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Mobiliário para guardar brinquedos: que estimule a coordenação motora das crianças

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Academic year: 2021

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AGNES SOUZA ANTUNES

MOBILIÁRIO PARA GUARDAR BRINQUEDOS

QUE ESTIMULE A COORDENAÇÃO MOTORA DAS CRIANÇAS

Florianópolis 2017

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MOBILIÁRIO PARA GUARDAR BRINQUEDOS

QUE ESTIMULE A COORDENAÇÃO MOTORA DAS CRIANÇAS

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao Curso de Design da Universidade do Sul de Santa Catarina como requisito parcial à obtenção do título de bacharel em Design.

Orientador: Prof. Fabíola Reinert, Ms.

Florianópolis 2017

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O presente projeto dedica-se a desenvolver um mobiliário para guardar brinquedos, que tem como objetivo estimular a coordenação motora das crianças de dois a cinco anos. Para o desenvolvimento deste trabalho, foi usada a metodologia HCD (HumanCentered Design) e diante dela foram identificadas atividades que estimulassem a coordenação motora das crianças, dentro da faixa etária estipulada. Foram feitas análises de mercado do nicho de móveis infantis, trazendo todas as características destes móveis das empresas concorrentes. Foi demonstrado que existe a necessidade de se inserir mais diversidade nos móveis, pensando na criança e não no adulto, sendo preciso se inventar e reinventar, já que móveis estão recheando todas as casas e já foi identificado que crianças passam parte do seu tempo dentro de casa. Para completar foi realizada uma pesquisa de campo com observação de crianças e entrevistas com os pais, onde foram coletados dados sobre quais brinquedos as crianças possuíam e se estes tinham objetivo de estimular as crianças na parte motora, além de como guardavam seus brinquedos. Considerando esses dados, foram definidos os requisitos e geradas as alternativas, chegando ao produto final apresentado nesse trabalho, um móvel para guardar brinquedos que estimula a coordenação motora das crianças, fazendo da sua casa um ambiente propício para o seu desenvolvimento, pois, este é o meio onde elas vivem.

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This project is dedicated to furniture for storing toys, which aims to stimulate the motor coordination of children from two to five years. For the development of this work, the HCD (Human Centered Design) methodology was used and activities were identified that stimulated the motor coordination of the children, within the stipulated age range. Market analyzes were made of the children's furniture niche, bringing all the characteristics of these furniture from competing companies. It has been shown that there is a need to insert more diversity in the furniture, thinking about the child and not the adult, being necessary to invent and reinvent, since furniture is stuffing all the houses and it has already been identified that children spend part of their time inside home. Furthermore, a field research was carried out with children's observation and interviews with the parents, where data were collected on which toys the children had and whether they were intended to stimulate the children in the motor part, as well as how they stored their toys. Considering these data, the requirements were defined and the alternatives were generated, reaching the final product presented in this work, a toy storage furniture that stimulates the children's motor coordination, making their home an environment conducive to their development, as this is the environment in which they live.

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Figura 2 – Replica da cadeira Charles Eames infantil...20

Figura 3 – Desenvolvimento da coordenação motora no primeiro ano de vida...23

Figura 4 – Estimulando a cognição junto á coordenação motora com jogo de encaixe...26

Figura 5 – Medidas estáticas dos cinco anos...30

Figura 6 – Mudanças das proporções corporais durante o crescimento...31

Figura 7 – Medidas em polegadas de crianças de dois a três anos...33

Figura 8 – Medidas em polegadas de crianças de quatro a cinco anos...34

Figura 9 – Mobiliário infantil de Guillaumit...36

Figura 10 – Mobiliário infantil...38

Figura 11 – Móvel de guardar brinquedo comum...40

Figura 12 – Móvel de guardar brinquedo lúdico...40

Figura 13 – Móvel de guardar brinquedo funcional...41

Figura 14 – Móvel que acompanha crescimento da criança...44

Figura 15 – Tendências móveis infantis...46

Figura 16 – Criança observada que teve dificuldade em abrir a caixa...48

Figura 17 – Móvel de guardar brinquedo com estímulo na coordenação motora...64

Figura 18 – Gerações de alternativas...66

Figura 19 – Gerações de alternativas...67

Figura 20 – Evolução das alternativas...68

Figura 21 – Geração Final...69

Figura 22 – Produto final...70

Figura 23 – Vista frontal do produto final...71

Figura 24 – Vista superior do produto final...71

Figura 25 – Vista lateral do produto final...72

Figura 26 – Vista lateral do produto final...72

Figura 27 – Vista diagonal com gavetas abertas do produto final...73

Figura 28 – Vista explodida do produto final...73

Figura 29 – Indicações das funções do móvel...74

Figura 30 – Prototipagem do móvel...81

Figura 31 – Prototipagem do móvel...82

Figura 32 – Criança testando o móvel...82

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Quadro 1 –Habilidades Desenvolvidas dos dois aos seis anos...24 Quadro 2 – Concorrentes similares diretos...56 Quadro 3 –Concorrentes similares indiretos...61

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Gráfico 1 – Idade das crianças observadas...47

Gráfico 2 – A criança pegou o brinquedo escolhido sozinho?...48

Gráfico 3 – Qual brinquedo a criança ficou mais tempo concentrada?...49

Gráfico 4 – Em qual cômodo fica guardado os brinquedos da criança?...49

Gráfico 5 – Na residência aonde aconteceu a observação tinha algum móvel que armazena os brinquedos?...50

Gráfico 6 – O local em que a criança guarda seus brinquedos é o tamanho suficiente para suporta à quantidade de brinquedo?...50

Gráfico 7 – A criança guarda com autonomia seus brinquedos?...51

Gráfico 8 – Durante a observação, teve algum uso indevido de algum objeto?...51

Gráfico 9 –. Qual a idade do seu filho (a)?...52

Gráfico 10 – Qual brinquedo seu filho (a) mais se interessa?...53

Gráfico 11 –– Seu filho (a) tem algum móvel que guarde seus brinquedos?...53

Gráfico 12 – Qual brinquedo distrai mais a atenção de seu filho...54

Gráfico 13 – Qual meio você usa para fazer seu filho (a) guarda os brinquedos...54

Gráfico 14 – Você sente falta de algo que acrescente no desenvolvimento de seu filho (a) ao interagir com seus brinquedos?...55

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1 INTRODUÇÃO………...11 1.1 PROBLEMA……….………....12 1.2 OBJETIVOS...12 1.2.1 Objetivo Geral…...………....……….…………..12 1.2.2 Objetivos Específicos………...12 1.3 JUSTIFICATIVA...13 1.4 METODOLOGIA ……….………..14 2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA.………....17 2.1 DESENVOLVIMENTO INFANTIL...………...17

2.1.1 Fases do desenvolvimento infantil...………...18

2.1.2 Coordenação motora………...………...………...21

2.1.3 Desenvolvimento cognitivo..………...………...25

2.2 ERGONOMIA ………..………...28

2.2.1 Antropometria………..………...30

2.3 DESIGN DE MOBILIÁRIO INFANTIL…………...……….35

2.3.1 Móveis de guardar brinquedo………..………...39

2.3.1.1 Materiais...………...………...42

2.3.2 Tendências para móveis infantis………..………...….44

3 RESULTADOS...46 3.1 ETAPA OUVIR...46 3.1.1 Observação...47 3.1.2 Entrevista...52 3.1.3 Análises de concorrentes...55 3.2 ETAPA CRIAR...65 3.2.1 Requisitos de projeto...65 3.2.2 Geração de alternativa...65 3.3 ETAPA IMPLEMENTAR...69 3.3.1 Solução final...69 3.3.2 Desenho técnico...75

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REFERÊNCIAS...85

APÊNDICE A – ROTEIRO DE OBSERVAÇÃO...93

APÊNDICE B – TCLE...95

APÊNDICE C – ROTEIRO DE ENTREVISTA...97

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1 INTRODUÇÃO

É nos primeiros anos de vida da criança que ela começa a se descobrir, dando seus primeiros passos, aprendendo a habilidade da locomoção, pegando os primeiros objetos com firmeza, aprendendo a levar até onde quer. É quando o mundo começa a ser explorado por ela que adquire suas habilidades de movimentação, manuseio e raciocínio.

