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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE CENTRO DE EDUCAÇÃO CURSO DE GRADUAÇÃO EM PEDAGOGIA LICENCIATURA PLENA WALDIR NASCIMENTO DE SOUZA

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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE CENTRO DE EDUCAÇÃO

CURSO DE GRADUAÇÃO EM PEDAGOGIA LICENCIATURA PLENA

WALDIR NASCIMENTO DE SOUZA

PEDAGOGIA HOSPITALAR: AS INTERAÇÕES ENTRE EDUCAÇÃO E SAÚDE

NATAL/RN 2017.2

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WALDIR NASCIMENTO DE SOUZA

PEDAGOGIA HOSPITALAR: AS INTERAÇÕES ENTRE EDUCAÇÃO E SAÚDE

Artigo apresentado ao Curso de Pedagogia do Centro de Educação da Universidade Federal do Rio Grande do Norte como requisito parcial para obtenção do Grau de Licenciatura em Pedagogia.

Orientadora: Profª. Drª. Jacyene Melo de Oliveira Araújo.

NATAL/RN 2017.2

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PEDAGOGIA HOSPITALAR: AS INTERAÇÕES ENTRE EDUCAÇÃO E SAÚDE

WALDIR NASCIMENTO DE SOUZA

Artigo apresentado ao Curso de Pedagogia do Centro de Educação da Universidade Federal do Rio Grande do Norte como requisito parcial para obtenção do Grau de Licenciatura em Pedagogia.

Orientadora: Profª. Drª. Jacyene Melo de Oliveira Araújo.

BANCA EXAMINADORA

_______________________________________________________________

Prof.ª Dr.ª Jacyene Melo de Oliveira Araújo (Orientadora) Universidade Federal do Rio Grande do Norte

_______________________________________________________________

Prof.ª Dr.ª Maria Simone da Rocha(Examinadora) Universidade Federal Rural do Semi-Árido

______________________________________________________________

Prof.ª Msc. Ana Glícia de Souza Medeiros (Examinadora) Universidade Federal do Rio Grande do Norte

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PEDAGOGIA HOSPITALAR: AS INTERAÇÕES ENTRE EDUCAÇÃO E SAÚDE

SOUZA, Waldir Nascimento de RESUMO

O presente artigo pretende abordar a importância do trabalho pedagógico hospitalar, para crianças e jovens em situação de internamento que se encontram impossibilitados de frequentar a sala de aula do ensino escolar formal. A constituição deste trabalho baseou-se numa pesquisa bibliográfica e observação da rotina da Classe Hospitalar in loco e aplicação de um questionário com a pedagoga que atua no Hospital Pediátrico Maria Alice Fernandes, no Bairro Parque dos Coqueiros, zona norte de Natal-RN. Os referenciais teóricos utilizados partiram de Lackatos, Marconi e Gil, dentre outros. O objetivo da pesquisa é analisar as interações entre educação e saúde no contexto hospitalar. Concluímos que as interações entre Educação e saúde são políticas sociais fundamentais para o desenvolvimento de um país. Significa dirigir o trabalho para atuar sobre o conhecimento das pessoas de tal maneira que elas desenvolvam a capacidade de juízo individual, coletivo e de intervenção sobre suas vidas em equilíbrio com o ambiente e que, compreender a criança e o adolescente hospitalizados, exige uma prática humanizadora do hospital e daqueles que trabalham no campo da Pedagogia Hospitalar, tornando-se louvável que esse campo se efetive enquanto prática social e pedagógica desenvolvida nesse ambiente, mediante aplicação de atividades ludopedagógicas pautadas na perspectiva da humanização e do cuidado.

