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Gustavo Martinelli & Miguel Avila Moraes (Orgs.) Livro vermelho da flora do Brasil

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Academic year: 2021

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Livro vermelho

da flora do Brasil

G u s tav o M a r t i n e l l i

& M i g u e l Av i l a M o ra e s ( O r g s . )

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República Federativa do Brasil Dilma Rousseff

Presidenta

Ministério do Meio Ambiente Izabella Mônica Vieira Teixeira Ministra

Francisco Gaetani Secretário Executivo

Roberto Brandão Cavalcanti Secretário de Biodiversidade e Florestas Instituto de Pesquisas

Jardim Botânico do Rio de Janeiro Samyra Crespo

Presidente Rogério Gribel Diretor de pesquisas Gustavo Martinelli

Coordenador Geral CNCFlora

APOIOS

CIP-Brasil. Catalogação na publicação Sindicato Nacional dos Editores de Livros, RJ

L762

Livro vermelho da flora do Brasil / texto e organização Gustavo Martinelli, Miguel Avila Moraes; tradução Flávia Anderson, Chris Hieatt. - 1. ed. - Rio de Janeiro : Andrea Jakobsson: Instituto de Pesquisas Jardim Botânico do Rio de Janeiro, 2013.

1100 p. ; 30 cm.

Tradução de: Livro vermelho da flora do Brasil Inclui apêndice

Inclui bibliografia e índice ISBN 978 85 88742 58 1

1. Plantas - Brasil. 2. Botânica - Brasil - Obras ilustradas. I. Instituto de Pesquisas Jardim Botânico do Rio de Janeiro. II. Centro Nacional de Conservação da Flora.

13-05261 CDD: 581.981

CDU: 58

Página 1: Coleta de amostra da família Lentibulariaceae, Serra do Aracá, AM Foto: Eduardo P. Fernandez

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Carta da Presidente do Jardim Botânico do

Rio de Janeiro ...7

Carta do Diretor de Pesquisas do Instituto de Pesquisas Jardim Botânico do Rio de Janeiro ...8

O livro vermelho da flora do Brasil – enfrentando um desafio global e nacional ...9

Carta dos organizadores ... 11

Colaboradores e instituições ... 13

Parte I

Capítulo 1 Ameaças globais à biodiversidade de plantas ... 20

Capítulo 2 Desafios para a implementação da Estratégia Global para a Conservação de Plantas no Brasil... 26

Capítulo 3 Metodologia estratégica para a condução de avaliações de risco de extinção completas em países megadiversos: lições aprendidas na parceria entre Brasil e África do Sul ... 40

Capítulo 4 A importância de listas vermelhas nos processos de conservação da biodiversidade ... 53

Capítulo 5 Avaliações de risco de extinção de espécies da flora brasileira...60

Parte II

BRIÓFITA ARNELLIACEAE ... 198 BRUCHIACEAE ... 397 DICRANACEAE ... 477 DITRICHACEAE ... 485 HEDWIGIACEAE ... 566 JUNGERMANNIACEAE ... 578 LEJEUNEACEAE ... 612 LEPIDOZIACEAE ... 616 MARCHANTIACEAE ... 671 METZGERIACEAE ... 702

Sumário

Summary

PALLAVICINIACEAE ... 829 PLAGIOCHILACEAE ... 852 POTTIACEAE ... 898 RICCIACEAE ... 921 PTERIDÓFITA ANEMIACEAE ... 142 ASPLENIACEAE ... 200 BLECHNACEAE ... 313 DICKSONIACEAE ... 475 DRYOPTERIDACEAE ... 487 HYMENOPHYLLACEAE ... 569 ISOETACEAE ... 577 LYCOPODIACEAE ... 623 MARSILEACEAE ... 672 POLYPODIACEAE ... 889 PTERIDACEAE ... 904 SELAGINELLACEAE ... 968 THELYPTERIDACEAE ... 988 GIMNOSPERMA ARAUCARIACEAE ... 185 PODOCARPACEAE ... 882 ANGIOSPERMA ACANTHACEAE... 106 ALISMATACEAE ... 115 ALSTROEMERIACEAE ... 116 AMARANTHACEAE ... 120 AMARYLLIDACEAE ... 126 ANACARDIACEAE ... 140 ANNONACEAE ... 144 APIACEAE ... 151 APOCYNACEAE... 157 AQUIFOLIACEAE ... 175 ARACEAE ... 177 ARALIACEAE ... 182 ARECACEAE ... 187 ARISTOLOCHIACEAE ... 196 ASTERACEAE ... 203 BEGONIACEAE ... 287 BERBERIDACEAE ... 301 BIGNONIACEAE ... 303 BROMELIACEAE ... 315 BURSERACEAE ... 398 CACTACEAE ... 402

