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Uma questão de gênero na pós graduação stricto sensu no Estado do Amazonas / A gender issue on graduation programs in the State of Amazonas

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Braz. J. of Develop.,Curitiba, v. 6, n. 11, p. 88745-88761, nov. 2020. ISSN 2525-8761

Uma questão de gênero na pós graduação stricto sensu no Estado do Amazonas

A gender issue on graduation programs in the State of Amazonas

DOI:10.34117/bjdv6n11-336

Recebimento dos originais: 20/10/2020 Aceitação para publicação: 16/11/2020

Salvia de Souza Haddad

Mestre em Direito Cosntitucional Unifor

Endereço: Rua Pará, n. 596. Ap. 701, Vieiralves, Manaus – Amazonas, CEP 69053-070 E-mail: salvia@ssh.net.br

Aline de Souza Ribeiro

Mestre em direito Constitucional UNIFOR

Endereço: Vice-Presidência. PRAÇA DOS TRES PODERES, PLácio do Planalto, Anexo II, Térreo, Ala B, Sala 105, Brasília – DF, CEP - 70150-900

E-mail: aline.ribeiro@presidencia.gov.br, alinesouzaribeiro@hotmail.com

Mônica Mota Tassigny

Doutora em Educação Unifor

Pós- Doutorado Director Institut Louis Favoreu - Faculté de Droit et Science Politique Aix, ILF, França

Endereço: Av. Washington Soares, 1321 - Edson Queiroz, Fortaleza - CE, CEP 60811-905 E-mail: monica.tass@gmail.com

RESUMO

No Estado do Amazonas a participação das mulheres em curso de pós-graduação stricto sensu em Direito é de caráter marcadamente minoritário. Esta análise tem como objetivo verificar a diferença de gênero no ingresso e ascensão na produção científica em Direito no Estado do Amazonas, entre os anos de 2013 a 2018, e identificar os fatores que contribuem para essa desigualdade na ciência. As coordenadorias de pós-graduação da Universidade Estadual do Amazonas e do Centro Integrado de Ensino Superior do Amazonas foram as fontes iniciais da pesquisa uma vez que são elas as duas intituições que oferecem programas de mestrado e doutourado na unidade da federação analisada. Este artigo tem como metodologia pesquisa bibliográfica e documental de abordagem qualitativa. Os resultados apontam significativa preponderância de ingresso dos homens em comparação com as mulheres. Há ainda estagnação das mulheres na ascensão da carreira se comparadas com a progressão profissional masculina, resultando na sub-representação das mulheres nas áreas de produção de conhecimento.

Palavras-chave: ciência, participação feminina, mestrado, doutorado, Estado do Amazonas. ABSTRACT

In the State of Amazonas, the participation of women in the post-graduate course stricto sensu in Law is of a markedly minority character. This analysis aims to verify the gender difference in admission and rise in the scientific production in Law in the State of Amazonas, between the years of 2013 to 2018, and to identify the factors that contribute to this inequality in science. The postgraduate coordinators of the State University of Amazonas and the Integrated Center of Higher Education of

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Braz. J. of Develop.,Curitiba, v. 6, n. 11, p. 88745-88761, nov. 2020. ISSN 2525-8761 Amazonas were the initial sources of the research since they are the two institutions that offer master's and doctoral programs in the unit of the federation analyzed. This article has as methodology a bibliographical and documentary research of qualitative approach. The results indicate a significant preponderance of men's admission compared to women. There is still stagnation of women in career advancement compared to male career advancement, resulting in underrepresentation of women in the areas of knowledge production.

Keywords: Science, Female Participation, Master's Doctorate, State of Amazonas.

1 INTRODUÇÃO

A entrada feminina no campo de pesquisa apenas teve iniciou no século passado, fato que foi determinante para desigualdade de gênero que permeia o ambiente acadêmico até os dias atuais. Apesar dos avanços femininos num curto espaço de tempo é certo que o androcentrismo é ainda dominante na prática científica.

Este estudo tem como objetivo verificar a diferença de gênero no ingresso e ascensão na produção científica em Direito, no Estado do Amazonas – delimitando a análise aos anos de 2013 a 2018 – e identificar os fatores que contribuem para esta desigualdade no mundo da ciência.