Palavras-chave: Pedagogia hospitalar. Interações; Saúde; Educação. ABSTRACT

This article intends to address the importance of hospital pedagogical work for hospitalized children and young people who are unable to attend the formal school classroom. The constitution of this work was based on a bibliographical research and observation of the routine of the Hospital Class in loco and application of a questionnaire with the pedagogue that works in the Pediatric Hospital Maria Alice Fernandes, in the Park Park of the Coqueiros, northern zone of Natal-RN. The theoretical references used came from Lackatos, Marconi and Gil, among others. The objective of the research is to analyze the interactions between education and health in the hospital context. We conclude that the interactions between Education and health are fundamental social policies for the development of a country. It means directing the

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work to act on people's knowledge in such a way that they develop the capacity for individual, collective and intervention judgment over their lives in balance with the environment and that, understanding the hospitalized child and adolescent requires a humanizing practice of the hospital and of those who work in the field of Pedagogia Hospitalar, and it is praiseworthy that this field is effective as a social and pedagogical practice developed in this environment, through the application of ludopedagogical activities based on the perspective of humanization and care.

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1. INTRODUÇÃO

Este artigo tem como temática a importância da classe hospitalar e sua interação com a saúde no contexto educacional hospitalar. Assim, nosso objetivo visa analisar as interações existentes entre Saúde e Educação no contexto da Pedagogia Hospitalar como também em suas terminologias relacionadas à classe hospitalar, atendimento pedagógico hospitalar, escolarização hospitalar, atendimento educacional hospitalar, educação em contexto hospitalar, bem como seus resultados e compreensão da importância do pedagogo na educação de crianças e jovens enfermos, observando a classe hospitalar como um espaço significativo para o desenvolvimento de diversas atividades educacionais.

Para Lakatos e Marconi (2003), os limites de uma pesquisa são determinados pelo assunto abordado onde se escolhe um tópico, que limita o assunto abordado, a extensão, onde se aborda o assunto sem que fique muito extenso e alguns fatores de meio humano, econômico e que não seja tão pequeno a ponto de não ser entendido.

Esse estudo se configura numa pesquisa de cunho exploratório, trabalhando com a revisão de alguns referenciais teóricos que nos permitiram construir uma metodologia que num primeiro momento se caracteriza pela escolha do lócus de observação e aplicação de questionário a pedagoga responsável pela classe hospitalar do Hospital Pediátrico Maria Alice Fernandes, situado à Avenida Pedro Álvares Cabral - Parque dos Coqueiros, na zona norte de Natal - RN, CEP 59115-000. O Hospital conta com 52 leitos na clínica médica, 19 leitos na clínica cirúrgica e 10 leitos na UTI (Atualmente encontra-se sem funcionamento).

Realizamos na instituição oito visitas onde buscamos observar como funciona o trabalho pedagógico na instituição que constituíram as fontes para produção de dados da pesquisa, no qual nos debruçamos para pensar um método que fosse capaz de confrontar a relação e interação entre educação e saúde na classe hospitalar.

Conforme alguns autores LACKATOS; MARCONI, (1992) e GIL, (1989), observação participante é uma tentativa de colocar o observador e o observado

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do mesmo lado, tornando-se o observador um membro do grupo de modo que vivam e trabalhem dentro do sistema de referência dos observados. Para a construção do artigo foi elencado a importância da classe hospitalar, e quais as normas para o seu funcionamento no contexto. Por meio deste estudo mostraremos o resultado das atividades desenvolvidas na classe hospitalar e seu suporte às crianças hospitalizadas.

Para o levantamento de dados, aplicamos um questionário com a professora responsável pela classe hospitalar em questão e, segundo Garcia (1995), o questionário é utilizado como conhecimento de aspecto da atividade docente, que funciona como instrumento diagnóstico e orientador para o objeto investigado. O questionário foi utilizado com o objetivo de caracterizar o ambiente observado, classe hospitalar, seu funcionamento e rotina. Buscamos observar de que forma os resultados educacionais são obtidos para cada caso patológico observado no ambiente hospitalar, se houve evolução ou involução e, a partir dos resultados obtidos traçar um perfil de interação entre saúde e educação, buscando entender a problemática de evolução ou não progresso entre os atores envolvidos na relação saúde/educação.

Nesse sentido, busquei compreender através deste artigo a importância da classe hospitalar, seu funcionamento e resultados educacionais e interações terapêuticas no contexto educacional, por isso a escolha do tema e, para melhor compreender seu funcionamento, fui ao campo realizar a pesquisa na classe hospitalar do Hospital Maria Alice Fernandes, localizado na zona norte de Natal/RN.

