Agosto de 2010
Para: Fundadores do Mops, Instituições Públicas, Movimentos Sociais, Parlamentares, Parceiros , entre outros.
Durante o III ENEMEC, realizado em 1981, em Goiânia, o Movimento Popular de Saúde (MOPS) é “oficialmente” criado. A partir daí o MOPS ganha
visibilidade numa multiplicidade de localidades. Além das periferias das grandes
regiões metropolitanas e capitais brasileiras, como São Paulo, Rio de Janeiro, Belo
Horizonte, Porto Alegre, Curitiba, Recife, Fortaleza, Vitória, Cuiabá, Teresina, e outras
tantas, este movimento também estava presente em localidades pouco lembradas, como
Ceilândia (DF), Porto Nacional (GO), Andradina (SP), Conceição do Araguaia (TO),
Ji-Paraná (RO), Contagem (MG), e assim por diante. Seus princípios se definiam pela
manutenção da independência e autonomia dos grupos organizados em relação aos partidos e ao governo. MOPS começou a ser reificado, isto é, a ser tomado como se
fosse um sujeito com vida própria. Documentos atestam que ele, o Movimento Popular
de Saúde, começa a “falar” em nome próprio como se fosse um sujeito, e a dar
subsídios às suas próprias estratégias de ação.
Também na década de 1980, o Mops participou dos movimentos donas de casa contra a carestia -panela vazia -e no movimento da anistia. O sentido expressivo -
mobilizador do MOPS, radicalizado como parte de um poder paralelo “contra o
Estado”, foi sendo, no entanto, minado pelas ambigüidades contidas nas próprias ações
reivindicativas e pelo avanço da abertura política em tempos de democratização, que
tornava o Estado mais permeável ao processamento das demandas sociais, aguçando a
Esta conjunção de diferentes forças caracterizou o surgimento MOPS.
Edificado sobre a noção da saúde como direito a ser provido pelo Estado, ainda que hegemonizado por um radical desejo de criação do “poder popular” alternativo a este mesmo Estado, o MOPS tem como referente originário os movimentos reivindicativos
urbanos por melhorias de equipamentos médicos e de saneamento básico, que priorizam
formas de organização, mobilização e pressão de confronto ao Estado. Este movimento
alia-se às práticas oriundas das experiências comunitárias de medicina alternativa
baseadas em recursos locais e saberes autóctones, à base de remédios caseiros, plantas
medicinais e métodos naturalistas, recorrentes nas regiões mais carentes do país, como o
norte e nordeste ou nas localidades interioranas dos estados.
A entrada de representantes do MOPS foi decisiva para a agregação de dois outros
princípios em relação àqueles estabelecidos anteriormente: 1) a definição de que a saúde
será financiada pelo Estado, em seus três níveis de governo e pelo conjunto da
sociedade; 2) a participação da comunidade na gestão e controle do sistema, através de
conselhos paritários organizados em cada nível de governo.
Foram realizados 12 (doze) encontros nacionais, e dois congressos nacionais. O I no
período de 13 a 17 de julho de 1994 em Goiânia onde foram definidos os princípios do Movimento e nova coordenação nacional e executiva, que teve a pretensão de reunir as
tendências que se formaram desde a cisão que aconteceu com a criação do movimento.
No período de 12 a 14 de Março de 2009, em Brasília foi realizado o II Congresso do Nacional do Mops, tendo como tema Principal “O MOPS e a Reforma Sanitária Brasileira, Protagonismo para a Gestão Participativa”, na CNTI – Confederação Nacional dos Trabalhadores da Indústria, e contou com a presença de 120
pessoas, sendo que participaram delegados dos 22 estados, observadores e convidados.
Foram deliberados no congresso: Articular os demais estados da federação fortalecendo
Sergipe, Pernambuco, Maranhão, Goiás, Mato Grosso, Tocantins, Paraná, Santa
Catarina; Escolhida por consenso a nova coordenação nacional; Planejamento da coordenação nacional para escolha da executiva composta por coletivos: Formação, Práticas culturais, Comunicação, Secretaria, Tesouraria. Reafirmado os seus princípios aprovados no I Congresso Nacional do MOPS: Democracia interna, autonomia, movimenta de massa, base e com visão global de saúde. (Está anexo relatório realizado pela secretaria do MOPS em Londrina/Paraná)
No referido congresso conseguimos que fundadores do MOPS desde o Enemec
participassem, a exemplo de Eymard Vasconcelos, Celerino Carriconde, Suely Correia e
Tereza Ramos. Mas após esse evento que marcou a mobilização de muitos, um grupo
decidiu encaminhar deliberações sem ouvir a coordenação nacional, com atos como:
Realizar reuniões sem comunicar a todos, enviar projetos financeiros para as
instituições, compor comissões do conselho nacional, organizar encontros nacionais.
Repudiamos toda ação que venha de encontro às deliberações dos nossos congressos e
encontros realizados e solicitamos aos nossos parceiros que nenhuma ação seja
encaminhada sem o aval dos estados citados acima que participam da direção nacional.
Temos que respeitar e cumprir as deliberações do II CONGRESSO NACIONAL DO
MOPS. Não aceitamos qualquer deliberação do encontro nacional que não tenho sido
organizado pela coordenação nacional aprovada no ultimo congresso nacional, pois
estas estão acima de qualquer encontro nacional que venha a ser realizado.
Em reunião realizada durante III encontro Nacional da ANEPS, no dia com
representantes dos Estados: Minas Gerais, Mato Grosso, São Paulo, Sergipe, Rio
Grande do Norte, Tocantins, Pernambuco, Goiás, Brasília, Rio Grande do Sul, Alagoas,
Pernambuco, Bahia, discutimos a situação do MOPS a nível nacional e encaminhamos
uma comissão que elaborou essa carta que se tornará pública. E decidimos não
participar do encontro nacional que está planejado para final desse mês, pois não foi
construído coletivamente e desrespeita as deliberações do II congresso nacional do
quando conseguir trabalhar coletivamente com todos sem discriminação. Não podemos
permitir que um movimento que tem a história de construção e contribuiu demais com o
processo de reforma política e sanitária do país, possa se resumir a um grupo que acha
que vão fazer sozinhas as mudanças necessárias.