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BIGNONIACEAE

Lúcia G. Lohmann, Julia Caram Sfair, Nina Pougy Monteiro,

Luiz Antonio Ferreira dos Santos Filho

Bignoniaceae é uma família bem representada no Brasil, abrangendo 390 espécies das quais ca. de 280 são lianas,

70 árvores e 40 arbustos. Das 46 espécies avaliadas, 23 foram consideradas ameaçadas, sendo a maioria espécies

arbóreas, cuja madeira é frequentemente utilizada, levando a um maior risco de extinção. Apesar de a família

incluir espécies amplamente distribuídas, como o paratudo (Tabebuia aurea (Manso) Bentham & Hooker f. ex. S.

Moore) e o ipê-amarelo (Handroanthus serratifolius (Vahl) S. Grose), várias outras espécies com distribuições bem

mais restritas e conhecidas de poucas coleções botânicas, como é o caso de Saparattosperma catingae A.H. Gentry

e Jacaranda bullata A.H.Gentry, ambas apenas conhecidas a partir das coleções-tipo. São espécies que merecem

maiores esforços de coleta para que se possa certificar se de fato estão ameaçadas de extinção. Dentre as espécies

ameaçadas, destacam-se a peroba-do-campo (Paratecoma peroba (Record) Kuhlm.), que foi muito explorada pelas

propriedades madeireiras e imortalizada na música de Tom Jobim, “Águas de março”, e a caixeta (Tabebuia

cassi-noides (Lam.) DC.). Esta, apesar de ainda abundante, é considerada ameaçada, pois sua madeira continua sendo

muito explorada para uso artesanal. Por serem espécies madeireiras, necessitam de estudos específicos sobre o seu

manejo e planos de ação para serem retiradas da lista de espécies ameaçadas de extinção.

Adenocalymma dichilum

A.H.Gentry

Risco de extinção: EN B2ab(ii,iii,iv)

Avaliador: Luiz Antonio Ferreira dos Santos Filho

Data: 10-09-2012

Distribuição: BA; PI

Biomas: Caatinga; Cerrado

Justificativa: Adenocalymma dichilum é uma liana

caracteri-zada por síndrome de polinização quiropterófila e disper-são anemocórica. É endêmica do Brasil, onde é restrita aos biomas Caatinga e Cerrado. Apresenta AOO de 80 km² e poucos registros em coleções científicas. Embora protegida por unidade de conservação no Estado da Ba-hia, no Parque Estadual do Morro do Chapéu e no Par-que Nacional da Chapada Diamantina, encontra-se sob

constante ameaça devido à agricultura e pecuária, além do corte de madeira para a construção civil e produção de carvão. São esforços de coleta a fim de verificar a exis-tência de subpopulações, a viabilidade populacional e o grau de proteção.

Adenocalymma fruticosum

A.H.Gentry

Risco de extinção: EN B1ab(i,iii,iv)+2ab(ii,iii,iv) Þ

Avaliador: Luiz Antonio Ferreira dos Santos Filho

Data: 10-09-2012

Distribuição: BA

Bioma: Caatinga

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Livro vermelho da flora do Brasil

Justificativa: Adenocalymma fruticosum é uma espécie

arbusti-va, com síndrome de dispersão anemocórica. Endêmica do Estado da Bahia, ocorre nos municípios de Abaíra, Caetité, Ibicoara e Mucugê. É restrita ao bioma Caatinga. Apresenta AOO de 28 km² e encontra-se sob três principais situações de ameaça: degradação do solo devido à monocultura da soja, queimadas para a formação de pastagens e dispersão de espécies exóticas. Protegida pelo Parque Nacional da Chapada Diamantina, apresenta poucos registros de coleta em coleções científicas. A última coleta foi realizada em 2005, no município de Mucugê. São necessários investi-mentos em pesquisa científica e esforços de coleta a fim de verificar a existência de subpopulações, considerando a viabilidade populacional e sua proteção.

Adenocalymma magnoalatum

Scud.