Nesta análise foi utilizada pesquisa bibliográfica e documental de abordagens qualitativa e quantitaviva. A pesquisa teórica foi empregada para identificar as principais correntes que estudam o ingresso tardio das mulheres nas ciências, buscando-se artigos científicos sobre o tema. Foram realizados levantamentos de dados junto à Universidade Estadual do Amazonas e Centro Integrado de Ensino Superior do Amazonas acerca do quantitativo de homens e mulheres que fazem parte do programa de pós graduação em Direito, nos anos de 2013 a 2018, que serão colocados diante da pesquisa bibliográfica estudada para apontar o atual estado da diferença de gênero no Estado do Amazonas.

A análise aqui tratada encontra sua importância na preemente necessidade de se identificar as múltiplas razões que perpetuam a desigualdade de gênero na ciência e apresentar soluções para ampliação do acesso feminimo. A Organização das Nações Unidas elegeu a igualdade de gênero como um de seus oito grandes objetivos para o Milênio, apontando a promoção desta igualdade como forma de incentivar o desenvolvimento econômico no mundo.

Inicialmente, a abordagem faz uma recapitulação histórica do tardio ingresso da mulher no campo da ciência para identificá-lo como uma das principais causas da diferença de gênero no campo científico. Também aponta outras causas que propiciaram a predominância masculina na produção científica e que, até hoje, impedem a saída da mulher do papel de coadjuvante no cenário da produção de conhecimento.

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Braz. J. of Develop.,Curitiba, v. 6, n. 11, p. 88745-88761, nov. 2020. ISSN 2525-8761 Logo após o estudo situa a questão no âmbito nacional apontando como e quando as mulheres tiveram oportunidade de ingresso na produção acadêmica, que dificuldades encontraram para crescer dentro da Academia e de que forma buscam desmistificar o ambiente científico masculino dentro de nosso País. A abordagem segue para analisar também a questão no âmbito da Região Norte do País e do Estado do Amazonas.

A investigação também traz ao debate estudos produzidos mais recentemente tanto por pesquisadores quanto por instituições que tratam do tema, seja em contexto nacional ou regional, colacionando artigos científicos e bibliografia específicos.

Ao final, o estudo analisa todos os dados colhidos para concluir que a realidade amazonense não é outro senão a de uma significativa diferença de gênero na ciência que impede o feminino de ocupar o lugar de seu merecimento e honra na ciência brasileira. E encerra apontando alternativas que ampliem o acesso feminino ao mundo acadêmico e combatam a desigualdade de gênero como forma de propiciar o desenvolvimento de nosso País.

2 O INGRESSO TARDIO DA MULHER NA CIÊNCIA E SEUS MOTIVOS

A ciência sempre foi um espaço masculino que não permitia a participação das mulheres, permanecendo estas, por muito tempo, restritas à esfera doméstica e privada da vida. O contexto sociocultural em que a mulher sempre esteve inserida, com papéis sociais bem definidos, vetou a possibilidade de sua aproximação do espaço público, aqui incluído o meio icientífico. Nos séculos XV e XVI restava à mulher o papel de mãe e esposa, apenas.

O século XVII foi de ascensão para a ciência com um aumento da participação feminina nesta esfera, entretanto as mulheres tiveram suas descobertas apropriadas por homens e foram relegadas à condição de meras assistentes (LOPES, SOUSA, SOMBRIO, 2004, p. 97).

Na Inglaterra, John Locke (1632-1704) preconiza a educação das futuras mães para serem boas instrutoras dos filhos. Na época, o saber excessivo das mulheres era considerado chocante e contrário às boas maneiras. Uma vez admitida a necessidade de educação das mulheres, o debate se circunscreve à questão do lugar onde o ensino deve ser ministrado: casa paterna ou instituição. Em 1762, Rousseau (1712-1778) afirma:

"(...) toda a educação das mulheres deve ser feita com relação aos homens. Agradá-los, ser-lhes úteis, fazer-se amar e estimar por eles, educá-los quando jovens, cuidá-los quando adultos, aconselhá-los, consolá-los, fazer-lhes a vida agradável e doce: esses são os deveres das mulheres de todas as épocas e o que deve lhes ser ensinado desde a infância."(TOSI, 1998, p. 369).

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Braz. J. of Develop.,Curitiba, v. 6, n. 11, p. 88745-88761, nov. 2020. ISSN 2525-8761 Os planos de educação continuaram confinando as mulheres ao saber doméstico que consistia na leitura, escrita e noções de cálculo necessárias ao bom funcionamento da economia familiar, permanecendo excluídas de toda função política, as mulheres só podiam pretender adquirir uma educação a nível primário.

