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Os impactos da radiação cósmica na aviação

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Academic year: 2021

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UNIVERSIDADE DO SUL DE SANTA CATARINA

MARCIO AMARANTE LOBATO

OS IMPACTOS DA RADIAÇÃO CÓSMICA NA AVIAÇÃO

Palhoça 2019

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MARCIO AMARANTE LOBATO

OS IMPACTOS DA RADIAÇÃO CÓSMICA NA AVIAÇÃO

Monografia apresentada ao Curso de graduação em Ciências Aeronáuticas, da Universidade do Sul de Santa Catarina, como requisito parcial para obtenção do título de Bacharel.

Orientador: Prof. Cléo Marcus Garcia, MSc

Palhoça 2019

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MARCIO AMARANTE LOBATO

OS IMPACTOS DA RADIAÇÃO CÓSMICA NA AVIAÇÃO

Esta monografia foi julgada adequada à obtenção do título de Bacharel em Ciências Aeronáuticas e aprovada em sua forma final pelo Curso de Ciências Aeronáuticas, da Universidade do Sul de Santa Catarina.

Palhoça, 21 de junho de 2019

__________________________________________ Orientador: Prof. Cléo Marcus Garcia, MSc.

Universidade do Sul de Santa Catarina

__________________________________________ Prof. Esp. Orlando Flavio Silva

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AGRADECIMENTO

Agradeço à minha família e, em especial à minha mãe, pelo incentivo e por me fazer acreditar que era possível a realização de um grande sonho. À UNISUL por ter viabilizado a minha participação nesse curso, aumentando e aprimorando meus conhecimentos. Ao meu orientador, Professor Cléo Marcus Garcia pelas fundamentais orientações para que a o presente trabalho fosse concluído com êxito.

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Uma vez que você tenha experimentado voar, você andará pela terra com os olhos voltados para o céu, pois lá você esteve e para lá desejará voltar.

Leonardo da Vinci

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RESUMO

O objetivo desse trabalho é estudar, alertar e divulgar os efeitos nocivos que a radiação

cósmica pode causar para o ser humano e, principalmente, para os aeronautas, tripulantes das aeronaves comerciais envolvidos no exercício da profissão. A presente pesquisa será basicamente documental e bibliográfica, de ordem qualitativa. Esse assunto é bastante desconhecido pelos brasileiros, que até confundem a radiação cósmica com a radiação ultravioleta, apesar dos inúmeros estudos publicados no exterior. O escopo maior é diferenciar os tipos de raios ionizantes e destacar que os raios cósmicos oferecem riscos que podem ser devastadores para os aeronautas que, por força da profissão, estão constantemente expostos a eles. Não existe nenhuma proteção contra a radiação cósmica, que pode ter um efeito violento e destruidor para os seres humanos. Objetiva-se também incentivar a pesquisa sobre o assunto, visando descobrir uma forma de proteção contra essa violenta radiação, que atinge também os equipamentos aviônicos, podendo alterar informações dificultando o entendimento, ou até causar graves acidentes. Este trabalho também pretende lançar um alerta para a categoria, no sentido de reivindicar uma aposentadoria diferenciada e um adicional de periculosidade e lutar para demonstrar que essa reivindicação é de extrema justiça para um profissional que está permanentemente desprotegido e desarmado diante do perigo.

Palavras chave: Radiação Cósmica • Aviação• Altitude• Saúde• Tripulantes• Aposentadoria

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ABSTRACT

The objective of this work is to study, alert and publicize the harmful effects that the cosmic radiation can cause to human beings and, mainly, for the pilots, crew members of commercial aircraft involved in the exercise of the profession. This research will be basically bibliographical, documentary and qualitative order. This subject is largely unknown by Brazilians, which confuse the cosmic radiation with ultraviolet radiation, despite numerous studies published abroad. The greater scope is to differentiate the types of ionizing rays and highlight that the cosmic rays offer risks which can be devastating to the pilots who, by virtue of the profession, are constantly exposed to them. There is no protection against cosmic radiation, which may have an effect violent and destructive to human beings. The goal is also to encourage research on the subject, in order to find a form of protection against this violent radiation, which reaches also the avionics equipments and may also change information making the understanding, or even cause serious accidents. This paper also intends to issue an alert for the category, in order to claim a differentiated retirement and a risk premium and fight to demonstrate that this claim is of extreme justice for a professional who is permanently unguarded and disarmed in the face of danger.

Key words: Cosmic Radiation• Aviation• Altitude• Health• Crew• Retirement

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LISTA DE ILUSTRAÇÕES

Figura1- Raios não ionizantes e Raios ionizantes...18

Figura2 - Campo Magnético da Terra formando a Magnetosfera...19

Figura3 – Mínimo e Máximo Solar...20

Figura4 – Raios Cósmicos...21

Figura5- Raios Cósmicos X Altitude...24

Figura6- Efeitos da Radiação Cósmica...30

Figura7- Contêiner laboratório...33

Gráfico1 - Taxa de dose efetiva relacionada com a latitude geográfica nas altitudes selecionadas na Longitude 20°. E Taxas de doses efetivas baseadas na atividade solar de janeiro de 1958 a dezembro de 2008...22

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LISTA DE SIGLAS

ACOG (American College of Obstetrician and Gynecologists) Colégio Americano de Obstetras e Ginecologistas

ANAC Agência Nacional de Aviação Civil

BNL ( Brookhaven National Laboratory) Laboratório Nacional de Brookhaven CNEN Comissão Nacional de Energia Nuclear

DCTA Departamento de Ciência e Tecnologia Aeroespacial

DRIEAB Dosimetria de Radiação Ionizante no Espaço Aéreo Brasileiro ERISA Efeitos das Radiações Ionizantes em Sistemas Aeronáuticos

FAA (Federal Aviation Administration) Administração Federal de Aviação FAB Força Aérea Brasileira

GCR (Galactic Cosmic Radiation) Radiação Cósmica Galáctica IEAv Instituto de Estudos Avançados

IFALPA (International Federation of Air Line Pilot Association) Federação Internacional da Associação de Pilotos de Linha Aérea

ICPR (International Comission on Radiological Protection) Comissão Internacional em Proteção Radiológica

IEC (International Electrotechnical Commission) Comissão Eletrotécnica Internacional

IRD Instituto de Radioproteção e Dosimetri

NASA (National Aeronautics and Space Administration) Administração Nacional da Aeronáutica e Espaço

ONERA (Office National d’Études et de Recherches Aérospaciales) Escritório Nacional de Estudos e de Pesquisas Aeroespaciais

PPP Perfil Psicográfico Previdenciário

SCR (Solar Cosmic Radiation) Radiação Cósmica Solar

TIMA (Techniques de l’ Informatique et de la Microélectronique pour l’Arquitecture des Systèmes Intégrées) Técnicas de Informática e de Microeletrônica para a Arquitetura dos Sistemas Integrados

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SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO...13 1.1 PROBLEMA DA PESQUISA... 14 1.2 OBJETIVOS...14 1.2.1 Objetivo Geral...14 1.2.2 Objetivos Específicos...14 1.3 JUSTIFICATIVA...14 1.4 METODOLOGIA...15

