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Restrição hídrica em teste de sanidade de diásporos de Myracrodruon urundeuva Fr. All. / Water restriction in sanity test in diaspores of Myracrodruon urundeuva Fr. All.

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Braz. J. of Develop., Curitiba, v. 6, n. 7, p. 49617-49627 jul. 2020. ISSN 2525-8761

Restrição hídrica em teste de sanidade de diásporos de Myracrodruon

urundeuva Fr. All.

Water restriction in sanity test in diaspores of

Myracrodruon urundeuva Fr. All.

DOI:10.34117/ bjdv6n7-564

Recebimento dos originais: 21/06/2020 Aceitação para publicação: 22/07/2020

Ritielly Laiany Carvalho Senigalia

Doutoranda em Agricultura Tropical Instituição: Universidade Federal de Mato Grosso

Endereço: Programa de Pós-graduação em Agricultura Tropical da Faculdade de Agronomia e Zootecnia da UFMT, Av. Fernando Corrêa da Costa, n°2367, Bairro: Boa Esperança | Cuiabá -

MT | CEP: 78060900 – Brasil E-mail: ritiellycarvalho@gmail.com

Dagma Kratz

Doutora em Engenharia Florestal e Professora adjunta da Faculdade de Engenharia Florestal Instituição: Universidade Federal do Paraná

Endereço: Universidade Federal do Paraná, Departamento de Ciências Florestais. Avenida Prefeito Lothario Meissner, Jardim Botânico, Curitiba, PR – Brasil

E-mail: kratzdagma@gmail.com

Maria de Fatima Barbosa Coelho

Doutora em Fitotecnia e Professora Permanente do Programa de Pós Graduação em Agricultura Tropical

Instituição: Universidade Federal de Mato Grosso

Endereço: Programa de Pós-graduação em Agricultura Tropical da Faculdade de Agronomia e Zootecnia da UFMT, Av. Fernando Corrêa da Costa, n°2367, Bairro: Boa Esperança | Cuiabá -

MT | CEP: 78060900 – Brasil E-mail: coelhomfstrela@gmail.com

Elisangela Clarete Camili

Doutora em Agronomia e Professora da Faculdade de Agronomia e Zootecnia Instituição: Universidade Federal de Mato Grosso

Endereço: Faculdade de Agronomia e Zootecnia da UFMT, Av. Fernando Corrêa da Costa, n°2367, Bairro: Boa Esperança | Cuiabá - MT | CEP: 78060900 – Brasil

E-mail: eccamili@hotmail.com

Cárita Rodrigues de Aquino Arantes

Doutora em Agricultura Tropical

Instituição: Universidade Federal de Mato Grosso

Endereço: Programa de Pós-graduação em Agricultura Tropical da Faculdade de Agronomia e Zootecnia da UFMT, Av. Fernando Corrêa da Costa, n°2367, Bairro: Boa Esperança | Cuiabá -

MT | CEP: 78060900 – Brasil E-mail: carita.rodrigues@hotmail.com

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Adeisany Stephany Ramos Machado dos Santos

Mestre em Ciências Florestais e Ambientais Instituição: Universidade Federal de Mato Grosso

Endereço: Programa de Pós-graduação em Ciências Florestais e Ambientais da Faculdade de Engenharia Florestal da UFMT, Av. Fernando Corrêa da Costa, n°2367, Bairro: Boa Esperança

|Cuiabá - MT | CEP: 78060900 – Brasil E-mail: adeissany@gmail.com

RESUMO

A inibição do processo de germinação das sementes em testes de sanidade é essencial na avaliação da ocorrência de fungos, especialmente por melhorar a precisão e a operacionalidade da análise. O objetivo neste trabalho foi avaliar a influência do uso de soluções de restrição hídrica à base de NaCl sobre a qualidade fisiológica e sanitária de diásporos de Myracrodruon urundeuva Fr. All (aroeira). Foram determinados potenciais osmóticos de 0,00; -0,25; -0,50; -0,75; -1,00 e -1,25 MPa e os diásporos foram caracterizados quanto ao teor de água e peso de mil. A qualidade fisiológica foi avaliada por meio da porcentagem e do índice de velocidade de germinação (IVG) e a qualidade sanitária pela porcentagem de incidência de patógenos. Os ensaios foram conduzidos em delineamento inteiramente casualizado com quatro repetições de 50 sementes cada. Os diásporos de

M. urundeuva germinaram no dia dois e a partir de -0,75 MPa não houve germinação. Potenciais

osmóticos abaixo de -0,75 MPa, podem ser utilizados nos testes de sanidade de sementes de aroeira para inibição da germinação. A utilização do restritor à base de NaCl não prejudicou a incidência micótica nos testes de sanidade.

