Oportunidades de Financiamento para Pesquisa
no Brasil: Disponibilidade de Recursos e Temas de
Interesse das Agências Nacionais
III Colóquio de Pesquisa Aplicada da FGV
Lenta evolução da Produtividade no
Brasil
0 10000 20000 30000 40000 50000 60000 70000 1950 1952 1954 1956 1958 1960 1962 1964 1966 1968 1970 1972 1974 1976 1978 1980 1982 1984 1986 1988 1990 1992 1994 1996 1998 2000 2002 2004 2006 2008 2010 2012 2014 2016Rússia África do Sul Brasil China Índia
Produtividade do Trabalho, BRICS, 1950-2017
Fonte: The Conference Board
Avaliação da Produtividade por Setores
Produtividade setorial – Brasil e países selecionados
Embora existam ganhos potenciais de uma realocação da população ocupada para setores mais
produtivos, a baixa produtividade brasileira é sistêmica e associada a todos os setores.
6,10
13,9
5,7 5,4
Total Agropecuária Indústria Serviços
Total Agropecuária Indústria Serviços
Brasil 14.689 4.779 19.389 15.814 Estados Unidos 89.318 66.271 109.937 85.647 França 66.488 50.027 64.056 69.225 Japão 64.967 18.102 70.607 65.400 México 25.260 6.109 31.423 27.836 China 14.792 3.599 25.661 18.549 Índia 8.423 2.224 11.984 17.307
Produtividade setorial - Relação EUA / Brasil
Dados de 2009 - Em US$ PPP
Fonte: Velloso et al (2017)
Produtividade terá de aumentar para que o
Brasil volte a crescer
Crescimento do PIB, da Produtividade e da População Ocupada
1950 a 1980 1980 a 1992 1992 a 2016 2016 a 2036
Crescimento do PIB (% ano) 7,4 1,4 2,6 ?
Crescimento da produtividade do trabalho (% ano) 4,2 0,8 0,7 ?
Crescimento da População Ocupada (% ano) 3,1 2,2 1,9 0,9
Fonte: Ipeadata e IBGE / Retirado de Bonelli et al (2017)
O crescimento do PIB nas últimas décadas tem sido puxado pelo crescimento da
população ocupada e por fatores conjunturais, como o boom das commodities
Sem fatores como aumento populacional ou fatores conjunturais, o Brasil terá que
melhorar – e muito – sua produtividade para reverter a sua trajetória de baixo crescimento
Inovação é chave para os ganhos de
produtividade das empresas
• A inovação causa o aumento do investimento
(FBCF) no Brasil. Empresas inovadoras investem
23% mais do que empresas não inovadoras
Diferencial de Produtividade por
Tipo de Empresa
Fonte: PINTEC / IPEA
Tipo de Empresa
Prod. Trabalhador
(VTI/PO*), R$ mil
Não inovadoras
34,9
Empresas inovadoras
45,5
* VTI: Valor de Transformação Industrial / PO: Pessoal Ocupado
Além disso, essas empresas, em geral:
• São mais eficientes e produtivas;
• Conseguem acessar mercados no exterior;
• Oferecem postos de trabalho de melhor
Evolução dos Dispêndios em P&D
1,05 1,06 1,01 1,00 0,96 1,00 0,99 1,08 1,13 1,12 1,16 1,14 1,13 1,20 1,27 0,54 0,57 0,52 0,51 0,48 0,48 0,49 0,56 0,57 0,58 0,59 0,60 0,62 0,69 0,67 0,51 0,50 0,49 0,49 0,49 0,52 0,49 0,52 0,56 0,53 0,57 0,54 0,51 0,51 0,60 0,20 0,40 0,60 0,80 1,00 1,20 1,40 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014Total Dispêndios Públicos Dispêndios Privados
Investimentos em P&D em relação ao PIB cresceram timidamente ao longo dos
últimos anos
Investimentos em P&D por Países –
Divisão entre Empresas e Governo
22%
30%
47%
52%
57%
63%
69%
69%
77%
78%
81%
0%
10%
20%
30%
40%
50%
60%
70%
80%
90%
México Rússia Brasil Espanha Canadá Reino Unido
Alemanha Estados Unidos
Coréia China Japão
Investimentos em P&D por Países – Participação dos Dispêndios Empresariais no Investimento Total (Dados 2014)
Por que as empresas brasileiras inovam pouco?
