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Pró-Reitoria de Graduação Curso de Enfermagem Trabalho de Conclusão de Curso II

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Pró-Reitoria de Graduação Curso de Enfermagem

Trabalho de Conclusão de Curso

Pró-Reitoria de Graduação

Curso de Enfermagem

Trabalho de Conclusão de Curso II

CONHECIMENTO, ATITUDE E PRÁTICA

SOBRE HEPATITES B E C POR

MANICURES/PEDICURES DA REGIÃO

ADMINISTRATIVA DO RIACHO FUNDO I

AUTOR: ITHAMARA RAYANNA M. B.

EDUARDO

NAIANNE CARNEIRO DE FREITAS

ORIENTADOR: DRª MARIA LIZ CUNHA DE

OLIVEIRA

Brasília - DF

2014

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ITHAMARA RAYANNA MOTA BRANDÃO EDUARDO NAIANNE CARNEIRO DE FREITAS

CONHECIMENTO, ATITUDE E PRÁTICAS SOBRE HEPATITES B E C POR MANICURES/PEDICURES DA REGIÃO ADMINISTRATIVA RIACHO

FUNDO I.

Monografia apresentada ao curso de graduação em Enfermagem da Universidade Católica de Brasília, como requisito parcial para obtenção do grau de Bacharel em Enfermagem.

Orientadora: Profa. Dra. Maria Liz C. de Oliveira

Brasília 2014

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Monografia de autoria de Ithamara Rayanna M. B. Eduardo e Naianne Carneiro Freitas, intitulada Conhecimento, Atitudes e Pratica sobre Hepatite B e C por Manicures na Região Administrativa Riacho Fundo I, apresentada como requisito parcial para obtenção do grau de Bacharel em Enfermagem da Universidade Católica de Brasília, em Novembro de 2014, defendida e aprovada pela banca examinadora abaixo assinada:

__________________________________________________ Prof. Dra. Maria Liz Cunha de Oliveira

Orientadora

Enfermagem – Universidade Católica de Brasília

_________________________________________________ Prof. MSc. Misael Rabelo de Martins Custódia

Educação Física – Universidade Católica de Brasília

________________________________________________ Profa. MSc. Silene Ribeiro Miranda Barbosa

Enfermagem – Universidade Católica de Brasília

Brasília 2014

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AGRADECIMENTOS

É difícil encontrar palavras para poder decifrar a alegria que estamos sentindo. Agradecemos a Deus, por nos dar forças, sabedoria e compreensão para que sigamos sempre em frente de cabeça erguida sem temer os obstáculos. Por preencher nossos corações com paz e carinho ao próximo.

A todo o corpo docente de Graduação em Enfermagem da Universidade Católica de Brasília, que compartilhou seus conhecimentos e nos ensinou a importância de cuidar daqueles que precisam. Aos nossos colegas, pelos momentos inesquecíveis e por compartilhar suas experiências vividas, enriquecendo assim o nosso conhecimento de como cuidar das pessoas. As manicures e pedicures, que contribuíram para o nosso crescimento como ser humano e como profissional.

AGRADECIMENTOS ESPECIAIS

Às nossas famílias, de sangue e de coração, por nos ensinar a sermos pessoas melhores, pela paciência e carinho nos momentos mais complicados, por nos apoiar quando nossas forças já eram poucas, pelos momentos engraçados que nos ajudaram quando nossas mentes já não conseguiam mais pensar, e por nos ensinar a amar a vida.

E por fim, um agradecimento muito especial, a nossa querida orientadora Profa. MSc.Maria Liz, que, com muito carinho e firmeza, estimulou-nos a prosseguir com cada frase deste trabalho e a jamais desistir de nossos sonhos.

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“Combati o bom combate, encerrei a carreira, guardei a fé”.

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RESUMO

EDUARDO I. R. M. B, FREITAS N. C. CONHECIMENTO, ATITUDE E

PRÁTICAS SOBRE HEPATITES B E C POR MANICURES/PEDICURES DA REGIÃO ADMINISTRATIVA RIACHO FUNDO I. 57 f. Monografia (Graduação em Enfermagem) – Universidade Católica de Brasília, Brasília – Distrito Federal, 2014.

As hepatites do tipo B e C constituem relevantes problemas de saúde pública em todo o mundo. O compartilhamento de utensílios de higiene pessoal como lâmina de barbear, escova de dente, alicate de manicure e cortadores de unha atuam como fator de risco importante para a transmissão domiciliar do vírus VHB e/ou VHC. Portanto, esta revisão bibliográfica tem como objetivo evidenciar a transmissão da hepatite B e C por instrumentos de manicure/pedicure e, desta maneira, apresentar as medidas profiláticas como a importância da capacitação de manicures para a correta esterilização dos materiais de manicure/pedicure.

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ABSTRACT

EDUARDO IRM B, NC FREITAS KNOWLEDGE, ATTITUDE AND PRACTICE

ON HEPATITIS B AND C IN MANICURES /PEDICURES ADMINISTRATIVE REGION STREAM BACKGROUND I. 57 f. Monograph (Undergraduate Nursing)

– Universidade Católica de Brasília, Distrito Federal, in 2014.

Hepatitis types B and C are the main public health problems wide world. Share personal hygiene items like razors, toothbrushes, nail scissors and nail clippers is an important risk factor to domestic transmission of HBV and/or HCV. Therefore, this review aims to highlight the transmission of hepatitis B and C by instruments of manicure / pedicure and, thus, show prophylactic actions such as the importance of training manicurists to correct sterilization of their materials in prevention of hepatitis.

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SUMÁRIO 01INTRODUÇÃO ...09 02JUSTIFICATIVA ...12 03 OBJETIVOS... 13 3.1 OBJETIVO GERAL...13 3.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS...13 04 REFERENCIAL TEÓRICO...13

05 PROFISSÃO DE MANICURE E/OU PEDICURE...19

06 QUESTOES NORTEADORAS...20 07 HIPÓTESES...21 08 METODOLOGIA...21 8.1 DELINEAMENTO DO ESTUDO...21 09 POPULAÇÃO ALVO...23 10 CRITÉRIOS DE INCLUSÃO...23 11 CRITÉRIOS DE EXCLUSÃO...23 12 AMOSTRAGEM...23 13 INSTRUMENTO...24 14 TRABALHO DE CAMPO...24

15 ANÁLISE DOS DADOS...24

16 ASPECTOS ÉTICOS...25

17 RESULTADOS...25

18 CONCLUSÃO...39

19 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS...42

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SUMÁRIO DE TABELAS

TABELA 1. CARACTERÍSTICAS SÓCIAS DEMOGRÁFICAS DA POPULAÇÃO

ESTUDADA. RIACHO FUNDO I, 2014. ... 25

TABELA 2. CARACTERÍSTICAS SOBRE O LOCAL DE TRABALHO. RIACHO

FUNDO I- DF, 2014. ... 27

TABELA 3. DISTRIBUIÇÃO DA FREQUÊNCIA DAS RESPOSTAS DAS

MANICURES REFERENTES AO CONHECIMENTO DA HEPATITE B E C. RIACHO FUNDO I, DF, 2014. ... 28

TABELA 4. DISTRIBUIÇÃO DO NÚMERO E FREQUÊNCIA DE RESPOSTAS

DAS MANICURES REFERENTES ÀS ATITUDES. RIACHO FUNDO I- DF, 2014. ... 31

TABELA 5. DISTRIBUIÇÃO DO NÚMERO E FREQUÊNCIA DE RESPOSTAS

DO CONHECIMENTO DAS MANICURES REFERENTES ÀS PRÁTICAS. RIACHO FUNDO I, 2014. ... 33

TABELA 6. DISTRIBUIÇÃO DO NÚMERO E FREQUÊNCIA DE RESPOSTAS

DO CONHECIMENTO DAS MANICURES REFERENTES ÀS VACINAS. RIACHO FUNDO I, 2014. ... 34

TABELA 7. DISTRIBUIÇÃO DO NUMERO E FREQUÊNCIA DE RESPOSTAS

DAS MANICURES REFERENTES AOS FATORES DE RISCO DE ADQUIRIR HEPATITE B E C. RIACHO FUNDO I-DF, 2014. ... 35

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01 INTRODUÇÃO

A hepatite B é uma infecção viral sistêmica que gera inflamação e necrose das células hepáticas (SMELTZER SC; BRUNNER & SUDDARTH, 2009). É um problema de saúde pública mundial, considerado o tipo mais grave de hepatite viral, pode evoluir para a forma crônica diferenciada por lesão e inflamação hepática persistente, com risco aumentado para o desenvolvimento de cirrose e carcinoma hepatocelular (WORLD HEALTH ORGANIZATION, 2011). Segundo dados da Organização Mundial de Saúde (OMS) (WORLD HEALTH ORGANIZATION, 2011) dois bilhões de pessoas em todo o mundo já foram infectados com o vírus da hepatite B (HBV). Destas, cerca de 360 milhões avançam para a forma crônica da doença e 600.000 morrem a cada ano devido ao seu efeito agudo ou crônico (BRASIL, 2011).