A pedagogia Hospitalar amplia a valorização e o direito à educação e à saúde à todas as pessoas, atividades educativas nos hospitais aproximam as crianças e os adolescentes as atividades diárias e convívio social culminando com um processo alternativo de educação continuada que ultrapassa o contexto formal da escola apontando-se a uma nova realidade com características educativas peculiares a partir de um planejamento específico e de acordo com as necessidades.

Na atualidade, observamos que a Pedagogia, ao longo da história, se transformou para atender as demandas da sociedade. Com isso, a educação

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avançou em alguns aspectos quanto aos estudos pedagógicos, e permaneceu ultrapassada em outros aspectos, as práticas pedagógicas.

A pedagogia Hospitalar visa dentre outros aspectos, integrar os profissionais da área da saúde e educação, com o objetivo de propiciar às crianças e adolescentes o seu convívio social, ao lazer e ainda a continuidade dos seus estudos, bem como a possibilidade de inserção de atividades sócio-educativas e lúdicas nesse contexto levando em consideração a condição de saúde de cada pessoa, Matos (2008 p. 24).

A Pedagogia hospitalar prevista no processo educacional e considerada nas legislações tanto nacional quanto estadual no amparo e no atendimento às crianças e adolescentes em condição de internamento ou impossibilidade de frequentar a escola por diferenciados problemas de saúde é bastante pertinente e eficaz, suprindo tamanha necessidade educativa.

O artigo 214 da Constituição Federal afirma que as ações do Poder Público devem conduzir à universalização do atendimento escolar. A Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional, reforça que, para garantir o cumprimento da obrigatoriedade de ensino, o Poder Público criará formas alternativas de acesso aos diferentes níveis de ensino (art. 5º, § 5º), podendo organizar-se de diferentes formas para garantir o processo de aprendizagem (art. 23).

Conforme o exposto, torna-se de fundamental importância, que todas as necessidades básicas da criança e do adolescente de convívio, lazer e de aprendizagem permaneçam garantidas também em momentos de internamento. Para tanto é necessário que os profissionais envolvidos nesse contexto hospitalar, tenham uma formação adequada para que saibam adaptar às práticas levando em consideração o momento de internamento. O educador deverá buscar estratégias e recursos metodológicos os quais atenda as especificidades dos indivíduos em questão.

Para Matos (2008 p. 29), a Pedagogia Hospitalar aponta, ainda, mas um recurso contributivo à cura. Favorece a associação do resgate, de forma multi/inter/transdisciplinar, da condição inata do organismo, de saúde e bem-estar ao resgate da humanização e da cidadania. Amplia a valorização e o direito à educação e à saúde a todas as pessoas, atividades educativas nos

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hospitais podem aproximar às crianças e os adolescentes às atividades diárias, ao convívio social. Ainda para Matos (2008 p 37), A pedagogia Hospitalar é um processo alternativo de educação continuada que ultrapassa o contexto formal da escola, pois levanta parâmetros para o atendimento de necessidades transitórias do educando, em ambiente hospitalar e/ou domiciliar em caso de enfermo.

Nesse sentido, com a ótica de ampliar as discussões e ações sobre a classe hospitalar, foi utilizada como metodologia a revisão bibliográfica e a pesquisa de campo, onde iremos discorrer sobre sua importância, seu processo de aprendizagem, suas normas e funcionamento e suas contribuições na perspectiva da investigação qualitativa em educação, que envolve a observação, a compreensão e construção do significado do tema em estudo, com intuito de responder aos objetivos propostos.

A opção por uma classe hospitalar se dá pelo envolvimento que a criança tem com as atividades educacionais se efetivando como um direito dos sujeitos hospitalizados e consiste numa prática educativa inclusiva focada na atenção humanizada e no cuidado essencial aqueles que, acometidos por uma patologia aguda ou crônica, precisaram se afastar do convívio da família, da escola, da igreja e das demais instituições onde possuem uma rotina, para serem submetidos ao tratamento por tempo (in)determinado, observando-se os objetivos propostos na pesquisa em questão, as análises do funcionamento da classe hospitalar através da observação de seu funcionamento, avaliação e evolução educacional do paciente.

