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QUE FIM LEVA? Instituições no futebol brasileiro. Anderson Castro Deborah de Castro

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QUE FIM LEVA?

Instituições no futebol brasileiro

Anderson Castro Deborah de Castro

Editoração 2015

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Autores: Anderson Castro e Deborah de Castro

Título: QUE FIM LEVA? Instituições no futebol brasileiro Diagramação: Anderson Castro e Deborah de Castro

C355q

Castro, Anderson

Que fim leva: Instituições no futebol

brasileiro/Anderson Castro e Deborah de Castro (organizadores) - Brasília: Editora, 2015.

129p ISBN:

1 Instituições. 2 Futebol brasileiro. I - Castro,Deborah de. II - Título CDU 796.332 Editoração Local: Brasília Contato: csoaresdeborah@gmail.com anderson93acg@gmail.com

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Agradecimentos: Agradecemos professora e Michelli Costa, da Universidade de Brasília – UnB. Faculdade de Ciência da Informação – FCI pelo empenho em ministrar a disciplina de Editoração.

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Resumo

As crises das instituições brasileiras não se resumem às esferas federais de Governo. O 7x1 que o Brasil sofreu na Copa do Mundo de 2014 reflete a desorganização do futebol brasileiro em seus diversos estratos.

Problemas com cotas de televisão, patrocinadores, entidades normativas e os escândalos da CBF E FIFA culminaram em um sistema enfraquecido que não suporta a torcida imensa que possui. Comparado a países estrangeiros, o futebol brasileiro se mostra imaturo e defasado no meio empresarial, mesmo levando em conta a importância que possui as instituições para o crescimento.

As soluções são diversas, principalmente no que tange a qualificação dos gestores. Somente a partir de instituições que buscam eficiência o futebol poderá se modernizar e apresentar resultados em campo.

Aqui reunimos textos sobre a atual conjuntura do futebol brasileiro, com foco nas instituições.

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Sumário

O PAPEL DAS INSTITUIÇÕES NA ECONOMIA ... 9

ASINTITUIÇÕESNAECONOMIA:ANOVAECONOMIA INSTITUCIONAL ... 9

O FUTEBOL E SUAS INSTITUIÇÕES ... 19

EVOLUÇÃO DO FUTEBOL NO CENÁRIO MUNDIAL ... 19

AS PRINCIPAIS ENTIDADES FUTEBOLÍSTICAS NO BRASIL ... 24

AFIFA ... 27

AFIFA RECENTEMENTE:SUPERPOTÊNCIA FINANCEIRA E INSTITUCIONAL ... 28

OS PATROCINADORES DO FUTEBOL BRASILEIRO ... 33

PUBLICIDADE:AS COTAS PARA TELEVISÃO ... 37

CONJUNTURA EMPRESARIAL DOS CLUBES NO BRASIL VS NO MUNDO ... 41

TV VAI FAZER LANTERNA DO INGLÊS MAIS RICO QUE O MAIS RICO DO BRASIL ... 41

APREMIER LEAGUE ESTÁ MESMO MAIS RICA, E MÉDIOS INGLESES JÁ SE IGUALAM A GRANDES DE OUTRAS LIGAS ... 44

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COMO É DISTRIBUÍDO O DINHEIRO DA TV EM OUTROS CAMPEONATOS DO MUNDO ... 50

BARÇA E REAL FATURAM MUITO MAIS DA TV QUE RIVAIS, MAS MODELO COMEÇA A SER REVISTO ... 53 AUDIÊNCIA CONTA, MAS SUCESSO DA PREMIER LEAGUE TEM A VER COM DIVISÃO DA COTA DE TV ... 62

NA BUNDESLIGA, BOLO PARA DIVIDIR É PEQUENO ... 69 EM PORTUGAL, O BENFICA RESOLVEU TRANSMITIR SEUS JOGOS E BRIGAR CONTRA A EMISSORA DOMINANTE ... 76 MLS USA SISTEMA DE ESPORTES AMERICANOS, MAS DINHEIRO DE TV É ÍNFIMO PERTO DOS DEMAIS ... 85

ESCÂNDALOS ... 95

PIOR QUE 7X1: OS ESCÂNDALOS EM QUE A CBF JÁ ESTEVE ENVOLVIDA

... 95

EDÍVIDAS NO FUTEBOL BRASILEIRO ... 102

SEU TIME VAI ACABAR:DÍVIDAS SEM FIM PODEM DERRUBAR MUITOS TIMES BRASILEIROS ... 102

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A CHANCE DO FUTEBOL BRASILEIRO ... 118 MUDANÇA DE PARADIGMA:CLUBE EMPRESA? ... 122

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9

O

PAPEL

DAS

INSTITUIÇÕES

NA

ECONOMIA

AS INTITUIÇÕES NA ECONOMIA: A

NOVA ECONOMIA INSTITUCIONAL

Richard Ebeling No final dos anos 1980, quando o domínio do império soviético na Europa central começou a se esfacelar, surgiu uma premente questão política para a qual poucas pessoas até então haviam dado atenção: como transformar economias socialistas em economias de mercado plenamente operantes?

Quanto mais esta discussão ganhava atenção, mais pavoroso era constatar o quão pouco os economistas profissionais eram capazes de contribuir. Por exemplo, no encontro anual da American Economic Association, um considerável número de proeminentes economistas simplesmente admitiu não ter a mais mínima ideia de como criar a ordem institucional necessária para se estabelecer uma economia de mercado.

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10 Na primeira metade do século XX, vários economistas se tornaram cada vez mais interessados em tentar fazer com que a economia se transformasse em uma disciplina "rigorosamente científica". Do ponto de vista destes economistas, tal objetivo requeria a construção de modelos quantitativos, nos quais os indivíduos e suas ações eram reduzidos a meras "variáveis dependentes" dentro de uma série de equações matemáticas. O indivíduo se tornava uma simples variável passiva, a qual "reagia" a várias "limitações" que existiam dentro da arena das trocas voluntárias. Neste cenário, as instituições políticas, jurídicas e econômicas ao redor deste indivíduo eram simplesmente um "pano de fundo" que servia como base para uma análise quantitativa sobre como as pessoas fazem suas escolhas de acordo com as limitações existentes.

Como estas instituições surgiram e se desenvolveram, e como as ideias e as ações dos indivíduos influenciaram e moldaram estas instituições

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11 ao longo do tempo, eram questões quase nunca discutidas.

No entanto, ao longo dos últimos 30 anos, desenvolveu-se um novo ramo da ciência econômica chamado de Nova Economia Institucional, cujo objetivo principal é investigar exatamente a interação entre o indivíduo e as instituições sociais. Um dos principais contribuidores desta área é Douglass C. North, vencedor do Prêmio Nobel de economia em 1993 por seus trabalhos sobre a história econômica da Europa e dos EUA. Em seu livro Entendendo o Processo de Mudança Econômica, North explica a importância das instituições para o aprimoramento das condições humanas, e mostra as dificuldades de se desenvolver teorias e implantar políticas voltadas para o melhoramento da sociedade.

North começa sua obra dando ênfase ao inquestionável fato de que o homem vive em um mundo repleto de incertezas e imprevisibilidades, realidade essa que, por si só, impossibilita toda e qualquer aplicação daqueles modelos matemáticos estáticos e

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12 deterministas que dominam a esmagadora maioria dos manuais de economia. O "método científico" funciona maravilhosamente bem para permitir ao homem dominar as leis do mundo da física, mas possui severas limitações e falhas inerentes quando aplicado indiscriminadamente à condição humana e ao comportamento humano.

O homem possui qualidades exclusivas que são singularmente distintas das características inerentes aos objetos de estudo da física e da química: criatividade e objetividade. O homem raciocina, imagina e planeja. Isso introduz um elemento de imprevisibilidade que não está presente no estudo da natureza inanimada. A ação humana simplesmente não está propensa a probabilidades estatísticas estáveis.

