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CONCEITOS GERAIS SOBRE TECNOLOGIA DE APLICAÇÃO DE PRODUTOS FITOSSANITÁRIOS NA CULTURA DO AMENDOIM

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Academic year: 2021

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CONCEITOS GERAIS SOBRE TECNOLOGIA DE APLICAÇÃO DE PRODUTOS FITOSSANITÁRIOS NA CULTURA DO AMENDOIM

Henrique Borges Neves Campos 1

José Luís Carlos dos Santos Júnior 2

Luís Cesar Pio 3

(1) Engenheiro Agrônomo, Mestre e Doutor em Agronomia, Consultor em Tecnologia de

Aplicação de Produtos Fitossanitários na empresa SABRI – Sabedoria Agrícola. UNESP - Universidade Estadual Paulista, Campus de Jaboticabal, SP, InovaJab, Via de Acesso Prof. Paulo Donato Castellane, s/n, 14884-900, São Paulo, Brasil.

(2) Engenheiro Agrônomo, Bolsista na empresa SABRI – Sabedoria Agrícola. UNESP -

Universidade Estadual Paulista, Campus de Jaboticabal, SP, InovaJab, Via de Acesso Prof. Paulo Donato Castellane, s/n, 14884-900, São Paulo, Brasil.

(3) Engenheiro Agrônomo, Presidente na empresa HERBICAT LTDA – HERBICAT - Avenida Said Tuma, 220 - Distrito Industrial José Antônio Boso, Catanduva,15803-150

São Paulo, Brasil.

Neste capítulo vamos abordar a importância da tecnologia de aplicação de produtos fitossanitários na cultura do amendoim, pois a manutenção da produtividade desta leguminosa é dependente do uso de herbicidas, inseticidas, fungicidas, fertilizantes foliares entre outros.

Considerando que o estado de São Paulo é o principal produtor nacional de amendoim (CONAB, 2019) e que o amendoim é o terceira cultura anual mais importante em termos de área de plantio do estado, iremos também abordar técnicas de aplicação em ambiente de meiosi com cana-de-açúcar.

Importante mencionar que os produtos fitossanitários são importantes na agricultura há décadas, promovendo o tratamento fitossanitário de insetos-praga, agentes patogênicos, bactérias e plantas daninhas, garantindo que o potencial máximo produtivo dos cultivos seja alcançado. Isto posto, a demanda global por mais alimentos aderiu ao uso dos produtos fitossanitários.

Não obstante, a sua aplicação deve ser consciente. A atual intitulação do Brasil como um dos maiores consumidores de agrotóxicos no mundo gera questionamentos

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sobre a sustentabilidade do sistema de produção brasileiro e os desafios enfrentados com relação a redução do uso e também dos riscos de deriva nas aplicações.

Quando mencionado o termo deriva o objetivo é alertar para o risco do movimento do produto aplicado no ar durante ou depois da aplicação para um local diferente do planejado. Assim como para a parte da pulverização que é perdida dentro da área aplicada, por exemplo, nas aplicações cujo o alvo são as plantas, mas o solo também é pulverizado, ou pelo escorrimento do produto das plantas para o solo.

O que se observa no campo é que, geralmente, dá-se muita atenção ao produto fitossanitário a ser aplicado e pouca tecnologia de aplicação. Entretanto, conhecer a forma de aplicação que proporcione melhor uniformidade de distribuição de calda e tamanho de gotas adequado permite que o produto alcance o alvo de forma eficiente e que perdas sejam minimizadas.

A tecnologia de aplicação de produtos fitossanitários não se resume a ação de apenas aplicar o produto, mas na interação de vários fatores, cujo resultado é alcançar a máxima eficiência dos tratamentos, de forma econômica, segura ao operador e com o menor impacto ambiental possível (MATUO, 1990).

Em um ambiente de meiosi com cana-de-açúcar e amendoim, Ferreira et al. (2013) verificaram que a técnica de aplicação aliada a seleção apropriada de pontas permite aumentar a eficácia de controle e, principalmente, reduzir o risco de contaminação pela deriva dos produtos aplicados. Já Calore et al. (2015), visando o controle de ninfas e adultos de tripés com utilização de inseticidas verificou que além da técnica de aplicação, o uso de óleo vegetal aumentou o controle e contribuiu para a produção de gotas menos suscetíveis à deriva. Assim, demonstrando a interação de fatores que existem na grande área da tecnologia de aplicação.

O advento da agricultura de precisão além de permitir maior precisão no plantio da cultura do amendoim por meio do piloto automático também permitiu adotar técnicas de aplicação mais eficientes. Por exemplo, nos estádios iniciais da cultura é possível realizar aplicações direcionadas que reduzem o volume de calda (litros por hectare) e aumentam o rendimento operacional.

No entanto, reforçamos que estes benefícios apenas são alcançados com a técnica de aplicação localizada. Nas aplicações tradicionais em área total, a busca por melhores rendimentos operacionais tem sido por meio da redução do volume de calda, consequentemente reduzindo o tamanho das gotas. O inconveniente dessa escolha é a

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vulnerabilidade das gotas sob condições ambientais adversas, estando sujeita a deriva (GANDOLFO et al., 2013).

Isto posto, em 2018 pesquisadores da empresa HERBICAT de Catanduva-SP iniciaram um projeto de desenvolvimento de pulverizador para aplicação localizada em que foi possível reduzir até 40% o uso de produtos fitossanitários antes do fechamento da cultura (CAMPOS; PIO, 2018).