Também no século XIX as mulheres experimentaram diversas dificuldades para se inserirem nessa instituição de caráter masculino, mutas vezes restanto a elas a participação silenciosa nas pesquisas de familiares e companheiros.

Chassot (2003) lembra que a ciência sempre foi hostil à participação das mulheres; ainda nas primeiras décadas do século XX, a carreira de cientista era vista como adequada para o masculino e imprópria para o feminino. E mesmo mais tarde, na segunda metade do século XX, a cultura ditava quais as profissões eram masculinas e quais eram femininas, permanecendo a ciência na seara do androcentrismo.

Esta predominância masculina tem suas bases em nosso tríplice herança greco-judaíca-cristã que foi decisiva para a construção do gênero feminino como o subalterno. Na Grécia a mitologia influencia a visão de gênero e o próprio filósofo Aristóteles atribui perfeição à semente do homem. A tradição judaica ressalta que a mulher vem da costela do homem. A tradição cristã em trechos bíblicos relega a mulher a um segundo plano. Toda essa herança criou a ideia da mulher desprovida de capacidade interpretativa do mundo (CHASSOT, 2003, p. 16).

Assim, não é difícil perceber que as mulheres entram nessa disputa com desvantagem considerável e não foi o simples acesso das mulheres à Academia que garantiu a elas a luta em igualdade de condições. Desde que iniciaram suas tentativas de ingressarem no meio científico, várias foram as formas de manifestação da dominação masculina que tiveram de ser enfrentadas. Uma delas foi e ainda é o desencorajamento para estudo de grandes questões, deixando para as mulheres os estudos tidos como de menor relevância científica, conforme bem ressalta Ana Paula Carvalho (2006) em ensaio tendo como base os textos de Pierre Bourdieu e Susan Bordo.

Todo este processo social e cultural que julgava a ciência inadequada às mulheres retardou em muito seu ingresso nas universidades e contribuiu para as desigualdades por gênero encontradas no campo científico (SANTOS, BENTO, AURETTA, 1991). Para se ter uma ideia do atraso em relação aos homens, na Alemanha as mulheres apenas tiveram acesso às universidades após 1908; na Inglaterra, o primeiro colégio feminino surgiu em 1869; em Portugal, a renomada faculdade de Coimbra recebeu somente uma mulher até o ano de 1896. As mulheres só começam a ser amplamente aceitas nas instituições de ensino superior a partir do final do século XIX, e ainda assim, o número de mulheres

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Braz. J. of Develop.,Curitiba, v. 6, n. 11, p. 88745-88761, nov. 2020. ISSN 2525-8761 que ingressavam nestas instituições era bem inferior ao de mulheres que se dedicavam à vida doméstica.

O ingresso tardio das mulheres na seara acadêmica foi alicerçado ainda nas diferenças biológicas entre os gêneros, que definiram papéis sociais de forma estanque, cabendo às mulheres a educação e cuidados básicos dos filhos, e aos pais a responsabilidade de ser provedor de renda. A divisão cultural, de certa forma justificada pelas diferenças biológicas, retirou da mulher a oportunidade de ser protagonista de sua vida, permanecendo, durante vários séculos, impossibilitada de escolher seu próprio destino.

É Gilda Olinto (2011, p. 68) que ressalta o objetivo dos muitos estudos que informam sobre a dimensão sociocultural presente na base das diferenças de gênero; estudos focados em crenças, valores e atitudes socialmente estabelecidos formando estereótipos sobre as habilidades diferenciadas entre homens e mulheres e influenciando as escolhas que as mulheres fazem cedo em sua existência. Estes estudos compartilham o mesmo objetivo: a oposição ao sexismo, a ausência do feminino na ciência e chegada das mulheres na Academia como sinal de modernidade de um país. (BORGES, 2014).

E mesmo quando enfim, adentraram na Academia, contrariando o estereótipo já estabelecido, depararam-se com a rigidez dos papéis sociais e foram obrigadas a fazer a difícil escolha entre carreira e maternidade, já que a disponibilidade para estudos era, de certa forma, incompatível com a dedicação à casa e aos filhos. O maior entrave encontrado pelas mulheres para ingressarem na vida acadêmica e darem continuidade aos seus estudos, além do marcante androcentrismo, sempre foi o desafio de conciliar vida pessoal e familiar com congressos e eventos científicos.