Adaptando alguns temas oriundos da psicologia cognitiva, North argumenta que o homem está mais para um descobridor racional de padrões do que para um solucionador lógico de problemas. Em outras palavras, tudo indica que a mente humana evoluiu de tal maneira a estar sempre tentando observar uma ordem e

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13 uma relação entre coisas e eventos, mesmo quando tais fenômenos podem não estar lá. Como resultado deste comportamento mental, o homem está continuamente tentando estabelecer padrões e relações neste mundo, sempre com o intuito de alcançar inteligibilidade e um grau de certeza previsível.

Esta é a origem das crenças e ideias humanas a respeito de "como as coisas funcionam", desde superstições primitivas até as mais complexas teorias sobre a natureza e o funcionamento da ordem social. Este sistema de crenças e ideias é transmitido de geração para geração, e vai sendo solidificado nos costumes, nas tradições e em outras instituições culturais. Consequentemente, a ordem institucional é o resultado cumulativo de gerações de mentes que interagiram entre si.

As regras sob as quais os homens vivem, argumenta North, foram geradas pelos esforços do próprio homem em tentar reduzir suas incertezas sociais. Ao voluntariamente restringir suas próprias ações e as de seus conterrâneos por meio de normas,

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14 valores e procedimentos interativos que definem e determinam os códigos de conduta — bem como os fundamentos da legitimidade e da obediência —, o homem introduz graus de previsibilidade aos processos sociais e econômicos.

Algumas destas regras institucionais foram formalmente criadas por meio de códigos jurídicos e políticos. Mas a grande maioria, se não a quase totalidade, é de regras informais que foram aprendidas e absorvidas em decorrência do simples fato de se nascer e viver dentro de uma determinada sociedade — regras estas que frequentemente não são explicitamente enunciadas.

A grande transformação observada na evolução sociocultural do homem, explica North, ocorreu quando as relações de troca evoluíram do pessoal para o impessoal: ou seja, quando evoluíram da pequena tribo e suas relações face a face para um amplo mercado no qual homens separados pelo tempo e pelo espaço, e sem qualquer parentesco entre si, se tornaram

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15 crescentemente interligados por meio de transações monetárias.

Crenças e ideias sobre o que era justo, moral e correto começaram a se desenvolver de uma maneira que tornou possível o desenvolvimento, ao longo dos séculos, das instituições hoje presentes nas modernas economias de mercado. North lista uma série destas mudanças históricas ocorridas na Europa Ocidental, especialmente no sistema bancário, nos mecanismos de crédito (como notas promissórias, duplicatas ou letras de câmbio) e nos contratos comerciais, os quais prepararam o terreno para o crescimento econômico e o contínuo aumento da prosperidade no mundo ocidental observados nos últimos cinco séculos. Um maior respeito pela propriedade privada, a aceitação de uma relativamente irrestrita concorrência de mercado, um maior apreço pelas liberdades individuais sob os auspícios de leis imparciais, e a imposição de mais limites sobre o poder tributário e regulatório dos governos fizeram com que as energias criativas dos

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16 homens em geral e dos empreendedores em particular fossem totalmente liberadas.

No entanto, o fenômeno oposto também pode ocorrer, e North mostra toda a rigidez e corrupção que surgem quando crenças e ideias errôneas geram instituições que concedem poderes crescentes ao estado — seja em sua forma extrema, como na União Soviética, seja em sua forma mais suave, mas não menos danosa, como no moderno estado intervencionista, protecionista e assistencialista.

O dilema é que estas experiências históricas não garantem que as "lições" corretas serão aprendidas. Como argumenta North, é comum haver muito "ruído" nos processos históricos; nem sempre fica claro quais causas (mudanças institucionais ou políticas) geraram quais efeitos (mudanças no bem-estar

econômico, inclusive em graus de

liberdade). Adicionalmente, boa parte da informação e da interpretação sobre mudanças institucionais e políticas chega até a nós por meio de intermediários intelectuais que possuem suas próprias agendas e

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17 ideologias, e que não compreendem o real funcionamento de determinados processos socioculturais.

O real perigo de tudo isso, alerta North, não está apenas no fato de que os vários países que jamais desenvolveram as corretas instituições de mercado possam fracassar neste objetivo; está também, e principalmente, no fato de que a liberdade e a prosperidade nunca estão garantidas para sempre em nenhuma sociedade. Em outras palavras, mesmo as sociedades mais bem sucedidas podem sofrer um retrocesso e se desintegrar, degenerando-se na estagnação econômica e na tirania política — e tudo em decorrência da aceitação de ideias e crenças erradas, que geram mudanças institucionais fatais.

A correta compreensão do poder e da importância das instituições é essencial tanto para aquela população que queira evitar tragédias quanto para aquela que queira reverter várias políticas perigosas que estejam em curso

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18 EBELING, Richard. A importância das instituições para o progresso econômico. 2014. Disponível em: <http://www.mises.org.br/Article.aspx?id=1680>.

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O FUTEBOL E SUAS INSTITUIÇÕES

Evolução do futebol no cenário mundial

Conhecido como paixão nacional, o futebol é um jogo que hoje mobiliza a paixão de diversas pessoas espalhadas pelo mundo. Ganhando destaque ímpar no mundo dos esportes, a Copa do Mundo de Futebol é considerada o maior evento esportivo do planeta. Porém, todo esse destaque dado ao desporto coletivo, remonta uma história bastante longa, bem mais antiga que a do tempo em que o britânico Charles Miller viria a ser considerado o inventor desse esporte.

De acordo com algumas pesquisas, o futebol tem suas primeiras manifestações na China, por volta de 2500 a.C. De acordo com essa corrente, os soldados se divertiam com o crânio de seus inimigos decapitados em um animado jogo. Em contrapartida, outros estudiosos atribuem a invenção do futebol à civilização maia. Divididos em duas coletividades, os times deveriam acertar um aro fixo. A disputa era tão intensa que o líder do time derrotado era punido com a morte.

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20 Essas primeiras manifestações do jogo de futebol são consideradas tentativas de dar origens mais remotas do que àquela estabelecida pelo senso comum: a Inglaterra do século XIX. No século anterior, um dos primeiros “ensaios” desse jogo aconteceu com o “mass football”, disputa onde dois grandes grupos da cidade de Chester tentavam fazer uma bola ultrapassar um dos

portões da cidade.

O século XIX assistiu o auge dos ideais racionalistas e progressistas. Com isso, diversas instâncias da vida cotidiana dos britânicos viriam a ganhar normas. Atingido por essa onda de normalizações, o futebol ganhou as suas treze regras originais que ainda influenciam grande parte das regras contemporâneas. Dotado de um conjunto de regras racionais, o futebol logo foi considerado um esporte prestigiado entre as elites financeiras e intelectuais da época.

De acordo com os registros da época, a competitividade e o raciocínio rápido exigidos em sua

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21 prática seriam grandes aliados na formação de mentes de grande astúcia e determinação. Em pouco tempo, as agitadas massas operárias britânicas viriam a incorporar a prática do futebol. Sendo uma ótima atividade recreativa, que segundo alguns críticos arrefeceriam o espírito revolucionário da classe, o esporte começou a ganhar times de origem operária.

Financiados pelos donos de fábrica, o times do Arsenal (1886) e do Manchester United (1878) foram as primeiras agremiações nascidas em solo inglês. Em um curto período de tempo, os primeiros times começaram a organizar campeonatos assistidos por um público cada vez mais apaixonado. Com a grande aceitação popular, os times começaram a investir em infraestrutura e na contratação de jogadores mais habilidosos. A noção empresarial começaria a dominar diversas instâncias desse lucrativo esporte.

No Brasil, Charles Miller, filho de britânicos nascido em São Paulo, trouxe da terra de seus pais o primeiro par de bolas e o livro de regras do jogo. Por toda a América Latina, a popularização do jogo britânico

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22 se percebeu com a criação de diversos times com nomes em inglês. Em pouco tempo, a propagação dessa prática desportiva pelo mundo deu condições para a criação da primeira Copa do Mundo de Futebol.