Recentemente no Brasil, estima-se que a prevalência média seja em torno de 8% de infectados por HBV e 2% por HCV (FAGUNDES, BONAZZA, CERETTA, BACK, BETTIOL; 2008. KHOURI; 2004). A prevalência em adultos jovens contaminados por hepatite C, todas as pessoas são sujeitas a esta contaminação (CIORLIA, 2007). Após a infecção, o HBV agrupa-se quase que totalmente nas células do fígado, nas quais haverá a replicação de seu DNA e, desta maneira, a formação de novos vírus. Os anticorpos produzidos contra o HBV reconhecem o vírus apenas quando este estiver na corrente sanguínea. Depois que o HBV infecta os hepatócitos, os anticorpos não conseguem destruí-los diretamente. Unicamente os vírus expressos na membrana que recobre o hepatócito serão perfilhados pelos anticorpos, e assim, ativam uma resposta inflamatória, onde os linfócitos T citotóxicos destruirão os hepatócitos infectados desencadeando a hepatite (FOONT, 2007).

A dificuldade no estudo da hepatite C deve-se ao fato de que o HCV é um patógeno humano, que atrapalha a criação de um modelo experimental em animais ou meios de cultura que se amoldem à propagação viral. Sabe-se que a lesão hepatocelular causada pelo HCV se faz pelo reconhecimento imunológico da célula infectada e seu extermínio (STRAUSS, 2001). Caso não haja uma grande quantidade de células contaminadas, a hepatite poderá regredir espontaneamente. Se o número de células infectadas for muito grande, a reação de defesa pode levar aos sintomas da hepatite aguda, que é caracterizada por dores articulares, fadiga, icterícia, náuseas e

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falta de apetite. Quando a resposta imunológica contra o HBV não é eficaz, a inflamação persiste por mais de seis meses, sendo determinada como hepatite B crônica (FOONT, 2007). Na hepatite C, as composições responsáveis pela persistência da infecção pelo HCV ainda não estão bem elucidados. Sabe-se que cerca de 85% dos indivíduos infectados avançam para cronicidade.

A infecção pelo HCV geralmente evolui vagarosamente, podendo apresentar longos períodos de forma assintomática, com enzimas hepáticas normais, até o surgimento da hepatite crônica intensamente ativa, cirrose e ainda o hepatocarcinoma (STRAUSS, 2001).

A progressão da lesão hepática, ou seja, a evolução de hepatite crônica para a cirrose ou ainda carcinoma hepatocelular, pode estar relacionada com fatores hormonais e genéticos, sexo, idade, uso de álcool ou concomitância com outros vírus. A idade do paciente ao adquirir a infecção pelo HCV mostra-se ressaltante, havendo pior prognóstico naqueles com idade acima de 40 anos (STRAUSS, 2001). O contágio pelo HBV é uma das causas mais comuns de enfermidade viral no mundo, sendo muito mais infecciosa do que a infecção causada pelo HIV (MINCIS, 2008). O HBV pode causar hepatocarcinoma sem passar pela fase de cirrose (MINCIS; 2008). Já a contaminação por HCV é a principal causadora mundial de cirrose, competindo com a hepatite alcoólica como importante motivo da doença crônica do fígado (SOUZA, 2008).

As vias de difusão do vírus HBV e HCV podem ser a vertical, ou seja, crianças nascidas de mães infectadas; por meio da relação sexual com parceiros infectados ou usuários de drogas injetáveis que compartilham agulhas contaminadas; pacientes submetidos à hemodiálise; profissionais da saúde; e por meio de contatos domiciliares de pessoas cronicamente infectadas (MINCIS, 2008). Outras formas de infecção parenteral são os procedimentos médicos, odontológicos, de acupuntura, tatuagem ou outros métodos relacionados com material perfuro cortante (FAGUNDES; BONAZZA; CERETTA; BACK; BETTIOL, 2008). Deve-se considerar, portanto, que o compartilhamento de utensílios de higiene pessoal como lâmina de barbear, escova de dente, alicate de manicure e cortadores de unha atuam como fator de risco importante para a transmissão domiciliar do HBV e/ou HCV (FAGUNDES; BONAZZA; CERETTA; BACK; BETTIOL, 2008) uma vez que estudos mostram que qualquer sangramento, por menor que seja, pode levar a infecção (GARCIA; BLANK VLG,

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BLANK N, 2007. JORGE, 2002), pois um volume de apenas 0,000025 ml de sangue já é aceitável para transmitir a doença (VIER FV, LOPES ÂS, SOMMER, 2003).

A infecção ocorre quando os materiais contêm sangue contaminado com vírus da hepatite B e/ou C, sendo que o HBV pode resistir pelo menos sete dias no ambiente. Já a sobrevida do HCV ainda não foi definida, mas sabe-se que é menor do que a do HBV. Portanto, o fato de tratar e/ou enfeitar as unhas em estabelecimentos onde não são adotadas medidas de biossegurança antes, durante e após o procedimento estético, deixam em destaque o alto risco de exposição ao HBV, uma vez que, durante a remoção de cutículas, possíveis sangramentos podem ocorrer gerados por lesões percutâneas acidentais (perfuração ou corte em pele íntegra) com consequente contaminação dos utensílios utilizados (alicates de unha, tesouras, espátulas, entre outros). Se tais instrumentos forem compartilhados com outros clientes sem que tenham passado por um correto método de limpeza e esterilização, estes poderão tornar- se conduções de transmissão do HBV. Como as manicures/pedicures têm o hábito de arrumar suas próprias unhas (OLIVEIRA CASD; FOCACCIA R. SURVEY, 2010), o risco de infecção cruzada torna-se ainda maior através de três possíveis vias: do cliente para o profissional, do profissional para o cliente e do cliente para cliente, o que torna o caso ainda mais preocupante. Uma pesquisa realizada recentemente no município de São Paulo mostrou que 8% das manicures entrevistadas tinham marcadores sorológicos para o vírus da hepatite B (OLIVEIRA CASD; FOCACCIA R. SURVEY, 2010).

O risco de aquisição do vírus após exposição percutânea a materiais e ferramentas contaminadas varia de 6% a 30%. Sabe-se também que o vírus da hepatite B é altamente resistente, podendo sobreviver por até sete dias no sangue seco em temperatura ambiente (MELO FCAD; ISOLANI AP, 2011). Além disso, sua infectividade é 100 vezes maior que o HIV (WORLD HEALTH ORGANIZATION; 2011) e 10 vezes maior que o HCV (MELO FCAD; ISOLANI AP, 2011). Apesar da importância do tema, estudos relacionados, especificamente, a manicures/pedicures e hepatite B são escassos.

Assim, o grande risco de infecção com o HBV durante o procedimento estético, aliado ao compartilhamento dos materiais utilizados pelas manicures/pedicures e a elevada resistência e infectividade do vírus, incitou o interesse em realizar a referente pesquisa. Diante do revelado, o atual estudo teve como objetivo averiguar se as manicures e pedicures da região administrativa do Riacho Fundo (DF) são

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conhecedoras do risco de contaminação com o vírus da hepatite B durante suas atividades e desta maneira, buscar ações corretivas que previnam a transmissão do HBV e HCV por instrumentos utilizados por tais profissionais.

02 JUSTIFICATIVA

A grande importância das hepatites não se limita ao enorme número de pessoas infectadas. Estende-se, também, às complicações das formas agudas e crônicas. Os vírus causadores das hepatites determinam uma ampla variedade de apresentações clínicas, de portador assintomático ou hepatite aguda ou crônica, até cirrose e carcinoma hepatocelular.

Para se definirem estratégias de controle das hepatites virais é importante que a amplitude do problema seja conhecida. As principais questões a serem investigadas, e que podem contribuir para o melhor controle das hepatites, estão relacionadas à definição dos diferentes tipos de vírus, das doenças que eles determinam e da população mais exposta ao risco de contraí-los. Não há dúvida de que o diagnóstico precoce da infecção pelo VHB traz benefícios para os pacientes, pois este permite iniciar o tratamento mais precocemente possível, permitindo-lhes escolher o momento mais adequado para iniciar um eventual tratamento da forma crônica da doença.