1.4.1 Natureza e Tipo de Pesquisa...15

1.4.2 Materiais e Métodos...15

1.4.3 Procedimento de Coleta de Dados...16

1.5 ORGANIZAÇÃO DO TRABALHO...16

2. REFERENCIAL TEÓRICO ...17

2.1 RADIAÇÕES IONIZANTES X RADIAÇÕES NÃO IONIZANTES... 17

2.2 RAIOS CÓSMICOS...18

2.3 INFLUÊNCIA DA LATITUDE E DA LONGITUDE...21

2.4 DOSE ANUAL RECEBIDA PELO TRIPULANTE BRASILEIRO... 23

2.5 RADIOPROTEÇÃO DAS TRIPULAÇÕES...26

2.6 EFEITOS EM AVIÔNICOS...28

2.7 MUTAÇÕES GENÉTICAS CAUSADAS POR RADIAÇÃO...30

3 CONCLUSÃO...32

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1. INTRODUÇÃO

Em 1895 os raios X foram descobertos, acidentalmente, por W.C. Roentgen quando fazia experiências em seu laboratório na cidade alemã de Wuzburg. Como esse novo tipo de raio tinha uma origem desconhecida que ele não sabia explicar, denominou-os de raios X. Animado com sua descoberta, Roentgen registrou várias vezes a imagem da mão de sua esposa Bertha num equipamento desenvolvido por ele mesmo, tornando-a a primeira radiografia de um ser humano.

De acordo com a publicação da UFPI (Universidade Federal do Piauí) sobre radiações, um dos primeiros países a utilizar os raios X foi o Brasil e a Faculdade de Medicina do Rio de Janeiro publicou em 1896, o estudo científico “Dos raios X no ponto de vista médico cirúrgico”. No ano seguinte, em 1897, chega ao Brasil o primeiro aparelho de raios X. O pioneiro do uso de raios X no Brasil foi o médico José Carlos Ferreira Pires que publicou vários trabalhos sobre o tema.

A descoberta da radioatividade aconteceu devido ao esquecimento de uma rocha de urânio em cima de um filme fotográfico, que ficou queimado pelo que foi chamado de raio ou radiação. Mais tarde, essa descoberta foi chamada de radioatividade e os elementos que apresentam essa propriedade foram chamados de radioativos. A palavra radioatividade vem do latim radius (raio) e é “a desintegração espontânea do núcleo atômico de alguns elementos, resultando em emissão de radiação”. (UFPI- RADIAÇÕES)

Vários outros elementos além do urânio (rádio, potássio, tório, carbono e iodo) são também chamados de radioativos. Toda a radiação pode ser prejudicial ao ser humano e aos animais porque danifica as células vivas. No entanto, a radiação também é usada para tratar algumas doenças como o câncer justamente para matar as células cancerígenas com sua capacidade destrutiva.

Segundo a publicação sobre radiações do curso de Biomedicina da UFPI, com a descoberta dos raios X, as pesquisas sobre a radioatividade se intensificaram e, poucos meses depois, o físico francês Antoine Henri Becquerel descobriu que o urânio emitia radiações espontaneamente. Mais tarde, em 1897, o britânico Joseph John Thomson descobriu o elétron. Em 1898, o casal Pierre e Marie Curie, estudando os componentes do minério de urânio, encontrou fontes radioativas mais fortes do que o próprio elemento. Assim, os novos elementos descobertos foram chamados de rádio (Ra). Eles verificaram que o rádio podia ser altamente nocivo e até mesmo fatal ao ser humano, o tório (Th) também apresentava radioatividade e o polônio, batizado com esse nome em homenagem a Marie Curie que era polonesa.

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1.1 PROBLEMA DA PESQUISA

Quais os impactos da Radiação Cósmica na Aviação

1.2. OBJETIVOS 1.2.1 Objetivo Geral

Apresentar os Impactos da Radiação Cósmica na Aviação

1.2.2 Objetivos Específicos

a) Estabelecer a diferença entre radiação cósmica e raios ultravioleta

b) Identificar o que é e quais são os efeitos da radioatividade no ser humano c) Identificar os impactos à Aviação dos tripulantes expostos à radiação

1.3 JUSTIFICATIVA

O presente estudo é de grande relevância no sentido em que constitui um alerta para os tripulantes de aeronaves comerciais que sofrem continuamente os efeitos maléficos da radioatividade, conscientizando-os dos perigos aos quais estão expostos. O trabalho se propõe a pesquisar dados concretos de estudos realizados sobre o assunto e, além disso, incentivar as pesquisas sobre um tema de grande magnitude, mas ainda pouco difundido no Brasil.

Os efeitos da radiação cósmica podem ser devastadores para o ser humano, inclusive aumentando a incidência de tumores malignos. A Radiação Cósmica pode aumentar para as mulheres a incidência de abortos, anomalias nos fetos tais como desordem no desenvolvimento intelectual, anomalias congênitas, restrições de crescimento ou síndrome de Down, segundo afirmação do site despertar da nova consciência sobre o que diz a ciência sobre os raios cósmicos.

Esses raios cósmicos podem ter muito mais energia do que as fontes criadas pelo homem. Originam-se nas profundezas do espaço e são formados pela Galactic Cosmic Radiation (GCR) de intensidade constante e pela Radiação Solar, que tem intensidade variável de acordo com a atividade solar. A Radiação cósmica (CR) equivale a um espectro de partículas e de radiação eletromagnética ( ZEITLIN, 2003).

Na verdade, o campo magnético da terra e o campo magnético solar protegem a terra, embora que de forma parcial, das partículas da CR. No entanto, alguns componentes da CR são muito penetrantes, o que torna inviável uma blindagem de proteção para as aeronaves, fazendo com que a exposição a esses raios seja de grande intensidade e possa causar doenças fatais e danos irreversíveis. O escopo do presente trabalho é apresentar os riscos de danos à saúde tais como o aumento da

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probabilidade de desenvolver câncer, cataratas, defeitos genéticos nos descendentes e diversas outras doenças com a provável etiologia atribuída aos radicais livres. (FRIEDBERG; COPELAND, 2011). Sendo assim, é de suma importância conhecer e identificar a radioatividade, não com o intuito de criar pânico, mas como informação e esclarecimento às pessoas diretamente envolvidas sobre um assunto bastante complexo e ainda pouco explorado no Brasil.

1.4 METODOLOGIA

1.4.1 Natureza e Tipo de Pesquisa

A presente pesquisa é classificada como bibliográfica, pois foi desenvolvida a partir de material já elaborado, constituído principalmente de livros e artigos científicos. Uma parte dos estudos exploratórios pode ser definida como pesquisa bibliográfica, assim como certo número de pesquisas desenvolvidas a partir da técnica de análise de conteúdo. (GIL, 2008).

A metodologia da pesquisa é qualitativa, é o caminho do pensamento a ser seguido (Minayo, 2003, p 16-18). É basicamente um conjunto de técnicas a ser adotado para construir uma realidade. Sendo assim, a pesquisa é a atividade básica da ciência na sua construção da realidade.

