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Habilidades sociais e inteligência emocional: um relato de experiência a luz da analise do comportamento / Social skills and emotional intelligence: an experience report in the light of behavior analysis

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Academic year: 2020

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Braz. J. of Develop.,Curitiba, v. 6, n.4,p.18484-18496 apr. 2020. ISSN 2525-8761

Habilidades sociais e inteligência emocional: um relato de experiência a luz

da analise do comportamento

Social skills and emotional intelligence: an experience report in the light of

behavior analysis

DOI:10.34117/bjdv6n4-136

Recebimento dos originais: 09/03/2020 Aceitação para publicação: 09/04/2020

Ana Gabriela Ferreira Brito Mestranda em Ensino em Ciências e Saúde Instituição: Universidade Federal do Tocantins - UFT

E-mail: anagfbrito@gmail.com

Angela Noleto da Silva Doutoranda em Educação

Instituição: Universidade de Brasília – UNB E-mail: angelanoleto@mail.uft.edu.br

Katia Cristina Custódio Ferreira Brito Doutora em Educação

Instituição: Universidade Federal do Tocantins - UFT E-mail: katiacristina@uft.edu.br

Márcia Flausino Vieira Alves

4Mestranda em Educação

Instituição: Universidade Federal do Tocantins - UFT E-mail: marcia.flausino.vieira@gmail.com

Maynnara Terra Ramos Bacharel em Psicologia

Instituição: Centro Universitário Luterano de Palmas – CEULP/ULBRA E-mail: maynnaraterra@gmail.com

Nádia Flausino Vieira Borges Mestre em Educação

Instituição: Universidade Federal do Tocantins - UFT E-mail: nanaflausino@hotmail.com

Tainá Bernardes

Especialista em Psicologia do Esporte Instituição: Faculdade Unyleya E-mail: tainabernardesp@gmail.com

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Braz. J. of Develop.,Curitiba, v. 6, n.4,p.18484-18496 apr. 2020. ISSN 2525-8761 Wesquisley Vidal de Santana

Mestrando em Ensino em Ciências e Saúde Instituição: Universidade Federal do Tocantins – UFT

E-mail: wesquisley_santana@hotmail.com

RESUMO

O relato a seguir refere-se aos procedimentos e resultados obtidos através de um atendimento clinico a partir da Analise do Comportamento. O participante do sexo masculino, 20 anos, ensino superior incompleto e com queixa de desenvolvimento de autoconhecimento, inteligência emocional. Mediante a tais questões, percebeu-se um índice baixo de habilidades sociais e portanto, o processo terapêutico buscou proporcionar ao cliente, a aquisição de novos repertórios comportamentais, sendo estes realizados através do Treinamento de Habilidades Sociais, Diário de Registro de Comportamento (D.R.C.s), e técnicas comportamentais. Através dos resultados obtidos na Escala de Beck e no Inventário de Habilidades Sociais e comportamentais do cliente foi possível observar que as intervenções realizadas foram efetivas, melhorando assim a qualidade de vida do cliente.

Palavras chave: habilidades sociais; analise do comportamento; inteligência emocional. ABSTRACT

The following report refers to the procedures and results obtained through clinical care from the Behavior Analysis. The male participant, 20 years old, with incomplete higher education and complaining of developing self-knowledge, emotional intelligence. Through these issues, a low index of social skills was perceived and therefore, the therapeutic process sought to provide the client with the acquisition of new behavioral repertoires, these being carried out through Social Skills Training, Behavior Record Journal (DRCs) , and behavioral techniques. Through the results obtained on the Beck Scale and on the client's Social and Behavioral Skills Inventory, it was possible to observe that the interventions performed were effective, thus improving the client's quality of life.

Key words: social skills; behavior analysis; emotional intelligence.