Assinam este documento:
Nome Estado
1.Luzia Aparecida SP
2. Merice Andrade de Quadros SP
3. Walnice Helena Zuffo SP
4. Valdirenea.M.De Abuquerque SP
5. Olga A.Garcia SP
6. José Martins Neto SP
7. Davidson Lopes SP
8. Maria Imaculada Teixeira Gutierrez SP
9. Josanias Castanha Braga SP
10. Wiliam Aguiar do Prado SP
11. Lougans de Quadros Martins SP
12. Atinaê de Quadros Martins SP
13. Iraí Maria de Campos Teixeira SP
14. Kelly Cabral Teles. SP
15. Luiz Antonio Laurentino Sobrinho SP
16.Rute Cabral Pereira SP
17. Vera Machado SP
18. Bernardo Paz SP
19. Camille da Silva SP
20. Maisa P. Viana SP
21. Kelly Cristina Cruz SP
22. Gabriela Vieira SP
23. Sandra Regina Santana SP
24. Selma Natalina SP
25. Herculana R. dos Santos SP
26. Neide de Oliveira SP
27. Débora R. Andrade SP
28. Isabel Sá SP
29. Vinande Trindade SP
30. Gorete Alves SP
32. Cícero Moraes SP
33. Alberto Paulo Vasconcelos SP
34. Eliana Gonçalves SP
35. Dimas Tavares SP
36. Djemines F. Rodrigues de Araújo SP
37. Paulo de Mello SP
38. Jéssica S. A. Pereira SP
39. Francisco V.Almeida SP
40. Maria das Graças SP
41. Maria Rosa SP
42. Marcos R. S. de Carvalho SP
43. Cláudio José Santos SP
44. Nicholas O. Candrin SP
45. Carlos Neder SP
46. Kleria Anis SP
47. Rita Quadros SP
48. Manuela Borges SP
49. Jorge de F. Paz SP
50. Darcio de Assis SP
51.Marcio Rodrigues Lima SP
52. João Rodrigues S. de Souza SP
53. Ednalva Maria Manceu SP
54. Sofia Cícera Vitorino SP
55. Manoel A. Vitorino SP
56. Davi dos Santos Vitorino SP
57. Juliana Mrosinski Peppi SP
58. Aristo Neves de Araújo MG
59. Anísio Honorato Campos MG
60. Aparecida Maria Ambrósio MG
61. Cacia Maiza dos Santos MG
62. Eni Carajá Filho MG
63. Henrique Moreira de Castro MG
64. Joana Darc Aparecida Costa MG
65. Leonildo Ferreira Lopes MG
66. Maria da Conceição S. Pimenta MG
67. Marconisio Teodoro Duarte MG
68. Marineia Angelica Silva Freire MG
69. Mauro Neves Sobrinho MG
70. Paulo Henrique Correia da Silva MG
71. Raimunda Nonata Candida MG
72. Thiago Pereira da Silva Flores MG
74. Gabriela Cesca de Souza Moreira BA
75. Euvira Nascimento Santos BA
76. Adriana Santos Rocha BA
77. Doranildes Neves da Silva BA
78. Julielba Maria dos Santos Chapermann BA
79. Francilene Martins BA
80. Ednalva Calé PE
81. Antonio Martins da Silva Filho PE
82. Lucia Helena Alves RN
83. Verônica Maria de Oliveira RN
84. Francinete Melo dos Santos RN
85. Romanna de França RN
86. Rayanne Carla Oliveira de Souza RN
87. Naely Fonseca Vicente RN
88. Gefferson Phillipe Jeronias RN
89. Verônica Rodrigues RN
90. Rita de Cássia da Silva RN
91. Odair José Gundim RN
92. Raimunda Nonata da S. Santiago RN
93. Wellington Melo dos Santos RN
94. Jean Aguiar dos Santos RN
95. Joeliton Dantas RN
96. Valeria D. de Melo RN
97. Adna F. DE Menezes RN
98. Maria de Fátima RN
99. Maria José O. Freitas RN
100. Maria da Conceição F. M. Nunes RN
101. Marcelo S. Nunes RN
102. Salete B. de Oliveira AL
103. Roseliane Ferreira MA
104. Simone Maria Leite Batista SE
105. Karen Emanuella Fernandes Bezerra SE
106. Irmã Vandete Santana SE
107. Josefa da Guia SE
108. Maria Aparecida Ribeiro SE
109. Margarida Maria Silva de Souza SE
110. Rosemary Barbosa SE
111. Givon Alves Neo SE
112. Tânia Santos SE
113. Larissa Leite Batista SE
114. José Rezende de Sá SE
116. Janailde Cardoso Lima SE
117. Evanildo Pereira OLiveira SE
118. Valdete de Souza SE
119. Marilu E. Clemente SE
120. Manoel Messias Calazans de Oliveira SE
121. Marilza Gomes Ramiro SE
122. Ângela Maria dos Santos SE
123. Ivone Dias dos Santos SE
124. Maria Alice de Oliveira SE
125. Maria da Conceição M. Almeida SE
126. Maria José Vieira Chagas SE
127. Aline de Oliveira Araújo M. Poderoso SE
128. Suzanna Araújo SE
129. Inácio Izaias SE
130. Maria Madalena Freitas SE
131. Antônio Cassimiro Silva SE
132. Glaudy Celma S. Santana SE
133. Josefa de Lourdes S. Pacheco SE
134. Márcia Ismerim Barreto SE
135. Marta Maria F. Gonçalves SE
136. Wellington R. de Carvalho SE
137. Maria Cleide Cassiano SE
138. Ana Cecília A. Fontes Monteiro SE
139. Maria Alice Dias dos Santos SE
140. Maria Lizenite dos Santos Rodrigues SE
141. Julia Moreira Prata SE
142. Petronilia Maria da Anunciação SE
143. Maria Messias da Silva SE
144. Ivanilde Vieira Batista GO
145. Francica Americo dos Reis GO
146. Jean Jaks Rodrigues GO
147. Adriana Pedroso Pregnolatto(Daraína) GO 148. Ana da Conceição Oliveira(Tânia) GO 149. Bernarda Pereira de Siqueira GO
150. Emilia Brosig GO
151. Helena Maria de Oliveira GO
152. Júlio César Azevedo GO
153. Laurita Vitoriano da Veiga GO
154. Lourival Peixoto da Silva GO
158. Sebastião Profeta do Amaral (Sr. Bastião de Chica)
GO
159. Telita Arantes Santos GO
160. Tereza Santana Lopes Sousa GO
161. Verduti José da Costa GO
162. Suely Correia de Oliveira MT
163. Marcia de Campos MT
164. Giselle Almeida MT
165. Maria Pascholina Barbiere MT
166. Helena Maria R. de Paula MT
167. Regiane Correa de Oliveira MT
168. Therezinha Salles MT
169. Rosilene Corrêa de Oliveira MT
170. Mariana Heloisa C. Souza MT
171. Maria Auxiliadora O. Souza MT
172. Garçalima Alves MT
173. Adenir Maria L. de Paula MT
174. Ana Carolina Almeida MT
175. Paulo Roberto Gonçalves MT
176. Silvéria Santos DF
177. Antônio Maurício Bernardes DF
178. Jorge Marino de Carvalho DF
179.Vera Lúcia de Azevedo Dantas CE
180. Elias José da Silva CE
181. Mayana de Azevedo Dantas CE
182. Eliane Evangelista Amaral CE
183. Aquiles F. dos Santos CE
184. Antônio Edvan Florêncio CE
185. Maria dos Santos P. da Silva CE
186. Luiza Pereira Souza CE
187. Francisca de Jesus CE
188. Maria Lucirene Viana CE
189. Ana Célia de Castro CE
190. Luciana Rodrigues Cordeiro CE
191. Moacir Gomes da Silva CE
192. Jair Soares de Souza CE
193. Kátia Jorge Viana CE
194. Raquel Monteiro Braz CE
195. Maria Iran Lima Barbosa CE
196. Nyzelle Juliane Dondí CE
197. Olga Cristina Pires Ramos CE
199. Raniele Félix de Lima CE
200. Emanuele Geórgia M. da Silva CE
201. Antônio Luiz CE
202. Felipe Silveira da Costa CE
203. Antônia Regina Lima CE
204. Goreth Paulino CE
205. Thyago Porto de Castro CE
206. Antônio Edilson da S. Oliveira CE
207. Maria do Socorro Carvalho Fernandes CE
208. Maria de Fátima Castro CE
209. Elisabeth Vieira da Silva Bezerra CE
210. Antônio Honorato Filho CE
211. Raimundo Félix de Lima CE
212. Vera Lucia SC
213.Aparecido de C. Robert SC
214.Monic Isabel Nascimento SC
215.Joaquim A. Aguiar SC
216.Virgilio Gentil Ramos SC
217.Marli J. Cunha SC
218.Marelise da Silva SC
219. Claudia Cristina Francisco SC
220.Vicente Pazzoberr SC
221.Robson S. Gentil SC
222.Cintia Yoz Aydos SC
223. Etel Macielo SC
224.Marcely Carvalho PE
225.Danieli Siqueira PE
226.Irmã Terezinha de Sá Barreto BA
227. Darci Nascimento MT
228.Donizete Oliveira MT
229. Flávio Monteiro MT
230.Vera Lucia Honório Anjos MT
231.Edilaine Paula Andrade MT
232.Maria Inês Silva Coelho MT
233.Socorro Malaquias Ferreira MT
234.Evillin R. Correa MT
235.Jane do Nascimento Ladislau MT
236.Clarice Rezende dos Santos MT
237. Lindacy P Silva SP
238. Maria do Socorro Oliveira SP
241. Damião Antonio Vitorino SP 242. Francisco Savazzi Netto SP 243. Benedita Aparecida de Oliveira SP
244. Sebastiana dos Santos SP
245. Maria Aparecida de Almeida SP
246. Natalia Ribeiro do Nascimento SP
247. Tânia Paula Satide SP
248. Nilce Aparecida Vaz Valério SP
249. Lenyra Luiza F Ticola SP
250. Viviane Rubens SP
251. Sueli S. Costa SP
252. Kátia C. Souza SP
253. Maria Aparecida de Almeida SP
254. Maria Aparecida SP
255. Ana Ferreira SP
256. Ângela N.O.R. Souza SP
257. Aparecida Oliveira SP
258. Elisa Aparecida R. Dos Santos SP
259. Silvana de C.R. Santos SP
260. Roberta E .P. Bento SP
261. Maria Aparecida Cabral SP
262. Rubens Carlos Santos SP
263. Maria Carolina SP
264. Juliana M. Atrock DF
265. João Batista DF
266. Edna Marques SE
267. Rosemary Barbosa SE
268. Elânia Lima Santos SE
269. Maria da Paz Trindade SE
270. Maria José dos Santos AL
ANEXOS
DOCUMENTO ALAGOAS
Em reunião realizada no dia 16/08/2010 na sede da Secretaria Municipal de Saúde na sala da Coordenação e atenção a Saúde do Município de Maceió AL, nesse momento o coletivo de Maceió-Alagoas do Movimento Popular de Saúde não reconhece a legitimidade do encontro nacional. Afirmamos que não houve nenhuma reunião do grupo para discutir esse encontro nacional. Ninguém poderá solicitar passagens ou qualquer tipo de recursos em nome do grupo, Se aconteceu de alguém solicitar passagens, foi por vontade pessoal, individual e não por decisão do movimento.
