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PERCEPÇÕES DE MULHERES SOBRE A VIVÊNCIA NO PERÍODO DO CLIMATÉRIO

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Academic year: 2021

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PERCEPÇÕES DE MULHERES SOBRE A VIVÊNCIA NO PERÍODO DO

CLIMATÉRIO

SILVA, Larissa Borges da

1

; SILVA, Silvana Cruz da

2

; ZANOTELLI, Silvana dos

Santos

3

; POSSATI, Andrêssa Batista

4

; ZIMMERMANN, Josiane Caroline

5

;

ALVES, Camila Neumaier

6

; WILHELM, Laís Antunes

7

; RESSEL, Lúcia Beatriz

8

.

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Autora. Graduanda em Enfermagem da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM). Membro do grupo de pesquisa Cuidado, Saúde e Enfermagem/UFSM. Bolsista do Programa de Educação Tutorial PET-Enfermagem/UFSM. E-mail: lariborgesdasilva@gmail.com

2

Co-autora. Enfermeira. Mestranda do Programa de Graduação em Enfermagem da Universidade Federal de Santa Maria – UFSM. Bolsista CAPES. Membro do Grupo de Pesquisa: Cuidado, Saúde e Enfermagem/UFSM.

3

Co-autora. Enfermeira. Docente do Departamento de Enfermagem da Universidade do Estado de Santa Catarina (UDESC). Mestre em Enfermagem pelo Programa de Pós-Graduação em Enfermagem da Universidade Federal de Santa Maria – PPGENF/UFSM.

4 Co-autora. Acadêmica do 3º semestre de Enfermagem da Universidade Federal de Santa Maria – UFSM. Bolsista de Iniciação Científica do Programa de Educação Tutorial – PET Enfermagem. Membro do Grupo de Pesquisa: Cuidado, Saúde e Enfermagem/UFSM.

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Co-autora. Acadêmica do 3° Semestre de Enfermagem da Universidade Federal de Santa Maria - UFSM. Aluna de Iniciação Científica. Bolsista PROBIC/FAPERGS. Membro do Grupo de Pesquisa: Cuidado, Saúde e Enfermagem/UFSM.

6

Co-autora. Enfermeira Mestranda do Programa de Pós-Graduação em Enfermagem da Universidade Federal de Santa Maria – PPGENF/UFSM. Membro do grupo de pesquisa Cuidado, Saúde e Enfermagem/UFSM.

7

Co-autora. Enfermeira. Mestranda do Programa de Pós-Graduação em Enfermagem da Universidade Federal de Santa Maria – PPGENF/UFSM. Membro do grupo de pesquisa Cuidado, Saúde e Enfermagem/UFSM.

8

Orientadora. Enfermeira. Doutora em Enfermagem pela USP. Professora Associada do Departamento de Enfermagem/UFSM. Líder do Grupo de Pesquisa Cuidado, Saúde e Enfermagem/UFSM.

RESUMO

O objetivou-se compreender como as mulheres vinculadas a uma Unidade de Estratégia de Saúde da Família vivenciam o climatério. Trata-se de uma pesquisa de campo, descritiva, com abordagem qualitativa, cujos dados foram coletados por meio de entrevistas com 13 mulheres entre março e agosto de 2009. Para a análise dos dados foi utilizada a análise temática. Como resultado, obtivemos que o climatério é vivenciado de formas diversas e a percepção sobre esse periodo é moldada pelas características biológicas, sociais e culturais. Os múltiplos fatores que permeiam a vida das mulheres precisam ser observados quando se presta assistência. A atenção grupal a esta clientela possibilita a socialização de saberes e o apoio da equipe de saúde possibilita a vivência do climatério de forma mais natural e tranquila. Então, há que se (re)pensar a prática de enfermagem, possibilitando a implementação de medidas estratégicas de atenção à mulher no climatério atendendo suas necessidades e encaminhando-as para uma vida ativa e saudável.

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1. INTRODUÇÃO

O aumento da expectativa de vida da população brasileira reflete-se na grande parcela de idosos no país, sendo a maioria mulheres. Essa fase é permeada por muitas mudanças fisiológicas, psicológicas e sociais, permitindo que cada mulher atribua vários significados para os acontecimentos ocorridos, entre eles, o climatério. Este é descrito pela cultura biomédica como a fase da vida da mulher em que ocorre o final da sua capacidade reprodutiva. Nela, acontecem inúmeras mudanças moldadas por alterações na produção hormonal, além da influência de fatores individuais, socioeconômicos e culturais (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2008).

As mudanças durante o climatério diferem entre as mulheres e podem ser decorrentes da carência estrogênica, das experiências vividas, das expectativas existentes quanto ao desconhecido, de sintomas psicológicos relativos a outros eventos reprodutivos, bem como dos fatores socioculturais e familiares envolvidos com tais experiências, que muitas vezes transformam-se em tabus que levam ao constrangimento feminino (GONÇALVEZ, FERNADES, NARCHI, 2007).