Risco de extinção: EN B1ab(i,iii,iv)+2ab(ii,iii,iv) Þ

Avaliador: Luiz Antonio Ferreira dos Santos Filho

Data: 10-09-2012

Distribuição: MG

Bioma: Mata Atlântica

Justificativa: Adenocalymma magnoalatum é uma liana com

síndrome de polinização melitófila e dispersão anemocóri-ca. É endêmica do Estado de Minas Gerais e restrita ao bio-ma Mata Atlântica, onde se desenvolve em Floresta Tropical Úmida, Campos Rupestres e Floresta Estacional. Apresenta AOO de12 km². É protegida por unidades de conservação nos Parques Estaduais do Rio Doce e do Itacolomi. Apre-senta apenas quatro registros de coleta em coleções cientí-ficas, sendo a última do ano de 2006, no Parque Estadual do Itacolomi. Encontra-se sob a ameaça de queimadas em sua área de ocorrência. São necessários investimentos em pesquisa científica e esforços de coleta a fim de verificar a existência de subpopulações, considerando a viabilidade populacional e sua proteção.

Adenocalymma ubatubense

Assis & Semir

Risco de extinção: CR*B2ab(ii,iii,iv) Þ

Avaliador: Luiz Antonio Ferreira dos Santos Filho

Data: 10-09-2012

Distribuição: SP

Bioma: Mata Atlântica

Justificativa: Adenocalymma ubatubense é uma liana com

síndrome de dispersão anemocórica. É endêmica da re-gião de Ubatuba, no Estado de São Paulo e restrita ao bioma Mata Atlântica, onde se desenvolve em Restinga. É conhecida apenas pelo material tipo. Apresenta AOO de 4 km². Encontra-se em constante ameaça, devido principalmente à expansão imobiliária e às atividades de turismo. A região de Ubatuba perdeu cerca de 75% da vegetação nativa até o ano de 2011. São necessários inves-timentos em pesquisa científica e esforços de coleta a fim de verificar a existência de subpopulações, considerando a viabilidade populacional e sua proteção.

Anemopaegma arvense (Vell.) Stellfeld ex de

Souza

Risco de extinção: EN A2cd

Avaliador: Luiz Antonio Ferreira dos Santos Filho

Data: 17-09-2012

Distribuição: BA; CE; DF; GO; MA; MG; MS; MT;

PE; PR; RJ; RO; SP; TO

Biomas: Amazônia; Caatinga; Cerrado; Mata

Atlântica; Pantanal

Justificativa: Anemopaegma arvense é conhecida

popular-mente como catuaba, alecrim-do-campo e catuabinha. São subarbustos terrícolas, deciduifólios, hermafroditas, apresentando síndrome de polinização melitófila e

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disper-|

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são anemocórica. São plantas autocompatíveis e agamos-pérmicas. Não é endêmica do Brasil, ocorrendo também na Bolívia e no Paraguai. No Brasil, além da distribuição nos Estados supracitados, tem indicações de ocorrência também na Bahia, Ceará e Maranhão. É adaptada ao fogo, sendo bastante difundida no comércio de plantas medi-cinais. Extratos da espécie foram patenteados por grupos de pesquisas japoneses para fins cosméticos. A grande ex-ploração da espécie e ausência de cultivo no país para fins comerciais causaram um declínio populacional de 50% nos últimos 10 anos. Mesmo ocorrendo em diversas unidades de conservação, encontra-se ameaçada devido ao intenso desmatamento do bioma Cerrado e a sua ex-ploração in situ. São esforços de coleta a fim de verificar a existência de subpopulações, a viabilidade populacio-nal e sua proteção, além da elaboração de um plano de manejo adequado, que viabilize a exploração da espécie.

Anemopaegma mirabile

(Sandwith) A.H.Gentry

Risco de extinção: CR*B2ab(ii,iii,iv) Þ

Avaliador: Luiz Antonio Ferreira dos Santos Filho

Data: 10-09-2012

Distribuição: MA

Bioma: Caatinga

Justificativa: Anemopaegma mirabile é um arbusto

endê-mico do Brasil, ocorrendo no Estado do Maranhão e, possivelmente, no Piauí. É restrita ao bioma Caatin-ga, onde cresce em Florestas Secas. Apresenta AOO de 4 km². É conhecida apenas por dois registros de cole-ta, datados de 1964. Não está protegida por unidades de conservação. Encontra-se constantemente ameaçada pelo intenso desmatamento que assola os Estados do Piauí e, principalmente, o Maranhão. São necessários in-vestimentos em pesquisa científica e esforços de coleta

a fim de verificar a existência de subpopulações, con-siderando a viabilidade populacional e sua proteção.

Digomphia densicoma

(Mart. ex DC.) Pilg.

