1 – Introdução.
• Sucessãoa)Inter Vivos
Pode ocorrer o título singular ou a título universal b) Causa Mortis
Também pode ocorrer a título singular ou a título universal. b1) Legado (ocorre com a sucessão testamentária).
b2) Herança (ocorre com a sucessão ab intestada ou hereditária).
No direito das sucessões, sucessão é o ato jurídico pelo qual transfere-se a terceiros os bens , direitos e obrigações do de cujus em conseqüência de sua morte.
1.2 – Origem histórica.
->O Direito das sucessões no Direito Romano traduzia-se por ser de caráter sacro, porque o direito de propriedade estabelecia-se para a efetivação de um culto hereditário.
• O herdeiro substituía o morto em todas as relações jurídicas.
• A continuação da pessoa do morto no culto doméstico era uma conseqüência necessária da condição de herdeiro.
1.2 – Origem histórica.
• A aquisição da propriedade fora do culto era exceção. Daí a importância do testamento e da adoção.
• A sucessão só se operava na linha masculina. • Sucessão testamentária como regra; porém a
título universal.
• Não havia divisões entre patrimônio do herdeiro e do falecido.
1.3 – Teses a favor em contrárias.
• Socialistas X Capitalistas Jusnaturalistas
2.1 – Abertura da Sucessão se dá com a morte real da pessoa; ou excepcionalmente com a
morte presumida.
- Art. 1.784, C/C.
-> A sucessão abre-se pela morte real da pessoa (regra) ou pela morte presumida (exceção).
- Art. 6º, C/C: morte real.
-> Morte presumida: ausente e pessoas cujo atestado de óbito não é possível ser emitido.
- Art. 22 – 25, C/C -> justificação judicial para que seja declarada a ausência.
- Art. 7º, I e II, parágrafo único, C/C -> ação declaratória.
2.1 – Abertura da Sucessão se dá com a morte real da pessoa; ou excepcionalmente com a
morte presumida.
->A lei autoriza os herdeiros do ausente, num primeiro momento, a ingressarem com pedido de abertura de sucessão provisória.
- Arts. 26 – 36, C/C – sucessão provisória. - Arts. 37 a 39, C/C – sucessão definitiva. ->Não existe herança de pessoa viva.
2.1 – Abertura da Sucessão se dá com a morte real da pessoa; ou excepcionalmente com a
morte presumida.
-> A abertura da sucessão é também denominada de delação da herança, devolução necessária, também do patrimônio de direito de saisine.
• Principio de Saisine aduz que vez aberta a sucessão, a herança transmite-se desde logo aos herdeiros; ou seja, o de cujus transmite ao sucessor a propriedade e a posse da herança.
- Art. 1787, C/C. -> STF, 112.
-> Pressupostos da abertura da secessão: a) o falecimento do de cujus;
2.2 – Comoriência.
- Art. 8º, C/C.
->Não já transferência de bens e direitos entre comorientes.
2.3 – Pactos Sucessórios ou Pacta
Corvina.
->A sucessão contratual não é admitida no Brasil, por estar expressamente proibidos os Pactos Sucessórios; não podendo ser objeto de contrato herança de pessoa viva.
- Art. 426, C/C.
2.4 – Sucessão Legítima e
testamentária.
- Art. 1786, C/C.
->Sucessão legitima acontece para os herdeiros legítimos como regra. Mas, excepcionalmente, acontece para os legatários; em dois casos:
a)se o testamento caducar ou for julgado nulo. b)se ela for simultaneamente legitima e
testamentária. - Art. 1788, C/C.
2.4 – Sucessão Legítima e
testamentária.
->Liberdade de testar é:
- Limitada a 50% dos bens; caso haja herdeiros necessários (art. 1789, C/C);
- Plena, não havendo herdeiros necessários.
- Limitada a 25%, se o testador for casado no regime de comunhão universal de bens ao;
2.5 – Sucessão a título universal e
singular: herdeiros legatários e
herdeiros necessários.
->Sucessão a título universal ocorre quando o herdeiro é chamado a suceder na totalidade da herança, fração ou porcentagem dela.
- Art. 1791, Caput, C/C – Herança.
- A título universal pode ocorrer tanto na sucessão legítima quanto na sucessão testamentária.
2.5 – Sucessão a título universal e
singular: herdeiros legatários e
herdeiros necessários.