1 INTRODUÇÃO

Atualmente, sabe-se que a Inteligência Emocional (IE) é uma habilidade que pode trazer benefícios e qualidade de vida ao individuo. Famosas revistas nacionais divulgam informações sobre a temática, na qual relatam que o coeficiente de inteligência (QI) vem perdendo lugar para o coeficiente emocional (QE), na qual, através de observações e autocontrole de seus próprios comportamentos, o individuo consegue se relacionar melhor e assim, ter como consequência vivências mais positivas (ALLEGRETTI, 2015; GASPARINI, 2015; 2017).

O conceito da IE ainda não esta sendo amplamente discutido dentro do contexto psicoterapêutico, de forma oposta ao campo educacional e organizacional (OBERST;

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Braz. J. of Develop.,Curitiba, v. 6, n.4,p.18484-18496 apr. 2020. ISSN 2525-8761 LIZERETTI, 2004). Entretanto, existem fatos que comprovam que a falta deste desemprenho influencia no desenvolvimento e manutenção de diversos distúrbios psicológicos (OBERST; LIZERETTI, 2004). Sendo assim, considera-se válida a fusão destes campos que podem auxiliar no desemprenho e o bem estar do individuo.

Dentro da Psicologia, a Análise do Comportamento é uma abordagem que busca compreender o indivíduo baseado na sua interação com o ambiente (MOREIRA; MEDEIROS, 2007. p. 213). Na Análise do Comportamento, um termo muito utilizado são as Habilidades Sociais, que segundo Bolsoni-Silva e Carrara (2010) é um conjunto de comportamentos emitidos diante das demandas de uma situação interpessoal, desde que maximizem os ganhos e reduzam as perdas para as interações sociais. Del Prette e Del Prette (2010) declaram que a relações entre Análise do Comportamento e as Habilidades Sociais são definidas através de uma conexão histórica de produções a partir do comportamento social.

Entretanto, segundo Caballo (2002), a conceitualização do termo ‘Habilidades Sociais’ não é possível, sendo este totalmente flexível. Tais autores fazem esta afirmativa por entenderem que os comportamentos se adequam de acordo com o contexto cultural em que o sujeito está inserido, podendo também, depender de outros fatores como sexo, idade, região e classe social (CABALLO, 2002). Evidentemente, não existe um parâmetro determinante de habilidades sociais (CABALLO, 2002), porém, Trower (1984) citado por Caballo (2012) afirma que de uma forma intuitiva, conseguimos identificar quais são as habilidades sociais.

O comportamento socialmente habilidoso é esse conjunto de comportamentos emitidos por um indivíduo em um contexto interpessoal que expressa os sentimentos, atitudes, desejos, opiniões ou direitos desse indivíduo, de um modo adequado à situação, respeitando esses comportamentos nos demais, e que geralmente resolve os problemas imediatos da situação enquanto minimiza a probabilidade de futuros problemas (CABALLO 2002, p. 365).

Dentro destas habilidades, podem ser incluídos comportamentos como o de iniciar, manter e finalizar uma conversa; pedir ajuda; fazer e responder a perguntas; fazer e recusar pedidos; defender-se; expressar sentimentos, agrado e desagrado; pedir mudança no comportamento do outro; lidar com críticas e elogios; admitir erro e pedir desculpas e escutar empaticamente, dentre outros (MURTA, 2005. apud CABALLO, 2002).

Dell Prette; Dell Prette (2014), ao apresentarem o IHS, afirmaram que independente do comportamento, ocorrendo em situação social, este é considerado como um desempenho social. Entretanto, este pode ser considerado socialmente competente, ou não. “O desempenho social pode ser considerado como uma sequencia e sobreposição de componentes

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Braz. J. of Develop.,Curitiba, v. 6, n.4,p.18484-18496 apr. 2020. ISSN 2525-8761 comportamentais. Cognitivo-afetivos e fisiológicos com que reagimos diante de uma demanda social” (DELL PRETTE; DEL PRETTE, 2014, p.14).