Risco de extinção: VU D2

Avaliador: Luiz Antonio Ferreira dos Santos Filho

Data: 10-09-2012

Distribuição: AM

Bioma: Amazônia

Justificativa: Digomphia densicoma caracteriza-se por

ar-bustos ou árvores terrícolas. Não é endêmica do Brasil, ocorrendo também na Colômbia, Venezuela e Guyana. É restrita ao bioma Amazônia, crescendo em áreas abertas e Campos de Altitude, entre 400 e 1.200 m de altitude. Tem distribuição restrita com grande parte dos registros

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Livro vermelho da flora do Brasil

de coleta sendo proveniente de Serra do Aracá, no Es-tado do Amazonas. Está sujeita a uma futura situação de ameaça: o plano de desenvolvimento da região Amazôni-ca, com a implementação de estradas e consequente ur-banização de áreas até então inacessíveis. São necessários investimentos em pesquisa científica e esforços de coleta a fim de verificar a existência de subpopulações, conside-rando a viabilidade populacional e sua proteção.

Fridericia crassa

(Bureau & K.Schum.)

L.G.Lohmann

Risco de extinção: VU D2 Þ

Avaliador: Luiz Antonio Ferreira dos Santos Filho

Data: 10-09-2012

Distribuição: MA; PI

Biomas: Caatinga; Cerrado

Justificativa: Fridericia crassa é uma liana endêmica do

Bra-sil e restrita aos biomas Cerrado e Caatinga. Ocorre em menos de cinco situações de ameaça. Apresenta EOO de 59.080,48 km². Está protegida pela unidade de conserva-ção Parque Nacional da Serra da Capivara. Encontra-se ameaçada pelo intenso desmatamento, já que os Estados do Maranhão e Piauí são o primeiro e o quinto, respec-tivamente, em deflorestamento da vegetação de Cerra-do. São necessários investimentos em pesquisa científica e esforços de coleta a fim de verificar a existência de subpopulações, considerando a viabilidade populacional e sua proteção.

Handroanthus arianeae

(A.H.Gentry) S.Grose

Risco de extinção: EN B2ab(ii,iii,iv) Þ

Avaliador: Luiz Antonio Ferreira dos Santos Filho

Data: 10-09-2012

Distribuição: BA; ES; MG

Biomas: Caatinga; Mata Atlântica

Justificativa: Handroanthus arianeae é uma árvore perene

com síndrome de dispersão anemocórica. É endêmica do Brasil e restrita ao bioma Mata Atlântica. Tem registros de coleta nos Estados do Espírito Santo, Bahia e Minas Gerais, entretanto, especialistas apontam sua ocorrência somente no Espírito Santo. Tem AOO de 20 km². Apesar de protegida pela unidade de conservação Reserva Natu-ral da Companhia Vale do Rio Doce, onde o material-ti-po foi coletado, os municípios nos quais a espécie ocorre sofreram intensa perda de seus hábitats naturais. No Esta-do Esta-do Espírito Santo, os municípios de Linhares e Soo-retama perderam cerca de 79% e 60%, respectivamente, da cobertura vegetal original; na Bahia, o município de Mata de São João, 81% e, em Minas Gerais, o município de Carangola, 92%. Apresenta poucos registros de coleta; a última foi realizada em Sooretama em 2007. São neces-sários investimentos em pesquisa científica e esforços de coleta a fim de verificar a existência de subpopulações, considerando a viabilidade populacional e sua proteção.

Handroanthus riodocensis

(A.H.Gentry)

S.Grose

Risco de extinção: EN B2ab(ii,iii,iv) Þ

Avaliador: Luiz Antonio Ferreira dos Santos Filho

Data: 10-09-2012

Distribuição: BA; ES; MG

Bioma: Mata Atlântica

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Justificativa: Handroanthus riodocensis, conhecida popular-mente como ipê-amarelo e pau-d’arco-flor-de-algodão, é uma espécie secundária que ocupa o estrato médio--superior da floresta e caracteriza-se por árvores de até 35 m de altura, terrícolas, perenes, deciduifólias, hermafro-ditas, apresentando síndrome de dispersão anemocórica. Endêmica do Brasil, ocorre nos Estados da Bahia, Espírito Santo e Minas Gerais, até 200 m de altitude. É restrita ao bioma Mata Atlântica, onde é encontrada em Flores-ta Ombrófila. ApresenFlores-ta AOO de 20 km². Está protegi-da pelo Parque Estadual do Rio Doce e pelas Reservas Biológica de Sooretama e Natural da Companhia Vale do Rio Doce. Estima-se que existam 2.000 indivíduos maduros na natureza. Encontra-se sob constante ameaça devido ao deflorestamento nos municípios onde ocorre. Em Jussari (BA), por exemplo, a perda da vegetação nativa foi de 95%; em Alegre (ES), de 90%, em Linhares (ES), de 85% e, em Sooretama (ES), de 60%. São necessários investimentos em pesquisa científica e esforços de coleta a fim de verificar a existência de subpopulações, conside-rando a viabilidade populacional e sua proteção.

