• Nenhum resultado encontrado

1AMM. - i. a» / i « DA «PERACAO DO TUMOR E FISTULA DO RIO DE JANEIRO, ACERCA QUE FOI APRESENTADA A FACULDADE DE MEDICINA DO RIO DE JANEIRO

N/A
N/A
Protected

Academic year: 2021

Share "1AMM. - i. a» / i « DA «PERACAO DO TUMOR E FISTULA DO RIO DE JANEIRO, ACERCA QUE FOI APRESENTADA A FACULDADE DE MEDICINA DO RIO DE JANEIRO"

Copied!
47
0
0

Texto

(1)

>

o

,í\.

-

i

/

i « ACERCA ¥T

DA

«

PERACAO

A

DO

TUMOR

E FISTULA DO

S A C O L A C R I M A L

PRECEDIDA

JJJí

«

t®&sMw&

Af

£aä

üù'ji'ji'js

ws

ífJi

æ

matawM

.

1

AMM

QUE FOIAPRESENTADAAFACULDADE DEMEDICINADO RIO DEJANEIRO

E SUSTENTADA EM 7 DE DEZ EAIliRO DE 1842,

POR

NATURALDA VIELA DE CA SCA ES,

Doutor em Medicina pela mesma Faculdade.

Monoeuvre nes’adresse qu’aumédecin ocu-liste,dontle butprincipalest detrouverdes

enscignemens,quil'aidentàseformerunemé -thode de traitementheureuseet rationelle.

Jungken,introductionautraitédes

maladiesdes yeux,

RIODE JANEIRO

,

TfPOGRAPFIIADODIARIO

,

DEN

.

L

.

VIANWA

.

(2)

;?

.

4

*»

1

)

0

IMO DE

JANEIRO

.

*

OsSENHORESDOUTORES

Lentes Proprietários.

José Martins da CruzJobim Director.

ANNOS

kPhysica Medica

.

'

BotanicaMedica, eprincí pios«b

-( montaresde Zoologia

.

rChimica Medica, eprincí pios

clo-,

'

mentaresde Mineralogia.

I

J

.

Maurício N

.

Garcia

..

Examinador

.

(

Anatomia geral, e dcscriptiva

.

jAnatomia geral , edcscriptiva.

(Physiologia.

,Pathologiaexterna

.

^

Pathologia interna

.

Pharmacia, Materia Medica, espe

-cialmenteaBrasileira,Therapeu

-tica ,e Arte deFormular

.

Operações, AnatomiaTopographi

-en , e Apparel lios.

Partos, Moléstiasde mulheres pe

-rl jadas , eparidas, cde meninos

recem

-

nascidos

.

\Hygiene, e Historia deMedicina

.

1 Medicina Legal

.

F. de P.Cândido. l.°< (F

.

F

.

Allemao J

.

V. Torres Homem à

.

0

^

(

.

1. Mauricio N

.

Garcia 3.0 L

.

F

.

Ferreira

.

..

.Examinador J

.

J

.

daSilva

i

J

.

J.deCarvalho

.

Presidente

.

C

.

B

.

Monteiro 5

.

°

<

jF

.

J. Xavier ( \

.0)T

.

G.dosSantos.. .Supplenle IJ . M. daC. Jobim

Clinica externa , c Anatomia Pa

-thologien respective

.

Ciinica interna

,

e Anatomia

Pa-thologien respective. M

.

F

.

P

.

deCarvalho, Manoel deV

.

Pimentel LENTESSUBSTITUTOS. A

.

T. de Aquino A. F

.

Martins J

.

B

.

da ltoza L. deA. P. daCunha D.M.d’A

.

Americano

.

, L. daC. Feijó

.

I

Secçãode Sciencias Accessorius,

j

Secção Medico,

j

SecçãoCirúrgica

.

Examinador

.

Examinator

Secretario

0Sr

.

Dr. Luiz Carlos da Fonseca

.

y.D. AFaculdadenãoapprove ,nemdesaprova as opiniõesemiuidasnasTheses,quelhe sãoapresentadas

.

(3)

•**

< A*

MIMIAEXTREMOSAEMD1TO PRESADA MÃK,

AILLM

.

ASRA I)

.

IGNAC1AMARIADEJESUSLOBO

SENHORA.

Como se nãobastassemas dores e aslagrimas , quevoscustouminhaexistê

n-cia, veioainda minha educaçãoexigir,a despeitodovossosexo, que reduplicns

-seis esforços c fadigas, para queumdiavossofilho podesseserdignode vós e da

sociedade

.

Orfao

dc

pai desde a idade decincoannos , entregueunicamenteaos

vossosdisvelosecuidados, euvos viporespaçodequatrolustrosguiar sempre nacarreira dojustoe dohonesto meusmal segurospassos

.

Scportando

-

vos

d’est'arte , Sr

."

,cumpristes umdever religioso, porém diílicil,que vos era

imposto , se qualoutra Ariadnaincdestesolio,quenoverdordosannosme

devia guiar ,parasalvar

-

modos embates dacorrupção, cdasvicissitudesd’este

mundo

.

vosso coração hoje deverá trasbordar dealegria, porque vossosvotos

forao satisfeitos

.

Existência ,educação,fortuna , e posiçãosocial , tudo vosdevo ;eaquem

se-não a vóspertenciacommaisdireitooprimeirofructodcminhas lucubrações

Dignai

-

vospois ,Sr

.

*,acceital

-

otalqualelleé,enãocomo dcscjàra que fôsse,

em signal do muito amor, quevostem

ovosso amante eobediente filho

.

A

SUDOSA MEMORIA DE MEU MITTOAMADOK MATA ASSÃS CHORADOTio

.

O ILLM

.

° SR. COMMENDADOR FR

.

LUIZTEIXEIRA FORO. Sinceraexpressão«lamais viva doredeelernasaudade

.

A

MINHACARINHOSA A VÓ,

AILLM

.

ASRA

.

D

.

ESPERANÇ A 1GNAC1A PEREIRA

.

Demonstraçãodamaiscordial nmisade.

(4)

A O I L L M* R I A M

.'

S K

.

FRANCISCO

CORDEIRO

DASILVA TORRES,

MareclialdeCampo,

Conselheiro

d'Estado Ordinário deS

.

M.I.,Voador das SS. AA

.

II

.

, GrandeDignitárioda ImperialOrdemda Rosa,Officialda Imperial

OrdemdoCruzeiro

, Cavalleiro

da de S

.

Reatod’Aviz,Lentojubiladode matbe

-maticns ,cum dosprimeirosfundadores daEscolaMilitar, Inspector Geralda CaixadaAmortisação, Presidente da substituiçãodasnotas,SocioHonoráriod«»

Instituto Hisloricoo GoographicoBrasileiro , PresidentedaSociedadeAuxi

-liadora da Industria Nacional ,PresidenteHonorário da SociedadePolythechniea PraticadePariz ,e demuitasoutrassociedadesscientiGcas , &c., &c

.

K\M

.

°SR.

De ha muito queeuaguardava ensejo, cm quepodesse mostrar a V

.

Ex. o quanto em mim tem caladoossentimentos d’estima eamisade, com que

me ha V

.

Ev. honrado

.

Pareceu

-

me a presente*occasião muito propria para

saldar tãogrande divida,dedicandoaV

.

Ex

.

oprimeiromeutrabalho litterario, emtestemunho publico do grande apreço,emqueasdevo1er

.

Nemé só este,

Exm

.

° Sr

.

, o motivo d’esta pequena e insignificantededicatória que faço :

tive ainda outro incentivo, qual odeescudal

-

a com o respeitogeralmente

tributado ao sabioc.respeitávelnomede V

.

Ex

.

, aquemestãointimamente li

-gadas as idóasde bom esposo, melhor pai ,cidadãohonrado

,

prestimoso, e

desinteressado, ecujos bons serviços em prólda patriacontãoumaserie de annos nunca interrompida

.

Receyobem, Exm

.

° Sr

.

,

teroflendido amodéstia deV

.

Ex

.

,c nãoobstante, nãocreio que alguémhaja , queao lórasminhasexpressõespense queothuri

-bulo da vil lisonja queimou podres incensos , fantasiando aquillo

,

que não existe; cmprovadocontrario basta lembrarquea vidadeV

.

Ex

.

querpublica, quer particular

,

apezar da alta posição em que V

.

Ex

.

se achacollocado ,tem sempreatravessado incólumee immaculadapor entreesseturbilhão de dissenções políticas, que desgraçadamenteassolandoesteabençoadoPaiz

,

não

poupou

ainda os dosseusmais lcaesemelhores servidores

.

Permitti pois, Exm

.

° Sr , que por occasiáodeoffercceraV.Ex.estemisero quadro de minha incapacidade , dôexpansãoaosfirmesvotosdomeu coração , uma vez quetenhoa honrademeassiguar

De V

.

Ex.

Amigosinceroeobrigado

(5)

A O l l.L M l i EX.M’SKNIIOK

JVíA£ 'dJJlíílV MJS JTJ

a

&JtJJj ÙMWMJtVt/6

*

do seuConselho, Comuicndador da Or

-Moço Fidalgoda Casa do S

.

M

.

I.

demdeChristo ,CavalleirodasImperiaes Ordensdo Cruzeiro , e daRozn,

Ministro doSupremo Tribunal de Justiça,Socio eílcctivodo Instituto llisto

-rico eGcographico Brasileiro, e da Sociedade Auxiliadora do Industria Nacional,&c. &c

.