Não é à toa que a grande maioria dos estudos destinados a analisar as causas da predominância masculina na prática científica apontam para o constante dilema das acadêmicas: ser mãe ou ser cientista? GARCIA GONZÁLEZ, PEREZ-SEDENO, 2002). Os mesmos estudos comprovam que os homens não precisaram escolher entre a paternidade e a profissão. Alguns estudos, inclusive, destacam que a desigualdade na distribuição das tarefas domésticas é prejudicial às mulheres (RIZAVI, SOFER, 2008) que se vêm constantemente impelidas a trabalhar e cuidar dos afazeres domésticos (GEORGES, 2008, p. 245; HIRATA, 2010, p. 2557).

Do panorama acima descrito sobressai claramente o peso da influência cultural na trajetória das mulheres na ciência. Mesmo após sua entrada no mercado de trabalho e contribuindo para renda familliar, as mulheres continuaram a cuidar da casa e dos filhos. A avanço social causado pela emancipação feminina não redistribui as tarefas domésticas, impondo à mulher que escolheu a pesquisa, uma jornada de trabalho extenuante que inclue demandas acadêmicas, pessoais e familiares.

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3 SEGREGAÇÃO HORIZONTAL E VERTICAL E A VIOLÊNCIA SIMBÓLICA

Diante de todo cenário acima delineado, em que há muitas demandas para pouco tempo, as mulheres findaram por escolher atividades profissionais subalternas que exigissem menos e permitissem a dedicação à família, tais foram as condições em que se deu a entrada das mulheres na universidade. Essa conjuntura propiciou o surgimento do que convencionou-se chamar de segregação horizontal e vertical.

A segregação horizontal é a escolha, pelas mulheres, de profissões com menor prestígio social e, especialmente, aquelas diferentes das escolhidas pelos homens. Sobretudo pela atuação da família e da escola, as meninas tendem a se avaliar como mais aptas para o exercício de determinadas atividades estabelecendo para si mesmas estratégias de vida mais compatíveis com o que são levados a considerar como adequadas para elas. A segregação horizontal inclui mecanismos que fazem com que as escolhas de carreiras sejam segmentadas por gênero. Como as profissões femininas tendem a ser menos valorizadas no mercado de trabalho, considera-se que a segregação horizontal das mulheres está relacionada a outro tipo de segregação chamada de vertical.

A segregação vertical é um mecanismo social sutil e invisível que faz com que as mulheres se mantenham em posições mais subordinadas sem progredir nas suas escolhas profissionais. É uma espécie de violência simbólica (BOURDIEU, 1983, p. 122) que sedimenta a ideia de que aquela construção social é, em verdade, condicionamento natural, e perpetua a dominação masculina:

“(...) violência suave, insensível, invisível a suas próprias vítimas, que se exerce essencialmente pelas vias puramente simbólicas da comunicação e do conhecimento, ou, mais precisamente, do desconhecimento, do reconhecimento ou, em ultima instância, do sentimento.”

A segregação vertical, assim, opera gerando nas mulheres a ideia de que devem se manter subordinadas sem almejar progressão profissional própria dos homens. Na prática, isso representa menores chances de progressão nas carreiras escolhidas – fenômeno também conhecido como glass

celling ou teto de vidro, termo cunhado em 1985 pelo Wall Street Journal, para designar as dificuldades

das mulheres para chegarem ao topo de suas carreiras.

Estudos que abordam a segregação vertical têm se valido de termos como ‘teto de vidro’, indicando os processos que se desenvolvem no ambiente de trabalho favorecendo apenas a ascensão profissional masculina. O teto de vidro é invisível, mas é um mecanismo que tem sido identificado inclusive nas carreiras de ciência e tecnologia. Na verdade, é nos níveis ocupacionais mais altos e de maior prestígio que se observam as maiores diferenças entre os gêneros no que diz respeito a ganhos salariais (OLINTO, 2011, p. 68).

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Braz. J. of Develop.,Curitiba, v. 6, n. 11, p. 88745-88761, nov. 2020. ISSN 2525-8761 Também Londa Schiebinger (2001) descreve o fenômeno do teto de vidro. Diz ela que o glass

celling é uma barreira invisível que impede as mulheres de atingirem o topo da Academia, chamando

atenção para as múltiplas etapas em que as mulheres são excluídas ao tentarem subir escadas acadêmicas.

Os dados do Diretório do CNPq sobre os coordenadores de núcleos de pesquisa apontam que quanto maior o prestígio e poder do cargo acadêmico, menor a participação das mulheres: novamente o teto de cristal que deixam as cientistas fora dos postos de maior poder e responsabilidade em ciência e tecnologia.

