como objetivo realizar uma pesquisa acerca de trabalhos publicados no banco de dados Scielo e Pepsic, sobre o tema uso de drogas por crianças e adolescentes. Os artigos foram analisados e inseridos nas categorias: prevalência do consumo; fatores de proteção; conseqüências do uso de drogas. Destaca-se a importância de se conhecer tal contexto para, a partir disso, pensar em estratégias de intervenção.

Introdução

Segundo Silva e Mattos (2004) desde o momento da concepção até a vida adulta, o organismo humano está exposto a agentes ambientais. Ferreira e Araújo (2001) explicam que nas primeiras fases da vida a criança tem como seus pais a figura central. Entretanto, nessa etapa, gradativamente há um desligamento desses cuidadores, intensificando o relacionamento entre grupos de amigos, o qual é importante para o desenvolvimento psicológico. Dessa forma, observa-se que crianças em idade escolar são mais suscetíveis à pressão para agir de acordo com o grupo (PAPALIA e OLDS, 1998).

A influência grupal evidencia-se com maior freqüência na adolescência, é nesta faixa etária que ocorrerão também mudanças psicológicas e físicas (CEITLIN, SHIBA, VALENTI & SANCHEZ, 2001). A transição pela qual o adolescente passa deve ser um processo assistido, no qual o jovem receba todo o apoio necessário dos pais, educadores ou responsáveis (NOTO, 2004).

Pesquisas realizadas com crianças e adolescentes como a qual foi realizada por Ferigolo, Barbosa, Arbo, Malysz, Stein e Barros (2003), na FEBEM (Fundação Estadual do Bem-Estar do Menor) de Porto Alegre, RS, indicam que o início do uso de drogas ocorre antes dos 12 anos, sendo que as principais substâncias consumidas são o álcool e o tabaco. Verificou-se também que a prevalência de experimentação de drogas ilícitas se dá por volta dos 13 anos. Esse mesmo estudo também apresentou variáveis que possam estar relacionadas à causa do uso de drogas, como a rebeldia,

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agressividade, negligência, conflitos familiares, influências negativas (como familiares usuários de drogas), entre outras.

Noto (2004) destaca que a disponibilidade de informações relacionadas ao uso de drogas mais amplas e realistas possibilita avaliar o contexto de forma mais isenta, com a finalidade de aumentar a chance de serem adotadas políticas adequadas às prioridades de saúde. A autora também comenta que os adolescentes representam, sem dúvida, a população mais estudada em relação ao uso de drogas.

Diante disso, esse trabalho teve como objetivo realizar uma pesquisa bibliográfica acerca de artigos completos publicados no Brasil a respeito do uso de drogas por crianças e adolescentes.

Materiais e Métodos

Busca e critérios para a seleção de artigos

Este trabalho constitui-se de uma pesquisa bibliográfica de artigos completos de pesquisas empíricas ou relatos de caso sobre o uso de drogas por crianças e adolescentes, a partir de periódicos científicos disponíveis on line nas bases de dados do Scielo e Pepsic, no período de 1997 a 2009.

Os seguintes critérios foram adotados para a seleção dos artigos: estarem publicados em língua portuguesa; devem ter sido realizados em território nacional; devem limitar-se a drogas psicoativas (lícitas ou ilícitas), não se remetendo ao uso de medicamentos e testes relacionados aos mesmos. Os descritores utilizados na busca foram: 1) uso and drogas and crianças e 2) uso and drogas and adolescentes.

Procedimento

Resultados e Discussão

A busca aos artigos foi realizada nos dias dois e três de julho de 2009. A partir dos dois bancos de dados consultados, o que apresentou maior número de trabalhos publicados foi o Scielo, com 167 artigos encontrados, sendo 63 com o descritor uso and drogas and crianças e 104 com o descritor uso and drogas adolescentes. Já no banco de dados do Pepsic, foram encontrados 16 artigos, sendo dois a partir do descritor uso and drogas and crianças e 14 a partir do descritor uso and drogas adolescentes. Na busca realizada notou-se a repetição de alguns artigos. Sendo assim, foram excluídos os artigos que não se encaixaram nos critérios de seleção e também os que repetiram, totalizando 34 artigos selecionados e analisados.

Após a leitura dos artigos selecionados, foram criadas categorias que corresponderam ao tema central, sendo: 1) Prevalência do consumo: consumo é tratado como tema central dos artigos; 2) Fatores de proteção: trata de pesquisas que investigam as razões, fatores e práticas que se destacam para o não-uso de drogas por crianças e adolescentes; 3) Conseqüências do uso de drogas: estudam-se quais são as conseqüências

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do consumo de drogas como: desempenho escolar, atos infracionais e comportamento sexual. Deste modo, na categoria Prevalência do consumo foram selecionados 14 artigos, na categoria Fatores de proteção 11 artigos e na categoria Conseqüência do uso de drogas 9 artigos.

Relacionados à categoria Prevalência do consumo, destacou-se o trabalho realizado por Guimarães, Godinho, Cruz, Kappann e Alves Junior (2004), ao quantificar o uso de drogas por adolescentes escolares em uma cidade do interior de São Paulo. Os resultados mostram que os maiores índices de consumo para o uso na vida foram o álcool e o tabaco. Outro estudo, realizado por Vieira, Aerts, Freddo, Bittencourt e Monteiro (2008) ressaltou que a prevalência do uso de tabaco e álcool esteve associada à presença de sentimentos de tristeza, solidão, dificuldade para dormir e ideação suicida.