Pequeno signaldealta consideração,estimaereconhecimento.

V

TODOSOSMEUS DIGNOS K VERDADEIROS AMIGOS

K M U I T O E M P A R T I C U L A R

AOSIU.ISTMSSIMOSSBMIORES

!)r. LuJgeroda Rocha FerraraLapa.

Nuno Alves Pereira dc Mello Cardoso.

L)r

.

Joaquim CardosodcMenezes c Souza.

Miguel José deMello.

Dr

.

JoãoCaetanoda Costa c Oliveira.

Etenirn ,cum omnibus virtutibus meaffectumesse cupiam, tarnen nihilest, quod malim, quam me et graturnesse , et videri

.

Ilaccestenim una virtus non solum maxima

,

sedetiammater virtutumomnium reliquarum

.

(6)

.

•*.

*

\0S

DISTINCTOS

PROFESSORESDA ESCOLA DE MEDICINA DO RIODEJANEIRO ,

COM MUTAESPECIALIDADE

AOSILLUS

.

SRS. yjiÿf j s j t j jùBQ&fflsss

Cavalleiro daOrdem de Christo, Dr

.

em Medicinapela Faculdadedo Riode

Janeiro , formadocmCirurgia pelaAcademiaMedico

-

Cirurgica

,

Lente de Me

-dicinaOperatória ,Anatomiatopographica, eapparclhosdamesma Faculdade,

Membro Titular daAcademia ImperialdeMedicina

,

Socio Correspondentedo

InstitutoHisloricoeGeographicoBrasileiro,cVc

.

, &c

.

Cavalleiroda OrdemdeChristo, Dr

.

cmMedicinapelaFaculdade do Riode

Janeiro, formado cm Cirurgia pela Academia Medico

-

Cirurgica, Lente de

Clinica externa ,eAnatomiapathologica respective da mesma Faculdade , pri

-meiroCirurgião doHospitaldaMizcricordia,MembroTitular daAcademia ImperialdeMedicina, Coronel Honorário , cCirurgiãoMór doexercitoem operaçõesna ProvínciadoS

.

PedrodoSul , Inspector Geraldos Hospitaes Militaresdamesma Província ,com superintendência sobre lodos os Cirur

-giõesMilitares nellaempregados,&c

.

, &c

.

SENHORES

.

Nestaoccasido ,nestemomento

,

omais solcninedaminha vidacudevo

.

para

nãoser taxado doingrato, fazer altamenteouvir a imperiosavozdoreconhe

-cimentoásmaneiras affaveisedelicadas,á distineção, esobretudoáamisa

-de ,que concedestesao vossodiscí pulo

.

Ouizera eu, Dignos Ornamentos dn Cirurgia Brasileira , accrescentarneste

lugar algumas folhasábrilhantecorõa, que adorna vossasfrontes ;quizeraeu

pintarcoinasmais vivascôrestodososesforços ,toda alocução

,

que da cadeira

doMagistérioempregaispara dilïundira Hella scienciadeHypocratespela mo-cidade, que a cilasededica

.

Mas, sobre serlongo c nãomui proprio do lugar,

accrcscc quepara tonto6poucosonora minha voz , mal aparada minha pennn

.

Limitar

-

me

-

hci portanto a pedir

-

vos, quevosdigneisacccitaresta minha dedicatória ,coxalápossacsenxergarn’cllaumaprovadaamisade,queparatodo

osemprevosconsagrará

Vosso discipulo e ainigo

(7)

PllOLOGO

.

E’sem d úvida tarefa ingrata c nada comcsinha escrever umathese;á cer

-tamentc ainda maisarduacscrevcl

-

a bem

.

A umobjecto,

que

nãoseja scien

-tific©, lodo o estilo quadra, não ha dicção , que forme contraste assumpto; masquando não 6 d’elleque se trata, tarefa à

para

a qual sao poucasasgalase os pompas do maisaltoestilo, toda a clcganciae belle/

.a

da mais brilhante dicção

.

Apesar de nãodesconhecermos a distancia, quo

medeiaentreamagnitudedoobjecto, ea insuficiência de nossasforças in

-tellectuaes,arrojámonos á empreza,porque ao cabo de nossos estudos me

-dicos forçoso nos era divagar polo seu vasto evariadocampo em busca de objecto

,

sobre o qual dissertássemos, afim do cumprir o ultimo dos deveres

,

queconlrahimos, quando a tao bella e nobrescicncià nos dedicá

-mos, e ao qualestavamosmoralmcnlcobrigados para coma sociedade , em cujoseyo ora vamosentrar

.

O gosto decidido

,

que em nós sedesenvolveu pela Medicina operatória

.

cerceou cm muitonossosembaraços, porque foi somentesobre ella que ti

-vemos deextender nossas vistas

.

.Masainda assim, que distancia se nos não

antolhavadesde a maissimples incisãoale a ligadura daaorta! Foi a ope

-íaçãodotumorefistula do saco lacrimal, esse ponto da ophtalmologia tão debatido pelos mais célebres operadores , que de preferencia chamou nossa

attenção; nãopara havermos de apresentar alguma idéa nova, não com o intuito dcerguer padrões ú nossa gloria , nao para haver dc dar acerca do assumptoesclarecimentos, comqueascicnciàseenriqueça ;já babeis pcnnas ofizerfiocom o esmerado primor do seu engenho: mas unicamente com o lim de fazer escolher , d’entreesse laberinto deprocessosebrilhantesconcepções,

ásvezestaooppostas,mas todastendentesá curad’esta tãorebelde enfermi

-dade, ummeyo termo, e d’cst’arlesermos utilá humanidadesoffredora. Emanossa dissertação adoptá mos oplano seguinte; dividimol

-

acm duas partes :naprimeira, depoisdealgumas consideraçõesgeraes sobreu impor

-tância dasmoléstias ophtalmicas,edahistoriadoobjecto ,dequenosoccupámos

.

apontá mosas differentes causas, que a podem produzir, seus symptômes, marcha ,diagnostico, prognostico , e tratamento;e paraque otrabalho lusse mais completo lhe annexâmes a discripçao anatómica doapparelhoexcrctor das lagrimas

.

Na segunda, descrevemos os cinco methodosgeraes, hoje co

-nhecidosna scicncià, a saber:

Formaçãode um caminho artificial ás la

-grimas

Calhetcrismo

e injecções

Dilatação

Gauterisação

e Inutilisação

do apparelho excretor das lagrimas; e ein cada um d’elles apreciámos conveniência ou disconveniencia

.

Finalmcntejulgámosdever pôrfim r

trahalho, estabelecendo um paralloloentreosdoismethodos hoje geralmente seguidos , encarando

-

os por todas as faces afim de nospodermos

rança pronunciar cm favor de umd’elles

.

com

um

sua aonosso

(8)

A CERCA

DAOPERAÇÃODOTIMOR E FISTULADOSACO LACRIMAL ,

PRECEDIDA

MX QQWan&E'MJll

'

VXtS 31'Ji'Ji'Já JdZü

'

Jl

CONSIDERACOESGERAES

d

.

O orgáo da vista, admiravel instrumento de quesc serve a intel1igencia humana para exercer umdos primeiros sentidos; omais bcllo, delicado , e

encantador ornamento, com que a mão benefica c generosa do Creador se

dignou presentearaohomem, collocando-o no mais altodeseucorpo, afim

dequenão só, lilando-oem amagnificênciaearchitcctura da abobada celeste, eem tudo o queo cerca, conhecessee avaliasse a perfeiçãoeharmonia de

sua obra, comobem seexprime Ovidio nosseguintes versos :

Illeopifex rerum mundi melioris origo

...

Pronaque cum

spectcnt

animaliacæteras terias, Os homini sublime dedit

,

ccelumquc tueri

Jussit, etcredos ad sidera tollere vultus

.

mas aindalhe illuminassecconduzisse os passos, servissede scnlinclla para 2

(9)

(

10 )

odesviar detudo oque podesse, quer dirccta

, quer

imlirectamcnte,attenter

contra a sua existência; esseorgaocmlim taonecessárioávidaseacha sobmeltido àacçaodestruidorade ummultiplicado numerodeenfermidades queoaniquilao, inutilisão

,

outor nãodefeituoso,jáoataquem emoolhopropriamentetal,jáeui apparellios

protectoros

.

Na verdade a opacidadedo systeinacristalino,e a

obliteração das vias lacrimaes

,

tornao desdelogo em um caso impossível, e em outroimperfeitoo exercíciode uma funeção táopreciosa como éa vista, sepultando cm profundas trevasaquclle,aquem coube adesgraça deser vic

-tima desemelhante flagello, e que

apesar

do maior indefferentismo, de que

possa ser dotado, deplorará amargamente o fatal destino , que lheroubou uma das mais bellas funeçoes daeconomia , e comella tantas sensações de

-liciosas, como o fazia oUtr’orn, o maior e o mais celebro poeta da Ingla

-terra

,

Milton

.

Todavia apesardagravidade

,

comqueseostentaoquasitodasas

moléstiasophtalmicas pela infinidade derelações intimas com osdiversos

svs-temas daeconomia

,

graças aográo de perfeição, a que tem chegadoa ci

-rurgia moderna

,

um raio de esperança consoladora vem animar o infeliz,

quecheio dc confiançaseentrega nas mãos dooperador

,

esperandodelle le

-nitivo a seus males ,paradeiroaseus solTrimentos

.