O presente relato tem como objetivo apresentar o atendimento realizado no SEPSI – Serviço de Psicologia, clínica-escola do CEULP/ULBRA – Centro Universitário Luterano de Palmas, cujo demanda do cliente era referente a busca de autoconhecimento e aprimoramento de inteligência emocional. O cliente buscou assistência psicológica no Núcleo Alteridade e em seguida foi encaminhado ao SEPSI. Primeiramente ocorreu o acolhimento com relato de suas queixas e expectativas do processo terapêutico. A partir disso, a cliente foi encaminhada para atendimento psicoterapêutico individual, a luz da Análise do Comportamento.

2 MÉTODO

2.1 SUJEITO PARTICIPANTE DA PESQUISA

Pedro (nome fictício), 20 anos, acadêmico de ciências da computação, solteiro. Buscou atendimento no Núcleo Alteridade e foi encaminhado pelo mesmo para o Serviço de Psicologia – SEPSI em fevereiro de 2017. Mudou-se para Palmas há dois anos para cursar faculdade. Neste período sentiu-se bastante perdido quanto à nova rotina e em se organizar em relação ao tempo e agenda. Relatou se sentir sozinho e com dificuldade de fazer novas amizades, percebendo estar muito ligado as atividades e companhias relacionadas a sua cidade natal, no interior do estado.

2.2 AMBIENTE E MATERIAIS

Os atendimentos ocorrem no Núcleo de Atendimento a Comunidade do CEULP/ULBRA, que vem oferecendo serviços voluntários desde de 2008 em Palmas-TO. Segundo Ribeiro (2014), os serviços promovidos pelo Núcleo tem o propósito de contribuir através de um trabalho de transformação a nível social, humanizado e de articulação com os serviços médicos e escolas, integrando educação e saúde. Juntamente com os serviços de outros cursos ofertados, como de Biomedicina, Serviço Social, Direito, Fisioterapia e Enfermagem, inclui-se o de Psicologia que oferece atendimento gratuito, realizado pelos estagiários do curso supervisionados por professores.

Localizado na Avenida JK, quadra 108 norte, Alameda 12, o SEPSI, serviço de Psicologia, atualmente tem oferecido os serviços de psicoterapia individual (para crianças, adolescentes e adultos), avaliação psicológica, avaliação neuropsicológica e psicoterapia em

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Braz. J. of Develop.,Curitiba, v. 6, n.4,p.18484-18496 apr. 2020. ISSN 2525-8761 grupos. No consultório, os pertencentes a este são três cadeiras, uma mesa que continha um relógio e lenços. A sala apresenta temperatura e iluminação artificial.

As sessões foram realizadas em um consultório do SEPSI. Para avaliação e coleta de dados foram utilizados: Questionário de História Vital de Lazarus (1980); Bateria Fatorial de Beck, composto por quatro escala (BAI, BSI, BDI, BHI) (CUNHA, 2001), Diários de Registros de Comportamentos (BUENO; BRITTO, 2003) e Inventário de Habilidades Sociais – IHS (DELL PRETTE; DEL PRETTE 2014). Para a realização das intervenções, foram realizadas técnicas como a Carta à Terapia, Curtograma, Diário de Metas. O uso de materiais como livros também se fizeram presentes no decorrer das intervenções. Durante o processo de algumas técnicas objetos como celular para apresentação de estímulos auditivos, lenços de papel, caneta, papel e impressora também foram desfrutados.

2.3 PROCEDIMENTO

Após ser encaminhado pelo Núcleo Alteridade e realizado sua inscrição no SEPSI, o cliente participou do acolhimento, realizado por um terapeuta-estagiário, na qual é apresentada a demanda do cliente, assim como os seus desejos e expectativas em relação ao atendimento. A partir da demanda apresentada por Pedro, este foi encaminhado para psicoterapia individual. O cliente foi atendido durante o primeiro semestre do ano de 2017 por outra terapeuta-estagiaria, que repassou o caso ao concluir o estágio em clínica, sendo que esta, além de realizar procedimentos e atendimentos que influenciaram no resultado final deste cliente, também aplicou em Pedro, testes que representaram o percurso do mesmo na psicoterapia.