Posição Brasileira no Global Innovation Index 2017
Ranking PISA - leitura, matemática e ciências 64º
Cooperação ICT-Empresa 84º
Graduados em atividades científicas e engenharias 96º Investimento em Formação Bruta de Capital 98º
Tarifa de Importação Média 108º
Facilidade no pagamento de impostos 124º Facilidade em se iniciar um novo negócio 123º
Global Innovation Index 2017*
• Índice é composto por 81 indicadores
Tamanho do Mercado Doméstico 7º Dispêndios em Educação (% do PIB) 21º Publicações Científicas (H Index) 23º Dispêndios Totais em P&D (% do PIB) 32º
Alguns indicadores em que o Brasil se destaca positivamente
Alguns indicadores em que o Brasil se destaca negativamente
3º Holanda
5º Reino Unido
Por que as empresas brasileiras inovam pouco?
Alguns fatos que ajudam a explicar o atual quadro de investimento em inovação das
empresas brasileiras:
1. Políticas de financiamento não tiveram a eficácia necessária;
2. Investimentos em Educação ainda deixam lacunas importantes, principalmente na
formação de Engenheiros e nos resultados da Educação Básica;
3. Mercado altamente protegido: diminui a concorrência e dificulta a importação de
insumos necessários à inovação;
4. Ambiente econômico e de negócios instável;
5. Cooperação ICT-Empresa aquém do desejado;
6. Custos do trabalho crescentes, que afetam a poupança das empresas e
consequentemente o investimento.
% de Empresas Inovadoras da Indústria que receberam mecanismos públicos de apoio 22,8% 34,6% 40,4% 2008 2011 2014 31,4 0,9 0,5 1,1 3,2 8,0 1,4
Financiamento à Compra de Máquinas e Equipamentos
Projetos de inovação em parceria com universidades e institutos de pesquisa Subvenção Econômica Lei de Informática Lei do Bem Outros Programas Compra Públicas
Apesar de o apoio ter sido elevado, continua ainda muito direcionado a atividades incrementais como o financiamento à compra de máquinas e equipamentos (utilizado por 31,4% das empresas inovadoras)
Fonte: Pintec
Instrumentos de Apoio utilizados pelas Empresas Inovadoras da Indústria (Período 2012-2014)
Apoio Público às atividades de P,D&I Empresarial no Brasil
Fonte: Pintec
Apoio Público às atividades de P,D&I Empresarial no Brasil
Apoio Público – Principais Instrumentos no Brasil e estimativa de apoio 2016:
* Conforme Lei nº 4.506/64 e Decreto-Lei nº 756/69
** Outros Incentivos Fiscais: PADIS, PADTV e Importação CNPQ, conforme dados IPEA
R$ milhões % R$ milhões % R$ milhões % Lei de Informática* 5.360 33,0% 5.360 46,4% 1.300 16,3% Lei do Bem 1.982 12,2% 1.982 17,2% 1.982 24,8% Dedução de P&D no IRJP** 1.428 8,8% 1.428 12,4% 714 9,0% Outros gastos tributários*** 755 4,6% 755 6,5% 378 4,7%
Total Gastos Tributários 9.525 58,6% 9.525 82,4% 4.374 54,8%
FINEP**** 2.400 14,8% 960 8,3% 1.080 13,5% BNDES**** 3.280 20,2% 960 8,3% 1.476 18,5%
Total Crédito 5.680 34,9% 1.920 16,6% 2.556 32,0%
Subvenção Econômica Subvenção Econômica 108 0,7% 108 0,9% 108 1,4%
ANEEL 385 2,4% - 0,0% 385 4,8% ANP 554 3,4% - 0,0% 554 6,9%
Total Agências Reguladoras 939 5,8% - 0,0% 939 11,8%
16.252
100,0% 11.553 100,0% 7.977 100,0% Apoio Total Investimentos P&D
Total
Políticas e instrumentos para promoção dos dispêndios privados em Pesquisa, Desenvolvimento e Inovação
Apoio Total Custo Fiscal Estimado
Cláusula Obrigatória de P&D nos setores regulados
Crédito para Inovação Gastos Tributários
Apoio Público às atividades de P,D&I Empresarial no Brasil
Exemplos de Trabalhos de Avaliação das Políticas Públicas
1. Incentivos Fiscais
i.
Lei do Bem:
Principais trabalhos mostram que o incentivo gera aumento dos investimentos em P&D nas
empresas contempladas:
ii.
Lei de Informática:
Principais trabalhos mostram que o incentivo
não
gera efeito significativo sobre os investimentos
em P&D no âmbito das empresas.
