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OCUPAÇÃO E RENDA NAS FAMILIAS DAS ÁREAS RURAIS DA REGIÃO LINDEIRA AO LAGO ITAIPU

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Academic year: 2021

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OCUPAÇÃO E RENDA NAS FAMILIAS DAS ÁREAS RURAIS DA REGIÃO LINDEIRA AO LAGO ITAIPU

Antonio Carlos Laurenti1 Moacyr Doretto2 Mauro Eduardo Del Grossi3

RESUMO

O objetivo é apresentar a composição dos trabalhos agrários, estrutura demográfica, ocupação e renda das famílias dos principais sistemas de produção agropecuários de economia familiar da RLI, delineadas a partir de entrevistas efetuadas junto a 100 agricultores do município de Marechal Cândido Rondon no Estado do Paraná em 2001.

As unidades familiares representavam 90,9% do total de estabelecimentos agropecuários, 73,2% da área total, 81,5% do pessoal ocupado e 71,4% da renda total anual, as quais em comum apresentavam: um subsistema sócio-econômico de base familiar, condutor de um empreendimento produtivo de pequena escala, com atividades de subsistência e de mercado, sendo as mais comuns à pecuária leiteira e as lavouras de milho, soja e mandioca, cuja maioria das tarefas agropecuárias é feita com uso de tração mecânica e com participação de serviços de terceiros.

Prevalece, nesse tipo de estabelecimento agropecuário, a individualização na execução dos trabalhos agrícolas, pois a maior parte das tarefas tem sido efetuada de forma mecanizada e via serviço de empreitada, sendo que o responsável pelo estabelecimento agropecuário atua, principalmente, na aplicação de insumos químicos modernos. A cooperação entre os membros da família é a maneira dominante de condução das tarefas na atividade pecuária, principalmente nos trabalhos de alimentação e ordenha, bem como nos afazeres domésticos e na produção para autoconsumo. A pauta de atividades vem se expandindo pela incorporação de atividades não-agrícolas, fazendo com que a pluriatividade e a multissetorialidade tornem-se características marcantes das áreas rurais da RLI. Paralelamente, a prestação de serviços agropecuários, tal como na colheita de cereais e grãos, está intensificando a divisão do trabalho local, pois vem redefinindo a composição ocupacional e a distribuição da renda agrícola. Em complemento, tem-se que nesse tipo de estabelecimento familiar típico da RLI, cerca de ¼ do total das pessoas ocupadas produtivamente tinham ocupações rurais não-agrícolas (ORNAs).

As ORNAs, em 2001, contribuíram com 17,6% da renda anual do meio rural da RLI. Tais atividades estiveram presentes em cerca de 31,0% do total das famílias (pluriativas) que apropriaram 54,5% da renda anual e empregaram um efetivo médio de pessoas maior que o das famílias especializadas na agropecuária, circunscrevendo desta forma a crescente multissetorialidade da economia rural local. Nestes termos, o direcionamento de ações para o esboço de cenários futuros deve ser efetuado tendo em conta a consolidação de: unidades produtivas que combinam atividades mercantis agrícolas e/ou não-agrícolas e atividades de melhoria do meio ambiente, isto é, empreendimentos que além de suprir a sociedade com bens e serviços via mercado, também provêem bens e serviços não mercantis, ou públicos.

1 Doutor em Economia - Pesquisador do Instituto Agronômico do Paraná – IAPAR - Rod. Celso Garcia Cid Km 375 – caixa

postal 481 – 86.047-902 – Londrina – Pr. E-mail: laurenti@iapar.br

2 Mestre em Economia - Pesquisador do Instituto Agronômico do Paraná – IAPAR -Rod. Celso Garcia Cid Km 375 – caixa

postal 481 – 86.047-902 – Londrina – Pr. E-mail: doretto@iapar.br

3 Doutor em Economia - Pesquisador do Instituto Agronômico do Paraná – IAPAR –Rod. Celso Garcia Cid Km 375 – caixa

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Palavras-chave: ocupação e renda; pluriatividade; atividade agrícola e não-agrícola.

INTRODUÇÃO

Diferentemente do passado recente, quando as iniciativas de transformações do meio rural subordinavam-se unicamente aos preceitos da modernização conservadora da agricultura, atualmente o desenvolvimento rural requer ações atreladas a um enfoque multidimensional, fundado na “cultura de negócios” e na “ecocultura”, e, por conseguinte, no preterimento da abordagem centrada exclusivamente no “produtivismo”.

Essa mudança de visada é particularmente relevante no delineamento de novas perspectivas de desenvolvimento para as áreas rurais dos municípios circunvizinhos ao lago de Itaipu, primeiro porque nessa região a produção agrícola já se caracteriza pelo elevado uso de insumos modernos e pela mecanização dos trabalhos agrários. Segundo, pelo fato de que também é comum na região a utilização de técnicas de cultivo conservacionistas, tal como a semeadura direta de cereais e grãos e as práticas de preservação de matas e mananciais. Assim, é perceptível que a agricultura local já ruma para uma organização da produção agrícola calcada em sistemas de produção multifuncionais, ou de dupla missão, onde o empreendimento comercial é coadjuvado por atividades de caráter público vinculadas à preservação e à melhoria do meio ambiente.

Portanto, é plausível vislumbrar um enlace virtuoso para a sustentabilidade da economia rural da RLI, no qual os sistemas agrícolas multifuncionais poderiam expandir a longevidade da atividade rural não-agrícola de geração de energia, através do refreamento do processo de assoreamento do reservatório de água da usina hidrelétrica de Itaipu.

Todavia, os requerimentos para a persistência dos sistemas agrícolas de dupla aptidão extrapolam o âmbito agroecológico, sendo de crucial importância que os empreendedores de tais sistemas de produção contem com um fluxo de renda sustentável que lhes permita um digno padrão de vida. É neste plano que a viabilização de uma “cultura de negócios” assume um papel estratégico para o desenvolvimento local sustentável.