->Sucessão a título singular ocorre quando o testador deixa ao legatário um bem certo e determinado, o legado.
3.1 – Indivisibilidade da Herança.
-> Antes da partilha, nenhum herdeiro tem a propriedade ou a posse exclusiva sobre um bem certo e determinado do acervo hereditário.
- Art. 2023, C/C.
-> A herança é classificada entre as universalidades
de direito; assim como é também a
universalidade de patrimônio. - Art. 91, C/C.
- Art. 1791, caput, C/C – Princípio da Universalidade da Herança.
3.1 – Indivisibilidade da Herança.
->Antes da partilha, o herdeiro pode alinhar ou ceder apenas sua quota ideal, ou seja o direito à sucessão aberta.
- Art. 1793, Caput, C/C.
- Art. 80, II, C/C – Na sucessão aberta todos os bens são considerados imóveis.
3.1 – Indivisibilidade da Herança.
- Art. 1791, parágrafo único, C/C – Regime de condomínio da herança.
- Art. 504, C/C – Direito de Preferência, parágrafo único.
- Art. 1793, § 2º, C/C – Antes da partilha não há de se falar alienação ou cessão de qualquer bem da herança.
3.2 – Objeto do inventário.
->O objeto sobre o qual recai o inventário é a herança.
- Art. 1792. C/C – As responsabilidades dos herdeiros nunca ultrapassam as forças da herança.
- Art. 1997, C/C – As dívidas são da herança que responde por elas.
3.3 – Abertura do Inventário.
->Prazo de abertura: 60 dias. • Prazo de término: 12 meses.
- Art. 1796, C/C e art.983, CPC.
->A inobservância do prazo para o inicio do inventário acarreta sanção de natureza fiscal.
3.3 – Abertura do Inventário.
->Foro competente: lugar do ultimo domicilio do de cujus.
- Art. 1795, C/C e art.96, CPC.
- Leitura e explicação dos art. 982 a 990, parágrafo único, CPC.
4 – Aceitação e Renúncia da Herança.
• Aceitação ou adição da herança é o ato pelo qual o herdeiro anui à transmissão dos bens do de cujus, ocorrida por lei como a abertura da sucessão, confirmando-a.
- Art. 1784 -> perante o ordenamento jurídico pátrio, só é herdeiro ou legatário quem deseja sê-lo.
4 – Aceitação e Renúncia da Herança.
- Art. 1804, C/C – a aceitação tem efeito tunc. Os direitos hereditários não nascem com ela, mas retroagem automaticamente com ela.
-> A aceitação da herança é negocio jurídico unilateral e não receptivo.
-> Quanto à forma, a aceitação pode ser expressa, tácita e presumida.
- Arts. 1805, caput e 1807, C/C.
- Art. 1805, §§ 1º e 2º - não são formas de aceitação.
4 – Aceitação e Renúncia da Herança.
-> Quando ao agente, a aceitação pode ser direta ou indireta.
• A aceitação indireta pode acontecer em quatro hipóteses:
a) Aceitação pelos sucessores. - Art. 1809, caput, C/C.
b) Aceitação por mandatário e por gestor de negócios. c) Aceitação por tutor ou curador.
- Art. 1748, II e 1781, C/C. d) Aceitação pelos credores.
4 – Aceitação e Renúncia da Herança.
- Art. 813, C/C § 1º.
-> Tanto a aceitação quanto a renúncia da herança ou legado são negócios puros.
- Art. 1808, §§ 1º e 2º, C/C.
-> Como declaração unilateral de vontade, a aceitação gera efeitos imediatos e definitivos; configurando-a como irretratável.
- Art. 1804, C/C 1812 do Código Civil.
-> A aceitação pode, entretanto, ser anulada se, depois de manifestada, apurar-se que o aceitante não é herdeiro.
4.1 – Renúncia ou Repúdio.
• É negócio jurídico unilateral, pelo qual o herdeiro ou legatário declara, expressamente, que os não quer aceitar, referindo conservar-se completamente estranha à sucessão.
->A renuncia não pode ser tácita, também não se presume.
- Art. 1.806, C/C – Renúncia expressa dá-se por instrumento público ou termo judicial.
4.1 – Renúncia ou Repúdio.