Além disso, o climatério é percebido como uma nova experiência no âmbito das relações sociais, na vida conjugal, profissional e espiritual, o que acaba tornando essa fase um tanto difícil para muitas mulheres. Logo, a percepção dos sintomas característicos do climatério, pelas mulheres, varia de acordo com a cultura, o nível socioeconômico e fatores individuais.

Diante das reflexões apresentadas, a questão norteadora desta investigação foi alicerçada na seguinte ponderação: “Como é para as mulheres vinculadas a uma Unidade de Saúde da Família da cidade de Passo Fundo, vivenciar o climatério?”.

2. OBJETIVOS

Compreender como as mulheres vivenciam o climatério. Destaca-se que este trabalho traz um recorte da dissertação de mestrado “Vivências de mulheres acerca do climatério em uma unidade de saúde da família”, desenvolvida no Programa de Pós-Graduação em Enfermagem da Universidade Federal de Santa Maria

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Trata-se de uma pesquisa de campo, descritiva, com abordagem qualitativa. O cenário de estudo foi uma Estratégia de Saúde da Família (ESF) da cidade de Passo Fundo–RS. Foi sujeito desta pesquisa um grupo de treze mulheres com idade entre 40 e 65.

A inclusão dos sujeitos da pesquisa seguiu os seguintes critérios: mulheres entre 40 e 65 anos, vinculadas à ESF, independentemente de estado civil, número de filhos, doenças e tratamentos, que já tivessem passado pela menopausa, e que tivessem capacidade de comunicação. O projeto foi submetido ao Comitê de Ética em Pesquisa (CEP) da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM), com aprovação sob CAAE número 0269.0.243.000-08.

Foi utilizado o critério de saturação de dados para finalização da coleta. A coleta de dados ocorreu entre os meses de março e agosto de 2009. O instrumento de coleta foi a entrevista semiestruturada, desenvolvida no domicílio das mulheres participantes. Os dados foram analisados por meio da análise temática (MINAYO, 2010). Ao iniciarem-se os trabalhos, foi realizada a caracterização da área geográfica de abrangência da unidade de saúde, bem como da população local sob diversos aspectos. Esta caracterização produziu o perfil socioeconômico e cultural das participantes da pesquisa.

4. RESULTADOS E DISCUSSÕES

Apesar de o termo climatério trazer consigo referências de um período patológico e medicalizado, optou-se aqui por abordá-lo como uma fase biológica da mulher, influenciada por fatores tanto biológicos como psicológicos, culturais e sociais. Desta forma, na sequência serão abordadas as categorias resultantes do recorte dessa pesquisa, que depreendeu as percepções, a sexualidade e a autoimagem das mulheres entrevistadas.

A percepção das mulheres sobre o climatério

As mulheres da pesquisa associaram o climatério à menopausa e revelaram significados e percepções sobre o período vivido de forma singular, diretamente relacionado aos sintomas. Elas referiram experiências positivas e negativas. Apontam como aspecto positivo a ausência da menstruação, com relação à higiene e ao conforto. Na vida das mulheres, há marcos que sinalizam diferentes fases, como a menarca, a gestação ou a última menstruação. E são estes episódios que marcam o seu corpo e sua história de vida, independente da cultura, onde recebem diversos significados. O climatério pode ser visto como um aspecto positivo na perspectiva de que a menstruação era relacionada a algo desconfortável, sujo, que causava incômodos. Tal conotação pode estar impressa desde a menarca, uma vez que o aprendizado do cuidado de seu corpo é construído cultural e socialmente. O climatério é uma fase biológica da vida da mulher e não como um processo patológico (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2008).

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Algumas participantes da pesquisa referiram o climatério como algo negativo, relacionando aos sintomas desta etapa. Os sintomas referidos pelas mulheres foram principalmente alterações menstruais, ondas de calor, cefaleia, insônia, alterações ósseas, musculares e as relacionadas ao processo senil de memória, de localização e espaço. O sofrimento advindo de tais sintomas cria condições de mal estar e desconforto às mulheres. É uma sensação de que tudo se desorganizou, que a sua vida é um caos, há o sentimento de final de vida, de encerramento da juventude e de reprodução, podendo gerar uma situação psicológica de perda e de desvalorização. Ainda, o climatério é, muitas vezes, ignorado e negligenciado por filhos, netos, parentes e amigos, tornando esta fase solitária para ser vivida pelas mulheres (LANDERDAHL, 2002);

Percepções da sexualidade no climatério

Durante a realização da pesquisa, a maioria das mulheres relatou que houve mudanças em sua sexualidade durante o climatério, especialmente relacionada ao ato sexual propriamente dito. Estas modificações remetem, algumas vezes, à experiência negativa, vista por algumas mulheres como algo sem solução.