Inicialmente o governo britânico, por conta de sua patente histórica, pretendia controlar a organização do evento. No ano de 1870, sob a tutela da Coroa Inglesa, as primeiras copas do “mundo” aconteciam somente com a participação de times ingleses. No entanto, em 1904, os franceses defenderam a universalização do esporte com a criação da FIFA (Federação Internacional de Futebol). Na mesma época, o futebol foi reconhecido como esporte olímpico.

A criação das seleções nacionais incrementou a competitividade e as técnicas do jogo. A natural hegemonia da seleção britânica foi disputada pela seleção uruguaia. Em pouco tempo diversos craques começaram a despontar na aurora do cenário internacional do futebol. A partir dos anos 50, os brasileiros revelaram seus primeiros grandes craques, entre os quais destacamos Pelé e Garrincha. O Brasil,

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23 hoje sendo considerado país do futebol, integra parte significativa do chamado “mundo da bola”.

História do Futebol. Disponível em: <http://www.historiadomundo.com.br/curiosidades/hist oria-do-futebol.htm>. Acesso em: 27 set. 2015.

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As principais entidades futebolísticas no

Brasil

CBF

A Confederação Brasileira de Futebol é a entidade máxima do esporte no país. Organiza todos os campeonatos em território nacional e representa o Brasil nas competições internacionais entre países com a Seleção Brasileira. Fica sediada na cidade do Rio de Janeiro e tem como atual presidente Marco Polo Del Nero.

Federações estaduais

As Federações estaduais são as responsáveis por regular o futebol em cada Estado que lhe têm circunscrição. São órgãos inferiores e ligados à CBF, tendo autonomia própria para organizar campeonatos, eleger presidente, assinar contratos e reconhecer clubes e associações ligadas ao esporte.

Clube dos 13

O Clube dos 13 é a associação criada em 1987 para organizar a primeira divisão do Campeonato

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25 Brasileiro de Futebol. Seria o órgão responsável por criar uma liga de clubes, porém, este fato só foi concretizado em seu ano de fundação e em 2000, devido a problemas da CBF na organização do campeonato, gerando assim a Copa União e a Copa João Havelange para cada ano respectivamente. Na prática, o Clube dos 13, atualmente, é o elo entre clubes e CBF e entre clubes e contratos de transmissão pela TV.

FBA (Futebol Brasil Associados)

A FBA, sigla para Futebol Brasil Associados, é a entidade responsável para a organização do Campeonato Brasileiro de Futebol - Série B, a segunda principal divisão de clubes no torneio nacional.

STJD

O Superior Tribunal de Justiça Desportiva é órgão jurídico no âmbito desportivo no Brasil. Ele é responsável por julgar os casos envolvendo clubes e atletas. É comum sua participação no cotidiano do futebol brasileiro a partir de julgamentos de casos de suspensão por cartões vermelhos e amarelos, casos de agressão ou mesmo de doping. Seu órgão inferior é o

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26 Tribunal de Justiça Desportiva (TJD), que atua a nível estadual.

Futebol do Brasil. Disponível em:

<https://pt.wikipedia.org/wiki/Futebol_do_Brasil>. Acesso em: 25 set. 2015.

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A FIFA

Federação Internacional de Futebol (do francês: Fédération Internationale de Football Association), mais conhecida pelo acrônimo FIFA, é a instituição internacional que dirige as associações de futsal, futebol de areia (português brasileiro) ou futebol de praia (português europeu) e futebol, o esporte coletivo mais popular do mundo. Filiada ao Comitê Olímpico Internacional, a FIFA foi fundada em Paris em 21 de maio de 1904 e tem sua sede em Zurique, na Suíça.

Ao todo, possui 209 países e/ou territórios associados. Com esse número, é a instituição internacional que possui a segunda maior quantidade de associados, inclusive mais associados do que a Organização das Nações Unidas e o Comitê Olímpico Internacional, que possuem, respectivamente, 193 e 205 membros cada. A Associação Internacional de Federações de Atletismo (IAAF) possui 212 membros.

FIFA. Disponível em:

<https://pt.wikipedia.org/wiki/Federação_Internacional _de_Futebol>. Acesso em: 25 set. 2015.

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A FIFA recentemente: Superpotência

Financeira e Institucional

Com reservas de mais de um bilhão e meio de dólares e faturamento digno de uma multinacional, a Fifa tornou-se uma potência financeira e institucional desde a chegada ao poder de Joseph Blatter, mas foi sacudida por vários casos de corrupção.

Blatter sempre costuma lembrar que a entidade precisava lidar com situação delicada de parceiros, como a empresa de marketing ISL, que acabou falindo em 2001.

Desde então, o chefão do futebol transformou a Fifa numa máquina de fazer dinheiro. Blatter entrou na instituição em 1975, como responsável pelo desenvolvimento, virou secretário-geral em 1981, cargo que exerceu até 1998, quando foi eleito presidente, sucedendo ao brasileiro João Havelange.

Foi justamente ao redistribuir com generosidade o dinheiro arrecadado às federações que o suíço conseguiu apoios importantes para se reeleger três vezes, e é o favorito para buscar o quinto mandato.

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29 "Quando era secretário-geral de João Havelange, Blatter aproveitou o fato de o brasileiro viajar muito para dirigir de fato da Fifa. Quando virou presidente, já tinha todas as chaves", explica uma fonte próxima da presidência da Fifa.

Faturamento de US$ 5,7 bi: Em março do ano passado, a Fifa anunciou um lucro recorde de 338 milhões de dólares no período 2011/2014, com faturamento de US$ 5,7 bilhões, boa parte graças a arrecadação da Copa do Mundo de 2014, no Brasil.

Essas cifras astronômicas se devem a um aumento significativo dos direitos de TV e marketing.

Graças a esta verba, comparável apenas à do Comitê Olímpico Internacional (COI) no mundo do esporte, a Fifa conseguiu bancar o comitê organizador do último Mundial com 453 milhões de dólares.

A entidade garante que 72% do dinheiro é "reinvestido diretamente no futebol". Foram gastos entre 2011 e 2014 mais de um bilhão de dólares em programas de desenvolvimento do futebol, sendo que cada uma das 209 federações filiadas recebeu uma parte.

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30 Mediação internacional: "No início, Blatter era criticado porque não tínhamos caixa, agora é criticado porque o caixa é alto", reclamou recentemente o diretor de finanças da Fifa, Markus Kattner.

No Brasil, como na África do Sul quatro anos antes, foi criado um fundo de 100 milhões de dólares para "garantir a herança" da Copa.

Cerca de 60% foi reinvestido em infraestruturas para categorias de base e 15% para o futebol feminino.

Por mais que seja transparente em relação às suas despesas, a Fifa costuma ocultar a remuneração dos seus dirigentes.

Ao contrário do COI, que divulgou o salário do presidente Thomas Bach, a renda de Blatter continua sendo um mistério. "Simplesmente porque, como não somos cotados na bolsa de valores, não somos obrigados", justificou Kattner.

Com o poder financeiro e a influência do futebol no mundo, Blatter tenta se impor como mediador internacional, sendo que a Fifa tem mais membros que a ONU (209 contra 193).

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31 Na semana passada, o suíço viajou ao Oriente Médio para tentar colocar panos quentes na polêmica que surgiu como efeito colateral do conflito entre Israel e Palestina.

Membro desde 1998, a Federação palestina pede a exclusão de Israel de competições internacionais por "comportamento racista contra os árabes", principalmente no que diz respeito ao deslocamento de atletas.

O presidente da Fifa se reuniu o primeiro-ministro da Israel, Benjamin Netanyahu, e em seguida com o presidente palestino, Mahmud Abbas, mas não foi suficiente.