Vários estudos3 registram que a pauta de atividades econômicas dos moradores das áreas rurais do Brasil já não se limita à produção agropecuária. A atual magnitude e o ritmo de crescimento do contingente das pessoas residentes no meio rural e com ocupações não-agrícolas confirmam que a atual economia rural apresenta conteúdo multissetorial, o que em parte elucida o recente arrefecimento do êxodo rural no território nacional.

Afora as indicações de persistência do êxodo rural associado à redução do pessoal ocupado nas atividades agrícolas, não se dispõe de estimativas sobre a importância das atividades não-agrícolas para as famílias das áreas rurais dos municípios da RLI. Tais estimativas permitiriam, ainda que preliminarmente, aferir a pertinência de se buscar o envolvimento das instâncias do poder local no sentido de planejar a diversificação da economia dessas localidades.

Nesse sentido, como parte do convênio entre a Itaipu Binacional e o Instituto Agronômico do Paraná - IAPAR relativo à identificação de novas opções técnico-econômicas para o desenvolvimento sustentável da RLI, apresenta-se a seguir a caracterização da composição dos trabalhos agrários, estrutura demográfica e perfil da ocupação e renda das famílias rurais residentes nas áreas rurais da região em foco. Isto com a finalidade de aportar subsídios ao delineamento de sistemas de produção multifuncionais para o desenvolvimento da RLI.

Na primeira parte apresenta-se os principais procedimentos metodológicos adotados no sentido de prover coerência às afirmações de caráter geral acerca da área rural da RLI, destacando-se os critérios de escolha do local para pesquisa de campo, amostragem das unidades de pesquisa, hipóteses do trabalho e a composição do formulário da entrevista com os agricultores.

A segunda parte é dedicada à exposição dos resultados obtidos iniciando-se com os dados censitários contemplando a economia da área rural da RLI, através do tipo de estabelecimento agropecuário familiar terceirizado e dos agroecossistemas predominantes. Em seguida, com base nos

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dados amostrais relativos ao estabelecimento agropecuário familiar terceirizado bovino+milho (35 questionários), aborda-se a composição do pessoal ocupado quanto ao gênero, faixa etária e posição na ocupação. Na terceira parte, aborda-se a composição da renda monetária segundo a posição na ocupação das pessoas, tipo de famílias, atividade econômica, contabilizando-se a totalidade das unidades entrevistadas (95 questionários). Na quarta parte enfoca-se alguns aspectos da evolução da população e do consumo intermediário da agricultura da RLI, como forma de evidenciar a pertinência da concepção de agricultura multifuncional e suas implicações com a agricultura local para se delinear uma referência mais ampla para o enfoque prospectivo do desenvolvimento da RLI. Particularmente quanto à necessidade de se expandir o atributo da multifuncionalidade às atividades não-agrícolas, como forma de se encaminhar o desenvolvimento sustentável da região em foco.

Na quinta e conclusiva parte aponta-se às questões que devem abalizar a construção de cenários prospectivos para a RLI, tendo como termo de referência as atuais manifestações locais do processo de terceirização da execução dos trabalhos agrários e de expansão das ocupações não-agrícolas nas áreas rurais.

1- METODOLOGIA

1.1- ESCOLHA DO LOCAL DAS ENTREVISTAS

Recorreu-se à tabulação especial do Censo Agropecuário de 1995-96 para identificar o município e os setores censitários que mais se aproximavam da estrutura agrária da RLI. O município de Marechal Cândido Rondon foi escolhido para a execução da pesquisa por concentrar o maior número de estabelecimentos agropecuários familiares terceirizados da RLI. A Secretaria Municipal da Agricultura forneceu os mapas dos distritos e a listagem dos nomes de todos os proprietários de lotes de terra existentes fora do perímetro urbano. Deste total de nomes foram excluídos, ainda, os lotes de propriedade de instituições públicas, religiosas, associações e outras que não tinham atividades agropecuárias, totalizando 1.394 estabelecimentos agropecuários. As 100 unidades entrevistadas foram obtidas da listagem geral indicada a partir de intervalo numérico (14) seqüencial. Na Tabela 1 apresenta-se a distribuição dos questionários por unidade distrital do município, cujos setores censitários componentes também apresentavam um perfil da estrutura agrária semelhante ao da região em foco.

Tabela 1- Distribuição do total de estabelecimentos agropecuários e dos questionários, segundo os distritos selecionados do município de Marechal Cândido Rondon, 1995-96. Total de estabelecimentos Questionários

Distrito Setor censitário (IBGE) %

Iguiporã 2, 3 e 4 381 27,3 27

Novo Três Passos 2 e 3 291 21,0 21

Margarida 2, 3, 4, 5, 6 e 7 722 52,0 52

Total - 1.394 100,0 100

Fonte:- Tabulação especial do Censo Agropecuário do Estado do Paraná de 1995-96. Convênio IAPAR-ITAIPU.

Nas unidades entrevistadas foram coletadas informações relativas a: estrutura demográfica (gênero, idade, escolaridade) e ocupacional das famílias (condição de atividade econômica, posição na ocupação, ramo de atividade, ocupação exercida, montante e tipo e remuneração das pessoas ocupadas e não-ocupadas); composição da pauta de produção e do elenco das operações agropecuárias (procedência dos instrumentos de trabalho usados).

1.2- HIPÓTESES

Em relação às atividades agrícolas, a hipótese é a de que, na unidade que abriga a produção agrícola, a execução individualizada é a condição predominante na condução dos trabalhos agrários em virtude da “simplificação” do elenco de tarefas agrícolas, promovida pelo progresso técnico e pela terceirização parcial da execução dos trabalhos agrários. Acompanha essa “individualização” do empreendimento agrícola a “masculinização” e o envelhecimento da população engajada nas ocupações agropecuárias.

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No plano das atividades não-agrícolas, a hipótese é a de que haja predominância do trabalho feminino e dos jovens, principalmente das filhas, que via de regra são as pessoas com maior nível de escolaridade. Além disso, supõe-se que a maior parcela desses trabalhadores exerce atividades assalariadas nos ramos de prestação de serviços, comércio e construção civil, em sua maior parcela atuando em ocupações que exigem baixo nível de formação profissional.