Quando o desempenho motor começa a ser explorado pela própria criança, como mexer a mão para pegar algo e conseguir, passa a ser uma tarefa que para a criança é uma conquista, ai vem à importância de se receber estímulos no inicio de sua vida. O incentivo para criança desenvolver e reconhecer seu corpo, muitas vezes vem do ambiente onde vive durante toda sua infância, por isso é preciso ter um ambiente que permita ser explorado e experimentado pela mesma. Problemas no desenvolvimento da parte motora podem surgir por algum fator causado na infância e que acarretará no futuro.

Magalhães et al.(2009)mostra que o desenvolvimento das habilidades de coordenação é notado logo cedo, no ambiente em que a criança mais se encontra nos dias atuais, a escola. Lá é feito os primeiros exercícios que irão dizer se esta criança está de acordo com a sua idade cronológica, esta ligação será feita para que qualquer atraso no seu desenvolvimento seja notado e corrigido com urgência, pois não envolve apenas o desempenho de autocontrole sobre seu corpo, mas envolve uma questão social, a relação do ser humano com o mundo. Se isso não for dado importância com antecedência, haverá grandes chances de problemas futuros ligado ao lado emocional aparecerem durante sua vida.

Segundo Mello (2011) durante o processo de desenvolvimento da criança as noções básicas de espaço que um corpo ocupa é construída a partir de tarefas que estimulam o controle sobre sua coordenação motora, diferenciando seu corpo do espaço que é ocupado por ele, adquirindo e apurando suas habilidades de percepção quanto à lei da ação e reação, que tudo que se pratica terá uma resposta.

A importância do contato da criança com o objeto é primordial para seu desenvolvimento, já que através dele ela aprimora alguns de seus sentidos, como por exemplo: tato, visão e audição, que podem ser trabalhados com texturas variáveis, cores e formas distintas e diversos sons. A relação do mundo e como ele é demonstrado na infância são significativos para todo o caminho que será seguido por esse ser humano, porque na infância estamos vulneráveis a ensinamentos diversos e se enquadrar dentro deles, criando um princípio de vida e construindo sua índole desde cedo que terão grandes valores no futuro.

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As crianças ao serem incentivadas a se organizarem, tem a tendência de quando adultos serem organizadas. A psicoterapeuta e consultora educacional Moran (MORAN, 2014) afirma que “As crianças não são bagunceiras porque são preguiçosas. Elas precisam aprender a se organizar, já que o lobo frontal, a parte do cérebro responsável pelo planejamento e a organização, ainda está em desenvolvimento”.

Neste sentido, o brinquedo é para a criança o elo entre todo o ambiente que se desenvolve ao seu redor e a sua imaginação, sendo a brincadeira para a criança a porta que se abre para um mundo de fantasias.

Um mobiliário infantil para guardar brinquedos deve oferecer a criança ludicidade com conforto e segurança, para que as crianças aprendam desde cedo a toda vez que acabarem de brincar, guardarem os seus brinquedos, e que esse processo se torne para a criança mais uma brincadeira.

A ideia então é se aproveitar da imaginação das crianças e desenvolver para elas, um móvel que cumpra sua função primária, que é guardar os brinquedos, mais que ao mesmo tempo, possa desenvolver a coordenação motora das crianças no ato.

1.1 PROBLEMA

Como o design pode contribuir para o desenvolvimento da coordenação motora das crianças em um móvel de guardar brinquedos?

1.2 OBJETIVOS

1.2.1 Objetivo Geral

Desenvolver um móvel de guardar brinquedos que estimule o desenvolvimento da coordenação motora das crianças de dois a cinco anos.

1.2.2 Objetivos Específicos

 Identificar e compreender quais atividades estimulam a coordenação motora das crianças de dois a cinco anos;

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 Analisar brinquedos que estimulam a coordenação motora das crianças já existentes;

 Prototipar o móvel desenvolvido.

1.3 JUSTIFICATIVA

O desenvolvimento da criança nos seus primeiros anos de vida é muito importante, porque irá refletir em toda a vida do individuo. É na infância que ela irá adquirir suas primeiras habilidades, vai conhecer melhor sua personalidade, aprender noções básicas de como organizar, encaixar, agrupar objetos por familiaridades e ter o estimulo da criatividade.

Há uma grande importância de se receber estímulos na infância quanto ao desenvolvimento da sua coordenação motora, para que esta criança não fique atrasada quando comparada a outras crianças com a mesma faixa etária e que desenvolvem o que é imposto como normal naquela idade cronológica, podendo interferir até em sua socialização, quando é colocada fora de um grupo social por diferenciação de habilidades.

A criança que não tem esse tipo de aproveitamento na infância poderá ser um adulto desmotivado. Diante disto, o objetivo é projetar um móvel de guardar brinquedos, que leve a criança a fazer com que esta ação se pareça uma brincadeira, mexendo com a ludicidade e propiciando a interação com ambiente em que vive.

O estilo de vida das crianças de hoje mostra um cotidiano em que parte do seu tempo é passado dentro de suas casas, fazendo com que o espaço físico, seja importante para o seu desenvolvimento, exigindo um móvel que suporte as fases que esta criança irá passar, dos dois aos cinco anos de idade.

Conforme a criança vai crescendo de idade, seus interesses vão mudando e este móvel deve acompanhá-la, fazendo com que a criança faça a mesma ação de guardar seus brinquedos de maneiras diferentes, dependendo de suas habilidades já desenvolvidas.

Para a sociedade, este móvel poderá trazer interesse devido sua capacidade de armazenar os brinquedos combinando com a fase em que a criança se encontra, tendo uma longa vida útil, o móvel trará segurança e conforto, pois foi desenvolvido pensando na criança e em seu desenvolvimento.

Com isso, espera-se que o móvel ora criado, possa estimular o desenvolvimento da criança, através da ação de guardar brinquedos, pois, por estar acompanhando o desenvolvimento de meu filho de três anos, notei no mercado a falta de móveis com essas

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características e como aluna do curso de design, este tipo de projeto pode abrir as portas do mercado de trabalho, escasso de propostas de móveis diferenciados, que atendam esse segmento.

1.4 METODOLOGIA

Quanto à natureza da pesquisa, é aplicada visando buscar soluções para o problema que resultará em um produto (PRODANOV; FREITAS, 2013).

Será utilizada uma abordagem qualitativa quanto aos objetivos, para buscar o ponto de vista do público alvo e compreender suas necessidades (PRODANOV; FREITAS, 2013).

Para alcançar os objetivos utilizaremos o meio exploratório, que estuda o tema por vários ângulos, tendo um planejamento flexível, através do levantamento bibliográfico, entrevistas e análise de exemplos, bem como, descrevendo os fatos e fenômenos do estudo de caso, através da apresentação de suas causas e características (PRODANOV; FREITAS, 2013).

Quanto aos procedimentos a abordagem será através de bibliografia e de coleta de dados junto a pessoas (PRODANOV; FREITAS, 2013).

Para este projeto será utilizada a metodologia centrada no ser humano (Human Centered Design) desenvolvida na IDEO, que se baseia na criação de ideias inovadoras para atender as necessidades dos usuários. Este processo sempre focará nos desejos, trazendo novas soluções que possam intervir no cotidiano das pessoas, apenas ouvindo o que elas desejam e dando um toque final com técnicas que irão dizer se o projeto é praticável e viável (IDEO, 2009).

O design centrado no humano assegura que o ponto central da necessidade será identificado, já que esta metodologia é usada junto ao público alvo, permitindo que sejam ouvidos e tirando conclusões diretas com os relatos. Todas as etapas envolvem o centro da pesquisa: o desejo do homem, e na etapa de soluções é realizado testes que conferem se a ideia gerada é possível de ser praticada e se tem viabilidade (IDEO, 2009).