Palavras-Chave: aroeira, blotter test, Cloreto de sódio, germinação, potencial osmótico. ABSTRACT

Inhibition of the seed germination process in health tests is essential in evaluating the occurrence of fungi, especially for improving the accuracy and the operability of the analysis. The objective of this work was to evaluate the influence of the use of NaCl-based water restriction solutions on the physiological and sanitary quality of diaspores of Myracrodruon urundeuva Fr. All. (aroeira). Osmotic potentials of 0.00; -0.25; -0.50; -0.75; -1.00 and -1.25 MPa were determined; and the diaspores were characterized in terms of water content and weight of thousand. The physiological quality was evaluated by means of percentage and germination speed index (IVG) and sanitary quality by percentage of pathogens. The trials were conducted in a completely randomized design with four replicates of 50 seeds each. The diaspores of M. urundeuva germinated on day two and from -0.75 MPa there was no germination. Osmotic potentials below -0.75 MPa, can be used in the tests of sanity of aroeira seeds for inhibition of germination. The use of the NaCl-based restrictor did not affect the mycotic incidence in the sanity tests.

Key-Words: aroeira, blotter test, Sodium chloride, germination, osmotic potential.

1 INTRODUÇÃO

A espécie Myracrodruon urundeuva Fr. All. (aroeira) pertencente à família Anacardiaceae

e está na lista oficial de espécies da flora brasileira ameaçadas de extinção na categoria vulnerável. É utilizada na arborização de ruas e praças, apicultura, curtimento de couro, pois, suas cascas são

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ricas em tanino e, na medicina popular é indicada no tratamento de hemorragias, infecções respiratórias, urinárias e distúrbios no sistema digestivo, tendo sido comprovados também efeitos antinflamatórios e cicatrizantes (ALBUQUERQUE et al., 2004).

O conjunto das características de M. urundeuva faz desta uma espécie de grande valor genético e ecológico, dadas as diferentes formas de utilização de seus produtos madeireiros e não madeireiros passíveis de aproveitamento a partir de um plano de manejo sustentável, sem mencionar os serviços ambientais frente à eficiência no armazenamento de carbono (CINTRA, 2009), potencial na formação de sistemas silvipastoris (VIANA et al., 2002), além de estar sendo analisada em estudos químicos e bioquímicos (NOBRE-JÚNIOR et al., 2009). A propagação desta espécie é realizada através de diásporos e a qualidade sanitária é fator essencial para obtenção de mudas saudáveis.

A presença de patógenos em sementes, tanto interna quanto externamente, pode reduzir o poder germinativo, devido às perdas por deterioração, anormalidades, lesões nas plântulas, causando a morte das mudas ou transmitindo doenças às árvores. Dessa forma, maior atenção deve ser dada aos patógenos associados às sementes de espécies nativas, pois, alguns destes microrganismos podem causar danos à qualidade e à produção de mudas (SANTOS et al., 2001).

A restrição hídrica baseia-se em modificar o potencial osmótico dos meios de cultura ou substratos utilizando solutos osmóticos. A técnica é utilizada como método de evitar a germinação das sementes em testes de sanidade sem afetar a detecção dos fungos. O potencial osmótico representa a influência de solutos ou substâncias que são adicionadas à água, e é inversamente proporcional à concentração de solutos que são adicionados à solução, assumindo valores negativos ou iguais a zero para a água pura (SALISBURY e ROSS, 1992).

A alta concentração de sais é um fator de estresse para as plantas, pois reduz o potencial osmótico e proporciona a ação dos íons sobre o protoplasma. A água é osmoticamente retida na solução salina, de forma que o aumento da concentração de sais a torna cada vez menos disponível para as plantas (RIBEIRO et al., 2001).

A inibição do processo de germinação de sementes em testes de sanidade é essencial na avaliação da ocorrência de fungos, especialmente por melhorar a precisão e a operacionalidade da análise (MACHADO et al., 2003). Soluções de restrição hídrica à base de PEG (Polietilenoglicol) e KNO3 já foram utilizadas para restrição hídrica de diásporos de aroeira (SCALON et al., 2013),

porém não foram realizados trabalhos para esta espécie com o restritor à base de NaCl (Cloreto de Sódio).

