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Acórdão do Tribunal da Relação do Porto

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Processo: 1574/09.6TMPRT.P1

Nº Convencional: JTRP000

Relator: ABÍLIO COSTA

Descritores: ALIMENTOS DEVIDOS A MENORES

RENDIMENTOS DESCONHECIDOS DO REQUERIDO

Nº do Documento: RP201106271574/09.6TMPRT.P1

Data do Acordão: 27-06-2011

Votação: UNANIMIDADE

Texto Integral: S

Privacidade: 1

Meio Processual: APELAÇÃO.

Decisão: REVOGADA.

Indicações Eventuais: 5ª SECÇÃO

Área Temática: .

Sumário: I - Não fixar alimentos, no caso em apreço, acabaria por

desonerar, sem qualquer fundamento válido, o requerido da sua obrigação de prover ao sustento do menor, seu filho.

II - Por carência de elementos, o seu montante deve ser relativa deve ser relativamente reduzido.

III - Entende-se, assim, ajustado o montante de € 50,00 por mês, a pagar até ao dia 8 de cada mês.

Reclamações:

Decisão Texto Integral: Acordam no Tribunal da Relação do Porto

B… requereu, nos Juízos de Família e Menores do Porto, a regulação do exercício das responsabilidades parentais relativamente ao menor C…, sendo requerido D….

Realizada a conferência a que alude ao art.175º da OTM, foi acordado que o menor ficará ao cuidado da requerente, a quem cabe o exercício daquelas responsabilidades, não sendo fixado qualquer regime de visitas dado o requerido não pretender manter qualquer relacionamento com o menor.

Prosseguiram os autos a fim de ser apreciada a questão dos alimentos, relativamente à qual não existiu entendimento.

Realizadas as diligências entendidas pertinentes, o MP promoveu a fixação de uma prestação alimentar no montante de € 60,00 por mês.

Foi, então, proferida sentença que não fixou qualquer contribuição, por parte do requerido, a título de alimentos. Entendeu-se não ser possível fixar tal prestação, dado não terem sido apurados rendimentos da parte do requerido que o

permitam.

Inconformado, o MP interpôs recurso. Conclui:

- compete aos pais, no interesse dos filhos, velar pela segurança e saúde destes, prover ao seu sustento e dirigir a sua educação - artigo 1878,° nº1 do Código Civil;

- como tal, é dever dos pais esforçarem-se e diligenciarem com zelo e prontidão para proverem o sustento e manutenção dos filhos;

- nenhum pai pode renunciar às responsabilidades parentais, nem a qualquer direito decorrente da condição de progenitor - artigo 1882°;

- se os pais não cumprirem com as suas obrigações, está o Estado legitimado a retirar-lhes os filhos e a entregá-los para a

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adopção – cfr. 1878°;

- porque todas as crianças, independentemente do sexo, idade, nacionalidade, origem social, raça ou outras condições

especialmente valiosas, são titulares do direito à protecção da sociedade e do Estado, com vista ao seu desenvolvimento integral - artigo 69º da mesma Lei Fundamental;

- a obrigação de alimentos aos filhos decorre da lei e da condição de pai estando este inclusive obrigado a pagar alimentos -

quando concebida a criança fora do matrimónio - à mãe do filho pelo período da gravidez e primeiro ano devida do filho - artigo 1884° do Código Civil;

- porém, quando os progenitores não cumprem a sua função, cabe aos tribunais fixar o quantum de alimentos a pagar; - este quantitativo há-de ter em conta todos os critérios legais, decorrentes dos artigos 2003° ss do Código Civil, como sejam as necessidades do menor e as capacidades dos pais - ambos os pais;

- a acção da Regulação das responsabilidades parentais é o meio processual adequado para assegurar o direito que toda a criança tem ao desenvolvimento integral - artigo 69° da CRP - o mesmo é dizer, a forma processual adequada para que o Estado (através dos tribunais), que tem a obrigação de o proteger, obrigue os progenitores a cumprir;