É de ordem qualitativa, porque possui análise indutiva, subjetiva, onde o pesquisador se envolve diretamente nas situações vivenciadas nos estudos, cuja realidade não pode ser quantificada. Ela trabalha com o universo de significados, motivos, aspirações, crenças, valores e atitudes, o que corresponde a um espaço mais profundo das relações, dos processos e dos fenômenos que não podem ser reduzidos à operacionalização de variáveis. (MINAYO, 2001).

O presente estudo foi elaborado em nível exploratório, pois o principal objetivo é proporcionar maior familiaridade com os temas estudados, envolvendo levantamento bibliográfico. A pesquisa exploratória visa proporcionar um maior conhecimento para o pesquisador acerca do assunto, afim de que este possa desenvolver, esclarecer e modificar ideias, formular problemas mais precisos, ou criar hipóteses que possam ser pesquisadas para estudos posteriores (Gil,1999,p43).

1.4.2 Materiais e métodos

Essa pesquisa foi embasada em material documental e bibliográfico. Tomamos como base documentos, Instruções e Regulamentos da ANAC e também livros sobre o assunto e artigos acadêmicos.

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1.4.3 Procedimento de Coleta de Dados

A presente pesquisa é documental e bibliográfica porque utiliza fontes primárias para comparação de dados com características da realidade tanto passada quanto presente. A diferença básica entre as duas é a natureza das fontes. Enquanto a pesquisa bibliográfica se utiliza fundamentalmente das contribuições dos diversos autores sobre determinado assunto, a pesquisa documental vale-se de materiais que não receberam ainda um tratamento analítico, ou que ainda podem ser reelaborados de acordo com os objetivos da pesquisa. (GIL, 2008)

O procedimento de coleta de dados foi então eminentemente documental e bibliográfico, adquirido de forma on-line e física. Para o procedimento de análise de dados, baseamo-nos na análise de conteúdo, sobre a qual Gil (Bardin s. d. apud 2002, p. 89) escreve:

A análise de conteúdo desenvolve-se em três fases. A primeira é a pré-análise, onde se procede à escolha dos documentos, à formulação de hipóteses e à preparação do material para análise. A segunda é a exploração do material, que envolve a escolha das unidades, a enumeração e a classificação. A terceira etapa, por fim, é constituída pelo tratamento, inferência e interpretação dos dados. (p.89)

De acordo com o que foi exposto, os dados coletados para o presente trabalho foram então estudados e analisados por meio do método da análise de conteúdo.

1.5 ORGANIZAÇÃO DO TRABALHO

Com intuito de atingir os propósitos da presente pesquisa, estruturamos o trabalho da seguinte forma:

Capítulo1: A introdução apresentando a problemática da pesquisa, os objetivos gerais e os específicos, a justificativa onde se procura mostrar o interesse e os motivos da escolha do tema, a metodologia utilizada e a organização propriamente dita do trabalho.

Capítulo 2: Apresenta-se a fundamentação teórica.

Capítulo 3: A conclusão desenvolvida a partir da análise dos tópicos elaborados no presente estudo e as referências bibliográficas.

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2. REFERENCIAL TEÓRICO

Quando falamos em risco à saúde e ambiente adverso, pensamos em pressurização, raios ultravioleta UVA/B, radiação eletromagnética, stress pelas longas jornadas, acelerações e desacelerações contínuas, qualidade do ar na cabine, no entanto, a radiação cósmica é o fator de maior risco e o mais nocivo à saúde dos aeronautas.

Sendo a aviação uma atividade ocupacional com riscos específicos à saúde, os agentes ambientais aos quais as tripulações de voo estão expostas, tais como radiações, vibração, ruído, baixa umidade, estão associados aos riscos ocupacionais físicos e a situação de saúde dos aeronautas, descritos na literatura nacional e internacional (SOARES DE MELO & SILVANY NETO, 2014).

Pesquisaremos a literatura publicada sobre o tema para detectar e divulgar o efeito devastador que a radiação cósmica provoca no organismo humano, podendo aumentar a ocorrência de casos de tumores, bem como a inexistência de proteção capaz de anular ou minimizar os seus efeitos, visto que alguns de seus componentes são muito penetrantes, tornando inviável qualquer tentativa de blindagem das aeronaves, diferentemente da radiação ultravioleta que pode ser prevenida com protetores solares.

2.1 RADIAÇÕES IONIZANTES X RADIAÇÕES NÃO IONIZANTES

A radiação ionizante é um tipo de radiação que possui energia suficiente para arrancar elétrons de átomos e moléculas, produzindo íons. Essas radiações podem ser:

- Radiações eletromagnéticas: Raios X, Raios Gama

- Radiações Corpusculares: Raios Alfa, Beta, Nêutrons, Prótons, íons pesados

A radiação não ionizante é aquela que não possui energia suficiente para ionizar os átomos e as moléculas com as quais interagem: luz visível, luz infravermelha, radiações ultravioleta, micro-ondas, ondas de rádio, corrente elétrica (RUAS, 2017).

A radiação cósmica tem duas componentes básicas: Galactic Cosmic Radiation (GCR) – Radiação Cósmica Galáctica e Solar Cosmic Radiation (SCR) – Radiação Cósmica Solar. Ela é composta de partículas ionizantes e radiação eletromagnética ionizante, que são extremamente penetrantes e de alta energia. A blindagem contra essa radiação é impraticável. Ao contrário da

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radiação cósmica, a radiação ultravioleta de raios UVA e UVB são radiações não ionizantes e contra elas existe a proteção do filtro solar e colocação de anteparos (RUAS, 2017)

Figura1: Radiações não-ionizantes e Radiações ionizantes

Fonte: Colombo Junior & Silva, 2017

2.2 OS RAIOS CÓSMICOS

A magnetosfera, ou seja, o campo magnético da terra e o campo magnético solar protegem parcialmente a terra das partículas da radiação cósmica. No entanto, a taxa da dose (Rate2) que é a quantidade absorvida na unidade de tempo indica a radiação recebida por uma pessoa em um determinado espaço de tempo. Essa taxa da dose que procede da radiação cósmica vai variar de acordo com a latitude, a altitude e o ciclo solar ( ZEITLIN, 2003).

Em geral, o campo magnético da terra é mais fraco nos polos magnéticos e assim, consequentemente, os níveis de radiação cómica são mais altos nas regiões polares e diminuem à medida que se aproximam do equador.

A proteção do tripulante contra a radiação é diretamente proporcional ao número de camadas de atmosfera acima das aeronaves, que voam a uma altitude entre FL200 e FL390, onde a

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dose de radiação recebida dobra a cada 6000ft de aumento na altitude, donde se conclui que quanto mais camadas de atmosfera acima da aeronave, maior será a proteção do tripulante, ou seja, quanto mais alto o voo for efetuado maior o nível de radiação absorvido pelo tripulante (ZEITLIN, 2008).

Figura 2 : Campo magnético da Terra formando a magnetosfera

Fonte: INPE,2003

O ciclo solar dura cerca de 11 anos por conta da variação do campo magnético do sol, o qual depende da variação da atividade no interior do sol. O número e a frequência das manchas solares determinam o ciclo solar. Na solar mínima existem poucas manchas solares e a radiação pode atingir 100% por conta da atividade solar reduzida. Por outro lado, na máxima solar como ocorrem muitas manchas solares, as partículas solares de alta energia atuam como uma blindagem dos raios mas, no entanto, podem ocorrer tempestades solares aumentando consideravelmente os níveis de radiação.