Handroanthus spongiosus (Rizzini) S.Grose

Risco de extinção: EN B2ab(ii,iii,iv) Þ

Avaliador: Luiz Antonio Ferreira dos Santos Filho

Data: 10-09-2012

Distribuição: BA; MG; PE; PI

Biomas: Caatinga; Cerrado; Mata Atlântica

Justificativa: Hadroanthus spongiosus, conhecida popular-mente como cascudo, ipê-cascudo, sete-cascas ou ipê amarelo, é uma árvore de até 8 m de altura, terrícola, perene, deciduifólia e hermafrodita, com síndrome de dispersão anemocórica. Endêmica do Brasil, ocorre nos

biomas Caatinga, Cerrado e Mata Atlântica, onde se desenvolve preferencialmente em solos arenosos, sava-na estépica florestada, florestas sazosava-nalmente secas e em estágios intermediários de sucessão, até aproximada-mente 450 m de altitude. Apresenta AOO de 164 km², e encontra-se sujeita a três situações de ameaça: agri-cultura, pecuária e exploração madeireira. Estima-se um total aproximado de 1.050 indivíduos maduros na natureza. Está protegida pelo Parque Estadual da Mata Seca. Sua semente tem valor comercial. São necessá-rios investimentos em pesquisa científica e esforços de coleta a fim de verificar a existência de subpopulações, considerando a viabilidade populacional e sua proteção.

Jacaranda carajasensis A.H.Gentry

Risco de extinção: CR*B2ab(ii,iii) Þ

Avaliador: Luiz Antonio Ferreira dos Santos Filho

Data: 10-09-2012

Distribuição: PA

Bioma: Amazônia

Justificativa: Jacaranda carajasensis é uma espécie arbórea de até 15 m de altura, hermafrodita e iterópara, com síndrome de dispersão anemocórica. Restrita ao bioma Amazônia, é endêmica do Estado do Pará, desenvolven-do-se apenas nos campos ferruginosos da Serra dos Ca-rajás. Apresenta AOO de 4 km². É conhecida somente pelo material tipo, coletado no município de Marabá em 1977. A espécie encontra-se sob constante ameaça devi-do à exploração de minério de ferro que assola a região de Carajás. Apesar de existir uma unidade de conserva-ção na sua região de ocorrência, a Floresta Nacional de Carajás, não há registro da espécie para o local. São ne-cessários investimentos em pesquisa científica e esforços de coleta a fim de verificar a existência de subpopulações, considerando a viabilidade populacional e sua proteção.

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Livro vermelho da flora do Brasil

Jacaranda crassifolia

Morawetz

Risco de extinção: EN B1ab(ii,iii,iv) Þ

Avaliador: Luiz Antonio Ferreira dos Santos Filho

Data: 10-09-2012

Distribuição: MG; RJ

Bioma: Mata Atlântica

Justificativa: Jacaranda crassifolia é uma árvore de até 12 m

de altura, perene, hermafrodita e iterópara, com síndrome de dispersão anemocórica. Endêmica do Estado do Rio de Janeiro e Minas Gerais, ocorre no Parque Nacional do Itatiaia, entre 500 e 1.000m de altitude. Apresenta EOO de1.275,95 km² e está sujeita a duas situações de ameaça: a ocupação humana com uso dos recursos do Parque e as atividades agropastoris. Espécie restrita ao maciço de Itatiaia, encontra-se muito pouco representada em

cole-ções científicas. Não é coletada desde 1995, o que pode indicar uma alta raridade ou um declínio populacional da espécie. São necessários investimentos em pesquisa cien-tífica e esforços de coleta a fim de verificar a existência de subpopulações, considerando a viabilidade populacional e sua proteção.

