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CONDUTIVIDADE DAS SOLUÇÕES ELETROLÍTICAS

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Academic year: 2021

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CONDUTIVIDADE DAS

SOLUÇÕES ELETROLÍTICAS

Prof. Harley P. Martins Filho

• Soluções eletrolíticas

Eletrólitos: substâncias que quando dissolvidas em água (ou em outros solventes adequados) conduzem corrente elétrica. Eletrólitos fortes: sais inorgânicos, hidróxidos alcalinos e alcalino-terrosos, maioria dos ácidos inorgânicos  alta condutividade elétrica em solução.

Eletrólitos fracos: ácidos orgânicos, alguns ácidos inorgânicos (ácidos carbônico, sulfídrico, cianídrico, bórico e hipocloroso), algumas bases inorgânicas (hidróxidos de amônio, de zinco e de chumbo)  baixa condutividade elétrica em solução.

(2)

• Mecanismo da condução iônica

Fatores que determinam a resistência que uma solução eletrolítica específica terá:

 Eletrólitos têm carga e volume diferentes  Solvente tem uma viscosidade intrínseca

 Cada eletrólito tem uma camada de solvatação específica, que aumenta a resistência ao movimento.

 Atrações eletrostáticas entre íons de carga oposta, que aumentam com a concentração.

Fatores que alterariam o sistema durante uma medida de condutividade em corrente contínua:

 Velocidades dos íons de carga oposta podem ser diferentes

 aparecimento de gradientes de concentração através da solução.

 Eletrólise nos eletrodos  consumo do material da solução.

 Uso de corrente alternada ( 1 kHz) evita alteração do sistema.

(3)

Condutividade

Lei de Ohm: R = resistência (V C-1 s = (ohm))

Medida prática: ponte de Wheatstone

R

I

Ajustando-se a resistência variável R3 até que não haja corrente acusada no amperímetro, pode-se mostrar que 1 3 2 4 4 3 2 1

R

R

R

R

R

R

R

R

Condutância: G = 1/R (-1 ou S (Siemen))

A condutância é função do comprimento do corpo condutor (distância entre os eletrodos) e da área da seção reta do corpo (área dos eletrodos):

l

A

G

 = condutividade (S m-1)

A

l

R

A

Gl

1

Célula de condutividade

(4)

Na prática não é fácil medir l e A das células mais comuns. Com uma solução padrão de condutividade conhecida, mede-se a resistência e calibra-se o fator l/A da célula (constante da célula C):

padrão padrão

R

C

A

l

Como a condutividade depende de número de íons em solução, introduz-se a condutividade molar:

(S m-1/mol m-3 = S m2 mol-1)

onde c é a concentração molar da solução. Unidade mais conveniente de m: mS m2 mol-1.

c

m

Exemplo: Para KCl 0,100 mol L-1 a 25,0oC,

m = 12,9 mS m2

mol-1. A resistência medida para esta solução em uma dada célula

foi de 28,44 . Para uma solução de NaOH 0,0500 mol L-1, a

resistência medida foi de 31,60 . Calcular m para o NaOH 0,0500 mol L-1.

Constante da célula: C = padrãoRpadrão = m,padrãocpadrãoRpadrão = 12,910-30,100103(mol m-3)28,44

= 36,7 m-1

Para o NaOH:  = C/R = 36,7/31,60 = 1,16 S m-1

m = 1,16(S m-1)/0,05103 (mol m-3)

(5)

Na verdade a própria condutividade molar varia com a concentração, e a forma da variação depende do eletrólito.

 Aumento da concentração faz aumentar atrações interiônicas, que retardam a movimentação iônica  menor condutividade molar  Aumento da concentração faz com que dissociação diminua  aumento da quantidade dos íons é menor que o aumento da

concentração  menor condutividade molar

o Eletrólitos fortes

Dissociação completa  no de íons proporcional à concentração

nominal  diminuição da condutividade molar advém apenas das interações interiônicas.

Lei de Kohlrausch:

o

m é a condutividade molar limite (para c = 0) e K é uma

constante dependente principalmente da estequiometria do eletrólito.

