CIILdrLe
especial.
VI
Telejornalism o
Seminario de
Lula, Boris Casoy, Villas Boas Correa, Frankli n
Martins, Alex Periscinotto, Hermano Henning,
Sandra Passarinho, Mario Marona, Fernando Mitre,
Ricardo Kotscho, entre outros discutira m
a importancia do telejornalism o
no Brasil.
Mais de 600 pessoas Lotaram o auditeri o
do Memorial da America Latina em
Sao
Paulo e concluiram pela forca politic a
quase irresistivel do jornalismo pela TV.
I Seminario de Telejornalism o
Lula : As TVs na o queriam debate em 89 . 0 Collor exigiu e a nossa turma aceito u que nao podia mostra r os candidatos fora do close, a camera tinh a de ficar parada . . . um a estupidez!
Telejornais ajudaram a re e
F
m fins de maio d e 1998, logo depois d a divulgacao de urn Ibope que aponto u empate na corrida presi-dencial entre Lula e Fer-nando Henrique Cardoso , este ultimo teria se reuni-do corn reuni-donor de jornais , revistas, emissoras de TV e colunistas politicos d eBrasilia .
"Olha, se voces continua -rem falando da seca d o Nordeste, da fome e do de -semprego o Lula ganha a s eleicoes . E se voces nao mu -darem eu you desistir de ser
candidato porque eu na o quero perder as eleicoes" . Esse, em sintese, teria sido o "recado" de FHC aos seu s atentos ouvintes .
Fernando Henrique ain-da teria se queixado a o dono da Rede Globo, Ro-berto Marinho das tintas fortes corn que o Jornal Na-cional estava pintando a seca e a fome no Nordeste . 0 episodio foi contad o por Lula no VI Seminari o Internacional de Telejornalismo promovido pela re -vista IMPRENSA nos dia s 22, 23 e 24 de abril no
Me-morial da America Latina, em Sao Paulo, e foi usado para calcar sua tese de qu e os meios de comunicaca o tomaram o partido do go-verno e ajudaram Fernan-do Henrique a vencer a s eleicoes de 1998 .
"Nos tivemos urn feno-meno na televisao brasilei-ra nas ultimas eleicoes " analisou Lula . "Porque pra -ticamente nenhuma televi-sao, com excecdo da T V Record, cobriu a campanh a corn isencao, independen-temente dos editoriais e do s
Boris Casoy : Mas ai, Lula, nao foi uma exigencia d o Collor, foi uma determinaca o dos organizadores para deixar o debate o mai s neutro possivel...
Leger Fernando Henriqu e
possa ter" .
Sentado a mesa, ao lad o de Lula, Boris Casoy sabo -reou gostosamente o elo-gio, levando-se em conta , principalmente, que ele e Lula nao rezam pela mes-ma cartilha politica . E Lul a continuou :
"A TV Cultura pratica-mente nao cobriu a campa-nha ; o SBT, que e o Segun-do canal da televisao tiro u o telejornalismo de su a programacao ; a Bandeiran-tes cobriu, e aqui prefir o nao entrar nas criticas que tenho sobre essa cobertura,
mas ela, ao seu modo, co-briu ; e a Rede Globo fin-giu que nao tinha campa-nha eleitoral no Brasil" .
Boris Casoy, experient e jornalista que, antes de bri-lhar na TV foi diretor da
"Folha de S.Paulo",
concor-dou, em parte . Admiti u que "as concessoes de radi o e televisao, desde os ano s 30, 40, 50 sempre foram , de uma maneira ou outra , presentes do poder, dos go-vernor, das elites, aos seu s patrocinados, aos seus ami -gos, aos seus cupincha s que, de alguma maneira,
deveriam colaborar corn ester governos " . " Isso se re-flete ate no noticiario da s grandes redes" sublinhou o ancora . "Eu trabalho n a Record, trabalhei no SBT e sempre tive enorme difi-culdade corn esses feudo s politicos e economicos , porque naosoha uma ten-tativa deles de vender algo que you classificar com o propaganda politica como , tambem, principalmente , interferir na divulgacao d e fatos que possam de algu-ma algu-maneira arranhar eleitoral, politica ou economi -...estiveram nos acalorados debate s
VI Seminario de Telejornalismo
"A cobertura jornalistica
das eleicoes de 9 8
ao meu ver foi muito ruim .
Nos
cobrimos, n o
fundamental, o que?