Jacaranda egleri

Sandwith

Risco de extinção: CR*B2ab(ii,iii,iv) Þ

Avaliador: Luiz Antonio Ferreira dos Santos Filho

Data: 10-09-2012

Distribuição: AM; PA

Bioma: Amazônia

Justificativa: Jacaranda egleri é um arbusto de até 0,5 m de

altura, perene e hermafrodita, com síndrome de dispersão anemocórica. É endêmica dos Estados do Pará e Ama-zonas, onde ocorre apenas nas margens do Rio Cururú, a aproximadamente 200 m de altura. É restrita ao bio-ma Abio-mazônia, onde se desenvolve em planícies alagadas. Apresenta AOO de 8 km², e sua região de ocorrência encontra-se severamente fragmentada devido ao intenso desmatamento causado pela especulação de terras, pecuá-ria e monoculturas da soja e algodão, além da exploração madeireira. Espécie de distribuição restrita, é conhecida apenas por três registros de coleta, todas feitas há mais de 40 anos. Encontra-se sob constante ameaça devido ao processo de ocupação da região amazônica, principal-mente pela implementação da Rodovia Transamazônica, que acarretou um acelerado processo de expansão urba-na. São necessários investimentos em pesquisa científica e esforços de coleta a fim de verificar a existência de subpopulações, considerando a viabilidade populacional e sua proteção.

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Jacaranda grandifoliolata A.H.Gentry

Risco de extinção: EN B2ab(ii,iii,iv) Þ

Avaliador: Luiz Antonio Ferreira dos Santos Filho

Data: 10-09-2012

Distribuição: BA; PB

Biomas: Caatinga; Mata Atlântica

Justificativa: Jacaranda grandifoliata, conhecida

popular-mente como caroba e carobinha, é uma espécie arbus-tivo-arbórea, que pode atingir até 3 m de altura, sendo perene, hermafrodita e iterópara, e apresentando síndro-me de dispersão anemocórica. Endêmica do Brasil, tem registros de coleta nos Estados da Bahia e Paraíba, entre-tanto, especialistas apontam sua ocorrência somente na Bahia. Encontrada nos biomas Mata Atlântica e Caatinga, desenvolve-se em Restinga, Campos Rupestres e caatin-ga arbustiva, até 50 m de altitude. Apresenta AOO de 44 km². A espécie encontra-se sob constante ameaça devi-do à intensa supressão de seus hábitats, a qual, em alguns municípios de ocorrência, ultrapassa 90%, como é o caso de Lençóis e Alcobaça. São necessários investimentos em pesquisa científica e esforços de coleta a fim de verificar a existência de subpopulações, considerando a viabilidade populacional e sua proteção.

Jacaranda intricata

A.H.Gentry & Morawetz

Risco de extinção: CR B2ab(ii,iii,iv) Þ

Avaliador: Luiz Antonio Ferreira dos Santos Filho

Data: 10-09-2012

Distribuição: GO

Bioma: Cerrado

Justificativa: Jacaranda intricata é uma espécie arbustiva de até 1 m de altura, perene, hermafrodita e iterópara, com

síndrome de dispersão anemocórica. Endêmica do Es-tado de Goiás, mais especificamente da Serra dos Cris-tais, ocorre em Campos Rupestres, entre 1.100 e 1.200 m de altitude. Restrita ao bioma Cerrado, está sujeita a uma situação de ameaça. Apresenta AOO de 8 km². Co-nhecida por escassos registros de coleta, não é recoletada desde 1980. Encontra-se sob constante ameaça devido à extração de cristais e agricultura. São necessários in-vestimentos em pesquisa científica e esforços de coleta a fim de verificar a existência de subpopulações, con-siderando a viabilidade populacional e sua proteção.

Jacaranda microcalyx A.H.Gentry

Risco de extinção: EN B2ab(ii,iii,iv) Þ

Avaliador: Luiz Antonio Ferreira dos Santos Filho

Data: 10-09-2012

Distribuição: BA; PE

Bioma: Mata Atlântica

Justificativa: Jacaranda microcalyx é uma espécie arbórea pe-rene e hermafrodita, com síndrome de dispersão anemo-córica. Endêmica do Brasil, há registros de coleta nos Esta-dos da Bahia, Pernambuco, Espírito Santo e Minas Gerais, entretanto, especialistas apontam sua ocorrência somente na Bahia e em Pernambuco. É encontrada em terras bai-xas litorâneas, abaixo dos 50 m de altitude, e em sistemas agroflorestais. Apresenta AOO de 24 km² e está sujeita a menos de cinco situações de ameaça. Pouco representada em coleções científicas, foi coletada pela última vez em 1993, na Estação Biológica de Santa Lúcia. Encontra-se sob constante ameaça devido à supressão de seus hábi-tats – alguns municípios onde a espécie ocorre perderam mais de 90% de vegetação original, como os municípios de Gandú, Ubaitaba e Ipojuca, por exemplo. São neces-sários investimentos em pesquisa científica e esforços de

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Livro vermelho da flora do Brasil

coleta a fim de verificar a existência de subpopulações, considerando a viabilidade populacional e sua proteção.