Km verdade quantas vezes

a uma simples manobra do operador o desgraçado cego contempla maravi

-lhado o risonho solo da patria depoisde ter porlargo temposò olhado para o interior de si mesmoenxergandoapenasoquadro melancólicodesuasmi

-sérias !

E’sem duvida alguma naophtalmologiaonde aexcellencia da cirurgia se

reveste de maior explendor, o onde seu poder quasi Divino, como diz o

celebre Cabanis , mais semanifesta

.

Facil nos fóra provar este asserto , se por venturaoacanhado espaçodeuma these , e aexiguidade de nossos co

-nhecimentos não obstassem desenvolverassumpto taodelicado; alem de que maislonge vãojá , do que quizornmos

,

estas breves reflexões; forçaé, que

nosoccupemos com o nossoobjecto, começando pelasua historia

.

Fazendo parte das moléstias ophtalmicas o estudo da aflecção, que nos

occupa, devia necessariamente participar na sua infunda do mesmo estado dc aviltamentoo confusão, cm que por tantos annos se achou a cirurgia ocular

.

Itanida dámedicina, eentregue aempíricosecharlatáesquenenhunsco

-nhecimentos linhãoda anatomiaepalhologia desta importante parte docor

-pohumano,fazendosó n’cllaconsistirseumonopolio, a cirurgia ocular em

sua aurora difleremuito da do nossos dias

.

Existe nesse intervallo um vazio immensocheio de erroscdefaltas, que as separa, facto que não nosde

-ve do espantar, porquenossos conhecimentossãoolua dos séculos,e fructo tardio daobservação

.

Bem compenetrados destaverdade vejamos se, tomau

-do

-

a entro ossosprimeiros póvos que d’elln se occuparão , transpomos essa

noite espessa

,

ochegamos destarte á verdade, que nosesclarece hoje. Foi

entre os Egypc.ios que o estudo ophtalmologico começou de ser cultivado com algum cuidado, e que existirão us primeiros medicos oculistas

,

talvez

por causa de

ur

ça ophtalmia endemica, queainda hoje reina entre elles

.

Mas infelizmenle sua infancia se passou no berço, embalada pela ignorância

(lestes homens , osquaes nem ao menos cm seus oscriptostratarão , ainda

quedeleve

.

daaflecçãoqueóobjecto d’esto dissertação. Maisfelizfoi ella en

-tre os Gregos e osArabes , os quacsapesar de ignorarem a cstructura das Mas

lacrimaes

.

o por conseguinte não possu í rem cabal conhecimentodas ai

(10)

(

11

)

sem <Ju

-terações organicas, que podem sobrevir a estaspartos

,

lemos por

vida, quod’ella se occuparão, por isso que dos primeiros

,

a

quem

nao

podemosdeixardo reconhecer como excellentes observadores

,

conservamos

sua

nomenclatura, seguida ainda hoje por muitos authorcs; o queossegundos não forno exlranhos a ella, dizem

-

nos os authorcs quando tralao da com

-pressão, e do cautério actual; eoproprioAvicenna ,o qualassazpreconisava

o emprego do lio nas vias lacrimaes

.

Entreos Romanos

,

nosreinados de

Augusto, Tiberio , cCaligula, diversos modos detratamento

,

comooscáus

-ticos, a perforaçào do unguis

,

&c

.

forão inventados pelos práticos d’este tempo, d

entre os quaes maisse distihguio Celso, denominado (seja dito depassagem ) pela hei lesa deseuestilo Cicero dos medicos : ograndeencyclo

-pediaRomanoindicava jãmuitos casosde ulcerações dasviaslacrimaes , quaes se achava a íTectado o unguis

.

Todavia as ideas, que havia ácerca

d'esteobjfcto

,

erao pela maior parteconfusas eerróneas; e de necessidade

assim devia de acontecer , porqueos obstáculosaosprogressos da anatomia,

determinados pelo respeito religioso, quesetinha noscadavercs ,c pela im

-possibilidade de se dissecar n’aquelles tempos barbaros , em queo fanatismo

se arripiava de derramar osangue dos mortos , ao passo que elle era es

-padanado por motivodasmais vans querellas , prolongando a infancia da ci-rurgia, explicãoa noiteprofunda , que se seguio a estes inúteis trabalhos

.

Pelo volverdoséculo 1C

.

°

,

estesconhecimentos se começarãoaadquirir,quan

-doGabriel FallopioeAndré Yesale reformarão a anatomia

.

Masnão podia

esta reforma ser feita de chofre , era mister que seus fogosos enthusiastas sustentassem renhida lucta na arena dos amphitheatres anatómicos contra os

innumeros rrrosc falsas theories, de que seachava inçada tão rica seien -de ; e sófoinos fins doséculo 17

.

°, eprincípiosdo18

.

°

,

quandosefundou

a escola de Vienna , que taes conhecimentos attingiraoomaiorgráode per

-feição. Sem duvida éesta acpoca mais importante da historia das moléstias ophtalmicas; grande merecimento tem a Austria entre todosospaizes da Eu

-ropa por ser o primeiro, em quese creou uma escola de cirurgia ocular.

A datardeste tempo o estudo do tumorc fistula do saco lacrimal tem oc

-cupadomuitode pertoosmaiscelebresoculistas de alguns paizes daEuropa civilisada:Schmidt, Beer,Jungkcn ,eWellernaAlemanha;Scarpana Italia;

Lawrence

,

Makenzie

,

SamuelCooper naInglaterra;Saint

-

Yves

,

Anel, Louis

Monro, Petit , Mejean, Pamard

,

Boyer,Dupuytren, Carron du Willards, eVidal dc Cassis na França

,

c outros muitos nomesrespeitáveis, quefas

-tidioso fôra enumerar

,

envidarãotodas as suas forças, executarãoos processos

maisengenhosos, quesuas ferieis imaginações lhes podiãosubministrar,e. honra lhes seja feita, obtiveráo duplo resultado, porque asciencia se enri

-queceu, e a humanidade ganhou

.

Antesde encetarmos a cthiologia

,

cumpre

-

nostocarem uma questão, que

se tem suscitado entre todos os quese hãodado aoestudo das

enfermidades

dos orgãoslacrimaes, desde a mais remotaantiguidade até a idade contem

-porânea

.

Algunsauthorcs tem encaradocomocousas differenteso tumoro fistuladosaco lacrimal , a ponto dc descreverem estes doisestados morbidos

separadamente: nós porem esposandoa este respeitoasidéas de

Dupuytren

Velpeau, Vidal do Cassis , oCarron du Willards, entendemos que errada mente se temadmittido tal devisâo

,

pois que o tumor e fistula dosaco la

-crimal, nôo sfiosenão dois grãos differentesde uma

nas

(11)

(

12 )

efleilo a fistula do »aco

lacrimal ,

ou nulosa

molcstia

quo a produz , pód«*

-so patentear debaixo de duas formas dependentes do maior ou menor grau

de seudesenvolvimento. Umas vezesosaco lacrimalseaclta apenasdilatado

pelo liquido

,

quo n’cllosecontôm , existindo suas paredes no mais perfeito

estado de integridade; a este primeiro periodo se temdadoo nome de tu

-mor lacrimal , sc bem que Weiler e outros também o descreverão rom o

nome de hydropsia dosacolacrimal

.

Outrasvezes tendochegado ao maior

gráo possível de dilatação

,

uma communicaçnoaccidentalse estabeleced'elle,

quer para o exterior

,

quer para ointerior (o que rara vezesacontece]con -stituindo então o quese chama fistula lacrimal propriamente tal, eslenocho

-ria do canal nasal

,

atresia canalis lacrymalis

.

ETI1IOLOGIA

.

Grande attenção e valor ha merecido dos práticos oestudo numeroso e variavel das causas , que pódem dar origemao tumor e fistula dosuco la

-crimal

.

Convencidosda realidadedogrande axioma de medicina , que quan

-to mais bem conhecida fôr a causa de uma enfermidade

,

tanto melhordi

-rigidoeracional seráseu tratamento ,tem

-

se elles esforçado porqueoestudo

ethiologico d'esta parte da Pathologia toque a meta da perfeição. Nós nao

pertendendo transviar

-

nosda senda, que a si tem proposto aquelles, cu

-ja rasão foi guiada pelo pharol da experieocia , estudaremos as causas

tanto geraes, como locaes em relação à constituição do individuo , ao e.

-

la

-do das fossas nasaes , da orbita , ou das palpehras, e finalmenteem reltçao ã acção mecanira dos agentes externos

.

Mas , para que o façamos com al

-guma ordem, dividi

-

las

-

hemosem prcdisponenles

,

edeterminantes

.

CAUSASPREDISPONENTES

.

Todos os vicios existentes na economia, allec

-tando os individuos de uma maneira particular , os predispõem a contrahir

uma tal alTecçao ; assim nao é raro ver, queantigas aflecçõessyphiliticus, dartros repercutidos, e oestado escrophuloso da constituição , favorecendo(*

desenvolvimentoe persistência deinflammações oculo

-

palpcbraes, propagando

-se igualmente á mucosa nasal , dem origemao tumor lacrimal

.

No mesmo caso estão as bexigas, osarampo

,

ca escarlatina

.

Osindividuos dotadosde

temperamento lymphatico, osque seaclino noverdor dos amu», cm que as

paixõesfacil cfrequentemente scdesenvolvem, tambémsãomais predispos -tos , do queosvelhos

.