1.3- PESQUISA DE CAMPO

A pesquisa de campo foi realizada com questionário estruturado e confeccionado a partir dos formulários da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios - PNAD, do Censo Agropecuário e de formulários desenvolvidos e testados pela Área Técnica de Socioeconomia do IAPAR em outros projetos que objetivavam o diagnóstico de sistemas de produção agropecuários.

Os resultados da pesquisa de campo foram apresentados às lideranças locais e aos agricultores entrevistados, através de seminários, com a finalidade de convalidar a descrição da organização da economia da área rural da RLI e para debater questões associadas a um cenário prospectivo acerca do desenvolvimento local com base em algumas atividades técnico-produtivas associadas à estruturação de sistemas de produção multifuncionais.

2. RESULTADOS

A apresentação dos resultados será efetuada considerando-se inicialmente a descrição de alguns aspectos da economia agrária da região em foco, tendo-se como base às informações do Censo Agropecuário de 1995-96. A seguir, são mostradas as composições ocupacionais quanto ao gênero, faixa etária, composição ocupacional, tendo-se em conta uma sub-amostra de 35 questionários representativos do sistema agropecuário mais comum na RLI. Posteriormente, apresenta-se a composição da renda, considerando-se a totalidade (95) dos questionários convalidados pela coordenação da pesquisa de campo, enfatizando-se a distribuição da renda quanto o tipo de atividade econômica e posição na ocupação.

2.1- ECONOMIA AGRÍCOLA SEGUNDO O CENSO AGROPECUÁRIO DE 1995-96

A economia agrícola da RLI, segundo Laurenti et alli (2002), tem se fundamentado numa agropecuária organizada de forma difusa e predominantemente familiar, pois, em 1995 cerca de 94,4% do total de estabelecimentos agropecuários tinham lotes de terra inferior a quatro módulos fiscais e 92,5% eram do tipo familiar que possuíam 69,7% da área total, recrutavam 88,7% do pessoal ocupado e apropriavam 78,1% do valor bruto da produção vendida. Acompanha esse eclético predomínio das unidades familiares o amplo uso de força de tração (animal e/ou mecânica), que abrangia 92,2% dos estabelecimentos agropecuários com valor bruto da produção vendido inferior a R$27.500,00. O genérico uso da força de tração animal e/ou mecânica se deve, na sua maior parcela, à condição de que cerca de ¾ do total de estabelecimentos com uso de força de tração utilizaram serviços de terceiros para a realização de ao menos um dos trabalhos agropecuários. Inclusive, tem-se que a maior importância absoluta dos estabelecimentos agropecuários terceirizados, ou que fazem uso de terceirização da execução dos trabalhos agrícolas, também se estende à área total, pessoal ocupado e ao valor bruto da produção vendida (VBPV) da RLI.

A economia agropecuária da RLI com base no VBPV permite reafirmar o caráter difuso da organização da produção, pois foi ampla a supremacia do estabelecimento familiar terceirizado de área total menor do que quatro módulos fiscais e VBPV inferior a R$27.500,00. Isto reafirma esse tipo de estabelecimento como a unidade de produção de referência da agricultura familiar da RLI. Porém, o predomínio das unidades de pequeno porte não demove a característica mais geral de uma economia agropecuária fundada na concentração do acesso a terra, já que os estabelecimentos não familiares de VBPV superior a R$27.500,00 tinham cerca de 1/5 do total da área dos estabelecimentos agropecuários da RLI, embora fossem menos de 2,0% do total em 1995.

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Esse perfil de organização da produção agrícola tende a se repetir no âmbito municipal, conforme a Tabela 2 em todos os municípios da RLI, com a predominância numérica dos estabelecimentos de menor tamanho de área e de VBPV. Além disso, a terceirização da execução dos trabalhos agrários diretos também se mostrou amplamente dispersa, pois afora os municípios de Foz do Iguaçu e Santa Terezinha de Itaipu a participação dos estabelecimentos com uso de instrumentos de trabalho de terceiros situou-se acima de 48,0%. Estes dois municípios também destoam por conterem os menores contingentes de estabelecimentos agropecuários.

Tabela 2- Distribuição relativa dos estabelecimentos com área total menor que 4 módulos fiscais, segundo o valor bruto da produção vendida e o uso e a procedência da força de tração

e das máquinas e equipamentos, por município da RLI, 1995-96. Estabelecimento com área total menor que 4 módulos fiscaisa

Com VBPVb inferior a R$27.500,0 Com VBPV superior a R$27.500,00 Com uso de FTMEc Com uso de FTME Município Total Total própria terceiros Sem uso de FTME Total própria terceiros Sem uso de FTME % Terra Roxa 1.437 83,02 22,13 52,89 8,00 6,89 2,44 4,38 0,07 Guairá 1.065 86,76 14,27 62,63 9,86 5,16 1,88 3,00 0,28 Mercedes 747 89,83 16,47 66,80 6,56 7,50 2,41 5,09 0,00

Marechal Cândido Rondon 2.719 86,43 12,61 69,81 4,01 10,45 2,13 7,50 0,81

Pato Bragado 526 88,78 12,55 72,81 3,42 10,08 2,66 7,22 0,19

Entre Rios do Oeste 353 74,79 19,55 50,14 5,10 21,53 5,10 16,15 0,28 São José das Palmeiras 538 90,89 28,44 53,35 9,11 2,04 0,93 1,12 0,00 Diamante D'Oeste 583 88,34 28,82 48,54 10,98 0,69 0,17 0,51 0,00 Santa Helena 2.253 90,68 15,85 70,62 4,22 6,26 1,73 4,35 0,18