2. HISTORIA DA PEDAGOGIA HOSPITALAR: OBJETIVOS E SUA IMPORTÂNCIA

As classes educacionais hospitalares são uma modalidade de atendimento pedagógico-educacional oferecido às crianças em internação hospitalar que assegura o compromisso educacional da criança e seu desenvolvimento cognitivo e afetivo, sem poder ser confundido com uma escola formal dentro de um hospital. Vygotsky (1987), descreve em sua linha histórico social, bastante adequada a nossa realidade, que o professor é o mediador dos processos de ensino e de aprendizagem de e com seus alunos.

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Esse processo mediador analisa não apenas aqueles conteúdos apresentados na sala de aula, mas também e, os conteúdos que o aluno traz de suas experiências com o mundo fora da sala de aula e da escola, mas que vêm com ele para a sala de aula a cada dia (LIBÂNEO, 1998).

A pedagogia, ao longo da história, se transformou para atender as demandas da sociedade. Com isso, a educação avançou em alguns aspectos quanto aos estudos pedagógicos, e permaneceu ultrapassada em outros aspectos, as práticas pedagógicas.

A pedagogia ocupa-se, de fato, dos processos educativos, métodos, maneiras de ensinar, mas antes disso ela tem um significado bem mais amplo, bem mais globalizante. Ela é um campo de conhecimentos sobre a problemática educativa na sua totalidade e historicidade e, ao mesmo tempo, uma diretriz orientadora da ação educativa. (LIBÂNEO, 2007, p. 29-30).

A Classe Hospitalar tem seu início em 1935, quando Henri Sellier inaugura a primeira escola para crianças inadaptadas, nos arredores de Paris. Seu exemplo foi seguido na Alemanha, em toda França, na Europa e nos Estados Unidos, com o objetivo de suprir as dificuldades escolares de crianças tuberculosas. Em 1939 é criado o C.N.E.F.E.I. – Centro Nacional de Estudos e de Formação para a Infância Inadaptadas de Suresnes, tendo como objetivo formação de professores para o trabalho em institutos especiais e em hospitais. No Brasil, a legislação reconheceu através do estatuto da Criança e do Adolescente Hospitalizado, através da resolução nº 41 de outubro de 1995, no item 9, o “direito de desfrutar de alguma forma de recreação, programas de educação para a saúde, acompanhamento de currículo escolar durante sua permanência hospitalar”. Pode-se considerar como marco decisório das escolas em hospital a Segunda Guerra Mundial. O grande número de crianças e adolescentes atingidos, mutilados e impossibilitados de ir à escola, fez criar um engajamento, sobretudo dos médicos, que hoje são defensores da escola em seu serviço.

O aluno que frequenta a classe hospitalar por três dias ou mais será realizado um contato através de telefone com sua escola, comunicando sua participação e obtendo informações sobre os conteúdos trabalhados, naquele

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momento, em sua sala de aula. Após sua alta, o hospital enviará um relatório descrevendo as atividades realizadas durante seu internamento, seu desempenho, sua postura e dificuldades apresentadas pelo enfermo. A proposta na Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (BRASIL, 1996) é a de que toda criança disponha de todas as oportunidades possíveis para que os processos de desenvolvimento e aprendizagem não sejam suspensos.

O atendimento na Pedagogia Hospitalar cada vez mais vem se expandindo no atendimento a criança hospitalizada, se enfatizando, em muitos hospitais do Brasil, como filosofia humanística. A classe hospitalar tem por objetivo defender o direito da criança e adolescente a cidadania, o respeito às pessoas com necessidades educacionais especiais e oportunidades iguais, possibilitando a compensação de sua falta na sala de aula, devolvendo um pouco de sua normalidade educacional cotidiana, entendendo dessa forma, sua relevante importância a crianças e jovens enfermo.