Além do fenômeno do teto de vidro, observamos o Efeito Matilda, termo cunhado por Margareth Rossitier (1993) como um paralelo ao Efeito Mateus, descrito por Robert Merton.

O Efeito Mateus, em breve síntese, consiste no prestígio dado àqueles que já o tem, é um reforço recíproco das atuações masculinas em certos cargos de poder, um certo círculo vicioso: os homens sempre exerceram certos cargos de poder, e por sempre tê-los exercido, acabarão sendo mais reconhecidos e prestigiados como capazes para exercê-los, o que gerará novas escolhas masculinas para tais cargos, perpetrando a desigualdade de gênero.

O Efeito Matilda seria um reforço negativo, às avessas, que aumentaria a barreira encontrada pelas mulheres para o reconhecimento de seu trabalho: por nunca terem exercido certos cargos de poder serão tidas como incapazes para tal. E mesmo ultrapassando essas barreiras, as mulheres permaneceriam afastadas de postos de chefia e de direção, lugares hierarquicamente superiores, reforçando a ideia já sedimentada de que elas teriam melhor performance nos cargos ditos "femininos", criando um entrave ainda maior para o seu desenvolvimento no campo científico.

Nesse debate, não se pode deixar de mencionar a questão que ficou conhecida como La Querelle

des Femmes, iniciada por Christine de Pizan, na França, no século XV, que colocou de um lado os que

acreditavam na equivalência feminina na aquisição de conhecimento e, de outro, os que defendiam a superioridade dos homens já que a fisiologia feminina condicionaria as mulheres ao desempenho de atividades ligadas ao espaço doméstico e familiar (TOSI, 1998, p. 369)

No século XX, quando inicia a luta das mulheres por igualdade de direitos, entre eles o acesso à educação científica, é publicada, em 1913, a primeira obra detalhada sobre a participação das mulheres na ciência, intitulada Women in Science, escrita por H. J. Mozans, um marco a partir do qual o tema gênero e ciência ganhou destaque no meio acadêmico e propiciou, mais tarde, que o assunto fosse percebido como de extrema relevância por órgãos internacionais.

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Braz. J. of Develop.,Curitiba, v. 6, n. 11, p. 88745-88761, nov. 2020. ISSN 2525-8761 igualdade de acesso ao ensino superior, ao ingresso na carreira científica, assim como a participação em instâncias de decisão no desenvolvimento da ciência. Ainda que a inserção das mulheres na ciência seja inegável, a persistente divisão de papéis sociais não foi superada, resultando na constituição de carreiras diferentes para homens e para mulheres.

4 INGRESSO DA MULHER NA CIÊNCIA NO BRASIL E NA REGIÃO NORTE

No contexto brasileiro, as primeiras escolas de ensino superior foram erguidas pelos jesuítas na segunda metade do século XVI e eram voltadas para a formação cultural de homens brancos. As mulheres ficaram de fora do sistema escolar estabelecido no princípio da colônia.

No século seguinte, o acesso à educação foi quase nulo para as mulheres, havendo poucos casos de educação em conventos. Segundo Lopes (2004, p. 97-09), no Brasil, as mulheres só tiveram acesso ao ensino superior a partir de 1879, com a Reforma Leôncio de Carvalho, que garantia, em seu artigo 24 do Decreto n. 7.247/1879, a liberdade e o direito da mulher frequentar as faculdades. Neste século, há um aumento gradual do número de alunas na rede escolar pública, sendo uma menina para cada três meninos ao final do referido século (STAMATTO, 2002)

Também no Brasil a questão não pode ser encarada de modo dissociado do contexto sociocultural que trouxe o patriarcado como regra natural para a sociedade brasileira e passou a reproduzir as desigualdades de gênero no país. Tal análise revela quão profundamente estão enraizadas as ideias discriminatórias na cultura brasileira, perpassando as falas, músicas, filmes, educação, etc (SAFFIOTTI, 1987).

Jacqueline et al Leta (2013, p. 272), em estudo recente sobre produtividade científica por gênero, pontua que os estudos da participação das mulheres na ciência “ainda são incipiente e, em geral, de difícil acesso e muito dispersa". No mesmo caminho, Lopes (2004, p. 97-09) afirma que os estudos históricos sobre mulheres e as ciências naturais possuem poucos dados sistematizados no Brasil.