A inflammaçao damembrana deSchneiderpôde pro -pagar

-

sc aocanal nasal damesmasorte que ndopharingesepropagaátrompa

(f Eusthaquio , cinvadeoouvido;assimóqueacorisa, ea alTecçaocczcmatosa,

quecostuma atacaros meninosnolabio superior ,e na azado nariz, nosfor

-necem exemplosd’estes

.

Um vicio de conformação determinado polo achata

-mentoe amplificação excessiva do nariz , diminuindo d’est'urtc odiâmetro d» » canal nasal ,ó no pensar de algunsautborcs também uma causa predispo

-nonte

.

Finnlrnentoa infiammaçíiodas palpehrascdaconjunctiva,queasforra

.

(12)

-( 13 )

(Iledenomina leslius »loolhosfaz consistir ncslacspcciedeinllnmmaçâo, que

fluxo palpebrul puriforme

,

acau

-

u únicaccoii

-

tantedo tumorlacrimal. Diz

ocelebrecirurgião Italianoquo os l íquidos segregado*, passando pelos con

-ductoslacrimaesechegando aosaco,determinaoaobliteraçãodocanal nasa

'

, em viitudo deste genero de phlogoso, pela qu»l ellessealternoe adquirem propriedadesacrimoniosas,tornando

-

seespessos , viscosos, otenazes. D abireco

-nhece anecessidade de distinguir na moléstia quatro périodes,acadaumdos quaes

npplica um tratamento paiticular

.

Pondode parteorespeito, que consagra

-mosao illustreprofessor de Pavia , somos obrigados a recusarsuadoutrina, co

-mootemfeito quasi todos os ophtalmologistes;porquesemelhante theoria nos traria o inconveniente de afastar

-

nosdo verdadeiro tratamento. Km verdade

seráracional suppor

-

se

,

queoUnido , que pôdeintroduzirseatravezdo>pontos econduclos lacrimaes

,

naopossa passar pelocanalnasal, que émuito mais largo? l)e certo que nao

.

Muitas afiecçoes das palpehrns \icião e corrom

-pem asecrecçaodeseus foliiculos , tornando

-

amais abundantee espessa ,e entretantonao vemosqueo tumorsc manifeste:outras vezes pelo contrario elle se apresentaindependentedoqualquerlesáo das

palpebras.

Mas, quan

-do istonao haste,chamaremoseinnossoapoioa anatomia patbologica. Ana

-tomistas temencontradoosfoliiculosmucosos da membrana interna,dizKurnier

e Begin,entumecidos,c cheios de um humor amarelladoe viscoso ,em tudo

semelhante áquelle, que a pressão fazia refluir pelos pontos lacrimaes, moainda quando asglandulas de Mcibomiusse achaváonomais perfeitoes

-tadode integridade

.

Em conclusão doque havemos dito podemos admillir, queasdifferentes especies de blépharitessetoinaoalgumas vezes causado tumor lacrimal , nao comoquer Scarpa, mas sim pela propagaçãodn phlegmasia ú mucosa do canal nasal

.

Outra opinião algum tanto errónea ó a de Janin, que,deixando

-

seilludir peladegeneração do tecidofibro

-

mucoso ,acreditou que o tumorfosse o resultadode um estreitamento quer espasmódico,quer per

-manente de uma especiede csphinlcr que julgou ter descuberto no meio

do canal nasal

.

EntretantoVelpeau, que diz nunca 1er encontrado tal, as -sim como todos osanatomistas modernos , se mostra algum tanto indulgen

-te para com semelhante opinião; concebendo que este tecidose possa trans

-formarcm tecidocarnoso

.

Ainda neste grupo os authores assignalao outras

causas , quepodemexistir nocanalnasal, taescomo amembranadeDcmours,

e a valvula deTaillefer

.

De bom grado asaceitaremos ,c nenhuma difllcol

-dade nosrestaráemadmittil

-

ascomo taes , seobservações minuciosas, demons

-tradaspelogume docscalpello

,

nosconvenceremdeuma tal anomalia

.

CAUSASDETERMINANTES

.

Todososgenerös depolypos desenvolvidosquin

-emas fossas nasaes , querem os sevosmaxilares, as periostoses ,exostoses, e fracturas dos diversosossos, que compocmoesqueleto donariz ,pódemde

-terminar a compressão do canal nasal , c duhi a retenção das lagrimas seu reservatório

.

Oscorpos vulnerantes

,

postosem movimento pela polvorn

.

ou por outroqualquer motor, indrodusindo

-

se em ocanal nasal pódem o|>li

-teral

-

o, da mesma sorte que pequenoscálculos n’elle originados,

attesláo as observaçõesdoSuudifort ,Callizen,Schmucker ,e Lcrainier. Aimln

uma causapuramentemecanica

,

tal comoaausência congenital docanal

sal, observada por Dupuytren, póde determinar o tumor

lacrimal.

Resumindo , pois

,

nossas ideas sobreo quo temos exposto a respeito di

-e n t

como nos na

(13)

-( U )

causas desla moléstia, de nenhuma sorte podemos abraçar aopinião consig

-nada nasobras pertencentes ágrande escola daAcademiadeCirurgia, ede quasi todososcirurgiõesdo ultimoséculo ,quedando mais importância, do

que deviâo ,áobliteração dasvias lacrimaes , poucaattençaoprrstavãoácausa,

que a produzia. Pelo contrario mais conformesnosparecem a tal respeitoas

opinionsde Heister

.

mais tarde seguidasedefendidaspor Demours, Maken

-Lawrence , e Velpeau,consistindoe

.

nquereremestespráticosque o tu

-mor dosaco lacrimal seja quasi sempre urn accidente daphlegmasiachronica

das vias lacrimaes

.

r.ie,

SYMPTOMATOLOGY, MARCHA, E TERMINAÇÃO

.

Peloconcurso das causas

,

queacahnmosde enumerar , aslagrimas, nãopo

-dendoseguir livremente pelo canal , quelhes outorgou a natureza,seaccu

mulâo cmo saco lacrimal, por maneira que o distendem e dilatáo lenta e

insensivelmente, formando d’estasorte umpequenotumor oblongo, circun

-scripto

,

indolentesem mudançade côr na pelle, nem augrnentodetempe

-ratura , tendo sua sédeabaixo, e pela parte posterior do tendão do musculo orbicular das palpebras

.

Tacssão ossymptomas,ordinariamente acompanha

-dos de umaligeira epifora , que constituem ocaracíer maissaliente econs

-tante do primeiroperiodo da enfermidade, quenosoccupa

.

N’esteestado ,se o tumor fòr comprimido desapparece

,

porque oliquido que o formava , ou reflue pelos pontoslacrimaes ,ou, o queó mais raro, segueseu curso na

-tural sahindo pelo nariz

.

Maseste liquido, que ao principio pouco dilleria

d’aquelle , queerafornecidopelaglanclula lacrimal,soffrendo differentes pba

-elaboratorias

,

dependentesda intensidade da causa, que opera, se torna

viscoso, emisturadodc raiosesbranquiçados ,opacosepuriformes, cujaquan

-tidadee densidadeaugmenta gradualmente , havendo entáo maiordilficuldade

em sua sabida peloslugaressupracitados

.

Entretantoo tumorcresce succes -»ivamente;a epiforase tornadecada vez maisconsiderável ,e ainílarama

-Ção se propaga ás vezes aoolhoe palpebras, dando occasiãoásecreção de um mucodenso, que duranteosomnoas une, aponto deseralgumasve

-zes preciso oemprego dos dedos para descerral

-

as

.

Todos os authores estão deacordo sobre a possibilidade de sc poder prolongar indefinidamente este

estado de moléstia; porquearapidezde seusprogressosestá na razão directa nãosó da irritação local , senãotambern nadasusceptibilidad

organica dosindivíduos

.

Porisso é quecila pôdeexistir mezes, e annos, e

ainda todaa vida semcausar outro inconveniente, mais doque a epifora ,

esegundo aopiniãodealguns práticos é esta a unica epoca, em que sua resolução se póde eITcctuarempresença de um tratamento energicoe sabia

-mentedirigido

.

Desgraçadamente aexperiência nos nãoapresenta muitos fac-tosd’estes, pelocontrario um momentochega não muidistante desua inva

-são

,

emque, adelgaçadaseamollecidasasparedesdotumor, impossívelse torna

a sua vacuidade; a infiaminaçãoataca otecido fibroso, as laminascellulo

-e apelle que cobre o saco

.

bemcomoa todosostecidoscircunvisinhos,

ses

resistência

e e

(14)

(13 )

fiiialmontc o aspectode um abscesso se manifesta

,

csuaulceração vem pôi

termoa estessymptonias

,

dandoformaçãoauma aberturaanormal

,

queper

-siste

,

ose torna fistulosa. A datar d’este tempoaepifora diminue namaior

parte dos indiv íduos ,porem a inflamniação local continua ,c oliquido,que

sabepela fistula, éainda uma mistura de lagrimas e mucosidadespurulentas

.

Masnem sempreestesegundoestadoseapresentatãosimples,como oha

-vemos pintado; complicaçõessoaccumulao , que tornão embaraçosa aposição

do pratico , exigindo d’elle maiores cuidados e fadigas

.

Com efieito, se; na maioria doscasos aaberturalistulosatem lugar logoabaixo dotendãodomus

-culo orbicular daspalpebras

,

demaneiraque exista um perfeitoparallélisme em ambos os orifícios ,em alguns outrosocontrario acontece

.