O Coletivo reconhece a necessidade de maiores conhecimentos sobre as ultimas deliberações do congresso nacional e sobre a conjuntura do MOPS Nacional. Entendemos que ainda é muito cedo para pensar em estatuto, com cnpj. O grupo deve amadurecer e ampliar. O Mops é um movimento de base com princípios, queremos retomar a “raiz” do movimento e construir de acordo com sua filosofia de movimento.
Participaram dessa reunião: Maria José dos Santos; José Benedito dos Santos;Soares de Morais; Rodrigo Petinati, e a convidada: Theresa Siqueira.
Em nome dos acima citados te envio a informação,
Grato de sua atenção.
Rodrigo Petinati
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www.projetoinae.com.br
Relatório Reunião do Movimento Popular de Saúde – MOPS EM GOIÂNIA
Dinâmica da reunião
• Apresentação dos participantes conforme lista de presença anexa.
• Pontos discutidos durante as várias colocações dos participantes:
I. Histórico do MOPS – onde ficou forte – que o MOPS nasceu da necessidade das várias lutas se articularem – moradia, saúde praticas e outras, ainda na década de 70
II. Quais os princípios que sustenta a existência do MOPS?
III. Autonomia do MOPS e sua relação com a base social do movimento.
IV. Necessidade de ampliar a articulação com outros movimentos e entidades nacionais.
V. Dificuldades em situar a coordenação nacional que se encontra com varias formas de condução sem respeitar as decisões do congresso nacional realizado em Brasília.
VI. O MOPS tem que ser organizado, ter boa coordenação, aceitar as diversidades, ser plural, autônomo, participativo, não cooptado, não ligado a pessoas e ao coletivo.
VII. A estratégia pode ser diferente, mas a tática do MOPS deve ser unificada.
VIII. O MOPS reafirma os princípios do SUS.
IX. Princípios do MOPS: compromisso, democracia, autonomia, participativo e movimento de massas.
X. Coordenação colegiada, com coletivos que foi deliberada no ultimo congresso realizado em Brasília
XI. O movimento deve ser horizontal e mais não verticalizado.
XII. O MOPS deve estar presente nos espaços institucionais, e seus representantes devem ser avaliados pela base.
ENCAMINHAMENTOS APROVADO NA PLENÁRIA DO ENCONTRO DA ANEPS
1. Que seja apresentado pela secretaria do MOPS o Sr. Livaldo o relatório do congresso realizado em Brasília, para que a base conheça as deliberações e monitore o cumprimento.
2. Que seja respeitado as deliberações do congresso nacional do MOPS, onde foi aprovada uma coordenação colegiada, com 1 representante por Estados que tenham no mínimo 5 municípios articulados.
3. Respeitar os coletivos.
4. Que no processo de conveniamento com o poder publico dos projetos encaminhados, que seja discutido e aprovado pela coordenação nacional colegiada, com ciência da base.
5. Que seja esclarecido a todos, sobre a convocação, pauta e objetivos de um Encontro Nacional do MOPS previsto para o final de agosto de 2010, em função de o mesmo não ter sido objeto de aprovação na coordenação nacional colegiada.
6. Ampliar o MOPS em estados e municípios, dentro da filosofia estatutária.
Em anexo Lista dos Participantes na reunião.
Selma Fátima- S.Paulo
Luzia Aparecida- S. Paulo
Suely Corrêa de Oliveira- MT
Josefa DA Guia- SE
Albineiar Plaza Pinto- GO
Raimundo Gomes de Souza- GO
Márcia de Campos- MT
Marianna Heloisa C. Souza- MT
Maria Auxiliadora Souza- MT
Amanda C. de Almeida- MT
Serleo Serpa Bianchi- MS
Eirta Alves Muncau- GO
Albertina de Souza- GO
Tales Costa- RN
Garçalina Alves- MT
Ana Regina B. Prazeres- MT
Adenir Maria L. de Paula – MT
Ana Carolina Almeida- MT
Paulo Roberto Gonçalves- MT
Márcio R. Lima- SP
Marilu E. Clemente- SE
Marilza Gomes Ramiro- SE
Maria Cleide Cassiano- SE
Ana Cecília A. Fontes Monteiro- SE
Aristo Neves de Araújo- MG
Margarida Maria S. Souza- SE
Maria Alice Dias Santos- SE
Eni Carajá Filho- MG
Leonice S. Souza- RN
Jean Pierre T Câmara – RN
Francinete Melo dos Santos- RN
Maria Dalva S. Pinheiro- GO
Thiago Pereira S Flores- MG
Irmã Vandete S. Santana- SE
Simone Maria Leite Batista- SE
Mafalda Crisostomo – TO
Giselle Costa- MT
Relatório do II CONAMOPS
Congresso Nacional do Movimento Popular de Saúde Programação proposta:
12/03/2009
10h * Participação no lançamento da Caravana Nacional em Defesa do
SUS( Reforçar o SUS como sistema público gratuito e universal, bem como a votação da EC 29).
Local: Auditório Nereu Ramos – Câmara dos Deputados;
17h. * Credenciamento e acolhimento dos participantes, observadores e convidados.
18h* Abertura Solene, com participação dos representantes das entidades parceiras.
20h. *Atividade cultural e confraternização 13/03/2009
8h *Mística de Abertura
8:15h *Leitura e aprovação do regimento interno
10h *Mesa Redonda: A importância do MOPS no processo de Reforma Sanitária Brasileira - Mônica Rodrigues / UFPE, Tereza Ramos (Confederação dos Agentes Comunitários de Saúde), Eymard Vasconcelos / UFPB, rep. Ministério da Saúde, Osvaldo Bonetti Francisco Júnior / CNS - Conselho Nacional de Saúde
11h. *Debate:
12h. *Intervalo Almoço 14h. *Oficinas de trabalho:
GT - 01 - Fortalecimento da participação popular no controle social; GT - 02 - Práticas de saberes e cuidados em Educação Popular;
GT - 03 - A sociedade civil no processo de discussão das políticas públicas de Saúde: em DST/AIDS, Vigilância Sanitária, Saúde da População Negra; Práticas Integrativas de Saúde, Saúde dos homens, entre outras;
GT - 04 – Preparativos da 1ª Conferência Nacional de Saúde Ambiental;
GT - 05 - Educação Popular nos Processos de Formação e Educação Permanente; GT – 06 - A Educação Popular e a interface do MOPS com os territórios rurais;
16h. *Plenária: Apresentação das oficinas e encaminhamentos;
14/03/2009
8h.* Mística de Abertura;
* 8:15h. * Análise de Conjuntura Participativa 9h. * Oficinas de trabalho:
Estrutura organizativa; Relação do MOPS com governos. 10h. * Intervalo lanche
10:15h. * Apresentação das oficinas e plenária; 12h. * Intervalo Almoço
14h. * Mesa redonda: Estrutura organizativa, Estatuto e escolha da nova coordenação do MOPS Nacional.