Trazendo a questão para o Norte do País, a Avaliação Quadrienal 2017 da Capes1 aponta a

existência de quatro programas na região, destacando o Norte como a região com maior número de Estados sem programas na área do Direito. Apenas dois Estados, dos sete, contam com programas em Direito. Em comparação com os demais Estados comprovou-se assimetrias significativas.

A despeito da análise não trazer dados específicos de gênero no acesso aos programas de pós-graduação da região Norte, podemos inferir que, se no geral, considerando homens e mulheres, há um

1 http://www.capes.gov.br/sala-de-imprensa/noticias/8691-capes-divulga-resultado-final-da-avaliacao-quadrienal-2017.

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Braz. J. of Develop.,Curitiba, v. 6, n. 11, p. 88745-88761, nov. 2020. ISSN 2525-8761 acesso pífio aos programas, certo é que a participação das mulheres é ainda mais inexpressiva.

5 ESTUDOS RECENTES SOBRE O TEMA NO BRASIL E NA REGIÃO NORTE

As universidade e os centros de pesquisa começam a estudar a chegada feminina à ciência desde o início do século passado (SCHIEBINDER, 2001). O tema tem motivado estudos internacionais como os feitos pela UNESCO e pela Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico, organizações responsáveis por incentivar o desenvolvimento econômico no mundo levando em conta que a promoção da igualdade de gênero é um dos oito grandes objetivos das Nações Unidas para o Milênio.

No Brasil, um dos estudos mais recentes sobre produtividade científica por gênero foi o estudo desenvolvido por Jacqueline et al Leta em 2013, denominado "Equilíbrio nas tarefas dos docentes-pesquisadores no Brasil: uma questão de gênero?", no qual foram analisados os papéis acadêmicos dos docentes-pesquisadores brasileiros que fazem parte do programa de pós-graduação – ciência como

locus de poder, de competição, no qual a produtividade é um dos mecanismos de reconhecimento na

ciência contribuindo para ocupações de cargos de prestígio científico.

O Fórum Economico Mundial, ocorrido em 2005, elaborou o documento “Empoderamento das Mulheres - Avaliação das Disparidades Globais de Gênero” (FEM, 2005) no qual definiu cinco dimensões para o empoderamento e as oportunidades das mulheres: participação econômica; oportunidade econômica; empoderamento político; conquistas educacionais; saúde e bem-estar. Em nenhuma das áreas consideradas os países analisados conseguiram eliminar as disparidades.

Há ainda a já citada Avaliação Quadrienal 2017 realizada pela Capes, através da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior, que emitiu o Relatório de Avaliação 2013 – 2016, na área de Direito, e que traz uma perspectiva atualizada do quadro geral dos 99 programas de pós-graduação em instituições públicas e privadas no Brasil. E a despeito de nenhuma análise constante no relatório abordar de forma específica a questão de gênero, a avaliação figura como peça chave no panorama brasileiro de cursos de pós-graduação.

Ian Pimentel Gameiro e Gilberto Guimarães Filho (2017) analisam a rede de pós-graduação

stricto sensu em Direito na região Norte do Brasil e afirmam que o Norte representa a menor rede no

País: apenas dois Estados possuem cursos de pós-graduação stricto sensu em Direito: Pará e Amazonas. Trata-se, portanto, da região com menor oferta formativa a esse nível acadêmico, com apenas quatro cursos existentes na região, sendo dois ofertados por instituições de ensino superior públicas – Universidade Federal do Pará e Universidade do Estado do Amazonas, e os outros dois por instituições

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Braz. J. of Develop.,Curitiba, v. 6, n. 11, p. 88745-88761, nov. 2020. ISSN 2525-8761 de ensino superior particulares – Universidade da Amazônia e Centro Universitário do Estado do Pará (GAMEIRO; GUIMARÃES FILHO, 2017, p. 912). Novamente aqui a questão de gênero não é destacada mas, com base nos dados gerais, é possível ter uma pespectiva bastante aproximada do que seria o acesso feminino ao meio acadêmico amazônida.

Outro estudo que aborda também a oferta de cursos de pós-graduação, e aqui mais especificamente na Amazônia, é o de Ronaldo de Oliveira Rodrigues, que afirma "As dificuldades enfrentadas para a consolidação de cursos de pós-graduação na Região Norte do Brasil são nítidas. A reduzida quantidade de cursos stricto sensu representa, em parte, os obstáculos existentes. Como extensão desse aspecto está a baixa quantidade de doutores, bem como o modesto conceito Capes de boa parte dos cursos de pós-graduação nas universidades nortistas (RODRIGUES, p. 19, 2014). Segundo o autor, a realidade amazonense de formação stricto sensu é ainda inexpressiva quando comparada à do eixo Sudeste-Sul.