Rôta que seja

aparede anterior do saco

,

oliquido

,

infiltrando

-

seentreo tecidocellular,

pôde effectuai

-

sua sabida , jaacima do mesmo tendão, ja na palpebra infe

-rior,c finalmenteem um lugar mais ou menosafastado doordinário; em

vezde umtrajccto unico pódem existir mais, eseremaindasuasbordasguar

-necidasde vegetações, edurezascalosas. Mas de todasnscomplicações , que pódem sobrevir , nenhuma6 mais temeroza

,

nenhuma mais perigoza por suas consequências , do que a carie dos ossos , quelhelicao contíguos

.

Logo que a infiammação óbastanteintensa, csuaduraçãose prolongapor muito tem

-po, depoisdehaver destru ídoamucosa, que forrao sacolacrimal,ede tel

-

a

feito degenerar emtecidofungoso

,

invadeoperiosteo,determinandod’est’arte adestruição, a carie , oua necrosedounguis, assim comodas porções vi

-sinbas doossomaxilar e mais partes

,

que circundãoa fistula; e então não éraro ver

-

se quecm virtude dc uma tal destruição umaabertura se esta

-beleça atravez dounguis paraointerior das fossas nasaes, constituindooque sechama fistula interna

.

Taessão os svniptomostomadosemsuaordem dedesenvolvimento,quede

ordináriose manifestao na marcha quer simples , quer complicada dos dois

périodes d’esta enfermidade; podendoconcluir

-

scqueemthese gerala f i s

-tula ésempre consecutiva ao tumor

,

amenos que não tenha sido determi

nada instantaneamente pela acçao de qualquer agente externo, tal como a picada deum instrumento pont’agudo

,

oude umasanguesuga, cornoobser

-vou Carron du Willards

.

DIAGNOSTICO EPROGNOSTICO

.

Pela exposiçãosuccintaeclara , queacabamos dctraçar, fácil seráao pra-tico determinarum diagnosticoexemplo de erro, todasas vezes quese lhe

apresentar um indivíduoacommettido d’esta moléstia,seja qual fôr oseu pe

-ríodo

.

A séde do tumor, aepifora , queo acompanha , seudesaparecimento quando se recorreá compressão) e a sabida de lagrimas tao somente ou acompanhadas dc mucosidades atravez dos pontosnaes mais que lacrimaes, nosparecemsig

-suflicientespara que ã primeira vista sc reconheça o tumor

lacrimal. Entre tanto ainexperiencia, nignorância

,

e maisquetudo ,nfalta dctacto cirúrgico, que , como diz Tavernier

,

6apanagio do

homens

prive

(15)

-( 16 )

ligiados , pódcm finer com queseja elleconfundido com osphlcgmocscir

-lunscriplos dograndeangulo do olho : niasentre elles só se nota analogia a existência do lagrimcjaincnto, porqueesteestadopathnlogico determina obstáculoaolivre cursodaslagrimas,comprimindoaspartessuperioresde>eu apparcllio excretor : poremtodosos maissymplomassaodo umainilammaçao

aguda , sua marcha é infinitamente rapida, e ainda quesejao comprimido*

.

jamais darão lugar ao refluxocdesaparecimento

.

I)ainestnasorte a listula póde sercoulundidacom umabscesso aberto,comdilliculdade emcicatrizar

e ,

vezque cocxistão algunsdossymptomas ja mencionados; mas entãooestado

dc duvida desaparecerá, se, sondando

-

se esta abertura, se reconhecer, que

sepenetrou em as vias lacrimaes , ou que porellasse escoáo lagrimas, ou outro qualquer liquido , que por ventura setenha injectado peloponto la

-crimalinferior

bem differente dodiagnostico ,difficuldades cercãoo cirurgião , quando

cumprimento de seu nobreministério , se \é impellido a determinar n’esta afiecção um prognostico; não porque lhe não édado marcarmalhemali

-camcnteaté que pontoomalécapazdeestendersuas raizes, ed'ahi ades

-truição maior ou menor de tecidos visinhos a orgaos tooimportantes;

ainda porque innumeros factos nosprovão,que apezar(los diversos processos

opétatorios imaginados para combatel

-

a, ella zomba da efficacidade de

taosabiamente combinados, ainda que postosempratica por uma mão ad<\

-trada. O prognostico n’este caso, comoem todas as moléstias, deve de

feito em relação ao estado constitucional do individuo, eásdesordens locaes existentes ;assim todasas vezesqueomal fôrdependente«lo inflammaçôes

deradas

,

e queoindividuo não seja affectado de qualquer vicio particular,

suacuraserá mais provável , do quecm ocasocontrario

.

Km regra geral pó

de

-

seaflirmar que o tumor efistuladosaco lacrimal, nao sendo moléstias graves

,

sãocom tudo enfermidadesrebeldesedesagradaveis, trazendo apozsi

tal ou qual deformidade

.

Todavia casos poderão haver verdadeiramenle e\

-cepcionaes ,em que, concorrendode umladoum estado viciadodoorganis

-mo, de outrodesleixo , ou indocilidadedo paciente emse sobmetter a

tratamentoadequado, dandolugaraque a cariesemanifesteemos ossos do nariz, a inilammaçao sepódepropagarnao só aoglobo doolho, resultando

d'isso algumas vezes a perda do orgao da vista, como

lambemaosseyosfron

-taes e partes molles, queoscercão

.

tomando um caracter dcphlegmáodiffu

-so,epor conseguinteacompanhadodesuasterríveisconsequências

.

em um uma

.

no ruas meios MT mo

-urn TRATAMENTO

.

0 tumore fistula do saco lacrimal ,comotoda a moléstiadependentede variadonumero decausas

.

tem opposto aoscirurgiões,que desdeos mais remo

-tostempos se liãoqueridooccupai

-

desuacura,

difficuldades

que aindahojes<

-poderiáo chamar insuperáveis, se oarchote da sciencia

,

acesopelo estudo egenio observador dehomens celebres, nãotivesseatal respeito espalhadobenéficalu/. Em seu principioopelo volver dc séculosseutratamentoera umas

um

(16)

(

)

clusivamcntc pharmaceulico

,

outras cxolußivamcntemecânico

, resultando

d alu

quounsapregoavaooscáusticos ,asinjecçócs, oscolly rios,cornoosúnicos ineyos

capazesdea curar, outrospelocontrariosóolhnváocorno tacs acautcrisaçoo, nperfuraçãodo unguis,eocatheterisrno

.

Felizmcnleabalançada rasao,conser

-vada por tantostemposem tacs oscillaçóes, inclinou

-

se para onde ha muito devia dc ter pendido, porque semelhantesideas syslhematicasforâobanidas,

eno estadoactualdascicncia umeoutrosaorecebidosnapratica , um e outro

são empregados conformescjulgao maisadequados

.

Antesdenosoccuparmos comotratamentomecânicooupropriamente,cirúr

-gico , nosso principal objecto, julgamosopportunas algumas breves reflexões

acercado quandoemquescdeve recorrer aopharmaceulico,caindaaescala,

emque deveserempregado

.

Breves dizemos,porquantooslimites denosso tra

-balho naopermittem que recordemosasvicissitudes incessantes ,por que elle

passara nosséculoshistóricos anteriores , massim queodescrevamoso mais simplesmente quefôrpossível,despindood’essapolypharmacia,que com rasão amedicinamodernabanio do templo do Deusd'Epidauro

.

Quando um individuose apresentar affectado d’estn enfermidade, o pri

-meirodever dopraticoé semduvida alguma indagarcom cscropulosa atten

-çao,seem seuorganismoexiste algumquid por nós mencionadocomo causa

remota,quando tratámos da etiologia ; edepoisdeo tercombatidopelos mcyos conhecidos , éentãoque devedirigir seuscuidadoscontracila ,senãofoiisso bastantepara dissipai

-

a

.

Porque, comoesperar obter acuradeumamoléstia , deixando

-

sc subsistireaggravarasalteraçõesorganicas geracs,deque cilaé

tural consequência ?Satisfeita que sejaestaindicação, osantiphlogisticosc os

derivativossaosufficientes em alguns casos, posto queraros

,

para obter

-

se

uma curaduradoura,principalmentcseamoléstiafôr simples,e datardepouco

tempo : d’isto que dizemos acharemos exemplosem asobservações deLouis,

Paris

,

eGuillaume

.

Semelhante doutrinanãoconstitueumtratamentonovo,

comoquerem alguns , ellesc acha consignado nosescriptos de Avicenna ,enas obras dePot ,sendoque ultimamentoBeer e suaescolana Alemanha

,

Lisfranc

e Demoursna França devemserconsideradoscomoseusprincipaes propaga

-** dores

.

Mas deveremosusar dc umtal tratamento em toda a sua latitude ,como

aconselha Lisfranc , ouseremos mais moderados aexemplo de Velpeau e Vidal

de Cassis? Certo , a rasão nos brada que sigamosa opiniãodos segundos

.

Naosepraticão sangrias

,

aindamesmolocacs, de très em trèsdias, eisto por espaço de très mezesou mais , sem que aconstituiçãosolira; não serepetem

os purgativoseexutorios semdesprazer e repugnância da parle do doente ; e se aenfermidade noespaçode alguns diasnaotiver cedidocmnadaaum tal

emprego , haverácirurgiãopor maissysthcmaticoque seja , que,continuando a abusar de taes meios

.

insista nelles ,e osprefiraauma operaçãotão simples

como aintrodueçáo de umacanulametálicoem ocanal nasal? Fazendo uma tal censura , nao sc diga, que tivemosem vista arredardapratica nestes casoso

emprego dos antiphlogisticos ,só queremosque sejãosabiamenteadministrados

parase não comprometler a um tempoomethodoc odoente

.