2.1 CLASSE HOSPITALAR

A classe educacional hospitalar é uma modalidade de atendimento pedagógico direcionado às crianças em internação hospitalar que não esgota o conceito de atendimento pedagógico, como também não significa a presença de uma escola formal no ambiente hospitalar. A classe educacional hospitalar assegura o compromisso educacional e da saúde a crianças e jovens em demandas de atendimento hospitalar causado por enfermidades, uma vez que essa condição de enfermo ofereça risco ao desenvolvimento educacional do mesmo, bem como as vulnerabilidades a saúde, compensando as faltas ao ambiente escolar tradicional e devolvendo um pouco da normalidade a sua maneira de viver. A implantação da classe hospitalar em hospitais tem a pretensão de integrar a criança ao seu novo modo de vida de maneira humanizada, em ambiente acolhedor, dando ênfase a suas relações sociais e familiares constituindo uma necessidade para o hospital, crianças, família e equipe hospitalar ligados a educação e saúde. Segundo a política do MEC:

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Classe Hospitalar é um ambiente hospitalar que possibilita o atendimento educacional de crianças e jovens internados que necessitam de educação especial e que estejam em tratamento hospitalar. (BRASIL, 1994, p. 20).

A classe hospitalar é direcionada as crianças e jovens hospitalizados, se estendendo as famílias, na busca de recuperar a socialização da criança através do processo de inclusão, dando continuidade a seus trabalhos de aprendizagem, sendo assim, a inclusão social é o resultado do processo educativo e re-educativo. As práticas educativas desenvolvidas no hospital se efetivam a partir de ações que articulam o brincar e o aprender, mediante situações que instigam o desejo, a motivação, o interesse, a autoestima, a atenção, a inteligência e a criatividade. Os ambientes são projetados com o propósito de favorecer o desenvolvimento e a construção do conhecimento para crianças, jovens e adultos, no âmbito da educação básica, respeitando suas capacidades e necessidades educacionais especiais individuais. As exigências mínimas são uma sala para desenvolvimento das atividades pedagógicas com mobiliário adequado e uma bancada com pia. Sempre que possível, devem estar disponibilizado recursos audiovisuais, como computador em rede, televisão, filmadora, dentre outros.

Nos aspectos relacionados ao atendimento pedagógico domiciliar, referem-se as necessidades do professor para efetivação do atendimento em domicilio e às adaptações que deverão ser realizadas na residência do educando e no ambiente no qual ocorrerá a ação pedagógica como: cama especial, cadeira e mesa adaptada, cadeira de rodas, eliminação de barreiras que dificultem o acesso a outros ambientes, dentre outros.

3. INTERAÇÕES ENTRE EDUCAÇÃO E SAÚDE NA CLASSE HOSPITALAR

Para a atuação do professor na classe hospitalar, é necessário que esteja habilitado à trabalhar com diversidade humana e diferentes experiências culturais, ter formação pedagógica, estando apto a elaborar projetos que integrem a aprendizagens especificas à crianças hospitalizadas adaptando-as aos padrões que diferem da educação formal, resgatando e integrando ao

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contexto educacional com flexibilidade, visando atender primeiramente o quadro clínico de cada educando/paciente.

O atendimento pedagógico deverá ser orientado pelo processo de desenvolvimento e construção de conhecimentos correspondentes à educação básica, exercido numa ação integrada com o serviço de saúde através da elaboração de documentos de referência e contra-referência entre a classe hospitalar e a escola de origem do educando de forma que contribua com melhor integração entre as partes, a promoção de saúde do enfermo e ao melhor retorno e/ou continuidade dos estudos pelos educandos envolvidos.

Saúde e educação são direitos de todos e dever do Estado, garantido mediante políticas sociais e econômicas, visando a redução da doença, bem como a igualdade de condições para o acesso, permanência e sucesso na escola. Conforme está garantido na própria Constituição Federal:

A educação, direito de todos e dever do Estado e da família, será promovida e incentivada com a colaboração da sociedade, visando ao pleno desenvolvimento da pessoa, seu preparo para o exercício da cidadania e sua qualificação para o trabalho. (BRASIL, 1988).

Observamos que a Classe Hospitalar do Hospital Pediátrico Maria Alice Fernandes oferece atendimento na classe hospitalar multisseriada, com pedagogas pertencentes ao quadro da Secretaria Municipal de Educação. O trabalho pedagógico hospitalar favorece o desenvolvimento e aprendizagem do aluno hospitalizado garantindo o direito e a continuidade aos estudos. Concluímos que a intermediação entre Classe Hospitalar e Escola, quando da necessidade de uma criança ou jovem enfermo, ocorre de forma amigável, através de documentos e em conformidade com a equipe de nutrição, psicologia e assistência social.