Os salões de beleza são considerados estabelecimentos de interesse da saúde. O ambiente de trabalho dos profissionais de estética, como outros cenários de trabalho, oferecem riscos à saúde. Daí a necessidade de educação do trabalhador, numa visão prevencionista e a importância das normas de biossegurança.

Existe potencial risco de difusão do vírus das hepatites B e C em estabelecimentos especializados em estética, se houver incidências de acidentes perfuro-cortantes com instrumentos compartilhados (lixas de unha, bacias, lâminas de barbear, alicates, tesouras, etc.), e como afirmar se estes estão totalmente limpos, desinfetados e esterilizados?

Até o momento, a questão da transmissão foi pouco estudada em salões de beleza e barbearias. É nesse sentido que a pesquisa se torna necessária para a coleta de dados que possa aprimorar e definir novas estratégias para ações de prevenção e controle desse agravo. Essa pesquisa será direcionada para um maior e melhor conhecimento, que as profissionais manicures têm sobre a doença hepatite e suas atitudes para evitar a contaminação do salão de beleza que ela trabalha.

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03 OBJETIVOS

3.1 OBJETIVO GERAL

Avaliar o conhecimento a atitude e as praticas das manicures/pedicures sobre a prevenção da transmissão da Hepatite B e C.

3.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS

1. Perfil sócio econômico das manicures do Riacho Fundo I.

2. Constatar as medidas tomadas pelas manicures/pedicures para evitar o contagio de Hepatite B e C;

3. Verificar o tipo de equipamento de esterilização usados nos estabelecimentos de embelezamento Riacho Fundo I

4. Avaliar o grau de percepção de risco à exibição acidental a agentes infecciosos;

04 REFERENCIAL TEÓRICO

As hepatites virais são patologias infecto contagiosas provocadas por diferentes agentes etiológicos, pertencentes a diversas famílias de vírus que possuem tropismo pelo tecido hepático e apresentam aspectos epidemiológicos, clínicos e laboratoriais distintos, podendo revelar-se sob diversas formas, desde assintomática até quadros mais graves (FOCCACIA, 2003. BRASIL, 2005).

As hepatites originadas pelo HBV e HCV se estabelecem como um grave problema de saúde pública. De acordo com a Organização Mundial de Saúde avalia-se que até o ano 2000 cerca de 400 milhões de indivíduos tenham sido contaminados pelo HBV, o que corresponde a aproximadamente 5% da população mundial (OMS; apud ALVES, 2002).

A hepatite B é responsável mundialmente por 2 milhões de óbitos/ano, sendo a maior prevalência nos países subdesenvolvidos. Por outro lado, as estatísticas

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ratificam, em todo o mundo, a existência de 200 milhões de portadores do HBV, o que corresponde a 5% da população. Portador é o indivíduo que apresenta os antígenos durante um momento superior a 6 meses. (BECK AND NASSAL, 2007).

Muitas dessas enfermidades virais e uma grande perturbação para a Saúde Pública no Brasil e no mundo. (BRASIL, 2005).

A hepatite viral aguda é uma doença remota, no entanto acredita-se que o primeiro surto de hepatite B tenha ocorrido há cerca de 100 anos, na Alemanha. A hepatite é determinada como uma infecção que ataca primordialmente o fígado, sendo que atualmente se aceita como agentes etiológicos seis tipos de vírus, com propriedades imunológicas e atributos epidemiológicos específicos (CRUZ; BONETTO; CARNEIRO, 2000).

No início do século XXI, o Vírus da hepatite B (VHB) permanece a ser um dos mais frequentes vírus que atingem a humanidade. O estudo da epidemiologia desse vírus é relevante não só pelo alto número de indivíduos acometidos em todo o mundo, mas também pelas consequências letais das suas formas agudas (hepatite fulminante) e crônicas, insuficiência hepática, hepatocarcinoma e cirrose hepática (ANTUNES; MACE DO; ESTRADA, 2004).

Em 1965, na Filadélfia, Blumberg et. al . (1977, apud PERIM, 2004) que estudava o polimorfismo de proteínas séricas, descobrira por coincidência, um antígeno no sangue de um aborígene australiano primeiramente denominado antígeno Austrália (AU), observações posteriores associaram o AU a níveis séricos elevados de alanina aminotransferase (ALT) e a um vírus – o vírus da hepatite B (VHB).

O HBV, um integrante da família Hepadnaviridae, é o menor dos vírus de DNA conhecido. O seu genoma é composto por aproximadamente 3.200 pares de bases organizados em dupla hélice incompleta. Possui uma difícil estrutura antigênica formada por 4 genes : préc/C, pres/S, Pe, X (WHO, 2004).

O HBV possui diâmetro de 42 nm e é formado por uma face ou envelope viral e por um núcleo. No núcleo, também chamado core ou nucleocapsídeo, encontra-se o DNA, a referente DNA polimerase, o antígeno do core (HBcAg) e o antígeno e (HbeAg). O envelope viral é proteico e formado pelo antígeno de superfície HBsAg, que se mostra sob as formas esféricas e tubulares (WHO, 2002).

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Segundo Ferreira; Silveira (2004) o vírus da hepatite B contamina o homem, que constitui reservatório natural. O risco de aumentar a doença aguda ictérica eleva-se com a idade do paciente, inversamente proporcional à probabilidade de cronificação. Quando os recém-nascidos entram em contato com o vírus B, há 90% de oportunidade de se tornarem cronicamente infectados; quando o contágio ocorre aos cinco anos, a possibilidade cai para 30 – 50%, sendo a taxa diminuída para 5-10% se a infecção acontece em adultos.

Estudos apontam que o HBV transita em altas concentrações no sangue e em títulos baixos nos outros fluídos orgânicos como a saliva, o sêmen, o leite materno, as secreções vaginais e o líquido amniótico estão agregados à sua transmissão e que é aproximadamente 100 vezes mais infectante do que o HIV e 10 vezes mais do que vírus da hepatite C. Cerca de duas a três semanas antes de surgirem os primeiros sinais da doença, o sangue e outros líquidos orgânicas de uma pessoa portadora do HBV já podem ser infectantes e se conservam assim durante a fase aguda. Cuidado especial deve ser dado aos portadores crônicos que podem continuar infectantes por toda a vida (FERREIRA; SILVEIRA, 2004).

Classicamente, divide-se sua história natural em três fases: 1) fase de tolerância imune, mais habitualmente vista em crianças que adquiriram o HBV por transmissão perinatal ou nos primeiros anos de vida, sendo distinguida pela positividade do AgHbs e do AgHbe, de elevados níveis de carga viral (DNA-VHB). 2) a segunda fase, da reação imune, é diferenciada por níveis séricos de DNA-VHB menos elevados; o AgHbe é positivo (em altos títulos) nessa fase, podendo existir soro conversão para anti-Hbe em cerca de 8 a 15% ao ano, no atrelamento de vários fatores; 3) a soro conversão AgHbe – anti-Hbe sinaliza a transição da hepatite crônica B para a posição de portador inativo do AgHbs (FERREIRA; BORGES, 2007).

Apesar a esperança de regressão da celeridade da doença após a soro conversão AgHbe – anti-Hbe, cerca de 20 a 30% persistem em evidenciar elevados níveis de carga viral, aminotransferases em alto nível sérico e doença ativa à biópsia; esses pacientes, em geral, são portadores de mutantes do vírus B (com mutações nas regiões pré-core e promotor do core do genoma viral) que excluem a expressão do AgHbe e são hoje chamados de portadores de hepatite crônica B AgHbe negativa (FERREIRA; BORGES, 2007).

O desenvolvimento clínico da hepatite B, na fase aguda, consiste de três períodos, no primeiro, apontado como prodrômico ou pré-ictérico, tem evolução de

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mais ou menos quatro semanas, com o surgimento de febre, astenia, dores musculares ou articulares e sintomas digestivos. No segundo período, chamado ictérico, há o enfraquecimento dos sintomas digestivos e surgimento da icterícia, às vezes associada de prurido e o terceiro que é o de convalescença há o desaparecimento da icterícia, e cerca de 90 a 95% dos pacientes evoluem para a cura (BRASIL, 2005).