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Deste modo, o objetivo neste trabalho foi avaliar a influência do uso da solução de restrição hídrica à base de NaCl sobre a qualidade fisiológica e sanitária de diásporos de Myracrodruon

urundeuva Fr.All.

2 METODOLOGIA

A coleta dos diásporos de aroeira foi realizada no Distrito da Guia, município de Cuiabá/MT, circunscrito às coordenadas 15º22’17” S e 56º12’14” W. A região apresenta valores médios de 25,7 º C de temperatura, 74% de umidade relativa e precipitação de 1.450 mm por ano. O solo é do tipo Litólico Álico, de textura muito cascalhenta e relevo ondulado com afloramento de rocha calcária (CALDEIRA et al., 2008). Todas as matrizes foram selecionadas com base no aspecto vigoroso, relacionado com a condição fitossanitária e ausência de defeitos na copa e no fuste das árvores.

O período de coleta foi de agosto a setembro de 2016, proveniente de 30 matrizes para formação de um lote. Os diásporos foram coletados por meio da agitação dos galhos, sem causar danos às plantas. Estendeu-se uma lona, na altura do solo, sobre a qual os diásporos foram coletados. Posteriormente, os diásporos foram acondicionados em sacos de papel e transportados ao laboratório. Os diásporos foram beneficiados manualmente para retirada dos restos florais e posteriormente utilizou-se um soprador de sementes, modelo General, da marca E’los, por meio de ar com turbo ventoinha elétrica, sendo em seguida, os diásporos homogeneizados manualmente.

Como restritor hídrico foi utilizado o NaCl, nos potenciais de 0,00 (água destilada esterilizada); -0,25; -0,50; -0,75; -1,00 e -1,25 MPa. As soluções salinas foram preparadas a partir da equação de Van’t Hoff citada por Braga et al. (1999):

𝛹𝑜𝑠 = −𝑖𝐶𝑅𝑇 Onde:

Ψos = potencial osmótico (0,987 ≈ 1 atm = 0,1 Mpa); i = coeficiente isotônico ou constante de dissociação;

C = concentração da solução, expressa em moles de solução por kg de H2O;

R = constante universal dos gases (0,0831 kg bar k-1 mol-1);

T = temperatura (K), sendo a temperatura utilizada de 25 °C (298,15 K).

O experimento seguiu o delineamento inteiramente casualizado, com quatro repetições para cada potencial osmótico (0,00; -0,25; -0,50; -0,75; -1,00 e -1,25 MPa). Para avaliação da influência do estresse hídrico na germinação dos diásporos de aroeira, foram analisadas as seguintes

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variáveis: germinação (%), índice de velocidade de germinação (IVG), teor de água (%) e, sanidade através da incidência micótica (%).

Para determinação do teor de água dos diásporos foi utilizado o método da estufa a 105 ± 3 °C por 24 h (BRASIL, 2009), com 3 amostras de 4 g. A fim de caracterização inicial do lote, foi realizada a determinação do peso de mil diásporos (BRASIL, 2009), pesando-se oito subamostras de 100 sementes por árvore matriz em balança de precisão 0,001 g.

Para avaliação da porcentagem e do índice de velocidade de germinação, foram utilizadas caixas acrílicas transparentes com tampa, de 11x11x3cm, tipo “gerbox”, onde foram colocados 25 diásporos, sobre duas folhas de papel mata-borrão umedecidas com água destilada esterilizada para a testemunha e solução de restrição, no devido potencial para os demais tratamentos até o máximo de saturação. Cada caixa foi envolvida com uma película de filme de PVC transparente e levadas para câmara de germinação do tipo BOD a 25ºC (CALDEIRA et al., 2008), com fotoperíodo constante. A contagem dos diásporos germinados foi feita diariamente, tomando como critério de germinação a emissão da raiz primária com 2 mm.