Missal 1.372 89,94 29,88 54,01 6,05 7,29 2,11 5,03 0,15

Itaipulândia 459 86,93 10,02 69,93 6,97 7,19 0,65 6,32 0,22

Medianeira 1.099 84,53 18,11 55,69 10,74 10,56 1,91 7,28 1,36 São Miguel do Iguaçu 1.883 82,85 11,58 62,08 9,19 10,41 3,03 6,48 0,90 Santa Terezinha de Itaipu 361 72,58 36,01 26,04 10,53 8,86 4,71 2,77 1,39 Foz do Iguaçu 281 79,36 23,13 21,00 35,23 6,05 4,27 0,71 1,07

Total 15.676 86,27 17,97 60,86 7,43 8,12 2,21 5,43 0,48

Fonte: IBGE - Tabulação especial do Censo Agropecuário do Estado do Paraná, 1995-96.

a- Cifra fixada pelo INCRA para classificação dos imóveis rurais. Na RLI os 4 módulos perfazem 72 ha, exceto no município de Guaíra onde totaliza 80 ha.

b- VBPV - valor bruto da produção vendida.

c- FTME – Força de Tração animal e/ou mecânica e Máquina e/ou Equipamento.

A partir da especificação dos agroecossistemas presentes na unidade produtiva familiar com

área total inferior a quatro módulos fiscais e com uso de serviços de terceiros, Tabela 3, percebe-se

que a variação a partir dos citados subconjuntos de agroecossistemas ocorre principalmente com o ingresso isolado, ou em combinação, das lavouras de soja e mandioca e fumo (mais raramente) e da criação de suínos, que resultam em sistemas de produção ainda mais diversificados e de menor freqüência.

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Tabela 3 – Total de estabelecimentos, área total, pessoal ocupado e valor bruto da produção vendida do estabelecimento agropecuário familiar terceirizado, com área total inferior a quatro módulos fiscais,

com lavouras temporárias e permanentes e com grandes e pequenos animais, segundo a composição dos principais agroecossistemas, na RLI, 1995-96.

Estabelecimento com autoconsumo (mata, pomar, horta e ave doméstica)

Estabelecimento Área EH VBPV Agroecossistema comercial Nº % ha % Nº % nº % Bovino 3.820 98,33 59.256,4 98,49 12.248,5 98,25 42.616.750,00 98,96 Bovino+Milho+ 3.219 82,86 51.430,5 85,48 10.477,5 84,04 36.208.007,00 84,08 Milho 124 3,19 1.363,5 2,27 363,5 2,92 777.745,00 1,81 Fumo 16 0,41 175,2 0,29 48,0 0,39 124416,00 0,29 Mandioca+ 1.881 48,42 28.021,1 46,57 6.156,5 49,38 20.515.630,00 47,64 Mandioca 205 5,28 2.154,4 3,58 569,5 4,57 1.289.683,00 2,99 Fumo 15 0,39 154,1 0,26 54,5 0,44 118.218,00 0,27 Soja 155 3,99 3.384,8 5,63 503,5 4,04 2.294.182,00 5,33 Suíno 770 19,82 8.527,0 14,17 2.454,5 19,69 4.767.668,00 11,07 Soja+Suíno 560 14,41 11.600,7 19,28 1.967,0 15,78 10.322.943,00 23,97 Combinação 176 4,53 2.200,2 3,66 607,5 4,87 1.722.936,00 4,00 Soja+ 783 20,15 17.014,6 28,28 2.546,5 20,43 11.730.856,00 27,24 Soja 219 5,64 4.910,4 8,16 661,5 5,31 3.313.894,00 7,69 Suíno 516 13,28 11.285,3 18,76 1.708,0 13,70 7.833.935,00 18,19 Combinação 48 1,24 818,9 1,36 177,0 1,42 583.027,00 1,35 Suíno+ 415 10,68 4.856,0 8,07 1.363,0 10,93 3.059.360,00 7,10 Suíno 335 8,62 4.197,8 6,98 1.085,5 8,71 2.454.894,00 5,70 Fumo 80 2,06 658,2 1,09 277,5 2,23 604.466,00 1,40 Bovino+Soja+ 184 4,74 3.399,8 5,65 533,5 4,28 3.427.480,00 7,96 Soja 57 1,47 1.164,2 1,93 157,5 1,26 612.511,00 1,42 Mandioca+Suíno 22 0,57 411,3 0,68 54,5 0,44 222.835,00 0,52 Suíno 96 2,47 1.743,2 2,90 294,0 2,36 2.482.180,00 5,76 Fumo 4 0,10 47,2 0,08 10,5 0,08 45.088,00 0,10 Combinação 5 0,13 33,9 0,06 17,0 0,14 64.866,00 0,15 Bovino+outro 132 3,40 1.839,9 3,06 330,0 2,65 1.136.340,00 2,64 Bovino+combinação 285 7,34 2.586,2 4,30 907,5 7,28 1.844.923,00 4,28 Sem Bovino 65 1,67 911,4 1,51 218,5 1,75 449.431,00 1,04 Total 3.885 100,00 60.167,8 100,00 12.467,0 100,00 43.066.181,00 100,00

Fonte: IBGE - Tabulação especial do Censo Agropecuário do Estado do Paraná, 1995-96.

2.2- PERFIL DAS PESSOAS RESIDENTES E OCUPADAS NO ESTABELECIMENTO AGROPECUÁRIO FAMILIAR MAIS COMUM DA RLI, SEGUNDO O TIPO DE ATIVIDADE ECONÔMICA.

2.2.1- COMPOSIÇÃO DO PESSOAL QUANTO AO GÊNERO

A averiguação da composição ocupacional, a partir das informações mostradas na Tabela 4, relativa aos 35 questionários representantes do tipo familiar terceirizado com agroecossistemas bovino+milho, permite aportar evidências em prol da aceitação da parte restante da hipótese de pesquisa referente à “masculinização” do efetivo do pessoal ocupado na atividade agrícola.

Tabela 4 – Distribuição amostral do pessoal ocupado e/ou com rendimento monetário no

estabelecimento familiar terceirizado com área total inferior a quatro módulos fiscais,

com agroecossistemas bovino+milho, segundo o gênero e a atividade econômica, 2001.