As intercorrências que venham ocorrer na classe hospitalar (Segundo a pedagoga não há registros no hospital em questão), são resolvidas de acordo com cada caso. Na maioria dos casos as crianças e jovens permanecem no hospital por volta de dez dias, ou seja, não há uma perda educacional tão grande aos enfermos já que, segundo informações colhidas, geralmente eles voltam a sala de aula formal logo após a alta hospitalar.

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As atividades desenvolvidas na Classe Hospitalar são pautadas de acordo com o nível da criança ou jovem. Como se trata de classe multisseriada, são desenvolvidas atividades de pintura, leitura, contação de histórias, exercícios de escrita, jogos de cruzadas e orientações pedagógicas de acordo com cada nível educacional. Durante o atendimento na classe hospitalar, os pais ou responsável pode acompanhar a criança ou jovem.

No questionário aplicado e respondido pela responsável pela classe hospitalar do hospital Maria Alice Fernandes, situado no zona norte de Natal/RN, pedagoga, especialista em neuropsicologia, professora Ana Lúcia de Souza Costa concluímos que a classe hospitalar funciona há sete anos no hospital pesquisado, que a implantação da classe hospitalar aconteceu em setembro de 2010, sendo oficializado e assinado o termo de cooperação entre a rede municipal de Natal/RN e o hospital em dezembro de 2010, onde a secretaria entraria com mão de obra e material didático e mobília e o hospital com o espaço, com atendimento na educação infantil e ensino fundamental. A princípio começou a funcionar junto com a brinquedoteca e após três meses já dispunha de um local transformado em sala de aula. Seu funcionamento é amparado pela lei Nº 6.365, de 21 de agosto de 2012, prefeitura municipal de Natal (lei municipal). Os profissionais efetivos atendem a classe hospitalar de segunda a quinta-feira com aula normal e sextas feiras planejamentos ou formações, e ainda encontros a cada quinze dias para formações e encontros vivenciais.

Cumpre às classes hospitalares e ao atendimento pedagógico domiciliar elaborar estratégias e orientações para possibilitar o acompanhamento pedagógico-educacional do processo de desenvolvimento e construção do conhecimento de crianças, jovens e adultos matriculados ou não nos sistemas de ensino regular, no âmbito de educação básica e que encontram-se impossibilitados de frequentar escola, temporária ou permanente e, garantir a manutenção do vínculo com as escolas por meio de um currículo flexibilizado e/ou adaptado, favorecendo seu ingresso, retorno ou adequada integração ao seu grupo escolar correspondente, como parte do direito de atenção integral (BRASIL, 2002, P. (19).

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No processo educativo a classe hospitalar desenvolve a oportunidade de ligação com padrões da vida cotidiana, garante um vínculo entre a criança e o ambiente escolar. É necessário que as atividades realizadas com essas crianças e adolescentes tenham começo, meio e fim e que o professor precisa estar ciente que cada dia se constrói com planejamento estruturado e flexível.

Para Oliveira, Filho e Gonçalves (2008), O ambiente da classe hospitalar necessita ser diferenciado, tem que ser acolhedor, com estimulações visuais, brinquedos, jogos, sendo assim um ambiente alegre e aconchegante. É através do brincar que as crianças e adolescentes internados encontram maneiras de viver a situação de doença, de forma criativa e positiva.

Portanto, o trabalho em classe hospitalar faz com que há diminuição do risco de comprometimento mental, emocional e físico dos enfermos, aumentando assim sua autoestima, confiança e esperança. No entanto às atividades são coordenadas de forma a dar um suporte e continuidade ao trabalho escolar das crianças/adolescentes atendidos na classe hospitalar.

Assim, o planejamento de tais atividades torna-se imprescindível com o objetivo de reintegrar as crianças/adolescentes à sua escola de origem, assim que obtenham alta do hospital.