O levantamento das necessidades de um grupo junto à eles é muito mais acessível, pois se está lidando com quem vai usar o produto, então para achar uma solução com mais agilidade e eficácia é preciso ir ao ponto central do problema. A construção de hipóteses é essencial para que testes sejam realizados e de forma que os usuários sejam capazes de utilizar o que foi criado com mais porcentagem de satisfação (IDEO, 2009).

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A metodologia é constituída de três fases: ouvir, criar e implementar.

Estas fases da metodologia Human Centered Design são feitas de etapas que se cruzam em algumas vezes e acabam se completando, tendo na primeira fase relatos coletados que levam a resultados qualitativos, para compreensão do que é de fato necessário para o usuário (IDEO, 2009).

O diagrama a seguir mostram as fases apresentadas pelo kit de ferramentas Human Centered Design e que serão usadas no desenvolvimento do projeto (IDEO, 2009).

Figura 1 – Diagrama do Human Centered Design.

Fonte: Elaborada pela autora com base em IDEO (2009).

Na primeira etapa, chamada ouvir, serão feitas observações da criança no momento em que está em contato com brinquedos, serão observadas quais ferramentas estão disponíveis naquele ambiente para desenvolvimento das suas habilidades e quais as crianças mais se interessam, de que formas as usam se existe algum uso indevido daqueles objetos, se o espaço é suficiente para suportar a quantidade de brinquedo e se o acesso da criança com esses objetos são fáceis ou existe alguma dificuldade.

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Através dessas observações serão montadas perguntas baseadas nos relatórios de observação e assim uma entrevista será realizada com pais para que toda a etapa seja traduzida em relatos coletados para uma boa identificação do problema, assim seguindo para etapa chamada criar.

Nesta etapa que se chama criar, basicamente identifica-se o problema após muitos relatos, descobrindo o problema e conseguindo montar então uma lista de requisitos que foram possíveis através das observações e entrevistas feitas e todas as analises que foram realizadas de moveis de guardar brinquedos que estão inseridas no mercado para que então as gerações de alternativas fossem iniciadas, podendo então escolher uma solução que seja mais viável e que cumpra todos os requisitos.

Na etapa implementar, o planejamento da solução será selecionar o projeto escolhido das gerações e realizar os desenhos técnicos para então fazer o protótipo para teste, lembrando que após os testes novos levantamentos podem ser feitos e então novas ideias podem surgir ou melhoramentos podem ser feitos.

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2. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

Será abordado na fundamentação, o desenvolvimento infantil, levantando questões sobre as fases que a criança tem no decorrer da sua evolução e quais são suas relevâncias. A coordenação motora será apresentada de modo que mostre a importância de se estimular desde cedo e como as habilidades cognitivas podem ter grande valor neste desenvolvimento. A ergonomia trará informações que são necessárias para se projetar do modo correto alcançando o público alvo, e a antropometria, que faz parte da ergonomia, qual sua extrema influência neste processo do estudo das medidas corretas.

O design de mobiliário infantil apresentará os móveis de guardar brinquedos e seus ciclos de vida se para finalizar os levantamentos, é apresentada uma pesquisa de tendências para os móveis infantis, sempre tendo a preocupação de não se esquecer do design centrado no ser humano.

2.1 DESENVOLVIMENTO INFANTIL

O desenvolvimento infantil tem extrema importância para gerar novas habilidades para a criança entender como funciona o meio onde vive, sendo influenciada pelo meio social e cultural que se situa, tendo suas características próprias, porém observando e imitando o comportamento da sociedade (VASCONCELLOS, 2005).

A educação infantil na maioria das vezes acontece por repetições de ações que adultos já reproduziram, refletindo então nos atos das crianças, a interação com o meio traz desafios, o mesmo consegue realizar atividades sozinhos, proporcionando uma nova perspectiva do mundo e aumentando a percepção a sua volta (VASCONCELLOS, 2005).

Afirma Vasconcellos (2005) que “Toda criança precisa ser estimulada em seu desenvolvimento, no sentido da aquisição de habilidades motoras, mentais e sociais básicas, como engatinhar, sorrir, piscar os olhos, andar, reconhecer cores e sons, entre outras”.

Vygotsky (1984, apud CERQUEIRA, 2004, p. 26) diz que:

Quando a criança brinca, não há apenas uma repetição de eventos vistos ou ouvidos. A criança cria, combinando o antigo com o novo. Porém, a base da criação é a realidade da qual extrai elementos, pois a construção imaginária não parte do nada. Estes elementos da realidade podem ter sido adquiridos não só pela experiência direta do individuo, mas também pela experiência social adquirida por relatos e descrições.

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Na infância somos capazes de reproduzir com autonomia o aperfeiçoamento daquilo que já aprendemos, a partir de estímulos que influencia, como a percepção de se captar uma informação e repeti-la. A personalidade vai se transformando conforme a criança vai se desenvolvendo, o comportamento será diferente em cada passo deste desenvolvimento, o conjunto desses passos vai transformando e criando o caráter desse ser humano (FRIEDMANN, 2011).

Gutton (2013, p 23) assevera que:

Inicialmente a observação do brincar o descreve com atividade de prazer: prazer do objeto percebido, prazer do gesto que manipula; seu objetivo, assim, é evitar o desprazer e proporciona prazer à criança. Sendo atividade influenciada pelo principio do prazer a criança procura na atividade lúdica a redução das tensões libidinais acumuladas.

Ao observar uma criança brincando suas feições são sempre de alegria e prazer, e é nestes dois pilares que a brincadeira está alicerçada, por isso importante se faz estudar as fases do desenvolvimento infantil juntamente com a coordenação motora.

2.1.1 Fases do desenvolvimento infantil

As crianças apresentam em cada fase do seu desenvolvimento características específicas, características estas que devemos levar em conta no desenvolvimento de qualquer projeto pensando para a criança.

Cada etapa dentro do andamento da infância tem seu valor exclusivo. Para que a próxima etapa comece, a criança precisa estar respondendo às expectativas da anterior, existe uma padronização do que se é considerado normal para cada idade, isto é imposto pela sociedade mais como costumam ter tolerância de cada criança ter seu tempo para desenvolver algo, quando isso fica muito distante do habitual, ai começam as preocupações (PASQUALINI, 2006).

Estimula-se o desenvolvimento das crianças aguçando os seus sentidos, sejam eles a audição, a visão, o olfato, o tato e o paladar, porém nesse caso específico, para o móvel de guardar brinquedos, serão estimulados os sentido do tato e da visão que são os que podem ser explorado diante de um móvel.

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De acordo com Vygotsky (1991, p.19 apud CERQUEIRA, 2004):

A criança, à medida que se torna mais experiente, adquire um número cada vez maior de modelos que ela compreende. Esses modelos representam um esquema cumulativo refinado de todas as ações similares, ao mesmo tempo que constituem um plano preliminar para vários tipos possíveis de ação a se realizarem no futuro.

As crianças nos seus dois anos entram na fase de querer conquistar sua autonomia, elas são capazes de criar seus métodos para se realizar algumas tarefas, portanto o responsável deixa de fazer tudo por ela e começa a ser usado como ferramenta de auxílio para a criança, nesta hora é importante ajudar no desenvolvimento do que é certo e errado, porque irá acontecer de usos indevidos para certos objetos que ainda não consegue reconhecer sua função (CYPEL, 2011).

Friedmann (2011, p. 161) diz:

No terceiro ano de vida, as crianças estão na fase do jogo simbólico. Então, torna-se importante trabalhar com o faz-de-conta e a imitação, pois elas brincam muito de imitar o mundo adulto: apreciam móveis do tamanho delas para escalar, aparelhos domésticos e utensílios de brinquedo, assim como fantasias e bonecas. expressiva e implica em procedimentos específicos.