Pesquisas, e algun s
momentos cruciais da
campanha . Isso favorece u
o governo? Eu nao tenh o
a menor duvida "
(Franklin Martins )
camente" . (Os registros do
neiro, em 1982, apesar da
deu razao a Lula :
co ao governo . Porque go -Ministerio das
Comunica-
oposicao da Rede Globo" .
"E absolutamente
inega-
verno e governo, ele produz toes apontam 73
deputa-
Comentarista da Rede
vet, so urn louco negaria
fatos, alguns que afeta m dos e ex-deputados como
Globo, tambem presente a
isso, que a cobertura
poll-
menos, outros que afeta m proprietarios de 133
emis-
mesa, Franklin Martins
tica tende a dar mais
espa-
mais, mas ele esta sempre soras de radio e televisao, a
maioria deles do PFL, par-tido que divide o pode r corn o PSDB de Fernand o Henrique - informa o pro-fessor Sebastiao Squirra , participante de urn dos pa-ineis do seminario . )
" Eu acho que os veicu-los de comunicacao co-brem mal a oposicao po r razoes politicos mesmo" , Boris reconheceu, "ma s houve dois episodios e m que a mensagem era ta o forte que superou a forc a dos veiculos . A vitoria d e Janio Quadros contra tod o
o establishment, em 1985 ,
na prefeitura de Sao Paul o e a vitoria de Brizola, elei -to governador do Rio de
Ja-
Lula, acompanhado por Fernando Mitre, deixa a mesa e cai nos bravos do pov o
Boris, Franklyn Martins e Lula no seminario : crititas a falta de profundidade
"Nas elei4oes de 9 8
partia-se do pressupost o
que nao era necessan o
haver campanha.
Partia-se do pressuposto
que o Presidente d a
Republica deveria se r
reconduzido 'a presidencia
e quanto menos se falasse
no processo eleitoral ,
melhor" (Lula)
produzindo fatos" .
Mas Franklin fez tambe m urn mea-culpa : "nos, com o profissionais, eu acho qu e somos pouco criticos e m relacao ao governo " . E acrescentou : "eu acho qu e precisamos ser mais capa-zes de revelar aquilo qu e esta no circulo do poder . E o que o poder faz" .
Franklin rebateu, no en-tanto, a informacao de qu e seta, fome e desempreg o teriam sumido dos telejor-nais depois da tal reunia o entre Fernando Henrique e empresarios de TV :
"Eu nao sei dessa tal reu -niao que voce falou, Lula . Eu nao senti isso na reda-cr ao, como profissional , algo como ` a partir de ago-ra, nao se fala mais nisso' . Mas e claro que eu nao yo u discutir esse tipo de coisa . Eu so queria lembrar que
na epoca citada tudo sumi u dos noticiarios, a nao ser a Copa do Mundo" .
Lula nao contestou . Ten-tou convencer a plateia , formada por mais de 60 0 estudantes e profissionai s de jornalismo de todo o pals, que nao so na de 98 , como tambem na campa-nha de 1989 ele foi preju-dicado, em parte, pelo po-der da Rede Globo .
"Eu ouvi o dr. Robert o Marinho dizer o seguint e sobre Fernando Collor, e m Paris, para mais de 500 es-tudantes franceses e votes podem conferir corn o Tas-so Jereissati, corn o Migue l Arraes . Disse ele : ` Eu era amigo do pai desse rapaz . Esse rapaz conversou co-migo 19 vezes . Ele falav a ingles fluentemente . Voce , Lula, eu so via nas mani-festacoes na porta da Globo
corn urn caixao na mac) di-zendo que ia me enterrar. 0 Brizola passava o temp o todo dizendo que ia me fe-char . Eu tinha um sujeit o que eu era amigo dele e re-solvi apoia-lo "' .