15h. * Plenária final e Avaliação; 16h. * Encerramento
Analise de Conjuntura - Tereza Ramos
Cumprimenta a todos, agradece a oportunidade, diz que está substituindo Dra.Luiza Jaeger. Começa sua fala pelos três momentos do MOPS, colocados ontem, não para se voltar na entrada e sim para nortear os passos seguintes Faz uma retrospectiva dos grupos de base, que arrebanham pessoas para participarem do movimento, no momento em que a reforma sanitária estava em discussão, muito antiga por sinal, ou seja, com mais de 40 anos. Essa reforma fez com que todos seguissem unidos, para aprovar a Constituição de 1988. Relata da importância da participação dos jovens nesse processo, mas que foram abrir novos horizontes em outras frentes; lembra de documento feito pelo MOPS e entregue a José Sarney durante a 8º Conferencia Nacional. No Governo Collor levantou-se a bandeira dos agentes comunitários que acabou afastando-se do MOPS. Na seqüência a saída do Sindsprev do movimento, o que reduziu o MOPS a quase nada. Final do financiamento dos agentes comunitários que passaram a ser subsidiados pelo Governo,hoje a dificuldade de se aprovar a lei e a luta continua ,pois não basta estar na lei.Que cada um tem que deixar de lado suas vaidades pessoais para o crescimento do movimento .Lembra que está no movimento a 34 anos e está por amor, acredita que não é a única que não se corrompeu, e os que quiserem fazer devem deixar o movimento.
Fernando Dórea -Diz que participa a 36 anos da luta pela democracia, e ainda não se conseguiu a reparação econômica para essas famílias; faz breve retrospectiva da luta por direitos nesse País, e que esse governo tem construído avanços e conquistas,mas tem que ser exigido mais.
Dércio-Parabeniza a fala de Tereza Ramos e diz que alguns usam os movimentos para institucionalizar algumas ações e projetos. Cita o Pólo de Educação Permanente que teve inicio na base e com a chegada dos técnicos, retirou-se a base que inclusive deixou de capacitar às bases; sendo que essas são capazes de construir, de dirigir, incentiva o movimento pela luta para que as pessoas sejam capacitadas e não aliados ao processo.
Josefa da Guia-É parteira agradece algumas pessoas pela luta dos reconhecimentos de seu trabalho, que já apareceu até no jornal Nacional; mãe de 23 filhos veio para o movimento por convite feito por Simone, não tem leitura, mas que os letrados vereadores, por exemplo, não conhecem o trabalho da população. Que todos devem caminhar de mãos dadas por um único objetivo, nas comunidades, nos municípios, no Estado. Onde mora não existe remédio, o que seu povo toma é natural, produzido por eles mesmos.
Claudemir - Você falou sobre os sindicatos e que o MOPS teve um apogeu e que os funcionários só reivindicam. O Estado nunca cumpriu suas responsabilidades junto aos trabalhadores da saúde e que os usuários só culpam os trabalhadores pelo mau atendimento e por tudo que falta, então gostaria que você respondesse e falasse, ou melhor, colocasse sobre isso: a falta de políticas públicas.
Mª José -Dentro da Conjuntura Política, você explique que como o MOPS vai ficar dentro deste contexto: se é dentro de um colegiado ou de um presidencialismo, e mais se vai ficar uma briga pelo poder, como se dá a eleição e quem vai compor a chapa. Pelo que ela viu parece que tem uma briga muito grande e não quer entrar em um grupo que está muito dividido e sem uma espinha dorsal forte e sem transparência e se sentem que tem privilégios para isso.
Luciana- Relata sobre os trabalhos que fazem na comunidade, valorizando a cultura e a fragilidade de vida. O despertar das crianças; a caravana pelo SUS que devem ser incorporadaspelos agentes.
Sueli Correa -É parteira em Olinda, onde foi fundada a ONG Cais do Parto, milita no MOPS desde 1980, e que durante esse trajeto faz um levantamento das parteiras que integravam o MOPS, que coordena o movimento de parteiras tradicionais com mais de 60.000 parteiras. Dentro do movimento não se conseguiu o reconhecimento das profissional-parteiras tradicionais. Cita que hoje os agentes comunitários repudiam as parteiras tradicionais, e isso é perder a raiz e a efetivação da saúde. Fala da importância da regularização da profissão das parteiras tradicionais. Pede a todos que em seus Estados possam identificar as parteiras tradicionais e passar para a coordenação do MOPS, para que haja um movimento único.
Andréia- Técnica de Enfermagem, diz que o SUS deve ser constituído para todos, pois é para a família de todos. Diz que já foi parteira e que em sua trajetória acabou seguindo outro caminho, mas que hoje fará o resgate para que entrem nessa luta, da qual ela Andréia é uma forte aliada.
Josefa da Guia-fala da importância da profissão e do reconhecimento da mesma, pois não tem salários, não podendo nem comprar uma roupa apropriada para trabalhar.
Mafalda-Relata fato acontecido em Tocantins, em que o ministério da saúde libera verba para o trabalho das parteiras em conjunto com os médicos. Valoriza o trabalho das parteiras e sugere que o MOPS possa trabalhar esse recurso para as parteiras de modo bem estudado, para não se ficar preso em situações desagradáveis e que podem prejudicar o movimento.
de leis para as parteiras se não houver mobilização não haverá solução. Que ser agente comunitário é difícil, pois não se pode trabalhar da forma que aprendeu daí a importância do MOPS estar dentro das entidades de formação (Escolas de saúde pública). Em uma parte coloque que no Amapá as parteiras tem regulamentada sua profissão com salário de 700,00 deve-se cobrar mais de nossos governantes, vereadores, deputados que são eleitos por nós. Que os Sindicatos hoje dizem que não sabem tudo e o povo não sabem de nada. Que o futuro do MOPS todos sabem, pois está colocado desde ontem, que não pode ser focado na vaidade de cada um; mas na defesa de todos os encaminhamentos dos objetivos do movimento. Reforça sua adesão a regularização da profissão das parteiras.Por ultimo pede que quando votarem a seus estados busquem ONGs para trabalhar as questões debatidas no Congresso e ajudar a construir, a consolidar o MOPS.Agradece a todos a oportunidade.
14/03-Período vespertino
Tereza Ramos - Diz que com 50 anos terminou o ensino médio e nesse aniversario presenteou os participantes com um Cordel feito por ela. Leu o Cordel para todos, e depois entregou a D.Josefa e disse que espera que a mesma faça do ano de 2009 seu ano de estudo.
-Apresentação de Grupos:
Grupo1- Fala brevemente sobre a discussão do grupo onde foi aprovada para gerir o MOPS uma coordenação ampliada (colegiada).
- Foram apresentadas as propostas referentes ao formato de coordenação que se quer.
Grupo 1 – Aprova a Coordenação Colegiada
Grupo- 2-Aprova a coordenação colegiada e o planejamento estratégico e operacional de trabalho em 60 dias (aprovada com 04 obtenções).
Grupo- 3- Aprova a coordenação colegiada MOPS e Governo –apresenta as propostas do grupo- propostas aprovadas por todos. OBS: Dia Nacional de Luta pela Saúde.
Grupo- 4- Construção do Estatuto do MOPS- a partir de varias diretrizes debatidas em grupo e apresentadas ao plenário, inclusive reunião de Diretoria em Brasília. Aprova a coordenação colegiada.
Grupo 5 – Aprova a Coordenação colegiada.
Ao final das apresentações à plenária aprovou a coordenação colegiada.