Pessoa ocupada e/ou com rendimento monetário

Total Pessoa referênciaa 2ª Pessoa 3ª Pessoa 4ª Pessoa Atividade

Total Homem Mulher Homem Mulher Homem Mulherb Homem Mulher Homem Mulher

Agrícola 55 39 16 30 1 2 14 5 0 2 5 Animal 65 41 24 29 1 3 19 6 2 3 2 Serviço agropecuário 6 6 0 5 0 0 0 1 0 0 0 Transformação 7 3 4 3 0 0 4 0 0 0 0 Serviço não-agropecuário 6 5 1 3 0 1 0 1 1 0 0 Serviço doméstico 42 5 37 4 1 0 30 1 3 0 3 Autoconsumo/autoconstrução 64 32 32 28 0 1 29 2 2 1 1 Outra renda 14 11 3 9 0 0 0 2 0 0 3 Aposentado 15 6 9 4 1 1 4 1 2 0 2 Inativo 6 1 5 0 0 0 1 1 2 0 2 TOTAL 93 51 42 34 1 4 31 10 5 3 5

Fonte: Área Técnica de Socioeconomia - IAPAR. Convênio IAPAR – ITAIPU.

a- Pessoa de referência é o chefe do domicílio e que neste caso também é a pessoa responsável pelo estabelecimento agropecuário. b- Na quase totalidade dos estabelecimentos agropecuários a 2ª pessoa do sexo feminino corresponde a esposa do casal.

Confluem para a aceitação da hipótese os indícios de que, considerando-se o conjunto das ocupações agrícolas e não-agrícolas que ocorrem nesse tipo de domicílio/ estabelecimento agropecuário,

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as tarefas agrícolas, a cargo da família, ocupam quase que unicamente pessoas do sexo masculino, ocorrendo o inverso no serviço doméstico.

Em termos gerais denota-se que as atividades de autoconsumo/autoconstrução, seguida da criação de animais, são ocupações em que a distinção sexual não exerce in-fluência quanto ao engajamento de pessoas. Em menor escala, também se observa no âmbito dos serviços agropecuários e não-agropecuários, a maior presença de pessoas do sexo masculino, supostamente pela condição de que ambas são exercidas fora do domicílio.

Contudo, tendo-se em conta que na atividade de transformação também não se observou à divisão do trabalho quanto ao gênero, é plausível supor que a maior presença de pessoas do sexo masculino nos serviços agropecuários decorra do caráter agrícola dessa ocupação e da condição desse serviço ser efetuado fora do domicílio/estabelecimento agropecuário.

A citada personalização da execução das tarefas agrícolas, a qual, em contrapartida, se associa à “feminilização” e personalização da execução dos trabalhos domésticos no cônjuge feminino, conforme ilustra o perfil ocupacional da segunda pessoa na Tabela 5, conduz ao reconhecimento de que, nesse tipo de estabelecimento agropecuário, a distinção quanto ao gênero influi parcialmente na divisão do trabalho. Isto porque ambos os cônjuges estiveram de modo marcante na produção de autoconsumo e, com menor expressão, na criação de animais.

Por fim, a observação da composição ocupacional no âmbito dos estabelecimentos amostrados nos quais registrou-se a presença de pelo menos uma terceira pessoa no efetivo do pessoal ocupado, que perfez aproximadamente ⅓ do conjunto do estabelecimento familiar em foco, possibilita ver que se repete o perfil ocupacional observado para o casal de cônjuges. Isto é, os filhos tendem a ajudar o pai nas atividades agrícolas, ao passo que as filhas auxiliam a mãe na execução dos serviços domésticos. Contudo, na maioria dos casos, todos colaboram na produção de autoconsumo/autoconstrução, e de forma menos expressiva na pecuária.

Em resumo, tem-se que, primeiro, independentemente do tamanho do efetivo de membros da família ocupado nas tarefas do estabelecimento agropecuário que ficam a cargo da mão-de-obra familiar, a cooperação genérica entre os membros da família continua presente de maneira expressiva apenas na produção para o autoconsumo/ autoconstrução e, em menor proporção, na criação de animais. Segundo, que a cooperação entre as pessoas do sexo masculino foi mais freqüente nas atividades agrícolas, enquanto que entre as pessoas do sexo feminino a ajuda mútua ocorreu principal-mente no serviço doméstico. Terceiro, que a presença desses tipos de cooperação entre as pessoas da família remete tanto ao reconhecimento da “masculinização” do efetivo do pessoal ocupado nas atividades agrícolas, como também à aceitação da “feminilização” do efetivo das pessoas da família engajadas nos afazeres domésticos. Por último, que a personalização dos trabalhos agrícolas na pessoa do responsável pelo estabelecimento está associada tanto à prática de terceirização da execução das operações mecanizadas da produção agrícola, bem como ao reduzido efetivo do pessoal ocupado, que na maior parcela dos estabelecimentos familiares da RLI não foi além dos cônjuges.

2.2.2- FAIXA ETÁRIA

As afirmativas anteriormente realizadas quanto à composição ocupacional das pessoas ocupadas no domicílio/estabelecimento agropecuário, particularmente quanto ao reduzido efetivo do pessoal ocupado na maior parcela dos estabelecimentos familiares em análise, remetem à consideração de que no delineamento de novos sistemas de produção que privilegiassem, por exemplo, uma maior participação das ocupações não-agrícolas com rendimentos monetários, necessariamente ter-se-ia que equacionar o reajuste do perfil das jornadas de trabalho a cargo da mão-de-obra familiar. Adicionalmente, conforme sugerido na hipótese do trabalho, a modificação na atual pauta de atividades da unidade familiar predominante na RLI deverá suplantar a dificuldade representada pelo envelhecimento das pessoas ocupadas, em função da suposta evasão futura dos jovens para o meio urbano.

