• Nenhum resultado encontrado

CARTA DO MOVIMENTO POPULAR DE SAÚDE- NACIONAL

N/A
N/A
Protected

Academic year: 2019

Share "CARTA DO MOVIMENTO POPULAR DE SAÚDE- NACIONAL"

Copied!
38
0
0

Texto

(1)

Agosto de 2010

Para: Fundadores do Mops, Instituições Públicas, Movimentos Sociais, Parlamentares, Parceiros , entre outros.

Durante o III ENEMEC, realizado em 1981, em Goiânia, o Movimento Popular de Saúde (MOPS) é “oficialmente” criado. A partir daí o MOPS ganha

visibilidade numa multiplicidade de localidades. Além das periferias das grandes

regiões metropolitanas e capitais brasileiras, como São Paulo, Rio de Janeiro, Belo

Horizonte, Porto Alegre, Curitiba, Recife, Fortaleza, Vitória, Cuiabá, Teresina, e outras

tantas, este movimento também estava presente em localidades pouco lembradas, como

Ceilândia (DF), Porto Nacional (GO), Andradina (SP), Conceição do Araguaia (TO),

Ji-Paraná (RO), Contagem (MG), e assim por diante. Seus princípios se definiam pela

manutenção da independência e autonomia dos grupos organizados em relação aos partidos e ao governo. MOPS começou a ser reificado, isto é, a ser tomado como se

fosse um sujeito com vida própria. Documentos atestam que ele, o Movimento Popular

de Saúde, começa a “falar” em nome próprio como se fosse um sujeito, e a dar

subsídios às suas próprias estratégias de ação.

Também na década de 1980, o Mops participou dos movimentos donas de casa contra a carestia -panela vazia -e no movimento da anistia. O sentido expressivo -

mobilizador do MOPS, radicalizado como parte de um poder paralelo “contra o

Estado”, foi sendo, no entanto, minado pelas ambigüidades contidas nas próprias ações

reivindicativas e pelo avanço da abertura política em tempos de democratização, que

tornava o Estado mais permeável ao processamento das demandas sociais, aguçando a

(2)

Esta conjunção de diferentes forças caracterizou o surgimento MOPS.

Edificado sobre a noção da saúde como direito a ser provido pelo Estado, ainda que hegemonizado por um radical desejo de criação do “poder popular” alternativo a este mesmo Estado, o MOPS tem como referente originário os movimentos reivindicativos

urbanos por melhorias de equipamentos médicos e de saneamento básico, que priorizam

formas de organização, mobilização e pressão de confronto ao Estado. Este movimento

alia-se às práticas oriundas das experiências comunitárias de medicina alternativa

baseadas em recursos locais e saberes autóctones, à base de remédios caseiros, plantas

medicinais e métodos naturalistas, recorrentes nas regiões mais carentes do país, como o

norte e nordeste ou nas localidades interioranas dos estados.

A entrada de representantes do MOPS foi decisiva para a agregação de dois outros

princípios em relação àqueles estabelecidos anteriormente: 1) a definição de que a saúde

será financiada pelo Estado, em seus três níveis de governo e pelo conjunto da

sociedade; 2) a participação da comunidade na gestão e controle do sistema, através de

conselhos paritários organizados em cada nível de governo.

Foram realizados 12 (doze) encontros nacionais, e dois congressos nacionais. O I no

período de 13 a 17 de julho de 1994 em Goiânia onde foram definidos os princípios do Movimento e nova coordenação nacional e executiva, que teve a pretensão de reunir as

tendências que se formaram desde a cisão que aconteceu com a criação do movimento.

No período de 12 a 14 de Março de 2009, em Brasília foi realizado o II Congresso do Nacional do Mops, tendo como tema Principal “O MOPS e a Reforma Sanitária Brasileira, Protagonismo para a Gestão Participativa”, na CNTI – Confederação Nacional dos Trabalhadores da Indústria, e contou com a presença de 120

pessoas, sendo que participaram delegados dos 22 estados, observadores e convidados.

Foram deliberados no congresso: Articular os demais estados da federação fortalecendo

(3)

Sergipe, Pernambuco, Maranhão, Goiás, Mato Grosso, Tocantins, Paraná, Santa

Catarina; Escolhida por consenso a nova coordenação nacional; Planejamento da coordenação nacional para escolha da executiva composta por coletivos: Formação, Práticas culturais, Comunicação, Secretaria, Tesouraria. Reafirmado os seus princípios aprovados no I Congresso Nacional do MOPS: Democracia interna, autonomia, movimenta de massa, base e com visão global de saúde. (Está anexo relatório realizado pela secretaria do MOPS em Londrina/Paraná)

No referido congresso conseguimos que fundadores do MOPS desde o Enemec

participassem, a exemplo de Eymard Vasconcelos, Celerino Carriconde, Suely Correia e

Tereza Ramos. Mas após esse evento que marcou a mobilização de muitos, um grupo

decidiu encaminhar deliberações sem ouvir a coordenação nacional, com atos como:

Realizar reuniões sem comunicar a todos, enviar projetos financeiros para as

instituições, compor comissões do conselho nacional, organizar encontros nacionais.

Repudiamos toda ação que venha de encontro às deliberações dos nossos congressos e

encontros realizados e solicitamos aos nossos parceiros que nenhuma ação seja

encaminhada sem o aval dos estados citados acima que participam da direção nacional.

Temos que respeitar e cumprir as deliberações do II CONGRESSO NACIONAL DO

MOPS. Não aceitamos qualquer deliberação do encontro nacional que não tenho sido

organizado pela coordenação nacional aprovada no ultimo congresso nacional, pois

estas estão acima de qualquer encontro nacional que venha a ser realizado.

Em reunião realizada durante III encontro Nacional da ANEPS, no dia com

representantes dos Estados: Minas Gerais, Mato Grosso, São Paulo, Sergipe, Rio

Grande do Norte, Tocantins, Pernambuco, Goiás, Brasília, Rio Grande do Sul, Alagoas,

Pernambuco, Bahia, discutimos a situação do MOPS a nível nacional e encaminhamos

uma comissão que elaborou essa carta que se tornará pública. E decidimos não

participar do encontro nacional que está planejado para final desse mês, pois não foi

construído coletivamente e desrespeita as deliberações do II congresso nacional do

(4)

quando conseguir trabalhar coletivamente com todos sem discriminação. Não podemos

permitir que um movimento que tem a história de construção e contribuiu demais com o

processo de reforma política e sanitária do país, possa se resumir a um grupo que acha

que vão fazer sozinhas as mudanças necessárias.

Assinam este documento:

Nome Estado

1.Luzia Aparecida SP

2. Merice Andrade de Quadros SP

3. Walnice Helena Zuffo SP

4. Valdirenea.M.De Abuquerque SP

5. Olga A.Garcia SP

6. José Martins Neto SP

7. Davidson Lopes SP

8. Maria Imaculada Teixeira Gutierrez SP

9. Josanias Castanha Braga SP

10. Wiliam Aguiar do Prado SP

11. Lougans de Quadros Martins SP

12. Atinaê de Quadros Martins SP

13. Iraí Maria de Campos Teixeira SP

14. Kelly Cabral Teles. SP

15. Luiz Antonio Laurentino Sobrinho SP

16.Rute Cabral Pereira SP

17. Vera Machado SP

18. Bernardo Paz SP

19. Camille da Silva SP

20. Maisa P. Viana SP

21. Kelly Cristina Cruz SP

22. Gabriela Vieira SP

23. Sandra Regina Santana SP

24. Selma Natalina SP

25. Herculana R. dos Santos SP

26. Neide de Oliveira SP

27. Débora R. Andrade SP

28. Isabel Sá SP

29. Vinande Trindade SP

30. Gorete Alves SP

(5)