Os aparecimentos clínicos do contágio pelo vírus da hepatite são diversos. A infecção aguda pode ser desde uma hepatite subclínica, assintomática, a uma hepatite ictérica ou fulminante. Dentre as pessoas infectadas a maioria se recupera em algumas semanas ou meses sem sintomas, mas uma pequena parcela pode evoluir para hepatite fulminante. Já as manifestações da fase crônica da doença podem ser distinguidas por um estado de portador assintomático, hepatite crônica, cirrose e carcinoma hepatocelular (BOTELHO, 2008).

A hepatite crônica pode ter características clínicas muito análogas às da hepatite viral aguda, entretanto, do ponto de vista laboratorial, endoscópico e histológico, existem informações muito diferentes, com evolução na grande maioria dos casos para cirrose hepática. A hepatite crônica é uma doença inflamatória ininterrupta do fígado, com início e duração variáveis, desencadeada por fatores aléns. Constitui uma síndrome individualizada pela presença de elementos clínicos, bioquímicos, sorológicos e histológicos que sugerem reação imunológica contra antígenos do hospedeiro, induzindo a danos celulares irreversíveis (PORTA, 2000).

Segundo Fuks (2012), na hepatite infecciosa, os indícios são semelhantes ao de uma gripe, com febre, dores articulares, náuseas, vômitos, falta de apetite e enfraquecimento. Pode também surgir uma cor amarelada da pele e das mucosas.

Embora as vias de transmissão do vírus das hepatites B e C sejam através de contato com sangue e relação sexual, a dispersão de qualquer doença dentro da população é influenciada pelas condições ambientais prevalentes. Sem dúvida, melhoria adicional na higiene seria em longo prazo o meio de reduzir a soro prevalência de anticorpos anti-HBV e anti- HCV. (CLEMENS et. al., 2000).

Portanto, a hepatite é a inflamação do fígado que pode ser causada por vírus, uso de alguns remédios, álcool e outras drogas, além de doenças autoimunes e genéticas. São patologias silenciosas que nem sempre revelam sintomas, mas quando aparecem, podem ser evidenciados pelo cansaço, febre, mal-estar, tontura, enjoo, vômitos, dor abdominal, pele e olhos amarelados, urina escura e fezes claras. No Brasil, as hepatites virais mais corriqueiras são as causadas pelos vírus A, B e C

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(BRASIL, s.n.a). Existem vacinas disponíveis para a hepatite A e para hepatite B. Atualmente não existe vacina para hepatite C. Para hepatite A, a vacina está disponível em clínicas particulares e devem-se tomar duas doses. A vacina da Hepatite B está disponível em clínicas particulares e na rede pública de saúde. (CARTER, 2010).

Considerando que a infecção pelo HBV é considerada elevada onde a prevalência do HBsAg é superior a 7%, ou onde 60% ou mais da população têm evidência sorológica de infecção prévia. Essa é a condição de regiões como a África, parte da América do Sul, Sudeste da Ásia, China, partes do Oriente Médio e ilhas do Pacífico. São contempladas como de endemicidade intermediária as áreas aonde a prevalência do HBsAg vai de 2 a 7% com menos de 60% da população exibindo histórico sorológico. Nessa categoria se encontram o Leste Europeu e os países europeus do Mediterrâneo, parte da América do Sul, Oriente Médio e Rússia. No restante do mundo, que inclui na América do Norte, a Europa Ocidental e a Austrália, a prevalência do HbsAg é menor do que 2%, e a prevalência total de infectados previamente (portadores crônicos do vírus da hepatite B) é a baixo de 10%. (CHAVEZ et al, 2003).

O Brasil é considerado, pela OMS, como tendo elevada prevalência para a hepatite B na região da Amazônia Legal e intermediária no restante do país. Estudos do final da década de 80 e início de 90 sugeriam um gradiente de acréscimo da frequência da região sul em direção ao Norte. (SES/PE, 2011).

A literatura refere à Região Sul como área de baixa endemicidade, e as regiões Centro Oeste Nordeste e Sudeste como áreas de endemicidade intermediária (CHAVÉZ et al, 2003 ).

Assim, estimava-se que aconteciam três padrões de endemicidade hepatite B: elevada, com prevalência superior a 7%, na região Amazônica, sul do Espírito Santo e oeste do Paraná e Santa Catarina; intermediária, com prevalência entre 2 e 7%, nas Regiões Nordeste, Centro-Oeste e Sudeste; e baixa, com prevalência abaixo de 2% na região Sul do país (DATASUS, 2010). No Brasil, o cerne da dificuldade estaria localizada na região Amazônica brasileira, em especial na Amazônia Ocidental (FONSECA, 2007).

De acordo com dados SINAN, no período entre 2001 a 2006 a repartição dos casos ratificados de hepatite B em Pernambuco foi de 10%. Quanto a faixa etária, observou-se que cerca de 71% dos casos sobrevêm em indivíduos entre 0 a 19 anos. O fato de a maior parte dos casos de hepatite B se concentrarem na faixa etária dos 0 aos

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19 anos pode ser explicada pela transmissão vertical e convívio íntimo com infectados, no caso das crianças, uso de drogas ilícitas e contato com múltiplos parceiros sexuais em relações sem o uso de preservativo (VIEIRA et. al., 2007).

Segundo dados do DATASUS o município de São José do Belmonte não tem, no período de 2007 a 2011, casos de hepatite B admitidos por sorologia (BELMONTE, 2010/2011) não deixando de lembrar que para todas as doenças existem casos de sub-notificação.

Como vias de transmissão das hepatites virais, estão muitas vezes os materiais e instrumentos processos invasivos para a retirada de cutículas. Esses materiais utilizados podem se tornar conduções de agentes infecciosos se não forem rejeitados ou não passarem por descontaminação após cada uso. Muitas ocupações de embelezamento que não observam as regras de biossegurança e não adotam procedimentos adequados de desinfecção e esterilização que ao serem negligenciadas podem transmitir doenças infecciosas além de provocar lesões dermatológicas (JOHNSON E COL., 2001).

As associações entre terapêuticas de beleza e difusão de doenças têm sido demonstradas por diversos pesquisadores (HELLARD E COL., 2003; MARIANO E COL., 2004; WORP E COL., 2006).

Em meio a tantas contemporaneidades, várias práticas de embelezamento da manicure, como a retirada de cutícula, têm aumentado no Distrito federal, sendo comuns entre as diversas classes sociais, em diferentes idades e em ambos os sexos. Porém, os riscos presentes nessas práticas devem ser considerados, pois podem causar danos à saúde de profissionais e usuários uma vez que tais profissionais manipulam áreas do corpo humano habitadas por microorganismos, tanto na microbiota normal quanto da transitória, que podem ser agentes potencialmente infecciosos e transmitidos por contato direto, por artigos e substâncias contaminadas ou por acidentes com os utensílios perfuro cortantes. Durante essas atividades, são realizados procedimentos invasivos, ocorrendo sangramentos que possibilitam a transmissão de doenças como AIDS, hepatites B e C (JOHNSON E COL., 2001) e essa transmissão pode acontecer, por meio dos instrumentais, de profissional para cliente, entre clientes e de cliente para profissional.

Vale ressaltar que as profissões de tatuador, piercer, maquiador definitivo não são formalizadas e as profissões de manicure e pedicure só foram reconhecidas oficialmente no Brasil em janeiro de 2012 pela Lei 12.592 (BRASIL, 2012).

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No entanto, não existem órgãos de classe que autorizem e regularizem o exercício dessas destas atividades não requer formação específica e nenhuma qualificação.

Apesar dessas profissões não serem formalizadas, os trabalhadores e usuários dos serviços de embelezamento devem ter sua saúde protegida. Para isso, compete à Vigilância Sanitária desenvolver ações que sejam capazes de eliminar, diminuir ou prevenir riscos à saúde e intervir nos problemas sanitários decorrentes da prestação desses serviços (BRASIL, 1990). E cabe à vigilância controlar as condições sanitárias em que são oferecidos esses procedimentos enquadrando entre as normas de biossegurança.

05 PROFISSÃO DE MANICURE E/OU PEDICURE

A profissão de manicure e podólogos surgem logo depois do reconhecimento das cabeleireiras que são referidas na antiguidade cerca de 3.500 antes de Cristo. A cultura de cuidar das unhas vem dos chineses e egípcios, os primeiros a tingi-las com uma pasta conhecida como hena, onde as cores tinham relação com posição social. Estes profissionais eram chamados calistas.