Apesar das graves revela-cr oes, Lula estava de otim o humor. Procurou encaixa r uma piadinha sempre qu e possivel, levando a platei a
as gargalhadas . Disse, po r exemplo que, " se Bolsa d e Valores fosse born mesmo , ACM ja tinha aberto um a na Bahia " . Auto-ironizou o desempenho que o Ibop e the atribuiu em 98 : " S e continuar assim, na proxi-ma eleicao eu you ficar de-vendo ao Ibope, you esta r corn menos 30! " Queixou-se da intromissao de certo s reporteres : "Amanha al-guem anuncia no telejorna l `Lula tern cancer de
prosta-ta', eu digo que nao e o car a vai querer dar o toque! "
Seu charme irresistive l conquistou ate mesmo 0 publicitario Alex Perisci-noto, um dos homen s mais criativos a servico d o governo Fernando Henri-que . Se ele estivesse ta o inspirado naquele debat e final corn o Collor, e m 1989, nao teria perdid o aquela eleicao . EQUIP E IMPRENS A Texto final: Alex Solni k Producao: Francisco Itacarambi , Tiago Maranhao, Simone Negrao e Renata Bortoleto
v a «~
I U
VI Seminario de Telejornalismo
Mario Renato Marona, Antonio Teles e Roseli Tardeli: dialogo entre a Globo e a Bandeirantes presenciado por Roseli
AL,
Marco Antonio Coelho, Gabriel Prioli e Jair R. dos Santos : assunto polemico , o papel das teves pCiblicas e educativas
Robert Sullivan, Hermano Henning e Adhemar Altieri : uma soma de conhecimento sobre telejornalismo e radio jornalismo
Roseli Tardeli ,
Cristiana Mesquita e Herodoto Barbeiro: o assunto em discussa o era o talkshow e a politica
Ricardo Kotsch o chega para mediar o segundo debate "Telejornai s e a Cobertura Politica " Marcia Peltier, agora na Band, comanda cor n
seu charme o debate sobre as teves que fica m no ar 24 horas so corn noticia s
Marcelo Resende entrevistado depois de atua r
NAS COMUNIDADES D E
P
rePare-se para participar da Conferencia Mundial da Imprensa nas Comunidades de Lingua Portuguesa . Umgrande encontro que vai reunir culturas de varias regiOes d o mundo, diferentes filosofias de trabalho e experiencia d e
diversos profissionais de comunicacao . Esse evento ser a
realizado na cidade de Sao Paulo, no periodo de 17 a 20 de
abril do ano 2000, e tera como objetivo discutir a integracao
entre os paises de lingua portuguesa e as meihores
estrate-gias para a difusao do nosso idioma . Participarao com o
palestrantes dessa Conferencia Iiderancas empresariais d e
varias meios de comunicacao, personalidades academica s
i! 1 I. A. L
1.! I. A. Z 1 V t
i\ ZJ t
v
1. i
LINGUA PORTUGUESA .
Brasil, Portugal, Angola, Cabo Verde, Guine-Bissau ,
Mocambique, Sao Tome e Principe, Macau, Goa e Timo r
Leste . Paralelo
a
Conferencia, acontecerao tambe m Seminarios lnternacionais de Jornalismo, Publicidade , Midia, Literatura e Ciencia da Comunicacao . Conferenci a Mundial da Imprensa nas Comunidades de LinguaPortuguesa . Urn grande momento para voce compartilha r
suas experiencias e conhecer um novo mundo . 0 mundo
que fala a nossa lingua .
Curadoria: Prof. Jose Marques de Mel*
InformagOes polo e-mail mkterevistaimprensa .com.br
me-ma vi. JcIIIIIIAI IV
UC ICLCjU11101 .13111 U
"0 esquema do governo esta
comecando a se desfazer. Cada
urn esta buscando o se u
caminho ou tateando para
buscar a Saida . Nao h a
nenhum projeto em curso qu e
possa ser levado a serio "
(Villas-Boas Correa )
"0 presidente
a
uma pessoa qu e
tern carater, tern firmeza d e
propositos e um charme irresistivel .
Eu pergunto por que ele nao passa
isso para o Brasil. A Dona Ruth ja
conseguiu". (Alex Periscinotto)
Villas-Boas ataca o governo e os basbaques da imprens aTemos de nos reciclar para a
uando Villas-Boa s Correa fez mencao de levantar-se - "nab sei falar sentado" - pare-:ia urn aviso : ai vem chumbo . Na outra ponta da mesa esta -ra Alex Periscinotto, urn do s )rincipais consultores da are a le comunicacdo do governo .
"Agora eu entendi porque governo chamou o Alex" co necou ele . "Porque sera pre -:iso muita criatividade para render o governo nesse fina l le mandato. Final? Final, corn :ara de final . Governo corn :ara de final nos primeiro s neses do segundo mandato" . Falando de improviso en panto andava de uma pon -a -a outr-a do p-alco, como
se fora urn Chacrinha d a imprensa, Villas-Boas, d o alto de seus 50 anos de jor-nalismo surpreendeu a quern o conhecia do video . Parecia que ele estava fazen-do seu telejornal particular, sem a sombra do govern o ou do patrao .
