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MBA em Administração Pública e Gerência de Cidades Crimes da Administração Pública Crimes da Lei de Licitações Débora Cristina Veneral

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Academic year: 2021

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Projeto Pós-graduação

Curso MBA em Administração Pública e Gerência de Cidades

Disciplina Crimes da Administração Pública

Tema Crimes da Lei de Licitações

Professor Débora Cristina Veneral

Introdução

Neste tema iremos conhecer melhor o que é licitação, seus princípios e modalidades. Veremos também as leis que regem as licitações e os contratos administrativos.

Assista à videoaula da professora Débora, em que ela explica o conteúdo a ser trabalhado neste tema.

(vídeo disponível on-line)

Crimes Previstos na Lei de Licitações

A Lei n. 8.666, de 21 de junho de 1993 instituiu as normas para as licitações e os contratos administrativos. Todavia, como as licitações e contratos envolvem interesses públicos e privados, tornou-se imprescindível a descrição de normas que pudessem punir os comportamentos lesivos ao patrimônio público, ou ainda os prejuízos do particular em relação à Administração Pública.

Leia a Lei na íntegra, clicando no ícone a seguir.

http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Leis/L8666compilado.htm De acordo com Helly Lopes Meirelles, a licitação é:

“um procedimento administrativo mediante o qual a Administração Pública seleciona a proposta mais vantajosa para o contrato de seu interesse.”

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2 Desse modo, poderão ser dadas oportunidades iguais àqueles que desejam contratar com o Poder Público, obedecendo aos preceitos legais. Isso demonstra aos administrados a eficiência e moralidades nos atos e contratos administrativos. E, os casos que violaram os princípios da administração pública ou as regras do edital da licitação estarão sujeitos a penas para as infrações penais que abordaremos adiante.

Veja a seguir, uma reportagem sobre fraudes em licitações pública em prefeituras, clicando no link abaixo:

http://www.youtube.com/watch?v=agvYh6_0CTQ

O Que é Licitação?

Como vimos, licitação é a forma que a Administração Pública achou de selecionar a proposta mais vantajosa para o contrato de seu interesse.

Assim, podemos verificar que o maior objetivo desta lei é proporcionar àqueles que desejam contratar com a Administração Pública, maiores oportunidades, dentro dos padrões legais estipulados, e, por consequência, obedecendo aos princípios estipulados.

Princípios da Licitação

Os princípios aplicáveis à Licitação têm dois objetivos: selecionar a proposta mais vantajosa para a Administração Pública e garantir, sobretudo, a igualdade entre os interessados nos termos do artigo 3º da Lei 8.666/93.

Veja o que diz este artigo na íntegra:

Art. 3o A licitação destina-se a garantir a observância do princípio

constitucional da isonomia, a seleção da proposta mais vantajosa para a administração e a promoção do desenvolvimento nacional sustentável e será processada e julgada em estrita conformidade com os princípios básicos da legalidade, da impessoalidade, da moralidade, da igualdade, da publicidade, da probidade administrativa, da

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3 vinculação ao instrumento convocatório, do julgamento objetivo e dos que lhes são correlatos.

Leia mais sobre a licitação como instrumento facilitador na administração pública, clicando no link a seguir:

http://www.classecontabil.com.br/mais-servicos/trabalhos-academicos/839

Vejamos cada um deles resumidamente, na visão doutrinária:

Isonomia ou igualdade entre os licitantes

Este princípio se traduz pelo respeito à competitividade, ou seja, é a impossibilidade de estabelecer cláusulas discriminatórias, bem como deixa claro que devem ser dadas as mesmas oportunidades para o interessado durante o procedimento licitatório, proibindo inclusive tratamentos diferenciados entre empresas brasileiras e estrangeiras.

Legalidade

Em se tratando de licitações, a legalidade é de extrema importância, pois constitui um procedimento vinculado à lei, em todas as suas fases, assim como a observância fiel a todos os requisitos nela estabelecidos.

Impessoalidade

Este princípio significa o tratamento igualitário em termos de direitos e obrigações, deve pautar suas decisões em critérios objetivos, observando somente à lei, visando sempre o interesse público e nunca particular.

