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ACÓRDÃO , da Comarca de São Paulo, em que são. apelantes AZENAIDE RIBEIRO DOS SANTOS (JUSTIÇA GRATUITA),

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Registro: 2015.0000631662

ACÓRDÃO

Vistos, relatados e discutidos estes autos do Apelação nº

0011093-76.2013.8.26.0010, da Comarca de São Paulo, em que são

apelantes AZENAIDE RIBEIRO DOS SANTOS (JUSTIÇA GRATUITA),

TACIANA DO ROSÁRIO OLIVEIRA (JUSTIÇA GRATUITA) e MAISA DO

ROSÁRIO OLIVEIRA (JUSTIÇA GRATUITA), é apelado B2W VIAGENS

E TURISMO LTDA.

ACORDAM, em 36ª Câmara de Direito Privado do Tribunal

de Justiça de São Paulo, proferir a seguinte decisão: "Deram provimento

em parte ao recurso. V. U.", de conformidade com o voto do Relator, que

integra este acórdão.

O julgamento teve a participação dos Exmo.

Desembargadores WALTER CESAR EXNER (Presidente sem voto),

JAYME QUEIROZ LOPES E ARANTES THEODORO.

São Paulo, 27 de agosto de 2015.

MILTON CARVALHO RELATOR

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Voto n.12209.

Apelação cível n° 0011093-76.2013.8.26.0010. Comarca: São Paulo.

Apelantes: Azenaide Ribeiro dos Santos e outras. Apelada: B2w Viagens e Turismo Ltda.

Juiz prolator da sentença: Luis Fernando Cirillo.

PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS. REPETIÇÃO DE INDÉBITO CUMULADA COM INDENIZAÇÃO POR DANOS MORAIS. Aquisição de passagens aéreas pelo sítio eletrônico “Submarino Viagens” por uma das autoras em nome das demais. Tentativa de contato com a consumidora para confirmação da compra, diante da suspeita de fraude. Cancelamento do pedido notificado por correspondência eletrônica. Inexistência de defeito no serviço prestado. Ausência de responsabilidade da ré por eventuais inconvenientes e infortúnios enfrentados pelas autoras (art. 14, §3º, I, do CDC). Condenação de pequena monta. Hipótese em que os honorários advocatícios deve ser fixados por equidade. Verba honorária majorada de R$26,00 para R$500,00. Recurso parcialmente provido.

Trata-se de pedido de repetição de indébito cumulado com indenização por danos morais, julgados parcialmente procedentes pela respeitável sentença de fls. 131/132, cujo relatório se adota, para o fim de condenar a ré a pagar á autora Azenaide o valor de R$260,00, corrigido monetariamente desde o ajuizamento e acrescido de juros de mora de 1% ao mês a partir da citação, bem como ao pagamento das custas processuais e dos honorários advocatícios, arbitrados em 10% do valor da condenação.

Inconformadas, apelam as autoras sustentando que Taciana e Maisa suportaram danos morais em razão das conduta da ré, pois, já fragilizadas em razão do falecimento de sua irmã, precisaram

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passar a noite toda no aeroporto, sem dinheiro para adquirir novas passagens aéreas, alimentação ou hospedagem; que a primeira parcela das passagens foi paga, de modo que o cancelamento da compra foi indevido; que elas não foram notificadas em tempo hábil acerca do cancelamento; que Azenaide somente foi ressarcida dos valores despendidos com a compra das passagens aéreas depois da propositura da ação; que todas essas situações geraram para elas humilhações e tormentos que caracterizam danos morais e não meros aborrecimentos; e que os honorários advocatícios, fixados em apenas R$26,00, devem ser majorados (fls. 138/155).

Não houve resposta (fls. 162).

É o essencial a ser relatado.

O apelo é de ser parcialmente acolhido.

As apelantes ajuizaram a presente demanda alegando que Azenaide adquiriu junto à apelada, em 28/04/2013, duas passagens aéreas em nome de Maisa e Taciana, no voo que partiria de Salvador com destino a São Paulo, no dia 01/05/2013, às 18h00, no entanto, de forma unilateral, a apelada cancelou a compra e se restringiu a enviar um e-mail para Azenaide às 03h07min do dia em que se realizaria a viagem. Esclareceram que, como era feriado, a mensagem eletrônica não foi visualizada a tempo, em decorrência do que Taciana e Maisa foram impedidas de embarcar no voo para São Paulo e precisaram permanecer horas no aeroporto durante a noite, sendo que não dispunham de dinheiro para comprar novas passagens aéreas e alimentos ou procurarem hospedagem. Afirmaram, ainda, que Azenaide não conseguiu contatar a apelada para resolver o problema, que somente foi solucionado a aquisição de novas passagens em outra companhia, e que

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a apelada não restituiu a integralidade dos valores debitados do cartão de crédito de Azenaide. Requereram, assim, a condenação da apelada na repetição em dobro do valor de R$260,00 que não foi oportunamente restituído, bem como no pagamento de indenização por danos morais no importe de R$30.000,00 para cada uma delas.