A Palestina decidiu manter a votação de uma resolução pedindo o banimento de Israel na pauta do congresso da entidade, na sexta-feira, dia em que

Blatter tentará ser eleito, apesar dos escândalos em série.

Sua serenidade foi abalada por um verdadeiro terremoto na manhã desta quarta-feira, com a detenção

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32 de sete altos dirigentes da Fifa a pedido da justiça americana, por suspeitas de corrupção.

Fifa, superpotência financeira e

mundial. Disponível em:

<http://www.em.com.br/app/noticia/internacional/201

5/05/27/interna_internacional,652186/fifa-superpotencia-financeira-e-institucional.shtml>. Acesso em: 25 set. 2015.

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Os Patrocinadores do Futebol Brasileiro

Fábio Uequed Entre os gigantes do futebol brasileiro, apenas três não possuem acordos para patrocínios master: São Paulo, Santos e Cruzeiro (atualização: O Cruzeiro já possui o patrocínio dos Supermercados BH).

O Tricolor já não possuía acordo no ano passado e, nessa temporada, tomou uma passada de perna do Palmeiras; o Santos tinha com a chinesa Huawei, que não renovou; o Cruzeiro, por sua vez, tentou fechar com a Caixa após o BMG sair, mas foi em vão.

Com contrato válido até junho desse ano, a Banrisul está na camisa do Grêmio há anos. Pelo acordo, o banco paga ao tricolor 13 milhões de reais ao ano. O clube costura uma renovação com o parceiro de longa data.

Depois de 15 anos juntos, Fluminense e Unimed encerraram uma das parcerias mais longas da história do futebol brasileiro. O clube correu para não ficar no prejuízo e acertou com a Viton 44, que pagará 14

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34 milhões nessa temporada, podendo ter uma valorização de 50% no próximo ano.

Nem mesmo a queda para a segunda divisão estremeceu a relação entre o Botafogo e a Viton 44, que está no clube há quase dois anos. A empresa de bebidas paga ao alvinegro 15 milhões por temporada e o vínculo entre as partes se encerra no fim desse ano.

Outro clube carioca que recebe 15 milhões de reais por ano é o Vasco. O Gigante da Colina tem parceria com a Caixa, que só foi possível pelo fato de o clube apresentar as certidões negativas de débito e evolução em suas finanças.

Tal qual o arquirrival Grêmio, o Inter possui um contrato expirante com a Banrisul. Diferentemente do Tricolor, o Colorado recebe 16 milhões por ano pelo acordo com o banco. A empresa, que também é parceira de longa data, deve firmar um novo acordo com o clube no meio do ano.

Depois de dois anos de penúria, a maré parece mesmo ter virado no Verdão. O Palmeiras firmou um contrato de dois anos com a Crefisa, dando um novo

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35 chapéu no São Paulo, que estava perto de um acerto com a empresa, por 23 milhões de reais. O projeto do clube foi muito elogiado pela nova parceira.

Assim como ocorreu com o Cruzeiro, o Atlético-MG também encerrou sua parceria com o banco BAtlético-MG. Mas diferentemente do clube celeste, o Galo conseguiu costurar um novo acordo, com a MRV: a empresa pagará 23 milhões/ano, até 2017. É o mais longo contrato de patrocínio master do país.

O Flamengo é um dos muitos clubes brasileiros patrocinados pela Caixa. O banco paga ao rubro-negro 25 milhões por ano. O valor é o segundo entre patrocínios master, mas o Flamengo se orgulha de ter a camisa mais valiosa, passando de impressionantes 85 milhões no total.

Também patrocinado pela Caixa, o Corinthians é quem possui o maior patrocinador master do país. O banco paga ao paulista cerca de 30 milhões de reais. Somados às mangas e ombros, o clube ultrapassa dos 80 milhões com sua camisa.

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36 Os 10 maiores patrocinadores do futebol. Disponível em: <http://estadiovip.com.br/83088/os-10-maiores-patrocinadores-do-futebol-brasileiro>. Acesso em: 08 out. 2015.

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Publicidade: As cotas para televisão

Foram definidas as novas cotas de direitos de transmissão televisivos no futebol brasileiro. Após 4 anos de debates a respeito da grande diferença paga entre os clubes, a televisão e os dirigentes chegaram a um acordo para a renovação: aumentar a disparidade entre os valores recebidos. Chega a ser surreal.

Depois de quase meia década discutindo-se a respeito da “espanholização”, o novo acordo acaba por aumentar a diferença. Clubes como Flamengo e Corinthians chegam a receber quase cinco vezes mais que outros clubes da Série A. É razoável isso?

O campeonato por pontos corridos só se sustenta se existir um equilíbrio técnico – e parece bastante óbvio que com um faturamento quase 500% superior em alguns casos a chance de haver desequilíbrio técnico é grande.

O modelo adotado é semelhante ao Espanhol, aonde se discute inclusive a intervenção do governo a fim de melhor dividir a distribuição das cotas de TV. Ou seja, um modelo em vias de ser eliminado no lugar

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38 aonde surgiu. Enquanto isso, na velha Inglaterra acaba de ser definida a renovação dos direitos televivos, pelo valor de 5 bilhões de libras por três anos de Campeonato, divididos da seguinte forma: 50% do valor igualmente entre todos os clubes, e o restante em duas faixas: uma com valor de acordo com a posição no último campeonato e a outra pelo número de exibição de partidas na TV. O campeonato inglês, a Premier League, é a liga que mais cresce no mundo.

Confira abaixo a nova divisão das cotas de televisão no futebol brasileiro, válidas a partir de 2016:

Grupo A (170 milhões de reais por ano) Flamengo

Corinthians

Grupo B1 (110 milhões de reais por ano) São Paulo

Grupo B2 (100 milhões de reais por ano) Palmeiras

Vasco

Grupo B3 (80 milhões de reais por ano) Santos

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39 Grupo C (60 milhões de reais por ano)

Grêmio Internacional Atlético Mineiro Cruzeiro Botafogo Fluminense

Grupo D (35 milhões de reais por ano) Bahia Atlético Paranaense Coritiba Vitória Goiás Sport

Grupo E (valor inferior a 35 milhões de reais por ano)

Clubes recém promovidos à Série A

PITOL, Fábio Uequed. Definidas novas cotas da televisão para o futebol brasileiro a partir de

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40 <http://perspectivaonline.com.br/2015/05/13/definidas -novas-cotas-da-televisao-para-o-futebol-brasileiro-a-partir-de-2016/>. Acesso em: 25 set. 2015.

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CONJUNTURA EMPRESARIAL DOS CLUBES

NO BRASIL VS NO MUNDO

TV vai fazer lanterna do Inglês mais rico

que o mais rico do Brasil

Paulo Cobos O novo bilionário contrato da Premier League, em que os clubes irão receber 5,1 bilhões de libras, ou cerca de R$ 22,4 bilhões por três temporadas, vai transformar, só com a verba da TV, o lanterna do Campeonato Inglês em um clube mais endinheirado que o time mais rico do Brasil (isso contando todas as receitas no caso brasileiro)

As estimativas apontam que o lanterna da Premier League na temporada 2016/2017, a primeira do novo acordo, irá receber 99 milhões de libras, ou, pelo câmbio atual, o equivalente a R$ 435 milhões.

Em 2014, o clube brasileiro de maior receita deve ser justamente o time mais popular do país: o Flamengo, que segundo estimativas de sua diretoria terá receita bruta de R$ 342 milhões.

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42 Com o novo contrato, o campeão inglês irá faturar R$ 685 milhões em uma temporada, ou mais do que Corinthians e Flamengo juntos conseguem com todos os tipos de receita.

Na Premier League, a divisão do dinheiro da TV é feita da seguinte forma: 50% é distribúido de forma igualitária, 25% de acordo com a classificação no campeonato e os outros 25% levando em conta a audiência de cada time nas transmissões.