Há um interesse por parte das crianças quanto a móveis que sejam iguais dos adultos só que no tamanho delas, e existem alguns designers que reproduzem suas peças em escalas menores para agradar os pais e os filhos, por ter móveis para eles igual dos pais, que sempre serão suas referencias quando pequenos, como mostramos na figura 2, uma réplica de uma das cadeiras do designer Charles Eames em tamanho infantil.

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Figura 2 – Réplica da cadeira Charles Eames infantil.

Fonte: Móveis Decoo Design (2016).

BRASIL (1998, p. 24) diz que:

A base do cuidado humano é compreender como ajudar o outro a desenvolver-se enquanto humano. Cuidar significa valorizar e ajudar a desenvolver capacidades. O cuidado é um ato em relação ao outro e a si próprio que possui uma dimensão expressiva e implica em procedimentos específicos.

Torres e Torres (2014) nos ensinam que, aos quatro anos de idade as emoções são definidas pela criança, a comunicação segue em avanço com maiores números de palavras no seu vocabulário, às frases são mais elaboradas, a locomoção tem mais progresso, manifestando se o desejo de explorar mais. O cotidiano da sociedade serve de referência para os conceitos básicos de ser incluído em um meio, porque é através das expectativas dos responsáveis pela criança que ela vai saber o que deve ser ou não feito.

Ainda Torres e Torres (2014) nos falam que, o medo é desenvolvido nesta fase dos três a seis anos de idade, pois a noção de que existem limites para algumas situações, fazendo que o ciclo de afeto seja seu local de conforto e segurança. Nesta idade a criança começa a distinguir objetos nomeando, por seu formato e cor, sabendo elaborar perguntas, é a fase do “porque?”, se interessam por compartilhar brincadeiras com demais crianças, para o seu

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desenvolvimento este contato é essencial, pois através do reconhecimento de ações de outras crianças, elas podem reproduzir melhor com o ato de imitação dos colegas, servindo-o de espelho para o seu progresso.

Torres e Torres (2014, pg.4) escreve:

Nascem as amizades, que proporcionam um terreno fértil para o desenvolvimento emocional da criança pequena, o que deve ser estimulado pelos pais e professores. Com um amigo, formamse laços fortes e duradouros, pois a criança, na segunda infância, tem certa dificuldade em administrar ao mesmo tempo mais de uma relação. Além de ensinar importantes habilidades sociais, as amizades entre crianças pequenas também estimulam a fantasia, permitindo que elas desenvolvam a criatividade, inventando personagens e dramatizando situações.

Percebe-se então que a criança nestas fases se torna cada vez mais independente, mais que não compreende o sentindo de algumas coisas, como o tempo. Friedmann diz que “A criança de dois anos é, com frequência, incontrolável e impulsiva: tem que obter imediatamente tudo o que quer. Não tolera demora, porque não compreende ainda o sentido do tempo.”

Na infância o mundo é descoberto através dos cinco sentidos, sendo preciso à liberdade para que a criança se estimule a descobrir o mundo, sendo assim irá obter preferências pessoais por brincadeiras, alimentos, vestimentas e até gêneros literários. (TORRES, TORRES,2014;FRIEDMANN, 2011).

O alcance do desenvolvimento esperado pelos humanos é uma constante reflexão do mundo, o extinto vai fazendo com que a criança desenvolva por si só, a única diferença será o tempo que isso será desenvolvido.

2.1.2 Coordenação motora

Para se movimentar, é usada a coordenação motora, que segundo Mesquita (2011) “é a capacidade de usar de forma mais eficiente os músculos esqueléticos (grandes músculos), resultando em uma ação global mais eficiente, plástica e econômica”.

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Silva (2010, p.16) declara que:

Durante as fases iniciais do desenvolvimento, sobretudo até os 24 meses, as mudanças tendem a ser numerosas e rápidas, e são responsáveis por ganhos crescentes de independência. Sendo assim, um dos primeiros ganhos alcançados é o controle sobre os movimentos com a cabeça. Posteriormente, surge a capacidade de permanecer sentado sem apoio, o que permite a liberação das mãos para a interação com os objetos, proporcionando o desenvolvimento de habilidades de preensão e exploração tátil com ambas as mãos.

Diz Friedmann (2011, p.145) “No segundo ano de vida, as crianças desenvolvem inúmeras habilidades psicomotoras, incluindo a coordenação olho-mão e o desenvolvimento de habilidades dos dedos e das mãos.” Por tanto para o desenvolvimento infantil são muito importantes, incluir as brincadeiras corporais, sendo a coordenação motora uma das primeiras habilidades a ser incentivada na infância. (FRIEDMANN, 2014)

A criança tem que aprender o controle sobre si, a sustentação do seu corpo, conquistados através de práticas, muitas vezes com o envolvimento dos adultos já nesta fase é muito importante, pois é ele que vai ser responsável por tudo que a criança necessita em primeiro momento, caso o estimulo não aconteça, a criança vira depender do seu responsável por muito tempo, prejudicando e atrasando o seu desenvolvimento. (FRIEDMANN, 2014)

Salienta Béziers (1994, p. 17) que:

“No inicio, o bem-estar da criança depende, em grande medida, do adulto. Por isso, atribuiremos uma grande importância a todos os gestos da vida cotidiana (mamadeira, fraldas, banho etc.). Respeitando algumas regras simples, podemos aumentar o bem-estar da criança e facilitar seu desenvolvimento ulterior.”

A relação dos objetos nesta fase que a coordenação motora está em processo, é muito significativa, por instigar a lei da ação e reação, tudo será questão de tempo e da relação que a criança criara com vários objetos desconhecidos por ela, será trabalhado com qualquer objeto em primeiro estágio a questão do manuseio, que é o primeiro trabalho de autocontrole sobre ir até o que se quer, conseguir pegar e então carregar até onde quiser, isso exercitará toda a coordenação sobre um objeto e seu domínio dos músculos voluntários, permitindo o estimulo do corpo. Já que a coordenação motora mesmo que não percebida é uma das primeiras a serem estimuladas, a figura 3 apresenta a coordenação e as habilidades que a criança no primeiro ano de vida.

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Figura 3 – Desenvolvimento da coordenação motora no primeiro ano de vida.

Fonte: Brasil, Ministério da saúde(2002).

Gomes (1996, p.41) traz que o ambiente onde se cresce também influencia:

Nas idades mais baixas, o envolvimento humano da criança é, por excelência, o seu círculo familiar e de amigos. As condições de vida, as atitudes, valores e expectativas dos que com ela partilham a vida, determinam a sua socialização, influenciam a sua forma de estar, as suas experiências motoras.

A agilidade que se tem de resposta de um estímulo descreve a capacidade motora do indivíduo. Segundo Pellegrini et al. (2005), existem dois modos de coordenação motora, a fina e a grossa. A fina engloba tudo que se é mais preciso, que tem o uso de músculos menores; a criança criará maiores habilidades através desta coordenação, que é trabalhada nas escolas infantis, como exemplo o uso correto de um lápis, pintar dentro das linhas, contornar pontilhados, tudo isso se trabalha a coordenação motora fina.