Neste estudo, a técnica de aplicação localizada para a cultura do amendoim consistiu no uso de três pontas de pulverização para cada linha de cultivo. Em que uma ponta foi posicionada na vertical e centralizada para a linha de cultivo e duas outras pontas são posicionadas nas laterais com vistas a aumentar a cobertura e o depósito da calda na parte inferior do dossel das plantas, consequentemente, reduzindo o inoculo de doenças para os estádios mais avançados da cultura.

Foto 1: Técnica de aplicação localizada de produtos fitossanitários para a cultura do amendoim desenvolvida pela empresa Herbicat LTDA. (Catanduva, 2019).

Dessa forma, se espera com a técnica de aplicação direcionada reduzir maiores problemas fitossanitários no final do ciclo da cultura.

A técnica de aplicação localizada com três pontas de pulverização direcionadas para alinha de cultivo pode ser modificada de acordo com o estádio de desenvolvimento que o amendoim se encontra. Em estádios iniciais pode ser usada apenas a ponta de

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pulverização central, sem uso das duas pontas laterais. Dessa forma, de acordo com o estádio de desenvolvimento da cultura é possível reduzir ainda mais o volume de calda e o uso de produtos fitossanitários, consequentemente, aumentando o rendimento da aplicação e reduzindo desperdícios.

A partir do momento que a cultura se encontra em estádios vegetativos mais avançados, em que há total fechamento das linhas, é recomendado uma nova organização das pontas de pulverização visando a melhor uniformidade na distribuição dos produtos aplicados. Caso não seja feito, há possibilidade de má distribuição de calda e, consequentemente, sub ou superdose dos produtos aplicados.

Foto 2: Exemplos de fito toxidez na cultura do amendoim provocada pela super dose de produtos sobreposição devido a técnica de aplicação inadequada para o estádio de crescimento da cultura.

Portanto, em estádios vegetativos mais avançados, em que há total fechamento das linhas, os pulverizadores convencionais de barra horizontal têm apresentado bons resultados no tratamento fitossanitário.

É importante mencionar que a má distribuição de calda também pode ser provocada por diversos fatores, como por exemplo, posicionamento inadequado das pontas de pulverização, alta velocidade de aplicação promovendo oscilações na barra de pulverização, pontas de pulverização desgastadas, vazamentos ou mangueiras mal posicionadas na barra, falta de agitação no tanque resultando em variações na dose ou concentração do(s) produto(s) durante a aplicação, condições meteorológicas adversas, entre outros fatores que podem comprometer a eficácia do tratamento fitossanitário.

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Contudo, deve-se considerar que a qualidade das aplicações na cultura do amendoim em ambiente de meiosi com cana-de-açúcar está relacionada a combinação de vários fatores, sendo que, o conhecimento sobre a técnica de aplicação é um dos fatores mais importantes. A sustentabilidade econômica, ambiental e social no uso de produtos fitossanitários depende diretamente do desenvolvimento de estratégias mais eficientes no processo de pulverização.

REFERÊNCIAS

CALORE, R.A.; FERREIRA, M.C.; GALLI, J.C. Efeitos de adjuvantes no controle de Enneothrips flavens Moulton, 1941 (Thysanoptera: trypidae) na cultura do amendoim. Agrária, Recife, v.10, p.74-81, 2015.

CAMPOS, Henrique; PIO, Luís César. Técnicas de aplicação em ambiente de meiosi com cana-de-açúcar e amendoim. Canavieiros, Sertãozinho, v. 8, n. 148, p. 104-105, out. 2018.

CONAB. Séries históricas de área plantada, produtividade e produção, relativas às safras 1976/77 a 2017/18 de grãos. Banco de dados. Brasília: Companhia Nacional de

Abstecimento – CONAB, 2019. Disponível em:

<http://www.conab.gov.br/conteudos.php?a=1252&t=>. Acesso em: 22 agosto. 2019. FAOSTAT. Food and Agriculture Organization of the United Nations - FAO. Food and agriculture data. Rome: FAOSTAT, 2017.

FERREIRA, Marcelo da Costa et al. Qualidade da aplicação de inseticida em amendoim (Arachis hypogaea L.), com e sem adjuvantes na calda, sob chuva simulada. Bioscience

Journal, p. 1431-1440, 2013.

GANDOLFO, M. A.; CHECHETTO, R. G.; CARVALHO, F. K.; GANDOLFO, U. D.; DE MORAES, E. D. Influência de pontas de pulverização e adjuvantes na deriva em caldas com glyphosate. Revista Ciência Agronômica, Fortaleza, v.44, n.3, p. 474-480, 2013.

GODOY, I. J. de; SANTOS, J. F. dos; MICHELOTTO, M.; MORAES, A. R. A. de.; BOLONHEZI, D.; FREITAS, R. de; CARVALHO, C. R. de; FINOTO, E. L.; MARTINS, A. L. M. IAC OL 5 - New high oleic runner peanut cultivar. Crop Breeding

and Applied Biotechnology, Viçosa, v. 17, n. 3, p. 295–298, 2017.

MARTINS, R. Amendoim: o mercado brasileiro no período de 2000 a 2011. In: SANTOS, R. C. dos. (Ed.). O Agronegócio do Amendoim no Brasil. 2. ed. Brasília: Embrapa Algodão, 2013. p. 20–43.

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MATUO, T. Técnicas de aplicação de defensivos agrícolas. Jaboticabal: FUNEP, 1990. 139 p.

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