Na Europa, o lanterna do Inglês também será milionário quando comparados a gigantes do continente. Contra os R$ 435 milhões que o último colocado da Premier League vai receber em 2016/2017, o gigante Bayern de Munique, segundo levantamento da consultoria Deloitte, recebeu R$ 402 mihões de direitos de TV na última temporada, e isso contando todas as competições, incluindo a Bundesliga e a Champions League.

O novo contrato da Premier League, no entanto, não fará seu campeão alcançar Real Madrid e Barcelona.

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43 Na última temporada, o primeiro recebeu R$ 708 milhões da TV e o segundo R$ 706 milhões.

COBOS, Paulo. TV vai fazer lanterna do Inglês mais rico que o mais rico do Brasil. 2015. Disponível em: <http://espn.uol.com.br/noticia/483433_tv-vai-fazer-lanterna-do-ingles-mais-rico-que-o-mais-rico-do-brasil>. Acesso em: 25 set. 2015.

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A Premier League está mesmo mais rica,

e médios ingleses já se igualam a grandes de

outras ligas

Leandro Stein Ninguém questiona o posto da Premier League como campeonato nacional mais poderoso da atualidade. O último relatório da consultoria Deloitte em seu tradicional Football Money League, todavia, ajuda a dimensionar esta grandeza dos ingleses. E impressiona pela forma como os clubes do país se colocam entre os mais ricos do mundo. Ainda que apenas o Manchester United se coloque entre os cinco times com maior receita em 2013/14, todos os 20 participantes da elite do Inglesão estavam no Top 40 mundial. Números impulsionados pelos novos acordos de TV no país, mas também pelo aumento das possibilidades comerciais.

Pelo quinto ano consecutivo, o Real Madrid aparece como o clube mais rico do mundo. A conquista do décimo título da Champions League ajudou os merengues a fazerem crescer ainda mais as suas receitas,

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45 € 550 milhões no total, após acréscimo de € 37 milhões. Na sequência, os novos acordos de patrocínio e de televisão permitiram que o United saltasse da quarta para a segunda colocação, com receitas € 95 milhões maiores. O Bayern de Munique também soube fazer mais dinheiro e permanece em terceiro, enquanto o Barcelona se manteve no mesmo patamar financeiro e caiu para a quarta colocação. Por fim, completando o Top 5, o PSG se mantém graças ao Catar, que corresponde a 69% de seu dinheiro.

A partir de então, o que se nota é o domínio da Premier League. Manchester City, Chelsea, Arsenal e Liverpool ocupam as posições abaixo no ranking, todos com receitas crescendo em pelo menos € 65 milhões. Apesar do sucesso esportivo, Juventus e Borussia Dortmund surgem logo abaixo, com acréscimos não tão expressivos em suas contas. Entre os ingleses, o Top 20 ainda conta com Tottenham, Newcastle e Everton. Milan e Internazionale registraram perdas em 2013/14, com os nerazzurri ultrapassados pelo Napoli. Vice-campeão europeu e atual dono da taça de La Liga, o Atlético de

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46 Madrid fez as suas receitas saltarem em € 50 milhões e subiram do 20º lugar para o 15º. Já o Galatasaray foi o único intruso no Top 20 que não disputa uma das cinco grandes ligas, na 18ª colocação.

E, olhando para baixo, mais Premier League. West Ham, Aston Villa, Southampton, Sunderland, Swansea e Stoke City dominam da 21ª à 30ª posição. Os Hammers, por exemplo, atualmente têm receitas maiores do que gigantes como Olympique de Marseille, Roma e Benfica. Já os Swans, que há dez anos disputavam a quarta divisão inglesa, estão à frente do Porto, que dez anos atrás conquistava a Champions League sob o comando de José Mourinho, ou o Ajax, tetracampeão continental. Em compensação, o Corinthians, único brasileiro a aparecer no Top 30 em 2014, caiu apenas para o Top 50 do ranking, ao lado do Flamengo.

No fim das contas, o que a Football Money League indica é que o dinheiro da televisão se tornou uma maneira importante de cimentar o sucesso financeiro dos clubes. E que, por mais que os direitos de

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47 transmissão na Inglaterra sejam maiores do que nos outros países, a divisão mais igualitária permite um crescimento geral, ao contrário do que aconteceu na Espanha durante os últimos anos. A partir de então, o próximo passo para o crescimento está nos acordos comerciais e de patrocínio. E os valores que entram a partir das bilheterias do estádio, por mais que sejam importantes em uma estrutura básica, tendem a ter uma importância cada vez menor à medida que o fortalecimento econômico dos clubes acontece.

Neste momento, o modelo da Premier League aparece como ideal. E a tendência é que o dinheiro que jorra na Inglaterra faça os clubes médios terem tanto poder de contratação quanto as tradicionais forças de outras grandes ligas europeias. Por mais que, de uma maneira geral, a Champions League viva outro monopólio. Enquanto a supremacia comercial de Real Madrid, Barcelona, Bayern e PSG pesar tanto quanto a economia dos grandes ingleses, a taça mais importante da Europa deverá se revezar entre poucas mãos – por mais que os mata-matas do torneio deem brechas a

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48 surpresas, como o Dortmund e o Atlético dos últimos anos.

Abaixo, o Top 30 da Football Money League, com a receita de cada clube em 2013/14:

1º – Real Madrid – € 549 milhões

2º – Manchester United – € 518 milhões 3º – Bayern de Munique – € 487 milhões 4º – Barcelona – € 484 milhões

5º – Paris Saint-Germain – € 474 milhões 6º – Manchester City – € 414 milhões 7º – Chelsea – € 387 milhões

8º – Arsenal – € 359 milhões 9º – Liverpool – € 306 milhões 10º – Juventus – € 279 milhões

11º – Borussia Dortmund – € 261 milhões 12º – Milan – € 249 milhões

13º – Tottenham – € 215 milhões 14º – Schalke 04 – € 213 milhões

15º – Atlético de Madrid – € 169 milhões 16º – Napoli – € 164 milhões

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49 18º – Galatasaray – € 161 milhões

19º – Newcastle – € 155 milhões 20º – Everton – € 144 milhões 21º – West Ham – € 137 milhões 22º – Aston Villa – € 133 milhões

23º – Olympique de Marseille – € 130 milhões 24º – Roma – € 127 milhões 25º – Southampton – € 126 milhões 26º – Benfica – € 126 milhões 27º – Sunderland – € 125 milhões 28º – Hamburgo – € 120 milhões 29º – Swansea – € 118 milhões 30º – Stoke City – € 117 milhões

STEIN, Leandro. A Premier League está mesmo mais rica, e médios ingleses já se igualam a grandes de outras

ligas.2015. Disponível em:

<http://trivela.uol.com.br/premier-league-esta-mesmo- mais-rica-e-medios-ingleses-ja-se-igualam-grandes-de-outras-ligas/>. Acesso em: 25 set. 2015.

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50

Como é distribuído o dinheiro da TV em

outros campeonatos do mundo

Ubiratan Leal A Globo chama os clubes para conversar em soluções para o futebol brasileiro, mas não parece disposta a mudar o modelo de compra dos direitos de transmissão dos campeonatos. Enquanto isso, as equipes da Série B começam a se articular para criar um bloco que negocie com mais força. E, por mais que não exista uma “espanholização” do Brasileirão como os mais exaltados temeram, claramente aumentou a desigualdade social do campeonato.

Mas como é lá fora? Vários modelos são adotados, cada um com suas virtudes e defeitos, e com sua própria capacidade de promover ou não o equilíbrio entre as equipes. Nesse universo, também entra a própria distribuição dos jogos da liga local entre as emissoras de TV, e como isso pode ajudar cada campeonato a buscar mais dinheiro para seus participantes.