- os pais têm o direito e o dever de educação e manutenção dos filhos, sendo certo, igualmente, que os cônjuges têm iguais direitos e deveres quanto à capacidade civil e política e à manutenção e educação dos filhos - artigo 36.º n.ºs 3 e 5 da Constituição Política da Republica Portuguesa;

- o critério - concorrente com outros - dos "meios do obrigado", para fixação da prestação de alimentos, previsto no artigo 2004° n.º1 do Código Civil, consiste apenas um aspecto a considerar a par das necessidades do alimentando, não sendo necessário tal conhecimento para a fixação dos alimentos, cuja orientação deve obedecer ao superior interesse da criança e do menor;

- as possibilidades dos pais para alimentarem os seus descendentes, por modestas que sejam, partirão sempre da consideração que tudo devem fazer e esforçar-se para sustentar e educar os filhos, considerando o conteúdo das

responsabilidades parentais, pelo que deve ser este o ponto de partida para a fixação de alimentos nos casos de

desconhecimento da situação económica;

- demonstrando-se que a capacidade alimentar dos pais se mostra insuficiente ou relapsa, cabe ao Estado substituir-se-lhes, garantindo aos menores as prestações existenciais que lhe proporcionem as condições indispensáveis ao seu

desenvolvimento integral e a uma vida digna;

- esta preocupação foi expressa na criação do Fundo de Garantia de Alimentos Devidos a Menores, pela Lei n.º73/98, de 19 de Novembro, regulamentada pelo Decreto-Lei n.º164/99, de 13 de Maio e Decreto-lei nº 70/2010 de 16.Junho;

- assim, a sentença que regule o exercício das responsabilidades parentais deve fixar a pensão de alimentos a cargo do progenitor com quem o menor não resida ou não foi confiado mesmo sendo desconhecido o seu paradeiro e a sua situação económica - artigo 36.º, n.º3 e n.º5 da Constituição Política da Republica Portuguesa, artigos 3.º e 27.º da Convenção dos Direitos da

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de Menores, introduzido pelo Decreto-lei n.º314/78 de 27 de Outubro;

- porque, mesmo que fosse o caso referido em 15, o não fixar a prestação de alimentos, torna as decisões ilegais pela

interpretação que dão às normas, criando injustiças

insustentáveis e desigualdades entre menores que se encontram em situações de carência estruturalmente idênticas, com ofensa do principio constitucional da igualdade de tratamento - artigo 13.º da Constituição Política da Republica Portuguesa;

- contraria as regras da experiência comum considerar-se plausível que um indivíduo de 51 anos, saudável, esteja há 20 anos consecutivos sem trabalhar, ainda que nada declare em termos fiscais e, apesar disso, viva num T3 com comodidade e conforto, com a sua esposa – também desempregada há 20 anos - e com uma filha de 13 anos, estudante, sem que sequer recebam qualquer subsídio do Estado - como RSI;

- pelo que a decisão que agora se questiona, não obrigando o pai a pagar pensão de alimentos ao filho, alimenta-lhe a

irresponsabilidade e priva o menor da protecção que o Estado lhe pode e deve proporcionar, caso se verifique que dela venha a necessitar;

- a interpretação perfilhada na decisão recorrida não olha a unidade do sistema jurídico, cria desigualdades

constitucionalmente insustentáveis, é descontextualizada do conjunto de normas e diplomas legais que enquadram e regulam o exercício do direito de alimentos devidos a menores e não obedece ou observa as mais elementares normas da

interpretação jurídica;

- apenas a interpretação defendida pelo Ministério Público, da obrigatoriedade de fixar alimentos, promove a defesa do superior interesse da criança, incapaz juridicamente de prover ao seu sustento porque o é naturalmente;

- na situação em apreço, dúvidas não temos de que a defesa do superior interesse do menor impõe que seja fixada pensão de alimentos a cargo do pai, que tem possibilidades de o fazer; - ao decidir como decidiu, o tribunal a quo violou as normas e os princípios contidos nos artigos 36.°, n.º3 e n.º5 e 69.º da

Constituição Política da República Portuguesa, artigo 1º e 27.º da Convenção dos Direitos da Criança, artigo 9.º n.º1; artigo 1878.º, nº1, 1905.° e 2004.°, todos do Código Civil e artigo 180.º da Regime Jurídico ou Organização Quadro da Lei Tutelar de Menores, introduzido pelo Decreto-Lei n.º314/78 de 27 de Outubro.

