DIRETRIZES PARA ELABORAÇÃO DO TRABALHO I
1. Orientações Gerais
Deverá ser entregue impreterivelmente no dia 29 de julho de 2013 até as 18 horas, um trabalho por grupo contendo todos os componentes abaixo descritos.
2. Estrutura do Trabalho
O trabalho consiste da elaboração dos seguintes itens referentes ao projeto que será objeto de seu Estudo de Impacto Ambiental: Apresentação da Proposta; Identificação Preliminar dos Impactos Prováveis; Determinação do Escopo dos Estudos Ambientais.
2.1. Apresentação da Proposta
Descrever o projeto, plano, programa ou política a ser apresentado em linhas gerais, incluindo:
2.1.1. Identificação da equipe responsável pelo EIA/RIMA: Identificar a equipe responsável pelo desenvolvimento e elaboração do Estudo de Impacto Ambiental / Relatório de Impacto Ambiental, caracterizando: nome; número de matrícula; formação.
2.1.2. Caracterização do projeto: Definir a atividade (suinocultura, bovinocultura, ovinocultura, caprinocultura, avicultura, etc.), detalhar sua finalidade (corte, engorda, venda de reprodutores, produção de ovos, etc.) e definir sua extensão (número de cabeças, produção semanal, etc.). Explicitar as pretensões sociais do empreendimento quanto à geração de empregos, abastecimento local, promoção de saúde e outros.
2.1.3. Local do Projeto: Apresentar o local planejado para o projeto preferencialmente em um mapa georreferenciado, legendado, com coordenadas geográficas ou UTM. Indicar a área total a ser ocupada pelo projeto e a (possível) presença, na área do empreendimento ou proximidades, de componentes de grande importância ambiental como unidades de conservação, sítios arqueológicos e outros.
2.1.4. Justificativas: Fornecer informações acerca dos fatores determinantes para a escolha da atividade e da localidade, confrontando-as com alternativas locacionais. A justificativa deve também focar em termos da importância do projeto no contexto econômico-social do país, região, estado e município.
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2.2. Identificação Preliminar dos Impactos Prováveis
Listar as atividades que compõem o empreendimento em todas as etapas de seu ciclo de vida (planejamento, implantação, operação e desativação). Devem ser consideradas todas as ações suscetíveis de modificar o ambiente e de originar impactos significativos.
Para fins de consulta poderão ser utilizadas listas genéricas, como as encontradas em FORNASARI FILHO et al. (1992), ou outros estudos ambientais submetidos à avaliação de órgãos governamentais, desde que com as devidas adequações ao seu projeto.
A identificação dos impactos prováveis se dará por meio da descrição das possíveis consequências ambientais (positivas ou negativas) inerentes a cada uma das atividades listadas. Um impacto (consequência) poderá resultar também de um grupo de atividades distintas.
As consequências identificadas deverão ser listadas na forma de enunciados concisos, autoexplicativos e que descrevam o sentido das alterações geradas (perda de..., destruição de..., aumento de..., risco de...) e constituirão uma lista de impactos ambientais prováveis (ou hipotéticos). Os impactos identificados deverão ser classificados em função da (s) fase (s) do empreendimento em que ocorrerão e do meio afetado, de acordo com o ilustrado nos Quadros 2 e 3 do Anexo I.
O rol de impactos prováveis não poderá deixar de abordar todas as modificações em aspectos ambientais protegidos por via legal, por exemplo, bens trombados, patrimônio arqueológico e paleontológico, cavidades naturais subterrâneas, espécies raras, etc.
2.3. Determinação do Escopo dos Estudos
Identificar, dentre os impactos prováveis previamente listados, as questões mais relevantes para o projeto e que serão abordadas com mais detalhe no estudo de impacto ambiental. Deverão ser destacadas no mínimo quatro questões relevantes.
A seleção dos pontos críticos deve considerar a analogia a casos similares, opinião e experiência profissional dos integrantes do grupo, aspectos de interesse público (distúrbios em áreas de lazer, impacto visual em áreas turísticas, mortandade de espécies animais ou vegetais importantes para a economia local, etc.) e os seguintes requisitos presentes em legislação:
– proteção de espécies da flora e da fauna ameaçadas de extinção;
– proteção de ecossistemas que desempenham relevantes funções ecológicas, como recifes de coral, manguezais e outras áreas úmidas;
– proteção de elementos do patrimônio natural, como cavernas e paisagens notáveis; – proteção de modos de vida tradicionais ou outros elementos valorizados da cultura
popular;
– restrição de atividades em área protegidas, como parques nacionais e outras atividades de conservação;
– restrições ao uso do solo, estabelecidas em zoneamentos, planos diretores e outros instrumentos de planejamento territorial.
Projetos situados em áreas de escassez de água ou solos agricultáveis devem também considerar a proteção a estes recursos e a áreas de recargas de aquíferos subterrâneos.
As questões selecionadas deverão nortear a confecção do estudo de impacto ambiental.