Ainda nos ensinamentos de Pellegrini et al. (2005), a coordenação motora grossa trabalha músculos maiores, com braço e perna, desenvolvidos através de atividades que envolvam objetos de chutar, pular, caminhar sobre alguma coisa; isso desenvolverá o reflexo e o equilíbrio. As habilidades motoras que devem ser desenvolvidas nas crianças de dois a cinco anos são apresentadas no quadro a seguir:

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Quadro 1 – Habilidades desenvolvidas dos dois aos seis anos

Idade Habilidades Desenvolvidas

2-3 anos – Consegue caminhar com coordenação e correr com facilidade – Pode subir e descer escadas, colocando os dois pés em cada degrau – Arrasta e empurra brinquedos grandes torno de obstáculos

– Consegue desenroscar tampas

– Evidencia clara preferência por uma das mãos – Empilha de quatro a seis blocos

– Vira páginas de um livro sem danificá-lo – Sobe e desce de móveis sem ajuda

– Apanha pequenos objetos no chão, sem perder o equilíbrio – Atira uma bola pequena para frente

3-4 anos – Sobe escadas colocando um pé em cada degrau

– Pula tirando ambos os pés do chão, numa distância entre 40 e 50 cm – Anda nas pontas dos pés

– Pedala e guia um triciclo

– Caminha em qualquer direção puxando um brinquedo grande – Apanha bolas grandes entre os braços estendidos

– Segura o lápis entre o polegar e os dois primeiros dedos

– É independente para escovar os dentes, vestir uma camiseta abotoar e desabotar – É hábil para desenhar linhas e fazer desenhos com contorno

– Corta papel com tesoura e pode copiar um círculo

4-5 anos – Sobe e desce escadas alternando os pés

– Fica em pé, caminha e corre bem nas pontas dos pés

– Chuta e apanha uma bola, e consegue atingi-la com um bastão – Pode saltar uma distância entre 60 e 80 cm

– Apresenta maior controle para começar a correr, parar e girar

– Pode cortar uma linha com tesoura, dobrar um papel com precisão e colorir formas simples

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– Sabe utilizar um garfo para comer

– Pode vestir-se sem ajuda e com facilidade

– Segura o lápis com maturidade e consegue copiar um quadrado

5-6 anos – Pula alternando os pés

– Caminha sobre uma linha reta, sem perder o equilíbrio – Pode jogar diversos tipos de jogos com bola

– Consegue enfia fios em agulhas e dar pontos – Consegue andar de bicicleta

– Manuseia, com precisão, objetos pequenos e ferramentas, tais como lápis, faca, martelo, chave de fenda

– Apresenta coordenação entre membros e olhos, podendo chutar e rebater bolas – É capaz de andar sobre uma barra de equilíbrio

– Tem bom controle da corrida e pode saltar por volta de 30 cm de altura e 1 m de distância

– É hábil para marchar ao ritmo de sons

– Consegue escrever números e letras e copiar figuras complexas, como um triângulo ou um losango

Fonte: Bee (1997); M. Cole & S. Cole (2004); Palácios et al (2004) apud SILVA, Renata Saldanha, 2010, p.16

O quadro 1 mostra as habilidades desenvolvidas no período de dois á seis anos, dividido por quatro fases que descreve quais habilidades em especifico a criança realizam naquela faixa etária.

O comportamento das crianças sobre o controle de seus movimentos é sempre acompanhado por seus responsáveis, professores e médicos, pois qualquer atraso poderá interferir em todo o resto da aprendizagem que segue, é o que relata Pellegrini et al. (2005).

2.1.3 Desenvolvimento cognitivo

Avaliar o grau de habilidade cognitiva através da faixa etária é primordial para o desenvolvimento humano, pois entender o estágio já atingido e levá-lo à frente buscando o crescimento progressivo, capacita suas habilidades cerebrais, o que denomina-se cognição. O desenvolvimento cognitivo não é algo que se estuda para aprender, mas sim através da prática que se adquire, quando você capta, processa e então entende algo, isso deixa de ser um

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processo de memorização de passos a ser seguidos e passa a ser uma sabedoria significativa em sua vida (SILVA, 2010).

Papalia, Olds e Feldman (2010, pg.10) mostram que “A mudança e a estabilidade nas habilidades mentais, como aprendizagem, atenção, memória, linguagem, pensamento, raciocínio moral e criatividade, constituem o desenvolvimento cognitivo”.

Périco, Assis e Conter (2015) explicam que a criança desde muito pequena já é estimulada a se desenvolver, pois quando capta uma imagem e segue ela para ver até onde vai, isso se dá por início de uma habilidade, a habilidade de se captar uma informação e responder através de um estímulo; o olhar. Conforme o crescimento outros meios são usados para o incentivo disto, como jogos de encaixe (Figura 4), que a criança tem que assimilar que existe um encaixe, processar que uma parte completa a outra metade e então concluir a informação com a ação de jogar. Conforme as fases da criança vão passando, isso vai se tornando mais involuntário, pois o raciocínio logico já foi construído e então vem à interação com o meio em que se situa, quando isto é afetado por alguma deficiência de percepção, o estímulo não terá uma resposta, a informação que está sendo dada, será ignorada por parte da criança.

Figura 4 – Estimulando a cognição junto à coordenação motora com jogo de encaixe.

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Ao observar uma criança em atividade que envolva a percepção, conseguimos notar a diferença entre o grau de desenvolvimento em que ela se encontra, pela forma a qual esse indivíduo responde. O estímulo que essa criança recebe, deve proporcionar o ganho de habilidades básicas de movimentos, até as mais complexas, como o raciocínio para se entender algo como regras, tempo, tudo isso depende da interação que o mesmo tem com o mundo ao seu redor, sendo assim, brincadeiras lúdicas apresentam uma efetividade psicomotora (PÉRICO, ASSIS E CONTER, 2015).

Périco, Assis e Conter (2015, p.3) afirmam que:

“A organização das posturas psíquicas e motoras permitem um crescimento amplo e pleno dos indivíduos, consequentemente, permitindo o gerenciamento de mobilidade corporal e, igualmente, aprimoramento social e desenvolvimento intelectual, ou seja, cognitivo.”

Segundo Portugal (2013, p 127):

Aprender para conhecer pressupõe, antes de tudo, aprender a aprender, exercitando a atenção, a memória e o pensamento. Consiste na valorização da autonomia de aprendizagem, buscando tornar prazeroso o ato de compreender, descobrir, construir e reconstruir o conhecimento para que não seja efêmero, que se mantenha através do tempo, que valorize a curiosidade, a atenção, de forma permanente e constante.

O desenvolvimento cognitivo anda junto ao desenvolvimento da coordenação motora já que existem muitas hipóteses, que dizem que não tem como desenvolver apenas um deles sem que o outro não esteja relacionado. As crianças quando pequenas, por exemplo, aprendem através da perspectiva se aquele objeto é pesado ou leve, quanto de força motora é preciso para que consiga carregá-lo, etc. Estas perspectivas são estimuladas através de brincadeiras como a brincadeira de selecionar objetos e ver se ele flutua ou não flutua sobre a água, já foi mostradas que muitas crianças quando tem alguma deficiência no desenvolvimento motor ou cognitivo com certeza o outro estará comprometido também (SILVA, 2010).

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2.2 ERGONOMIA

A aplicação da ergonomia é de extrema importância para projetos de design, já que envolve o homem em contato com o produto. Uma forma de atender a ergonomia é através de medidas do corpo humano, que procura levar em conta a segurança, saúde e conforto.

O desempenho do produto em relação a fácil assimilação do seu uso vai depender naturalmente das características do usuário como suas qualidades pessoais em termos antropométricos, faixa etária, habilidades, etc.

Relata Gomes Filho (2006) que o designer tem como desafio, usar a criatividade para articular os conceitos e fatores ergonômicos básicos para conceber um objeto, podendo usar o design universal, que tem como objetivo de desenvolver princípios e soluções para todos utilizarem.

São analisados todos os ângulos de interação do ser humano com o produto, para assegurar que as tarefas serão realizadas corretamente, sem que o usuário corra riscos de saúde, diminuindo as chances de erro e trazendo melhor resultado ao projeto, mostrando a importância de se testar protótipos antes de se lançar no mercado (IIDA, 2005).

Menezes, Paschoarelli, Moura (2011, p. 15) sustentam que “A ergonomia é uma ciência que necessita do auxílio de diversas áreas do conhecimento para uma análise, por isso uma das quais se destaca é a do Designer”.

Na ergonomia as tarefas se adequam ao homem e não ao contrario, quando dizemos que devemos aplicar ergonomia para segurança, saúde e conforto, não estamos apenas nos referindo ao ambiente físico mais também organizacional, de forma que o homem faça da melhor maneira suas tarefas, para isso é preciso planejar antes e analisar durante e após a atividade (IIDA, 2005).

