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TOLERÂNCIA DE SEIS ESPÉCIES DE HELICONIAS A DIFERENTES NÍVEIS DE SALINIDADE DA ÁGUA DE IRRIGAÇÃO

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TOLERÂNCIA DE SEIS ESPÉCIES DE HELICONIAS A DIFERENTES

NÍVEIS DE SALINIDADE DA ÁGUA DE IRRIGAÇÃO

Débora Samara Cruz Rocha Farias1, Antônio Evami Cavalcanti Sousa2, Hans Raj Gheyi3, Helder

Moraes Mendes Barros4

1Acadêmica do curso de Engenharia Agrícola/Universidade Federal de Campina Grande, Campina Grande, PB

e-mail: debisancruz@yahoo.com.br,

2Aluno do Programa de Pós-Graduação em Engenharia Agrícola/Universidade Federal de Campina Grande,

Campina Grande, PB, evami@ibest.com.br.

3 Professor Adjunto do Programa de Pós-Graduação em Engenharia Agrícola/Universidade Federal de

Campina Grande, Campina Grande-PB

4 Doutorando em Engenharia Agrícola. UAEAg/ UFCG-PB, e-mail: hmmbbr@yahoo.com.br. RESUMO

O gênero Heliconia é o único na família Heliconiaceae. O objetivo deste trabalho foi avaliar o grau de tolerância de seis espécies de heliconias (H1 a H6) a diferentes níveis de salinidade da água de

irrigação na fase de crescimento. O experimento foi conduzido em casa de vegetação, Campina Grande-PB, utilizando-se seis níveis de CEa (0,3, 0,8, 1,3, 1,8, 2,3 e 2,8 dS m-1) em seis espécies de

heliconias, compondo um esquema fatorial 6 x 6 em delineamento experimental de bloco ao caso, com três repetições. As águas de irrigação foram preparadas pela adição de NaCl, tomando-se como base a água fornecida pelo sistema de abastecimento de Campina Grande-PB, proveniente do açude público Epitácio Pessoa (Açude de Boqueirão), utilizando a relação descrita por Rhoades et al. (2000): mg L-1 = CE x 640. Para preparar água no nível N

1 foi necessário fazer diluição com água

destilada. O turno de rega foi dedois dias. Nas variáveis de crescimento (altura de planta e número de folhas) a espécie de heliconia de porte médio H4 (Latispatha) foi superior estatisticamente da

espécie H2 e as heliconias de porte pequeno H1 (Golden Torch) e H6 (Nickeriensis) que apresentaram

valores menores, no entanto, para as demais cultivares, H3 (Sassy) e H5 (Red Opol) não houve

diferença significativa entre elas.

PALAVRAS CHAVE: estresse salino, cultivares , flores.

1 INTRODUÇÃO

O gênero helicônia é constituído por plantas herbáceas, com rizoma subterrâneo, comumente usado na propagação e, conforme as espécies apresentam altura variando de 0,5 m até 10 m (BERRY & KRESS, 1991). O gênero ainda é muito pouco estudado e é incerto o número de espécies existentes, ficando na faixa compreendida entre 150 a 250 espécies. Aqui no Brasil, cerca de 40 espécies ocorrem naturalmente em nosso país e são conhecidas por vários nomes, conforme a região: bananeira-de-jardim, bananeirinha-de-jardim, bico-de-guará, falsa-ave-do-paraíso, bico-de-papagaio e paquevira, entre outros.

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Entre as principais áreas de cultivo estão implantados nos estados do Rio de Janeiro, Alagoas, Pernambuco, São Paulo, Santa Catarina, Bahia, Ceará e Goiás (CASTRO & GRAZIANO, 1997). As heliconias comportam-se como bananeiras, ramificando bastante e emitindo novos perfilhos, formando touceiras. As helicônias são plantas herbáceas, rizomatosas, perenes, com caule ereto, aéreo, formado por bainhas de folhas sobrepostas, denominado pseudocaule (CRILEY & BROSCHAT, 1992).

No nordeste brasileiro, a qualidade das águas que podem ser utilizadas em irrigação é muito variável, tanto em termos geográficos como ao longo do ano devido à baixa pluviosidade e intensa evaporação, principalmente em pequenos açudes (LARAQUE, 1989).

Em geral, a salinidade do solo, tanto é causada pela irrigação com água salina que apresentam níveis altos de condutividade elétrica, como pela combinação dos fatores água e solo, podendo resultar em redução do crescimento e da produtividade, mudanças na aparência do produto e alterações na qualidade do produto colhido. O grau de tolerância à salinidade varia de espécie para espécie, podendo variar, inclusive, entre estádios fenológicos de um mesmo genótipo (TESTER & DAVANPORTE, 2003).

Segundo Maas, 1990 encontram-se na literatura informações para várias culturas sobre o grau de tolerância ao estresse salino, mas para as helicônias, não existe quaisquer indicativos relacionado à salinidade da água ou do solo.