* * Considerou-se a seguinte factualidade:

1. O menor C…, nasceu em 29.09.1994 e é filho da requerente e do requerido;

2. O menor vive com a progenitora e um irmão;

3. A progenitora encontra-se desempregada, auferindo uma prestação de rendimento social de inserção, no montante de 224,36€ bem como o abono de família relativo aos dois filhos, no valor global de 87,36€;

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5. O progenitor vive com a esposa e uma filha de ambos; 6. O progenitor e a sua cônjuge encontram-se desempregados, auferindo o abono de família, relativo à filha de ambos, no montante de 43,68€;

7. O menor frequentou no ano lectivo transacto o 7º ano de escolaridade na Escola …, registando uma boa integração e aproveitamento.

* * Questão a decidir:

- fixação da prestação alimentar a cargo do requerido e a favor do menor.

* *

Está pendente de regulação, nos presentes autos de regulação das responsabilidades parentais, a eventual fixação de uma prestação alimentar, a cargo do requerido e a favor do menor C…, tendo as partes acordado no restante – fls 29.

Relativamente à medida dos alimentos, dispõe o art.2004º, nº1, do C.Civil que: “Os alimentos serão proporcionados aos meios daquele que houver de prestá-los e à necessidade daquele que houver de recebê-los”. Tendo sido com base nesta disposição legal que, na sentença recorrida, se entendeu não fixar qualquer prestação alimentar a cargo do requerido e a favor do seu filho menor.

Assim, escreveu-se, a propósito: “No caso dos autos, apurou-se que o menor vive com a mãe e um irmão, sendo que aquela se encontra desempregada, auferindo uma prestação de rendimento social de inserção, no montante de 224,36€ bem como o abono de família relativo aos dois filhos, no valor global de 87,36€.

Por outro lado, que o progenitor e a sua cônjuge encontram-se desempregados, auferindo abono de família, relativo à filha de ambos, no montante de 43,68€.

Assim, tendo em conta os factos apurados e não obstante a obrigação alimentar existir sempre, independentemente da maior ou menor disponibilidade financeira daqueles que os devem prestar, entendemos não ser possível fixar qualquer prestação, como contribuição por parte do requerido a título de alimentos para o seu filho, dado não terem sido apurados rendimentos daquele que o permitam”.

Vejamos melhor.

Importa, antes de mais, distinguir a obrigação geral de alimentos, prevista nos art.s 2003º e ss. do C.Civil, da obrigação de

alimentos a que os pais estão obrigados perante os filhos menores – art.2009º, nº1, al.c), do C.Civil – obrigação esta que assume uma natureza especial – cfr REMÉDIO MARQUES in Algumas Notas sobre Alimentos (Devidos a Menores), 54 e ss. E é esta segunda obrigação que está aqui em causa.

Assim, é verdade que as crianças têm direito à protecção da sociedade e do Estado, com vista ao seu desenvolvimento integral – art.69º, nº1, da CRP.

Mas cabe, em primeira linha, aos pais, para além do direito, o dever de educação e manutenção dos filhos – art.36º, nº5, da CRP. O que resulta igualmente do disposto no art. 27º, nº1, da Convenção dos Direitos da Criança, aprovada pela Resolução da Assembleia da República nº20/90 e ratificada pelo Decreto do

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assegurar, dentro das suas possibilidades e disponibilidades económicas, as condições de vida necessárias ao

desenvolvimento da criança. E do Princípio IV da Declaração dos Direitos da Criança, de acordo com o qual a criança deve poder crescer e desenvolver-se de maneira sã, devendo ser-lhe

assegurados cuidados especiais, como alimentação, alojamento, recreio e cuidados médicos.