->A renúncia pode ser duas espécies: Abdicativa ou Propriamente Dita e Translativa ou Cessão ou Desistência.
a)Renúncia Abdicativa ou Propriamente Dita:
É a que se dá quando o herdeiro ou legatário a manifesta sem ter praticado qualquer ato que exprima aceitação, e, em beneficio do monte, sem indicação de qualquer favorecido.
4.1 – Renúncia ou Repúdio.
b)Renúncia Translativa, Cessão ou Desistência: • É a que se dá quando o herdeiro ou legatário a
manifesta mesmo depois da prática de atos que importem aceitação, e, em beneficio de determinada pessoa citada nominalmente.
- Há impostos sobre duas transmissões: uma causa mortis, do defunto ao seu filho; outra deste aos donatários; o Inter vivos.
4. 2 – Restrições legais ao direito de
renunciar.
a)Capacidade jurídica plena do renunciante. - Art. 1691, caput, C/C.
b)A anuência do cônjuge.
- Art. 1647, I, C/C. 1648, C/C.
c) Que não prejudique os credores. - Art. 1813. §§ 1º e 2º, C/C.
4.3 – Efeitos da Renúncia.
a) Exclusão, da sucessão do herdeiro renunciante. - Art. 1804, parágrafo único, C/C.
b)Acréscimo da parte do renunciante à dos herdeiros da mesma classe.
- Arts. 1810 e 1811, C/C.
-> Na sucessão testamentária, a renúncia do herdeiro acarreta a caducidade do testamento, salvo se o testador tiver indicado substituto ou houver direito de acrescer entre os herdeiros.
4.4 – Ineficácia e Invalidade da
Renúncia.
->Ineficácia
• Lesão a direito de credor - Art. 1813, C/C.
->Invalidade Absoluta
• Se não houver sido a renúncia feita por escritura pública ou termo judicial.
4.4 – Ineficácia e Invalidade da
Renúncia.
->Invalidade Relativa.
• Quando proveniente de erro, dolo ou coação. • Quando realizado sem a anuência do cônjuge,
se o renunciante for casado em regime que não seja o da separação absoluta de bens.
5 – Herança Jacente e Herança
Vacante.
5.1 – Herança jacente.
• Ocorre quando se abre a sucessão sem que o de cujus tenha deixado testamento, e não há conhecimento da existência de algum herdeiro.
->O Estado, no intuito de impedir o perecimento da riqueza representada por aquele espólio, ordena sua arrecadação, para o fim de entregá-la aos herdeiros que aparecerem e demonstrarem tal condição.
5.1 – Herança jacente.
- Art. 1819, C/C 1820, C/Civil C/C 1823, C. Civil.
->Os credores do falecido são protegidos pelo ordenamento jurídico.
5.2 – Herança Vacante.
• Ocorre quando a herança não foi disputada, com êxito, por qualquer herdeiro ou legatário e que, judicialmente, foi proclamada de ninguém.
6. 1 – Conceito de Indignidade.
• É uma sanção civil aplicada a herdeiros e legatários em virtude de práticas atentatórias contra a vida, a honra ou contra a liberdade de testar do de cujus ou de seus parente, que acarreta a perda do direito sucessório.
1º Corrente: é a própria vontade do de cujus .
2º Corrente: propósito de prevenir ou reprimir o ato ilícito.
6.2 – Casos de indignidade.
-> A exclusão por indignidade pressupõe:
a) Seja o herdeiro ou legatário incurso nos casos legais de indignidade;
b)Não tenha sido o indigno reabilitado pelo de cujus.
* O perdão é o ato solene, irretratável e privativo. • Perdão -> Expresso – testamento ou outro ato
autêntico.
-> Tácito – testamento.
6.2 – Casos de indignidade.
-> Somente se testamento for público, é que uma vez anulado, permanece válida a cláusula que reabilita o indigno.
c) Haja uma sentença declaratória da indignidade.
-> Ainda que tenha praticado o ato mais grave dos mencionados no artigo 1814, C/C e que enseja maior repulsa, qual seja, o homicídio doloso, o herdeiro ou legatário não serão excluídos da sucessão, automaticamente, senão mediante ação declaratória intentada com o objetivo de excluí-los por sentença judicial.
6.2 – Casos de indignidade.
-> Predomina na doutrina o entendimento de que, embora a condenação na órbita penal do indigno tenha valor probatório inegável, é indispensável a provocação da exclusão em processo próprio no juízo civil.