A salinidade exerce uma variedade de efeitos sob o desenvolvimento das plantas e na qualidade da produção, dependendo de fatores como, natureza e quantidade de sais solúveis, espécie, cultivar e sua tolerância à salinidade, estágio de desenvolvimento da cultura, condições atmosféricas, devido aos seus efeitos na taxa de evapotranspiração, além do manejo de irrigação (INGVALSON et al., 1976;KORKOR &HILLAL, 1976).

Segundo Ayers & Westcot, (1999) a tolerância à salinidade de algumas culturas pode alcançar valores entre 8 a 10 vezes a tolerância de outras. A

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amplitude dessa tolerância relativa permite maior uso das águas de salinidade moderada e aumento da faixa aceitável das águas salinas consideradas adequadas para irrigação.

Este experimento objetivou-se avaliar os efeitos da salinidade da água de irrigação sobre o crescimento de seis espécies de helicônias.

2 METODOLOGIA

O experimento foi conduzido na casa de vegetação na unidade acadêmica de engenharia agrícola, da Universidade federal de Campina Grande (UFCG), cidade de Campina Grande que está localizada no Planalto da Borborema na mesorregião do agreste do Estado da Paraíba cujas coordenadas geográficas são; 7º15’18” de latitude Sul, 35º52’28” de longitude Oeste e altitude de 550 m. O município apresenta precipitação total anual de 802,7 mm, temperatura máxima de 27,5°C, mínima de 19,2°C e umidade relativa do ar de 70%. O experimento foi conduzido durante o período 09/2007 a 10/2008. Os rizomas de heliconia utilizados foram provenientes da Coleção de Germoplasma de Heliconias da UFRPE-PE. Neste experimento foram estudados seis genótipos de heliconia (H1 - Golden Torch; H2 -

Rostrata; H3 - Suriname Sassy; H4 - Latispatha; H5 - Red Opol e H6 - Nickeriensis)

submetidas a estresse salino, desde o plantio, utilizando-se seis níveis de salinidade da água (CEa) de irrigação (N) de N1 - 0,3, N2 - 0,8, N3 - 1,3, N4 - 1,8, N5 -

2,3 e N6 - 2,8 dS m-1, resultando em 36 tratamentos, no esquema fatorial 6 x 6 em

delineamento experimental bloco ao acaso, com três repetições, totalizando 108 parcelas. Cada parcela consistiu de um vaso, cada um contendo uma planta.

Fez-se o preparo das águas de irrigação pela adição de NaCl, tomando-se como base a água fornecida pelo sistema de abastecimento de Campina Grande-PB utilizando a relação descrita por Rhoades et al. (2000): mg L-1 = CE x 640. Para

preparar água no nível N1 foi necessário fazer diluição com água destilada. O turno

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Após tratamento com Pikzion 400PM e Derosal 500 SE, nas proporções de 1 g L-1 e 0,6 mL L-1 respectivamente, os rizomas das heliconias foram plantados em vasos

plásticos de 21 L contendo, solo de textura média caracterizada como Neossolo, e húmus, na proporção de 2:1 com base no peso, previamente irrigados com respectiva água conforme tratamento até atingir a capacidade de campo. As adubações foliares foram realizadas a partir dos 15 DAP, com intervalos semanais. A concentração da solução do fertilizante Albatrós® foi de 1,8 g L-1 e com 90 DAP foi aplicado 5 g de

superfosfato simples. O controle de pragas e doenças foi realizado, utilizando 20 mL de detergente liquido e 100 g de fumo para 10 L de água. As pulverizações foram realizadas no final da tarde com frequência de sete dias. A proliferação de plantas daninhas foi controlada manualmente.

As variáveis avaliadas ao final de experimento foram: número de perfilhos emitidos por rizoma (NP), número médio de folhas (NF), a altura de plantas (AP). Os efeitos dos fatores níveis de salinidade da água de irrigação (N) e genótipos de heliconia (H) foram avaliados por meio de análise de variância (teste F) utilizando-se o programa SISVAR. Para a comparação das heliconias (fator H) utilizou-utilizando-se o teste de Tukey em nível de 0,05 de probabilidade.

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3 RESULTADOS E DISCUSSÃO

Tabela 1: Resumo da análise de variância para as variáveis: número de folhas (NF), altura de planta (AP) e número de perfilhos (NP) de seis cultivares de heliconias irrigadas com água salina.

Causa de variação GL Quadrado médio

NF AP NP Níveis de salinidade 5 0,42ns 173,66ns 14,69ns Heliconias 5 1,13** 522,24** 50,51** Bloco 2 1,69** 48,44ns 5,36ns Interação N x H 25 0,45ns 119,60ns 13,25ns Resíduo 70 0,35 188,52 7,44 CV 16,81 25,43 29,93 Fonte: própria (2011)

De acordo com a Tabela 1, verifica-se efeito significativo para as espécies de heliconias para NF, AP e NP ao final do experimento no período da colheita. Para a variável número de folhas, o efeito do fator heliconia (H) foi significativo a 1% de probabilidade, no entanto não foi constatado efeito significativo para níveis salinos (N) e a interação entre os dois fatores (N x H). Conforme a Figura 1A observa-se que a heliconia H4 (Latispatha) produziu significativamente mais folhas que as H1 (Golden