Foram realizadas 21 sessões terapêuticas, uma vez por semana, de aproximadamente 50 minutos cada. Os atendimentos clínicos deram-se de acordo com a abordagem comportamental, sendo compreendido por cinco fases: Linha de Base, Intervenção I, Avaliação Pós-Férias, Intervenção II e Avaliação Final.

2.3.1 Linha de Base (1ª a 4ª sessão)

A linha de base é o período de avaliação inicial, entre a 1ª e a 4ª sessão sem intervenções, tendo apenas como a coleta de dados acerca da vida e queixa de Pedro. Estas informações foram recolhidas através dos relatos verbais apresentados por Pedro e com os resultados obtidos através da: (a) Escala de BECK: Inventário de Ansiedade de Beck- BAI; A Escala de ideação suicida de Beck -BSI ; Inventário de depressão de Beck -BDI; e a Escala de Desesperança- BHS (CUNHA, 2001), visando investigar o quadro de desesperança e de

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Braz. J. of Develop.,Curitiba, v. 6, n.4,p.18484-18496 apr. 2020. ISSN 2525-8761 ansiedade intensa, relatada por ela; (b) Questionário Multifatorial de Historia vital (LAZARUS, 1980); (c) carta à terapia com objetivo de identificar expectativas e metas no processo terapêutico; (d) Curtograma (ANDRADE, 2010), com o objetivo de conhecer o cliente, bem como as coisas que o agrada ou desagrada.

2.3.2 Intervenção I (5ª a 9ª sessão)

A partir deste momento, as intervenções começaram a ser concretizadas. O diário de registro de comportamento, na qual é solicitado que o cliente observe e registre a forma na qual lida com situações desconfortáveis, foi uma das técnicas utilizadas. Pedro, majoritariamente apresentava situações na qual conseguia lidar com tais situações, mostrando sempre que apresentava potencial para criar estratégias de enfrentamento de tais situações.

Foi realizada a educação sobre ansiedade, na qual a hiperventilação foi ensinada a Pedro, entretanto, esta tinha como finalidade produzir um estado ansioso nele, para que seu Sistema Nervoso Autônomo Simpático fosse estimulado e gerasse respostas como sudorese, dificuldade para respirar, formigamento, boca seca, sensação de desmaio, entre outros. Tal procedimento fez com que o cliente percebesse que em situações aversivas, o corpo reage produzindo respostas fisiológicas, sendo estas descritas por Pedro. Em seguida foi aplicado o treino de controle respiratório, com o objetivo de ativar o Sistema Nervoso Autônomo Parassimpático. Este sistema é responsável pelo equilíbrio das funções orgânicas, sendo assim, Pedro, ao utilizar a técnica, conseguiu equilibrar suas respostas a situações aversivas.

O Túnel do Tempo, instrumento criado por Arenales – Loli (2011) também foi utilizado com a intenção de estimular a fala e trazer assuntos ainda não ditos no ambiente clinico. Durante a vivência, foi possível compreender principalmente questões relacionadas ao contexto familiar e social.

A comunicação foi trabalhada com o cliente através de uma atividade de venda. Pedro leu sobre uma empresa no inicio da sessão, e ao terminar a leitura, o cliente teve que vender o produto dentro do seetting. Através de questionamentos, criticas e objeções, o produto foi vendido com sucesso.

No nono atendimento, realizamos uma lista com metas trimestrais. Tais metas estavam relacionadas a diversos campos da vida do cliente, como relacionamentos, profissional, acadêmica, saúde e afins. A proposta foi traçar estratégias para a concretização de tais metas e após 3 meses, retornarmos a aquela lista e observássemos o que de fato o cliente tinha

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Braz. J. of Develop.,Curitiba, v. 6, n.4,p.18484-18496 apr. 2020. ISSN 2525-8761 conseguido conquistar. Também traçamos estratégias para a concretização destes. Também foi entregue um programa de férias para que o cliente seguisse.