Depois de contar, em li-nhas gerais, como era a co-bertura politica nos bon s tempos do Rio e nos tempo s negros da ditadura de 64, ele nao perdoou a cobertura que e feita hoje :
quase grotesco assistir a dezenas, centenas de jornalis-tas que perambulam pelo Con-gresso Nacional procurando a formula mais facil da
anti-no-ticia, que
e
o pronunciamento, a declaracao . Fica urn ban -do de basbaques, arma-do de microfones esperando no cor-redor, que mais parece um a passarela verde, os deputado s de sempre, que todo dia ciao a s mesmas declaracoes sobre coi-sa nenhuma!", comecou a metralhar.Os grandes reporteres se afastaram desse circo . E por que? "Porque no governo de Fernando Henrique ele foi, o Fernando Henrique, a unica fonte de informacao" .
Tendo aquecido os motores, descarregou sua municao n o alvo escolhido : "Senhores, a imprensa tern o desafio de s e reciclar corn urgencia para
co-brir esses tees anos de govern o da elite e a proxima campanha . Porque, do ponto de vista po-litico, o governo Fernand o Henrique acabou . Ele so lut a para tentar impedir que o Real vi para o brejo . Obra monu-mental, marcante, ate agora , nenhuma . Nem concluida , nem em andamento" .
Desviei o olhar em direcao a Periscinotto . Ele nao moveu urn musculo da face . Parecia que lido era corn ele . Parecia saber, de antemao que apa-nharia em nome do governo. " Eu gostaria de cumpri-mentar a palestra do Lula, o born humor do Lula fo i uma coisa realmente que m e impressionou" comecou di
Alex Periscinotto nao perde a fleuma na defes a
nova campanha
zendo Periscinotto "eu fi-quei encantado em ver a soltura do Lula, ele teri a ganho a eleicao se fosse cor n aquele born humor para a televisao", comentou .
Abandonando urn pouco a postura zen, Periscinotto en-trou no terra das discussoes :
"Nos Estados Unidos , quando o governo quebro u a situaccao era quatro veze s pior que a nossa. 0 presiden-te Roosevelt contratou urn diretor de cinema e eles fize-ram filmes para levantar a auto-estima do povo . Ond e esta a nossa auto-estima ? Nos nao podemos acredita r que vamos ficar nessa situa-cao para sempre" .
DAPRBS
O terceiro debatedor, Ri-cardo Kotscho, Diretor de Jor-nalismo do Canal 21 resumi u a situacs ao em rapidas pincela-das : " Nao existe patrao neu-tro, nem governo neuneu-tro, nem jornalista neutro . Embora a liberdade de imprensa seja to-tal no pals, dentro de nenhum veiculo ela e total . Nem mes-mo nos jornais de resistencia ao regime militar, como Mo-vimento, onde eu e o Fernan-do Henrique trabalhamos" .
Periscinotto aplaudiu . A cara do governo fora salva. Vi-llas-Boas, embora sentado a essa altura parecia fuzilar, corn seu olhar penetrante cada ur n dos "basbaques" do Congres-so Nacional .
►
CNN gasta milhoes par a
mostrar guerra do Kosovo
David Bernknopf (CNN - Atlanta - EUA)
Urn resumo da sua palestra: "Meu trabalho como diretor de planejamento de noticias da CNN, faz corn
que eu escute diariamente a pergunta : "por que voce nao poem a minha historia, voce tern 24 horas, tern CNN domestica, CNNespanhol, CNNparanoticias financei-ras, CNN para esportes, voce tern muitas regionais".