Os pedidos foram julgados parcialmente procedentes e, em que pese o inconformismo manifestado, de fato, não se vislumbra na hipótese fundamento para a pretensão indenizatória formulada, uma vez que, como bem observou o Magistrado a quo, a apelada não prestou serviços defeituosos.

Os serviços prestados pela apelada são regulados pelo “contrato de intermediação de compra e venda de serviços turísticos” acostado às fls. 77/88 (que não foi impugnado pelas apelantes), que prevê: 1.6) Após o fechamento do pedido, o cliente receberá a

confirmação de solicitação, o qual não implica em disponibilidade ou confirmação da compra; 1.7) Após a aprovação pela administradora do cartão de crédito utilizado e depois de confirmada a compra, o fornecedor enviará o bilhete eletrônico (“e-ticket”) ou voucher ao Submarino Viagens, que em seguida será encaminhado ao comprador; (...) 1.9) Após

aprovação do pagamento, seu e-ticket será enviado para o e-mail de cadastro em até 72 horas, ou menos, de acordo com a data da viagem

(fls. 77/78) (realces não originais).

E segundo se infere do documento de fls. 72/76, que também não foi impugnado pelas apelantes, a apelada não pôde enviar o

e-ticket às apelantes porque a cliente (a apelante Azenaide, que não era

uma das passageiras) não foi localizada para confirmar a compra efetuada por meio de seu cartão de crédito, o que ensejou o cancelamento do pedido.

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Diante de tais elementos, são irretocáveis as conclusões exaradas na respeitável sentença recorrida:

Neste contexto, cumpre considerar que a modalidade de pagamento apresentada para efetivação da compra foi o lançamento do débito em cartão de crédito de titularidade de terceiro.

Pelo exposto, tem-se que não houve ilícito na conduta da

requerida de pretender a confirmação dos dados da compra e comprador a fim de evitar a ocorrência de fraudes, cumprindo

consignar que, com tal atitude, a requerida atuou também no

interesse da própria titular do cartão, uma vez que é notória a realização de operações fraudulentas por meio da internet.

Portanto, tem-se que, no caso em apreço, a requerida agiu no

exercício regular de seu direito. Consigne-se ainda que os documentos de fls. 72/76 comprovam as tentativas da requerida de entrar em contato com a correquerente Azenaide a fim de confirmar os dados fornecidos no site, razão pela qual não há que se falar que o cancelamento da reserva das passagens tenha sido decorrente de defeito na prestação de serviço, pois apenas se deu em virtude da

impossibilidade de contato com a requerente para

confirmação dos dados, o que, repita-se, não configura ilícito

fls. 132) (realces não originais).

Vale ressaltar, ademais, que a apelante Azenaide não foi localizada para contato telefônico para confirmação da compra o que ensejou o cancelamento do pedido por parte da apelada, que, de todo modo, lhe enviou correspondência eletrônica informando acerca do cancelamento dentro das 72 horas admitidas pelo contrato de prestação de serviços e cerca de 15 horas antes do horário do voo.

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Assim, na medida em que os serviços prestados pela apelada não foram defeituosos, não lhe pode ser imputada a responsabilidade por eventuais inconvenientes e infortúnios enfrentados pelas apelantes (artigo 14, §3º, I, do Código de Defesa do Consumidor).

No tocante aos honorários advocatícios, porém, a respeitável sentença recorrida deve ser modificada.

Isso porque a apelada foi condenada a ressarcir à apelante Azenaide a importância de R$260,00 e os honorários advocatícios foram fixados em 10% sobre referido valor, resultando em quantia nitidamente insuficiente a remunerar os serviços desempenhados pelos patronos das apelantes no curso do processo.

No caso, em se tratando de condenação de pequeno valor, os honorários advocatícios deve ser arbitrados por equidade, com fundamento no §4º do artigo 20 do Código de Processo Civil. Destarte, levando-se em consideração que a causa apresentou baixo grau de complexidade, que não foi necessária a instauração de fase instrutória no processo e, notadamente, que a condenação imposta à apelada foi de pequena monta, justifica-se a fixação dos honorários sucumbenciais devidos ao patrono das apelantes em R$500,00.

Por tais fundamentos, dá-se parcial provimento ao recurso, apenas para o fim de majorar os honorários advocatícios para R$500,00, mantendo-se, no mais, a respeitável sentença recorrida.

MILTON PAULO DE CARVALHO FILHO relator

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