2.3.3 Avaliação Pós-Férias (10ª e 11ª sessão)

Após o período de recesso, retornamos ao atendimento, na qual questões referentes ao programa de férias foram retomadas e avaliadas. O cliente relatou sobre os pontos que mais apresentou dificuldade e facilidade e fazer, e baseados nestes relatos e em uma nova carta a terapia, foram triados novos objetivos para o semestre.

2.3.4 Intervenção II (12ª a 20ª sessão)

Foi solicitado que o cliente criasse novas metas trimestrais, e que avaliasse, através do quadro de metas, questões relacionadas a o que ele estava fazendo para atingir tais objetivos. Segue abaixo o quadro com as metas apresentadas pelo mesmo.

METAS TRIMESTRAIS Continuar correndo e ter conseguido

fazer 8 km;

Continuar melhorando os hábitos alimentares;

Apesar das metas pessoais, jamais deixar de dar atenção a família, amigos e a Deus;

Ter uma ideia e planejamento de qual será meu próximo projeto. Testar a ideia para verificar se é viável iniciar o projeto;

Aumentar meu network; Iniciar o hábito de escrever; Adquirir massa muscular; Iniciar o estudo de inglês;

Curso envolvendo a área financeira; Se aperfeiçoar e treinar apresentações; Continuar se dedicando no desenvolvimento pessoal: ● Ajuda profissional ● Cursos ● Livros ● Vídeos

Encontrar alguma forma de expor e mostrar o quê tenho aprendido:

● Página no facebook ● Textos

● Palestra/Apresentação (Na Igreja ou IDream)

O livro Caderno de Exercícios de Inteligência Emocional de Ilios Kotsou (2011), também foi utilizado. Este apresenta estratégias e reflexões que, dentro do ambiente terapêutico proporcionou uma grande evolução referente a esta área, na qual a cada semana uma atividade do livro era realizada.

Para incentivar determinadas áreas que o cliente gostaria de evoluir, foi proposta a apresentação (palestra) sobre uma temática a escolha do cliente. O mesmo, após duas semanas

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Braz. J. of Develop.,Curitiba, v. 6, n.4,p.18484-18496 apr. 2020. ISSN 2525-8761 de preparo a apresentou, dentro do consultório, sobre auto responsabilidade. Foram apontados pontos positivos sobre a apresentação e feita sugestões sobre.

É importante destacar que durante todo este processo, o DRC foi utilizado semanalmente, na qual, as questões trazidas pelo cliente foram trabalhadas, principalmente, através de questionamentos socráticos. Destas questões, muitas eram relacionadas a importância sobre opinião de pessoas que se apresentassem relevantes socialmente e pessoalmente.

2.3.5 Avaliação Final (21ª sessão)

Na ultima sessão a temática referente as metas trimestrais foram abordadas, na qual, o cliente apresentou os pontos que considerou mais fácil de cumprir, assim como os que apresentou mais dificuldade. O mesmo criou novas estratégias referente as metas que não conseguiu cumprir e também abordou sobre comportamentos que pretende manter para continuar obtendo resultados positivos. Realizamos com a aplicação da Escala de Beck e também do IHS – Del Prette, na qual, auxiliará a compreender o desempenho do cliente no decorrer do processo psicoterapêutico.

3 RESULTADOS E DISCUSSÕES

Os resultados serão apresentados a partir de dados estatísticos através do Inventário de Habilidades Sociais – IHS e da Escala de Beck. Entretanto também foi perceptível a confirmação destes através dos diálogos ocorridos dentro do contexto clínico, bem como através dos diários de registro de comportamento.