32. Cícero Moraes SP

33. Alberto Paulo Vasconcelos SP

34. Eliana Gonçalves SP

35. Dimas Tavares SP

36. Djemines F. Rodrigues de Araújo SP

37. Paulo de Mello SP

38. Jéssica S. A. Pereira SP

39. Francisco V.Almeida SP

40. Maria das Graças SP

41. Maria Rosa SP

42. Marcos R. S. de Carvalho SP

43. Cláudio José Santos SP

44. Nicholas O. Candrin SP

45. Carlos Neder SP

46. Kleria Anis SP

47. Rita Quadros SP

48. Manuela Borges SP

49. Jorge de F. Paz SP

50. Darcio de Assis SP

51.Marcio Rodrigues Lima SP

52. João Rodrigues S. de Souza SP

53. Ednalva Maria Manceu SP

54. Sofia Cícera Vitorino SP

55. Manoel A. Vitorino SP

56. Davi dos Santos Vitorino SP

57. Juliana Mrosinski Peppi SP

58. Aristo Neves de Araújo MG

59. Anísio Honorato Campos MG

60. Aparecida Maria Ambrósio MG

61. Cacia Maiza dos Santos MG

62. Eni Carajá Filho MG

63. Henrique Moreira de Castro MG

64. Joana Darc Aparecida Costa MG

65. Leonildo Ferreira Lopes MG

66. Maria da Conceição S. Pimenta MG

67. Marconisio Teodoro Duarte MG

68. Marineia Angelica Silva Freire MG

69. Mauro Neves Sobrinho MG

70. Paulo Henrique Correia da Silva MG

71. Raimunda Nonata Candida MG

72. Thiago Pereira da Silva Flores MG

(6)

74. Gabriela Cesca de Souza Moreira BA

75. Euvira Nascimento Santos BA

76. Adriana Santos Rocha BA

77. Doranildes Neves da Silva BA

78. Julielba Maria dos Santos Chapermann BA

79. Francilene Martins BA

80. Ednalva Calé PE

81. Antonio Martins da Silva Filho PE

82. Lucia Helena Alves RN

83. Verônica Maria de Oliveira RN

84. Francinete Melo dos Santos RN

85. Romanna de França RN

86. Rayanne Carla Oliveira de Souza RN

87. Naely Fonseca Vicente RN

88. Gefferson Phillipe Jeronias RN

89. Verônica Rodrigues RN

90. Rita de Cássia da Silva RN

91. Odair José Gundim RN

92. Raimunda Nonata da S. Santiago RN

93. Wellington Melo dos Santos RN

94. Jean Aguiar dos Santos RN

95. Joeliton Dantas RN

96. Valeria D. de Melo RN

97. Adna F. DE Menezes RN

98. Maria de Fátima RN

99. Maria José O. Freitas RN

100. Maria da Conceição F. M. Nunes RN

101. Marcelo S. Nunes RN

102. Salete B. de Oliveira AL

103. Roseliane Ferreira MA

104. Simone Maria Leite Batista SE

105. Karen Emanuella Fernandes Bezerra SE

106. Irmã Vandete Santana SE

107. Josefa da Guia SE

108. Maria Aparecida Ribeiro SE

109. Margarida Maria Silva de Souza SE

110. Rosemary Barbosa SE

111. Givon Alves Neo SE

112. Tânia Santos SE

113. Larissa Leite Batista SE

114. José Rezende de Sá SE

(7)

116. Janailde Cardoso Lima SE

117. Evanildo Pereira OLiveira SE

118. Valdete de Souza SE

119. Marilu E. Clemente SE

120. Manoel Messias Calazans de Oliveira SE

121. Marilza Gomes Ramiro SE

122. Ângela Maria dos Santos SE

123. Ivone Dias dos Santos SE

124. Maria Alice de Oliveira SE

125. Maria da Conceição M. Almeida SE

126. Maria José Vieira Chagas SE

127. Aline de Oliveira Araújo M. Poderoso SE

128. Suzanna Araújo SE

129. Inácio Izaias SE

130. Maria Madalena Freitas SE

131. Antônio Cassimiro Silva SE

132. Glaudy Celma S. Santana SE

133. Josefa de Lourdes S. Pacheco SE

134. Márcia Ismerim Barreto SE

135. Marta Maria F. Gonçalves SE

136. Wellington R. de Carvalho SE

137. Maria Cleide Cassiano SE

138. Ana Cecília A. Fontes Monteiro SE

139. Maria Alice Dias dos Santos SE

140. Maria Lizenite dos Santos Rodrigues SE

141. Julia Moreira Prata SE

142. Petronilia Maria da Anunciação SE

143. Maria Messias da Silva SE

144. Ivanilde Vieira Batista GO

145. Francica Americo dos Reis GO

146. Jean Jaks Rodrigues GO

147. Adriana Pedroso Pregnolatto(Daraína) GO 148. Ana da Conceição Oliveira(Tânia) GO 149. Bernarda Pereira de Siqueira GO

150. Emilia Brosig GO

151. Helena Maria de Oliveira GO

152. Júlio César Azevedo GO

153. Laurita Vitoriano da Veiga GO

154. Lourival Peixoto da Silva GO

(8)

158. Sebastião Profeta do Amaral (Sr. Bastião de Chica)

GO

159. Telita Arantes Santos GO

160. Tereza Santana Lopes Sousa GO

161. Verduti José da Costa GO

162. Suely Correia de Oliveira MT

163. Marcia de Campos MT

164. Giselle Almeida MT

165. Maria Pascholina Barbiere MT

166. Helena Maria R. de Paula MT

167. Regiane Correa de Oliveira MT

168. Therezinha Salles MT

169. Rosilene Corrêa de Oliveira MT

170. Mariana Heloisa C. Souza MT

171. Maria Auxiliadora O. Souza MT

172. Garçalima Alves MT

173. Adenir Maria L. de Paula MT

174. Ana Carolina Almeida MT

175. Paulo Roberto Gonçalves MT

176. Silvéria Santos DF

177. Antônio Maurício Bernardes DF

178. Jorge Marino de Carvalho DF

179.Vera Lúcia de Azevedo Dantas CE

180. Elias José da Silva CE

181. Mayana de Azevedo Dantas CE

182. Eliane Evangelista Amaral CE

183. Aquiles F. dos Santos CE

184. Antônio Edvan Florêncio CE

185. Maria dos Santos P. da Silva CE

186. Luiza Pereira Souza CE

187. Francisca de Jesus CE

188. Maria Lucirene Viana CE

189. Ana Célia de Castro CE

190. Luciana Rodrigues Cordeiro CE

191. Moacir Gomes da Silva CE

192. Jair Soares de Souza CE

193. Kátia Jorge Viana CE

194. Raquel Monteiro Braz CE

195. Maria Iran Lima Barbosa CE

196. Nyzelle Juliane Dondí CE

197. Olga Cristina Pires Ramos CE

(9)

199. Raniele Félix de Lima CE

200. Emanuele Geórgia M. da Silva CE

201. Antônio Luiz CE

202. Felipe Silveira da Costa CE

203. Antônia Regina Lima CE

204. Goreth Paulino CE

205. Thyago Porto de Castro CE

206. Antônio Edilson da S. Oliveira CE

207. Maria do Socorro Carvalho Fernandes CE

208. Maria de Fátima Castro CE

209. Elisabeth Vieira da Silva Bezerra CE

210. Antônio Honorato Filho CE

211. Raimundo Félix de Lima CE

212. Vera Lucia SC

213.Aparecido de C. Robert SC

214.Monic Isabel Nascimento SC

215.Joaquim A. Aguiar SC

216.Virgilio Gentil Ramos SC

217.Marli J. Cunha SC

218.Marelise da Silva SC

219. Claudia Cristina Francisco SC

220.Vicente Pazzoberr SC

221.Robson S. Gentil SC

222.Cintia Yoz Aydos SC

223. Etel Macielo SC

224.Marcely Carvalho PE

225.Danieli Siqueira PE

226.Irmã Terezinha de Sá Barreto BA

227. Darci Nascimento MT

228.Donizete Oliveira MT

229. Flávio Monteiro MT

230.Vera Lucia Honório Anjos MT

231.Edilaine Paula Andrade MT

232.Maria Inês Silva Coelho MT

233.Socorro Malaquias Ferreira MT

234.Evillin R. Correa MT

235.Jane do Nascimento Ladislau MT

236.Clarice Rezende dos Santos MT

237. Lindacy P Silva SP

238. Maria do Socorro Oliveira SP

(10)