Essas tempestades solares ocorrem quando a energia magnética do sol no espaço é liberada na forma de explosões solares. Quando a atividade solar está no máximo é quando ocorrem as radiações cósmicas que provocam essas tempestades, as quais podem aumentar significativamente os níveis de radiação quando em camadas atmosféricas mais elevadas. A exposição aumenta em voos mais longos, mais próximos aos polos, em altas altitudes e aqueles em que o voo é efetuado durante um evento de partículas solares, ou seja, tempestade (ZEITLIN, 2008).

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Figura3: Mínimo e Máximo Solar

Fonte: Zeitlin, 2012

Os raios cósmicos são partículas excessivamente penetrantes que se deslocam no espaço sideral com uma velocidade próxima da velocidade da luz, ou seja, os raios cósmicos são partículas de átomos. Essas partículas ao colidirem com os núcleos dos átomos da atmosfera, penetram na terra, por volta de 10 mil metros acima da superfície do planeta, originando outras partículas e formando uma “chuva” de partículas com menos energia, chamados “raios cósmicos secundários”, que são inofensivos à vida na terra, diferentemente dos raios cósmicos primários que são tremendamente perigosos para a vida humana.

A terra nos protege da maior parte radiação que preenche o universo. O campo magnético terrestre expulsa ou aprisiona as partículas nocivas de alta energia emitidas pelo sol. Essas partículas formam uma espiral entre os polos norte e sul magnéticos, formando os cinturões de radiação de Van Allen, região onde ocorrem vários fenômenos atmosféricos devido à

concentração de partículas no campo magnético terrestre, descobertas em 1958 por James Van Allen. Ele realizou um experimento raios cósmicos embarcado na sonda americana Explorer1, que foi lançada em janeiro de 1958 (ZEITLIN, 2012).

Normalmente, as radiações de Van Allen não ocorrem nos polos, mas na região equatorial, formando dois cinturões em forma de anéis centrados no equador. O mais intenso se prolonga entre as altitudes de 1000 a 5000 km, com intensidade máxima em 3000 km. O segundo fica situado entre 15000 e 20000 km e contém partículas eletricamente carregadas de origem tanto

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atmosférica quanto solar. Geralmente os dois cinturões não tem delimitação entre si e fundem-se em altitudes variáveis. Quando a atividade solar está intensa, parte das partículas vindas do sol

carregadas de eletricidade rompe a barreira dos cinturões de Van Allen e, ao atingir a alta atmosfera, produzem os fenômenos de auroras polares e tempestades magnéticas (PINHEIRO, 2014).

Figura4: Raios Cósmicos

Fonte: Zeitlin, 2012

2.3 A INFLUÊNCIA DA LATITUDE E DA ALTITUDE

Como o campo magnético terrestre oferece alguma proteção ou “blindagem” aos raios cósmicos desviando e atenuando parte desses raios, a dose rate de radiação recebida nos polos é máxima e no Equador é mínima. Basicamente a dose recebida nos polos é o dobro do Equador. (FRIEDBERG; COPELAND, 2003). As altitudes de voo das atuais aeronaves a reação são entre 39.000 ft e 51.000 ft, onde, a partir de 25.000 ft a dose de radiação dobra a cada 6.000 ft, ou seja, quanto mais alto for o voo, maior será o índice de radiação absorvido pelo tripulante. (RUAS, 2017).

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Gráfico 1 - Taxa de dose efetiva relacionada com a latitude geográfica na altitude selecionadas na Longitude 20° E. Taxas de doses efetivas baseadas na atividade solar de janeiro de 1958 até dezembro de 2008.

Fonte: Friedberg & Copeland (2003, p.6)

A dose rate é a dose absorvida na unidade de tempo e indica a quantidade de dose radioativa recebida por um indivíduo por um determinado período de tempo. Essa taxa de dose é dada frequentemente em milésimos de Sievert (Sv) e permite a comparação dos efeitos na saúde entre diferentes tipos de radiação. A taxa de dose é comumente dada em milésimos de Sieverts por hora. Como não é possível direta e fisicamente medir a quantidade de energia depositada em órgãos ou pessoas, usa-se quantidades doses operacionais alternativas, determinadas por convenção internacional que fornecem estimativas aceitáveis.

Os voos conduzidos a uma altitude de 20.000 ft dificilmente superarão o limite de 1 mSv recomendados para o indivíduo do público. Acima de 20.000 ft é necessário o monitoramento uma vez que os valores ultrapassam 1 mSv. O voo sobre o território brasileiro em níveis normalmente utilizados por aeronaves comerciais, pode gerar uma dose efetiva entre 0,9 e 3,36 mSv/ano. Para

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tripulantes que efetuam voos internacionais de longo curso e rotas polares esses valores devem aumentar (FRIEDBERG, COPELAND, 2003)

1 sievert = 1000 millisieverts (mSv) 1 millisieverts = 1000 microsieverts

Existem ferramentas disponíveis on-line gratuitas que calculam a dosimetria recebida por tripulantes em voo. Essas ferramentas, estão disponíveis para o público em geral e são oferecidas também em forma de softwares que podem ser utilizados como add-on nos programas de confecção de escala das empresas aéreas. Softwares geradores de escalas de tripulantes utilizados por grandes companhias aéreas no mundo fazem a dosimetria de radiação e registram o acúmulo anual em cada tripulante respeitando a legislação vigente em cada país.

2.4 DOSE ANUAL RECEBIDA PELO TRIPULANTE BRASILEIRO

Atualmente a legislação brasileira não reconhece o tripulante brasileiro como exposto à radiação ionizante em razão da profissão que ocupa. Por conta disso, não existe a obrigatoriedade de monitoramento da exposição do tripulante pelos operadores de aeronaves e, consequentemente, poucos dados estão disponíveis. (RUAS 2017, pág. 117). Entretanto, é possível fazer essa estimativa baseado no número de horas de voo voadas em média por um tripulante brasileiro através de programas criados para esse monitoramento. É importante observar que nos países nos quais esse monitoramento é obrigatório, ele é realizado pelo próprio programa que confecciona as escalas de voo dos tripulantes.

Segundo a International Comission on Radiological Protection (ICPR), existem três princípios fundamentais quando temos em mente a proteção contra a radiação: justificativa, otimização e observação da dose limite.

Está claro que é necessário proteger ao máximo nossas tripulações contra as radiações ionizantes. Para isso precisamos otimizar a exposição de modo que as pessoas expostas recebam a menor dose possível de radiação. A aplicação desse princípio à aviação é fazer com que o planejamento e a performance do voo sejam aprimorada em relação à exposição à radiação. A aplicação das doses limite significa que cada pessoa não ultrapasse a fronteira especificada pela ICPR.