3.1 ESCALA DE BECK

Fazem parte das Escalas de Beck o Inventário de Depressão (BDI), o Inventário de Ansiedade (BAI), a Escala de Desesperança (BHS) e a Escala de Ideação Suicida (BSI) (Cunha, 2001). Conforme os manuais, as Escalas Beck, são indicadas para sujeitos entre 17 e 80 anos de idade (Cunha, 2001). O BDI - Inventário de Depressão Beck trata-se de uma escala de auto-relato, de 21 itens, cada um com quatro alternativas, para medida da intensidade da depressão. BAI - Inventário de Ansiedade trata-se de uma escala de auto-relato, constituída por 21 itens, cada um com quatro níveis que refletem a gravidade de cada sintoma: (a) “Absolutamente não”; (b) “Levemente”; (c) “Moderadamente”; (d) “Gravemente”, medindo assim a intensidade das respostas de ansiedade. O BHS - Escala de Desesperança trata-se de

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Braz. J. of Develop.,Curitiba, v. 6, n.4,p.18484-18496 apr. 2020. ISSN 2525-8761 uma escala que engloba 20 itens, consistindo em afirmações que envolvem cognições sobre desesperança, para medida da dimensão do pessimismo. Por fim, o BSI - Escala de Ideação Suicida trata-se de uma escala constituída de 21 itens, para investigar ideação suicida.

As Escalas de Beck foram aplicadas em Pedro nas datas 05 de abril de 2017 e em seguida, 12 de outubro de 2017. Inicialmente, apenas o Inventário de Ansiedade - BAI e o Inventário de Depressão - BDI foram aplicados. Em um segundo momento, foi realizada a aplicação destes e também da Escala de Ideação Suicida - BSI e Escala de Desesperança - BHS, entretanto, por ter tido resultado zero, e não ter sido aplicado anteriormente, estes serão considerados irrelevantes. Por fim, todos os inventários foram reaplicados dia 08 de junho de 2018. No gráfico comparativo a seguir serão expostos detalhadamente os resultados desta aplicação.

Gráfico 1: Comparação entre os resultados do BDI e BAI

Fonte: Elaboração própria

Através dos resultados obtidos, foi possível perceber que em relação ao BDI, Pedro apresentou o grau leve de depressão, através do escore 14. Já em sua segunda aplicação ele obteve escore 0, continuando em grau mínimo de depressão. Na ultima aplicação, Pedro apresentou escore 4, mantendo assim, o grau mínimo.

Em relação ao BAI, inicialmente, Pedro apresentou escore 8, demonstrando grau mínimo de ansiedade. Na segunda aplicação, o cliente continuou apresentando grau mínimo de ansiedade, com escore 7. Na ultima aplicação, Pedro apresentou escore 8 novamente, na qual ocorreu novamente a manutenção deste comportamento.

0 2 4 6 8 10 12 14 16 ESCORES 1º APLICAÇÃO ESCORES 2º APLICAÇÃO ESCORES 3º APLICAÇÃO BAI BDI

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Braz. J. of Develop.,Curitiba, v. 6, n.4,p.18484-18496 apr. 2020. ISSN 2525-8761 3.2 INVENTÁRIOS DE HABILIDADES SOCIAIS – IHS

Segundo os autores do inventário, Dell Prette; Dell Prette (2014), o IHS é um instrumento para avaliação, de acordo com nossa realidade, para aferir o repertorio de habilidades sociais. O IHS foi aplicado em Pedro nas datas 07 de junho de 2017, em seguida, 06 de dezembro de 2017 e finalmente 08 de junho de 2018. No gráfico comparativo a seguir a seguir serão expostos detalhadamente os resultados.

Gráfico 1: comparação entre a primeira e a segunda aplicação do IHS.

Fonte: Elaboração própria

No escore total, foi perceptível o avanço de Pedro indo de repertório médio de Habilidades Sociais a um bom repertório (acima da média), passando do percentil 50 para o 60. Entretanto na ultima aplicação o cliente apresentou uma déficit, apresentando percentil 10. Em relação ao escore F1, que se refere ao enfrentamento e autoafirmação com risco, foi notório o avanço de Pedro, aumentando 24 pontos. Neste fator encontramos comportamentos como devolver mercadoria defeituosa, cobrar dívida de amigos, falar em público conhecido, declarar sentimentos amorosos e afins. Na última aplicação, Pedro apresentou um escore 5.