3. Referências Bibliográficas
FORNASARI FILHO, N. et al. Alterações no Meio Físico Decorrentes de Obras de Engenharia. São Paulo, Instituto de Pesquisas Tecnológicas, 1992 (Publicação IPT – Boletim 61).
SANCHEZ, L. E. Avaliação de impacto ambiental: conceitos e métodos. São Paulo. Oficina de textos, 2008. 495 p.
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Anexo I – Listas de atividades e impactos de diferentes projetos
Quadro 1. Principais atividades componentes de um empreendimento de mineração FASE DE PESQUISA E PLANEJAMENTO
Contratação de pessoal temporário Serviços topográficos
Abertura de vias de acesso Instalação de acampamentos
Mapeamento geológico, prospecção geofísica e geoquímica Perfuração e coleta de testemunhos
Retirada de material para ensaios
Realização de ensaios de laboratório ou em escala-piloto Elaboração de projeto de engenharia
FASE DE IMPLANTAÇÃO Aquisição de terras
Contratação de serviços de terceiros Encomenda de máquinas e equipamentos
Construção ou serviços de melhoria das vias de acesso Implantação de canteiro de obras
Contratação de mão de obra para a construção Remoção da vegetação
Decapeamento e terraplenagem Estocagem de solo vegetal
Perfuração de poços e galerias de acesso para minas subterrâneas Preparação dos locais de disposição de estéreis e de rejeitos
Instalação de linha de transmissão de energia elétrica ou instalação de grupo gerador Implantação de sistema de captação e armazenamento de água
Construção e montagem das instalações de manuseio e beneficiamento Construção e montagem das instalações de apoio
Disposição de resíduos sólidos Implantação de viveiro de mudas
Recrutamento de mão de obra para a fase de operação FASE DE OPERAÇÃO
Remoção de vegetação Decapeamento da jazida Abertura de vias subterrâneas
Drenagem da mina e áreas operacionais Perfuração e desmonte de rocha
Carregamento e transporte de minério e estéril Disposição de estéreis
Disposição temporária de solo vegetal
Revegetação e demais atividades de recuperação de áreas degradadas Estocagem de minério
Beneficiamento Secagem de produtos
Processamento de material metalúrgico ou químico Deposição de rejeitos
Estocagem de produtos Expedição
Transporte
Estocagem de insumos
Disposição de resíduos sólidos Manutenção
Aquisição de bens e serviços FASE DE DESATIVAÇÃO
Retaludamento e implantação de sistema de drenagem Preenchimento de escavações
Fechamento do acesso a aberturas subterrâneas e sinalização Revegetação e recuperação de áreas degradadas
Desmontagem das instalações elétricas e mecânicas Remoção de insumos e resíduos
Demolição de edifícios Dispensa de mão de obra
Supervisão e monitoramento pós-operacional
Quadro 2. Principais efeitos e impactos ambientais decorrentes de um empreendimento de mineração
SOBRE O MEIO FÍSICO
Alteração das características do solo (estrutura, compactação, etc.) Aumento da erosão
Aumento da carga de sedimentos nos corpos d’água Geração de estéreis
Geração de rejeitos
Geração de resíduos sólidos Dispersão de gases e poeiras Emissão de ruído
Emissão de vibrações e sobrepressão atmosférica Dispersão de efluentes líquidos
Rebaixamento ou elevação do nível freático Subsidência
Aumento dos riscos de escorregamentos de taludes SOBRE O MEIO BIÓTICO
Alteração das condições climáticas locais Alteração ou destruição de habitats terrestres Alteração de habitats aquáticos
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Bioacumulação de poluentes
Diminuição da disponibilidade de nutrientes Diminuição da produtividade dos ecossistemas Fragmentação da cobertura vegetal
Perda da cobertura vegetal Deslocamento da fauna Perda de espécimes de fauna Criação de novos ambientes Proliferação de vetores
SOBRE O MEIO ANTRÓPICO Impacto visual
Modificação da infraestrutura de serviços Desconforto ambiental
Deslocamento de assentamentos humanos Substituição de atividades econômicas Indução de fluxos migratórios
Aumento do tráfego de veículos Riscos à saúde humana
Incremento da atividade comercial Aumento da demanda de bens e serviços Aumento local de preços
Aumento da oferta de empregos Aumento da população
Sobrecarga da infraestrutura de serviços Expansão da infraestrutura local e regional Perda de patrimônio cultural
Perda de referências espaciais à memória e à cultura popular Redução da diversidade cultural
Alteração dos modos de vida tradicionais Alteração das relações socioculturais Limitação das opções de uso do solo Aumento da arrecadação tributária
Qualificação profissional da mão de obra local
Quadro 3. Principais atividades componentes de um empreendimento rodoviário FASE DE PLANEJAMENTO
Estudos de viabilidade técnico-econômica e de alternativas de traçado Divulgação do empreendimento