Assim nppli

-car

-

se

-

háodcseis a doze sanguesugas sobreosaco ctrajecto nasal, ns quaes

scdeveráo repetir trèsouquatro vezes pelo tempo de um mez. Fodcr

-

se

-

ha conjunctameutefavorecersua acçaopormeio defumigaçõesémollientes, ecata

-plasmasda mesmanatureza

.

Mas acontecendoquetaesapplicaçõessetornem

infructiferasna maioria dos casos ,aindaentremãosbabeis,rceorror

-

se

-

hnàs

na

(17)

(

18 )

fricções de pommada mercurial,de

liydrioduto

de

potassa

,de ioduretodeclium

bo

.

e aoscollyrioscompostos deuma

solu

çãode nitratodeprala,oudesulfalo de zinco

.

Taléotratamentoadoptado por Velpeaucmidênticoscircumstance», niasdoquai,forçaédizel

-

o,nfiose temobtido resultadoalgumfavoravcl.Aopa

-recer d’este respeitável pratico pouca confiançalhe deveremos tributar;porquanto

cm sua clinica tem elle por averiguado, que na maioria do» casos, quando

aoseuempregoseseguiaodesapparccimento dossymptomas inflninmatorios, e uma cura apparenteo vinha lisongear , bemdepressa suatornada reve»

-tida de maiorintensidadelhemostravaoerro emquelaborava,equao engano

-

o era um tal tratamento : de maneiraque,em oespaço deumannoemque

nu-merosos

casos

d'estaenfermidade se lheappresentáraoem ohospitalda Caridade,

sóquatro foraocompletamentecurados, sendo que,osdemais , bemlongede

terem tão feliz exito, pelo contrariocontinuavao em aggravarem ecompli

-carem sua marcha

.

D’esta sorteVelpeauetodososcirurgiões seuscontemporâ

-neosdemaiornomeadaforao, pelaforçaimperiosadaexperiência,antea qual

sequebrào todas ashypotheses, todasas subtilesas da eschola , levados a

concluir , que um tal tratamento não aproveita sc não por excepçáo

.

Mas objectar

-

nos

-

haodizendo: Se vósnão coníiacs em sua efficacia , o só en

-caraes como ancora de salvação vossa predilecta operação, para que sois

contradictorio aconselhando seu uso, ainda que moderado ? A resposta é facil: aconselhamos seu emprego, sim ; mas como meyoauxiliar daope

-ração , e nunca como meio do curativo, excepto nos casos em que

.

não sequerendo odoentesujeitar

-

seaella, forçoso élançar mão d’elles

.

Como

quer que seja , sendo hojeponto dc cirurgiapraticageralmcnterecebido e fó ra

de

toda a duvida ,quesóaoperação,esócilapoderátriumphal*detãorebelde enfermidade, resta- nosdeclarar que de bomgradoaceitamos talopinião, tanto mais quando temosoprazer de ter cm nosso apoio asauthoridades illustradas

evaliosasde nossos dignos mestresosSrs

.

doutores Borges,ePereira de Car

-valho

.

E certo não poder íamosproduzir emfavordenossas id éastestemunhos mais respeitáveis , advogados mais affervorados , do que citando nomes de prá

-ticos tao abalisados

.

DESCRI PÇAO ANATÓMICA DOAPPAREUIO

EXCRETOR

DASLAGRIMAS.

Podendoo nosso trabalho ser julgado bastante imperfeitopelalacuna,que

olfercceria , scpor acaso nos poupássemosao trabalho de dizeralguma coma

sobre a anatomia do apparelhoexcretordaslagrimas,julgá mosconvenientefa

-zel

-

o, se bemque de uma maneira resumida , antes do nosoccnparmos com aoperação

.

Tem

-

seentendido por viaslacrimaesoapparelhodesecreçãoeexcreçãodas

lagrimas. Este apparelho sc compoe: l

.

°, de um orgão secretor

,

chamado glândulalacrimal;2

.

° , decanaes sxcrctores, encarregadosdelevaredepositar

aslagrimas sobre aconjunctiva; 3.° , do uma outra ordemde canaes,desti

(18)

(

10

)

partos,a saber ; pontoscconductoslacrimaes,sacoc canalnas. I

, que

deve tratar%porissoqui*naosóncllestemprincipalmentc assentoaaiïecçno ,quenos

occupa, masaindapoiqucósobreellesque tem descr executado o manual operatorio

.

Pontos econductoslacrimaes:

Os pontos em

ca apalpebra,sãodelicadasaberturas,muito estreitas,perfeitamente circulares, sempreabertas, situadas porto desuaborda livre a 1 12 linhadacommissura in

-terna, no centro de um tubérculo pouco elevado, especiede tecido erectil segundo uns ,ccarnosocomoquerem outros

,

que lhespemiittcdilalarem

-

seou

contrahirem-sedebaixoda influencia de qualquer agente externo

.

Dirigidos para traz , olhandoosuperior parabaixo ,eoinferior para cima,constituem, por assim dizer, oprincipio dos conductos lacrimaes, lambemem numerode

dous, equeseestendem d'ahi até aosaco

.

Seu calibroé umpouco maisconsi

-derável ,queo do pontocorrespondente ,porém suadirecçãoangulosaémuito notável

.

Assim dirigindo

-

se ao principio verticalmenteosuperior paracima ,e

oinferior para baixo , a umalinhade extensão securvao em angulo recto para

se dirigirem,sempreseparados,de fóra para dentro ,aabrirem

-

se naparede anterior e externa dosaco Sua direcçáo se torna variavel conforme ográode afastamento,em queseacliao as palpehras, vindopor conseguinte asermais ou menos obliqua: masestando esta obliquidade na rasaodirects do afasta

-mento, deveráseguir

-

seque ella é muito maiorparaodapalpebra superior

.

Suas paredes densas c elásticos , implantadas naespessuradaborda livre das

palpehras, forradas internamente porumprolongamentodaconjunctiva, cober

-tas adiantepelas fibras do orbicular,eatraz pelas de umpequenofeixemu

-

cu

-lar, a quealguns tem dado onomedemusculo lacrimal , ou de Horner , fa

-zem oofficiodeverdadeiros tuboscapillares

.

Queremalguns authorcs ,que em

qualquerde suasextremidadesscencontrem valvulas ,ouespeciesde esphin

-teres ;mas , força 6confessal-o

,

as mais finasdissecçõesnao tem podido até hoje reconhecei

-

as

.

Sacolacrimal:

Alojadocm ograndeangulodo olho na goteira formada pela apophyse montante do maxillarsuperior, e pelo unguis ,representandoa

metade de um cylindro terminado em fundo de sacosuperiormente, o saco

lacrimal estáem relaçao

pela

sua parteinternacom a caruncula, tecido adi

-poso da orbitaeconjunctiva ,c pela parte anteriorcom otendãodo musculo orbicularc pelle

.

De todosospontosdosaco lacrimal aquellc

,

que corres

-pondeao tendão,6 omais importante

.

ComelTeito, seestudarmos esteultimo minuciosamente

,

veremosque ellesedivideemtrès ramos

,

um chamado tendão directo anterior, que se insere adiante naapophyseascendente;umposterior

.

nãomenos considerável,queseinserena cristado unguis ; eummedioascen

-dente, quesevai uniráparte superiorda goteira

.

Ainda desua parteinferior

parte umaexpansao fibrosa , que vai formar a parede externadosaco,eque

segundo alguns deve ser consideradacomo umquartoramotendinoso

.

Osaco

lacrimal

éconstituido porduas porções , umaossea , formada pela goteira da

apophysedomaxillar epelounguis ;eoutrafibrosaconstituindoseulado externo.

Toda a sua superficie interna é forrada por uma mucosavermelha, c como

pulposa, olTereccndo muitaanalogia com a pituitária

,

eadhcrindo fortemente aoperiosteo do canal

,

peloque tem merecidoo nomede fihro

-

mucosa. Visto pelasua face internaofiéreceoaspectode todos osconductos forrados por cosas

,

deixando vôr emcima na parleanteriorda parede externa,equasi no

rno>

numero de dous, umpara

(19)

-( 20

)

meyodo sua altura

,

os dousorifíciosdosconduces lacriniacs

,

o nuliai\o>ua

continuaçãocoin ocanal nasal, onde Zinndiz ter encontrado uma espccie«le

valvula semi

-

lunar, ou diaphragma, mascm que Morgagni

,

emuitosoutros

nSoqueremconcordar

.

Canalnasal :

Situado naespessura da parede externa dasfossasnasaes,

correspondendodentro ao mento medio,eácorneta inferior,epor fóraao sevo

maxillar,estende

-

se

verticalmente

dosacoatéaparteanterior domeatoinferior, alíectando n forma de um tubocylindroide, masum pouco achatadoeestreito em sua parte media

,

eligeiramentecurvado demaneira

,

que deixa vôr seu

lado

convexo

olhandoparadiante eparafora

.

Formando um conducto osseo écompletamenteconstituído pelomaxillar,

unguis, ecorneta inferior;eforradoporuma mucosa ,queappresentaomesmo aspecto cnaturezada do saco,comquesecontinuaem cima,ccomapituitária

embaixo

.