No questionário aplicado a professora Ana Lúcia de Souza Costa coloca que o público alvo da Classe Hospitalar são crianças e adolescentes que estão internados, juntamente com seus responsáveis. Juntos eles participam de atividades que também têm o objetivo de resgatar o vínculo familiar que é quebrado com a entrada no hospital. Mostra ainda que o espaço é de fundamental importância para o hospital porque oferece um apoio para os pacientes, equilíbrio emocional durante o tratamento mais prolongado, já que todos os procedimentos realizados são bastante diferentes de suas rotinas.

A pedagoga Ana Lucia de Souza Costa enfatiza que é necessário que as atividades realizadas com essas crianças e adolescentes tenham começo, meio e fim e que o professor precisa estar ciente que cada dia se constrói com planejamento estruturado e flexível. O ambiente da classe hospitalar necessita ser diferenciado, tem que ser acolhedor, com estimulações visuais, brinquedos, jogos, sendo assim um ambiente alegre e aconchegante. É através do brincar que as crianças e adolescentes internados encontram maneiras de viver a situação de doença, de forma criativa e positiva.

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Portanto, o trabalho em classe hospitalar faz com que haja diminuição do risco de comprometimento mental, emocional e físico dos enfermos. No entanto às atividades são coordenadas de forma a dar um suporte e continuidade ao trabalho escolar das crianças/adolescentes atendidos na classe hospitalar. Assim, o planejamento de tais atividades torna-se imprescindível com o objetivo de reintegrar as crianças/adolescentes à sua escola de origem, assim que obtenham alta do hospital. Nas interações entre educação e saúde o questionário mostra que Educação e saúde são políticas sociais fundamentais para o desenvolvimento de um país.

A escola é considerada, então, um cenário para a promoção da saúde, por ser um importante equipamento social do território e agregar uma parcela significativa de crianças, adolescentes e jovens da comunidade.

4. CONCLUSÕES

Concluímos que as interações entre Educação e Saúde são políticas sociais fundamentais para o desenvolvimento de um país. A escola é considerada, então, um cenário para a promoção da saúde, por ser um importante equipamento social do território e agregar uma parcela significativa de crianças, adolescentes e jovens da comunidade. Saúde e educação são, sem sombra de dúvida, o alicerce de uma grande nação. Significa dirigir o trabalho para atuar sobre o conhecimento das pessoas de tal maneira que elas desenvolvam a capacidade de juízo individual, coletivo e de intervenção sobre suas vidas em equilíbrio com o ambiente com o qual interagem através de saberes, valores, sentidos e de sensibilidades como processos ativos e solidários, conscientes que somos enquanto construtores e aprendizes. Um povo com acesso ao conhecimento e humanização com assistência adequada e bem-estar, é a premissa para a construção de um presente de oportunidades e de um futuro cada vez mais alvissareiro.

Portanto, compreender a criança e o adolescente hospitalizados, exige uma prática humanizadora do hospital e daqueles que trabalham nesse espaço. No que tange à Pedagogia Hospitalar, torna-se louvável que esse campo se efetive enquanto prática social e pedagógica desenvolvida nesse

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ambiente, mediante aplicação de atividades ludopedagógicas pautadas na perspectiva da humanização e do cuidado.

5. REFERÊNCIAS

BRASIL. Ministério da educação. DIRETRIZES NACIONAIS PARA A EDUCAÇÃO ESPECIAL NA EDUCAÇÃO BÁSICA / SECRETARIA DE EDUCAÇÃO ESPECIAL – MEC; SEESP, 2001.

Brasil. Ministério da Educação. Classe Hospitalar e atendimento pedagógico domiciliar: estratégias e orientações. / Secretaria de Educação Especial. – Brasília: MEC; SEESP, 2002.

ESTEVES, Claudia R. PEDAGOGIA HOSPITALAR: Um breve histórico. 2000.

FONSECA, Eneida Simões da. Atendimento pedagógico-educacional para crianças e jovens hospitalizados: realidade nacional. Brasília, 1999.

FONTES, Rejane S. DA CLASSE À PEDAGOGIA HOSPITALAR: A

EDUCAÇÃO PARA ALM DA ESCOLARIZAÇÃO. Agosto, 2004.

