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16/04/2019

Número: 0002470-14.2019.8.17.3130

Classe: PROCEDIMENTO COMUM CÍVEL

Órgão julgador: Vara da Fazenda Pública da Comarca de Petrolina Última distribuição : 15/04/2019

Valor da causa: R$ 10.000,00

Assuntos: Recursos Administrativos Segredo de justiça? NÃO

Justiça gratuita? NÃO

Pedido de liminar ou antecipação de tutela? SIM Tribunal de Justiça de Pernambuco PJe - Processo Judicial Eletrônico

Partes Procurador/Terceiro vinculado

GIRASSOL SERVICOS DE TRANSPORTES LTDA (AUTOR) RICARDO DE CASTRO E SILVA DALLE (ADVOGADO) AUTARQUIA MUNICIPAL DE MOBILIDADE DE PETROLINA

-AMMPLA (RÉU)

ATLANTICO TRANSPORTES E TURISMO LTDA (RÉU)

Documentos Id. Data da Assinatura Documento Tipo 43959 125 16/04/2019 20:07 Decisão Decisão

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Tribunal de Justiça de Pernambuco Poder Judiciário

Vara da Fazenda Pública da Comarca de Petrolina

PÇ SANTOS DUMMONT, S/N, Forum Dr. Manoel Souza Filho, Centro, PETROLINA - PE - CEP: 56302-000 - F:(87) 38669519

Processo nº 0002470-14.2019.8.17.3130

AUTOR: GIRASSOL SERVICOS DE TRANSPORTES LTDA

RÉU: AUTARQUIA MUNICIPAL DE MOBILIDADE DE PETROLINA - AMMPLA, ATLANTICO TRANSPORTES E TURISMO LTDA

DECISÃO

qualificada na inicial, através de advogado

GIRASSOL SERVIÇOS DE TRANSPORTES LTDA.,

regularmente constituído, propõe o que intitula de AÇÃO ORDINÁRIA COM PEDIDO DE TUTELA em face da

DE URGÊNCIA AUTARQUIA MUNICIPAL DE MOBILIDADE DE PETROLINA –

, igualmente qualificadas, alegando, em

AMMPLA e da ATLÂNTICO TRANSPORTES LTDA.

síntese, que: a) no mês de fevereiro de 2019, fora publicado o edital convocatório da Concorrência nº 003/2019, processo administrativo nº 021/2019, possuindo como objeto a concessão da prestação de Serviço Público de Transporte Coletivo de Passageiros por Ônibus na área urbana do município de Petrolina e sendo do tipo melhor proposta em razão do menor valor da tarifa ofertada, com sessão de abertura dos envelopes designada para o dia 15/03/2019; b) na respectiva sessão, restaram credenciadas 4 (quatro) empresas interessadas, sendo elas, esta Autora (Girassol Serviços de Transportes), a empresa Viva Petrolina, Consórcio Planalto e, por fim, a empresa Atlântico Transportes Ltda., ora requerida; c) após verificar inconsistências nos documentos de habilitação da empresa requerida, manifestou o interesse de apresentar recurso administrativo face aos documentos apresentados, notadamente no que diz respeito ao balanço patrimonial apresentado e à irregularidade fiscal do imóvel onde se localiza a empresa; d) balanço patrimonial apresentado não pode comprovar capacidade econômico-financeira da empresa Atlântico Transportes Ltda., visto que o patrimônio líquido da empresa passou de R$ 3.159.330,73 (três milhões, cento e cinquenta e nove mil, trezentos e trinta reais e setenta e três centavos) para R$

45.165.117,34 (quarenta e cinco milhões, cento e sessenta e cinco mil, cento e dezessete reais e trinta e quatro centavos), com um incremento de 1000% (mil por cento) entre o exercício financeiro de 2017 para 2018; e) ainda no que diz respeito ao balanço patrimonial, a empresa saltou da casa dos 42.000.000,00 (quarenta e dois milhões de reais) para mais de R$ 90.000.000,00 (noventa milhões de reais),

corroborando as impropriedades do balanço patrimonial apresentado pela empresa Atlântico Transportes Ltda.; f) após a apresentação de recurso, a empresa Atlântico Transportes foi intimada para apresentar contrarrazões, o que o fez no dia 09/04/2019, sendo que já no dia seguinte foi publicada a decisão, em contrassenso com os preceitos jurídicos do devido processo legal, da ampla defesa, do contraditório; g) pelo exposto, requer que seja determina a suspensão da Concorrência nº 003/2019 até o julgamento final

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do mérito da presente ação ordinária com, impedindo que se dê continuidade a qualquer ato e/ou procedimento relativo ao certame.

Instruiu a inicial com documentos.

Vieram-me os autos conclusos para análise do pedido liminar.

É O RELATO. DECIDO.

Inicialmente, cumpre destacar que a legislação infraconstitucional regulou o pedido de tutela de urgência, a fim de que a parte adquira, provisoriamente, em sede de juízo não exauriente, o próprio pedido de mérito, que só seria analisado, por ocasião da sentença, desde que presentes os respectivos pressupostos, quais sejam, a existência de elementos que evidenciem a probabilidade do direito e o perigo de dano ou o risco ao resultado útil do processo (art. 300, caput, do NCPC – Lei n.º 13.105/15).

Nesse sentido, depreende-se que um dos objetivos traçados pelo legislador infraconstitucional ao prever o instituto da tutela de urgência, de natureza antecipada, é manejá-lo como verdadeiro escudo protetivo para evitar lesões graves ou de difíceis reparações à parte interessada, desde que preenchidos os pressupostos autorizadores.