Antigamente a profissão não tinha visibilidade e os profissionais acabavam não tendo muitas perspectivas, mas hoje, a situação é completamente diferente. Atualmente, a profissional deve saber tirar a cutícula perfeitamente, esmaltar bem, fazer uma boa massagem para aliviar a tensão, entender de marketing, divulgando todos os serviços do salão e o mais importante deve cuidar da saúde de seu cliente com conhecimento de procedimentos de higiene e esterilização.

Responsável pelo embelezamento das mãos e dos pés, a manicure ou pedicure precisa estar atenta às novidades que surgem no universo da beleza. Todo ano as empresas de cosméticos despejam no mercado uma série de produtos e equipamentos sofisticados, que requerem reciclagem constante destas profissionais.

No decorrer da história, os salões de belezas se espalharam, passando a ser um lugar agradável e de encontros. Mais a legalidade dos profissionais no Brasil demora a ser reconhecida e cada vez mais se torna uma categoria numerosa.

O reconhecimento começou a ser discutido a partir de um projeto de lei de 2002 e, somente em 18 de janeiro de 2012 a lei foi sancionada a lei n° 12.592, que

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dispõe sobre o exercício das atividades profissionais de cabeleireiro, barbeiro, esteticista, manicure, pedicure, depilador e maquiador. No artigo 4°, os profissionais de que trata esta lei deverão obedecer às normas sanitárias, efetuando a esterilização de materiais e utensílios utilizados no atendimento aos seus clientes. Como medida preventiva à contaminação pelo HBV e outros tipos de vírus, a ANVISA e as Vigilâncias Sanitárias de estados e municípios elaboraram referências técnicas que podem ser adotadas em todo o país. A referência técnica serve como um parâmetro que direciona a inspeção sanitária e serve como estratégia para levar os cuidados de saúde ao mercado de beleza.

Embora as referências técnicas não sejam de valor legal, elas contém recomendações acerca das estruturas físicas, dos materiais utilizados, dos procedimentos e dos recursos humanos e visam proteger os clientes de infecção por vírus pois detalham o tratamento que os salões de beleza devem dar aos materiais de uso individual e único, aos descartáveis, e aos que são utilizados por diversos clientes, além de definir quais podem ser higienizados com limpezas feitas somente com insumos químicos e aqueles nos quais a esterilização é necessária.

Essas normas levam em consideração o Código de Proteção e Defesa do Consumidor (Lei Federal nº 8.078/90), que estabelece que a proteção de saúde e segurança contra os riscos provocados por práticas no fornecimento de serviços é um dos direitos básicos do consumidor, consideram a necessidade de prevenção e redução dos riscos à saúde aos quais ficam expostas as pessoas que frequentam os serviços oferecidos pela indústria da estética e do embelezamento; ponderam que os procedimentos invasivos expõem os trabalhadores e usuários ao risco de infecções (HIV, HBV,HCV, dentre outros) e avaliam que as ações e serviços de saúde são de relevância pública, estando sujeitos à regulamentação, fiscalização e controle pelo Poder Público, nos termos do art. 197, da Constituição Federal.

06 QUESTOES NORTEADORAS

1. Qual o nível de informação das manicures/pedicures sobre as doenças como hepatite B e C?

2. Há risco potencial de se adquirir as hepatites B e C nos estabelecimentos de estética em embelezamento do Riacho Fundo I?

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07 HIPÓTESES

Se os salões de beleza são considerados estabelecimentos de interesse da saúde existe um potencial de risco de se adquirir hepatites B e C se for incidência doa fatores:

1. Baixo nível de conhecimento dos indivíduos que oferecem o serviço de manicure/pedicure sobre o vírus VHB e VHC e sua transmissão

2. Desconhecimento dos indivíduos que oferecem o serviço de manicure/pedicure sobre sua condição vacinal ou condição vacinal incompleta, para o VHB (a dose recomendada pelo MS e de três doses para obtenção do soro-conversão)

3. Baixo nível de conhecimento dos indivíduos que oferecem o serviço de manicure/pedicure sobre procedimentos técnicos adequados que evitem a transmissão das hepatites B e C, no caso de acidentes perfuro cortantes.

08 METODOLOGIA

8.1 DELINEAMENTO DO ESTUDO

Trata-se de um estudo de avaliação formativa do tipo Conhecimento, Atitude e Prática (CAP), de corte transversal e abordagem quantitativa realizado em Riacho Fundo I - DF, em 2014.

De acordo com Kaliyaperumal a metodologia de CAP permite medir a informação de pratica e atitudes de um grupo, em que permite dialogar da mesma e coletar mostra sobre o que os indivíduos sabem, sentem e o comportamento sobre determinado assunto ou tema. Já a prática, o modo como o conhecimento é demonstrado, através de ações (KALIYAPERUMAL, 2004).

A metodologia CAP permite diagnosticar uma população a partir do seu conhecimento, da sua atitude e da sua prática. Mostrando-nos o que as pessoas sabem, sentem e também como se comportam a respeito de um determinado tema.

No entanto, ainda não há um consenso quanto à definição destes termos e à sua análise, apesar de um número expressivo de estudos que a utiliza (KALIYAPERUMAL, 2004).

(23)

No presente estudo, adotou-se os conceitos estabelecidos a partir de estudos similares (MARINHO et al, 2003; KALIYAPERUMAL, 2004), conforme segue: • Conhecimento – Significa rememorar fatos específicos (dentro do sistema educacional do qual o indivíduo faz parte) ou a desenvoltura para aplicar fatos característicos para a resolução de problemas ou, ainda, emitir julgamentos com a compreensão adquirida sobre determinado evento.

• Atitude – É, essencialmente, ter opiniões. É, também, ter anseios, predisposições e crenças, relativamente estáveis, dirigidos a um objetivo, pessoa ou situação. Bem como preconceitos que podem permear o tema.

• Prática – É a tomada de decisão para executar a ação. Relacionam-se as propriedades psicomotoras, afetivo e cognitivo – dimensão social.

O método CAP permite uma classificação de dados que viabilizam a identificação dos melhores caminhos para a formulação de posteriores estratégias intervencionistas a serem aplicadas no grupo estudado. Tal metodologia vem sendo utilizada mundialmente em estudos com as mais diferentes populações, visando comensurar o que elas sabem, de que forma pensam e como agem frente a um determinado problema (PORTUGAL, 2002). A mencionada metodologia também pode ser empregada para o diagnóstico da comunidade após ações educativas, verificando-se as alterações incorporadas nos níveis de conhecimento, atitude e prática, a fim de levar a um processo mais eficiente de conscientização do assunto abordado, uma vez que irá permitir um programa de vigilância adaptado mais adequadamente às necessidades da comunidade (SANTOS; CABRAL; AUGUSTO, 2012).

É necessário envolver os níveis de conhecimento, atitude e prática de uma determinada população, pois facilita no processo de concepção de sua consciência crítica e na autonomia do controle do seu processo de saúde-doença, visto que admite o reconhecimento das reais necessidades ou problemas da sociedade, possibilitando uma adequação das possíveis intervenções, direcionando-as para a problemática em questão. As pesquisas que utilizam a metodologia CAP podem viabilizar a identificação das reais brechas do conhecimento, crenças culturais ou padrões de comportamento que podem facilitar ou dificultar a compreensão e a ação, bem como causar dificuldade ou criar barreiras para os esforços de controle de um determinado problema de saúde pública.

(24)

Já para Minayo e Sanches (1993), a foco quantitativo atua em níveis da realidade, onde os dados se apresentam aos sentidos. Tem como campo de práticas e finalidades trazer à luz dados, indicadores e intenções observáveis. Devem ser utilizados para abarcar, do ponto de vista social, grandes conjuntos de dados, de aglomerados demográficos, por exemplo, classificando-os e tornando os inteligíveis através de variáveis.

Pereira (1995) defende que o estudo transversal é caracterizado por ter grandes vantagens como menos tempo para realizá-los e baixo custo. Mas, esses estudos geram apenas hipótese sobre tal estudo.

09 POPULAÇÃO ALVO

Profissionais manicures e/ou pedicures nos salões de beleza localizados em todas as ruas e shopping centers na Região Administrativa Riacho Fundo I - DF.

10 CRITÉRIOS DE INCLUSÃO

Ser manicure/pedicure, trabalhar de maneira autônoma ou trabalhar em salão.

11 CRITÉRIOS DE EXCLUSÃO

Se recusar a participar da pesquisa, for menor que 18 anos, ter menos de um ano de experiência na profissão.