Na verdade existem duas formas de proteção contra a radiação, quais sejam uma blindagem protetora e o uso de doses restritivas à exposição. Na impossibilidade de uma blindagem efetiva para as aeronaves contra os efeitos da radiação cósmica, a medida mais viável é a imposição de doses limites de exposição para as tripulações

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De acordo com a Lei 13.475/17 – “Lei do Aeronauta” que estabelece um limite de 800 horas de voos anuais, podemos fazer uma estimativa utilizando valores intermediários de 600 a 700 horas mensais e levando-se em consideração as latitudes médias voadas.

No Brasil, a ANAC (Agência Nacional de Aviação Civil) está participando do projeto ERISA (Efeitos das Radiações Ionizantes em Sistemas Aeronáuticos), cujo objetivo é estudar os efeitos das radiações ionizantes de origem cósmica em relação aos sistemas eletrônicos das aeronaves. Este projeto está em fase de desenvolvimento e já foi aprovado pelo CNPq (Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico).

O projeto ERISA também está relacionado ao projeto DRIEAB (Dosimetria da Radiação Ionizante no Espaço Aéreo Brasileiro).que estuda a dose de radiação que atinge as tripulações.

Figura 5: Raios Cósmicos X Altitude

Fonte: Battros, 2016

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A radiação cósmica tem afetado e continuará afetando a vida dos pilotos. Ela é um dos grandes fatores de risco profissional. Por isso é de extrema importância que os órgãos como a IFALPA (International Federation of Air Line Pilot Association) continue acompanhando os estudos referentes à radiação.

A International Commission on Radiological Protection (ICPR) é o principal organismo de proteção contra a radiação ionizante. É uma organização não governamental e independente criada para tornar públicas as medidas de proteção radiológicas. A ICPR formula recomendações e regras para proteção contra os raios ionizantes, embora não tenha o poder de torná-las obrigatórias. Apesar disso, a maioria dos organismos reguladores seguem suas diretrizes.

A NASA (National Aeronautics and Space Administration) , com o objetivo de proteger a saúde de passageiros e tripulações, está realizando estudos sobre os efeitos dos raios cósmicos em grandes altitudes, monitorando a radiação em tempo real, com o objetivo de orientar tripulantes e passageiros que precisam se deslocar em ambientes de radiação intensa prejudicial à saúde. O pesquisador Ernesto Klotzel salientou que “mesmo em níveis de voo de 11.000 m, por exemplo, acima das nuvens e em céu totalmente claro, o espaço é um vazio apenas aparente”.

Uma aeronave ou nave espacial recebe o bombardeio contínuo dos raios cósmicos, partículas de alta energia, que se chocam com uma atmosfera rarefeita que, felizmente, dita sua extinção. Assim, estamos protegidos destas radiações quando estamos no solo, mas, nas alturas, elas podem afetar – além de circuitos eletrônicos, o próprio ser humano (KLOTZEL,2017).

Em setembro de 2015, a NASA lançou no Novo México o “Experimento de Dosimetria da Radiação (RAD-X): um grande balão de gás hélio para medir radiações do Sol e do espaço interestelar em faixas de altitude de 26.000 pés a 120.000 pés (7.900 m a 36.600 m). As partículas de grande energia se originam no espaço interestelar além do Sol, outra importante fonte de radiações. O efeito magnético da Terra bloqueia a maior parte das radiações, embora a maior parte das partículas perde sua força a cerca de 60.000 pés (18.300 m). A radiação cósmica rompe o DNA e produz radicais livres que podem alterar as funções das células. Pelo simples fato de passarem muito tempo na alta atmosfera da Terra, as tripulações são expostas ao dobro da radiação do habitante normal.

De acordo com as pesquisas da NASA, atualmente os instrumentos mais eficientes para medir os raios cósmicos são muito grandes, caros e indisponíveis para a fabricação comercial distribuição generalizada. O ideal seria um instrumento pequeno, compacto, de circuitos em estado

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sólido que pudesse ser integrado a uma aeronave ou espaçonave de modo simples e econômico (KLOTZEL, 2017).

2.5 RADIOPROTEÇÃO DAS TRIPULAÇÕES

A ICRP reconhece que os profissionais de voo, tais como pilotos e tripulações (ICPR,1991), são um grupo crítico de exposição que está sujeito a níveis de radiação comparáveis aos níveis médios de radiação recebidos por profissionais que trabalham com radiação nas áreas de medicina e tecnologia, podendo mesmo chegar a exceder esses níveis em alguns casos. Estudos recentes sugerem que os pilotos e os tripulantes de linhas comerciais regionais, habitualmente sujeitos a longa permanência em voo podem estar expostos a doses biologicamente significantes de radiação ionizante.

O “Federal Aviation Administration, Civil Aero-Medical Institute”, dos EUA, estimou as doses recebidas por tripulações em 32 voos para diferentes destinos. Esta dose variou de 0,023 mSv a 0,8 mSv por bloco de 100 horas de voo (FAA, 1990).

Em 1990, a ICRP propôs, em sua recomendação de número 60 (ICRP, 1990), que pilotos e tripulações devam ser considerados como pessoal ocupacionalmente exposto à radiação ionizante. Esta mesma recomendação foi mantida e melhor detalhada nas publicações da ICRP de números 75 (ICRP, 1998) e 103 (ICRP, 2008). Nessa mesma linha de atitude, a União Europeia e o Canadá reconheceram as tripulações de aeronaves como pessoal ocupacionalmente exposto à radiação ionizante, determinando que as tripulações com possibilidade de serem expostas a doses superiores a 1 mSv ao ano devem ter suas doses controladas. É bom lembrar que 1 mSv por ano é o limite de dose para indivíduos do público estabelecido por organismos internacionais e, no Brasil, pela Comissão Nacional de Energia Nuclear (CNEN, 2005).

Nos últimos anos têm sido realizadas medições experimentais, principalmente no hemisfério norte, cobrindo altitudes que variam de 8 a 20 km e latitudes de 30o S a 70º, mencionando taxas de dose que variaram de 1 µSv/h a 17 µSv/h, o que resultaria, por exemplo, em doses de 0,1 a 1,7mSv para cada 100 horas de voo. Deve-se observar que a maior parte das medições da radiação cósmica em altitudes de voo de aeronaves foi realizada no continente Norte-Americano e na Europa, sendo que poucos dados foram coletados na região da América do Sul (FEDERICO, 2008).

Sob o ponto de vista de proteção radiológica, um fator de muita importância é o número cada vez maior de tripulantes do sexo feminino em idade reprodutiva ingressando nos

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quadros da aviação, o que pode implicar em maior risco para a gestação e, consequentemente, para o feto.

As viagens aéreas durante a gravidez estão sujeitas a uma série de recomendações tanto dos médicos quanto das empresas aéreas e, na maioria dos casos, segundo o American College of Obstetrician and Gynecologists (ACOG) o risco para o feto por exposição à radiação cósmica é insignificante, porém, no caso de tripulantes, esta exposição poderá ser maior. Sendo assim, recomenda uma consulta ao site do Federal Aviaton Administration (FAA) para uma estimativa referente à essa exposição (ACOG, 2009).

Tripulantes e passageiras frequentes podem ficar expostos a valores de radiação acima do recomendado caso seus voos não sejam devidamente monitorados. Além da exposição à fonte constante de radiação ionizante em altitude, a galactic cosmic radiation, explosões solares podem elevar significativamente os níveis de radiação nas altitudes de voo e afetar inclusive passageiros ocasionais. (BARISH, 2004).