Torch) e H6 (Nickeriensis), as heliconias H2 (Rostrata), H3 (Sassy) e H5 (Red Opol)

não apresentaram diferenças estatísticas quando comparados com H4, por outro lado

as espécies H1, H2, H3, H5 e H6 foram estatisticamente iguais. Barros (2008) obteve na

cultivar H6 menor número de folhas, entretanto, neste ensaio H1 seguiu a mesma

tendência. Um fato importante a ressaltar que observou-se a ocorrência de cloroses (manchas de cor amarelada) nas folhas das heliconias, sendo mais pronunciadas nos tratamentos mais salinos. Santos et al. (1994), também observaram cloroses em folhas de bananeiras por toxidez de Na e Cl, sendo os efeitos mais drásticos observados nos tratamentos salinos.

A altura do colo da planta até a base da folha mais jovem não foi influenciada significativamente pela salinidade da água de irrigação, no entanto, para o fator heliconias houve diferença e não houve efeito significativo da interação (N x H),

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indicando que as heliconias tiveram comportamentos semelhantes dentro de cada nível salino, bem como os níveis salinos não diferiram dentro de cada genótipo de heliconia. Conforme Kress el al. (1999), as heliconias H1, H3, H5 e H6 pertencem ao

porte pequeno (altura inferior a 1,5 m) e H2 e H4 ao porte médio (altura entre 1,51 a

2,5 m), altura estas obtidas quando cultivadas em campo. Analisando espécies de heliconias, observa-se que, entre as de pequeno porte, a que obteve um crescimento melhor foi a heliconia H2 (Rostrata) com 45,67 cm, já a de portes médios foi a H4

(Latispatha) com 51 cm. A heliconia H6 (Nickeriensis) apresentou altura

significativamente inferior com 36,83 cm entre todas heliconias estudadas. Possivelmente, a altura da planta foi afetada pelo tamanho do vaso e volume do solo.

Para número de perfilhos (NP) o fator nível salino não foi significativo, diferentemente de Barros (2008) que encontrou efeito significativo entre as mesmas espécies de heliconias, que quanto maior o nível salino menor é o número de perfilhos. Percebe-se na Figura 1C que em H1 (Golden Torch) e H6 (Nickeriensis)

obteve melhor desenvolvimento significativamente superior a H3 (Sassy) e H4

(Latispatha) enquanto as demais espécies H2 (Rostrata) e H5 (Red Opol) não

apresentaram diferenças significativas.

4 CONCLUSÃO

Considerando que os resultados obtidos não apresentaram uma tendência definida quanto aos tratamentos de salinidade, conclui-se que fatores não considerados no estudo afetaram o desempenho das heliconias.

Nas variáveis de crescimento (altura de planta e número de folhas) a espécie de heliconia de porte médio H4 (Latispatha) foi superior estatisticamente da espécie

H2 e as heliconias de porte pequeno H1 (Golden Torch) e H6 (Nickeriensis) que

apresentaram valores menores, no entanto, para as demais cultivares, H3 (Sassy) e

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REFERÊNCIAS

AYERS, R. S.; WESTCOT, D. W. A qualidade da água na agricultura. Campina Grande: UFPB. Tradução de GHEYI, H. R.;MEDEIROS, J. F. de DAMASCENO, F. A. V.1999. 153p (Estudos da FAO: Irrigação e Drenagem, 29 revisado 1)

BARROS, H. M. M.; Crescimento de helicônias sob estresse salino. Campina Grande, 2008. 80 p. Dissertação (Mestrado em Engenharia Agrícola) CTRN/ UFCG – PB.

BERRY, F.; KRESS, W. J. Heliconia: an identification guide. British Library, 1991.334p.

CASTRO, C. E. F.; GRAZIANO, T. T. Espécies do gênero Heliconia (Heliconiaceae) no Brasil. Revista Brasileira de Horticultura Ornamental, Campinas, v.3, p.15-28, 1997.

CRILEY, R. A.; BROSCHAT, T. K. Heliconia: botany and horticulaturae of new floral crop. Horticulturae Review, v.14, p.1-55, 1992.

KRESS, W. J.; BETANCUR, J.; ECHEVERRY, B. Helicônias : llamaradas de la

selva colombiana. Colômbia: Cristina Uribe Editores; 1999, sp.

LARAQUE, A. Estudo e previsão da qualidade química da água dos açudes do Nordeste. Recife – PE: SUDENE, 1989. 97p. (SUDENE. Hidrologia, 26).

MAAS, E. V. Crop salt tolerance. In: TANJI, K. K. (ed). Agricultural salinity

assessment and management. New York: ASCE, 1990. cap. 13, p.262-304.

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SANTOS, J. G. R. dos ; GHEYI, H. R. Crescimento da bananeira nanica sob diferentes qualidades de água de irrigação. Pesquisa Agropecuária Brasileira, Brasília, DF, v. 28, n. 3, p. 347-352, 1993.

TESTER, M.; DAVANPORT, R. Na tolerance and Na transport in higher plants.

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