Vários preceitos anatómicos tem sido dadospordiversosautores,taescomoScarpa e Lisfranc, paraseacharsemdifficuldadeaaberturasuperiordocanalnasal;

mas nósosjulgamosperfeitamentedesnecessários,porqueacreditamos sermais

quesullicienteo quedissemosnadescripção, queacabámos de fazer ,paraser encontrado com facilidade

.

Experiências bastanteminuciosastem sidofeitas por

Ea Harpe,cBourjot,afim de saberem com exactidaoqualocomprimentoelar -gura do canal

.

Mr

.

Carrondu Willardsappresentaemseutratadodemoléstias

deolhos uma taboaanalyticsdeBourjot,resultantede umperfeitoexame

.

aque

esteauthor procedeu sobre5icabeçasde différentesraças

,

nações

,

e

idades

,v

do qual elle concluioquetaes dimensõessãomuito diversas,pois que encontrou

( termomedio) odiâmetrovariaveldet13 a2 I \ delinha,eocomprimento de3a5 linhas.

(20)

( 21 )

SUMM

:

fc

ù

WMU

®SO2

«

0

OPERAÇÃO DO TUMOR E FISTULA DO SACO LACRIMAL.

Em nenhum campo dacirurgia,por vastoque seja,acomprehensãohumana

setem espraiadotanto ,como em oohjccto,que ora prende nossa attenção Em

todos os tempos ,emtodosospaizes,cmque a sciencia de Hvpocrates tem

con-seguidoanorar seusestandartes , esforçosse hãomultiplicado

,

uma inlinidade

deideasseha comhinado,ed’ahi uma cadôa de raciocínios , cujos elos, tao

fortescomo a imaginaçãodosqueafonná rao, se tem deduzido,afim denao

sóconseguirem hom resultado d’estn operação ,mas ainda , modifiçando

-

a de

immcnsasmaneiras, tornai

-

a maissimplese facil , expurgando

-

a de todosos

obstáculos , que por ventura possao cmpécer ofim desejado , acura

.

Masse

compulsandoosaulhoresoespiritose arrebataá vista de tantosmcthodos,de milhares de processos, quenaseductora theoria parecemtãosahiamenteenge -nhados, tãosahiamentecombinados, e julga por um momento queóabsurdo

acreditar

-

se em suainefíicacia , bem depressa reconhecerá suaillusão ,se,le

-vando

-

os aocadinhoda cxperiencia, uma rigorosa analyse lhe der em resul

-tadooconhecimento de que bem poucos pódem aproveitar

.

A nossovôr, de

utnlado apertinácia da enfermidadecmresistiraindamesmoaosúnicosmeyos

capazes de acurar

,

deoutroodesejode innovar , cde fazer tudodifferente,

quandose nãopódefazermelhor , tem feito comqueas obras de medicina ope

-ratóriaseachemn’estaparte cheias de modificaçõesedecorrecçoes ,quehoje reputadasinúteis deviSoserriscadas desuaspaginas, seseus authoresnaotivessem tidoem vista , apresentando

-

as

,

fazer um justoparalleloentrecilas

.

Taló tarn

-hem nosso fim, sanccionando

,

eadmittindo tal praxe.

Extremamente

affeiçoados a tudooquesymbolisaordem, muito espccialmentc

qnando se trata de objectodesciencia

,

adoptámos umacerta regra na des

-cripçãodos methodos, começando pelos mais antigos,c

descrevendo

-

osem

separado comtodososprocessos, queosauthoresmodernos temjulgado dignos

de

ornarem

aspaginas de suas obras ;mascomoelles

,

aopassoque nosdamos 3um tal trabalho

,

mostramos embreve esboçosuasvantagens, ou

dcsvantn

«

cus,sua conveniência oudesconveniencia :o afim dese

tornarem

maisapre

(21)

( 22 )

;Processos tl«*\\oolliou

-\ so,Mouro,Hunter, Saint

-

Yves,Dioui

-J

sio, Scarpa,cdo Sr.

Ur

.

Borges

.

<•.Methodopelaperforaçãodounguis

.

.

Formaçãodcum

caminho arti

-

s

licialàslagri

-

Methodo pela perforação do sevoma

-

Iprocessode|

.

ílllgil

.

r

xilar

Methodopelaformaçãodcumcanal ,

'paralleleaocanal nasal mas ( Processo de Wathcn

.

( Processo do Am-l jProcesso de Laforest

.

Calheterismo injecções

. .

eïMethodosuperior

.

}Methodoinferior Methodopelasc vias natu

-. -. -.

/

Proc

,deMejean,Palluci , Cabanis,Guerin,i\

.

c

.

raes

.

Proc,dePetit

.

.Monro

.

Pouteau,Lecat, Das

-sault, Boyer, Pa

-mard, Fournier,

.

In

-line, Scarpa,cNc

.

Dilatação. . Temporaria

. . .

Methodo por umaviane < cidental

.

J

"

í

I Processos deDupuytren,

*

edo Sr

.

Dr

.

Borges

.

Permanente.

.

(

'

Processos de Harveng, eDeslandes

.

J

Processos de. Gcnsoul , eBermond

.

Processo deNannoni. \Processos de Bosche,e

1

Cavarra

.

S

Methodo

I

Methodoinferior superior. I Cauterisaçâo 1 Inutilisaçào do

.

apparelhoex

-

) cretordas la

-grimas.

.

»

Destruiçãodosacolacrimal

Destruiçãodospontoslacrimaes

. .

.?

FORMAÇÃODC UMCAMINHOARTIFICIAL.

A idea d'estaoperação temsido concebida de1resmodos diversos,segundo olugar ,cmque6praticada

.

Oprimeiro,e omaisantigoéodeWoolhouse, qualaperforaçãoèestabelecidano unguis; osegundo6 ode Laugier

.

em quese estabeleceumacommunicaçàopara o scyo maxilar;eo terceiro

éo de Wathcn,por meio doqualum novo canal é abertonadirecçaodo natural

.

no

1

.

°METHODO

.

PERFORAÇÃO DOUNGLIS

.

O factopathologicoquealgumasvezesseobserva na terminaçãodafistula

dosacolacrimal,tal comoaabertura espontâneadounguis, levouoscirúrgico

(22)

(

M )

«lasobras ein Ætius , e Paulo d'Eginoscdeprchcndcque Archigcne jmifo

unguis

para

d’est’arto encaminhar as lagrimasparaas fo&sas

nasaus

.

Hitazéso Avicenna igualmenlccitãoSubor

-

Ebn

-

Sacl comoextremado panegirista de tal recurso; c tudonos induza crer,segundo a opiniãodo

Velpeau

,

queAlbucassis

,

Hoger de Panna ,eoutros muitos

,

queapplicavào o ferro em brasa ao osso unguis, não tinhaoem vistasenão a formação

de uma novavia

.

Mas lançadoem perfeitoesquecimento, talvez porque seus

resultadosclí nicos nao fossem favoráveis, vio deslisarem

-

se muitos séculos,

totalmenteabandonado, atóqueWoolbouse

,

oculista logiez, no começo do

século18

.

°, inodiíicando

-

o para melhor,ofezreviverde tal sorte, que ex

-clusivamentegosou da honra de únicoinethodo de tratamento, cmquanto as

ideas de Mejean e de Petit nao tiverdovoga nasciencia

.

Já se vô portanto

do que temos dito que o metbodo,de que tratamos , tira sua origem de

tempos immcmoriaes ,eque 6 peloconseguinteomais antigo, que sc co

-nhece;e se nosfoitransmittido com o nome dooculista logiez, 6 porque

osauthores , quedepoisd’elleescreverão, lbe quizerao fazer essa honra

.

Nao

seremosnósquem lh'a roubaremos; pelo contrario aceitaremos de bomgrado

aquillo, queos tempos e os homens sanccionarao

.

Processo(lcWoolhouse Assentadoo doente em uma cadeira com a cabeça

apoiadacontra o peito de uni ajudante,edistendidosos tecidosdo grande

angulo d* >olho,umaincisão semi

-

lunar,cuja convexidade olhe para aspálpe

-bras ,v praticada demaneira , quese com prebendan’ella otendãodo

cnloorbicular; abre

-

se seguidamento em grande extensão o saco lacrimal

.

( e torminar

-

se

-

ba esteprimeiro tempo da operação enchendo

-

se a ferida

de lios seccos

.

Alguns dias mais tarde , quando apartese acharlimpa de

sangue, podendo então ser vista, um instrumento perforante qualquer

applicadoaoossocontra a goteira lacrimal , dirigido em o sentido de cima

paru baixo,defora paradentro, eurnpoucodediante para traz, de maneira

que estabeleça uma via de communicação com as fossas nasaes

.

Colloca

-

se

provisoriamenten’esta abertura umamecha de lios , ou uma pequena canu

-la, afim deobstar sua obliteração, e quandoas parles, estreitando

-

se so

-lue estecorpo, indicarem que a cura nãoestá distante , tcrminar

-

sc

-

ba

definitivamente a operação, substituindo

-

o então por uma canula de

rava o osso

u

.

iis

-ouro

construida de maneira

,

que ollercça uma estrangularão em seu centro. < » bomexilo daoperação exige que ocorrer d’este tempo, seja favorecidopelo meyodasinjecçoesémollientes ,oudetersivas

.

Masoprocessodocirurgiãoocu

-listadeJacques2

.

°offcrecia inconvenientes

,

dosquaes omais graveora oda prompta deslocação da canula , de sorte que a abertura feita no unguis se fechava gradualmente, terminando pela obliteração completa, e por tantopelo reapparecimento damoléstia

.