12 AMOSTRAGEM

(25)

13 INSTRUMENTO

A coleta de dados se deu através de um questionário estruturado e padronizado com predominância de questões fechadas.

Um questionário estruturado e padronizado com predominância de questões fechadas que foi inicialmente aplicada com experientes enfermeiras que trabalham com hepatite. Após o instrumento foi testado em 5 manicures/pedicures pra avaliar o entendimento das questões, aplicado pelos pesquisadores contendo inquirições relativas aos objetivos propostos.

14 TRABALHO DE CAMPO

A coleta dos dados ocorreu nos salões de beleza e em algumas residências da Região Administrativa Riacho Fundo I. O trabalho de campo foi precedido de uma capacitação dos supervisores de campo e entrevistadores sobre o levantamento dos dados primários e secundários nas diferentes fontes já apontadas e o seu registro em instrumentos padronizados, desenhados especialmente para o estudo. Nessa capacitação foi enfatizada a importância do sigilo e da confidencialidade dos dados e os cuidados a serem tomados com as informações geradas.

15 ANÁLISE DOS DADOS

A apreciação será realizada por meio de estatísticas descritivas como frequência, percentual, média, mediana e razão de prevalência.

Os questionários foram consolidados no software Epi Info, versão 6.0 (3.5.1).15 Além do Epi Info, será utilizado o programa Microsoft Office Excel 2007 na consolidação de dados e na elaboração de tabelas.

O estudo pretende classificar o conhecimento das manicures/pedicures sobre as hepatites B e C e a vacina contra a hepatite B, atribuindo-se um valor numérico às respostas sobre o conhecimento hepatite, às formas de prevenção e de transmissão da doença, às vacinas e às suas indicações. Serão adotados três intervalos para o conhecimento: Inadequado (<70%), Adequado (70 a 89%) e Muito Bom (90 a 100%).

(26)

Para a classificação das atitudes manicures/pedicures com relação à vacina contra hepatite B, foram estabelecidos valores numéricos referentes à direção e à resposta dos entrevistados da seguinte forma: Favorável (70%), Desfavorável (50 a 69%).

Já com relação à prática de cobertura vacinal contra hepatite B, considera como prática adequada à vacinação, como prática inadequada, a falta de vacinação.

16 ASPECTOS ÉTICOS

O projeto foi aprovado pelo Comitê De Ética Em Pesquisa Da Fundação De Ensino E Pesquisa FEPECS sob o número 311/2012.

17 RESULTADOS

Das 70 manicures que constituíram a amostra desta investigação, todas eram do sexo feminino. Entretanto, analisando com relação aos demais precedentes informativos, obtivemos os resultados apresentados nas tabelas a seguir.

TABELA 1. CARACTERÍSTICAS SÓCIAS DEMOGRÁFICAS DA POPULAÇÃO ESTUDADA. RIACHO FUNDO I, 2014. (Continua)

Amostra % Sexo feminino 70 100 Idade em anos 20 - 30 anos 08 11 31 - 40 anos 56 80 41 - 50 anos 04 6 <50 anos 02 3 Escolaridade:

Ensino fundamental incompleto. 03 4

Ensino médio incompleto. 06 9

Ensino médio completo. 38 54

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Ignorado 05 7 Estado civil: Solteiro 01 26 Casado 28 40 União estável 09 13 Viúvo 1 1 Separado 13 19 Não informado 1 1

Qual a sua cor:

Branco 35 50 Negro 12 17 Mulato 14 20 Amarelo 09 13 Renda familiar (R$): < 1 sm 08 12 2 a 5 sm 61 87 6 a 9 01 1

Tempo de trabalho na profissão?

01 ano 09 13

2 a 5 anos 39 56

6 a 9 anos 18 26

> 10 anos 04 5

Fez algum curso formal?

Sim 17 24

Não. 52 74

Não informado 01 2

Onde? SENAC

As manicures e pedicures, profissionais responsáveis pelo embelezamento das unhas das mãos e dos pés, ainda prevalece à maioria sendo do sexo feminino, como encontrado nesse estudo (100% - 70 pessoas). Dentre essas profissionais se constatou a incidência de 80% entre as faixas etárias de 31 a 40 anos. Muitas dessas mulheres são casadas (40% - 28), sendo solteiros um total de 25%, e separadas e viúvas 35%. A metade delas afirma ser de cor branca (50% - 35).

Como apontado neste estudo, 87,14% tem a renda familiar entre 02 (dois) à 05 (cinco) salários mínimos, o que é um valor um tanto razoável comparado com os demais estados já estudados.

(28)

Por ser um serviço muito procurado, 55,71% estão nessa profissão entre 2 a 5 anos, mas se manterão por mais tempo devido à remuneração. O período de trabalho o ramo estético especifico como das manicures em média de 10 anos, mais outros dois estudos mostram um período menor ou iguala seis anos (JOHNSON et al., 2001; OLIVEIRA, 2009).

A formalidade desses serviços apresenta ser mais cultural, pois grande parte delas como 74,28% não tem cursos profissionalizantes ou qualquer outra especialização.

O que diz respeito à escolaridade, a grande maioria (54% - 38) apresenta Ensino Médio Completo, o que nos leva a crer que estão nesse emprego por não exigir um nível de estudo elevado. Muitas vezes não existe a obrigatoriedade de certificados para a prestação desses serviços, que a legislação exige para esse exercício da profissão com fins estéticos. (CRUZ ALTA, 2000; PASSO FUNDO, 2002; MARÍLIA, 2006).

TABELA 2. CARACTERÍSTICAS SOBRE O LOCAL DE TRABALHO. RIACHO FUNDO I- DF, 2014.

Amostra %

Localização do estabelecimento:

Salão de beleza de shopping 03 4

Casa 09 13

Salão de beleza de bairro 38 53

Barbearia e salão de beleza 10 15

Porta em porta 10 15

Observou-se também que 54,28% atuam em salões de beleza do bairro, devido à quantidade de salões serem maiores nessa localidade, do que em shoppings ou atendimento domiciliar.

Os profissionais, tanto em salão de beleza como em atendimento domiciliar, foram convidados a participar desse estudo. Como critério de inserção, optou-se pela manicure/pedicure quando presente nos estabelecimentos de beleza ou em domicílio, independentemente de ser proprietário ou assalariado, independente de sexo, faixa etária mínima de 18 anos e com experiência profissional mínima de um ano no seguimento. Como critério de exclusão definiu-se: se recusar de participar do estudo,

(29)

menor de 18 anos de idade e com menos de um ano de experiência na profissão, pois estes profissionais não poderiam retratar adequadamente a dinâmica do trabalho nos estabelecimentos.

TABELA 3. DISTRIBUIÇÃO DA FREQUÊNCIA DAS RESPOSTAS DAS MANICURES REFERENTES AO CONHECIMENTO DA HEPATITE B E C. RIACHO FUNDO I, DF, 2014. (Contínua)

Amostra %

Você sabe o que é Hepatite B?

Sim 63 90

Não 07 10

Você sabe o que é Hepatite C?

Sim 30 43

Não 40 57

Qual dos dois você acha mais grave?

Hepatite B. 09 13

Hepatite C. 08 11

Não há diferença. 07 10

Não sabe 46 66

A Hepatite viral é uma doença que ataca o:

Fígado. 62 89

Não sabe. 07 10

Vários órgãos. 01 1

Na Hepatite a maioria das pessoas não sente nada isto é:

Falso 64 91

Verdadeira 06 9

Algumas pessoas que se infectam com este vírus podem se curar mesmo sem tratamento?

Falso 46 66

Verdadeira 24 34

A pessoa que se contamina com o vírus da Hepatite B ou C, mesmo sem estar doente pode transmitir a doença?

Falso 10 14

Verdadeira 60 86

Somente a pessoa doente de Hepatite transmite esta doença?

Falso 38 54

Verdadeira 31 44

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O que a pessoa sente quando está com Hepatite? (sinais/sintomas) Cansaço. 41 17 Perda de peso. 34 14 Intestino. 03 1 Dor muscular. 51 21 Falta de apetite. 31 13 Outros. 03 1 Urina escura. 17 7

Coloração amarela da pele e no branco dos olhos. 64 26 Como você acha que se pega Hepatite B e C?

Água. 04 6

Sexual. 34 48

Contato com objetos sujos com sangue. 05 7

Contato com fluídos orgânicos (saliva, sêmen). 16 23

Não sei. 11 16

A hepatite é uma doença que com o tempo leva (Marque quantos achar necessário): Cirrose hepática. 05 7 Transplante de rim. 01 1 Câncer de fígado. 20 26 Mal estar. 01 2 Não sei. 49 65

Existe vacina para evitar pegar a hepatite B?