Moralidade Administrativa e Probidade Administrativa

Este princípio, segundo a doutrina, exige da Administração Pública, “um comportamento não apenas lícito, mas consoante a moral, os bons costumes,

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4 as regras de boa administração, os princípios de justiça e de equidade, a ideia comum de honestidade”.

Publicidade

Como o próprio nome diz, publicidade é o que se pode ver de forma clara, ou seja, todos têm acesso. Não existe licitação sigilosa ou secreta. Por intermédio da publicidade é que se podem fiscalizar os atos praticados nas fases do procedimento licitatório. Admite-se o sigilo, apenas na apresentação das propostas, a fim de preservar a igualdade entre os licitantes.

Vinculação ao instrumento convocatório

O instrumento convocatório referido pela lei como um dos princípios é o chamado edital licitatório, que nada mais é, segundo a doutrina, do que a “lei das licitações”. Este princípio vincula, nos termos do artigo 41 da Lei nº 8.666/93, tanto os licitantes quanto a administração pública que o expediu.

Julgamento objetivo

Este princípio vincula o julgamento das propostas de acordo com os critérios fixados no Edital. Ou seja, é uma forma de evitar que os administradores públicos atribuam o objeto da licitação à pessoa de seu convívio ou interesse pessoal.

Se você quer saber mais sobre os princípios aplicáveis à Licitação, acesse o material a seguir:

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5 Leia também o próximo artigo que trata sobre as irregularidades nas licitações e os tipos penais descritos na Lei de Licitações.

http://mpto.mp.br/cint/cesaf/arqs/140409024104.pdf

Das modalidades de Licitação

As modalidades de licitação dispostas em lei são a concorrência, tomada de preços, o convite, o concurso, o leilão e o pregão. Sendo este último, o pregão, disposto na Lei 10.520/2002. Vejamos cada uma delas, sobretudo, no que se refere aos valores e objetos estipulados:

a) Concorrência

Essa modalidade é utilizada para contratos de grande valor, os quais se realizam com ampla publicidade para que todos os interessados que preencham os requisitos estabelecidos no edital possam participar.

A concorrência é obrigatória em se tratando do valor estimado do contrato, em função de determinados limites, tanto para compra ou alienação de imóveis, concessão de uso, de serviço ou de obra pública e licitações internacionais independentemente do valor do contrato.

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b) Tomada de preços

Trata-se de modalidade de licitação que abrange contratos de valor médio, inferior ao estabelecido pela modalidade concorrência. Os participantes deverão ser previamente cadastrados e preencher os requisitos de registro, bem como a atualização destes deverá ser feita periodicamente. Nesta modalidade será utilizada para as contratações de obras, serviços e compras dentro dos limites de valor estabelecidos em lei, devidamente corrigidos.

c) Convite

Nos termos dos artigos 21, IV e 22, parágrafo 3º da Lei 8.666/93, o convite é a modalidade de licitação que se destina a contratação de pequeno valor e consiste na participação de, no mínimo, três interessados do ramo pertinente aos objetos, cadastrados ou não, escolhidos e convidados pela Administração, para apresentarem suas propostas, no prazo máximo de cinco dias úteis.

Uma peculiaridade desta modalidade de licitação é que a Administração escolhe quem quer convidar, entre os possíveis interessados e a convocação dos cadastrados é feita por carta-convite.

d) Concurso

Trata-se de modalidade aplicada entre os interessados para a escolha de trabalho técnico, científico ou artístico, mediante a instituição de prêmio ou remuneração aos vencedores nos termos dos artigos 21, parágrafo 4º, e 13, parágrafo 1º da lei 8.666/93.

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7 Esta modalidade pode ser utilizada para a venda de bens móveis inservíveis para a Administração, para a venda de produtos legalmente apreendidos ou bens penhorados, ou ainda, de imóveis adquiridos pela Administração por dação em pagamento ou por medida judicial. Caracteriza-se pela venda de bens por propostas que ofereçam maior lance, não inferior a avaliação.

f) Pregão

Esta modalidade foi criada para aplicação em bens e serviços comuns, preferencialmente de forma eletrônica.