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51 Para mostrar isso, explicando quem pode transmitir a o que, e como isso é repassado aos clubes, o tema da semana da Trivela é a distribuição dos direitos dos campeonatos em cinco países. Cada um adota um modelo, e tem virtudes e defeitos que podem ser considerados no momento de se rediscutir o sistema que o Brasil adota.

Espanha

O sistema mais parecido com o brasileiro. Cada clube negocia com quem quiser, e isso não está dando certo por lá.

Inglaterra

Um modelo misto, que tem uma parte igualitária, uma parte de torcida e uma parte de mérito esportivo.

Alemanha

Um dos sistemas mais igualitários da Europa não tem impedido a supremacia de um clube, mas ajuda a evitar crises entre os pequenos.

Portugal

Os clubes grandes tomam as rédeas. Não da negociação, mas da própria transmissão dos jogos.

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52 Estados Unidos

Pode parecer incrível, mas o esporte dos Estados Unidos tem um sistema quase comunista de distribuição de dinheiro. Como isso é fundamental para a estruturação das ligas profissionais norte-americanas.

LEAL, Ubiratan. Como é distribuído o dinheiro da TV em outros campeonatos do mundo. 2014. Disponível em:

<http://trivela.uol.com.br/como-e-distribuido-o-dinheiro-da-tv-em-outros-campeonatos-mundo/>. Acesso em: 28 set. 2015.

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Barça e Real faturam muito mais da TV

que rivais, mas modelo começa a ser revisto

Felipe Lobo Quando alguém quer usar um mau exemplo de distribuição de direitos de TV, se usa o modelo espanhol. Por lá, a negociação dos direitos de TV é individual, o que torna a disparidade gigantesca entre Barcelona e Real Madrid e os demais. De fato, entre as ligas importantes do mundo, a espanhola é a que tem a divisão de TV mais desigual. Os dois principais times do país, Real Madrid e Barcelona, chegam a receber mais de sete vezes o valor que alguns clubes. Uma situação que leva muitas vezes a ouvirmos sobre a “espanholização” de muitas ligas. A questão é tão séria que está em processo de ser revisto.

Levando em conta a divisão de direitos de TV da última temporada completa, 2013/14, Real Madrid e Barcelona receberam € 140 milhões cada um. O Valencia está em um segundo escalação na distribuição e recebeu € 48 milhões. O Atlético de Madrid vem em seguida, com € 42 milhões, depois um grupo de três times com €

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54 32 milhões e vai diminuindo até o último grupo, que recebe € 18 milhões. Veja o gráfico com quanto cada time recebeu pelos direitos do Campeonato Espanhol em 2013/14:

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55 A vantagem: gigantes são gigantes também na Europa

Um dos argumentos que Real Madrid e Barcelona usaram por anos para manter a divisão absolutamente desigual dos direitos de TV foi simples: precisam desse dinheiro para serem competitivos nas competições europeias. Essa grana monstruosa na conta dos dois permite que ambos gastem absurdamente em contratações e mantenham o seu alto padrão de craques e salários.

É verdade que Barcelona e Real Madrid se fortaleceram. Desde a temporada 2004/05, o Barcelona chegou ao menos até a semifinal em sete das 10 edições da Liga dos Campeões, sendo que ganhou o título três vezes. O Real Madrid foi semifinalista nas últimas quatro edições e foi campeão na última. Tornaram-se dois dos mais fortes times do mundo. A Espanha tornou-se o país líder do coeficiente da Uefa, com uma distância grande para os demais países. Atualmente, o país tem pontuação de 82.142, contra 68.962 da Inglaterra, segunda colocada.

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56 A desvantagem: a competição interna minguou Os espanhóis passaram a ser muito fortes no continente, a ponto até do Sevilla ser bicampeão da Copa da Uefa e o Atlético e Madrid fazer o mesmo já no formato Liga Europa. Só que internamente, não havia competição. Os dois gigantes começaram a brigar pelo título apenas entre si. Porque a força dos dois gigantes tornou-se tão desproporcional para ser mais forte que os outros europeus que virou um colosso grande demais até para os bons times espanhóis que antes disputavam a taça.

Em 2003/04, o Valencia do técnico Rafa Benítez levantou a taça do espanhol. Nas 10 edições seguintes, só Barcelona e Real Madrid levaram o título. Os catalães levantaram a taça seis vezes, o Real Madrid outras três. Só em 2013/14 que a hegemonia foi quebrada com a conquista do Atlético de Madrid. Em todas essas edições, só uma vez Barcelona e Real Madrid não ocuparam as duas primeiras posições: em 2007/08, quando o Villarreal foi o vice-campeão, atrás do Real Madrid.

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57 A falta de competitividade gera crise e os clubes do país começaram a ter cada vez mais dificuldades financeiras. Não só pelo acordo de TV, sejamos justos, porque as administrações foram péssimas. Mas em um campeonato com contratações na casa de dezenas de milhões de euros no lado dos gigantes, os menores sabiam que precisavam fazer receita com a venda de jogadores para sobreviver. Afinal, com a liga sem competitividade, acordos comerciais tornam-se menores e o faturamento com outras frentes também vai diminuindo. E esse tem sido um problema que cria discussões que tomam o país.

O futuro: venda coletiva?

A questão dos direitos de TV tornou-se uma questão de governo na Espanha. Tudo porque lá, como também acontece no Brasil, o governo é um dos maiores credores dos clubes. Os clubes espanhóis têm dívidas estimadas em € 4 bilhões e o governo tem planos para que esse montante caia para € 3 bilhões até 2016. Uma das formas é fazer com que os direitos de TV sejam negociados coletivamente e estabelecer um controle. O

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58 time que recebe o maior valor não poderá receber uma quantia superior a quatro vezes o valor que o time que recebe menos. Atualmente, essa diferença, como se viu no gráfico no topo da matéria, já superou sete vezes.

O presidente do Barcelona, Josep Maria Bortomeu, é um dos que defende a venda coletiva de direitos de TV. É um movimento inevitável, que teria duas temporadas de ajustes até que um novo contrato, em 2016/17, seja feito coletivamente, já ajustado. Se pode parecer ruim para Barcelona e Real Madrid, na verdade não é tão ruim assim: os rendimentos dos dois clubes seriam mantidos (€ 140 milhões), mas o dos demais seria aumentado com os novos contratos, até que a diferença seja diminuída.

“A venda individual de direitos de TV nos ajuda a trazer muitos dos melhores jogadores do mundo quando possível. Mas nós sabemos o problema: a Premier League é muito competitiva. Você nunca sabe quem vai vencer. Na Espanha, entre 2004 e 2014, só Barcelona e Real Madrid, principalmente o Barcelona”, explicou o presidente do clube catalão. “Nós estamos liderando a

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59 tentativa de achar um consenso. Tem sido o nosso objetivo por um longo tempo convencer todos os clubes na liga a vender os direitos como uma competição. Nem todos eles tem sido amistosos. Nós iremos ganhar o mesmo, mas as receitas vão aumentar para os outros clubes”, disse ainda Bartolomeu.

Ter uma divisão de TV mais equilibrada torna a liga mais forte, o que rende contratos comerciais mais fortes e uma atratividade internacional ainda maior. Os supertimes criados com a disparidade econômica também chamam a atenção, mas enfraquecem a liga como um todo e, a longo prazo, tornou o campeonato espanhol menos atraente e valioso que a Premier League e vem perdendo espaço para a Bundesliga.

Se a curto prazo essa não é uma ameaça, a médio e longo prazo isso pode significar que mesmo recebendo muito mais que os outros times espanhóis, Barcelona e Real Madrid não conseguirão mais ter seus supertimes. E os times menores, a essa altura, já estarão muito mais enfraquecidos. Como as dívidas são altas e o governo, como o maior deles, não quer ver uma quebradeira geral

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60 e um calote que o afetaria diretamente, resolveu intervir. É bem possível que o processo que levou Real Madrid e Barcelona a receberem muito mais que os rivais seja mudado para uma fórmula mais equilibrada. Pensando na saúde financeira e até técnica da liga a longo prazo.