A categoria Fatores de proteção abordou trabalhos que indicam a família como fator protetor, o que se pode perceber no artigo de Oliveira, Bittencourt e Carmo (2008) em que aponta a relevância da família na prevenção da drogas considerando que esta é responsável pela transmissão de valores e pela imposição de limites. Já Sanchez, Van der, Oliveira e Nappo (2004) ao investigar os fatores de proteção averiguaram que além da estrutura familiar, a religiosidade também é uma prática que se destaca. Em sua pesquisa 81% dos não-usuários acreditam e praticam uma religião.

O uso de drogas pode acarretar conseqüências, tema esse abordado na terceira categoria. Scivoletto, Tsuji, Abdo, Queiróz, Andrade e Gattaz (1999) destacaram em sua pesquisa a relação do consumo de substâncias psicoativas e o comportamento sexual de estudantes na cidade de São Paulo, concluindo que as substâncias que apresentaram associação com comportamento sexual de risco foram o álcool e a maconha. Com relação ao desempenho escolar, Bahls e Ingbermann (2005) chegou ao resultado de que a prevalência do uso de drogas pode ocasionar uma trajetória com dificuldades e abandono da escola, bem como a prática de atos infracionais investigado por Martins e Pillon (2008) confirmando que o uso de drogas precede a prática infracional.

Nessa pesquisa bibliográfica um maior número de artigos foi referente a prevalência do uso de drogas, sendo que uma grande parte dos artigos trata da prevalência do uso por adolescentes. A partir disso, percebe-se o interesse em conhecer a situação e os fatores associados, pois somente munidos de tais conhecimentos é que práticas de intervenção mais eficazes podem ser efetivadas.

Conclusões

A partir da busca bibliográfica, pode-se perceber um interesse de estudiosos de diversas áreas, tais como psicólogos, médicos, biólogos, farmacêuticos, entre outras, em verificar a prevalência do uso de drogas por crianças e adolescentes, bem como fatores associados a esse uso e suas possíveis

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conseqüências. Destaca-se a importância de se conhecer tal contexto e estudos realizados sobre o assunto para, a partir disso, pensar em estratégias de intervenção mais efetivas nesse contexto.

Referências

Bahls, F. R. C.; Ingbermann, Y. K. Desenvolvimento escolar e abuso de drogas na adolescência. Estud. psicol. (Campinas), Dez 2005, vol.22, no.4, p.395-402.

Ceitlin, L. H. F.; Shiba, A. S.; Valenti, M. D.; Sanchez, P. A puberdade. In: O ciclo da vida humana: uma perspective psicodinâmica. C. L. Eizirik, F. Kapczinski, A. M. S. Bassols (orgs) Porto Alegre: Artmed, 2001.

Ferigolo, M., Barbosa, F. S., Arbo, E., Malysz, A. S., Stein, A. T., e Barros, H. M. T. Prevalência do consumo de drogas na FEBEM, Porto Alegre. Rev. Bras. Psiquiatr., Mar 2004, vol.26, no.1, p.10-16.

Ferreira, M. H. M.; Araújo, M. S. A Idade Escolar: Latência (6 a 12 anos). In: O ciclo da vida humana: uma perspective psicodinâmica. C. L. Eizirik, F. Kapczinski, A. M. S. Bassols (orgs) Porto Alegre: Artmed, 2001.

Guimarães, J. L. Godinho, P. H., Cruz, R., Kappann, J. I., Alves Junior, L. T. Consumo de drogas psicoativas por adolescentes escolares de Assis, SP. Rev. Saúde Pública, Fev 2004, vol.38, no.1, p.130-132.

Martins, M. C.; Pillon, S. C. A relação entre a iniciação do uso de drogas e o primeiro ato infracional entre os adolescentes em conflito com a lei. Cad. Saúde Pública, Maio 2008, vol.24, no.5, p.1112-1120. Noto, A. R. Os índices de consumo de psicotrópicos entre adolescentes no Brasil. In: Adolescência e drogas. Pinsky, M. A. Bessa (orgs.). São Paulo, Contexto, 2004.

Oliveira, E. B. de; Bittencourt, L. P.; Carmo, A. C. A importância da família na prevenção do uso de drogas entre crianças e adolescentes: papel materno. SMAD, Rev. Eletrônica Saúde Mental Álcool Drog. (Ed. port.), Ago 2008, vol.4, no.2, p.00-00.

Papalia, D. E.; Olds, S. W. O mundo da criança – da infância à adolescência. São Paulo: Markon Books, 1998.

Sanchez, Z.; Van der M.; Oliveira, L. G. de; Nappo, S. A. Fatores protetores de adolescentes contra o uso de drogas com ênfase na religiosidade. Ciênc. saúde coletiva, 2004, vol.9, no.1, p.43-55.

Scivoletto, S, Tsuji, R. K., Abdo, C. H. N., Queiróz, S. de, Andrade, A. G.de, e Gattaz, W. F. Relação entre consumo de drogas e comportamento sexual de estudantes de 2º grau de São Paulo. Rev. Bras. Psiquiatr., Jun 1999, vol.21, no.2, p.87-94.

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Silva, V. A.; Mattos, H. F. Os jovens são mais vulneráveis às drogas? In: Adolescência e drogas. I. Pinsky, M. A. Bessa (orgs.). São Paulo, Contexto, 2004.

Vieira, P. C., Aerts, D.R. G. de C., Freddo, S. L., Bittencourt, A., Monteiro, L. Uso de álcool, tabaco e outras drogas por adolescentes escolares em município do Sul do Brasil. Cad. Saúde Pública, Nov 2008, vol.24, no.11, p.2487-2498.

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