Apesar de ter todas estas redes e estas estruturas a mui-to dificil conseguir tempo para contar mui-todas as hismui-torias. Existem trinta e cincobureaus em todo o mundo e nos temos muitas informacs oes a cada dia, historias fantasti-cas e que algumas vezes nao chegam a entrar no at Po r exemplo, antes de vir para este auditorio eu estava falan -do corn o nosso chefe debureau em Jacarta, na
Indone-sia. Nos estamos falando como e dificil colocar no ar a historia muito importante sobre o que esta acontecendo em Timor Leste . Corn as coisas que estao acontecendo em Kosovo simplesmente nao ha tempo suficiente par a contar uma historia sobre a Indonesia, nao importa qua o importante ela e. Isto a pane do desafio que o jornalista tern de imaginar, o que e importante e merece o tempo de sua plateia. Eu nem you falar sobre a dificuldade d o oresamento, exceto para dizer que cobrir a historia da lu-goslavia esta custando milhoes de dolares para manter o pessoal de staff la, urn monte de gente para transmitir a s noticias e e urn negocio muito caro . Isto nao deixa muito tempo e muito dinheiro para outras historias como, por exemplo, Timor Leste. "
"Com as coisa s acontecendo e m Kosovo simplesmente nao he temp o para contar um a historia sobre a Indonesia"
vi
iu
uC
ICICjUI lldL15111 U
Urn governo sem jornais
Ou jornais sem governo?
Robert Sullivan UPI-NY/ WWTN (World Wide Television News)
Urn resumo da sua Palestra: "Hobbes disse que o cida-dao tern o dever de se organizar e apontar seas lideres. Lock disse que se o cidadao tern o direito de escolher seas lideres, tern o direito de expulsa-los tambem . Entao Newton disse: "Como saber as intencoes do lider antes de escolhe-lo?", por isso ha a necessidade de liberdade de imprensa.
Na America defendemos a absoluta liberdade de im-prensa. Um bider disse que temos de dar alternativas. To-dos tern o direto a opiniao, nao importa o quao errado esteja . A razao de eu dizer isso e que o objetivo da impren-sa tern sido mostrar que a cidadania e o que deve regrar o governo . Os cidadaos tern o direito de saber o que seus empregados fazem e de manda-los embora caso nao este-jam fazendo certo .
Thomas Jefferson ficou farnoso por dizer : "Tendo a op~ao entre urn governo sem jornais, ou jornais sem go-verno, eu escolheria jornais sem governo" .
Em cada momento do jornalismo americano esta pre-sente esse principio de absoluta liberdade .
0 poder da midia, como todo esse papo de cobertura 24 hs, nao se trata necessariamente do poder da imprensa , mas do poder do video . A imagem e muito importante .
A secretaria Albright disse que a imagem acelera deci-soes a serem tomadas pelo governo ."
"Thoma s Jefferson ficou famoso por dizer: 'Tendo a oP4ao entre um govern o sem jornais o u jornais se m governo, e u escolheria jornai s sem governo".
Hermano foi mais contundente...
"A Rede Globo
monopoliza o
jornalismo de
uma form a
cruel para a
sociedad e
brasileira "
Hermano Hennin gque Hermano Hen-ning falou no VI Se-minario deTelejorna-lismo podera custar-lhe o emprego .
Mas, pensando bem, que emprego? 0 noticiario que apresentava de madrugada , depois do Jo, saiu do ar . Ele e o Ney Gonsalves Dias aind a tern contrato corn o SBT, o que falta e programa . Silvi o Santos, o dono da emissor a nunca deu bola para o jorna-lismo, a nao ser na epoca do Boris Casoy.
Cada reporter tern um a noticia na cabeca. A da cabeca desse grande jornalista era mais ou menos a seguinte no dia d a palestra : ASSIM NAO DA !
" Existe uma competicao formidavel entre a primeira,
Globo,e a segunda, SBT.Elas brigam de forma aguerrida , mas na area da bobagem . 0
Gugu brigando corn o Faus-t-do . Ninguem briga por uma informacao, ninguem briga para ter urn correspondente em Kosovo" .
" Espero sinceramente qu e os donos de emissoras" conti-nuou Hermano "sejam esti-mulados a acreditar que sae donos de concessoes que a so-ciedade Ihes da. Eu acho qu e o ` seu' Roberto Marinho, o `seu' Silvio Santos, o `seu' Joa o Saad nao sae prorietarios das emissoras, a emissora brasilei -ra e da sociedade . 0 senho r Silvio Santos e concessionari o de urn servico que a socieda-de esta the dando, mas no s precisamos de alguma cois a em troca" .
0 desinteresse de Silvi o Santos pelo jornalismo d e fato e antigo e comprovado . Ele deve ter dado umas duas entrevistas em toda a vida .