Nesta sede, que é sumária, ao magistrado compete verificar, para efeito de deferimento da medida

urgente, a existência dos pressupostos usualmente denominados de fumus boni iuris – verossimilhança e

plausibilidade da alegação da parte – e de periculum in mora – perigo que a demora do provimento

definitivo traga como consequência a sua própria ineficácia.

No caso em tela, alega a requerente que a empresa vencedora da licitação deflagrada pelo edital de concorrência nº 03/2019 – cujo objeto é a concessão da prestação de Serviço Público de Transporte

não cumpriu com um dos Coletivo de Passageiros por ônibus na área urbana do Município de Petrolina –

requisitos de habilitação, qual seja, a comprovação de regularidade fiscal do imóvel onde se encontra a sede de seu estabelecimento comercial. Argumenta, ainda, que o recurso administrativo que apresentou não foi devidamente apreciado pela administração pública e, por fim, sustenta que há indícios de manipulação nos ativos indicados no balanço patrimonial da empresa vencedora, ante a repentina evolução patrimonial verificada entre 2017 e 2018.

A princípio, no que diz respeito à exigência contida no item 10.D.3.c, segundo a qual a regularidade fiscal da empresa seria comprovada, entre outros requisitos, pela apresentação de “Certidão de Regularidade Fiscal Imobiliária (IPTU) do Município sede do licitante, relativa ao imóvel onde se encontra instalada a sua sede”, verifica-se que a empresa vencedora, ao menos nesta análise perfunctória, cumpriu o requisito do edital.

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Com efeito, não se mostra razoável inabilitar o licitante por aparente erro de digitação do órgão expedidor da certidão, que deixou de constar apenas o número correto do estabelecimento comercial da empresa Atlântico Transportes Ltda., conforme se verifica nos documentos de ID nº 43855584 – Pág 1 e 2. Ademais, apenas a instrução probatória será capaz de evidenciar fraude em tais documentos, não sendo

possível falar-se em fumus boni iuris em face dessa mera incongruência entre as certidões.

Quanto à apreciação dos recursos administrativos, observo que os argumentos apresentados pelo requerente no recurso que interpôs foram devidamente apreciados, ainda que brevemente, na decisão firmada pelo Procurador Geral do Município de Petrolina e pelo Diretor-Presidente da AMMPLA, ID nº 43855381.

Por outro lado, no que diz respeito ao balanço patrimonial da empresa vencedora, de fato chama atenção a evolução patrimonial descrita no balanço de ID nº 43855463 - Pág. 3.

Ainda que tenham sido devidamente nomeadas as origens dos ativos, ante a descrição de grande quantidade de empresas e de pessoas jurídicas de direito público que firmaram relações comerciais com a requerente, a evolução do ativo da casa dos 42.000.000,00 (quarenta e dois milhões de reais) para os mais de R$ 90.000.000,00 (noventa milhões de reais) é um fato que deveria ter sido objeto de maior atenção por parte da comissão do processo de licitação.

Tal evolução patrimonial, contudo, foi aparentemente ignorada pela comissão da licitação em apreço.

Assim, considerando que a licitação em questão é de grande vulto, tendo por objeto a prestação de serviço público essencial, não se pode permitir a adjudicação enquanto não esclarecida a

legitimidade da evolução patrimonial da licitante vencedora.

Nesse contexto, ad cautelam DEFIRO O PEDIDO LIMINAR, para determinar a suspensão da licitação

deflagrada pelo edital de concorrência nº 03/2019, até a apresentação das contestações pelas demandadas, quando este juízo poderá novamente analisar a necessidade da manutenção da suspensão do certame.

Na ocasião, DEIXO DE DESIGNAR audiência de conciliação, por vislumbrar a impossibilidade de acordo entre as partes (CPC, art. 334, §4º, I).

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Havendo na defesa do(s) requerido(s) fato impeditivo, modificativo, extintivo (CPC/15, art. 350), ou preliminares do art. 351 do aludido diploma processual, ou juntado documento (CPC/15, art. 437, §1º), dê-se vista à autora, em 15 (quinze) dias.

Ato contínuo, intimem-se as partes para especificarem as provas que pretendem produzir, no prazo de 10 dias, sob pena de preclusão.

Ainda que as partes tenham pedido a produção de determinada prova (de forma genérica) na petição inicial ou na contestação, o requerimento deve ser novamente formulado, sob pena de indeferimento da produção da prova. Na ocasião, se houverem arrolado testemunhas ou requerido o depoimento pessoal da parte contrária, devem ratificar esse pedido oportunamente.

Devem as partes fundamentar quanto à necessidade de cada uma das provas requeridas (depoimento pessoal da parte contrária, oitiva de testemunhas, perícia, dentre outras), sob pena de indeferimento da produção da prova.

No caso das testemunhas, o rol deve estar acompanhado do nome completo da testemunha a ser ouvida, o seu endereço completo, bem como sobre qual fato ou ponto controvertido a testemunha tem

conhecimento, sob pena de indeferimento da produção da prova.

Ainda no caso das testemunhas, é dever da parte proceder à sua intimação, na forma da lei processual (art. 455, caput do CPC 2015). Devem as partes indicar se procederão à intimação das testemunhas, se estas comparecerão independentemente de intimação, ou requerer, na forma da norma de processo, a sua intimação pelo Juízo (nas hipóteses do art. 455, § 4° do CPC 2015).

Se for requerido e/ou o feito justificar a intervenção do Órgão Ministerial, vistas ao Ministério Público para se manifestar no prazo de 30 (trinta) dias, consoante art. 178 do NCPC. Com ou sem manifestação, decorrido o prazo assinalado, requisite-se os autos do processo para impulso oficial, consoante art. 180, §1º, do NCPC.

Oportunamente, conclusos.

Petrolina, 16 de abril de 2019

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