Num contexto de reduzido efetivo do pessoal ocupado, conforme evidenciado anteriormente, as jornadas de trabalho requeridas para conduzir as atividades não-agrícolas adicionais poderia ser suprida pela redução das jornadas de trabalho aplicadas na produção de autoconsumo, no serviço doméstico ou na

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atividade agrícola. Neste ultimo caso, a terceirização das tarefas atualmente a cargo do responsável pelo estabelecimento agropecuário seria uma alternativa plausível, pois essa prática tem sido utilizada no empreendimento agrícola pela maioria das unidades familiares da RLI. Contudo, esse imediato remanejamento, além de desnecessário, é inoportuno, pois conforme a demografia dos residentes no domicílio, do contingente de 87 pessoas em idade ativa, de 14 a 64 anos, cerca de 18,1% não estavam ocupadas no ano de 2001, Tabela 5.

Tabela 5 – Distribuição amostral do pessoal residente no estabelecimento familiar

terceirizado com área total inferior a quatro módulos fiscais, com agroecossistemas bovino+milho, segundo a faixa etária, condição na ocupação e o gênero, 2001.

Residente no domicílio Pessoa ocupada Pessoa não ocupada Faixa etária

(ano) Total Homem Mulher Total Homem Mulher Total Homem Mulher

Menos de 14 30 17 13 1 0 1 29 17 12

14 a 64 98 55 43 83 48 35 15 7 8

65 e mais 9 3 6 3 2 1 6 1 5

TOTAL 137 75 62 87 50 37 50 25 25

Fonte: Área Técnica de Socioeconomia - IAPAR. Convênio IAPAR – ITAIPU.

Tal fato ilustra que, também na RLI a modernização da base técnica de produção, a terceirização parcial dos trabalhos agrícolas, a baixa incidência de ocupações não-agrícolas no meio rural e o desemprego no meio urbano, tem contribuído para formação de um amplo contingente de pessoas em idade ativa e desocupada residentes no meio rural. Ademais, o delineamento de novos sistemas de produção para o meio rural da RLI não pode prescindir de visadas de médio e longo prazo, pois aproximadamente 21,9% da população residente nos domicílios dos estabelecimentos familiares é composta por adolescentes e crianças. Inclusive, tal delineamento não deve se limitar às atividades produtivas, já que cerca de 6,6% do total de residentes nessas unidades familiares tem 65 anos ou mais de idade.

2.2.3 - COMPOSIÇÃO OCUPACIONAL DAS PESSOAS RESIDENTES NO DOMICÍLIO

A observação do conjunto das pessoas ocupadas e/ou com rendimento monetário e residente nos domicílios amostrados, postos na Tabela 6, permite reafirmar que a dinâmica da ocupação das pessoas nos estabelecimentos familiares em foco também não é regida apenas pelas atividades mercantis. Isto porque, no ano de 2001, do total de 87 pessoas ocupadas, cerca de 89,6% ocuparam-se com atividades produtivas, 73,6% com produção para autoconsumo, 48,3% com serviço doméstico, de forma exclusiva ou não.

O engajamento de residentes no meio rural da RLI em atividades produtivas, que no ano de 2001 totalizou 78 pessoas, também não foi definido somente pelas atividades agro-pecuárias, pois em torno de 16,7% desse total se ocuparam com atividades não-agrícolas de forma exclusiva (5,1%) ou de forma pluriativa (11,5%). Embora as pessoas com ocupação não-agrícola não tenham composto um conjunto majoritário, sua expressão indica que também nos estabelecimentos familiares mais comuns da RLI já está em curso, ainda que de forma incipiente, a conformação do que se tem denominado de “novo rural”. Novamente, há que se lembrar que a aplicação dos questionários privilegiou a área censitária denominada pelo IBGE de rural agropecuário, onde, em tese, a incidência desse tipo de ocupação seria menos freqüente.

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Tabela 6 – Distribuição das pessoas ocupadas e/ou com rendimento monetário no estabelecimento familiar

terceirizado com área total inferior a quatro módulos fiscais, com agroecossistemas bovino+milho,

Segundo a posição na ocupação, fonte de renda e o tipo de atividade, dados amostrais, 2001.

Fonte de renda monetária

Atividade produtiva Outra

Sem renda monetária Agropecuária Não agropecuária

Posição na ocupação Tipo de atividade

Agrícola Animal Serviço Total Transfor-mação Serviço Total Total Diversa

Aposen-tadoria TotaldomésticoServiço Consumo Auto-Total Número de pessoas

Total 55 65 6 74 7 6 13 78 14 15 26 42 64 93

Não ocupada (Inativa) - - - 2 6 6 0 0 6

Ocupada 55 65 6 74 7 6 13 78 12 9 20 42 64 87 Agropecuáriaa 49 56 5 65 - - - 65 8 6 13 28 47 65 Subtotal não-agrícolab 6 9 1 9 7 6 13 13 3 0 3 5 9 13 Pluriativac 6 9 1 9 6 3 9 9 3 0 3 3 8 9 Não-agrícolad - - - - 1 3 4 4 0 0 0 2 1 4 Serviço domésticoe - - - 1 1 2 7 6 7 Autoconsumof - - - 0 2 2 2 2 2

Fonte: Área Técnica de Socioeconomia - IAPAR. Convênio IAPAR – ITAIPU. a- Pessoa ocupada exclusivamente em atividade agropecuária.

b- Pessoa ocupada com atividade não-agrícola (transformação e/ou serviço não-agropecuário) de forma exclusiva ou não. c- Pessoa ocupada em atividade agropecuária e não agropecuária.

d- Pessoa ocupada exclusivamente em atividade não agropecuária. e- Pessoa ocupada apenas em afazeres do lar.

f- Pessoa só com atividade de autoconsumo/autoconstrução e com rendimento monetário de aposentadoria / pensão e/ou outro rendimento.