Kohlrausch também examinou as condutividades molares em diluição infinita para diversos pares de eletrólitos fortes que continham íons em comum:

2 / 1

c

o m m

K

(6)

Eletrólito o

m Diferença Eletrólito om Diferença KCl 14,986 2,341 KBr 15,192 0,206 NaCl 12,645 KCl 14,986 KBr 15,192 2,341 NaBr 12,851 0,206 NaBr 12,851 NaCl 12,645 KNO3 14,496 2,341 LiBr 11,709 0,206 NaNO3 12,155 LiCl 11,503    

o

m

Em diluição infinita, quando a dissociação de um eletrólito é completa e todos os efeitos interiônicos desaparecem, cada íon migra independentemente de seu contra-íon e faz uma contribuição definida para a condutividade molar a diluição infinita do

eletrólito, independente da natureza do outro íon do eletrólito. Lei de Kohlrausch da migração independente dos íons:

 = número de íons por íon-fórmula do eletrólito

 = condutividade molar limite de um íon

Exemplo: Ba2+ = 12,72 mS m2 mol-1 e

Cl- = 7,63 mS m2 mol-1

o

m(BaCl2) = 112,72 + 27,63 = 27,98 mS m2 mol-1

 Misturas de eletrólitos

Se íons migram independentemente, condutividades de eletrólitos misturados são aditivas:

Por exemplo, em soluções muito diluídas de eletrólitos a condutividade da solução tem participação importante dos íons da água  para a determinação da condutividade molar do eletrólito, deve-se subtrair da condutividade medida a condutividade da água pura (76 mS m-1).

i i  

(7)

m,diss é a condutividade molar da parte dissociada do eletrólito.

Podemos aproximá-la pelo valor da condutividade molar limite do eletrólito:

O grau de ionização é função da concentração. Podemos usar a constante de equilíbrio da ionização para encontrar a relação. Para a ionização de um ácido fraco, por exemplo:

diss m diss diss m

c

c

c

/

,

o m m

o Eletrólitos fracos

Dissociação parcial em solução m depende do grau de ionização  do eletrólito (grau de desprotonação, no caso de ácidos), que é a fração de íons-fórmula dissociados em solução. Para uma concentração nominal do eletrólito c, a concentração de eletrólito dissociado é cdiss = c.

Concentrações em equilíbrio na dissociação de um dado ácido:

Constante de acidez em termos de molaridade:

Resolvendo equação de segundo grau para  em função de Ka:

Logo, a dependência de m com a concentração é da forma

o m a a o m m K c c K                      1 4 1 2 2 / 1

] [ ] ][ [ 3 HA A O H Ka   

(8)

Exemplo: determinação do pKa de um ácido fraco, conhecendo-se

as condutividades molares limite dos íons H+ (34,96 mS m2 mol-1)

e do HAc- (4,09 mS m2 mol-1)

A resistência de uma solução 0,0100 mol L-1 de CH

3COOH na

mesma célula do exemplo acima foi de 2220 . Condutividade molar limite: o

m = 1·34,96 + 1·4,09 = 39,05 mS

m2 mol-1

Condutividade:  = C/R = 36,7 m-1/2220 = 1,6510-2 S m-1

Condutividade molar: m = 1,6510-2 S m-1/0,0100103 mol m-3

= 1,6510-3 S m2 mol-1 72 , 4 ) 10 9 , 1 log( 10 9 , 1 0423 , 0 1 0100 , 0 ) 0423 , 0 ( 0423 , 0 05 , 39 65 , 1 5 5 2                   a a o m m pK K

A dependência de m com c permite obter a condutividade limite de um eletrólito fraco. Invertendo a equação para Ka em

termos de :

Usando para  a relação com condutividades molares, obtém-se a Lei da diluição de Ostwald:

a a a K c K c c K

 1 1 1 1 1 1 1 2

 

m a o m o m m a o m m m o m

c

K

K

c

2

1

1

1

1

(9)

As mobilidades dos íons

o A velocidade de deriva

Força sobre um íon com carga ze em um campo elétrico uniforme (E constante): F = zeE

Campo elétrico criado entre dois eletrodos com diferença de potencial  a uma distância l um do outro:

Força friccional de atrito sobre o íon acelerado pelo campo elétrico, considerado como uma esfera de raio a e velocidade instantânea s, em líquido de viscosidade (Lei de Stokes):

l

E

as

F

fric

6



l

ze

F

À medida em que o íon acelera, Ffric aumenta. Quando as

forças se equilibram, o íon atinge uma velocidade de deriva constante:

s é linearmente proporcional a E. Definindo a mobilidade iônica u: s = uE onde

a

ze

s



6

E

a ze u



6  1 --1 2 1 --1 -2 2 1 --1 1 -1 -1 -s m m V V s m s kg V s m kg s kg V J s kg )m s m kg (         s C C u E

(10)

Exemplo: Velocidade de um íon Cs+ entre dois eletrodos

separados por 1 cm com  = 1,0 V. z = +1, a = 170 pm H2O = 1,0 cP (1 cP = 110-3 kg m-1 s-1).

 Íon passa por 104 moléculas de solvente por segundo.

1 -6 8 1 -2 -1 2 8 12 3 19 ms 10 5 100 10 5 Vm 100 10 1 0 , 1 V s m 10 5 10 170 10 0 , 1 6 10 6022 , 1 1                           s u  

Para íons volumosos (R4N+, RCO

2¯, R = cadeia de carbono), u é

inversamente proporcional a a. Para íons pequenos pode ocorrer o contrário. Exemplo: condutividade aumenta do Li+ ao Cs+.