241. Damião Antonio Vitorino SP 242. Francisco Savazzi Netto SP 243. Benedita Aparecida de Oliveira SP

244. Sebastiana dos Santos SP

245. Maria Aparecida de Almeida SP

246. Natalia Ribeiro do Nascimento SP

247. Tânia Paula Satide SP

248. Nilce Aparecida Vaz Valério SP

249. Lenyra Luiza F Ticola SP

250. Viviane Rubens SP

251. Sueli S. Costa SP

252. Kátia C. Souza SP

253. Maria Aparecida de Almeida SP

254. Maria Aparecida SP

255. Ana Ferreira SP

256. Ângela N.O.R. Souza SP

257. Aparecida Oliveira SP

258. Elisa Aparecida R. Dos Santos SP

259. Silvana de C.R. Santos SP

260. Roberta E .P. Bento SP

261. Maria Aparecida Cabral SP

262. Rubens Carlos Santos SP

263. Maria Carolina SP

264. Juliana M. Atrock DF

265. João Batista DF

266. Edna Marques SE

267. Rosemary Barbosa SE

268. Elânia Lima Santos SE

269. Maria da Paz Trindade SE

270. Maria José dos Santos AL

(11)

ANEXOS

DOCUMENTO ALAGOAS

(12)

Em reunião realizada no dia 16/08/2010 na sede da Secretaria Municipal de Saúde na sala da Coordenação e atenção a Saúde do Município de Maceió AL, nesse momento o coletivo de Maceió-Alagoas do Movimento Popular de Saúde não reconhece a legitimidade do encontro nacional. Afirmamos que não houve nenhuma reunião do grupo para discutir esse encontro nacional. Ninguém poderá solicitar passagens ou qualquer tipo de recursos em nome do grupo, Se aconteceu de alguém solicitar passagens, foi por vontade pessoal, individual e não por decisão do movimento.

O Coletivo reconhece a necessidade de maiores conhecimentos sobre as ultimas deliberações do congresso nacional e sobre a conjuntura do MOPS Nacional. Entendemos que ainda é muito cedo para pensar em estatuto, com cnpj. O grupo deve amadurecer e ampliar. O Mops é um movimento de base com princípios, queremos retomar a “raiz” do movimento e construir de acordo com sua filosofia de movimento.

Participaram dessa reunião: Maria José dos Santos; José Benedito dos Santos;Soares de Morais; Rodrigo Petinati, e a convidada: Theresa Siqueira.

Em nome dos acima citados te envio a informação,

Grato de sua atenção.

Rodrigo Petinati

82 8801-2805 82 8801-2805 www.guesb.com.br

www.projetoinae.com.br

Relatório Reunião do Movimento Popular de Saúde – MOPS EM GOIÂNIA

(13)

Dinâmica da reunião

• Apresentação dos participantes conforme lista de presença anexa.

• Pontos discutidos durante as várias colocações dos participantes:

I. Histórico do MOPS – onde ficou forte – que o MOPS nasceu da necessidade das várias lutas se articularem – moradia, saúde praticas e outras, ainda na década de 70

II. Quais os princípios que sustenta a existência do MOPS?

III. Autonomia do MOPS e sua relação com a base social do movimento.

IV. Necessidade de ampliar a articulação com outros movimentos e entidades nacionais.

V. Dificuldades em situar a coordenação nacional que se encontra com varias formas de condução sem respeitar as decisões do congresso nacional realizado em Brasília.

VI. O MOPS tem que ser organizado, ter boa coordenação, aceitar as diversidades, ser plural, autônomo, participativo, não cooptado, não ligado a pessoas e ao coletivo.

VII. A estratégia pode ser diferente, mas a tática do MOPS deve ser unificada.

VIII. O MOPS reafirma os princípios do SUS.

IX. Princípios do MOPS: compromisso, democracia, autonomia, participativo e movimento de massas.

X. Coordenação colegiada, com coletivos que foi deliberada no ultimo congresso realizado em Brasília

XI. O movimento deve ser horizontal e mais não verticalizado.

XII. O MOPS deve estar presente nos espaços institucionais, e seus representantes devem ser avaliados pela base.

(14)

ENCAMINHAMENTOS APROVADO NA PLENÁRIA DO ENCONTRO DA ANEPS

1. Que seja apresentado pela secretaria do MOPS o Sr. Livaldo o relatório do congresso realizado em Brasília, para que a base conheça as deliberações e monitore o cumprimento.

2. Que seja respeitado as deliberações do congresso nacional do MOPS, onde foi aprovada uma coordenação colegiada, com 1 representante por Estados que tenham no mínimo 5 municípios articulados.

3. Respeitar os coletivos.

4. Que no processo de conveniamento com o poder publico dos projetos encaminhados, que seja discutido e aprovado pela coordenação nacional colegiada, com ciência da base.

5. Que seja esclarecido a todos, sobre a convocação, pauta e objetivos de um Encontro Nacional do MOPS previsto para o final de agosto de 2010, em função de o mesmo não ter sido objeto de aprovação na coordenação nacional colegiada.

6. Ampliar o MOPS em estados e municípios, dentro da filosofia estatutária.

Em anexo Lista dos Participantes na reunião.

Selma Fátima- S.Paulo

Luzia Aparecida- S. Paulo

(15)

Suely Corrêa de Oliveira- MT

Josefa DA Guia- SE

Albineiar Plaza Pinto- GO

Raimundo Gomes de Souza- GO

Márcia de Campos- MT

Marianna Heloisa C. Souza- MT

Maria Auxiliadora Souza- MT

Amanda C. de Almeida- MT

Serleo Serpa Bianchi- MS

Eirta Alves Muncau- GO

Albertina de Souza- GO

Tales Costa- RN

Garçalina Alves- MT

Ana Regina B. Prazeres- MT

Adenir Maria L. de Paula – MT

Ana Carolina Almeida- MT

Paulo Roberto Gonçalves- MT

Márcio R. Lima- SP

Marilu E. Clemente- SE

Marilza Gomes Ramiro- SE

Maria Cleide Cassiano- SE

Ana Cecília A. Fontes Monteiro- SE

Aristo Neves de Araújo- MG

(16)

Margarida Maria S. Souza- SE

Maria Alice Dias Santos- SE

Eni Carajá Filho- MG

Leonice S. Souza- RN

Jean Pierre T Câmara – RN

Francinete Melo dos Santos- RN

Maria Dalva S. Pinheiro- GO

Thiago Pereira S Flores- MG

Irmã Vandete S. Santana- SE

Simone Maria Leite Batista- SE

Mafalda Crisostomo – TO

Giselle Costa- MT

(17)

Relatório do II CONAMOPS

Congresso Nacional do Movimento Popular de Saúde Programação proposta:

12/03/2009

10h * Participação no lançamento da Caravana Nacional em Defesa do

SUS( Reforçar o SUS como sistema público gratuito e universal, bem como a votação da EC 29).

Local: Auditório Nereu Ramos – Câmara dos Deputados;

17h. * Credenciamento e acolhimento dos participantes, observadores e convidados.

18h* Abertura Solene, com participação dos representantes das entidades parceiras.

20h. *Atividade cultural e confraternização 13/03/2009

8h *Mística de Abertura

8:15h *Leitura e aprovação do regimento interno

10h *Mesa Redonda: A importância do MOPS no processo de Reforma Sanitária Brasileira - Mônica Rodrigues / UFPE, Tereza Ramos (Confederação dos Agentes Comunitários de Saúde), Eymard Vasconcelos / UFPB, rep. Ministério da Saúde, Osvaldo Bonetti Francisco Júnior / CNS - Conselho Nacional de Saúde

11h. *Debate:

12h. *Intervalo Almoço 14h. *Oficinas de trabalho:

GT - 01 - Fortalecimento da participação popular no controle social; GT - 02 - Práticas de saberes e cuidados em Educação Popular;

GT - 03 - A sociedade civil no processo de discussão das políticas públicas de Saúde: em DST/AIDS, Vigilância Sanitária, Saúde da População Negra; Práticas Integrativas de Saúde, Saúde dos homens, entre outras;

GT - 04 – Preparativos da 1ª Conferência Nacional de Saúde Ambiental;

GT - 05 - Educação Popular nos Processos de Formação e Educação Permanente; GT – 06 - A Educação Popular e a interface do MOPS com os territórios rurais;

16h. *Plenária: Apresentação das oficinas e encaminhamentos;

14/03/2009

8h.* Mística de Abertura;

* 8:15h. * Análise de Conjuntura Participativa 9h. * Oficinas de trabalho:

(18)

Estrutura organizativa; Relação do MOPS com governos. 10h. * Intervalo lanche

10:15h. * Apresentação das oficinas e plenária; 12h. * Intervalo Almoço

14h. * Mesa redonda: Estrutura organizativa, Estatuto e escolha da nova coordenação do MOPS Nacional.

