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Controladoria-Geral da União Ouvidoria-Geral da União PARECER. Estratégia corporativa conhecido e desprovido.

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Controladoria-Geral da União

Ouvidoria-Geral da União

PARECER

Referência: 99901.001415/2013-37

Assunto: Recurso contra decisão denegatória ao pedido de acesso à informação.

Restrição de

acesso: Sem restrição.

Ementa: Informações sobre atos normativos sobre uso de e-mails – Interesse social –

Estratégia corporativa – conhecido e desprovido.

Órgão ou entidade recorrido (a):

Banco do Brasil S/A

Recorrente:

Senhor Ouvidor-Geral da União,

1. O presente parecer trata de solicitação de acesso à informação pública, com base na Lei nº 12.527/2011, conforme resumo descritivo abaixo apresentado:

RELATÓRIO Data Teor

Pedido 20/08/201

3

“Prezados do SICBB, Solicito o seguintes documentos: - cópia de todos os normativos do Banco do Brasil que disciplinam a utilização do e-mail corporativo no BB.”

Resposta Inicial

19/09/201 3

“Em relação à disponibilização de informações internas para aten-dimento das solicitações oriundas na Lei 12.527/11 esclarecemos que há limites para a interpretação da LAI e o BB está adstrito apenas quando estiver atuando e/ou agindo no interesse público, ou seja, a norma não adentraria quando a empresa atua e/ou age de forma privada ou no interesse privado. Os normativos internos re-fletem o direcionamento estratégico, forma de atuação, mapea-mento de processos e procedimapea-mentos da empresa e, por isso, estão sujeitos ao sigilo empresarial. Especificamente, a norma solicitada disciplina a utilização e define os procedimentos para o uso do e-mail corporativo no BB. Desse modo, a informação solicitada é protegida pelo sigilo comercial, ensejando que não se aplica à es-pécie o acesso disciplinado pelo Decreto 7.724 de 16 de maio de 2011, regulador da Lei de Aceso à Informação, conforme preconi-za o Art. 6º, inciso I do aludido Decreto: ‘Art. 6. O acesso à infor-mação disciplinado neste Decreto não se aplica: I - às hipóteses de sigilo previstas na legislação, como fiscal, bancário, de operações e serviços no mercado de capitais, comercial, profissional, indus-trial e segredo de justiça’ ".

(2)

Autoridade

Superior 3

informação/documentos. O Banco do Brasil não dá justificativa legal para classificar a informação solicitada como segredo comercial. O Banco do Brasil faz deduções livres e das deduções faz ele mesmo suas conclusões, "criando lei" conforme lhe convém. Desta forma, fica o SICBB DENUNCIADO por ilícita negativa de fornecimento de informação, expondo seus agentes à responsabilização conforme previsto na LAI 12527/11”.

Resposta do Recurso à Autoridade Superior 01/10/201 3

“Esclarecemos que a Controladoria-Geral da União ao analisar recurso sobre o mesmo tema, fez a seguinte análise: ‘Embora a Lei nº 12.527/11 determine os procedimentos que possam garantir o acesso a informações de interesse particular, ou de interesse coletivo ou geral, a serem observados pelos entes públicos, de qualquer esfera ou poder da Federação, não o faz de forma absoluta, principalmente em relação às entidades de direito privado, dado que estas últimas gozam de atenção especial, insculpida no art. 173, §1ª da Constituição Federal. As normas de Direito Público podem ser mitigadas, assim, quando aplicadas a tais entidades de natureza privada, face ao caráter concorrencial de sua atuação no mercado. Na verdade, a LAI interviria nesse contexto somente se houvesse a concorrência de um definido e incontestável interesse coletivo e a informação fosse prestigiada pelo caráter público do recurso que a originou. É nesse diapasão que prospera o Decreto nº 7.724/12, prevendo a divulgação de informações das entidades sujeitas à concorrência empresarial, em atendimento à LAI, submissa às normas pertinentes da Comissão de Valores Mobiliários - CVM, a fim de assegurar sua competitividade, governança corporativa e, quando houver, os interesses de acionistas minoritários. Lembramos, ainda, o conceito de ‘informação estratégica’, que deverá ser estabelecido, no caso concreto, pela alta direção da requerida, levando-se em consideração o princípio da não divulgação das informações que possam acarretar prejuízos à competividade, à governança corporativa e, quando houver, aos interesses dos acionistas minoritários. Para CGU não é possível determinar a priori as informações que são consideradas estratégicas, ressaltando-se que se uma estatal invocar o sigilo comercial, por exemplo, para negar acesso a uma informação, ela terá de fazê-lo de modo fundamentado, e estará sujeita aos mecanismos de revisão da negativa ou da classificação da informação. Todavia, é mister afeto à própria requerida.’ Dessa forma, reiteremos nossa resposta anterior.” Recurso à Autoridade Máxima 01/10/201 3

“RATIFICO, UMA VEZ MAIS, meu pedido de informação, visto que não foi dada justificativa legal para a negativa de fornecimento.” Resposta do Recurso à Autoridade Máxima 07/10/201 3

"Sr. Para responder sua solicitação de documentos internos, enca-minhamos resposta em anexo.”

(3)

Controladoria-Geral da União

(CGU)

3

O Banco do Brasil, mais uma vez, age de maneira ilícita para me negar acesso a informação, direito explicitamente garantido na LAI 12527/11. Sem dar justificativa legal, simplesmente nega a informação.”

É o relatório.