. . .do que Sandra
Acostumados corn a vio-lencia das guerras, Herma-no e Sandra Passarinho, qu e compunham a mesa dess e debate divergiram sobre a violencia das TVs, como a
do Ratinho :
Hermano : Sobre programas como o Ratinho, eu tenho a dizer que ele esta la corn esse salario por causa da audiencia. Ele ganha mais do que os gran-des ancoras americanos, e urn absurdo . 0 brasileiro foi edu-cado para nao ter gosto refina-do . Tanto que as grandes ex-pressoes de arte no Brasil sac) a Tiazinha e Carla Perez.
Sandra : 0 Ratinho d a Ibope porque chega pert o da pessoa carente . Mas s e voce comparar um progra-ma jornalistico e o Ratinho , o erro do programa jorna-listico e maior, porque o Ratinho nao e jornalista, nao
"0 govern o
federal a muito
forte no Brasi l
e eu acho qu e
as teves teme m
isso. E umjog o
de temor d e
parte a parte"
Sandra Passarinh otern o compromisso corn a verdade que em tese o pro-grama jornalistico tern . Ele to muito mais livre para co-meter uma licenciosidade . Ele pode fazer apelacao, eu nao gosto, mas existe espac o pra isso . Eu nao acho que as pessoas se tornam mais vio-lentas por verem violencia . Nao mostrar a violencia na o vai acabar corn a violencia .
Agora, a frase mais im-pactante da manha saiu d a boca de Hermano :
"Para ser urn born jornalis-ta a pessoa nao pode ser inge-nua, nunca acreditar em poli-tico, nem no Maluf nem no presidente da Republica. Todos os politicos mentem . "
0 tema dessa mesa curio-samente era o seguinte : as re-des americanas e o noticiario politico . Como se ve, la com o ca, a frase e valida .
►
Uma teve que nao da a
minima para os anunciantes
Jose Rodrigues dos Santos (RPT/Portugal )
Urn resumo da palestra : " Na Europa o processo tele-visivo se deu de forma contraria ao do Brasil . Em Portuga l as primeiras emissoras de TV eram estatais e ha cerca de dez anos houve uma ruprura surgindoaRTP.
ATV nasceu como uma empresa que era uma resposta ao regime, estavamos a viver num regime autoritario de direita . A TV estatal nunca foi entendida pelo governo como uma maquina de propaganda, mas havia a preocupacao de nao contar o que nao convinha .
ARTPera constituida por capitals privados e estes ca-pitais eram grandes grupos industrials .
Nessa altura Portugal estava travando uma guerra colo-nial em Mocambique - isso em 1961 - que durou 13 anos , terminandosoem 74 . Mas os portugueses nao viam nada . Apenas algumas mensagens dos soldados que desejavamas
suss familias prosperidade e diziam que estavam bem . Tudo mudou corn a cultura instalada em 82 . Surgiu a TV privada e os cidadaos passaram a ter uma voz. Esse fo i urn momento muito importante pois alem do jornalista ter mais liberdade ele passou a ganhar mais.
Ha urn tipo de problema que nos nao temos e que a s TVs privadas tern : a questao comercial . Urn exemplo e uma historia envolvendo um anunciante importante . Uma crianca engoliu urn brinquedo que vinha junto corn um produto Nestle e morreu asfixiada, nos descobrimos a his-toria e a Nestle fez pressao de tirar a publicidade . As TVs privadas nao deram a noticia, mas a RTPdeu . "
Jose Rodrigues, desde 82 mais liberdad e e methores salario s
na area da bobagem
VI beminario de Telejornalism o
''A decisao que o
IN tomou em
.elacao
a s
.leicoes do an o
passado foi de
imitar o volum e
Je noticias da
:ampanh a
Aeitoral, por
/arias razoes.
Uma delas
a
que
nos nos opomos
)o horari o
?leitora l
]ratuito "
Nos
achamos que tinhamos de cobrir
Editor-chefe do Jornal Nacional, o gaucho Mario Marona : "Nos nos opomos ao horario gratuito "
a quern considere o Jornal Nacional ape-nas urn porta vo z oficial do Planalto . Jma analise isenta deve che-;ar a resultados bem
diferen-es . Ha muitos motivos para e admirar o Jornal Nacio-E rapido, dinamico, for-e, um oasis no desert jorna-istico da TV brasileira . Tern )ersonalidade, tern alma.
Ensanduichado entre dua s elenovelas, a das 19h00 e a das ,OhOO, que, na verdade, come-a come-as 20h30, ele jcome-a foi come-acuscome-ad o !.e tudo, principalmente nos
anos da ditadura. Ainda assim , nem todos os ditadores aplau-diarn o que dava no JN .