15h. * Plenária final e Avaliação; 16h. * Encerramento

Analise de Conjuntura - Tereza Ramos

Cumprimenta a todos, agradece a oportunidade, diz que está substituindo Dra.Luiza Jaeger. Começa sua fala pelos três momentos do MOPS, colocados ontem, não para se voltar na entrada e sim para nortear os passos seguintes Faz uma retrospectiva dos grupos de base, que arrebanham pessoas para participarem do movimento, no momento em que a reforma sanitária estava em discussão, muito antiga por sinal, ou seja, com mais de 40 anos. Essa reforma fez com que todos seguissem unidos, para aprovar a Constituição de 1988. Relata da importância da participação dos jovens nesse processo, mas que foram abrir novos horizontes em outras frentes; lembra de documento feito pelo MOPS e entregue a José Sarney durante a 8º Conferencia Nacional. No Governo Collor levantou-se a bandeira dos agentes comunitários que acabou afastando-se do MOPS. Na seqüência a saída do Sindsprev do movimento, o que reduziu o MOPS a quase nada. Final do financiamento dos agentes comunitários que passaram a ser subsidiados pelo Governo,hoje a dificuldade de se aprovar a lei e a luta continua ,pois não basta estar na lei.Que cada um tem que deixar de lado suas vaidades pessoais para o crescimento do movimento .Lembra que está no movimento a 34 anos e está por amor, acredita que não é a única que não se corrompeu, e os que quiserem fazer devem deixar o movimento.

Fernando Dórea -Diz que participa a 36 anos da luta pela democracia, e ainda não se conseguiu a reparação econômica para essas famílias; faz breve retrospectiva da luta por direitos nesse País, e que esse governo tem construído avanços e conquistas,mas tem que ser exigido mais.

Dércio-Parabeniza a fala de Tereza Ramos e diz que alguns usam os movimentos para institucionalizar algumas ações e projetos. Cita o Pólo de Educação Permanente que teve inicio na base e com a chegada dos técnicos, retirou-se a base que inclusive deixou de capacitar às bases; sendo que essas são capazes de construir, de dirigir, incentiva o movimento pela luta para que as pessoas sejam capacitadas e não aliados ao processo.

(19)

Josefa da Guia-É parteira agradece algumas pessoas pela luta dos reconhecimentos de seu trabalho, que já apareceu até no jornal Nacional; mãe de 23 filhos veio para o movimento por convite feito por Simone, não tem leitura, mas que os letrados vereadores, por exemplo, não conhecem o trabalho da população. Que todos devem caminhar de mãos dadas por um único objetivo, nas comunidades, nos municípios, no Estado. Onde mora não existe remédio, o que seu povo toma é natural, produzido por eles mesmos.

Claudemir - Você falou sobre os sindicatos e que o MOPS teve um apogeu e que os funcionários só reivindicam. O Estado nunca cumpriu suas responsabilidades junto aos trabalhadores da saúde e que os usuários só culpam os trabalhadores pelo mau atendimento e por tudo que falta, então gostaria que você respondesse e falasse, ou melhor, colocasse sobre isso: a falta de políticas públicas.

Mª José -Dentro da Conjuntura Política, você explique que como o MOPS vai ficar dentro deste contexto: se é dentro de um colegiado ou de um presidencialismo, e mais se vai ficar uma briga pelo poder, como se dá a eleição e quem vai compor a chapa. Pelo que ela viu parece que tem uma briga muito grande e não quer entrar em um grupo que está muito dividido e sem uma espinha dorsal forte e sem transparência e se sentem que tem privilégios para isso.

Luciana- Relata sobre os trabalhos que fazem na comunidade, valorizando a cultura e a fragilidade de vida. O despertar das crianças; a caravana pelo SUS que devem ser incorporadaspelos agentes.

Sueli Correa -É parteira em Olinda, onde foi fundada a ONG Cais do Parto, milita no MOPS desde 1980, e que durante esse trajeto faz um levantamento das parteiras que integravam o MOPS, que coordena o movimento de parteiras tradicionais com mais de 60.000 parteiras. Dentro do movimento não se conseguiu o reconhecimento das profissional-parteiras tradicionais. Cita que hoje os agentes comunitários repudiam as parteiras tradicionais, e isso é perder a raiz e a efetivação da saúde. Fala da importância da regularização da profissão das parteiras tradicionais. Pede a todos que em seus Estados possam identificar as parteiras tradicionais e passar para a coordenação do MOPS, para que haja um movimento único.

Andréia- Técnica de Enfermagem, diz que o SUS deve ser constituído para todos, pois é para a família de todos. Diz que já foi parteira e que em sua trajetória acabou seguindo outro caminho, mas que hoje fará o resgate para que entrem nessa luta, da qual ela Andréia é uma forte aliada.

Josefa da Guia-fala da importância da profissão e do reconhecimento da mesma, pois não tem salários, não podendo nem comprar uma roupa apropriada para trabalhar.

Mafalda-Relata fato acontecido em Tocantins, em que o ministério da saúde libera verba para o trabalho das parteiras em conjunto com os médicos. Valoriza o trabalho das parteiras e sugere que o MOPS possa trabalhar esse recurso para as parteiras de modo bem estudado, para não se ficar preso em situações desagradáveis e que podem prejudicar o movimento.

(20)

de leis para as parteiras se não houver mobilização não haverá solução. Que ser agente comunitário é difícil, pois não se pode trabalhar da forma que aprendeu daí a importância do MOPS estar dentro das entidades de formação (Escolas de saúde pública). Em uma parte coloque que no Amapá as parteiras tem regulamentada sua profissão com salário de 700,00 deve-se cobrar mais de nossos governantes, vereadores, deputados que são eleitos por nós. Que os Sindicatos hoje dizem que não sabem tudo e o povo não sabem de nada. Que o futuro do MOPS todos sabem, pois está colocado desde ontem, que não pode ser focado na vaidade de cada um; mas na defesa de todos os encaminhamentos dos objetivos do movimento. Reforça sua adesão a regularização da profissão das parteiras.Por ultimo pede que quando votarem a seus estados busquem ONGs para trabalhar as questões debatidas no Congresso e ajudar a construir, a consolidar o MOPS.Agradece a todos a oportunidade.

14/03-Período vespertino

Tereza Ramos - Diz que com 50 anos terminou o ensino médio e nesse aniversario presenteou os participantes com um Cordel feito por ela. Leu o Cordel para todos, e depois entregou a D.Josefa e disse que espera que a mesma faça do ano de 2009 seu ano de estudo.

-Apresentação de Grupos:

Grupo1- Fala brevemente sobre a discussão do grupo onde foi aprovada para gerir o MOPS uma coordenação ampliada (colegiada).

- Foram apresentadas as propostas referentes ao formato de coordenação que se quer.

Grupo 1 – Aprova a Coordenação Colegiada

Grupo- 2-Aprova a coordenação colegiada e o planejamento estratégico e operacional de trabalho em 60 dias (aprovada com 04 obtenções).

Grupo- 3- Aprova a coordenação colegiada MOPS e Governo –apresenta as propostas do grupo- propostas aprovadas por todos. OBS: Dia Nacional de Luta pela Saúde.

Grupo- 4- Construção do Estatuto do MOPS- a partir de varias diretrizes debatidas em grupo e apresentadas ao plenário, inclusive reunião de Diretoria em Brasília. Aprova a coordenação colegiada.

Grupo 5 – Aprova a Coordenação colegiada.

Ao final das apresentações à plenária aprovou a coordenação colegiada.

Elias-Faz uma reflexão sobre a nova forma de atuação do MOPS para que não seja um latifúndio, não se institucionalize se mantenha como movimento.

Roseliane-Defende a institucionalização do MOPS, pois é necessário ter recurso para que o movimento seja forte e divulgado. É preciso somente ter cuidado quando for redigir o estatuto que é fundamental para a organização do MOPS.

-Aprovados as diretrizes com 2 abstenções.

Grupo5- Contextualiza o debate do grupo e apresenta as propostas do grupo.

(21)

Mafalda-Presta vários esclarecimentos sobre a coordenação colegiada.

Simone Maria Leite Batista - Diz que concorda com a participação dos 27 estados na coordenação geral.

Conceição-fala de sua preocupação com a possível eleição de uma pessoa que não conheça o MOPS e sua trajetória.