Quem transmite o Campeonato Espanhol na Espanha?

 Canal+ 1 : escolhe o melhor jogo da rodada

 Canal+ Liga e Gol Televisión: oito jogos da rodada

 Cuatro: Um jogo transmitido nacionalmente na TV aberta

 TVE: Melhores momentos  Quem transmite a Copa do Rei?  Canal+ 1: 2 jogos por rodada

 Antena 3 e LaSexta: 2 jogos por rodada, na TV a cabo

 Canal+ Liga e Gol Televisión: os demais jogos

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61 LOBO, Felipe. Barça e Real faturam muito mais da TV que rivais, mas modelo começa a ser revisto. 2014. Disponível em: <http://trivela.uol.com.br/barca-e- real-faturam-muito-mais-da-tv-que-rivais-mas-modelo-comeca-ser-revisto/>. Acesso em: 28 set. 2015.

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Audiência conta, mas sucesso da

Premier League tem a ver com divisão da cota

de TV

Felipe Lobo A liga de maior sucesso no mundo é também quem mais igualmente divide o bolo dos direitos de TV. A Premier League é um sucesso no mundo todo. A Sky Sports e a BT Sport, os dois canais que têm os direitos de transmissão do campeonato no Reino Unido, pagam juntas € 3,79 bilhões. Os direitos de TV para o exterior somam € 2,88 bilhões. Um total de € 6,67 bilhões pelos direitos de transmissão. Só para efeito de comparação, o Campeonato Brasileiro custa aproximadamente R$ 1 bilhão (€ 335 milhões). Um dos fatores que torna a liga inglesa tão forte é como é feita a divisão de TV, que permite mesmo aos últimos colocados receber uma boa quantia.

Como o bolo é dividido?

A Premier League divide o dinheiro de TV em três fatias. A primeira é uma cota dividida igualmente entre os 20 clubes da primeira divisão. Em 2013/14, essa cota

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63 foi de € 65,5 milhões. A segunda cota é a chamada por lá de “mérito”, que é paga de acordo com a posição do time na tabela. A cada posição, é pago cerca de € 1,5 milhão. Ou seja: o Cardiff, último colocado, ganha € 1,5 milhão. O 19º ganha pouco mais de € 3 milhões e assim por diante. O primeiro colocado, Manchester City, ganhou pouco mais € 30 milhões.

A terceira faixa é a de TV. A cada jogo transmitido, o time ganha algo próximo a € 942 mil. O time que teve mais jogos transmitidos foi o Liverpool com 28 e ganhou € 27,5 milhões por sua audiência na TV. Os dois times que tiveram menos jogos transmitidos foram Cardiff e Fulham, oito vezes. Há uma garantia contratual que cada time ganhará o equivalente de, no mínimo de 10 jogos, transmitidos. Como esses dois times tiveram só oito jogos transmitidos, ganham a cota de 10 jogos, € 10,8 milhões.

Somando as três faixas, o Liverpool foi quem mais arrecadou com TV na última temporada, com um total de € 122,5 milhões. Quem recebeu menos foi o Cardiff, último colocado. O time arrecadou € 77,98

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64 milhões – um valor maior do que o Manchester United ganhou como campeão no ano anterior, pouco mais de € 76 milhões, graças ao novo contrato de direitos de TV, que passou a vigorar em 2013 e vai até 2016. Veja como

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65 é a divisão do dinheiro de TV na Premier League:

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66 Uma das maiores críticas que se faz à Premier League dentro da própria Inglaterra é que a liga só quer saber de dinheiro. Vendo o quanto o dinheiro de TV cresceu nos últimos anos, isso é mais do que uma sensação, é uma constatação. Só que foi isso também que tornou os times ingleses muito mais competitivos não só localmente, mas também em toda Europa. Mesmo os times cotados para o rebaixamento na Premier League, como Norwich na temporada passada, conseguem contratar jogadores de peso, graças ao equilíbrio na divisão do dinheiro de TV.

A audiência é fundamental, mas a divisão de direitos não é feita dessa forma. Esse é um dos fatores, usados para dar aos times que geram mais audiência uma porção maior do bolo. Porém, a divisão é mais equilibrada que as outras grandes ligas europeias. O time que mais arrecadou, Liverpool, ganhou € 122,5 milhões. O Cardiff, o que menos ganhou, levou € 77,8 milhões. A relação entre os dois é de 1.55. Na Alemanha, a relação é de 2 para 1; na França, 3,7 para 1, na Itália 4 para 1 e na Espanha 11,3 para 1.

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67 A diferença entre o topo da tabela e a base da tabela é menor do que qualquer outra dessas ligas e isso torna até os times menos ricos mais fortes e capazes de investimentos. No Brasil, por exemplo, a diferença entre os clubes que mais arrecadam, Corinthians e Flamengo, com R$ 110 milhões, para os que menos arrecadam, como Chapecoense, por exemplo, que recebe R$ 27 milhões, é uma relação de 4 para 1.

Os ingleses exploram o seu potencial de mercado interno e externo para fazer da liga a mais forte do mundo com bastante equilíbrio na divisão dos direitos de TV. Levam em conta a audiência e a exibição dos jogos ao vivo e também a posição da tabela, mas sabem que é preciso ter uma base comum maior para que todos os times tenham força não só para contratar, mas especialmente para manter seus bons jogadores.

Só em um mercado onde os times menores também são fortes é que é possível o Newcastle consegue arrancar € 40 milhões do Liverpool por Andy Carroll, porque o time não precisava vender, mas o adversário queria muito comprar. O Newcastle, como

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68 muitos times no Brasil, tem força local, torcida, tradição e tem seus bons jogadores. Ter força para manter um bom elenco é fundamental para aumentar a competição da liga e fazer com que ela seja tão atraente não só para o próprio país, mas para o mundo.

ESPANHA:

Barcelona e Real faturam muito mais de TV que rivais, mas isso deve mudar

Quem transmite a Premier League?

Sky Sports (canal fechado): jogos dos sábados às 17h30, alguns aos domingos na hora do almoço; jogos dos domingos das 13h30 às 14h05; jogos dos domingos às 16h; jogod das segundas às 16h e alguns domingos às 16h.

BT Sport (canal fechado): jogos aos sábados às 12h45; jogos de meio de semana à noite; dois jogos de sábado às 12h45.

BBC: melhores momentos

LOBO, Felipe. Audiência conta, mas sucesso da Premier League tem a ver com divisão da cota de TV. 2014. Disponível em:

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<http://trivela.uol.com.br/divisao-de-tv-69 campeonato-ingles-2013-2016/>. Acesso em: 28 set. 2015.

Na BundesligA,

bolo para dividir é

pequeno

Felipe Lobo Quando Bayern de Munique e Borussia Dortmund chegaram à final da Liga dos Campeões na temporada 2012/13, os olhos se voltaram à Bundesliga. Os elogios à liga alemã foram enormes pela sua boa infraestrutura, a maior média de pública da Europa e dois times fortes decidindo o principal campeonato de clubes europeu. Quando se trata de TV, a Bundesliga é fato um exemplo de equilíbrio, mas também enfrenta seus problemas. A razão é simples: a divisão do bolo é bastante equilibrada, mas não tem tanto bolo assim para dividir.

Há peculiaridades que precisam ser explicadas no caso alemão. A primeira é que o dinheiro de TV é distribuído não só entre os times da Bundesliga, mas incluindo também a segunda divisão. É o único contrato das grandes ligas que também inclui a segunda divisão.

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70 A partir da terceira divisão do país, quem cuida é a Federação Alemã (DFB), não a liga. A medida ajuda a dar mais saúde financeira aos times da 2.Bundesliga e fazer que o futebol do país como um todo seja economicamente mais sólido.