Na verdade, a é o raio hidrodinâmico, que pode incluir a esfera de solvatação do íon. Intensidade da solvatação depende do campo elétrico na superfície do íon, que por sua vez depende de ze/r2 íons pequenos têm esfera de solvatação rígida com

grande volume hidrodinâmico. As moléculas da esfera são bastante lábeis em relação ao seio da solução, contudo. Comparando-se o H+ com o Li+ (mesma carga), o H+ teria

solvatação mais firme, mas sua condutividade é

excepcionalmente alta. Pelo mecanismo de Grotthuss, um cátion hidrônio perde o próton para uma molécula de água vizinha, que torna-se hidrônio até perder o próton para outra vizinha e assim por diante. O movimento do próton acontece sem

(11)

Detalhamento do mecanismo de Grotthuss, segundo pesquisas recentes:

Cátion H9O4+ Quebra de duas ligações

de H e rearranjo das outras ligações para formar o cátion H5O2+

Novo cátion H9O4+

o Mobilidade e condutividade

A condutividade (parâmetro empírico) e a mobilidade

(parâmetro teórico) podem ser relacionadas. Analisando a corrente I que passa por uma seção de uma solução de área A, do ponto de vista da condutividade molar limite  de um dado íon:

l

A

c

l

A

A

l

R

I

1

Do ponto de vista da mobilidade, quantidade de íons que passa pela seção de área A em 1 segundo é a quantidade contida em um volume Ad, onde d = s1 = s n = cV = cAs (em mols). Em número de íons, nions = nNA = cAsNA.

(12)

Se cada íon carrega uma carga ze, a carga total que passa pela seção por segundo (corrente) é zecAsNA = zcAsF. Sendo a velocidade do íon definida pela sua mobilidade iônica,

Equiparando as duas equações para a corrente,

 

l

zcAu

u

zcA

zcAs

I

F

E

F

F

l zcAu l A c

F

F

zu

1 -2 2 -1 2 mol Sm mol V A m mol C V s m   •

Números de transporte

Íons de carga diferente se movem em direções opostas, sendo a corrente total I a soma das correntes individuais I+ e I-. O número

de transporte t de um íon é a fração que a sua corrente representa na corrente total:

Relação com condutividade:

1

  

t

t

I

I

t

I

I

t

l

A

c

l

A

A

l

R

I

     

1

(13)

De modo análogo, para a corrente total:

O valor de  assim obtido corresponde à concentração de eletrólito usada. O valor válido para a lei da migração independente

dependeria de um número de transporte limite to extrapolado de

vários experimentos.

Relação com mobilidades iônicas:

Uma equação análoga vale para t-. Mas para qualquer eletrólito,

+z+ = -z- e então

l

A

c

I

m

    m

I

I

t

  

t

m                  

u

z

u

z

u

z

t

m

   

u

u

u

t

o Medida experimental do número de transporte  Método da fronteira móvel

Para um cátion M+, são

necessárias soluções de dois sais MX e NX, uma das quais será mais densa que a outra. Diferença entre índices de refração cria fronteira visível entre as soluções (ou uma delas pode ser colorida com um indicador).

Com aplicação de corrente conhecida, cátions vão para cima e ânion para baixo  fronteira sobe

(14)

Carga transferida durante tempo t: It

Carga transferida pelos cátions M+ no tempo t:

Número de cátions transferidos através da posição final da fronteira: N+ = +cVNA ,onde V é o volume de solução percorrido pela fronteira móvel.

Carga positiva transferida: Q+ = z+eN+ = z+e+ cVNA = z++cVF

t

I

cV

z

Q

Q

t

I

t

I

I

I

t

     

F

al adimension s s C mol C m m mol 1 --1 3 -3    t  Método de Hittorf

Com realização de eletrólise em uma célula eletroquímica durante um certo tempo a quantidade de cátions descarregados no catodo não é compensada pelos cátions que migram do

compartimento do anodo  diminuição da concentração no compartimento do catodo permite determinar no de transporte.

Carga passada na célula: It Quantidade de cátions

descarregados no catodo (mols):

F     z t I ndesc cations de mol 1 de Carga l Carga tota

(15)

Quantidade de cátions que migram para o catodo (mols):

Variação da quantidade de cátions no catodo:

Do experimento, esta variação pode ser obtida da medida da concentração do eletrólito antes e depois da corrente aplicada:

 

F      z t I t nmig cations de mol 1 de Carga migrou que positiva Carga

 

F F F F            z t I t z t I t z t I z t I t n nmig desc 1

t

I

V

c

c

z

t

V

c

c

n

n

solução antes depois solução antes depois desc mig

   

F

Referências

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