Quer saber mais sobre as modalidades de licitação? Então clique no link abaixo:

http://www.sebrae.com.br/customizado/canal-do-fornecedor/licitacoes/modalidades

Valores e Limites nas Licitações

A Lei nº 9.648/98 altera dispositivos de algumas das leis e estabelece outras normas para licitações e contratos da Administração Pública, como o artigo 23.

Art. 23. As modalidades de licitação a que se referem os incisos I a III do artigo anterior serão determinadas em função dos seguintes limites, tendo em vista o valor estimado da contratação:

I - para obras e serviços de engenharia:

a) convite - até R$ 150.000,00 (cento e cinquenta mil reais);

b) tomada de preços - até R$ 1.500.000,00 (um milhão e quinhentos mil reais);

c) concorrência: acima de R$ 1.500.000,00 (um milhão e quinhentos mil reais);

II - para compras e serviços não referidos no inciso anterior:

a) convite - até R$ 80.000,00 (oitenta mil reais);

b) tomada de preços - até R$ 650.000,00 (seiscentos e cinquenta mil reais);

c) concorrência - acima de R$ 650.000,00 (seiscentos e cinquenta mil reais).

Servidor público para os efeitos legais

O que é um servidor público para a Lei nº 8.666/93? Bem, o art. 84 diz que é considerado servidor público, para fins da lei, aquele que exerce, mesmo

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8 transitoriamente ou sem remuneração, cargo, função ou emprego público. Veja o que diz os dois parágrafos deste artigo:

§ 1o Equipara-se a servidor público, para os fins desta Lei, quem exerce cargo, emprego ou função em entidade paraestatal, assim consideradas, além das fundações, empresas públicas e sociedades de economia mista, as demais entidades sob controle, direto ou indireto, do Poder Público.

§ 2o A pena imposta será acrescida da terça parte, quando os autores

dos crimes previstos nesta Lei forem ocupantes de cargo em comissão ou de função de confiança em órgão da Administração direta, autarquia, empresa pública, sociedade de economia mista, fundação pública, ou outra entidade controlada direta ou indiretamente pelo Poder Público.

CONDUTAS TIPIFICADAS E ABRANGÊNCIA DA LEI 8.666/93

Aplicação das leis às infrações penais e ação penal

Art. 85. As infrações penais previstas nesta Lei pertinem às licitações

e aos contratos celebrados pela União, Estados, Distrito Federal, Municípios, e respectivas autarquias, empresas públicas, sociedades de economia mista, fundações públicas, e quaisquer outras entidades sob seu controle direto ou indireto.

Art. 89. Dispensar ou inexigir licitação fora das hipóteses previstas em

lei, ou deixar de observar as formalidades pertinentes à dispensa ou à inexigibilidade:

Pena - detenção, de 3 (três) a 5 (cinco) anos, e multa.

Parágrafo único. Na mesma pena incorre aquele que, tendo

comprovadamente concorrido para a consumação da ilegalidade, beneficiou-se da dispensa ou inexigibilidade ilegal, para celebrar contrato com o Poder Público.

Art. 90. Frustrar ou fraudar, mediante ajuste, combinação ou qualquer

outro expediente, o caráter competitivo do procedimento licitatório, com o intuito de obter, para si ou para outrem, vantagem decorrente da adjudicação do objeto da licitação:

Pena - detenção, de 2 (dois) a 4 (quatro) anos, e multa.

Art. 91. Patrocinar, direta ou indiretamente, interesse privado perante

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9 celebração de contrato, cuja invalidação vier a ser decretada pelo Poder Judiciário:

Pena - detenção, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos, e multa.

Art. 92. Admitir, possibilitar ou dar causa a qualquer modificação ou

vantagem, inclusive prorrogação contratual, em favor do adjudicatário, durante a execução dos contratos celebrados com o Poder Público, sem autorização em lei, no ato convocatório da licitação ou nos respectivos instrumentos contratuais, ou, ainda, pagar fatura com preterição da ordem cronológica de sua exigibilidade, observado o disposto no art. 121 desta Lei:

Pena - detenção, de dois a quatro anos, e multa.