LAKATOS, E. M.; MARCONI, M. A. Fundamentos de metodologia científica. 5. ed. - São Paulo: Atlas 2003

LOPES, Elisângela H. PEDAGOGIA HOSPITALAR: a humanização na educação. Aparecida de Goiana, 2010.

Paraná. Secretaria de Estado da Educação. SERVIÇO DE ATENDIMENTO À REDE DE ESCOLARIZAÇÃO HOSPITALAR – SAREH. SEED-PR, Curitiba, 2010.

SILVA, G. C. Educação e Saúde - Pedagogia no Hospital. 1. Ed. Unicentro, São Paulo, 2006.

SILVA, N.; ANDRADE, E. S. PEDAGOGIA HOSPITALAR – Fundamentos e Práticas de Humanização e Cuidado. Ed. UFRB, Cruz das Almas-Bahia, 2013.

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APÊNDICE 1 ROTEIRO DO QUESTIONÁRIO 1. DADOS DE IDENTIFICAÇÃO Nome (opcional): _____________________________________________ 1. Sexo: 1.Masculino ( ) 2.Feminino ( ) 2. Idade: 1.( ) De 20 a 25 anos 2.( ) De 26 a 30 anos 3.( ) De 31 a 35 anos 4.( ) De 36 a 40 anos 5.( ) Outros

3. Qual a sua formação? 1.( )Ensino médio 2.( ) Graduação 3.( ) Especialização 4.( ) Mestrado 5.( ) Doutorado 6.( ) Outros

4. Há quanto tempo atua na área? 1.( ) De 1 a 5 anos

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3.( ) De 11 a 15 anos 4.( ) De 16 a 20 anos 5.( ) Outros

5. Há quanto tempo funciona a classe hospitalar no HMAL? 1.( ) De 1 a 5 anos 2.( ) De 6 a 10 anos 3.( ) De 11 a 15 anos 4.( ) De 16 a 20 anos 5.( ) Outros 2- Questionário

1. Você pode explicar como foi o início do processo de implementação da classe hospitalar no Hospital Maria Alice Fernandes?

2. Que normas são utilizadas para o funcionamento da classe hospitalar?

3. Qual o público alvo da classe hospitalar, quantos profissionais atuam no funcionamento e sua importância para a instituição?

4. Qual a função do pedagogo na classe hospitalar?

5. Como é feito o planejamento das atividades realizadas na classe hospitalar? Existe parceria entre outros profissionais e as pedagogas?

6. Como você define a classe hospitalar no processo educativo? A classe hospitalar mostra contribuição para a aprendizagem das crianças hospitalizadas? Se sim, de que forma?

7. Você acha importante que a criança tenha um espaço para aprender dentro do ambiente hospitalar? Por quê?

8. Qual a contribuição da classe hospitalar para a recuperação das crianças hospitalizadas? Ajuda no tratamento das crianças?

9. Na sua opinião, qual a relação entre saúde e educação?

10. De que forma você ver a classe hospitalar no Hospital Maria Alice Fernandes? 11. Quais são as pretensões futuras para o funcionamento da classe hospitalar?

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12. Cite pontos positivos e negativos, caso haja, para a implementação da classe hospitalar, seja em domicilio ou ambiente hospitalar.

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(Classe Hospitalar do Hospital Pediátrico Maria Alice Fernandes em atendimento aos enfermos. Fonte: Waldir Nascimento)

(Conjunto de mesinhas utilizado no atendimento da classe hospitalar. Fonte: Waldir Nascimento)

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(Classe Hospitalar do Hospital Pediátrico Maria Alice Fernandes em funcionamento. Fonte: Waldir Nascimento)

(Classe Hospitalar do Hospital Pediátrico Maria Alice Fernandes em funcionamento com a Pedagoga e mães dos enfermos. Fonte: Waldir Nascimento)

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(Classe hospitalar do Hospital Pediátrico Maria Alice Fernandes, espaço para leitura. Fonte: Waldir Nascimento)

(Classe hospitalar do Hospital Pediátrico Maria Alice Fernandes, espaço para brincadeiras. Fonte: Waldir Nascimento)

Referências

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