Silvio Leal -apresenta nova proposta: coordenador Geral e vários secretários e coordenação por região e conselho fiscal.

-O consenso é que a coordenação colegiada com uma representação de cada estado, com MOPS organizados.

Randolf -Coloca em votação as propostas: a coordenação colegiada elegerá a comissão executiva ou o plenário elegerá a comissão executiva.

Tereza Ramos -Defende que o colegiado vote na comissão executiva, pois deve ter autonomia uma vez que foi votado em plenário. Colocado em votação a comissão executiva a ser votada na coordenação colegiada. É apresentada proposta por consenso: -Coordenação Geral mais coletivo e conselho fiscal. O Colegiado escolherá a comissão executiva e o coordenador de cada coletivo, e em 30 dias apresentará o planejamento de trabalho, aprovado por todos.

Simone - Propõe que 11 participantes dos Estados que hoje compõe o MOPS venham para a reunião em Brasília da Coordenação colegiada através da secretária de Gestão, inclusive para participar do relatório do Seminário da Biodiversidade.

-A seguir Simone faz apresentação da prestação de contas das verbas recebidas para participarem do Fórum Social Mundial; Relata da importância da participação no Fórum Social, onde se terminou de construir o Congresso Hora Vivida.

Livaldo -Apresenta os gastos para a realização do Congresso, inclusive os recursos recebidos.

Os Grupos de trabalhos apresentaram as seguintes propostas e encaminhamentos: Grupo de Trabalho 1 - Fortalecimento da participação popular no controle social.

- Política de formação – capacitação para os movimentos sociais e populares (recursos destinados aos mesmos);

- Formação de uma equipe estadual de facilitadores do MOPS para realizar no seu estado as capacitações juntos aos movimentos populares;

- Articular junto ao ministério público a efetivação da resolução 333 do conselho nacional de saúde;

- Melhorar a comunicação entre as três esferas de governo (municipal estadual e federal);

- Fortalecer e Ampliar o espaço do MOPS na composição dos conselhos de saúde;

Grupo de trabalho 2 - Práticas de saberes e cuidados em Educação Popular.

- Os movimentos de educação popular e saúde estejam comprometidos com a valorização das práticas integrativas de saúde locais, sob o protagonismo das comunidades e territórios;

(22)

- Reconhecimento e valorização da cultura popular, como um processo de saúde coletiva;

- Reconhecimento e regulamentação do trabalho dos mestres de saúde considerando os ofícios de tradição e transmissão oral e vivencial;

- Promoção e defesa da política saúde integrativa como uma forma de garantir sua efetividade sob o protagonismo dos atores populares;

- Animar e estimular dialogividade e a troca de experiências entre os saberes formais e os populares e o fomento d aparceira entre setores, gestão de saúde e educação. Os campus e campo;

- Difundir e promover as práticas de cuidado e a educação popular junto ao conselho nacional de saúde, municipais e regionais de modo a contribuir com o desenvolvimento da participação popular e da gestão participativa do SUS, tornando os encontros do controle social, mais lúdicos, prazerosos e resolutivos;

- Propor e construir projetos de fortalecimento dos movimentos sociais e das práticas integrativas na linha da formação e da visibilidade dos processos de saúde popular;

Grupo de Trabalho 3 – A Relação do MOPS com o Governo

Propostas:

- Apresentar uma Carta dos princípios do MOPS para as três esferas do governo; - Garantir a participação do MOPS nas instâncias de controle social;

- realizar ações em Comemoração aos 7 de abril (Dia nacional de luta pela Saúde) enfatizando a participação do MOPS na criação desta data;

- Incorporar e oficializar as práticas populares de saúde para o SUS (Sistema Único de Saúde), garantindo que os acadêmicos vivenciem estas práticas;

- Propostas de políticas integrativas conjuntas com o Ministério da saúde, Ministério de Desenvolvimento Agrário e Economia Familiar – MDA para a inclusão da farmácia viva junto à agricultura familiar;

- Parceria com movimentos sociais junto ao governo facilitando a discussão nas comunidades;

- Reafirmar a defesa dos SUS e a saúde como direito; - Propor um link do MOPS no site do Ministério da Saúde - Estreitar as relações inter-setoriais;

Grupo de Trabalho 3 – A sociedade civil no processo de discussão das políticas públicas de Saúde: em DST/AIDS, Vigilância Sanitária, Saúde da População Negra; Práticas Integrativas de Saúde, Saúde dos homens, entre outras.

Propostas:

ANVISA

- Ampliar o número de oficinas de multiplicadores;

(23)

- Criar secretárias da mulher, nos âmbitos municipal e estadual; - Pré-natal de qualidade para as mulheres, focando as soro positivas; - Fortalecer a participação dos MOPS, referente à Lei Maria da Penha;

- Reforçar a importância da prevenção do câncer ginecológico (mama e útero); - Intensificar as campanhas de prevenção à saúde da mulher; respeitando suas especificidades;

Saúde do Homem

- Ampliar campanhas focadas na prevenção ás doenças e promoção da saúde dos homens;

- Desenvolver capacitação e sensibilização dos profissionais de saúde e gestores, além de conselheiros, focando a atenção à saúde do homem;

- Incentivar a participação dos homens nas políticas públicas de saúde, pensando sempre pela prevenção e promoção da saúde;

- Desenvolver projetos através dos MOPS na área de saúde dos homens, priorizando jovens e adolescentes para uma mudança de cultura para prática de cuidado;

DST-AIDS

- Fortalecer as ações do MOPS no enfrentamento da epidemia da AIDS e as DST´S; - Promover oficinas para os militantes (MOPS) na ótica do respeito à convivência coma população soropositivo e a população LGBT (Lésbicas, Gays, Bissexuais e Transexuais e Travestis);

- Iniciar um trabalho social de apoio aos soropositivos e seus familiares na perspectiva da reintegração à sociedade;

População Negra

- Fortalecer as ações previstas no plano nacional de políticas públicas para a população negra;

- Garantir o estudo da história e cultura da áfrica nas escolas, conforme preconiza a lei; - Promover o combate ao racismo institucional;

- Criar espaços de debate, focando questões ligadas às religiões de matriz africana;

Propostas gerais do grupo

- Criar mecanismos de comunicação (sites, jornal, boletim e outros produtos). - Promover um planejamento estratégico;

Grupo de Trabalho 4 – Preparação Para a Realização da 1 Conferência Nacional de Saúde Ambiental

Propostas:

- Capacitação de 5 multiplicadores do MOPS, por estado para mobilização das conferências municipais e estaduais de saúde ambiental;

- Garantir mais espaços para o jovem na conferência, mobilizando através da linguagem artística, como teatro, música e cultura;

- Criação de espaço alternativo para que cada representação municipal e estadual apresente experiências e produção sustentável em sua região;

(24)

- proposta de distribuição de vagas para conferência: 50% Movimentos Populares

25% Trabalhadores

12% prestador de serviços 13% gestores

- Inclusão das experiências e saberes populares em saúde e educação ambiental pelos povos indígenas, quilombolas e comunidades tradicionais rurais;

- Capacitação dos facilitadores que atuarão nos grupos de trabalho das conferências, segundo a metodologia da integralidade dos assuntos;

- Capacitação dos relatores municipais e estaduais e a garantia de sua participação na relatoria nacional, segundo uma visão sistêmica requerida pelo tema;

Grupo de Trabalho 05 - Educação Popular nos Processos de Formação e Educação Permanente.

- Formação Permanente (trabalhadores usuários, gestores) e os movimentos sociais e populares com o objetivo de se falar a mesma linguagem;

- Supervisão efetiva do ministério da saúde aos programas – projetos executados pelos municípios;

- Formar uma nova geração para o exercício do controle social;

Grupo de Trabalho 06 - A Educação Popular e a interface do MOPS com os territórios rurais.