Jacaranda rugosa A.H.Gentry

Risco de extinção: EN B2ab(ii,iii,iv) Þ

Avaliador: Luiz Antonio Ferreira dos Santos Filho

Data: 10-09-2012

Distribuição: BA; PE

Bioma: Caatinga

Justificativa: Jacaranda rugosa é uma arvoreta de até 4 m de altura, terrícola ou saxícola, perene, heliófita, auto--incompatível, hermafrodita e iterópara, com síndrome de polinização melitófila e dispersão anemocórica. En-dêmica do Brasil, ocorre nos Estados de Pernambuco e Bahia. É restrita ao bioma Caatinga, onde se desenvolve

em solos arenosos e pedregosos. Tem dois picos de flora-ção, porém, com baixa produção de flores em cada pico. Apresenta AOO de 32 km², e está sujeita a três situações de ameaça: agricultura com a consequente degradação do solo, pecuária bovina e exploração madeireira. Cerca de 92% dos gineceus de suas flores são danificados por

Trigona spinipes (abelha), o que explica sua baixa

produ-tividade de frutos (cerca de 1,5%). Encontra-se pouco representada em coleções científicas, porém há coletas recentes. Está protegida pelo Parque Nacional Serra do Catibau. São necessários investimentos em pesquisa cien-tífica e esforços de coleta a fim de verificar a existência de subpopulações, considerando a viabilidade populacional e sua proteção.

Paratecoma peroba

(Record) Kuhlm.

Risco de extinção: EN B2ab(ii,iii,iv,v) Þ

Avaliador: Luiz Antonio Ferreira dos Santos Filho

Data: 10-09-2012

Distribuição: ES; MG; RJ

Biomas: Caatinga; Mata Atlântica

Justificativa: Paratecoma peroba, conhecida popularmente por ipê-peroba, peroba e peroba-do-campo, é uma es-pécie secundária inicial ou tardia, de árvores emergentes. Alcança mais de 40 m de altura, sendo terrícola, anual, deciduifólia e hermafrodita, e apresenta síndrome de dis-persão anemocórica. Tem tempo de geração de aproxi-madamente 15 anos. Desenvolve-se em Florestas Estacio-nais Semideciduais e Florestas Úmidas de terras baixas. Ocorre nos Estados de Minas Gerais, Espírito Santo e Rio de Janeiro, em até 50 m de altitude. Apresenta AOO de 96 km² e seus hábitats de ocorrência encontram-se severamente fragmentados. Apesar de protegida por algu-mas unidades de conservação e utilizada em plantios de

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restauração florestal, é uma espécie com histórico de in-tensa exploração devido ao seu alto potencial madeireiro, principalmente para a confecção de móveis finos. Hoje é considerada possivelmente extinta no Estado do Rio de Janeiro. São necessários investimentos em pesquisa cientí-fica e esforços de coleta a fim de vericientí-ficar a existência de subpopulações, considerando a viabilidade populacional e sua proteção.

Pleonotoma bracteata

A.H.Gentry

Risco de extinção: VU D2 Þ

Avaliador: Luiz Antonio Ferreira dos Santos Filho

Data: 10-09-2012

Distribuição: PA

Bioma: Amazônia

Justificativa: Pleonotoma bracteata, conhecida popular-mente como cipó-quira, é uma liana terrícola, perene e hermafrodita, com síndrome de polinização melitófila e dispersão anemocórica. Endêmica do Brasil, ocorre entre 50 e 150 m de altitude. É restrita ao bioma Amazônia, onde se desenvolve em Florestas Úmidas e Capoeiras, se-guindo o curso dos Rios Amazonas e Tocantins e seus afluentes. Está sujeita a uma situação de ameaça: o intenso desmatamento que assola a região onde ocorre. O Esta-do Esta-do Amazonas perdeu, entre os anos de 2006 e 2011, cerca de 3.504 km², e o Pará, 27.851 km², de suas vege-tações nativas. É possível que por se tratar de uma liana esteja pouco representada em coleções científicas, tendo sido coletada pela última vez em 1992, no município de Santarém (PA). Está protegida pelo Parque Nacional de Tapajós. São necessários investimentos em pesquisa cien-tífica e esforços de coleta a fim de verificar a existência de subpopulações, considerando a viabilidade populacional e sua proteção.