Nestes termos, torna-se plausível recomendar que no delineamento de novos sistemas de produção não se deve negligenciar a alternativa de se incrementar a participação das ocupações não-agrícolas como via de se ampliar à oferta de postos de trabalho e a diversificação das fontes de renda dos residentes no meio rural da RLI. Ademais, a incorporação de ocupações não-agrícolas no rol de atividades das pessoas não necessariamente requer a supressão ou diminuição da pauta das atividades agrícolas, pois, conforme Tabela 6, as pessoas pluriativas se ocupam com atividades agropecuárias, atividades não-agrícolas, serviço doméstico e autoconsumo.

Todavia, se no esboço de um cenário prospectivo as ocupações não-agrícolas não devem ser negligenciadas, tampouco devem ser subestimadas as atuais atividades agropecuárias, visto que a grande maioria das pessoas está ocupada nessas atividades, principalmente na criação animal e agricultura e, em menor escala, nos serviços agropecuários. Inclusive, pelo fato de que a fração de pessoas cuja renda monetária advém de atividades não produtivas (aposentadoria, outra fonte) representa 22,9% do total de pessoas ocupadas.

Em resumo, os resultados empíricos relativos à ocupação das pessoas estão em consonância com a dinâmica do meio rural da RLI que não é mais passível de ser captada apenas com a abordagem do que ocorre no âmbito das atividades agropecuárias, ou do estabelecimento agropecuário. Mais diretamente tem-se que, dos três segmentos de atividade que compõem o “novo rural”, dois já estão presentes de modo significativo no universo das pessoas ocupadas, sendo um relativo às atividades agropecuárias vinculadas às cadeias produtivas do agronegócio e o outro referente às atividades não-agrícolas, estando, portanto, ausente o segmento das novas atividades agrícolas atreladas a “nichos” de mercado.

A importância relativa das ocupações não-agrícolas no meio rural da RLI torna-se mais acentuada quando a investigação tem como unidade de referência à família ou o domicílio. As informações alocadas na Tabela 7 provêem as bases para esse argumento.

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Tabela 7 – Efetivo total e médio das pessoas ocupadas e/ou com rendimento monetário no estabelecimento familiar

terceirizado com área total inferior a quatro módulos fiscais, com agroecossistemas bovino+milho, segundo o tipo de

família/domicílio/ estabelecimento agropecuário e a fonte de renda, dados amostrais, 2001. Fonte de rendimento monetário

Atividade produtiva Outra renda Sem rendimentomonetário Agropecuária Não agropecuária

Tipo de família / domicílio / estabelecimento

agropecuário Agrícola Animal Serviço TotalTransfor-mação Serviço TotalTotal Diversa

Aposen-tadoria domésticoServiço Consumo Auto-Total ocupada Total Total Pessoas 55 65 6 74 7 6 13 78 14 15 42 64 87 93 Famílias 34 33 6 35 4 5 9 35 11 11 34 34 35 35 Efetivo médio 1,62 1,97 1,00 2,11 1,75 1,20 1,44 2,23 1,27 1,36 1,23 1,88 2,46 2,66 Agropecuáriaa Pessoas 44 47 5 56 - - - 56 11 15 30 48 64 70 Famílias 25 24 5 26 - - - 26 8 11 25 25 26 26 Efetivo médio 1,76 1,96 1,00 2,15 - - - 2,15 1,38 1,36 1,20 1,92 2,42 2,69 Pluriativab Pessoas 11 18 1 18 7 6 13 22 3 0 12 16 23 23 Famílias 9 9 1 9 4 5 9 9 3 0 9 9 9 9 Efetivo médio 1,22 2,00 1,00 2,00 1,75 1,20 1,44 2,44 1,00 0,00 1,33 1,78 2,56 2,56 Fonte: Área Técnica de Socioeconomia - IAPAR. Convênio IAPAR – ITAIPU.

a- Total de pessoas das 26 famílias / domicílios / estabelecimentos agropecuários ocupadas exclusivamente com atividade agropecuária. b- Total de pessoas das 9 famílias / domicílios / estabelecimentos agropecuários ocupadas com atividade agropecuária e não agropecuária.

Primeiro porque, nesse plano, a incidência das ocupações não-agrícolas abrangeu ¼ do total de famílias. Segundo, porque embora as famílias/domicílios exclusivamente agropecuárias concentrem a maior porção do total, as mesmas recrutam, em média, um contingente menor de pessoas no âmbito das atividades produtivas, comparativamente com as famílias pluriativas/domicílios. Note-se que na família/domicílio pluriativa(o) o efetivo médio de pessoas ocupadas é menor na agropecuária, particularmente na atividade agrícola, resultado que sugere o argumento de que o rearranjo da composição ocupacional tem sido realizado pela redução do pessoal ocupado na atividade agrícola e expansão na atividade não-agrícola.

Por último, tem-se que a noção multissetorial implícita no conceito do “novo rural”, normalmente usado para a abordagem da zona rural como um todo ou como um território, torna-se também pertinente para o entendimento da economia da unidade familiar, ao menos para ¼ dos domicílios/estabelecimentos familiares da RLI.

2- COMPOSIÇÃO DA RENDA DOS RESIDENTES NO DOMICÍLIO, SEGUNDO A POSIÇÃO NA OCUPAÇÃO E TIPO DE ATIVIDADE ECONÔMICA

3-

Na Tabela 8, relativa aos 95 questionários da pesquisa, verifica-se que a majoritária contribuição da agropecuária (70,0%) na formação da renda da RLI adveio principalmente da produção agrícola, em boa parte devido a recente elevação nominal do preço da soja devido à desvalorização cambial do real. A contribuição das ocupações não-agrícolas para a formação da renda anual superou a dos rendimentos provenientes do agregado da aposentadoria e outras fontes (12,4%). Este foi, portanto, o segundo principal grupo de fonte de renda monetária na área rural da RLI, perfazendo uma participação de aproximadamente de 17,6% do total da renda anual em 2001.

Constata-se, ainda, que no grupo das pessoas pluriativas o montante de renda anual proveniente das ocupações não-agrícolas foi maior que a renda oriunda da agropecuária, particularmente nos subgrupos empregador e empregado.

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Tabela 8 - Total da renda anual das pessoas com rendimento monetário segundo a posição na ocupação, tipo de atividade e fonte de renda, dados amostrais, 2001.