- Utilizar métodos culturais para comunicação (comunidade –MOPS)...Teatro, Dança, música, etc;

- Criar núcleos temáticos de debate e estudos (LGBT, população negra e etc);

O II Congresso Nacional do MOPS encaminhou a seguinte moção: Moção de Apoio

Nós participantes do 2º Congresso MOPS-CONAMOPS, em Luziânia-Go, no CNTI, referendamos e aprovamos a carta griô Construída entre 12 e 16 de Novembro de 2008 no GT Ação Griô Nacional, durante a Teia 2008-Encontro Nacional dos Pontos de Cultura, por guias, mestres, guias aprendizes, educadores e redes nacionais de culturas, educação e tradução oral, apresentada ao Presidente Lula, reivindicando:

1-o reconhecimento do estado através da concessão de um titula aos guias e mestres da tradução oral brasileira;

2- O incentivo financeiro para a valorização do mestre;

3-A contrapartida ao incentivo como um acordo de passagem de conhecimento as pessoas da comunidade.

O Congresso foi encerrado às 16h20min. Do dia 14/03/09.

Mensagens apresentadas:

A sensibilidade com o ritmo da vida

(25)

placenta sair e reza se ela demora, pois é a primeira mãe do corpo e para que a cura tenha poder.

A parteira é comadre para sempre da mãe e do pai, a madrinha da criança e da comunidade. A planta colhida é tomada como remédio e recria vínculos de curidade.Com a parteira a mulher escolhe como o filho vai nascer,o médico sensível aprende com a raizeira e banha com o povo que plantam faz nascer.

Massoterapia, reflexologia, terapia comunitários, Reik floral, vivam as manifestações da tradição oral. Reunindo todas as gerações na escola PSF, e comunidade.

Mensagem de Tereza Ramos

Eu sou um projeto de poeta Faço versos, mas não aprendi a rimar. E assim vou conseguindo enrolar Fazendo os leigos achar que sou capaz Já deixei cinco décadas para trás E centenas de amigos conquistei Até hoje pra viver eu trabalhei E trabalhando vou viver 50 anos mais Se o que fiz nesta vida ninguém fez O que é que me falta fazer mais? Comecei na pastoral da criança

Depois do meio popular Enchi de mandioca caçoa

Andei montada em lombo de animais Fui espantalho de proteção de milharais Pra ter casa um terreno ocupei

Uma árvore centenária derrubei

Vi meu nome nas manchetes dos jornais Se o que fiz nesta vida ninguém fez O que é que me falta fazer mais?

Comerciaria operária e doméstica Vendedora, motorista e babá ACS é mais um pra completar Por tudo isso agradeço ao grande Pai Tive medo de grandes temporais Nas quadrilhas juninas que dancei As certezas da vida que encontrei Nas cinzas dos muitos carnavais Se o que fiz nesta vida ninguém fez O que é que me falta fazer mais? Me filiei ao PT na 6º zona

(26)

Construída por operário e camponês Com base forte, sólida e eficaz Se o que fiz nesta vida ninguém fez O que é que me fala fazer mais?

MOPS, COSCA, FEACA E FEMEB As sarnas que arranjei pra me coçar Da FAMACS estou querendo me afastar Me embrulhei nas lutas nacionais Aprendi com as lideranças sindicais E conquistei passo-a passo voz e vez Acreditando no diálogo e nas leis Aderi ao grito pela paz Se o que fiz nesta vida ninguém fez O que é que me falta fazer mais? Fui eu que curti minhas dores

E as correntezas que tentaram me levar Insisti no direito de sonhar

Caminhando pra frente e pra trás Abracei JESUS e rejeitei satanás Desde o dia que me batizei Hoje tenho certeza que acertei Minha alma tranqüila segue em paz Se o que fiz nesta vida ninguém fez O que é que fiz nesta vida ninguém fez?

Não costumo desistir do que eu quero Não importa o que tiver que enfrentar Arranjei bronca até nos tribunais Atos públicos, passeatas e outros mais Seis vezes no LULA eu votei Vi a estrela brilhar nos acenais Se o que fiz nesta vida ninguém fez O que é que me falta fazer mais?

Fui mordida por um cabrito morto Um sapo louco já tentou me pegar Sinceramente também não sei coçar Quantos siris eu peguei nos manguezais Estou sempre pescando nos corais Milhões de peixes no anzol já peguei Até cadáver de gato exumei

(27)

O que é que me falta fazer mais?

Nunca bebi com moderação Porque nunca a consegui encontrar Tentando saber onde ela está Milhões de manuais eu folheei Quantas doses de cachaça eu já tomei E fiz tira gosto com asinhas e pardais Se o que fiz nesta vida ninguém fez O que é que me falta fazer mais?

Meus pêsames para a torcida rubro negra Eu entendo vocês não querer falar Mas eu tenho o direito de mandar Meus sentimentos a todos os corais O meu NÁUTICO provou ser mais capaz São 100 anos de vitória e sensatez

É mais um campeonato que papei Somos hoje o maior dos maiorais Se o que fiz nesta vida ninguém fez O que é que me falta fazer mais? Viajei por todo meu pais,

Desci de trem ao Paranaguá,

Em Mato Grosso deu vontade de morar pela beleza pantaneira, eu me encaixei. Por Pernambuco eu me apaixonei,

Conheço tudo do sertão ao Cais, Itamaracá meus refúgios semanais. Em Recife meu lugar eu decantei, Se o que fiz nesta vida ninguém fez, O que é que me falta fazer mais?

(28)

CONSTRUÇÃO HISTÓRICA DO MOVIMENTO POPULAR DE SAÚDE

Já em meados da década de 1970, ainda sob forte pressão e controle da ditadura militar,

tinha início à formação de inúmeras iniciativas de organização em torno da melhoria das

condições de saúde. Tratava-se de uma multiplicidade de ações comunitárias locais

relativas a procedimentos “médicos” alternativos e naturais, ou de movimentos

reivindicativos pontuais nos grandes centros urbanos em torno de equipamentos

sanitários, postos de saúde, melhorias no atendimento médico, culminando, em muitos

bairros, na criação de “conselhos de saúde”, com vistas ao controle e à fiscalização dos

serviços de saúde. Sem construir uma institucionalidade própria, tais iniciativas

contavam com a sólida e vasta rede capilar da Igreja Católica em vários níveis e

instâncias, podendo contar com leigos, padres e freiras nas paróquias locais, até bispos e

demais segmentos religiosos identificados com a Teologia da Libertação e as

Comunidades Eclesiais de Base (CEBs). Participara também intelectuais de várias

facções da “nova esquerda” - remanescentes do Movimento de Educação de Base

(MEB), da Ação Católica Especializada e da Ação Popular (AP), membros do chamado

Ecumenismo Secular organizados em Ongs como a CESE (Coordenadoria Ecumênica

de Serviços), o CEDI (Centro de Estudos e Documentação e Informação), médicos

ativistas junto à Pastoral da Saúde, demais profissionais da saúde vinculados ao

chamado novo sindicalismo, e uma multiplicidade de lideranças locais como parte das

“comunidades reivindicantes”, articuladas entre si através de redes sociais predispostas

(29)

Entre dias 25 a 29 de agosto de 1979 , quando da realização do I Encontro Nacional de Experiências em Medicina Comunitária (ENEMEC) , em Lins/ São Paulo. Com participação de 332 militantes, onde a discussão foi à inclusão de um programa que

envolvesse a família e os agentes comunitários de saúde. . Na área metropolitana da

grande São Paulo, região arquidiocesana do Cardeal Dom Paulo Evaristo Arns, e na

Baixada Fluminense, região de Dom Mauro Morelli, dois proeminentes progressistas, os

movimentos (populares) de saúde foram adquirindo um perfil expressivo-mobilizador

de contestação ao regime militar e da reivindicação da saúde como um direito social.

Este foi, também, o início do grande boom da Teologia de Libertação e da euforia em

relação à criação das Comunidades Eclesiais de Base da Igreja. Ali em São Paulo, ainda

no ano de 1978 sob a ditadura militar, um fato emblemático da ação unitária das forças

de esquerda em torno da questão da saúde, anunciaria o que viria a se reproduzir dez

depois, por época da Constituinte: a junção da “nova” e da “velha” esquerda. Juntos,

movimentos populares de bairro ligados à Igreja e demais forças do chamado

“movimento popular”, movimento médico ligado ao “novo sindicalismo” e Movimento

Sanitarista, hegemonizado pelo ainda proscrito Partido Comunista, promovem, nas

dependências da FGV, Fundação Getúlio Vargas, o primeiro grande “Encontro por

Melhores Condições de Saúde”. A partir daí, a defesa da saúde como um direito

reverberou aos quatro cantos do país, lado a lado ao clamor pela participação popular no controle dos serviços públicos de saúde.