Elias-Faz uma reflexão sobre a nova forma de atuação do MOPS para que não seja um latifúndio, não se institucionalize se mantenha como movimento.
Roseliane-Defende a institucionalização do MOPS, pois é necessário ter recurso para que o movimento seja forte e divulgado. É preciso somente ter cuidado quando for redigir o estatuto que é fundamental para a organização do MOPS.
-Aprovados as diretrizes com 2 abstenções.
Grupo5- Contextualiza o debate do grupo e apresenta as propostas do grupo.
Mafalda-Presta vários esclarecimentos sobre a coordenação colegiada.
Simone Maria Leite Batista - Diz que concorda com a participação dos 27 estados na coordenação geral.
Conceição-fala de sua preocupação com a possível eleição de uma pessoa que não conheça o MOPS e sua trajetória.
Silvio Leal -apresenta nova proposta: coordenador Geral e vários secretários e coordenação por região e conselho fiscal.
-O consenso é que a coordenação colegiada com uma representação de cada estado, com MOPS organizados.
Randolf -Coloca em votação as propostas: a coordenação colegiada elegerá a comissão executiva ou o plenário elegerá a comissão executiva.
Tereza Ramos -Defende que o colegiado vote na comissão executiva, pois deve ter autonomia uma vez que foi votado em plenário. Colocado em votação a comissão executiva a ser votada na coordenação colegiada. É apresentada proposta por consenso: -Coordenação Geral mais coletivo e conselho fiscal. O Colegiado escolherá a comissão executiva e o coordenador de cada coletivo, e em 30 dias apresentará o planejamento de trabalho, aprovado por todos.
Simone - Propõe que 11 participantes dos Estados que hoje compõe o MOPS venham para a reunião em Brasília da Coordenação colegiada através da secretária de Gestão, inclusive para participar do relatório do Seminário da Biodiversidade.
-A seguir Simone faz apresentação da prestação de contas das verbas recebidas para participarem do Fórum Social Mundial; Relata da importância da participação no Fórum Social, onde se terminou de construir o Congresso Hora Vivida.
Livaldo -Apresenta os gastos para a realização do Congresso, inclusive os recursos recebidos.
Os Grupos de trabalhos apresentaram as seguintes propostas e encaminhamentos: Grupo de Trabalho 1 - Fortalecimento da participação popular no controle social.
- Política de formação – capacitação para os movimentos sociais e populares (recursos destinados aos mesmos);
- Formação de uma equipe estadual de facilitadores do MOPS para realizar no seu estado as capacitações juntos aos movimentos populares;
- Articular junto ao ministério público a efetivação da resolução 333 do conselho nacional de saúde;
- Melhorar a comunicação entre as três esferas de governo (municipal estadual e federal);
- Fortalecer e Ampliar o espaço do MOPS na composição dos conselhos de saúde;
Grupo de trabalho 2 - Práticas de saberes e cuidados em Educação Popular.
- Os movimentos de educação popular e saúde estejam comprometidos com a valorização das práticas integrativas de saúde locais, sob o protagonismo das comunidades e territórios;
- Reconhecimento e valorização da cultura popular, como um processo de saúde coletiva;
- Reconhecimento e regulamentação do trabalho dos mestres de saúde considerando os ofícios de tradição e transmissão oral e vivencial;
- Promoção e defesa da política saúde integrativa como uma forma de garantir sua efetividade sob o protagonismo dos atores populares;
- Animar e estimular dialogividade e a troca de experiências entre os saberes formais e os populares e o fomento d aparceira entre setores, gestão de saúde e educação. Os campus e campo;
- Difundir e promover as práticas de cuidado e a educação popular junto ao conselho nacional de saúde, municipais e regionais de modo a contribuir com o desenvolvimento da participação popular e da gestão participativa do SUS, tornando os encontros do controle social, mais lúdicos, prazerosos e resolutivos;
- Propor e construir projetos de fortalecimento dos movimentos sociais e das práticas integrativas na linha da formação e da visibilidade dos processos de saúde popular;
Grupo de Trabalho 3 – A Relação do MOPS com o Governo
Propostas:
- Apresentar uma Carta dos princípios do MOPS para as três esferas do governo; - Garantir a participação do MOPS nas instâncias de controle social;
- realizar ações em Comemoração aos 7 de abril (Dia nacional de luta pela Saúde) enfatizando a participação do MOPS na criação desta data;
- Incorporar e oficializar as práticas populares de saúde para o SUS (Sistema Único de Saúde), garantindo que os acadêmicos vivenciem estas práticas;
- Propostas de políticas integrativas conjuntas com o Ministério da saúde, Ministério de Desenvolvimento Agrário e Economia Familiar – MDA para a inclusão da farmácia viva junto à agricultura familiar;
- Parceria com movimentos sociais junto ao governo facilitando a discussão nas comunidades;
- Reafirmar a defesa dos SUS e a saúde como direito; - Propor um link do MOPS no site do Ministério da Saúde - Estreitar as relações inter-setoriais;
Grupo de Trabalho 3 – A sociedade civil no processo de discussão das políticas públicas de Saúde: em DST/AIDS, Vigilância Sanitária, Saúde da População Negra; Práticas Integrativas de Saúde, Saúde dos homens, entre outras.
Propostas:
ANVISA
- Ampliar o número de oficinas de multiplicadores;
- Criar secretárias da mulher, nos âmbitos municipal e estadual; - Pré-natal de qualidade para as mulheres, focando as soro positivas; - Fortalecer a participação dos MOPS, referente à Lei Maria da Penha;
- Reforçar a importância da prevenção do câncer ginecológico (mama e útero); - Intensificar as campanhas de prevenção à saúde da mulher; respeitando suas especificidades;
Saúde do Homem
- Ampliar campanhas focadas na prevenção ás doenças e promoção da saúde dos homens;
- Desenvolver capacitação e sensibilização dos profissionais de saúde e gestores, além de conselheiros, focando a atenção à saúde do homem;
- Incentivar a participação dos homens nas políticas públicas de saúde, pensando sempre pela prevenção e promoção da saúde;
- Desenvolver projetos através dos MOPS na área de saúde dos homens, priorizando jovens e adolescentes para uma mudança de cultura para prática de cuidado;
DST-AIDS
- Fortalecer as ações do MOPS no enfrentamento da epidemia da AIDS e as DST´S; - Promover oficinas para os militantes (MOPS) na ótica do respeito à convivência coma população soropositivo e a população LGBT (Lésbicas, Gays, Bissexuais e Transexuais e Travestis);
- Iniciar um trabalho social de apoio aos soropositivos e seus familiares na perspectiva da reintegração à sociedade;
População Negra
- Fortalecer as ações previstas no plano nacional de políticas públicas para a população negra;
- Garantir o estudo da história e cultura da áfrica nas escolas, conforme preconiza a lei; - Promover o combate ao racismo institucional;
- Criar espaços de debate, focando questões ligadas às religiões de matriz africana;
Propostas gerais do grupo
- Criar mecanismos de comunicação (sites, jornal, boletim e outros produtos). - Promover um planejamento estratégico;
Grupo de Trabalho 4 – Preparação Para a Realização da 1 Conferência Nacional de Saúde Ambiental
Propostas:
- Capacitação de 5 multiplicadores do MOPS, por estado para mobilização das conferências municipais e estaduais de saúde ambiental;
- Garantir mais espaços para o jovem na conferência, mobilizando através da linguagem artística, como teatro, música e cultura;
- Criação de espaço alternativo para que cada representação municipal e estadual apresente experiências e produção sustentável em sua região;
- proposta de distribuição de vagas para conferência: 50% Movimentos Populares
25% Trabalhadores
12% prestador de serviços 13% gestores
- Inclusão das experiências e saberes populares em saúde e educação ambiental pelos povos indígenas, quilombolas e comunidades tradicionais rurais;
- Capacitação dos facilitadores que atuarão nos grupos de trabalho das conferências, segundo a metodologia da integralidade dos assuntos;
- Capacitação dos relatores municipais e estaduais e a garantia de sua participação na relatoria nacional, segundo uma visão sistêmica requerida pelo tema;
Grupo de Trabalho 05 - Educação Popular nos Processos de Formação e Educação Permanente.