As mulheres expressaram preocupação e desgosto com a falta de desejo sexual, referindo que esta mudança na vivência da sexualidade repercute na relação com o parceiro e consigo mesmas. Ao mesmo tempo referiram falta de vontade de procurar ajuda e desconhecimento de “tratamento” para isso.

Os sujeitos desta pesquisa consideraram incômodas as mudanças na vivência da sexualidade, pois repercutem na relação com o parceiro e consigo mesmas, em consonância ao estudo de Oliveira e Merighi, (2008). Com o intuito de evitar conflitos e desentendimentos, as mulheres submetem-se ao relacionamento sexual com seus companheiros, os quais têm dificuldade em compreender e aceitar a diminuição da libido e da satisfação sexual da mulher. A relação delas com seu corpo, no climatério, é marcada por múltiplos fatores de ordem social, cultural, psicológico e biológico (OLIVEIRA, MERIGHI, 2008).

A maioria das mulheres entrevistadas apresentava certa timidez em se tratando dos assuntos que permeavam a sexualidade. Para elas a exposição de tal preocupação poderia ser “mal” interpretada. Pode-se pensar que a sexualidade feminina, em geral, tem sua construção e vivência carregada de limitações e controles, assim, no climatério sobrecarrega-se de preconceitos e tabus.

Percepções da autoimagem no climatério

As alterações hormonais depreendidas neste período, acompanhadas pela desvalorização estética do corpo e pelo aparecimento dos sintomas que se apresentam de intensidade variável, sinalizam uma mudança da autoimagem e o envelhecimento inevitável. Além disso, o aumento do peso e dos seios apareceu como sofrimento, marcando a

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transformação física do corpo, pois a imagem do corpo anterior é comparada com a atual, refletindo incômodo e tristeza no período vivenciado. Nos depoimentos evidencia-se o desconforto físico causado pelo aumento dos seios em função do uso de hormônio, o que acarretou dores na coluna e assadura na pele.

Apesar de o corpo feminino ser marcado pelo ciclo biológico-reprodutivo, o destino da mulher não pode ser reduzido à dimensão fisiológica. Nesta direção somente considerando aspectos socioculturais e os conflitos inerentes à subjetividade humana, é que será possível compreender o fenômeno da meia-idade feminina (MORI, 2004).

A imposição de um padrão de beleza baseado na valorização de uma imagem moldada ao longo dos tempos remete às mulheres à inquietude e ao sofrimento diante da própria imagem. Isso pode ser entendido como reflexo desse padrão de beleza, visto que, se não há consonância com esse modelo, corre-se o risco de criar uma consciência corporal desvirtuada, a qual pode-se manifestar por baixa autoestima e/ou incapacidade de provocar desejo em alguém.

5. CONCLUSÃO

O desenvolvimento desta pesquisa possibilitou a observação de que o climatério é um período importante da vida feminina, porém, pode-se afirmar que ele é compreendido de diversas formas pelas mulheres que o vivenciam. Assim, observou-se que é um período entendido, de forma positiva e negativa, permeado por sentimentos que traduzem a complexidade dos significados de vivenciar cada fenômeno, alicerçadas nas heranças culturais e singularidades de cada mulher. Sugere-se que as mulheres possam ser assistidas em grupo, por meio da socialização de saberes e com apoio da equipe de saúde.

É importante, também, repensar a prática assistencial da Enfermagem, articulada com os demais profissionais de saúde, para que possam implementar medidas estratégicas de atenção à mulher no climatério, promovendo o empoderamento destas mulheres, encaminhando-as para uma vida ativa, saudável, proveitosa, com bem-estar e qualidade.

REFERÊNCIAS

GONÇALVES R., MERIGHI M.A.B. Climatério: novas abordagens para o cuidar. In: Fernandes RÁQ, Narchi NZ, organizadores. Enfermagem e saúde da Mulher. Barueri (SP): Manole; 2007.

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LANDERDAHL, M.C. Mulher climatérica: uma abordagem necessária a nível de atenção básica. Nursing (São Paulo) 2002.

MINAYO, M.C.S. O desafio do conhecimento - pesquisa qualitativa em saúde. 12ª ed. São Paulo (SP): Hucitec; 2010.

MINISTÉRIO DA SAÚDE (BR). Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Ações Programáticas Estratégicas. Manual de atenção à mulher no Climatério / Menopausa. Brasília (DF); 2008.

MORI M.E., COELHO V.L.D. Mulheres de corpo e alma: aspectos biopsicossociais da meia-idade feminina. Psicol reflex crit [periódico on line] 2004;

OLIVEIRA D.M., JESUS MCP, Merighi MAB. Climatério e sexualidade: a compreensão dessa interface por mulheres assistidas em grupo. Texto & contexto enferm [periódico on line] 2008 jul/set; [citado 21 jan 2011]; 17(3):519-26

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