Parágrafo único. Incide na mesma pena o contratado que, tendo comprovadamente concorrido para a consumação da ilegalidade, obtém vantagem indevida ou se beneficia, injustamente, das modificações ou prorrogações contratuais.

Art. 93. Impedir, perturbar ou fraudar a realização de qualquer ato de

procedimento licitatório:

Pena - detenção, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos, e multa.

Art. 94. Devassar o sigilo de proposta apresentada em procedimento

licitatório, ou proporcionar a terceiro o ensejo de devassá-lo: Pena - detenção, de 2 (dois) a 3 (três) anos, e multa.

Art. 95. Afastar ou procura afastar licitante, por meio de violência,

grave ameaça, fraude ou oferecimento de vantagem de qualquer tipo: Pena - detenção, de 2 (dois) a 4 (quatro) anos, e multa, além da pena correspondente à violência.

Parágrafo único. Incorre na mesma pena quem se abstém ou desiste de licitar, em razão da vantagem oferecida.

Art. 96. Fraudar, em prejuízo da Fazenda Pública, licitação instaurada

para aquisição ou venda de bens ou mercadorias, ou contrato dela decorrente:

I - elevando arbitrariamente os preços;

II - vendendo, como verdadeira ou perfeita, mercadoria falsificada ou deteriorada;

III - entregando uma mercadoria por outra;

IV - alterando substância, qualidade ou quantidade da mercadoria fornecida;

V - tornando, por qualquer modo, injustamente, mais onerosa a proposta ou a execução do contrato:

Pena - detenção, de 3 (três) a 6 (seis) anos, e multa.

Art. 97. Admitir à licitação ou celebrar contrato com empresa ou

profissional declarado inidôneo:

Pena - detenção, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos, e multa.

Parágrafo único. Incide na mesma pena aquele que, declarado inidôneo, venha a licitar ou a contratar com a Administração.

Art. 98. Obstar, impedir ou dificultar, injustamente, a inscrição de

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10 indevidamente a alteração, suspensão ou cancelamento de registro do inscrito:

Pena - detenção, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos, e multa.

Art. 99. A pena de multa cominada nos arts. 89 a 98 desta Lei consiste

no pagamento de quantia fixada na sentença e calculada em índices percentuais, cuja base corresponderá ao valor da vantagem efetivamente obtida ou potencialmente auferível pelo agente.

§ 1o Os índices a que se refere este artigo não poderão ser inferiores

a 2% (dois por cento), nem superiores a 5% (cinco por cento) do valor do contrato licitado ou celebrado com dispensa ou inexigibilidade de licitação.

§ 2o O produto da arrecadação da multa reverterá, conforme o caso, à

Fazenda Federal, Distrital, Estadual ou Municipal.

Ação Penal

O art. 100 diz que crimes definidos nesta Lei são de ação penal pública incondicionada, cabendo ao Ministério Público promovê-la.

Saiba mais sobre as infrações e sanções nos crimes de licitação, clicando no link a seguir:

http://www.buscalegis.ufsc.br/revistas/files/anexos/9329-9328-1-PB.pdf

Veja também uma reportagem sobre a prisão de suspeitos de fraudar licitações.

http://www.youtube.com/watch?v=OPeN_nv6Dw8

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11 Estudamos neste tema as licitações e tudo que diz respeito a elas. Conhecemos seus princípios e modalidades e até a aplicação das leis às infrações penais.

REFERÊNCIAS

Lei de Licitações 8666/93, disponível em:

(http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Leis/L8666compilado.htm Acesso em 10/03/2014.)

GRECO FILHO, Vicente. Dos crimes da Lei de Licitações – 2 ed. São Paulo: Saraiva, 2007.

MEIRELLES, Hely Lopes. Licitação e Contrato Administrativo. 14. Ed. Atual. Por Eurico de Andrade Azevedo e Vera Monteiro. São Paulo: Malheiros, 2006.

DI PIETRO, Maria Sylvia Zanella. Direito Administrativo. 13. Ed. São Paulo: Atlas, 2001.

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