Em consonância com o estabelecido naquelas normas, dispõe-se no art.1874º, nº1, do C.Civil: “Pais e filhos devem-se mutuamente respeito, auxílio e assistência”, acrescentando o nº2: “O dever de assistência compreende a obrigação de prestar alimentos e a de contribuir, durante a vida em comum, de acordo com os recursos próprios, para os encargos da vida familiar”. E no art.1878º, nº1, do C.Civil: “Compete aos pais, no interesse dos filhos, velar pela segurança e saúde destes, prover ao seu sustento, dirigir a sua educação, representá-los, ainda que nascituros, e administrar os seus bens”. Por sua vez, estipula o art.1885º, nº1, daquele diploma legal: “cabe aos pais, de acordo com as suas

possibilidades, promover o desenvolvimento físico, intelectual e moral dos filhos”. Por último, os pais não podem renunciar às responsabilidades parentais – art.1882º do C.Civil.

Cabe, assim, aos pais prover ao sustento dos filhos.

Não estamos, por isso, neste caso, perante uma estrita obrigação de alimentos, à qual seja aplicável, sem mais, o disposto no art.2004º, nº1, do C.Civil. Havendo, até, quem defenda, na obrigação de alimentos dos pais relativamente aos filhos, a não aplicação da norma resultante daquele preceito legal nos termos da qual se deve atender às possibilidades económicas do

devedor para o efeito de fixar a obrigação de alimentos. Assim, REMÉDIO MARQUES, ob. cit., 67, escreve: “Mas as obrigações (de sustento, manutenção e educação) dos pais para com os filhos menores diferem substancialmente da comum e estrita obrigação de alimentos, a qual se dilui na mais densa obrigação de sustento e manutenção, pela qual é absorvida”. Mais à frente, a fls 72 e 73: “…os referidos direitos-deveres dos progenitores para com os menores são sempre devidos,

independentemente dos seus recursos económicos e do estado de carência económica dos filhos, posto que se trata de direitos cujo exercício é obrigatório e prioritário em atenção à pessoa e aos interesses do menor. Na nossa opinião, não tem aplicação, nestas eventualidades, o disposto no art.2004.°/1 do CC, de harmonia com o qual, e ao derredor do princípio da

proporcionalidade, se deve atender às possibilidades

económicas do devedor, para o efeito de fixar a obrigação de alimentos. Donde, faz-se mister fixar-se sempre uma prestação de alimentos a cargo de um ou de ambos os progenitores, mesmo que estes estejam desempregados e não tenham meios de subsistência. Não se esqueça que, como iremos ver, a

capacidade de trabalho é um elemento atendível na fixação da obrigação, mesmo que se esteja temporariamente sem trabalho. A latere, esta fixação judicial do dever de prestar alimentos a cargo de um ou de ambos os progenitores permite desencadear a condenação do Fundo de Garantia de Alimentos Devidos a

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parcialmente, as quantias a que estaria adstrito através dos meios coercivos previstos na lei”. E a fls 191: “Pelo que respeita às possibilidades do progenitor obrigado, enquanto pressuposto objectivo desta obrigação legal - e apesar de este integrar o facto constitutivo da obrigação de alimentos -, creio que esse

pressuposto não determina o momento do nascimento desta obrigação não autónoma. Pelo contrário, o seu nascimento é, sobretudo, condicionado pela situação de necessidade. Mesmo que os progenitores ou algum deles não tenha possibilidades económicas actuais de prover ao sustento do menor - por se encontrar, por exemplo, desempregado ou a cumprir uma pena privativa de liberdade -, deve decretar-se essa obrigação, ainda que os montantes fixados sejam reduzidos, ou, no anverso, deve recusar-se a homologação (ou emitir-se parecer desfavorável, no caso do Ministério Público) de um acordo onde não se preveja o concreto nascimento dessa obrigação a cargo de algum dos progenitores”.