- Formação Permanente (trabalhadores usuários, gestores) e os movimentos sociais e populares com o objetivo de se falar a mesma linguagem;
- Supervisão efetiva do ministério da saúde aos programas – projetos executados pelos municípios;
- Formar uma nova geração para o exercício do controle social;
Grupo de Trabalho 06 - A Educação Popular e a interface do MOPS com os territórios rurais.
- Utilizar métodos culturais para comunicação (comunidade –MOPS)...Teatro, Dança, música, etc;
- Criar núcleos temáticos de debate e estudos (LGBT, população negra e etc);
O II Congresso Nacional do MOPS encaminhou a seguinte moção: Moção de Apoio
Nós participantes do 2º Congresso MOPS-CONAMOPS, em Luziânia-Go, no CNTI, referendamos e aprovamos a carta griô Construída entre 12 e 16 de Novembro de 2008 no GT Ação Griô Nacional, durante a Teia 2008-Encontro Nacional dos Pontos de Cultura, por guias, mestres, guias aprendizes, educadores e redes nacionais de culturas, educação e tradução oral, apresentada ao Presidente Lula, reivindicando:
1-o reconhecimento do estado através da concessão de um titula aos guias e mestres da tradução oral brasileira;
2- O incentivo financeiro para a valorização do mestre;
3-A contrapartida ao incentivo como um acordo de passagem de conhecimento as pessoas da comunidade.
O Congresso foi encerrado às 16h20min. Do dia 14/03/09.
Mensagens apresentadas:
A sensibilidade com o ritmo da vida
placenta sair e reza se ela demora, pois é a primeira mãe do corpo e para que a cura tenha poder.
A parteira é comadre para sempre da mãe e do pai, a madrinha da criança e da comunidade. A planta colhida é tomada como remédio e recria vínculos de curidade.Com a parteira a mulher escolhe como o filho vai nascer,o médico sensível aprende com a raizeira e banha com o povo que plantam faz nascer.
Massoterapia, reflexologia, terapia comunitários, Reik floral, vivam as manifestações da tradição oral. Reunindo todas as gerações na escola PSF, e comunidade.
Mensagem de Tereza Ramos
Eu sou um projeto de poeta Faço versos, mas não aprendi a rimar. E assim vou conseguindo enrolar Fazendo os leigos achar que sou capaz Já deixei cinco décadas para trás E centenas de amigos conquistei Até hoje pra viver eu trabalhei E trabalhando vou viver 50 anos mais Se o que fiz nesta vida ninguém fez O que é que me falta fazer mais? Comecei na pastoral da criança
Depois do meio popular Enchi de mandioca caçoa
Andei montada em lombo de animais Fui espantalho de proteção de milharais Pra ter casa um terreno ocupei
Uma árvore centenária derrubei
Vi meu nome nas manchetes dos jornais Se o que fiz nesta vida ninguém fez O que é que me falta fazer mais?
Comerciaria operária e doméstica Vendedora, motorista e babá ACS é mais um pra completar Por tudo isso agradeço ao grande Pai Tive medo de grandes temporais Nas quadrilhas juninas que dancei As certezas da vida que encontrei Nas cinzas dos muitos carnavais Se o que fiz nesta vida ninguém fez O que é que me falta fazer mais? Me filiei ao PT na 6º zona
Construída por operário e camponês Com base forte, sólida e eficaz Se o que fiz nesta vida ninguém fez O que é que me fala fazer mais?
MOPS, COSCA, FEACA E FEMEB As sarnas que arranjei pra me coçar Da FAMACS estou querendo me afastar Me embrulhei nas lutas nacionais Aprendi com as lideranças sindicais E conquistei passo-a passo voz e vez Acreditando no diálogo e nas leis Aderi ao grito pela paz Se o que fiz nesta vida ninguém fez O que é que me falta fazer mais? Fui eu que curti minhas dores
E as correntezas que tentaram me levar Insisti no direito de sonhar
Caminhando pra frente e pra trás Abracei JESUS e rejeitei satanás Desde o dia que me batizei Hoje tenho certeza que acertei Minha alma tranqüila segue em paz Se o que fiz nesta vida ninguém fez O que é que fiz nesta vida ninguém fez?
Não costumo desistir do que eu quero Não importa o que tiver que enfrentar Arranjei bronca até nos tribunais Atos públicos, passeatas e outros mais Seis vezes no LULA eu votei Vi a estrela brilhar nos acenais Se o que fiz nesta vida ninguém fez O que é que me falta fazer mais?
Fui mordida por um cabrito morto Um sapo louco já tentou me pegar Sinceramente também não sei coçar Quantos siris eu peguei nos manguezais Estou sempre pescando nos corais Milhões de peixes no anzol já peguei Até cadáver de gato exumei
O que é que me falta fazer mais?
Nunca bebi com moderação Porque nunca a consegui encontrar Tentando saber onde ela está Milhões de manuais eu folheei Quantas doses de cachaça eu já tomei E fiz tira gosto com asinhas e pardais Se o que fiz nesta vida ninguém fez O que é que me falta fazer mais?
Meus pêsames para a torcida rubro negra Eu entendo vocês não querer falar Mas eu tenho o direito de mandar Meus sentimentos a todos os corais O meu NÁUTICO provou ser mais capaz São 100 anos de vitória e sensatez
É mais um campeonato que papei Somos hoje o maior dos maiorais Se o que fiz nesta vida ninguém fez O que é que me falta fazer mais? Viajei por todo meu pais,
Desci de trem ao Paranaguá,
Em Mato Grosso deu vontade de morar pela beleza pantaneira, eu me encaixei. Por Pernambuco eu me apaixonei,
Conheço tudo do sertão ao Cais, Itamaracá meus refúgios semanais. Em Recife meu lugar eu decantei, Se o que fiz nesta vida ninguém fez, O que é que me falta fazer mais?
CONSTRUÇÃO HISTÓRICA DO MOVIMENTO POPULAR DE SAÚDE
Já em meados da década de 1970, ainda sob forte pressão e controle da ditadura militar,
tinha início à formação de inúmeras iniciativas de organização em torno da melhoria das
condições de saúde. Tratava-se de uma multiplicidade de ações comunitárias locais
relativas a procedimentos “médicos” alternativos e naturais, ou de movimentos
reivindicativos pontuais nos grandes centros urbanos em torno de equipamentos
sanitários, postos de saúde, melhorias no atendimento médico, culminando, em muitos
bairros, na criação de “conselhos de saúde”, com vistas ao controle e à fiscalização dos
serviços de saúde. Sem construir uma institucionalidade própria, tais iniciativas
contavam com a sólida e vasta rede capilar da Igreja Católica em vários níveis e
instâncias, podendo contar com leigos, padres e freiras nas paróquias locais, até bispos e
demais segmentos religiosos identificados com a Teologia da Libertação e as
Comunidades Eclesiais de Base (CEBs). Participara também intelectuais de várias
facções da “nova esquerda” - remanescentes do Movimento de Educação de Base
(MEB), da Ação Católica Especializada e da Ação Popular (AP), membros do chamado
Ecumenismo Secular organizados em Ongs como a CESE (Coordenadoria Ecumênica
de Serviços), o CEDI (Centro de Estudos e Documentação e Informação), médicos
ativistas junto à Pastoral da Saúde, demais profissionais da saúde vinculados ao
chamado novo sindicalismo, e uma multiplicidade de lideranças locais como parte das
“comunidades reivindicantes”, articuladas entre si através de redes sociais predispostas
Entre dias 25 a 29 de agosto de 1979 , quando da realização do I Encontro Nacional de Experiências em Medicina Comunitária (ENEMEC) , em Lins/ São Paulo. Com participação de 332 militantes, onde a discussão foi à inclusão de um programa que
envolvesse a família e os agentes comunitários de saúde. . Na área metropolitana da
grande São Paulo, região arquidiocesana do Cardeal Dom Paulo Evaristo Arns, e na
Baixada Fluminense, região de Dom Mauro Morelli, dois proeminentes progressistas, os
movimentos (populares) de saúde foram adquirindo um perfil expressivo-mobilizador
de contestação ao regime militar e da reivindicação da saúde como um direito social.