Sim 66 94

Não sei. 04 6

Existe vacina para evitar pegar a hepatite C?

Sim 25 36

Não 01 1

Não sei. 44 63

Quem deve tomar vacina para Hepatite (Marque quantos achar necessário)?

Quem usa drogas. 08 8

Profissionais de saúde. 11 11

Quem faz sexo sem camisinha. 22 23

Todas as pessoas. 52 53

Portadores de doença crônicos. 01 1

Não sabe. 04 4

Quem apresenta riscos para adquirir o vírus da Hepatite B e C?

(31)

Recém - nascidos das mães portadoras de hepatite. 31 15

Quem tem contato social ou familiar com material de uso pessoal (barbeadores, escovas de dente, alicates de cutícula sem esterilização adequada).

17 8

Receptores de órgão ou tecidos transplantados. 16 8

Profissionais de saúde. 38 18

Usuários de drogas. 32 15

Outros 19 9

Os profissionais que trabalham com objetos que trazem riscos a saúde deveriam ter acompanhamento pela Vigilância Sanitária, pois é um grupo de riso de doenças como a hepatite viral e uma doença de notificação compulsória, que parte do estudo da Vigilância Epidemiologia que busca ativa que avaliar a as medidas de prevenção e a tendência da doença. (MINISTÉRIO DA SAÚDE, Secretaria de Vigilância em Saúde Departamento de Vigilância Epidemiológica 3ª edição 2013)

O pouco conhecimento acerca da doença implica nos riscos para as profissionais, por estarem exposta a contaminação do vírus da hepatite B e C, através de seus materiais contaminados e do sangue das clientes, 90% das profissionais afirmaram saber a forma de transição, julgando ser por via sexual, parenteral, Peri natal e horizontal.

Quando foram questionadas a respeito da infecção por de hepatite C, 57% afirmaram não saber a sua via de transmissão, o que é de fundamental importância para elas, uma vez que podem sofrer exposição ao sangue contaminado.

Quando passamos as perguntas diretas sobre a hepatite, a maior parte das entrevistas das disseram que a doença ataca o fígado (89%- 62), que o sujeito infectado pelo vírus possui sintomas (91%-64), que uma vez infectado pelo vírus da hepatite não há cura (66%- 46) e que a doença é de fácil transmissão (86%- 60). Ainda sobre o mesmo contexto afirmaram que apenas indivíduos doentes podem transmitir o vírus (44%- 31), e relatam que a pessoa apresenta uma coloração amarelada na pele e na esclera.

Quando perguntadas sobre como a hepatite B e C eram transmitidas (48% -34) responderam que era através da relação sexual, contato com fluídos corporais (23% -16) e muitas não souberam responder (16% - 11). As que não souberam responder

(32)

sobre as doenças degenerativas da hepatite bem como sua evolução assumem o percentual de (65% - 49).

Sobre a vacinação oferecida pela GDF contra o vírus VHB, (94% - 66 participantes) afirmaram a disponibilidade. Entretanto, contra o vírus VHC (63% - 44) não souberam responder. Quanto à indicação da vacinação 53% das participantes responderam que a disponibilidade é para todos os cidadãos. Segundo os dados da pesquisa, o perfil mais suscetível a ter hepatite é de quem pratica sexo sem o uso de preservativo (27%- 58) e de profissionais da saúde (18% - 38) como afirmaram as participantes deste estudo.

TABELA 4. DISTRIBUIÇÃO DO NÚMERO E FREQUÊNCIA DE RESPOSTAS DAS MANICURES REFERENTES ÀS ATITUDES. RIACHO FUNDO I- DF, 2014. (Contínua)

Amostra %

Como você evita pegar as Hepatites B e C?

Evitar partilhar objetos pessoais, aparelhos de barbear, escovas de dente,

brincos e cortadores de unha. 01 2 Usa preservativo quando tem relações sexuais. 31 44

Tomar vacina contra Hepatite B. 35 50

Nunca compartilhar agulhas ou seringas. 02 3

Não sabe. 01 1

No seu trabalho o que você faz para prevenir a transmissão da doença para outras pessoas?

Esteriliza material como o pau de laranjeira, afastado de cutícula e alicate

com água e sabão. 13 18 Lava os materiais como pau de laranjeira, afastador de cutícula e alicate

com água e sabão. 30 43 Orienta a cliente para que ela tenha o seu alicate, lixa, pau de laranjeira e

esmalte. 23 33

Lava material com solução química esterilizante. 04 6 Como você limpa o material?

Lavam os materiais como o pau de laranjeira, afastado de cutículas e

alicate com água e sabão. 28 40 Coloca o material após o uso direto na estufa. 39 56

Coloca o material de molho na água sanitária. 03 4 Você esteriliza o material em:

Ferve em panela normal. 11 16

(33)

Coloca na estufa. 46 66 Quanto tempo você coloca na estufa?

15 minutos. 57 82

30 minutos 09 13

40 minutos 03 4

Outros. 01 1

Quanto tempo você coloca na autoclave?

15 minutos. 01 33

Outros. 02 67

Quanto tempo você coloca na panela de pressão para ferver?

Outros. 01 100 Quanto tempo você coloca na panela para ferver?

30 minutos 01 100

A forma de transmissão das doenças ainda é desconhecida pela sociedade. No estudo realizado, as entrevistadas acreditam que apenas por terem tomado a vacina estarão inumes a Hepatite B e C (27% - 58). Mediante o seu trabalho como manicure, as precauções mais utilizadas por elas são: lavar os materiais com água e sabão (43% - 30), colocar os instrumentos diretos na estufa (56% - 39), adotar o método de esterilização na estufa de forma mais corriqueira (66% - 46) bem como fazem utilização do tempo de 15 minutos em tal aparelho (82%- 57).

De acordo com Thaitel (2009), o processo de esterilização só pode ocorrer depois que os objetos sejam expostos em água corrente e sabão com ação mecânica, utilizando equipamento de proteção individual a fim de que seja retirada boa parte das sujeiras e microorganismos.

Para os demais métodos, observa-se pouca utilização. O percentual de uso da autoclave é de (67%) enquanto que o uso da panela de pressão é de (100% - 1), e as que colocam na panela para ferver também é de (100% - 1) durante um tempo de 30 minutos.

O Programa Nacional para a Prevenção e Controle das hepatites Virais DO Ministério da Saúde, reforça que o vírus consegue sobreviver a altas temperaturas. Pode resistir durante 10 horas à 60°C, durante 5 minutos à 100°C, exposto ao éter ou álcool à 90°C e permanecer viável após vários anos de congelamento. (Brasil. Ministério da Saúde. Programa Nacional para a Prevenção e Controle das Hepatites Virais: Manual de aconselhamento em Hepatites Virais. Brasília, p. 43, 2005.)

(34)

TABELA 5. DISTRIBUIÇÃO DO NÚMERO E FREQUÊNCIA DE RESPOSTAS DO CONHECIMENTO DAS MANICURES REFERENTES ÀS PRÁTICAS. RIACHO FUNDO I, 2014. (Continua)

Amostra %

No caso de cortar a cutícula de uma cliente e ocorrer sangramento, o que você faz?

Coloca acetona no algodão e cobre o ferimento. 18 26

Joga pó cicatrizante sobre o ferimento. 24 34

Cobre com algodão o ferimento. 04 6

Coloca o seu dedo diretamente no ferimento para parar o sangramento. 01 2

Passa uma solução para matar bactérias. 22 31

Coloca pedra sobre o ferimento. 01 1 Você usa luvas para fazer as unhas de suas clientes?

Sempre 06 9

Às vezes 16 23

Nunca 48 68 Você usa o material do salão para fazer a sua própria unha?

Sempre 14 20

Às vezes 47 67

Nunca 09 13

Você lava o pau de laranjeira, afastado de cutícula e alicate usando luva?

Sempre 03 4

Às vezes 05 7

Nunca 62 89

Já sofreu algum acidente com material de trabalho?

Sim 69 99

Não. 01 1

Já sofreu algum outro acidente de trabalho que levou o contato com sangue de uma cliente?

Sim 63 90

Não. 07 10

A profissão de manicure/pedicure não era regulamentada em lei até antes do ano de 2012, assim as práticas exercidas formavam profissionais inaptos, do ponto de vista teórico, para o mercado de trabalho, expondo a saúde da clientela a riscos. Faz-se notória a importância de que os profissionais obtenham cursos que os habilitem a corresponder a exigência da clientela e das normas de biossegurança.