Os possíveis danos ao feto podem ser o aumento do risco de desenvolver câncer no decorrer da sua existência, malformações e anormalidades estruturais, morte pré-natal e retardamento mental. A ICRP 60 aponta para o alto risco de morte do feto se exposto à radiação durante as três primeiras semanas posteriores a concepção. (ICRP 2000).

Pelo exposto, toda grávida deveria ser informada sobre todos os riscos da radiação ionizante presente nos voos nas altitudes comumente utilizadas pelas aeronaves comerciais atuais. Diante destes dados comprovados por pesquisas científicas, urge a atualização das normas e recomendações brasileiras reconhecendo a exposição ocupacional à radiação ionizante dos tripulantes brasileiros. A divulgação das informações sobre radiação cósmica e estabelecimento de um controle das exposições dos tripulantes, grávidas e passageiras frequentes deve ser obrigatório. (RUAS, 2017). A legislação brasileira estipula um limite de exposição à radiação ionizante para as gestantes na norma Diretrizes de Proteção Radiológica, conforme colocado pela Comissão Nacional de Energia Nuclear (CNEN):

Para mulheres grávidas ocupacionalmente expostas, suas tarefas devem ser controladas de maneira que seja improvável que, a partir da notificação da gravidez, o feto receba dose efetiva superior a 1 mSv durante o resto do período de gestação (CNEN, 2014, p. 13).

Sob a ótica da exposição à radiação ionizante presente nas altitudes de voo das aeronaves comerciais, estas são 100 vezes maior que a radiação recebida ao nível do mar, algumas considerações devem ser efetuadas. (WHO 2005). É inegável que toda exposição de um material biológico à radiação ionizante implica em algum risco de dano a este material. Risco zero, somente com exposição zero, o que evidentemente não acontece em voo (RUAS, 2017). Além da exposição

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constante à Galactic Cosmic Radiation que aumenta com o aumento da altitude e da latitude, diversos outros fenômenos de difícil previsão como as explosões solares podem levar a um aumento significativo da dose de radiação recebida pela gestante e, consequentemente, pelo embrião/feto. (FRIEDBERG; COPELAND, 2003).

O embrião/feto submetido a radiação ionizante terá o risco aumentado de desenvolver anomalias estruturais, retardamento mental, câncer fatal durante sua existência e morte pré-natal nas primeiras semanas de gestação. (FRIEDBERG; COPELAND, 2003).

Sendo assim, em relação à exposição de radiação ionizante presente nas altitudes de voos das atuais aeronaves e pela impossibilidade de prever a ocorrência de alguns fatores tais como tempestades solares, raios, altitude e latitudes em voo, voar oferece um risco de dano ao embrião/feto, principalmente no caso das tripulantes e passageiras frequentes.

2.6 EFEITOS EM AVIÔNICOS

Os efeitos da radiação em dispositivos e materiais utilizados em aeronaves são também fonte de preocupação, visto que falhas de determinados componentes, em particular aqueles dos computadores de bordo, podem comprometer a segurança da aeronave. A crescente miniaturização de componentes, indo da escala de microtecnologia para a escala de nanotecnologia, apesar de significar um avanço tecnológico, representa também um aumento da vulnerabilidade a transientes e danos provocados pela incidência da radiação ionizante.

Neste sentido, a caracterização do campo de radiação cósmica em função da altitude das principais rotas de aeronaves no espaço aéreo brasileiro, além da proteção radiológica das tripulações, também fornecerá dados para a estimativa das probabilidades de falhas em equipamentos de bordo.

Uma diferença importante no caso do território brasileiro é que grande parte de sua área, principalmente a costa sudeste, está sujeita aos efeitos de uma anomalia magnética cuja origem geológica ainda não é totalmente conhecida, denominada Anomalia Magnética do Atlântico Sul (AMAS). Tal anomalia modifica a forma com que as radiações cósmicas interagem com o campo geomagnético e com a atmosfera (LAURIENTE ,1995 e COSTA, 2004).

Dessa forma, tanto os tripulantes quanto a aeronave e os seus dispositivos estão sujeitos à radiação sendo continuamente expostos, especialmente com doses maiores durante o voo em grandes altitudes. Com o grande desenvolvimento das aeronaves com maior autonomia e teto

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operacional mais alto, fica cada vez mais difícil o controle do nível de dose de radiação recebida pelos equipamentos sensíveis e, como tal, torna-se tão importante quanto a saúde ocupacional, visto que afeta diretamente a segurança de voo. Assim, vários estudos foram realizados na literatura internacional (BARTLETT, 2004; GOLDHAGEN, 2002).

A existência da AMAS, reforça a necessidade de se efetuar com urgência, estudos mais detalhados com o objetivo de conhecer as doses típicas recebidas tanto por tripulações quanto pelos equipamentos de aeronaves no espaço aéreo brasileiro.

O desenvolvimento de ferramentas de medida que permitam obter o conhecimento da taxa de dose de radiação no espaço aéreo brasileiro pode ser de utilidade no assessoramento de empresas aéreas e orientação de projetos de aeronaves no sentido de minimizar as doses de radiação nas tripulações e as proteções de falhas eletrônicas de equipamentos sensíveis. (FEDERICO,2008).

A União Europeia e o Canadá já adotaram normas para o controle de exposição para as tripulações (EURATOM, 1996; TRANSPORT CANADÁ, 2001; TRANSPORT CANADÁ, 2006 appud FEDERICO, 2008).

Pelo fato de estarem no ambiente de radiação ionizante, os equipamentos eletrônicos das aeronaves são susceptíveis a um grupo de fenômenos conhecidos por “Single Event Effects” (SEE) produzidos principalmente por nêutrons e esses efeitos ocorrem nos computadores de bordo e nos subsistemas que armazenam dados, podendo comprometer tremendamente o seu funcionamento, ocasionando falhas na operação.

O principal efeito dos SEEs é o “Single Event Upset (SEU) que acontece quando uma partícula ionizante atinge um nó sensível de uma célula de um circuito digital, podendo provocar uma mudança de um registro lógico (“bit flip”), alterando a informação armazenada na célula. (BOTH, 2012 appud FEDERICO, 2011).

Como observado anteriormente, a literatura e os estudos sobre o setor aeronáutico são pouco desenvolvidos, principalmente no Brasil, no entanto com a constatação cada vez maior do aumento dos efeitos da radiação sobre os equipamentos eletrônicos das aeronaves, torna-se importante aplicar normas internacionais que já foram pesquisadas e adotadas sobre componentes aviônicos. É de suma importância que a indústria aeronáutica nacional adote normas de segurança de voo de acordo com as recomendações internacionais, tais como as normas técnicas da IEC (International Electrotechnical Commission) que recomenda:

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A necessidade de testes de qualificação de componentes eletrônicos de aviônicos quanto à sua tolerância a SEE e da efetividade de mecanismos de correção de erros que poderiam conduzir a falhas funcionais de sistemas críticos (IEC, 2012).