Sparattosperma catingae

A.H.Gentry

Risco de extinção: EN B1ab(ii,iii,iv) Þ

Avaliador: Luiz Antonio Ferreira dos Santos Filho

Data: 10-09-2012

Distribuição: BA

Biomas: Caatinga; Mata Atlântica

Justificativa: Sparattosperma catingae é uma árvore perene

e hermafrodita, com síndrome de dispersão anemocóri-ca. Endêmica do Estado da Bahia, pode ser encontrada nos municípios de Maracás e Jequié. Conhecida apenas pela coleta-tipo, realizada em Maracá, foi recoletada em 2007, em Jequié. Apresenta EOO de 522,19 km², e seus hábitats de ocorrência estão severamente fragmentados. Está representada em coleções científicas por apenas três registros de coleta. São necessários investimentos em pes-quisa científica e esforços de coleta a fim de verificar a existência de subpopulações, considerando a viabilidade populacional e sua proteção.

Tabebuia cassinoides

(Lam.) DC.

Risco de extinção: EN B2ab(ii,iii,iv) Þ

Avaliador: Luiz Antonio Ferreira dos Santos Filho

Data: 10-09-2012

Distribuição: BA; ES; MG; PR; RJ; SP

Biomas: Caatinga; Cerrado; Mata Atlântica

Justificativa: Tabebuia cassinoides, conhecida popularmente

como caixeta e pau-de-tamanco, é uma árvore de até 18 m de altura, aquática ou terrícola, perene e hermafrodi-ta, com capacidade de rebroto, síndrome de polinização melitófila e dispersão anemocórica e/ou hidrocórica. É endêmica do Brasil. Apresenta AOO de 456 km², e seus hábitats de ocorrência encontram-se severamente

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Livro vermelho da flora do Brasil

mentados. Apesar de protegida por unidades de conser-vação, é uma espécie bastante explorada devido ao seu uso madeireiro. Tem madeira leve, sendo considerada a segunda melhor madeira do mundo para produção de lápis, utilizada também na confecção de tamancos, ins-trumentos musicais e brinquedos e no artesanato. Atual-mente, restam poucas subpopulações viáveis para a ex-ploração comercial. Apenas o Estado de São Paulo dispõe de legislação regulamentando sua exploração. A Reso-lução SMA n° 11, de 13 de abril de 1992, estabelece que apenas indivíduos com DAP maior que 15 cm po-dem ser cortados, e exige a manutenção de pelo me-nos 20 indivíduos por hectare. Entretanto, é necessária a permanência de pelo menos 75 indivíduos reprodutivos por hectare, distribuídos de forma homogênea pela área. Ademais, seria preciso garantir um ciclo de corte de 16 anos. Recomendam-se investimentos em pesquisa cien-tífica e esforços de coleta a fim de verificar a existência de subpopulações, considerando a viabilidade populacio-nal e sua proteção, além da elaboração de um plano de manejo adequado que viabilize a exploração da espécie.

Zeyheria tuberculosa

(Vell.) Bureau ex Verl.

Risco de extinção: VU A2cd

Avaliador: Luiz Antonio Ferreira dos Santos Filho

Data: 10-09-2012

Distribuição: AL; BA; CE; DF; ES; GO; MA; MG;

MS; PE; PR; RJ; SP

Biomas: Amazônia; Caatinga; Cerrado; Mata

Atlântica

Justificativa: Zeyheria tuberculosa, conhecida popularmente

como buxo-de-boi, culhões-de-bode e ipê-branco, é uma árvore terrícola, perene, heliófita e hermafrodita, com síndrome de dispersão anemocórica. Não é endêmica do Brasil, ocorrendo também na Bolívia. Está protegida por

diversas unidades de conservação. Trata-se de uma espé-cie pioneira bastante rústica, que se desenvolve em pasta-gens e coloniza áreas degradadas. Tem madeira de ótima qualidade, utilizada na construção civil, na fabricação de cercas e ferramentas. Suas sementes têm valor comercial, e a espécie também é utilizada na recuperação de áreas degradadas. Nos últimos 30 anos, a espécie sofreu um declínio populacional superior a 30%, devido à sobreex-plotação, considerada a principal ameaça à espécie. É ne-cessária a elaboração de um plano de manejo adequado.

Equipe Técnica

Analista: Julia Caram Sfair

Analista SIG: Nina Pougy Monteiro

Avaliador: Luiz Antonio Ferreira dos Santos Filho Revisora: Tainan Messina

Referências

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