-> Interessado na sucessão é quem quer que, no caso de ser favorável a sentença em ação de exclusão por indignidade, ou de serem favoráveis as sentenças em duas ou mais ações, tenha direito de herdeiro ou de legatário.
6.2 – Casos de indignidade.
- Não têm interesse em propor a ação de exclusão por indignidade, o sucessor do de cujus que não se beneficiar diretamente da exclusão do indigno, os credores daqueles que se beneficiariam se fosse o herdeiro declarado indigno e excluído, e nem o Ministério Público.
- Art. 1844, C/C.
-> A ação para exclusão do indigno não pode ser proposta em vida.
-> Parte legítima passiva é só o indigno.
-> O direito de demandar a exclusão do herdeiro ou legatário extingue-se no prazo de 04 anos, contado da abertura da sucessão.
6.3 – Causas de Exclusão por
Indignidade.
- Art. 1814, C/C.
- Inciso I – consideram-se indignos os que houverem sido autores, co-autores ou partícipes de homicídio doloso ou tentativa deste, contra a pessoa de cuja sucessão se tratar, cônjuge, companheiro, ascendente ou descendentes.
-> Provérbio alemão: Mão ensangüentada não apanha herança.
-> Para feito de indignidade, a instigação ao suicídio deve equiparar-se ao homicídio;
6.3 – Causas de Exclusão por
Indignidade.
-> Princípio da Independência da Responsabilidade Civil. - Art. 935, C/C.
-> A absolvição do réu na esfera penal em razão do expresso reconhecimento da inexistência do fato ou da autoria afasta a pena de indignidade no cível, se houver reconhecimento da legitima defesa, estado de necessidade do exercício regular de um direito. Afasta também a indignidade, quando inexistente a voluntariedade do agente, nos casos de demência, embriagues, e de erro sobre a pessoa.
6.3 – Causas de Exclusão por
Indignidade.
• Inciso II
• Exclui da sucessão os que houverem acusado caluniosamente em juízo o autor da herança ou incorrerem em crime contra a sua honra ou de seu cônjuge ou companheiro.
-> Denunciação caluniosa: art. 339, CP.
-> É necessário que a denunciação caluniosa tenha sido praticada contra o de cujus em juízo criminal, todavia não há necessidade de condenação criminal. E, a denunciação caluniosa também deve ser falsa; devendo o indigno saber disso previamente.
6.3 – Causas de Exclusão por
Indignidade.
-> Os crimes contra a honra do de cujus ou de seu cônjuge ou companheiro, praticados pelo indigno são os de calúnia, difamação e injúria.
- Art. 138, 139 e 140, C/C.
-> Ao contrario do que ocorre no inciso I, do artigo 1814, C/C; a maioria da doutrina entende que o emprego do verbo “incorrvom” em crime, no tocante a honra, conduz à conclusão de que o reconhecimento da indignidade, nesses casos, depende de prévia condenação no juízo criminal. E é admissível a perpetração de crime contra a honra mesmo quando já falecida a vítima.
6.3 – Causas de Exclusão por
Indignidade.
• Inciso III
• Afasta da sucessão os que por violência ou meios fraudulentos, inibirem ou obstarem o autor da herança de dispor livremente de seus bens por ato de ultima vontade.
7 – Sucessão Legitima.
->A sucessão legitima ou ab intestado opera por força de lei e ocorre em caso de inexistência, invalidade ou caducidade de testamento e,
também, em relação aos bens não
compreendidos no testamento. - Art. 1786, C/C.
->A existência de testamento não exclui a sucessão legitima.
7 – Sucessão Legitima.
• Herdeiros -> Testamentários.
• Herdeiros -> Legítimos (Necessários / legitimários / reservatários). Facultativos.
-> Herdeiro legítimo é o parente e o cônjuge com direito a uma parte da herança da qual não pode ser privado.
-> A parte que é reservada aos herdeiros legítimos pela lei e que constitui a metade dos bens do falecido chama-se legítima ou reserva.
7 – Sucessão Legitima.
->Os herdeiros facultativos são os colaterais e o poder público. Eles herdam na falta de herdeiros necessários e de testamento que disponha sobre o destino do espólio. Para serem excluídos da sucessão, basta que o testador disponha por inteiro de seu patrimônio, sem contemplá-los.