6 ANÁLISE DE RESULTADOS

Uma vez levantadas as questões de pesquisa, escolhido o campo de estudo e definida a metodologia utilizada, partimos para a análise quantitativa de homens e mulheres que ingressaram e/ou titularam em programa de mestrado e/ou doutorado na Universidade Estadual do Amazonas e no Centro Integrado de Ensino Superior do Amazonas, nos anos de 2013 a 2018 (informação verbal).2

6.1 CENTRO INTEGRADO DE ENSINO SUPERIOR DO AMAZONAS

No Centro Integrado de Ensino Superior do Amazonas3 foram oferecidos três programas de pós

graduação mestrado, em parceria com outras intituições dentro do País, e um programa de pós graduação dotourado, também nos mesmos moldes.

Analisando primeiramente os mestrados, verificamos que no curso de Direito Constitucional em parceria com a Instituição Toledo de Ensino (ITE), compuseram a turma 16 homens e 7 mulheres; no curso em Direito do Estado em parceria com a Universidade de São Paulo (USP), iniciado em 2017, há 13 homens e 7 mulheres; no terceiro mestrado, também em Direito Constitucional, em parceira com a Universidade de Fortaleza (UNIFOR), iniciado em 2018, tem-se 14 homens e 8 mulheres. Na tabela abaixo constam os dados colhidos:

2 Informações fornecidas pelas Secretarias de Pós-Graduação da Universidade Estadual do Amazonas – UEA e do Centro

Integrado de Ensino Superior Do Amazonas – CIESA em acesso ao sistema interno das instituições, em outubro e novembro de 2018.

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Braz. J. of Develop.,Curitiba, v. 6, n. 11, p. 88745-88761, nov. 2020. ISSN 2525-8761 No programa de doutorado em Direito Constitucional, iniciado em 2016, em parceira com a Universidade de Fortaleza (UNIFOR), frenquentam o curso 18 homens e 7 mulheres:

O menor percentil de preponderância masculina nos cursos analisados foi de 63,63%, e o maior, encontrado no curso de dotourado, foi de 72% de predominância. Tais dados confirmam o maior acesso masculino no âmbito da pesquisa em geral, como confirmando as análises históricas acima comentadas e os estudos citados ao longo desse estudo.

Outra informação importante confirmada pelos dados colhidos é existência do glass celling ou teto de vidro na realidade da universidade analisada, uma vez que, conforme se sobe os degraus da produção científica, mais acentuada é a ausência feminina: no doutorado, as mulheres chegaram a apenas 28% dos inscritos no curso, percentil bem inferior ao do mestrado, onde as mulheres chegam a quase 40% dos inscritos.

6.2 UNIVERSIDADE ESTADUAL DO AMAZONAS

Na Universidade Estadual do Amazonas4 , a realidade parece ser mais igualitária, havendo

paridade de acesso, chegando até mesmo, em alguns anos, há termos maoria feminina no curso de mestrado em Direito Ambiental. Os dados colhidos informam menor preponderância masculina, conforme tabela abaixo:

4 LIRA, Stephanie. SILVA FILHO, Erivaldo Cavalcanti e Silva. Dados e Relatório de alunos ativos [mensagem pessoal].

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Braz. J. of Develop.,Curitiba, v. 6, n. 11, p. 88745-88761, nov. 2020. ISSN 2525-8761 Há alguns destaques a serem feitos diante dos dados da Universidade Estadual do Amazonas; em 2014, 2016 e 2017 repete-se a maioria masculina, porém com pouca diferença entre os gêneros; em 2013, 2015 e 2018, de forma extraordinária, o número de mulheres supera o dos homens.

Os dados da Universidade Estadual do Amazonas apontarem uma variação significativa na presença masculina de ano a ano; já a participação feminina nos programas se matém em número mais constante, o que aponta para uma presença mais feminina mais sedimentada ao longo do tempo, e que, provavelmente, tende ao aumento.

A coleta analisada confirma as assertivas de Hildete Pereira de Melo e Ligia Rodrigues sobre a ascendente participação feminina em C & T (MELO, RODRIGUES; 2017). Os estudos de Maria Cristina Piumbato Innocentini HAYASHI, Rodrigo de Castro CABRERO, Maria da Piedade Resende de COSTA e Carlos Roberto Massao HAYASHI (2007) são corroborados por esta pesquisa na medida que também apontam um aumento importante da participação das mulheres nos últimos anos e destacam a relevância do potencial feminino como estratégia para o avanço científico brasileiro.