Segundo as normas do IEC, baseando-se nos princípios de segurança de voo é necessário avaliar os dispositivos microeletrônicos da aeronave com o propósito de medir sua susceptibilidade aos efeitos do SEE em sistemas digitais, induzidos por nêutrons gerados pela radiação cósmica interagindo na atmosfera terrestre com os componentes básicos dos circuitos integrados que compõem os sistemas digitais. O método utilizado para avaliar os impactos deste efeito deve ser o mesmo utilizado na avaliação de outros perigos associados aos produtos eletrônicos aviônicos e deve estar de acordo com as práticas aeroespaciais recomendadas. Esses testes podem ser realizados de diversas maneiras, utilizando diferentes fontes radioativas. Inclusive, depois de aplicados na indústria de aviônicos, esses testes podem ser estendidos para outros setores industriais. (IEC, 2017).

2.7 MUTAÇÕES GENÉTICAS CAUSADAS POR RADIAÇÃO

A exposição às radiações pode causar mutações passíveis de serem transmitidas até a terceira geração, de acordo com as conclusões de uma experiência realizada em ratinhos de laboratório que foram submetidos a altas doses de raiosX. Os resultados dessa experiência indicam que as alterações genéticas assim adquiridas podem ser herdadas por filhos e netos. O estudo, publicado na revista da Academia Nacional Norte Americana das Ciências (Proceedings of the National Academy of Sciences), foi o primeiro a demonstrar, de forma sistemática, a transmissão de mutações causadas por radiação, de geração em geração (BNL - Brookhaven National Laboratory, 2012).

No entanto, “as mutações são sutis, sem efeitos comprovados na saúde” diz o estudo, visto que, anteriormente não haviam sido detectadas mutações herdadas entre famílias humanas expostas a altos níveis de radiação, como as de Hiroshima, ou as de Chernobyl.

Richard B. Setlow, biofísico do Laboratório Nacional Brookhaven, revisou o estudo e considerou “as descobertas significativas, uma vez que provam, pela primeira vez, que as mutações causadas por radiação podem ser herdadas nos mamíferos” (PNAS, 2012).

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"Este estudo vai abrir caminho a mais experiências para responder a questões sobre mutações herdadas causadas por radiação. Antes deste estudo ninguém sabia o que procurar" (SETLOW, 2012).

Figura 6: Efeitos da Radiação Cósmica

Fonte: Tauhata, Salati & Di Prinzio, 2003

Em outro estudo, pesquisadores conduzidos por Iuri E. Dubrova, da Universidade de Leicester, Reino Unido, expuseram um grupo de ratinhos machos de duas raças diferentes a nêutrons e a raios-X e deixaram que se reproduzissem com parceiras não expostas. Analisando o grau de mutação nos descendentes, tanto os filhos como os netos dos ratos machos expostos, revelaram alterações no DNA, numa maior variação do que as mutações que naturalmente ocorrem de geração em geração entre ratos não expostos. Os pesquisadores acentuaram que as mudanças herdadas encontradas eram sutis e envolviam DNA sem "qualquer função aparente". No entanto, o simples fato das mutações serem transmitidas de geração em geração causa preocupação, pois existe a possibilidade de aumento do risco de câncer e outras doenças e o fato de não terem sido identificadas

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mutações herdadas entre as famílias de sobreviventes de Hiroshima ou Chernobyl não significa que não existiram, porque variabilidade genética entre humanos é maior do que entre os ratinhos usados na experiência, segundo Setlow ( PNAS, 2012).

Queríamos saber quais são os riscos da radiação. Por isso, isto é algo que nos deve preocupar. Pode haver qualquer coisa a ser transmitida para a descendência apesar de não sermos capazes de a detectar. A sequência do mapa do genoma humano, ou da estrutura genética, deverá permitir aos cientistas detectarem mutações herdadas que anteriormente não eram tão óbvias (SETLOW, 2012).

Um estudo publicado recentemente, realizado com funcionários da usina nuclear russa, constatou que as pessoas que trabalham em ambientes onde estão continuamente expostas a baixos níveis de radiação ionizante podem ter um risco maior de hipertensão. Essas descobertas contribuem para uma melhor compreensão de como baixos níveis de radiação ionizante podem ser prejudiciais à saúde humana, de acordo com Tamara Azizova, MD (Southern Urals Biophysics Institute, Ozyorsk,

Rússia, 2019).

A taxa de hipertensão observada no estudo foi de 38%, sendo superior à taxa observada nos sobreviventes da bomba atômica japonesa, que foram expostos a uma única exposição de alta dose. No entanto, foi menor do que a observada entre os trabalhadores de limpeza após o acidente nuclear de Chernobyl, expostos a altos níveis de radiação por um curto período de tempo. Nesse novo estudo, os indivíduos que trabalhavam no reator foram expostos à radiação externa e os que trabalhavam na planta da produção de plutônio ou radioquímica, a uma combinação de partículas externas e internas de plutônio. Assim, Azizova descobriu uma relação dose-resposta: a hipertensão foi associada com a dose cumulativa de radiação ( T, Briks K, M Bannikova, Grigory E, 2019).

Brian Silver, MD (Massachusetts Medical School Worcester), que comentou sobre o estudo, advertiu que enquanto os resultados sugerem uma relação entre a baixa exposição à radiação e hipertensão, uma grande fraqueza é a falta de um controle grupo.

Eles estão comparando esses resultados com outras populações que tiveram exposição à radiação, como sobreviventes de bombas atômicas e trabalhadores de Chernobyl, o que é bom, e encontrar um grupo de controle teria sido muito difícil de fazer. Mas saber a prevalência de hipertensão em controles pareados da mesma idade que vivem e trabalham na mesma área e medir a exposição à radiação nessas pessoas ajudaria a interpretar isso. (SILVER, 2019).

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Tendo em mente todas as limitações do estudo, disse Silver, a relação dose-resposta justifica cautela e mais investigação sobre se a radiação ionizante de baixo nível no local de trabalho contribui para a hipertensão, bem como os esforços para identificar os trabalhadores em maior risco.

Com os dados dosimétricos existentes e a construção de modelos teóricos, eles esperam realizar a reconstrução da dose de órgãos circulatórios, bem como tentar entender se a exposição à radiação aumenta o risco de certos tipos de hipertensão e leva a maior mortalidade ( T, Briks K, M Bannikova, Grigory E, 2019).

No Brasil, já existe um experimento realizado pela Força Aérea Brasileira (FAB) que visa monitorar a radiação cósmica e suas implicações na aviação. Esses estudos são possíveis graças ao apoio de um contêiner-laboratório avançado para monitoramento de radiação cósmica. Esse contêiner-laboratório está equipado com instrumentos de ponta, como espectrômetros de partículas, monitores de radiação diversos e um conjunto de memórias, operando 24 horas por dia, permitindo o acesso dos dados de monitoramento de forma remota pelos pesquisadores ( IEAv, 2015).

Figura7:Contêiner-laboratório Fonte: FAB, 2015

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De acordo com o Instituto de Estudos Avançados (IEAv), órgão ligado ao Comando da Aeronáutica, um contêiner-laboratório avançado para monitorar a radiação cósmica, já está em funcionamento desde fevereiro deste ano, no Observatório Pico dos Dias (1.860 m de altitude), no Laboratório Nacional de Astrofísica, em Itajubá (MG) e poderá ser também utilizado para realizar estudos sobre a influência dos raios cósmicos sobre os equipamentos aviônicos e sobre a tripulação (IEAv, 2017).