Investigações geotécnicas preliminares, levantamentos topográficos e cadastrais Declaração de utilidade pública e anúncio de desapropriações
FASE DE IMPLANTAÇÃO: ATIVIDADES PREPARATÓRIAS
Execução da desapropriação, desocupação de imóveis e demolições Pagamento de indenizações
Transferência da população afetada
Remanejamento de redes de utilidades públicas Contratação de serviços
Contratação de mão de obra
Implantação de canteiros, acampamentos e demais áreas de apoio Abertura de vias de acesso e pistas de serviço
Transporte de máquinas até os locais das obras
Desvios e bloqueios de trânsito de veículos, pedestres e animais Aquisição de bens e insumos
Estocagem de bens e insumos Remoção da vegetação
Implantação de pedreiras ou aquisição de brita Instalação de usina de asfalto
FASE DE IMPLANTAÇÃO: ATIVIDADES DE CONSTRUÇÃO Terraplenagem, execução de cortes e aterros
Implantação de sistema de drenagem de águas pluviais Desvio e canalização de cursos d'água
Transporte e disposição de materiais em bota-foras
Transporte de insumos e materiais para os canteiros e distribuição na área de construção Execução de obras de arte
Preparação do leito carroçável Pavimentação
Plantio em taludes e outras áreas Sinalização
Manutenção de máquinas e equipamentos Fase de implantação: desmobilização Desmontagem do canteiro de obras Retirada de entulho e resíduos Recuperação de áreas degradadas Dispensa da mão de obra
FASE DE OPERAÇÃO Circulação de veículos
Conservação e manutenção da via
Conservação e manutenção de áreas verdes Proteção da faixa de domínio
Controle de operações
Quadro 4. Principais efeitos e impactos ambientais decorrentes de um empreendimento rodoviário
Fase de ativação: atividades preparatórias e de construção SOBRE O MEIO FÍSICO
Modificação do relevo
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Aumento da carga de sedimentos e assoreamento de corpos d'água Represamento parcial de cursos d'água
Aumento das áreas de solo impermeabilizado
Indução de inundações (aumento de frequência e intensidade) SOBRE O MEIO BIÓTICO
Interferência sobre processos bióticos nos corpos d'água (e.g. ciclagem de nutrientes) Soterramento de comunidades bentônicas
Criação de ambientes lênticos SOBRE O MEIO ANTRÓPICO
Modificação da infraestrutura de serviços Alteração das formas de uso do solo
Deslocamento de pessoas e atividades económicas Aquecimento do mercado imobiliário
Aumento da oferta de empregos
Aumento da demanda de bens e serviços Aumento da arrecadação tributária Fase de implantação: desmobilização Redução das oportunidades de trabalho Redução da arrecadação tributária Fase de operação
Emissão de poluentes atmosféricos Geração de ruído
Drenagem de águas pluviais Geração de resíduos sólidos
Risco de poluição da água e do solo com substâncias químicas Perturbação e afugentamento da fauna (efeito evitação)
Bloqueio ou restrição de movimento através da rodovia (efeito barreira) Interferência com caminhos e passagens preexistentes
Aumento do tráfego nas vias interconectadas .
Anexo II - Questões relevantes em um projeto de exploração de petróleo
A Chevron Overseas (Namíbia) Ltd. obteve direitos de exploração de petróleo na plataforma continental da Namíbia. Foi preparado um EIA para perfuração de poços de exploração de petróleo (ou seja, a fase que precede a perfuração de poços de produção) na plataforma continental ao largo da costa da Namíbia, no Atlântico Sul, em local conhecido como Bloco 2.815 (10.000 km2); o projeto prevê a perfuração de, no mínimo, dois poços, com possibilidade de perfurações adicionais, dependendo dos resultados.
As questões relevantes foram identificadas em reuniões de trabalho com participação das partes interessadas e afetadas, e em seguida trabalhadas pelo consultor responsável.
POLUIÇÃO E GESTÃO DE RESÍDUOS Derramamento de óleo
Poluição resultante de lamas de perfuração Outras formas de poluição
Impactos causados por ruptura ou deriva de plataformas (como colisões com navios) MEIO BIOFÍSICO
Impactos em áreas úmidas costeiras Impacto sobre Gracilaría (alga)
Impacto sobre estoques e indústria da lagosta Impacto sobre maricultura
Impacto sobre estoques e indústria pesqueira Impacto sobre aves costeiras e pelágicas
Impacto sobre focas Impacto sobre golfinhos e baleias Danos e situação ambiental atual
PREOCUPAÇÕES SOCIAIS EM LUDERITZ
Preocupações diversas, como falsa expectativa de crescimento económico, contato com trabalhadores das plataformas etc.
IMPACTOS SOBRE INFRAESTRUTURA
Impactos em Luderitz (abastecimento de água e gestão de resíduos, impacto sobre o porto Impactos nacionais (rede de transporte)
CONSIDERAÇÕES LEGAIS
Respeito a todas as exigências legais aplicáveis e demandas de compensação RELAÇÕES PÚBLICAS E COMUNICAÇÕES