Os dados coletados reforçam a evidência da preponderância masculina no campo da ciência, comprovando que a participação feminina em ciência e tecnologia ainda sofre sérias restrições, seja pela conjuntura histórica, religioa, social ou cultural.

7 CONCLUSÃO

Considerando a questão de gênero quanto ao acesso à ciência convém destacar que, historicamente, às mulheres fora negada a participação na produção científica, permanecendo o espaço do conhecimento ao domínio masculino. Influências religiosas, aspectos socioculturais e biológicos, arraigados ao longo de séculos, sedimentaram a ideia de que a mulher era afeita apenas às atividades domésticas e familiares, e impediram-nas de ter acesso aos espaços públicos, dentre eles a universidade.

Ainda assim, a partir do século XIX as muheres buscaram seu espaço na Academia tentando desmistificar os rótulos a ela atribuídos e provando ao longo do tempo que ambos, homens e mulheres, possuem igual capacidade na produção do conhecimento e de colaboração na área de ciência e tecnologia.

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Braz. J. of Develop.,Curitiba, v. 6, n. 11, p. 88745-88761, nov. 2020. ISSN 2525-8761 Após seu ingresso na Academia, constata-se, por meio de todas as leituras consultadas para formular a presente investigação, que a extrema dificuldade em conciliar as exigências acadêmicas e a vida familar exsurge como principal causa para o tardio ingresso das mulheres na ciência e para ascensão na carreira profissional feminina.

Quando o assunto da desigualdade de gênero se insere no contexto nacional, percebemos que as mesmas condicionantes mundiais atuaram também no Brasil, onde a sociedade marcadamente patriarcal relegou às mulheres do século XVI apenas o acesso à educação básica, realidade que começou a mudar apenas a partir do século XIX.

No Estado do Amazonas, constata-se que o fenômeno é similar e impediu que as mulheres disputasssem de igual para igual o espaço acadêmico com os homens. Na região Norte, de um modo geral, há um acesso inexpressivo a programas de pós-graduação stricto sensu, menor ainda é o número de mulheres com acesso a eles. A análise dos dados aponta para uma diferença significativa entre a presença masculina e feminina nos bancos de pós-graduação stricto sensu nas duas universidades analisadas, de 2013 a 2018. Os dados colhidos do programa de doutorado revelam, ainda, que além da dificuldade no acesso aos programas, as mulheres também enfrentam obstáculos na ascensão da carreira acadêmica, uma vez que a diferença de gênero no doutorado é ainda maior (teto de vidro).

Os resultados sugerem a necessidade de melhor entendimento das relações de gênero na ciência e suas causas, para que os lugares sociais há tempos estabelecidos sejam desmistificados e ressignificados permitindo a participação de ambos os gêneros em qualquer das esferas sociais, seja no âmbito doméstico e familiar, seja no espaço público em geral.

Ao longo da pesquisa sobressai a importância de ações que proponham questionamentos transformadores, com responsabilidade e comprometimento com a inauguração de novos paradigmas para homens e mulheres, eliminando ou minimizando os fatores que perpetuam a diferença de gênero e favorecendo o surgimento de uma sociedade menos desigual.

As mudanças na estrutura familiar ainda não foram suficientes para levar os homens a dividir com as mulheres a condução da vida doméstica. A emancipação das mulheres, obtida por fortes reivindicações, não trouxe consigo mudanças que alterassem a visão retrógrada dos papéis sociais pré-definidos. Sem essa transformação, a maior participação e crecimento das mulheres na ciência restará prejudicia também nas próximas gerações.

É certo que o número de mulheres dedicadas a uma carreia científica, em termos globais, ainda é muito inferior se comparado ao número de homens. E ainda há pouca valorização às contribuições femininas, abrindo-se um longo caminho para alcançar a igualdade de participação nas áreas de

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Braz. J. of Develop.,Curitiba, v. 6, n. 11, p. 88745-88761, nov. 2020. ISSN 2525-8761 conhecimento.

A despeito disso, as evidências aqui encontradas trazem luzes para o tema e procuram apontar para soluções que possam facilitar a transformação do cenário atual abrindo espaço cada vez maior para contribuição feminina na pesquisa e na produção de conhecimento na sociedade pós-moderna.

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