Esse experimento faz parte das atividades do projeto ERISA (Efeitos da Radiação Ionizante em Sistemas Aeronáuticos) e também de um acordo do DCTA (Departamento de Ciência e Tecnologia Aeroespacial) com o Laboratório Aeroespacial Francês, ONERA (Office National dEtudes et de Recherches Aérospatiales), juntamente com os Laboratórios IRD (Instituto de Radioproteção e Dosimetria), pertencente à Comissão Nacional de Energia Nuclear e o laboratório TIMA (Techniques de l informatique et de la Microélectronique pour L Arquitecture des Systèmes Intégrés), pertencente à Universidade de Grenoble, França (Força Aérea Brasileira, 2017).

Outro aspecto importante do experimento é com relação à dose de radiação ionizante nas tripulações. Por meio da pesquisa será possível prever as alterações na taxa de dose incidente em tripulações de aeronaves em voo, afirma o pesquisador do IEAv, Claudio Antônio Federico:

Essa é uma preocupação crescente em diversos países devido à maior frequência e altitude da malha de voos. Esses controles já são obrigatórios no Canadá e União Europeia e recomendados nos Estados Unidos. Para se ter uma ideia, a dose de radiação oriunda de raios cósmicos durante um voo de 12 horas em altitude típica de voos internacionais equi

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3. CONCLUSÃO

Após todas as considerações feitas ao longo desse estudo, podemos concluir que o objetivo maior de esclarecer e divulgar os efeitos nocivos da radiação cósmica sobre os seres humanos, principalmente em relação aos aeronautas, tripulantes de aeronaves comerciais, profissionais que estão em constante exposição sem nenhuma proteção, foi atingido.

Como não existe nenhuma forma de proteção contra os efeitos dessa radiação, procuramos também incentivar a pesquisa sobre o assunto, inclusive dos efeitos sobre os equipamentos aviônicos que podem ser alterados por conta dessa radiação.

No entanto, enquanto não se descobre uma forma de proteção e, sabendo-se que não existe uma regulamentação em relação ao uso e exposição dos tripulantes a essas radiações, podemos procurar minimizar esses efeitos medindo as doses máximas aceitáveis para garantir um limite seguro para as tripulações dos voos comerciais.

Como já vimos, não existe proteção contra as radiações ionizantes, especialmente para os aeronautas, pois com os avanços da tecnologia aeroespacial as aeronaves voam cada vez mais alto e por mais tempo, potencializando a exposição. Atualmente as aeronaves comerciais e diversas aeronaves executivas têm capacidade para voar cada vez mais alto, onde a dose rate é bem mais

elevada, sendo que diversos estudos estão em andamento para contemplar velocidades supersônicas. No momento, a melhor opção do tripulante será diminuir as horas voadas, procurar rotas com menor

exposição e equipamentos que voem mais baixo, o que é bastante difícil de administrar e a reivindicação de aposentadoria especial. Além da aposentadoria especial, uma medida de extrema justiça no momento, será dar um adicional por insalubridade de acordo com a Lei 6.514/77 em seus artigos 187 a 196, até porque a profissão do aeronauta o expõe a riscos:

• Físicos: ruído, calor, frio e radiação

• Químicos: poeiras, gases e vapores, névoas e fumos • Biológicos: micro-organismos, vírus e bactérias

Embora tenhamos constatado ao longa dessa pesquisa que já existe uma preocupação no que se refere aos efeitos da radiação cósmica tanto em relação às tripulações, quanto em relação aos equipamentos aviônicos, esses estudos precisam ser intensificados para, no futuro, podermos ter uma legislação específica, como já constatamos em outros países, para melhor proteção ou, pelo menos, para uma redução do tempo de exposição aos efeitos da radiação.

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Outro aspecto do experimento é com relação à dose de radiação ionizante nas tripulações e, através da pesquisa, será possível prever as alterações na taxa de dose incidente em tripulações de aeronaves em voo.

As conclusões decorrentes dos experimentos poderão embasar novas diretrizes nesse segmento da aviação. Um dos objetivos futuros é criar um código brasileiro para avaliar as doses de radiação incidentes em aeronautas, de modo que os órgãos controladores possam tomar providências para proporcionar uma aviação o mais segura possível.

Nesse sentido, o presente trabalho teve também a preocupação de analisar e reivindicar a manutenção da aposentadoria especial, que é a forma de aposentadoria com tempo de serviço reduzido, ou seja, com apenas 25 anos, visando a concessão de aposentadoria precoce aos trabalhadores que exercem atividades em condições especiais que prejudiquem sua integridade física ou sua saúde, através de agentes perigosos ou nocivos, podendo ser químicos, físicos ou biológicos, de acordo com o que prevê o § 1º do artigo 201 da Constituição Federal e com as leis que regulamentam a profissão e todas as legislações sobre aposentadoria sempre previram a aposentadoria especial dos aeronautas, regulamentando o exercício da profissão.

De acordo com a lei, não há exigência de idade mínima para a aposentadoria especial, assim como não existe qualquer desconto no valor final da aposentadoria e algumas atividades, dentre elas a de aeronauta, têm esse direito assegurado. O aposentado especial vai receber o melhor valor possível, diferentemente da aposentadoria por tempo de contribuição comum, que tem a incidência do fator previdenciário no cálculo, o que reduz o seu valor.

A lei define que os aeronautas, chamados de tripulantes são o Comandante, que é o piloto responsável e a autoridade máxima dentro da aeronave, além do copiloto, e dos comissários de bordo. A aposentadoria especial é garantida a todos os aeronautas pelo simples fato de serem considerados como aeronautas e estarem incluídos entre as profissões com direito à aposentadoria especial. O aeronauta tem direito à aposentadoria especial, seja em razão da exposição à pressão atmosférica anormal presente no trabalho do piloto, copiloto e comissário de bordo, como em razão dos agentes nocivos como e ruído e a exposição aos raios cósmicos. Tal atividade especial pode ser comprovada através do formulário chamado de Perfil Profissiográfico Previdenciário – PPP, documento este fornecido pela empresa na qual o aeronauta trabalhou.

Face ao exposto, destacamos alguns pontos apresentados nesse trabalho de pesquisa que merecem estudos mais aprofundados, para que possamos ter uma aviação mais segura e um ambiente de trabalho como mais informação, controle e segurança para os profissionais envolvidos:

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• A constante pesquisa com o objetivo de apontar a relação entre o aparecimento de doenças ocupacionais e a exposição às radiações cósmicas;

• O aumento e incentivo aos estudos referentes à procura de uma forma de proteção contra as radiações;

• O esclarecimento das tripulações sobre a natureza e intensidade dessas radiações no exercício de sua atividade profissional;

• A criação e o aperfeiçoamento de aparelhos para captar e registrar a radioatividade no ser humano e nos equipamentos aviônicos;

• A permanente busca por melhores condições de trabalho e o incentivo às reivindicações que podem minorar os efeitos das radiações.

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