A e>tealvo pois forãodirigidosostiros poraquel

-les, que seseguirão aocirurgiãoInglez , mas menos certeiros que elle, nada adiantarãopara melhor, como passamos ademonstrar

.

ProcessodeMonro. Neste processo Monro servia

-

se de um trocarte

semelhante a uma sovéla desapateiro , com o na parte mais declive do saco lacrimal, sem

cuivo, qual praticava uma

abertuaa

ter cmgrande apreço o feri

-(*) segundoopensar dePlainer,eMalgalgne,Wool house extirpava lambem amucosa m,,

.

r,

o sacolacrimal, demaneiraque deixassedescobertoo ossounguis; massemelhante o 1

(23)

( 24 )

mento docthmoido

.

D’cstn sorte evito , dizia elle , que a abertura seja si

-tuada naparte media d’estesaco , como fazNVoolhousedandolugaraquea< lagrimas, nao tendendo por seo proprio pezo a introduziremse pela aber

-tura artificial

,

se accumulem na parte inferior d este reservatório

.

Mas pa

-rece

-

nosque ocelebre cirurgiãod’Kdimburgo

,

julgando tercortado todas as

diíficuldades

,

foi ainda ,senão mais, tão feliz, comoaquelle , a quem cen

-surava; porquanto a causa daobliteraçãonão se remove por certo com o mudar de instrumento ou de lugar.

Processo deHunter. Levado pelomesmodesejo ,Hunter julgou que deter

-minando uma maior perda de substancia no osso unguis, de maneira que lhe tirasse umamarca ,quetivesse duas linhas de diâmetro ,chegariaaobstar oinconveniente do processodeWoolhouse

.

Para isto imaginou dois instru

-mentos, asaber: uma especie decanula,que montada em umcaboofTere

-eesse em sua extremidade livre umcortante circular, semelhante ao do um

tira

-

marcas de correeiro; e umalamina deébano, curvada de modoquefa

-cultassesua introducçSo no meato medio, onde deveria servir de ponto do apoio ao primeiro instrumento , quando o fizessemobrar de fóra para den

-tro, pela abertura do grande angulodo olho

.

Semelhante concepção ó pu

-ramente ideal, e,segundo dizVelpeau, nunca passou deser ensaiada sobre

ocadaver

.

AcreditamoscomVidal dc

,

.Cassis , que tal processoemnada honra

o nomede Hunter; ealemde em nada se oppôr aoinconveniente da obli

-teração

,

que,difíiculdadesnãocercarião ooperador cmsua execução?

ProcessodeSaint

-

Yves Tendoemvista obstarnão só a esteinconveniente,

masaindaaoda versãodas pálpebrassobre si, oque muitas vezesacontece

processo deNVoolhouse,Saint

-

Yvesaconselha primeiro , quea incisãodos

tegumentosdevecomeçar abaixo doligamento daspalpebras, porquanto no

entender d’este pratico (e também no de Sabbatier)tal accidente é semdu

-vida devidoá secçãodeste ligamento; segundo , queoinstrumento,destinado

a perforarounguis, seja elevadoátemperatura branca

.

Se perfeitamenteabra

-çamosaquelledeseusconselhos,que tem por fimpoupar o ligamento, por

isso que nosparece rasoavel,de nenhum modo nos podemosconformarcom este

,

que, tendo por fim cauterisar asparedes da abertura , estendesua acçao

destruidora a tecidos

,

quedeverão ser poupados;alem deque, quandoisto não bastasse paraseproscreversemelhante processo, a experiência nos mos

-tra, que ainda assim a obliteração consecutiva vem confirmar a nenhuma efficacia de tal meio

.

Processos deDionizio

,

Lacharterre, Jfesinans , e Verduc

.

Mais cautelosos

,

que Saint

-

Yves, qmriaoestes práticos queocautério , por elles também acon

-selhado, fosse applicadoaos tecidos, levado pelo interior de uma simples bai

-nha

,

afim dequeaspartescircunvisinhasseachassemaoabrigo daacção cau

-térisante

.

Apezar d’estaprecaução oprocesso continuaa apresentaro mesmo inconveniente, porquanto apropagação de caloricoá propria bainha deter

-mina os mesmos effeitos.

no

Processo de Srarpn

.

Oillustre proffessor dePavia , declarando

-

sedeffen

-sor d’aqucllcs, que entendem ser tanto mais ellicaza cura , quanto maior

fór aperda desubstancia determinada, procura em seosescriptos rchabilitar aopiniãode Saint

-

Yves, por tãojustasrazoesabandonada

.

Mas, aconselhando ocautério

,

Scarpa discrepavisivelmenteda idéa d'estepratico,quando, tendo

(24)

(25)

uno com a simplesbainhadosaulliorcs ha poucocitados

canula conica

,

do paredes bastanteespessas,cfixa cm umcabo, que »eune cmangulo recto Ainda assimoprocessodocirurgiãoItaliano ,como

os detodos os queprocissãotal idea, 6desmentidopelapratica. Km quanto

unóstemospor averiguado , que a causa unica oconstantede tal oblitera

-çãoódeterminada em consequência d’esse movimentodecoarctaçao, ein vir

-tudedo qualoslábiosde qualquer ferida ,aproximando

-

se dacircunferência

para o centro , se reúnem cmíirn

.

Ora , tanto a piluitaria, como a mucosa dosacolacrimal são bastante laxaseesponjosas , para que ,qualquer que seja aperdadcsubstancia abi feita, sejalogoproniptamentereparada, c cicnlrisada

.

('anuladeWoolhouse,modificadapeloSr

.

Dr.Borges

.

Reconhecendoonosso illustre mestrequooinconvenientedadeslocaçãodacanula provinhacm grande parte desua defeituosaconslrucçâo

,

determinou

-

sea modifical-a dcmaneira,

que tivesse o seu maior diâmetro no centro (onde devocorresponder justa

-mente aotamanhodaabertura ossea ) estreitando

-

segradualrncnte paraosex

-tremos : representando , por assim dizer, a(iguradeumellipsoidc truncado por suas extremidades

.

A vantagem d'esta canula assim construída, inteitra

-menteoppostaádeWoolhouse, óde taofacil comprehensão , quepoucobastará dizer

-

se para quese entenda

.

Quandoagranulação, desenvolvidaem ambas as mucosas

,

tiverchegado a abraçar osextremosda canula,duasaberturasficarão, cujas capacidades ,iguacs ás das extremidades dacanula, representaremos por exemplocomo 2

.

Oquedeverá acontecer pois ,quando por qualquer motivo a canula sequeiradeslocar ? Seu centro , cujacapacidade diametraléduplada dcseus extremos , eporconseguinte como4, náopoderá passar por qual

-quer dasaberturas, quesão,arespeitod’ella,como2:4

.

massim com urna

a cila

SEGUNDOMETIIODO.

PERFORAÇÃODOSEVO MAXILLAR

.

t)mcthodo,queacabámosde enunciar , deve sun origem a umaccidente, que

,

encarado nomomentocomocapazdeproduzirterríveisconsequências,ofie

-receuaoespirito humanoumfavoravel ensejo, uma bellaoccasião dcmarchar na estradadomelhoramento , transformando

-

o cmregracapaz dc ser util á

humanidade soffredora

.

Com efTeito ,Laugier, vendo que Pecot naoccasião, emque manobravacom umcstilele para desobliteraro canalnasal,(segundo se lôcm umaobservaçãode Briot deBcnsançon,seudiscípulo)tinhapenetrado,mãogrado seu , em osejo

rnaxillar , semqued’ahi resultasse inconvenienteaodoente , antes pelocontrario lheoccasionou a cura, engendrou um processo,que,segundo elle , tinhaso

-breo dcWoolhouseavantagemdc não só sermaisdecliveaabertura , maiscurto otrajecto ,c mais larga acavidade

,

comotambémamucosad’esta parte quasifibrosa, e por isso poucodispostaaseinfiammar,eadeterminara obli

-teraçãoconsecutiva

.

Proces$o )de Laugier

.

Paraexecutar este processo,Laugier,depoisde ter abertoo

sacolacrimal

,

serve

-

se de umtrocartc , cuja asteócurvada emangulorectoa ti era

Referências

Documentos relacionados

O Programa de Educação do Estado do Rio de Janeiro, implementado em janeiro de 2011, trouxe mudanças relevantes para o contexto educacional do estado. No ranking do

Nesta perspectiva, observamos que, após o ingresso dos novos professores inspetores escolares na rede da Secretaria de Estado de Educação, houve um movimento de

O Processo Seletivo Interno (PSI) mostra-se como uma das várias ações e medidas que vêm sendo implementadas pela atual gestão da Secretaria de Estado.. Importante

De acordo com resultados da pesquisa, para os AAGEs, a visita técnica não é realizada com a presença do AAGE. Quanto ao “ feedback ” ao AAGE sobre a visita técnica realizada

O fortalecimento da escola pública requer a criação de uma cultura de participação para todos os seus segmentos, e a melhoria das condições efetivas para

Ressalta-se que mesmo que haja uma padronização (determinada por lei) e unidades com estrutura física ideal (física, material e humana), com base nos resultados da

Neste capítulo foram descritas: a composição e a abrangência da Rede Estadual de Ensino do Estado do Rio de Janeiro; o Programa Estadual de Educação e em especial as

Potencialidades, Restrições e Recuperação de Solos e Ambientes Degradados.. Edson Alves