O índice de velocidade de germinação foi calculado pela fórmula de Maguire (1962):

𝐼𝑉𝐺 =𝐺1 𝑛1+ 𝐺2 𝑛2+ 𝐺3 𝑛3… + 𝐺𝑛 𝑛𝑛

IVG = índice de velocidade de germinação;

G1, G2, G3, Gn = número de diásporos germinados, computadas na primeira, segunda, até a última contagem; e

N1, N2, Nn = número de dias da semeadura à primeira, segunda até a última contagem. Para avaliação da sanidade dos diásporos de aroeira, foram utilizadas caixas tipo “gerbox”, desinfetadas com álcool a 70%, nas quais foram colocadas duas folhas de papel mata-borrão esterilizadas e umedecidas com as soluções de NaCl para restrição hídrica. Em cada gerbox foi colocado 25 diásporos. A incubação foi feita em câmara com temperatura de 25 ± 2 ° C e fotoperíodo de 12 horas com luz fluorescente, durante sete dias. Após esse período, realizou-se a quantificação e identificação dos fungos, em nível de gênero, com base nas características morfológicas visualizadas com auxílio de microscópios estereoscópico e óptico, segundo Barnett e Hunter (1999), sendo os diásporos observados individualmente.

Os dados foram submetidos ao teste de Bartlett (p<0,05), a fim de verificar a condição de homogeneidade de variância e, em seguida à análise de variância (ANOVA) (p<0,01 e p<0,05),

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prosseguindo para o teste de Tukey (p<0,01 e p<0,05), a fim de se observarem as diferenças entre as médias dos tratamentos.

3 RESULTADOS E DISCUSSÃO

O peso de mil diásporos foi 16,9 g e o teor de água inicial de 10,8%. Duarte et al. (2000) obtiveram em três diferentes lotes de M. urundeuva, peso médio de 1000 diásporos de 13,08; 17,38 e 17,40 g e teores de água de 9,49; 8,79 e 8,87%, respectivamente. Virgens et al. (2012) verificaram que o peso médio de 1000 diásporos de aroeira foi de 14,82 g e o teor de água de 10,17%.

A água é fator iniciante da germinação das sementes e está envolvida direta e indiretamente em todas as etapas do metabolismo germinativo. A participação da água é decisiva nas reações enzimáticas, na solubilização e transporte de metabólitos e, como reagente, na digestão hidrolítica dos tecidos de reserva das sementes. A redução dos potenciais osmóticos, aos quais as sementes são submetidas, pode atrasar e diminuir a porcentagem de germinação destas (VIRGENS et al., 2012).

A avaliação da porcentagem de germinação é um dos métodos mais utilizados para determinação da tolerância das plantas ao excesso de sais, tendo em vista que a redução na germinação em comparação ao controle (meio não salino) serve como indicador do índice de tolerância da espécie a vários níveis de salinidade (SECCO et al., 2010).

Quanto à variável porcentagem de germinação (Figura 1) o maior percentual foi obtido na testemunha (0 MPa), que apresentou 88% de diásporos germinados. Diásporos submetidos à restrição hídrica tiveram redução da germinação proporcionalmente à medida em que o potencial osmótico foi reduzido, obtendo-se 63 e 8% de germinação a -0,25 e -0,50 MPa, respectivamente. A germinação foi nula nos potenciais de -0,75, -1,00 e -1,25 MPa. Para a espécie Zizyphus joazeiro Mart., o decréscimo significativo da germinação das sementes ocorreu em potenciais a partir de -0,3 MPa, em soluções de NaCl (LIMA e TORRES, 2009), porém Coutinho et al. (2001) constataram que o NaCl, utilizado nos potenciais osmóticos de -0,6 e -0,7 MPa retardaram a germinação de plântulas de arroz e feijão em teste de sanidade de sementes dessas espécies pelo método do papel de filtro, assim como ocorreu neste trabalho.

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Figura 1. Porcentagem e índice de velocidade de germinação (IVG) de diásporos de Myracrodruon urundeuva submetidos à restrição hídrica com NaCl. Cuiabá/MT, 2017.

Virgens et al. (2012) utilizaram PEG (6000) para simular estresse hídrico em diásporos de aroeira e as maiores taxas de germinação foram verificadas nos potenciais: de 0, -0,2 e -0,4 Mpa. Potenciais osmóticos inferiores a -0,8 MPa causaram redução acentuada da germinação até sua nulidade.

O estresse hídrico pode afetar a germinação, provocando atraso no início do processo ou diminuição no estande final de plântulas. Portanto, a capacidade das sementes de algumas espécies de germinar sob condições de estresse hídrico confere vantagens ecológicas em relação a outras que são sensíveis à seca (ROSA et al., 2005).

Na análise de regressão (Figura 1) o coeficiente de determinação para as equações das duas variáveis analisadas (porcentagem e índice de velocidade de germinação) foram maiores que 95%, indicando que as equações quadráticas podem estimar os pontos intermediários entre os valores obtidos experimentalmente.