Análise

2. Registre-se que o Recurso foi apresentado à CGU de forma tempestiva e recebido conforme o disposto no caput e §1º do art. 16 da Lei nº 12.527/2012, em respeito ao prazo de 10 (dez) dias previsto no art. 23 do Decreto nº 7724/2012, in verbis:

Lei nº 12.527/2012

Art. 16. Negado o acesso a informação pelos órgãos ou entidades do Poder Executivo Federal, o requerente poderá recorrer à Controladoria-Geral da

União, que deliberará no prazo de 5 (cinco) dias (...). § 1o O recurso previsto neste

artigo somente poderá ser dirigido à Controladoria Geral da União depois de submetido à apreciação de pelo menos uma autoridade hierarquicamente superior àquela que exarou a decisão impugnada, que deliberará no prazo de 5 (cinco) dias. Decreto nº 7724/2012

Art. 23. Desprovido o recurso de que trata o parágrafo único do art. 21 ou infrutífera a reclamação de que trata o art. 22, poderá o requerente apresentar

recurso no prazo de dez dias, contado da ciência da decisão, à

Controladoria-Geral da União, que deverá se manifestar no prazo de cinco dias, contado do recebimento do recurso.

3. Quanto à análise de mérito, impende observar que o Decreto 7.724/12 prevê no seu art. 5o:

Art. 5º: Sujeitam-se ao disposto neste Decreto os órgãos da administração direta, as autarquias, as fundações públicas, as empresas públicas, as sociedades de economia mista e as demais entidades controladas direta ou indiretamente pela União.

§ 1º. A divulgação de informações de empresas públicas, sociedade de economia mista e demais entidades controladas pela União que atuem em regime de concorrência, sujeitas ao disposto no art. 173 da Consti-tuição, estará submetida às normas pertinentes da Comissão de Valo-res Mobiliários, a fim de assegurar sua competitividade, governança corporativa e, quando houver, os interesses de acionistas minoritários. 4. Após estudo dos autos, verificou-se que, conquanto o recorrido atue em regime competitivo, não pode ser deduzido do pedido original de “cópia de todos os normativos do Banco do Brasil que disciplinam a utilização do e-mail corporativo no BB”, qualquer ameaça ou risco concreto ao parâmetro de uma concorrência justa e equilibrada entre o recorrido e as empresas privadas de mesma categoria econômica. Sob o viés da competividade, portanto, o recorrido não demonstrou que as informações a respeito de seus normativos de usos de e-mail funcional e corporativo devam ser de acesso restrito, nos termos do parágrafo primeiro do art. 5º do Decreto nº 7724/2012, não sendo razoável pensar que seu conhecimento pela sociedade civil afete o sigilo das estratégias de comportamento do recorrido no mercado, ambiente em que se tomam decisões dinâmicas, específicas e provisórias, de acordo com a velocidade da atuação empresarial.

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5. No entanto, após diligências desta OGU juntamente à equipe gestora do recorrido, durante a qual se obteve o inteiro teor da IN 513-1, observou-se um forte componente de governança corporativa, sob o aspecto de detalhes operacionais que descrevem a maneira de interação entre os membros do corpo funcional, a partir da definição de uma pauta de procedimentos rigorosamente desenhados para assegurar a privacidade da comunicação interna do Banco.

6. De outra parte, como instrução normativa, a IN 513-1 possui mais dispositivos específicos e descritivos do que propriamente normas de comando genérico e prescritivo, sendo mais um manual detalhado de uso de e-mails do que um código de comportamentos e estratégias decisórias de incidência social. Ou seja, a IN 513-1 instrui o sistema de troca de informações entre os funcionários e dirigentes da empresa, sendo, por isso, um meio de governança do discurso empresarial, uma tecnologia de organização do fluxo das informações internas. Nas palavras do recorrido, em sua resposta inicial, “os normativos internos refletem o direcionamento estratégico, forma de atuação, mapeamento de processos e procedimentos da empresa (...)”.

7. Se o recorrido está sem razão ao associar a explicitação de suas normas de uso de e-mails corporativos ao segredo comercial, é razoável deduzir-se uma relação de causalidade entre o mapeamento de processos e procedimentos da empresa com o mecanismo de governança da interação do seu corpo funcional, aplicando-se na espécie o art. 5º, §1º do Decreto nº 7.724/12, sob o viés da governança corporativa, do que decorrem restrições ao conhecimento público da IN 513-1. Conclusão

8. De todo o exposto, opina-se pelo conhecimento e desprovimento do recurso, uma vez que pesam sobre as informações solicitadas restrições de ordem legal, cabendo na espécie a aplicação do art. 5º, §1º do Decreto nº 7.724/2012, que protege os mecanismos internos de governança corpo-rativa de empresas públicas, sociedade de economia mista e demais entidades controladas pela Uni-ão que atuem em regime de concorrência.

LUÍS SÉRGIO DE OLIVEIRA LOPES

Analista de Finanças e Controle

D E C I S Ã O

No exercício das atribuições a mim conferidas pela Portaria n. 1.567 da Controladoria-Geral da União, de 22 de agosto de 2013, adoto, como fundamento deste ato, o parecer acima, para decidir pelo desprovimento do recurso interposto, nos termos do art. 23 do referido Decreto, no âmbito do pedido de informação nº 99901.001415/2013-37, direcionado ao Banco do Brasil S/A.

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JOSÉ EDUARDO ROMÃO

(6)

PRESIDÊNCIA DA REPÚBLICA

Controladoria-Geral da União

Folha de Assinaturas

Referência: PROCESSO nº 99901.001415/2013-37

Documento: PARECER nº 242 de 07/02/2014

Assunto: Recurso em LAI

Ouvidor

Assinado Digitalmente em 07/02/2014 JOSE EDUARDO ELIAS ROMAO

Signatário(s):

Referências

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