Menezes, Paschoarelli, Moura (2011, p. 10) comentam que: “O designer aplica todas as normas e especificações ergonômicas para um projeto de produto tendo sempre em vista o conforto e a segurança do usuário”.

A avaliação é necessária para que seja localizada a necessidade real das pessoas, que praticam algum ato durante sua rotina que as prejudicam, devido suas limitações. Sendo assim, a ergonomia vem cumprindo seu papel, para melhorar a qualidade de vida das pessoas, através de novas maneiras de se interagir, o usuário com o objeto, preservando sempre a segurança e a saúde do individuo (IIDA, 2005).

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A ergonomia física analisa as propriedades da anatomia, antropometria, fisiologia e biomecânica humanas em relação às práticas físicas. As capacidades da estrutura óssea e musculares do individuo, devem ser respeitadas devidas as limitações que o corpo humano apresenta em determinas tarefas, para que não agrave nenhuma doença, a ergonomia física é aplicada, estudando as posturas corporais e como as reage no ambiente de trabalho ou lazer. Projetar pensando nas pessoas e minimizando o desconforto, acarreta condições positivas ao uso de determinados produtos, sendo essencial para a criação de novos artigos que auxilia o homem, sendo assim o objeto deve estar adaptável à forma humana e não ao contrário (IIDA, 2005).

Reforçam, Másculo e Vidal (2011, p 114) que a ergonomia física:

Lida com as respostas do corpo humano á carga física e psicológica. Preocupa-se, principalmente, com os aspectos físicos da interface humano-máquina (anatômicos, antropométricos e sensoriais), objetivando dimensionar a estação do trabalho, facilitar a discriminação de informações e a manipulação dos controles.

Sendo assim os movimentos que são realizados na utilização de alguns produtos, fazem parte desse estudo, pois inclui a postura do usuário em meio a um objeto, tudo que for afetar ele nessa atividade, terá que ser revisto no projeto para solucionar de uma melhor forma, aumentando o grau de eficiência e proporcionando a satisfação do homem.

Corrêa (2015, p.15) nos mostra que:

Os tópicos relevantes incluem o estudo da postura no ambiente de trabalho, do manuseio de ferramentas, de movimentos repetitivos, de distúrbios musculoesqueléticos relacionados ao trabalho, do projeto de posto de trabalho e segurança e saúde de usuários.

Os testes em ergonomia física devem ser feitos antes de se colocar um projeto para fase de produção, deve ser com pessoas que apresenta características próprias do público alvo, como dimensões corporais e características psicomotoras que engloba a força, agilidade e coordenação motora (IIDA, 2005).

Já mostra Iida (2005) que a caracterização do sujeito em ergonomia, certos experimentos podem ser direcionados para determinados tipos de pessoas que possuam características semelhantes ao dos futuros usuários do sistema ou produto que se quer desenvolver.

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A questão de se obter a junção de todas essas informações para a criação de uma proposta de projeto requer conhecimentos e métodos, é preciso estudar de forma padronizada para que não aconteçam problemas futuros, para isso existem ferramentas para auxiliar nessa busca de dados específicos para a criação de uma solução eficiente e que não comprometa a saúde do usuário, tanto física quanto mental.

2.2.1 Antropometria

A antropometria envolve as medidas físicas do corpo humano (figura 5) para as novas soluções de problemas, a partir das dimensões adequadas e detalhadas podemos solucionar necessidades específicas de um grupo de pessoas. Essa proporção interfere significativamente nos resultados de projetos de produtos, pois existem padrões mundiais que nem sempre oferecem conforto, segurança e eficiência, por não serem focados no uso universal, mas produzidos baseados em medidas de uma população especifica e oferecidos para todos usarem (IIDA, 2005). Temos que tomar cuidado pois o padrão nos dias atuais, não é mais usado, visto que existe uma preocupação com o bem-estar das pessoas quando em contato com um objeto.

Figura 5 – Medidas estáticas dos cinco anos.

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Definir e caracterizar para quem se está projetando, é muito importante, pois assim será mais fácil de realizar as medições corretamente e aplicar com segurança. Para Iida (2005) aparentemente parece ser uma tarefa fácil, já que para medir, basta ter uma régua, trena e balança, mais na verdade é uma tarefa difícil de ser executada, já que existem indivíduos dos mais variados tipos e dimensões.

As pessoas além de serem diferentes têm fases da vida que ocorrem variações nas medidas antropométricas com mais rapidez, dificultando mais ainda a eficiência nas medidas coletadas. As mudanças físicas comprometem este trabalho, diferenciando até pessoas consideradas do mesmo grupo (PANERO; ZELNIK, 2002). As mudanças corporais durante o crescimento acabam dificultando a precisão, já que para projetar para uma criança, de uma faixa etária para outra, existem muitas diferenças como representa a Figura 6.

Figura 6 – Mudança das proporções corporais durante o crescimento.

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De acordo com Boueri Filho (2008, p. 27), denomina-se antropometria:

A aplicação dos métodos científicos de medidas físicas nos seres humanos, buscando determinar as diferenças entre indivíduos e grupos sociais, com a finalidade de se obter informações utilizadas nos projetos de arquitetura, urbanismo, desenho industrial, comunicação visual e de engenharia, e, de um modo geral, para melhor adequar esses produtos a seus usuários, denomina-se antropometria.

Já Panero e Zelnik, (2002, p. 23) nos seus ensinamentos afirmam categoricamente: “Se a antropometria fosse vista como exercício de simples medições e nada mais, [...] nada seria mais errôneo. Há muitas dificuldades e complicadores envolvidos. [...] é que a dimensão corporal varia com a idade, sexo, raça e mesmo com o grupo ocupacional”.

Essas diferenças podem ser variáveis dentro de uma proposta, relacionando formatos anatômicos do corpo, proporções corporais, estatura, peso, etnia, gênero, idade e genética. Para moldar móveis para o público infantil é fundamental o estudo da ergonomia infantil, envolvendo a interação da criança com um objeto, este contato é importante ser estudado para que o uso de forma indevida não interfira na saúde da criança. Para que um projeto de mobiliário infantil aconteça é preciso que o projetista tenha a preocupação não somente com a necessidade da criança mais também com a saúde do mesmo, pois a falta de inovação deste setor é notada quando se para e analisa o que já existe no mercado que apenas são versões de móveis de tamanho reduzido dos de adulto (LIMA;BENATTI, 2006).

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Figura 7 – Medidas em polegadas e milímetros de crianças de dois a três anos.

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Figura 8 – Medidas em polegadas e milímetros de crianças de quatro a cinco anos.

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Gomes (2006, p.73), informa que:

“O projeto de qualquer produto requer soluções ergonômicas adequadas que implicam o correto dimensionamento de seus elementos configuracionais. Inclui, principalmente, o estudo apurado de relações antropométricas e biomecânicas, essencial no que se refere a produtos sistêmicos.”

Soares (2012) comenta que para se conseguir atingir as melhores soluções, é indispensável o uso da ergonomia, para assim conhecer quem é nosso publico e como eles se desenvolvem. A finalidade deste estudo é o ganho que o desenvolvimento dessa criança vai ter ao se pensar no bem estar que um produto pode prover a ela, assim pensando nas dimensões diferentes que se devem produzir para o uso adequado de cada criança especifica, não é certo reproduzir o mesmo projeto em escalas diferentes já que as proporções tem que ser repensadas para cada público específico que irá utilizar o produto.

Lima e Benatti (2006, p.4) ressaltam que:

Móveis adequados ao uso são aqueles que procuram seguir normas e recomendações ergonômicas; são projetados visando corresponder ás necessidades de todos os usuários sendo de fácil montagem, limpeza e acesso. São atentos a segurança, a facilidade de uso e recebem acabamento atóxico. E para melhor desempenho da empresa fabricante para se estabelecer no mercado, esta deve estar atenta a prazo de entrega e oferecer um bom serviço.