Uma das primeiras conclusões foi requerer a “prestação de Saúde com uma equipe

multiprofissional que valorize a participação do Agente Local e a Saúde

Comunitária”. Ora, isto significa nada menos do que a incubação do Programa de

Saúde da Família e da profissionalização do Agente de Saúde, ambos reconhecidos,

institucionalizados e potencializados pelo governo FHC, contanto com extensa rede

(30)

O II ENEMEC aconteceu em Olinda /Pernambuco de 17 a 21 de setembro de 1980, com participação ativa de organizações populares. Contou com apoio do

CEPIS (Centro de Educação Popular do Instituto Sedes Sepiental Berço Dominicano

Frei Beto). Terra para onde emigrara o ex-bispo auxiliar da Arquidiocese do Rio de

Janeiro, Dom Helder Câmara, conhecido pela sua irreverência ao regime militar e pelo

apoio aos pobres, oprimidos e perseguidos político.

Durante o III ENEMEC, realizado em 1981, em Goiânia, o MOPS é “oficialmente” criado como, no entanto, minado pelas ambigüidades contidas nas

próprias ações reinvidicativas e pelo avanço da abertura política em tempos de

democratização, que tornava o Estado mais permeável ao processamento das demandas

sociais, aguçando a face integrativa deste tipo de movimento social. Assim, no período

constituinte entre os anos 1985 a 1988, coincidindo com a crise da Teologia da

Libertação, as energias sócio-políticas dos movimentos populares e comunitários pela

saúde foram canalizadas para as Plenárias Pró Participação Popular na Constituinte e

para a intensa coleta de assinaturas em torno das emendas populares, cujo relatório foi

publicado sob o título “Cidadão Constituinte: a saga das emendas populares” (cf.

Whitaker, 1989). A emenda nº. 050 de criação do SUS, relativa ao Direito à Saúde,

alcançou 58.615 mil assinaturas e o apoio de 160 entidades, um recorde absoluto em

relação à média de apoios dados a outras emendas populares. Juntamente com a

aprovação desta emenda, foi consagrado, como princípio constitucional, aquilo que

estes atores, defensores de uma concepção societal de política democrática, queriam: a

“participação da comunidade” nas decisões sobre saúde pública, além é claro, da saúde

como um direito social.

Foi discutido nesse encontro o Prev Saúde, a saúde como dever do Estado,

e que o sistema deveria ser igualitário e universal e com participação da sociedade na

(31)

de abril como dia de luta pela saúde. Com o propósito de dar unidade aos movimentos

populares e às experiências comunitárias de saúde.

Pulverizado nas grandes e pequenas cidades, bem como nos mais distantes

grotões de todo o território nacional pela sobreposição às CEBs e à geopolítica da

Igreja, o MOPS vai ganhar visibilidade numa multiplicidade de localidades. Além das

periferias das grandes regiões metropolitanas e capitais brasileiras, como São Paulo, Rio

de Janeiro, Belo Horizonte, Porto Alegre, Curitiba, Recife, Fortaleza, Vitória, Cuiabá,

Teresina, e outras tantas, este movimento também marcava presença em localidades

pouco lembradas, como Ceilândia (DF), Porto Nacional (GO), Andradina (SP),

Conceição do Araguaia (TO), Ji-Paraná (RO), Contagem (MG), e assim por diante.

Mesmo mantidas as raízes das “experiências em medicina comunitária”, era nítida a

força hegemônica do ethos veiculado pelo novo “movimento popular da saúde”, cujos

princípios se definiam pela manutenção da independência e autonomia dos grupos organizados em relação aos partidos e ao governo. “Saúde a partir de decisões tomadas

pelo povo, sem fazer concessões”.

Na época tais princípios geravam uma postura que valorizava a mobilização

social e a participação direta, em detrimento da representação institucional, bem como

desqualificava condutas de negociação e de “atuar por dentro do Estado”.

Disseminado pelas inúmeras “entidades” populares, sem demora o MOPS começou a

ser reificado, isto é, a ser tomado como se fosse um sujeito com vida própria.

Documentos atestam que ele, o Movimento Popular de Saúde, começa a “falar” em

nome próprio como se fosse um sujeito, e a dar subsídios às suas próprias estratégias de

ação7. Na verdade, as redes sociais locais predispostas à participação em movimentos

sociais já estavam interconectadas havia tempo, tendo como carro-chefe as pastorais

sociais, entre elas a pastoral da saúde, criada no início da década de 1980 mediante

(32)

órbita, detectamos inúmeras “entidades” de apoio, renomeadas como ONGs nos anos

pós-1990.

Também na década de 1980, o Mops participou dos movimentos donas de

casa contra a carestia ou da panela vazia e no movimento da anistia. O sentido

expressivo - mobilizador do MOPS, radicalizado como parte de um poder paralelo

“contra o Estado”, foi sendo, no entanto, minado pelas ambigüidades contidas nas

próprias ações reivindicativas e pelo avanço da abertura política em tempos de

democratização, que tornava o Estado mais permeável ao processamento das demandas

sociais, aguçando a face integrativa deste tipo de movimento social.

Desta conjunção de diferentes forças surgiu o Movimento Popular de Saúde

(MOPS). Edificado sobre a noção da saúde como um direito a ser provido pelo Estado, ainda que hegemonizado por um radical desejo de criação do “poder popular” alternativo a este mesmo Estado, o MOPS tem como referente originário aqueles

movimentos reivindicativos urbanos por melhorias de equipamentos médicos e de

saneamento básico, que priorizam formas de organização, mobilização e pressão de

confronto ao Estado. Este movimento sobrepõe-se às práticas oriundas das experiências

comunitárias de medicina alternativa baseadas em recursos locais e saberes autóctones,

à base de remédios caseiros, plantas medicinais e métodos naturalistas, recorrentes nas

regiões mais carentes do país, como o norte e nordeste, ou nas localidades interioranas

dos estados.

Somente durante a VIII Conferência, ocorrida em março de 1986, não por acaso antes da eleição dos deputados constituintes em novembro, o amplo espectro de

movimentos de saúde pulverizados pelo país ganha uma unidade orgânica, reunindo

lideranças e bases dos diferentes princípios ético - políticos.

Do encontro entre os Movimentos Médico e Sanitarista, com hegemonia comunista, até

(33)

confluência de todas as forças de esquerda ligadas à questão da saúde, instaurando-se

um efetivo (e novo) espaço público, capaz de produzir, acima das diferenças e especificidades, um consenso em torno das diretrizes que viriam a compor o capítulo II

da Seguridade Social, especialmente na Seção II da Saúde como parte do Título III, da

Ordem Social.

A entrada de representantes do MOPS foi decisiva para a agregação de dois outros

princípios em relação àqueles estabelecidos anteriormente: 1) a definição de que a saúde

será financiada pelo Estado, em seus três níveis de governo e pelo conjunto da

sociedade; 2) a participação da comunidade na gestão e controle do sistema, através de

conselhos paritários organizados em cada nível de governo.

Em seguida à VIII Conferência, que reuniu mais de 5.000 representantes

de todos os segmentos ligados à problemática da saúde da sociedade civil brasileira,

com representação de todos os estados da federação, formou-se a Comissão Nacional de

Reforma Sanitária, visando a sistematizar as decisões tomadas na VIII Conferência,

dotando-as de viabilidade operacional. Tal comissão comportou-se como um fórum de

composição híbrida, com representantes do governo executivo (União, estados e

municípios), legislativo e das mais variadas formas organizadas da sociedade civil,

desde os setores sindicais e populares - comunitários, até segmentos privados de

prestação de serviços médicos (o lucrativo e o “filantrópico”).

Em suma, a vitória da nova política de saúde na Constituinte, de inclusão dos princípios de uma política social nacional pública, integrada,

descentralizada e controlada pela sociedade, resultou da longa atuação de atores

marcados por inserções e concepções distintas acerca da política. Na esfera dos

princípios éticos políticos, dois campos de ação produziram e arregimentaram recursos

de poder inestimáveis, desde meados da década de 1970 até meados dos anos 1980. Um

deles, de perfil estatista, priorizou sua atuação na esfera político-institucional e,

(34)

do Estado, das instituições políticas e sindicais, propondo e antecipando reformas, ao

mesmo tempo em que testava as resistências da burocracia, da rede hospitalar privada,

da “medicina de grupo” etc. O outro campo, de perfil societal, priorizou a organização

da população em seus locais de moradia, sejam em torno do trabalho voluntário em

“medicina comunitária”, mediante criação de ações inovadoras, dentre elas os chamados

“agentes de saúde”, seja pelos movimentos reivindicativos, desenvolvendo redes sociais

ativas de participação, formadas por pessoas portadoras de um senso crítico sobre suas

carências e do sentimento de autoconfiança quando se vêem como “sujeitos portadores

de direitos”, ou mesmo como pessoas que têm “direito a ter direito”.