Este foi, também, o início do grande boom da Teologia de Libertação e da euforia em
relação à criação das Comunidades Eclesiais de Base da Igreja. Ali em São Paulo, ainda
no ano de 1978 sob a ditadura militar, um fato emblemático da ação unitária das forças
de esquerda em torno da questão da saúde, anunciaria o que viria a se reproduzir dez
depois, por época da Constituinte: a junção da “nova” e da “velha” esquerda. Juntos,
movimentos populares de bairro ligados à Igreja e demais forças do chamado
“movimento popular”, movimento médico ligado ao “novo sindicalismo” e Movimento
Sanitarista, hegemonizado pelo ainda proscrito Partido Comunista, promovem, nas
dependências da FGV, Fundação Getúlio Vargas, o primeiro grande “Encontro por
Melhores Condições de Saúde”. A partir daí, a defesa da saúde como um direito
reverberou aos quatro cantos do país, lado a lado ao clamor pela participação popular no controle dos serviços públicos de saúde.
Uma das primeiras conclusões foi requerer a “prestação de Saúde com uma equipe
multiprofissional que valorize a participação do Agente Local e a Saúde
Comunitária”. Ora, isto significa nada menos do que a incubação do Programa de
Saúde da Família e da profissionalização do Agente de Saúde, ambos reconhecidos,
institucionalizados e potencializados pelo governo FHC, contanto com extensa rede
O II ENEMEC aconteceu em Olinda /Pernambuco de 17 a 21 de setembro de 1980, com participação ativa de organizações populares. Contou com apoio do
CEPIS (Centro de Educação Popular do Instituto Sedes Sepiental Berço Dominicano
Frei Beto). Terra para onde emigrara o ex-bispo auxiliar da Arquidiocese do Rio de
Janeiro, Dom Helder Câmara, conhecido pela sua irreverência ao regime militar e pelo
apoio aos pobres, oprimidos e perseguidos político.
Durante o III ENEMEC, realizado em 1981, em Goiânia, o MOPS é “oficialmente” criado como, no entanto, minado pelas ambigüidades contidas nas
próprias ações reinvidicativas e pelo avanço da abertura política em tempos de
democratização, que tornava o Estado mais permeável ao processamento das demandas
sociais, aguçando a face integrativa deste tipo de movimento social. Assim, no período
constituinte entre os anos 1985 a 1988, coincidindo com a crise da Teologia da
Libertação, as energias sócio-políticas dos movimentos populares e comunitários pela
saúde foram canalizadas para as Plenárias Pró Participação Popular na Constituinte e
para a intensa coleta de assinaturas em torno das emendas populares, cujo relatório foi
publicado sob o título “Cidadão Constituinte: a saga das emendas populares” (cf.
Whitaker, 1989). A emenda nº. 050 de criação do SUS, relativa ao Direito à Saúde,
alcançou 58.615 mil assinaturas e o apoio de 160 entidades, um recorde absoluto em
relação à média de apoios dados a outras emendas populares. Juntamente com a
aprovação desta emenda, foi consagrado, como princípio constitucional, aquilo que
estes atores, defensores de uma concepção societal de política democrática, queriam: a
“participação da comunidade” nas decisões sobre saúde pública, além é claro, da saúde
como um direito social.
Foi discutido nesse encontro o Prev Saúde, a saúde como dever do Estado,
e que o sistema deveria ser igualitário e universal e com participação da sociedade na
de abril como dia de luta pela saúde. Com o propósito de dar unidade aos movimentos
populares e às experiências comunitárias de saúde.
Pulverizado nas grandes e pequenas cidades, bem como nos mais distantes
grotões de todo o território nacional pela sobreposição às CEBs e à geopolítica da
Igreja, o MOPS vai ganhar visibilidade numa multiplicidade de localidades. Além das
periferias das grandes regiões metropolitanas e capitais brasileiras, como São Paulo, Rio
de Janeiro, Belo Horizonte, Porto Alegre, Curitiba, Recife, Fortaleza, Vitória, Cuiabá,
Teresina, e outras tantas, este movimento também marcava presença em localidades
pouco lembradas, como Ceilândia (DF), Porto Nacional (GO), Andradina (SP),
Conceição do Araguaia (TO), Ji-Paraná (RO), Contagem (MG), e assim por diante.
Mesmo mantidas as raízes das “experiências em medicina comunitária”, era nítida a
força hegemônica do ethos veiculado pelo novo “movimento popular da saúde”, cujos
princípios se definiam pela manutenção da independência e autonomia dos grupos organizados em relação aos partidos e ao governo. “Saúde a partir de decisões tomadas
pelo povo, sem fazer concessões”.
Na época tais princípios geravam uma postura que valorizava a mobilização
social e a participação direta, em detrimento da representação institucional, bem como
desqualificava condutas de negociação e de “atuar por dentro do Estado”.
Disseminado pelas inúmeras “entidades” populares, sem demora o MOPS começou a
ser reificado, isto é, a ser tomado como se fosse um sujeito com vida própria.
Documentos atestam que ele, o Movimento Popular de Saúde, começa a “falar” em
nome próprio como se fosse um sujeito, e a dar subsídios às suas próprias estratégias de
ação7. Na verdade, as redes sociais locais predispostas à participação em movimentos
sociais já estavam interconectadas havia tempo, tendo como carro-chefe as pastorais
sociais, entre elas a pastoral da saúde, criada no início da década de 1980 mediante
órbita, detectamos inúmeras “entidades” de apoio, renomeadas como ONGs nos anos
pós-1990.
Também na década de 1980, o Mops participou dos movimentos donas de
casa contra a carestia ou da panela vazia e no movimento da anistia. O sentido
expressivo - mobilizador do MOPS, radicalizado como parte de um poder paralelo
“contra o Estado”, foi sendo, no entanto, minado pelas ambigüidades contidas nas
próprias ações reivindicativas e pelo avanço da abertura política em tempos de
democratização, que tornava o Estado mais permeável ao processamento das demandas
sociais, aguçando a face integrativa deste tipo de movimento social.
Desta conjunção de diferentes forças surgiu o Movimento Popular de Saúde
(MOPS). Edificado sobre a noção da saúde como um direito a ser provido pelo Estado, ainda que hegemonizado por um radical desejo de criação do “poder popular” alternativo a este mesmo Estado, o MOPS tem como referente originário aqueles
movimentos reivindicativos urbanos por melhorias de equipamentos médicos e de
saneamento básico, que priorizam formas de organização, mobilização e pressão de
confronto ao Estado. Este movimento sobrepõe-se às práticas oriundas das experiências
comunitárias de medicina alternativa baseadas em recursos locais e saberes autóctones,
à base de remédios caseiros, plantas medicinais e métodos naturalistas, recorrentes nas
regiões mais carentes do país, como o norte e nordeste, ou nas localidades interioranas
dos estados.
Somente durante a VIII Conferência, ocorrida em março de 1986, não por acaso antes da eleição dos deputados constituintes em novembro, o amplo espectro de
movimentos de saúde pulverizados pelo país ganha uma unidade orgânica, reunindo
lideranças e bases dos diferentes princípios ético - políticos.
Do encontro entre os Movimentos Médico e Sanitarista, com hegemonia comunista, até
confluência de todas as forças de esquerda ligadas à questão da saúde, instaurando-se
um efetivo (e novo) espaço público, capaz de produzir, acima das diferenças e especificidades, um consenso em torno das diretrizes que viriam a compor o capítulo II
da Seguridade Social, especialmente na Seção II da Saúde como parte do Título III, da
Ordem Social.
A entrada de representantes do MOPS foi decisiva para a agregação de dois outros
princípios em relação àqueles estabelecidos anteriormente: 1) a definição de que a saúde
será financiada pelo Estado, em seus três níveis de governo e pelo conjunto da
sociedade; 2) a participação da comunidade na gestão e controle do sistema, através de
conselhos paritários organizados em cada nível de governo.