Para Iida (2005) alguns móveis infantis já projetados hoje comprometem a saúde da criança, quando são realizados sem um estudo de proporções e costumes das crianças, sendo reproduzidos através do reflexo de móveis já existentes para adultos em escalas menores. A ergonomia faz com que objetos se adaptem aos seres humanos e não os seres humanos ao objeto, quando acontecem de projetos ter erros de medidas isso ao invés de auxiliar, acaba por fazer esforços desnecessários prejudicando a saúde física ou mental e o conforto do individuo, sendo preciso o estudo da ergonomia física, de acordo com suas ações.

2.3 DESIGN DE MOBILIÁRIO INFANTIL

O design de mobiliário infantil vem ganhando espaço, atingindo os pequenos de formas lúdicas como eles gostam. O designer não faz apenas o desenho do que será criado, ele pensa no que é necessário para a criança e como deve solucionar através de um móvel.

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A criança é capaz de imaginar tudo através de um artigo, pois o poder lúdico faz com que qualquer objeto torne-se brinquedo, como trás a proposta do designer Guillaumit na Figura 9.

Figura 9 – Mobiliário infantil de Guillaumit.

Fonte: Marvelbuilding (2017).

Seidl (2014, p.6) nos conta que “Os móveis para crianças foram produzidos inicialmente pelos egípcios e se constituíram em miniaturas do mobiliário adulto, uma vez que a criança era considerada como um adulto em miniatura”.

Desde aquela época já se pensava na adaptação infantil com os móveis, isso foi ficando mais especifico conforme os designers foram usando ferramentas ideais para reproduzir um móvel próprio para eles, já que não basta só reduzir as dimensões, mais pensar como será usado, lembrando que as atitudes de um adulto com um mesmo objeto são diferentes (SEIDL, 2014).

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Gutton (2013, p.81) mostra que isso de fato acontece:

Assim, conforme o movimento de assimilação egocêntrico, o objeto torna-se brinquedo para a criança: qualquer caixa, casinha; qualquer mancha, o rosto humano ou mapa geográfico; qualquer pedra do caminho ou bola. Brinquedo ao qual a criança atribui um papel: a boneca pode se torna empregada, professora, bebê ou cowboy; assim, os movimentos executados são regras provisórias de funcionamento, oriundas do papel a ser representado.

Felipe Vanini Bruning (Revista Móbile Baby & Kids, 2012, p.17) afirma que: “Cada vez mais as grandes redes buscam atender ao público à procura de móveis para quartos infantis, nicho que também já conta com a oferta de diversos estabelecimentos especializados”. O planejamento para um móvel infantil deve ser pensando nas necessidades que esta criança alvo tem e terá no futuro, para que não precise muitas alterações, é preciso se pensar na possibilidade de reinventar este móvel para estender a vida útil do mesmo.

Fernanda Momesso Reck e Luciana Koehntopp (Revista Móbile Baby & Kids, 2014, p.42) apontam o que não pode faltar nestes ambientes tão importantes para o crescimento e desenvolvimento dos pequenos. Segundo elas, “os espaços para brincadeiras e também para guardar os brinquedos, com móveis adequados, não podem faltar”.

O manual de montagem destes móveis projetados com segurança para o público infantil é essencial para que seja montado de modo correto, não gerando nenhuma falha e causando consequências futuras aos pequenos. Miorando (2012, p. 32) assegura que “O uso do design para o desenvolvimento desse mobiliário se torna essencial, pois sugere de forma criativa e saudável as mais variadas propostas de se obter móveis de uso múltiplos, que sejam confortáveis, práticos e funcionais.”

Lima e Benatti (2006, p.4) enfatizam:

Aos erros de projeto dos moveis infantis é justificada pela maior periculosidade que estes erros oferecem á seus usuários, pois é de conhecimento geral que esta é uma das etapas da vida em que o corpo humano se apresenta mais frágil, susceptível a alergias e machucados, devido a falta de consciência das ações de seus usuários.

Oliveira, Mafra e Silva (2012) argumentam que às vezes o re-design de um móvel é o bastante para conseguir fazer com que o consumidor queira comprar, a segurança é um dos maiores motivos para o acontecimento de re-design de algumas peças infantis, já que o

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Inmetro avalia todos os riscos e perigos que estão expostos para as crianças, por isso as normas devem ser cumpridas, como: ponta arredondada, resistência no material que será escolhido para o projeto e tudo mais, sempre se lembrando de estudar os hábitos das crianças conforme o que elas fazem com o móvel e não o que devem fazer, sempre prevenindo que aconteça algum acidente. Um exemplo é projetar um móvel que seja só para apoiar algum objeto e então escolher um material menos resistente, mas se for estudar hábitos e costumes das crianças por faixa etária descobrimos que o material tem que ser resistente por mais que seja só para apoiar objetos, porque vai acontecer da criança pensar em subir ou sentar neste móvel e não pode correr o risco de quebrar, isso são prevenções que o designer tem que estudar durante toda a pesquisa do público-alvo.

A Figura 10 mostra o quanto às crianças interagem com o meio que é feito pensado nelas, o mobiliário infantil estimula a curiosidade e a independência nos pequenos.

Figura10 – Mobiliário infantil.

Fonte: Souza (2016).

O design em uma peça que venha atender o público infantil deve apresentar características que envolva a imaginação, estimulando o desenvolvimento da criança, interferindo no seu futuro. Um móvel bem projetado poderá ficar como lembrança da infância para a criança que já cresceu e remete laços emocionais com algum objeto que foi importante e o acompanhou por toda sua infância.

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2.3.1 Móveis de guardar brinquedo

Organizar os brinquedos das crianças em um móvel que seja próprio para isso deixará o ambiente mais prazeroso e com melhor circulação. Existem varias formas de suprir as necessidades de usuários que procuram um móvel que organize e armazene os brinquedos da criançada, é preciso se pensar individualmente o que seu público alvo precisa, desde o ambiente que pretende inserir o móvel até a quantidade que tenha de brinquedos para se guardar.

Quadros (2002, p.96 apud Rosa et al., 2007) aponta que:

O design no móvel não pode ser entendido apenas como o desenho ou a aparência física. O móvel tem de ser funcional, confortável e ergonômico e ainda precisa de um melhor aproveitamento de espaços. O design abrange desde a concepção do projeto e todas as fases de produção até a entrega ao cliente final.

O mobiliário para organizar os brinquedos tem que ser projetado para que isto seja feito de forma segura, para que a criança possa fazer este ato sozinho, estimulando a independência e ajudando no seu desenvolvimento pessoal. Quando se é pensando no incentivo a evolução dos pequenos de modo que isto possa ser alcançado por um mobiliário, faz toda diferença, porque é algo que faz parte do meio em que a criança vive, mas não é valorizado. Isso pode se tornar muito importante para o futuro da criança que foi instigada a ser independente através de um simples ato de guardar seus brinquedos em um móvel que foi pensando para ela realizar esta tarefa.

Iida (2005, p.317) explica bem acerca da falta de experiência dos designers:

Bens de consumo – Os bens de consumo são usados por indivíduos, geralmente no âmbito doméstico. Exemplos: eletrodomésticos, móveis e brinquedos. O seu uso e manutenção não é tão regular quanto aos bens de capital. Muitas vezes são usados de forma errada, por pessoas que não foram treinadas para a sua operação e manutenção. Incluem-se entre seus usuários, crianças, pessoas idosas, os portadores de deficiências, que não tem força ou habilidade motora dos adultos normais. Portanto, esses bens estão sujeitos a um uso mais irregular, menos sistemático e, inclusive, a usos não-previstos pelo fabricante.

As figuras 11, 12 e 13 mostram como um móvel com a mesma função de guardar brinquedos podem ter várias propostas diferentes.

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Figura 11 – Móvel de guardar brinquedo comum.

Fonte: Americanas.com (2017).

Figura 12 – Móvel de guardar brinquedo lúdico.

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Figura 13 – Móvel de guardar brinquedo funcional.

Fonte: Arquitetos&Paisagistas (2012).