Já o escore F2 é referente à autoafirmação na expressão de sentimento positivo, foi perceptível um pequeno déficit, visto que Pedro diminuiu 5 pontos nesta área. Nesta área comportamentos como elogiar familiares, expressar sentimentos positivos, participar de conversas e agradecer elogios estão presentes. Referente a última aplicação, Pedro apresentou o escore 5. 0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 100 TOTAL F1 F2 F3 F4 F5 ESCORES 1º APLICAÇÃO ESCORES 2º APLICAÇÃO ESCORES 3º APLICAÇÃO

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Braz. J. of Develop.,Curitiba, v. 6, n.4,p.18484-18496 apr. 2020. ISSN 2525-8761 O escore F3 é referente a conversação e desenvoltura social. Neste Pedro obteve um grande avanço, aumentando 88 pontos. Encerrar, iniciar e manter um dialogo, abordar autoridades e pedir favores a colegas são comportamentos que estão presentes neste fator. Entretanto, na ultima aplicação Pedro voltou praticamente ao mesmo escore apresentado inicialmente.

A auto exposição a desconhecidos e situações novas refere-se ao escore F4. Nesta área Pedro teve um pequeno déficit, diminuindo 10 pontos, já na ultima aplicação Pedro apresentou escore 20.. São comportamentos referentes a este escore o falar em público desconhecido, pedir favores a desconhecidos e fazer perguntas a desconhecidos.

Finalmente, o F5 se refere ao autocontrole e agressividade. Nesta área Pedro diminuiu 5 pontos, finalizando o processo apresentando escore 70. Os comportamentos relacionados a esta são os de lidar com critica dos pais, chacotas e cumprimentar desconhecidos.

Finalmente, concluímos, a partir dos dados apresentados, o avanço de Pedro no momento inicial do processo psicoterapêutico, que o auxiliou a criar estratégias de lidar com os problemas e situações aversivas. Também foi perceptível o aumento de repertorio de habilidades sociais, visto que este auxilia no aumento de qualidade de vida. Entretanto a partir da segunda aplicação os dados quantitativos de Pedro se mostraram inferiores da primeira aplicação.

Apesar destes dados se mostrarem como regresso em Pedro, percebe-se que através dos comportamentos de Pedro seu avanço. Estes números podem ser justificados mediante a semana de provas em que este se apresentava, ou diversos outros fatores que pode influenciar os dados nos instrumentos psicométricos.

4 CONSIDERAÇÕES FINAIS

Desde o inicio do processo psicoterapêutico, Pedro se mostrou disposto e interessado em avançar, buscando sempre um ambiente organizado e propicio para seu melhor desempenho, tanto pessoal quanto acadêmico.

As metas foram uma estratégia muito positiva, visto que o mesmo afirmou visualiza-las diversas vezes durante a semana, o que ajudou afixar tais propósitos. Durante a terapia, Pedro afirmou por vezes abandonar comportamentos procrastinadores e sabotadores, na qual pode perceber um avanço nesta área.

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Braz. J. of Develop.,Curitiba, v. 6, n.4,p.18484-18496 apr. 2020. ISSN 2525-8761 Finalmente, Pedro valorizava a terapia e a atuação do profissional de Psicologia, demonstrando que o autoconhecimento é um fator que poderia o auxiliar muito, na qual buscamos obter avanços, que de fato foram obtidos.

REFERÊNCIAS

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ALLEGRETTI, F. ‘É preciso saber ouvir’, diz autor de ‘Inteligência Emocional’. Revista VEJA, Editora Abril. 14 mar, 2015. Disponível em: < https://veja.abril.com.br/ economia/e-preciso-saber-ouvir-diz-autor-de-inteligencia-emocional/>. Acesso em: 12 jul. 2018.

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Gráfico 1: Comparação entre os resultados do BDI e BAI
Gráfico 1: comparação entre a primeira e a segunda aplicação do IHS.

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