Em seguida à VIII Conferência, que reuniu mais de 5.000 representantes
de todos os segmentos ligados à problemática da saúde da sociedade civil brasileira,
com representação de todos os estados da federação, formou-se a Comissão Nacional de
Reforma Sanitária, visando a sistematizar as decisões tomadas na VIII Conferência,
dotando-as de viabilidade operacional. Tal comissão comportou-se como um fórum de
composição híbrida, com representantes do governo executivo (União, estados e
municípios), legislativo e das mais variadas formas organizadas da sociedade civil,
desde os setores sindicais e populares - comunitários, até segmentos privados de
prestação de serviços médicos (o lucrativo e o “filantrópico”).
Em suma, a vitória da nova política de saúde na Constituinte, de inclusão dos princípios de uma política social nacional pública, integrada,
descentralizada e controlada pela sociedade, resultou da longa atuação de atores
marcados por inserções e concepções distintas acerca da política. Na esfera dos
princípios éticos políticos, dois campos de ação produziram e arregimentaram recursos
de poder inestimáveis, desde meados da década de 1970 até meados dos anos 1980. Um
deles, de perfil estatista, priorizou sua atuação na esfera político-institucional e,
do Estado, das instituições políticas e sindicais, propondo e antecipando reformas, ao
mesmo tempo em que testava as resistências da burocracia, da rede hospitalar privada,
da “medicina de grupo” etc. O outro campo, de perfil societal, priorizou a organização
da população em seus locais de moradia, sejam em torno do trabalho voluntário em
“medicina comunitária”, mediante criação de ações inovadoras, dentre elas os chamados
“agentes de saúde”, seja pelos movimentos reivindicativos, desenvolvendo redes sociais
ativas de participação, formadas por pessoas portadoras de um senso crítico sobre suas
carências e do sentimento de autoconfiança quando se vêem como “sujeitos portadores
de direitos”, ou mesmo como pessoas que têm “direito a ter direito”.
Assim, o movimento de saúde, e suas conquistas consagradas na Constituição
de 1988, não pode ser reificado, muito menos pensado sem o reconhecimento desses
dois campos. Até porque ao longo da implementação do SUS muitas das lideranças do
Movimento Sanitário têm sido sugadas pelo Estado para o trabalho
político-administrativo, e a euforia daquela unidade mobilizadora do período constituinte
rompeu-se, fragmentou-se e ganhou novos contornos locais. Por isso, quando se indaga
sobre os problemas da participação nos conselhos de saúde, há de se procurar pelas
redes sociais locais predispostas à participação; perguntar em que medida está ativa e, se
estão, em que direção está a sua predisposição de participar.
Vide vídeo http://www.youtube.com/watch?v=LzRS_OE2SAY
Foram realizados 12 (doze) encontros nacionais, e dois congressos nacionais. O I
no período de 13 a 17 de julho de 1994 em Goiânia onde foram definidos os princípios do Movimento e nova coordenação nacional e executiva. Que teve a pretensão de reunir
as tendências que se formaram desde a cisão que aconteceu coma criação do
movimento.
Sanitária Brasileira, Protagonismo para a Gestão Participativa”, na CNTI – Confederação Nacional dos Trabalhadores da Indústria, e contou com a presença de 120
pessoas, sendo que participaram delegados dos 22 estados, observadores e convidados.
Foram objetivos do congresso: Articular os 27 estados brasileiros para o fortalecimento
do MOPS NACIONAL; Realizar os Encontros Estaduais e escolher nova coordenação
nacional e executiva.
AVANÇOS
Os efeitos desse movimento têm produzido ressonância política nos
momentos de afirmação das diretrizes democráticas e populares do sistema de saúde,
entretanto, este nível discursivo de atuação não produziu elementos capazes de
desencadear de um movimento de ampla mobilização popular assim como não
conseguiu mobilizar os profissionais do setor, mesmo tendo suas posições enunciadas e
presentes nos debates sobre a temática.
Frente ao processo histórico do MOPS, descrito e trazido nesse documento,
é importante destacar a sua contribuição como iniciativa estratégica que se propôs a
resgatar os sujeitos anônimos que dominam as práticas e experiências de cuidados com
a saúde, tradicionalmente construídas. Por certo, esses sujeitos silenciados e detentores
de conhecimentos, anonimamente contribuíram com a abordagem propositiva da
Política Nacional das Práticas Integrativas e Complementares de Saúde. De onde é
possível afirmar a importância desse movimento para ampliar e fortalecer essa política
pública, de cunho popular e humano, para embasar ações que qualificam o SUS.
A proposta do MOPS se configura como estratégia social e popular
organizada, que restitui aos sujeitos das experiências o lugar e os sentidos de seus
poderes como sujeitos ativos, no processo histórico, da diversidade e riqueza cultural
científico, na perspectiva da formulação de técnicas e tecnologias de cuidados a saúde,
acessíveis a todos os sujeitos, desonerando o Estado brasileiro.
Portanto, caracteriza-se como abordagem política e social que permite dar
relevância às memórias, histórias e condições políticas, sociais, culturais e demográficas
das pessoas e espaços dessas práticas e experiências, ancorando aspectos facilitadores
para ampliar os direitos dos cidadãos e a qualidade de vida das pessoas e grupos sociais,
absorvendo a diversidade do povo brasileiro.
BIBLIOGRAFIA
AUGUSTO, Maria Helena Oliva e COSTA, Olavo Viana. (2000). “Entre o Público e o
Privado – A Saúde Hoje no Brasil”. TempoSocial v. 11, n. 2, p. 199-217.
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Centro Brasileiro de Estudos em Saúde];
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política. Outubro 2003. Revista Política e Sociedade.
COSTA, M.R. A ação política dos movimentos sociais e Educação Popular no
Nordeste. Recife. EQUIP. 2004;
COSTA, M.R. - Crise ou Mudança nos movimentos sociais? O caso do movimento
popular de saúde. Dissertação de mestrado. Recife/UFP. 1999.
Contribuição coletiva dos assinantes do documento
ASSINAM DOCUMENTO:
• Arlete Dias de Assunção- UNB/Brasília;
• Daraina Pregnolatto- Pirenópolis- Goiás; Diretora Geral /Guaimbê - Espaço Movimento Criativo. Ponto e Pontinho de Cultura, Leitura, Estória, Valor e
Mídia Livre Quintal da Aldeia. Pontão Ação Griô Guaimbê das Nascentes &
Veredas;
• Ednalva Calé-Mops –Pernambuco;
• Francisca Américo dos Reis – Mops Goiás;
• Giselle Almeida- Mops Mato Grosso;
• Givon Alves Neo- Mops Sergipe;
• Hélia Cristina- Brasília;
• Helena de Paula - Mops Mato Grosso;
• Irmã Vandete Santana- Mops Sergipe/ Coletivo de Finanças do Mops Nacional;
• Ivanilde Batista - Mops Goiás;
• Jean Jaques Rodrigues- Mops Goiás;
• João Batista- Brasília;
• Jorge Marino de Carvalho - CEPOP- Centro da Cultura Popular Brasileira) e práticas de Danças populares brasileiras;
• Josefa da Guia- Parteira – Mops Sergipe ;
• Juliana M. Atrock- estudante Direito da UnB
• Juliana Mrosinski Peppi – Mops São Paulo;
• Julielba Chaperman- Mops Carinhanha / Bahia;
• Karen Emanuella Fernandes Bezerra- Mops Sergipe;
• Luzia Aparecida - Mops em São Paulo;
• Manoel Messias Calazans de Oliveira- Mops Sergipe;
• Marcia de Campos- Mops Mato Grosso;
• Margarida Maria Silva de Souza- Mops Sergipe;
• Maria Aparecida Ribeiro- Mops/REC/ Sergipe;
• Maria Pascholina Barbiere- Mops Mato Grosso;
• Regiane Correa de Oliveira- Mops Mato Grosso;
• Roseliane Ferreira - Mops Maranhão;