Segundo estes autores, a Lei de Informática é uma combinação de proteção ao mercado
doméstico e redução de IPI, com contrapartidas de conteúdo local e obrigações de
investimentos em P&D por parte das empresas.
Problema: Competição é uma ferramenta poderosa de estímulo à inovação.
Problema: não atinge empresas de menor porte.
Kannebey Jr. e Porto (2012); Shimada et al. (2014); Avellar (2009) e Avellar e Alves (2008)
Apoio Público às atividades de P,D&I Empresarial no Brasil
Exemplos de Trabalhos de Avaliação das Políticas Públicas
i.
Financiamento para compra de máquinas e equipamentos
Principais trabalhos mostram que o Financiamento do BNDES apenas desloca o financiamento
privado dos investimentos das empresas e não gera adicionalidade significativa.
ii.
Financiamento à atividade de P&D
Evidências de que o financiamento da Finep às atividades de P&D da têm efeitos positivos sobre o
esforço inovativo das empresas brasileiras.
Necessário, no entanto, novos estudos para avaliar os últimos anos da Política.
Lazzarini et al. (2015) e Bonomo et al. (2015)
De Negri et al. (2009) e Araújo (2012)
Alguns Dados Positivos sobre a Educação no País
10,4 50,2 2,8 16,7 1996 2014 Mestres DoutoresFormação de Mestres e Doutores no Brasil – 1996 e 2014 (Dados em mil)
Fonte: CGEE 7 7 6 6 6 6 6 6 5 5 5 5 5 5 5 5 5 5 4 4 4 4 4 4 3 Fonte: OCDE
Gasto Público em Educação - % do PIB
Gasto Público em educação também foi elevado, e está num patamar próximo ao de países mais
avançados.
Mas ainda temos muitas deficiências em Educação
1769 1355 970 919 909 864 856 784 701 689 544 496 288Fonte: OCDE (2010) e Censo do Ensino Superior Inep/MEC (2012)
Formados em Engenharia por milhão de habitantes
1º China
2º Singapura 3º Hong Kong
4º Coréia
29º EUA
50º Chile
57º Brasil
59º Argentina
Ranking PISA 2012 (65 Avaliados)
Avaliação de Leitura, Matemática e Ciências
Apesar dos investimentos crescentes, os resultados na Educação Básica ainda estão aquém do
desejado
No Ensino Superior, apesar de termos mais Universidades entre as melhores do Mundo,
ainda formamos relativamente poucos Engenheiros...
Abertura Comercial
O Brasil é um dos países mais fechados do mundo.
66,8 64,8 47,7 45,2 38,2 33,5 32,8 31,4 27,6 21,7 20,9 17,7 Alemanha União Europeia França Média Mundial Rússia América Latina
Índia China Japão Estados Unidos
Brasil Argentina
Fonte: Banco Mundial
Índice de Abertura Comercial (soma de exportações e importações em relação ao PIB)
Sem competição, as empresas são menos compelidas a buscar ganhos de produtividade
e inovação.
Grau de Cooperação ICT-Empresa
Firmas inovadoras colaborando em atividades inovativas com Universidades ou Institutos de Pesquisa
(Dados em %)
Os resultados produzidos pela nossa Ciência não tem resultado em novos produtos e
processos em nossas empresas na medida necessária
Fonte: OCDE
Brasil: 84ª Posição na Cooperação ICT-Empresa (Global Innovation Index 2017)
28 28 24 21 21 20 19 19 18 17 17 17 17 16 16 16 16 15 14 14 13 13 12 11 10 7 6 6 3
Custo do Trabalho e Formação de
Poupança pelas Empresas
Custo Unitário do Trabalho (Número Índice), Brasil, jan. 1989 - fev. 2014
Custo do Trabalho e Formação de
Poupança pelas Empresas
O crescente custo do trabalho tem prejudicado a formação de poupança pelas empresas,
elemento essencial para o investimento e os ganhos de produtividade
Empresas Não-Financeiras – Composição % da renda retenível
47 54 49 52 59 59 58 62 59 56 58 56 57 57 60 60 60 61 61 61 38 39 43 38 28 28 27 26 30 31 28 28 27 28 26 21 22 21 23 24 15 7 8 10 13 13 14 12 11 13 14 16 16 15 14 19 19 18 16 16 1995 1996 1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 Dividendos (pagos) / renda retenível Poupança / renda retenível Remunerações / renda retenível