(35)

Observa-se que em casos de intercorrências para com o seu cliente, 34% das participantes lançam mão de uma solução que possibilita a contenção do sangramento de maneira rápida. Muitas vezes estas são expostas e entram em contato direto com pequenas fissuras ocasionadas durante os procedimentos. Em um quadro geral, 90% das participantes afirmaram que entraram em contato direto com o sangue de suas clientes, pois 89% delas não têm o hábito de utilizar luvas, o que compromete a saúde do profissional, uma vez que, em contato com o sangue, 48% delas foram expostas a riscos, até mesmo utilizando os materiais para o uso próprio ou por acidente de trabalho, como relatam. Segundo Focaccia (2007), muitos são infectados de forma transversal que envolve instrumentos perfuro cortantes bem como por acidente de trabalho. Muitos profissionais como manicures se arriscam entrando em contato com secreções de suas clientes. Se infectadas por patógenos encontrado no sangue especialmente hepatite ou o Vírus Da Imunodeficiência Humana (HIV), as doenças trazem perdas não apenas aos acidentados, mas também à sociedade.

Subentende-se então que muitas manicures se esquivam de ter os seus materiais individuais, como 32,9% afirmaram, e acabam utilizando o mesmo que usam para atender suas clientes, muitas vezes por descuido ou falta de conhecimento. Das pesquisadas, 43% não tem o hábito de lavar os materiais, o que compromete a segurança do seu trabalho, levando- as a uma exposição de risco, muitas vezes em contato com resquícios de sangue nas superfícies dos objetos infectados. De acordo com uma pesquisa realizada por Marrocos no Brasil nos salões de beleza, essa evidencia o descuido a limpeza ou desinfecção dos materiais. Pelo fato dessas ações não são consideradas necessárias para os profissionais, não são realizadas como rotina (ZAHRAOUI-MEHADJI et al., 2004; OLIVEIRA, 2009).

TABELA 6. DISTRIBUIÇÃO DO NÚMERO E FREQUÊNCIA DE RESPOSTAS DO CONHECIMENTO DAS MANICURES REFERENTES ÀS VACINAS. RIACHO FUNDO I, 2014.

Amostra %

Você já tomou a vacina contra hepatite?

Sim 19 27

Não 01 01

Não lembro 50 72

(36)

Atualmente o GDF disponibiliza vacinas gratuitamente para hepatite B nos postos de saúde ou centros de referências de imunobiológicos especiais. Sendo que somente em casos especiais ou por indicação médica, é realizada a imunização contra a hepatite A.

Quanto à questão da vacinação apenas (27% - 19) das participantes têm certeza de ter tomado, e (1% - 1) alega não ter sido imunizada. O fato preocupante é que (72% -50) das integrantes não se lembram de ter tomado nenhuma das três doses da vacina para hepatite B, levando em conta que essa faça parte do calendário infantil a partir do nascimento do neonatal em até 12 horas após o parto, sendo que a segunda dose entre os 1 e 2 meses após a data da primeira e a terceira dose após 6 meses. Outrossim, a vacina contra a hepatite B pode ser realizada em crianças, adultos, em grupos de riscos: como gestantes, profissionais da saúde, manicures, pedicures e podólogos. A política atual de saúde como a de vacinação é executada na atenção básica e atua principalmente na Estratégia Saúde da Família ESF priorizando as ações de saúde, o cuidado com a família e os diagnostico locais em todo o ciclo vital (BRASIL, 2001).

TABELA 7. DISTRIBUIÇÃO DO NÚMERO E FREQUÊNCIA DE RESPOSTAS DAS MANICURES REFERENTES AOS FATORES DE RISCO DE ADQUIRIR HEPATITE B E C. RIACHO FUNDO I-DF, 2014. (Contínua)

Amostra %

Alguém que mora na sua casa já teve hepatite?

Sim 08 11 Não. 37 53 Não lembro 25 36 Se sim, quem? Crianças. 07 78 Irmão 01 11 Outro 01 11 Já recebeu transfusão? Sim 02 3 Não. 68 97

Sua transfusão foi:

Após 1994 02 100

Fez cirurgia?

Sim 32 46

(37)

Tem tatuagem? Sim 50 71 Não. 20 29 Tem piercing? Sim 30 43 Não. 40 57

Já compartilhou material cortante de higiene pessoal como aparelho De barbear?

Sim 67 96

Não. 03 4

Já teve relação sexual desprotegida?

Menos de 06 meses 62 89

Mais de 06 meses 08 11

Já contraiu alguma doença sexualmente transmissível?

Sim 41 58

Não. 04 6

Não lembro 25 36

Usou injeções (seringas de vidro) com fortificantes?

Sim 01 2

Não. 59 84

Não lembro 10 14

Já realizou algum reparo odontológico?

Sim 45 64

Não. 25 36

A falta de conhecimentos sobre a transmissão das doenças muitas vezes impede que os cuidados com os materiais sejam realizados de forma adequada na frequência necessária.

As profissionais afirmam (11% - 8) não terem tido contato direto com pessoas doentes com hepatite. Contudo, as que afirmarem ter (78% -7) residem com crianças que tiveram a doença.

A hepatite é muito enfatizada pelos programas nacionais de saúde. Entretanto, muitas vezes confundidas como apenas uma Doença Sexualmente Transmissível (DST), pois em campanhas, por vezes divulga-se como doença relacionada ao sexo. Existem inúmeras discussões no que se refere à transmissão do vírus da hepatite C por relação sexual, como afirmado por Natália Werutsky (2006, p.38) que

(38)

relata no estudo realizado por Norah Terrault e sua equipe da Universidade da Califórnia, nos Estados Unidos que teve como objetivo dimensionar a transmissão sexual da hepatite C.

Ainda, de acordo com o Programa Nacional para Prevenção e Controle das Hepatites Virais: Manual de Aconselhamento em Hepatites Virais (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2005, p. 32), indivíduos que tenham diversos parceiros sexuais ou que sejam portadores de outras quaisquer patologias sexualmente transmissíveis assumem um risco maior de contrair e transmitir a infecção.

Além disso, os vírus foram achados em porções pequenas, incapaz de aumentar a transmissão da enfermidade no sêmen e nas em secreções femininas, também em seu sangramento menstrual. No presente estudo, 89% das profissionais relatam terem relações sexuais desprotegidas a menos de 06 meses, e que 58% já contraiu alguma DST. Também vale ressaltar as transfusões de sangue, em que a pesquisa revela que 3% das participantes fizeram após o ano 1994.

Como qualquer procedimento que envolva sangue, pode servir de transmissão, procedimentos como colocação de “piercings” (43% - 30 usam), tatuagem (71% - 50 possuem), algum procedimento cirúrgico (46% - 32 delas já fizeram), o compartilhamento de materiais cortantes de higiene pessoal (96% - 67) ou até fazer as unhas que pode representar risco de adquirir o vírus. Neste sentido, os instrumentos utilizados para estes tipos de procedimentos devem ser devidamente limpos e esterilizados, uma vez que os vírus podem sobreviver até 03 dias fora do corpo, em materiais como giletes, lâminas, seringas de vidro (2% - 1 usou), alicates, cortadores de unhas, entre outros.

Em uma pesquisa de dissertação de Mestrado realizada por uma Enfermeira do Instituto de Infectologia Emilio Ribas de São Paulo, cujo orientador foi o médico infectologista Roberto Focaccia, um dos 16 principais especialistas em hepatite do país, o estudo mostrou que há um grande risco de se infectar com os vírus da hepatite B ou C em estabelecimentos de beleza. De acordo com o médico:

“As manicures geralmente cortam a cutícula, e isso sangra. O sangue contém uma quantidade enorme de vírus. Dez elevados à 13ª potência de vírus por ml, uma coisa brutal. Então uma gota de sangue pode favorecer a transmissão” (HEPATITE, 2009).

(39)

Deve-se considerar, portanto, que o compartilhamento de alicate de manicure e cortadores de unha atua como elemento de risco importante para a transmissão do VHB e/ou VHC (FAGUNDES, G. D.; BONAZZA, V.; CERETTA, L. B.; BACK, A. J.; BETTIOL, J., 2008.)

No entanto, estudos sobre a transmissão ocupacional das hepatites virais para manicures/pedicures para os seus clientes ainda são escassos. (MELO, F.C. A.; ISOLANI, A. P. 2011.)

Referências

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