A escolha por um móvel pode ser causado só pelo projeto do produto ter sido pensando na satisfação individual de uma pessoa, fazendo com que o consumidor se identifique com o produto como tivesse sido feito próprio para ele.

Segundo a Norma Brasileira nº 14350-1 de Julho de 1999 que trata dos requisitos de segurança de brinquedos de playground, alguns itens são indispensáveis em projetos desenvolvidos para crianças, tais como:

a) Perfis, superfícies e partes expostas devem ser arredondados;

b) Acabamento de madeira, suas superfícies e cantos acessíveis devem ter acabamento liso, livre de lascas, rebarbas ou farpas;

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2.3.1.1 Materiais

Existem muitos materiais que podem ser escolhidos para um projeto, são classificados e separados pelas suas propriedades físicas e químicas, sendo diferenciados pelos comportamentos que se podem ter, conforme algumas situações que envolva resistência, efeitos naturais e estabilidade do material (LIMA, 2006).

Rosa et al. (2007, p.70) mostra que:

“A primeira matéria-prima empregada na fabricação de móveis foi a madeira nativa, ou madeira de lei. Suas características principais são a aparência das diferentes fibras e colorações, a alta resistência física e mecânica, a durabilidade e a usinabilidade (pode ser emoldurada, torneada ou entalhada).”

A escolha do material para a criação de seu projeto é responsável por dar vida ao produto pensando, os estados físicos do material pode apresentar propriedades adequadas ou não ao objetivo do produto, entrando em requisitos como resistência, flexibilidade e durabilidade. Sendo assim, Ashby (2012, p. 18) afirma que “a escolha do material não pode ser feita independentemente da escolha do processo de conformação, união e acabamento que será aplicado ao material”.

Alguns profissionais de projeto ao fazer o material se transformar em produto, podem por inexperiência não levar em conta as propriedades que são alteradas neste processo, perdendo a qualidade do projeto e tendo gastos inesperados, a falta de conhecimento nesta área, leva a muitas falhas, como o formato desejado pode levar as condições do material a baixo nível (LIMA, 2006).

Lima (2006, p.13) explica acerca da falta de experiência dos designers:

“Para o caso dos designers sem experiência anterior com o material requisitado faz-se necessário conhecê-lo primeiro através da observação de produtos similares (ou não) partindo para apreciação de literatura técnicas especializadas que apresentem suas propriedades (potencialidades e limitações), formas de transformação, aspectos comerciais e implicações ambientais.”

Para que um produto seja concretizado é preciso o conhecimento de processos de produção e as propriedades dos materiais, esta seleção precisa preencher os requisitos de projeto, para que não aconteçam falhas na hora de dar forma ao material. Ao esclarecer sobre

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a escolha do produto, Lima (2006, p. 12) reafirma que “a escolha definitiva de um ou mais materiais é formalmente estabelecida na etapa de detalhamento [...] sendo, em geral, reflexo de uma sequência de levantamentos, estudos e avaliações que vem ocorrendo desde o início da atividade projetual”.

Para Ashby (2012, p. 18) “a escolha do material é ditada pelo projeto. Porém, ás vezes ocorre o contrário: o novo produto, ou a evolução de um já existente, foi sugerido ou possibilitado por um novo material”.

O meio ambiente não pode deixar de ser citado quando o assunto é a extração da matéria, que muitas vezes não são renováveis. Isso prejudica todo o planejamento do projeto, os benefícios nesta escolha devem ser ressaltados, porém deve se estudar o ciclo do material inteiro, para que não tenha surpresas futuras prejudicando o produto e deixando o consumidor insatisfeito (VEZZOLI, 2010; MARANHAO, 2011;).

Marques (2014) a sustentabilidade são ações humanas que buscam satisfazer todas as necessidades do ser humano sem agredir o meio ambiente, preservando e respeitando o meio que futuras gerações iram viver, focando na redução de matérias-primas, reutilização e reciclagem, fazendo com que a comunidade crie um laço com meio ambiente em que vivem.

Walter (2006, p.74) nos demonstra:

“A existência de um produto depende de um material para constituí-lo e de um processo de fabricação para dar-lhe forma. A concepção de um produto, ainda que nos primeiros rascunhos, em geral carrega consigo a escolha de um material, a opção por um processo de fabricação. O repertório utilizado pelo designer para determinar sua opção de material/processo está intimamente ligado à sua formação, sua experiência prática e às informações a que têm acesso.”

Cândido e Kindlein (2009,p.17) reforçam a importância dos modelos de teste para este fim:

“Modelos e protótipos físicos reduzem o esforço cognitivo de interpretar palavras ou imagens virtuais, e trazem ao mesmo tempo a possibilidade da idealização física do produto. Quando apresentando diretamente ao usuário, esse pode tocar no produto, sentir sua textura, seu cheiro, e outras sensações importantes em uma decisão de compra.”

Todo interesse sobre as especificações do material se da por importante, já que será preciso saber através de testes se é o material ideal para responder de modo satisfatório sua função desejada, sendo indispensável à prototipagem para contato direto do usuário.

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2.3.2 Tendências para móveis infantis

As tendências para mobiliário infantil vêm crescendo apesar de ser um nicho muito pequeno dentro do segmento moveleiro, já que a quantidade de filhos nas famílias de hoje veem diminuindo, com as mulheres inclusas no mercado de trabalho, se ter filhos é uma atitude planejada e por isso as famílias veem diminuindo de integrantes. Na hora da compra de artigos para as crianças, a opinião do pequeno é que conta, pois hoje as empresas estão apelando para o convencimento infantil assim acalcando os pais para o convencimento da compra (BRUNING, 2012).

Souza (2016) reforça que o design de móveis neste segmento vem crescendo mais aos poucos, pois tudo que é novo e tem o valor alto, leva tempo a ser aceito por parte dos usuários que estão acostumados com o tradicional, quando os benefícios veem sendo mostrados ai então a satisfação veem junto e móveis diferenciados para criança são procurados com mais frequências. Os pais hoje procuram o design clean que consegue acompanhar todas as fases da criança já que combina com o resto da decoração, como brinquedos que as crianças vão adquirindo e isso faz com que esses móveis supram todas essas etapas, não sendo necessário mudar tudo com frequência como a Figura 16.

Figura 14 – Móvel que acompanha crescimento da criança.

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Souza (2016), afirma que os móveis comercializados se preocupam sempre com a segurança dos pequenos, para que não corram riscos futuros, isto é usado para promover o produto, para passar a segurança para os pais na hora da escolha, mostrando que o produto possui qualidade. O Inmetro vem fazendo muitos testes em várias marcas, porém essa fiscalização começa pelos pais, para saber o que é de qualidade para segurança das crianças. Segundo Fabiane Bottezini (Revista Móbile Baby & Kids, 2014, p.18) “Quando há funções agregadas, sabe-se que o produto será utilizado além dos dois anos da criança e terá serventia por pelo menos cinco ou seis.”

As crianças ao se tornarem mais independentes vão aguçando gostos e estilos diferentes, buscando o que gostam e então mostrando interesse por outras coisas, é aonde as mudanças acontecem. Os móveis transformáveis são adaptados para que tenha as dimensões corretas para acompanhar as diferentes etapas que a criança sofre ao crescer não só de tamanho mais de mudança de gostos.

Seidl (2014, p. 6):

Os móveis multifuncionais são tendências atuais, pois podem contemplar funções distintas. Essa necessidade surgiu devido á diminuição do tamanho das famílias, que por sua vez, passaram a residir em casa/apartamentos menores, e pessoas que moram sozinhas assim necessitando de móveis mais compactos ou que cumpram mais de uma função.

Seidl (2014, p.11) afirma que “Atualmente o mobiliário traz através de suas formas a simplicidade, versatilidade, praticidade, funcionalidade e o que está cada vez mais forte entre as tendências, a multifuncionalidade justamente com a sustentabilidade”.

Na Figura 15 percebemos um móvel feito para criança com um design moderno trazendo funcionalidade com simplicidade.

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