À medida que o potencial osmótico decresce, a velocidade da germinação diminui. Este resultado pode ser atribuído ao decréscimo na disponibilidade de água para as sementes, o que acarreta o atraso na expansão e divisão das células. Virgens et al. (2012) também observaram atraso na germinação das sementes de M. urundeuva à medida que se aumentou o potencial osmótico das soluções nas quais as sementes foram submetidas.

Na análise sanitária dos diásporos de M. urundeuva foram encontrados 11 gêneros de fungos: Alternaria spp., Aspergillus spp., Bipolaris sp., Cercospora spp., Cladosporium spp.,

Curvularia sp., Fusarium spp., Penicillium spp., Pestalotiopsis spp., Phoma sp. e Phomopsis sp.,

porém, para a análise dos dados foram selecionados os mais frequentes (Figura 2).

y = 100x2 + 198,37x + 93,357 R² = 0,9556 (p < 0.01) CV=31,12% 0 25 50 75 100 -1,25 -1 -0,75 -0,5 -0,25 0 (% ) G er min ão

Potencial Osmótico (MPa)

y = 20,554x2 + 37,921x + 16,105 R² = 0,9744 (p < 0.01) CV= 32,67% 0 3 6 9 12 15 18 -1,25 -1 -0,75 -0,5 -0,25 0 IVG

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A análise da incidência micótica em diásporos de M. urundeuva, não demonstrou diferença entre os potenciais osmóticos avaliados. Isso significa que as soluções de restrição hídrica à base de NaCl utilizadas não influenciaram na incidência micótica em diásporos de aroeira e podem ser utilizadas em testes de sanidade. A incidência máxima apresentada foi de 30% no potencial osmótico de -0,25 MPa para Fusarium spp, sendo o patógeno de maior ocorrência. De acordo com Kobayasti et al. (2011) as espécies de Fusarium são comumente associadas a sementes de diversas culturas, podendo ocasionar perda de germinação e vigor, auxiliando no complexo de patógenos que causam tombamento em plantas.

Figura 2. Incidência micótica (%) em diásporos de Myracrodruon urundeuva submetidos à restrição hídrica com NaCl. Cuiabá/MT, 2017.

Trabalhando com a espécie Schinus terebenthifolius Raddi., Maciel et al. (2012) encontraram os gêneros de fungos Pestalotiopsis sp., Fusarium sp. e Cladosporium sp. colonizando as sementes e verificaram que, o fungo Pestalotiopsis sp. apresentou-se patogênico às mudas de aroeira-vermelha, causando manchas foliares, que coalesceram com o passar do tempo e levaram à queda das folhas.

Caldeira et al. (2005) analisando a sanidade de diásporos de M. urundeuva em Mato Grosso, encontraram os fungos Aspergillus spp., Penicillium sp., Rhizopus sp. Fungos dos gêneros

Aspergillus e Penicillium, se encontram entre os principais agentes deterioradores de sementes e

estão presentes em sementes recém-colhidas, em baixas porcentagens, porém, são capazes de sobreviver em ambientes com baixa umidade, proliferando-se em sucessão aos fungos de campo, causando a deterioração das sementes, culminando assim, para a perda da viabilidade das mesmas

0 5 10 15 20 25 30 35 % I n cid ên cia Mic ó tica

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(CARVALHO e NAKAGAWA, 2012). Estes gêneros de fungos são considerados típicos de armazenamento e podem causar depreciação de grãos ou sementes, principalmente quando armazenados em condições inadequadas (KOBAYASTI et al., 2011).

O restritor à base de NaCl não inibiu a incidência de fungos, o que indica que pode ser utilizado em testes de sanidade para diásporos de aroeira. Além de ser um restritor eficiente que inibe a germinação dos diásporos, é de valor acessível e de fácil acesso quando comparado a outros restritores hídricos.

4 CONCLUSÃO

O restritor hídrico (NaCl) não alterou a incidência micótica dos diásporos de aroeira. Os potenciais osmóticos menores que -0,75 MPa, podem ser utilizados para inibição de germinação em testes de sanidade de diásporos desta espécie.

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Figura  1.  Porcentagem  e  índice  de  velocidade  de  germinação  (IVG)  de  diásporos  de  Myracrodruon  urundeuva  submetidos à restrição hídrica com NaCl
Figura 2. Incidência micótica (%) em diásporos de Myracrodruon urundeuva submetidos à restrição hídrica com NaCl

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