Assim, o movimento de saúde, e suas conquistas consagradas na Constituição

de 1988, não pode ser reificado, muito menos pensado sem o reconhecimento desses

dois campos. Até porque ao longo da implementação do SUS muitas das lideranças do

Movimento Sanitário têm sido sugadas pelo Estado para o trabalho

político-administrativo, e a euforia daquela unidade mobilizadora do período constituinte

rompeu-se, fragmentou-se e ganhou novos contornos locais. Por isso, quando se indaga

sobre os problemas da participação nos conselhos de saúde, há de se procurar pelas

redes sociais locais predispostas à participação; perguntar em que medida está ativa e, se

estão, em que direção está a sua predisposição de participar.

Vide vídeo http://www.youtube.com/watch?v=LzRS_OE2SAY

Foram realizados 12 (doze) encontros nacionais, e dois congressos nacionais. O I

no período de 13 a 17 de julho de 1994 em Goiânia onde foram definidos os princípios do Movimento e nova coordenação nacional e executiva. Que teve a pretensão de reunir

as tendências que se formaram desde a cisão que aconteceu coma criação do

movimento.

(35)

Sanitária Brasileira, Protagonismo para a Gestão Participativa”, na CNTI – Confederação Nacional dos Trabalhadores da Indústria, e contou com a presença de 120

pessoas, sendo que participaram delegados dos 22 estados, observadores e convidados.

Foram objetivos do congresso: Articular os 27 estados brasileiros para o fortalecimento

do MOPS NACIONAL; Realizar os Encontros Estaduais e escolher nova coordenação

nacional e executiva.

AVANÇOS

Os efeitos desse movimento têm produzido ressonância política nos

momentos de afirmação das diretrizes democráticas e populares do sistema de saúde,

entretanto, este nível discursivo de atuação não produziu elementos capazes de

desencadear de um movimento de ampla mobilização popular assim como não

conseguiu mobilizar os profissionais do setor, mesmo tendo suas posições enunciadas e

presentes nos debates sobre a temática.

Frente ao processo histórico do MOPS, descrito e trazido nesse documento,

é importante destacar a sua contribuição como iniciativa estratégica que se propôs a

resgatar os sujeitos anônimos que dominam as práticas e experiências de cuidados com

a saúde, tradicionalmente construídas. Por certo, esses sujeitos silenciados e detentores

de conhecimentos, anonimamente contribuíram com a abordagem propositiva da

Política Nacional das Práticas Integrativas e Complementares de Saúde. De onde é

possível afirmar a importância desse movimento para ampliar e fortalecer essa política

pública, de cunho popular e humano, para embasar ações que qualificam o SUS.

A proposta do MOPS se configura como estratégia social e popular

organizada, que restitui aos sujeitos das experiências o lugar e os sentidos de seus

poderes como sujeitos ativos, no processo histórico, da diversidade e riqueza cultural

(36)

científico, na perspectiva da formulação de técnicas e tecnologias de cuidados a saúde,

acessíveis a todos os sujeitos, desonerando o Estado brasileiro.

Portanto, caracteriza-se como abordagem política e social que permite dar

relevância às memórias, histórias e condições políticas, sociais, culturais e demográficas

das pessoas e espaços dessas práticas e experiências, ancorando aspectos facilitadores

para ampliar os direitos dos cidadãos e a qualidade de vida das pessoas e grupos sociais,

absorvendo a diversidade do povo brasileiro.

BIBLIOGRAFIA

AUGUSTO, Maria Helena Oliva e COSTA, Olavo Viana. (2000). “Entre o Público e o

Privado – A Saúde Hoje no Brasil”. TempoSocial v. 11, n. 2, p. 199-217.

CASTRO Maria Helena Guimarães. “Conflitos e interesses na implementação da

reforma da política de saúde”. Saúde em Debate, n. 35, 1992, p. 15-21. [Publicação do

Centro Brasileiro de Estudos em Saúde];

DOIMO, Ana Maria. A vez e a voz do popular: movimentos sociais e participação

política no Brasil pós 70. Rio de Janeiro: Relume Dumará/ANPOCS, 1995.

DOIMO, Ana Maria . A formulação da nova política de saúde no Brasil em tempos de

democratização: entre uma conduta estatista e uma concepção societal de atuação

política. Outubro 2003. Revista Política e Sociedade.

COSTA, M.R. A ação política dos movimentos sociais e Educação Popular no

Nordeste. Recife. EQUIP. 2004;

COSTA, M.R. - Crise ou Mudança nos movimentos sociais? O caso do movimento

popular de saúde. Dissertação de mestrado. Recife/UFP. 1999.

Contribuição coletiva dos assinantes do documento

ASSINAM DOCUMENTO:

(37)

• Arlete Dias de Assunção- UNB/Brasília;

• Daraina Pregnolatto- Pirenópolis- Goiás; Diretora Geral /Guaimbê - Espaço Movimento Criativo. Ponto e Pontinho de Cultura, Leitura, Estória, Valor e

Mídia Livre Quintal da Aldeia. Pontão Ação Griô Guaimbê das Nascentes &

Veredas;

• Ednalva Calé-Mops –Pernambuco;

• Francisca Américo dos Reis – Mops Goiás;

• Giselle Almeida- Mops Mato Grosso;

• Givon Alves Neo- Mops Sergipe;

• Hélia Cristina- Brasília;

• Helena de Paula - Mops Mato Grosso;

• Irmã Vandete Santana- Mops Sergipe/ Coletivo de Finanças do Mops Nacional;

• Ivanilde Batista - Mops Goiás;

• Jean Jaques Rodrigues- Mops Goiás;

• João Batista- Brasília;

• Jorge Marino de Carvalho - CEPOP- Centro da Cultura Popular Brasileira) e práticas de Danças populares brasileiras;

• Josefa da Guia- Parteira – Mops Sergipe ;

• Juliana M. Atrock- estudante Direito da UnB

• Juliana Mrosinski Peppi – Mops São Paulo;

• Julielba Chaperman- Mops Carinhanha / Bahia;

• Karen Emanuella Fernandes Bezerra- Mops Sergipe;

• Luzia Aparecida - Mops em São Paulo;

• Manoel Messias Calazans de Oliveira- Mops Sergipe;

• Marcia de Campos- Mops Mato Grosso;

• Margarida Maria Silva de Souza- Mops Sergipe;

• Maria Aparecida Ribeiro- Mops/REC/ Sergipe;

(38)

• Maria Pascholina Barbiere- Mops Mato Grosso;

• Regiane Correa de Oliveira- Mops Mato Grosso;

• Roseliane Ferreira - Mops Maranhão;

Referências

Documentos relacionados

5 “A Teoria Pura do Direito é uma teoria do Direito positivo – do Direito positivo em geral, não de uma ordem jurídica especial” (KELSEN, Teoria pura do direito, p..

Para Araújo (2006), a área mais importante da bibliometria é a análise de citações, que investiga as relações entre os documentos citantes e os documentos citados

Este trabalho tem por objetivo fazer o diagnóstico dos lixões da Ilha de Santiago - Cabo Verde, bem como gerar cenários de recuperação para cada um deles através de

insights into the effects of small obstacles on riverine habitat and fish community structure of two Iberian streams with different levels of impact from the

O objetivo deste trabalho é mostrar a importância do uso de materiais didáticos alternativos no Ensino de Química, produzidos por docentes e discentes, para tornar as aulas

In the in vitro study the propolis extract and dentifrice showed efficacy against S.mutans up to the concentration of 0.3906 μg/mL and the Parodontax dentifrice

The present study evaluated the potential effects on nutrient intake, when non- complying food products were replaced by Choices-compliant ones, in typical Daily Menus, based on

de seus valores e as implicações éticas – políticas de trabalho 57.. É preciso que todo profissional conheça seus direitos de imagem, no alcance dos direitos penais, uma vez que