Além disso, há uma questão complicada na Alemanha: é o país com mais canais de TVs abertos entre os principais países da Europa. Ao contrário da Inglaterra, por exemplo, na Alemanha há jogos sendo exibidos na TV aberta, ainda que não em profusão. Somando a isso, o fato de o preço médio dos ingressos ser menor também torna assistir pela TV um programa menos atrativo – e lucrativo, do ponto de vista das emissoras. Com isso, o valor pago pelas TVs não é tão alto como se poderia imaginar, já que o país é o mais rico na Europa, com a economia mais forte. Só que a austeridade que faz do país de Angela Merkel menos suscetível a crises também impede que valores astronômicos sejam pagos nesse sentido.

Outra consequência de ter direitos de transmissão mais enxutos é o ganho de importância de

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71 acordos comerciais como fonte de renda. O Bayern de Munique é o clube com maior faturamento em patrocínios do mundo, e é esse fato que cria o desequilíbrio econômico no futebol alemão e permite à equipe bávara competir financeiramente com as potências de Inglaterra e Espanha (algo que nem o Borussia Dortmund consegue).

Como o bolo é dividido?

A Bundesliga fechou um novo acordo para transmissão em 2013 para as temporadas 2013/14 até a 2016/17. O valor do acordo é de € 628 milhões por temporada para os direitos de TV locais. Os direitos de TV internacionais chegaram a € 70 milhões. Com isso, o valor total chegou a € 698 milhões. A divisão desses direitos segue um ranking de desempenho das últimas cinco temporadas.

A partir da temporada 2014/15, não será considerada a temporada atual para pagamento. Ou seja: os times que disputam a Bundesliga na temporada 2014/15 recebem o dinheiro de acordo com as cinco temporadas anteriores (2009/10 até 2013/14). Antes, o

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72 valor do dinheiro de TV era pago ao final da temporada, de acordo com a posição do time. Por isso, podia variar e o clube não sabia quanto receberia. Com a mudança, o clube pode planejar sabendo exatamente quando receberá ao final da temporada. O bom desempenho na temporada atual só será sentida na temporada seguinte. É levado em consideração a posição do time na tabela, atribuindo um peso maior às temporadas mais recentes. Como são considerados os 18 times da Bundesliga e os 18 da 2.Bundesliga, a segunda divisão, são atribuídos 36 pontos para o primeiro colocado da primeira divisão e diminui um ponto sucessivamente até o último colocado da segundona, que ganha 1 ponto. Essa pontuação é multiplicada pelo peso de cada temporada: a mais recente (que, neste momento, é 2013/14) vale 5; a temporada anterior (2012/13), 4; duas temporadas antes (2011/12), 3; três temporadas antes (2010/11), 2; e, por fim, quatro temporadas antes (2009/10), 1.

Uma parte do dinheiro recebido pela TV vai para um fundo da liga. O resto é distribuído assim: 80% (€

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73 513,6 milhões) é para a Bundesliga e 20% (€ 128,4 milhões) para a 2.Bundesliga. A divisão por posição na tabela na Bundesliga é dada pelo fator 2 para 1, ou seja: o primeiro colocado recebe exatamente o dobro do último. Entre um e outro, há uma diferença proporcional. Na 2.Bundesliga, a proporção é 2.25 para 1, ou seja, o primeiro colocado recebe 2,25 vezes mais que o último.

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74 Quem transmite a Bundesliga?

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75 ARD (canal aberto): 4 jogos (abertura e encerramento da temporada e os dois jogos do playoff contra o rebaixamento)

LOBO, Felipe. Na Bundesliga, divisão de TV é equilibrada, mas o bolo para dividir é pequeno. 2014. Disponível em: <http://trivela.uol.com.br/como-e-a-divisao-do-dinheiro-de-tv-na-bundesliga-2014-15/>. Acesso em: 28 set. 2015.

(76)

76

Em Portugal, o Benfica resolveu

transmitir seus jogos e brigar contra a

emissora dominante

Felipe Lobo

Os clubes de futebol terem o seu próprio canal se tornou comum no mundo inteiro. Em geral, trazem informações sobre os esportes do clube, festas em sua sede e, claro, informações sobre o time de futebol. Em alguns casos, esses canais são uma forma de os torcedores que moram fora do país assistiram aos jogos do time, normalmente pagando um valor mensal de assinatura. É assim, aliás, que alguns canais compram os direitos de transmissão de alguns jogos do futebol internacional. Mas, e se o canal do seu time começa a transmitir os jogos do principal campeonato nacional? Mais do que isso: e se esse canal entra no mercado para disputar a compra de direitos de transmissão de diversos campeonatos, como uma emissora comum? É o que está acontecendo em Portugal.

TEMA DA SEMANA: Como é distribuído o dinheiro de TV no mundo

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77 A briga pelos direitos de transmissão no futebol é sempre acirrada. As emissoras querem o campeonato de futebol do país como uma atração e uma forma de ganhar dinheiro. Claro, transmitir os jogos do principal campeonato do país geram atração, além de audiência, e, portanto, patrocinadores. Mas quando o Benfica TV resolveu transmitir os jogos do clube, e não vender os direitos para a detentora, Sport TV, o caldo engrossou em Portugal. Porque o canal do clube mudou completamente de função e gerou enormes discussões.

Vamos ao começo: direitos de TV são normalmente uma forte fonte de renda dos clubes de futebol. Em Portugal, o Benfica é o time da maior e mais importante cidade do país, Lisboa, além de ter a maior torcida, à frente do rival Sporting e do Porto. Assim como também acontece em outros lugares do mundo, o Benfica, por ter mais torcida e uma marca forte, considera que tem que ganhar mais do que os demais das receitas de TV. Mais do que isso, estava constantemente insatisfeito com o dinheiro que recebia

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78 dos detentores dos direitos de transmissão, a Olivedesportos, dona de 10,01% das ações do Porto.

Soma-se a isso outro ponto importante. A diferença do rendimento do Benfica para os rivais, Sporting e Porto, estava grande. Em 2011/12, por exemplo, o Porto recebeu €12,4 milhões pelos direitos televisivos, o Sporting € 11,7 milhões e o Benfica € 7,9 milhões. Os encarnados, com razão, reclamavam de receberem menos. Ao usar o seu canal para transmitir, o Benfica não fatura na venda de direitos de transmissão, mas sim na comercialização dos jogos, como qualquer emissora. E a fórmula tem funcionado para o clube.

INGLATERRA:

Audiência conta, mas sucesso da Premier League tem a ver com a divisão de cotas da TV

“No mês de janeiro atingimos os 300 mil assinantes. Este número diminui naturalmente quando o campeonato acaba, mas só no primeiro ano tivemos receitas que rondam os € 30 milhões”, afirmou Domingos Soares de Oliveira, responsável pela TV Benfica, ao jornal Record, em julho. “Quando não

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79 éramos nós a cuidar das transmissões recebíamos € 7,5 milhões”, disse ainda o dirigente. O objetivo, segundo Oliveira, é chegar ao faturamento de € 40 milhões anuais.

O Benfica recebeu uma proposta de € 22 milhões da Olivedesportos para seus direitos de TV de 2013/14 a 2016/17. Recusou. Sabia que poderia ganhar mais, porque o Benfica TV já transmitia outros campeonatos. Criado em 2008, o canal de TV do Benfica comprou direitos de transmissão pela primeira vez em 2012, com a compra do Campeonato Brasileiro. A audiência do canal subiu 155% em relação a 2011. Em outubro daquele ano, a TV Benfica anunciou que na temporada seguinte os jogos do Benfica em casa seriam mostrados pelo canal, com exclusividade.

Em 2013, a TV Benfica comprou os direitos de transmissão da Premier League para as temporadas 2013/14 até 2015/16. Naquele mesmo ano, a Benfica TV anunciou a criação de um segundo canal. Já em 2014, a emissora encarnada adquiriu os direitos do UFC. O canal também comprou a Taça de Honra, campeonato jogado

Referências

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