Por exemplo : a ex-primei-ra darna Dulce Figueiredo , mulher do Ultimo general-pre-sidente, Joao Figueiredo che-gou a criticar veementemente a linha do telejornalistico . En-tre outras criticas vindas d e areas prbximas do sistem a militar, uma era a de que o JN muitas vezes escamotea-va a verdade de forma tao gritante que perdia credibi-lidade . 0 mais poderoso no-ticiario dos ultimos 30 anos, a
grande virada se deu corn a chegada a TV Globo do edi-tor-chefe do jornal 0 Globo , Evandro Carlos de Andrade . Corn ele, os jornalistas final-mente assumiram uma linh a de maior independencia .
0 atual editor-chefe doJN, Mario Marona, comparece u ao Seminario para falar dos 3 0 anos do Jornal Nacional .
Fez uma brilhante exposi -~ao sobre o mais assistido te-lejornal de todos os tempo s no Brasil : "Temos 50 milhoes de telespectadores e queremo s mais, nao abrimos mar) de
ninguem", adverte ele . Mas uma boa pane da plateia deve ter estranhado a justi -ficativa para diminuir o tempo da campanha presidencial de 1998 : "Nao gostamos de hora-rio eleitoral . Nos consideramos isso autoritario, nao aceitamos o horario eleitoral gratuito corn a facilidade que os politico s gostam de usa-lo, os candida-tos tinham duas horas por dia para dizer o que quisessem, nos chegarnos a conclusao de que quem tern duas horas por dia esta muito bem servido . Quem quiser que veja" . St
0 ministro bate
a
sua porta
Por Mena Zapatta
(Telenoche - Buenos Aires)
Urn resumo d a sua palestra : "O s noticiarios da TV argentina nascera m no final dos ano s 50, copiando o for-mato norte-ameri-cano . Corn o temp o foram assumind o uma identidad e mais afim corn nos-sa identidade latina . Devo confessar que o tema politico e mui-to dificil de se tratar em nosso pals.
Basicamente porque ao telespectador medio a politica nao interes -sa, aborrece, ele nab a compreende, e o que e pior, ove como
urn grande foco de corrupsao e por isso a detesta . Isso esta relacionado com o paulatino decrescimo de credibilidade da classe politica desde o retorno da democracia em 1983 .
Os politicos conhecem muito bem este descaso d a sociedade e por isso apelam para qualquer recurs o para chegara midia. Por exemplo, nosso ministro d o
Interior sai todas as manhas a porta de sua Casa e espera por uma entrevista periodica, integrada por to -dos os meios . Ele sabe que tudo que disser as sete da manha tera publicacao imediata e repercussao e m todos os meios eletronicos .
Os atos politicos acontecem no hot-Olio dos princi-pais noticiarios (TV aberta e a cabo), de modo a asse-gurar sua transmissao ao vivo . Os atos sac) feitos corn fogos de artificio, bandas de mtisica, tudo vale . Tal e o desespero dos politicos em se apresentarem simpatico s que acabam se submetendo as piores situacoes em
pro-gramas de comedia e entretenimento . 0 tempo que perderam nos noticiarios agora ocupam em progra-mas que nada tern a ver com esta funcao politica . 0 importante e aparecer. "
"Acho que nos
passamos
desapercebidos
em uma
campanha
eleitoral qu e
queriamos qu e
fosse pequena,
nao nos
interessava
tanto quanto
outros assuntos
que julgavamos
mac s
importantes"
pouco as eLei~~es
PARTICIPARAM DO SEMINARIO:
Robert Sullivan; Hermano Henning; Sandra Passarinho ; Cristiana Mesquita; David Bernknopf Adhemar Altiere; Milena Zapatta; Marcia Peltier; Marco Antonio Coelho ; Jose Rodrigues dos Santos;
Gabriel Prioli; Luis Indcio Lula da Silva; Boris Casoy ; Franklin Martins; Fernando Mitre; Alex Periscinotto;
Ricardo Kotscho ; Villas Boas Correa; SinvalItacaramb i Lao ; Aldo Kiroga; Luis Naschibin ; Antonio Brasil; Roseli Tardeli; Herodoto Barbeiro; Sergio Groissman ; Marcelo Resende; Grafa Caldas; Sebastiao Squirra;
Djalma da Paz; Mario Renato Marona e Antonio Teles.