Decorre de quanto fica dito que, estando em causa alimentos a menor, e no que respeita às possibilidades do devedor, neste caso, do requerido, seu pai, deve ser-se especialmente exigente. Não se podendo colocar no mesmo plano as possibilidades de quem presta e as necessidades de quem os recebe. Como já deverá acontecer nas situações em que está em causa a comum obrigação de alimentos, como, por exemplo, entre ex-cônjuges. Assim, e para afastar a obrigação de alimentos, parece que não bastará o não apuramento de rendimentos por parte do obrigado. Sendo necessário estar provado, ainda, que não os pode obter. Na verdade, estando a sociedade e o Estado obrigados a conceder protecção às crianças com vista ao seu

desenvolvimento integral, tal tarefa cabe, em primeira linha, aos respectivos pais. Que tudo devem fazer para isso. E que, na normalidade das situações, o fazem, pois faz parte da natureza humana. A ponto de sacrificarem todo o seu património para acudir a uma emergência com um filho, por exemplo. Ou de se submeterem aos mais variados sacrifícios em prol dos filhos, como tirar alimento da sua boca para lho dar.

E restringindo-nos à obrigação alimentar dos pais relativamente aos filhos, e relativamente ao respectivo fundamento, escreveu MARIA NAZAREH LOBATO GUIMARÃES, in Reforma do Código Civil, Alimentos, 178: “Porque os pais lhe deram o ser e a vida, dita a razão natural que sejam obrigados a conservarem-lha, contribuindo, primeiro que todos, com os alimentos necessários para este fim”.

Pelo que, até se poderá compreender a não fixação de prestação alimentar relativamente a um pai que não aufere rendimentos porque está incapaz de trabalhar. Ou que, sendo capaz, está desempregado, mas tudo faz para conseguir emprego. Ou, ainda, se estiver a cumprir pena privativa de liberdade – cfr. ac. desta Relação de 1-2-2010, nº convencional 00043465, relatado pelo Ex.mo Desembargador Mendes Coelho. Divergindo-se, nesta parte, do autor acima citado.

Mas já custará a aceitar tal situação relativamente a quem não trabalha, pode trabalhar, e nada faz para isso. Confiando que outros assumirão obrigações que são, em primeira linha, da sua responsabilidade.

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relativo àquela filha, a quantia de € 43,68. Mas resulta ainda dos autos – relatório social de fls 50 e ss. e informação da GNR de fls 82 – que vivem numa habitação tipo T3, alegadamente

propriedade do filho mais velho do requerido, com condições de habitabilidade e conforto, e que não trabalham há cerca de 15/20 anos, altura em que vendiam artigos de confecção em feiras. Além disso, está demonstrado – fls 76 – que não auferem Rendimento Social de Inserção.

Ou seja, não obstante não se apurar rendimentos por parte do requerido, também nada se apurou que justifique, nos termos acima referidos, a não fixação de alimentos a favor do menor seu filho. Sendo que acabaria, até, por se dar cobertura a uma

manifesta desigualdade de tratamento, por parte do requerido, relativamente ao menor e à outra filha daquele, a E…. Bem como à ideia, consoante parece resultar dos autos – cfr. relatório social – de que, porque não mantém, nem pretende manter, qualquer relacionamento com o menor, está, por isso, desobrigado de contribuir para o seu sustento.

Em suma, não fixar alimentos, no caso em apreço, acabaria por equivaler a desonerar, sem qualquer fundamento válido, o requerido da sua obrigação de prover ao sustento do menor, seu filho.

Em face de quanto fica dito entende-se que deve ser fixada uma prestação alimentar a cargo do requerido e a favor do menor C…. Por carência de elementos, o seu montante deve ser

relativamente reduzido.

Entende-se, assim, ajustado o montante de € 50,00 por mês, a pagar pelo requerido à mãe do menor, até ao dia 8 de cada mês.

* *

Acorda-se, em face do exposto, e julgando parcialmente

procedente a apelação, em fixar em € 50,00 a prestação mensal a título de alimentos, a cargo do requerido e a favor do menor C…, a pagar à mãe do menor, B…, até ao dia 8 de cada mês,

revogando-se, deste modo, a sentença recorrida. Custas pelos progenitores, em partes iguais. Porto, 27-6-2011

Abílio Sá Gonçalves Costa

Anabela Figueiredo Luna de Carvalho Rui António Correia Moura

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