Fonte de renda monetária

Com atividade produtiva Outra

Agropecuária Não-agropecuária Posição na ocupação

Tipo de atividade

Agrícola Animal Serviço Total Transfor-mação Serviço Total Total DiversaAposen-tadoriaTotal Total

Renda anual em R$ x 1.000

Total 836,77 354,14 173,57 1.364,48 35,17 308,04 343,21 1.707,69 116,74 124,61 241,34 1.949,03

Não ocupada (Inativa) - - - - - - - - 6,36 30,42 36,78 36,78

Ocupada 836,77 354,14 173,57 1.364,48 35,17 308,04 343,21 1.707,69 110,38 94,19 204,56 1.912,25 Conta própriaa 594,63 284,82 108,19 987,63 6,57 36,85 43,42 1.031,05 79,07 86,00 165,06 1.196,11 Empregadorb 235,76 65,36 65,38 366,50 27,60 242,18 269,78 636,27 21,37 3,51 24,88 661,15 Empregadoc 6,39 3,96 0,00 10,35 1,00 29,02 30,02 40,37 9,94 4,68 14,62 54,99 Agropecuáriad 683,62 291,81 139,97 1.115,40 - - - 1.115,40 63,30 47,86 111,16 1.226,56 Conta própria 544,85 248,05 74,59 867,49 - - - 867,49 58,99 45,52 104,51 971,99 Empregador 134,98 41,60 65,38 241,96 - - - 241,96 1,56 0,00 1,56 243,52 Empregado 3,80 2,16 0,00 5,96 - - - 5,96 2,75 2,34 5,09 11,05 Subtotal não-agrícolae 153,15 62,33 33,60 249,07 35,17 308,04 343,21 592,29 35,97 7,02 42,99 635,28 Conta própria 49,78 36,77 33,60 120,14 6,57 36,85 43,42 163,56 8,97 4,68 13,65 177,21 Empregador 100,78 23,76 0,00 124,54 27,60 242,18 269,78 394,32 19,81 2,34 22,15 416,47 Empregado 2,59 1,80 0,00 4,39 1,00 29,02 30,02 34,41 7,19 0,00 7,19 41,60 Pluriativaf 153,15 62,33 33,60 249,07 33,69 245,90 279,59 528,66 35,97 7,02 42,99 571,65 Conta própria 49,78 36,77 33,60 120,14 6,09 21,59 27,68 147,82 8,97 4,68 13,65 161,47 Empregador 100,78 23,76 0,00 124,54 27,60 202,00 229,60 354,14 19,81 2,34 22,15 376,29 Empregado 2,59 1,80 0,00 4,39 0,00 22,31 22,31 26,70 7,19 0,00 7,19 33,89 Não-agrícolag - - - - 1,48 62,15 63,63 63,63 0,00 0,00 0,00 63,63 Conta própria - - - - 0,48 15,26 15,74 15,74 0,00 0,00 0,00 15,74 Empregador - - - - 0,00 40,18 40,18 40,18 0,00 0,00 0,00 40,18 Empregado - - - - 1,00 6,71 7,71 7,71 0,00 0,00 0,00 7,71 Serviço domésticoh - - - 9,73 11,70 21,43 21,43 Conta própria - - - 9,73 9,36 19,09 19,09 Empregador - - - 0,00 0,00 0,00 0,00 Empregado - - - 0,00 2,34 2,34 2,34 Autoconsumoi - - - 1,38 27,61 28,99 28,99 Conta própria - - - 1,38 26,44 27,82 27,82 Empregador - - - 0,00 1,17 1,17 1,17 Empregado - - - 0,00 0,00 0,00 0,00

Fonte: Área Técnica de Socioeconomia-IAPAR. Convênio IAPAR-ITAIPU.

a- Pessoa que trabalha sem vínculo empregatício e sem ajuda de empregados, exceto eventualmente. b- Pessoa que contrata diretamente trabalhadores para a execução das tarefas de seu empreendimento. c- Pessoa que trabalha para terceiros com vínculo empregatício temporário ou permanente. d- Pessoa ocupada exclusivamente em atividade agropecuária.

e- Pessoa ocupada em atividade não-agropecuária (transformação e/ou serviço não-agropecuário) de forma exclusiva ou não. f- Pessoa ocupada em atividade agropecuária e em atividade não-agropecuária.

g- Pessoa ocupada exclusivamente em atividade não-agropecuária. h- Pessoa ocupada em afazeres do lar.

i- Pessoa ocupada exclusivamente em atividade de autoconsumo/autoconstrução e com rendimento monetário de aposentadoria/pensão e/ou outra renda.

Por último, a importância relativa das ocupações não-agrícolas fica mais bem evidenciada ao se considerar o valor médio de cada fonte de rendimento monetário, isto é, independentemente do total de pessoas associadas a cada fonte de rendimento. Nestes termos, percebe-se pela Tabela 9, relativa aos 95 questionários, que o grupo das pessoas pluriativas foi o que apresentou o maior rendimento médio mensal, ou mais diretamente, R$2.002,51 por pessoa.

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Tabela 9 - Renda mensal média das pessoas com rendimento monetário segundo a posição na ocupação, tipo de atividade e fonte de renda, dados amostrais, 2001.

Fonte de renda monetária

Com atividade produtiva Outra

Agropecuária Não-agropecuária Posição na ocupação

Tipo de atividade

Agrícola Animal Serviço Total Transfor-mação Serviço Total Total DiversaAposen-tadoria Total Total

Renda mensal média em R$

Geral 734,01 355,56 628,86 963,61 266,44 1.026,81 794,48 1.038,74 256,00 207,68 248,30 922,84

Não ocupada (Inativa) - - - - - - - - 176,67 211,25 235,77 235,77

Ocupada 734,01 355,56 628,86 963,61 266,44 1.026,81 794,48 1.038,74 262,80 206,55 250,69 977,63 Conta própriaa 589,91 329,65 450,78 799,05 68,44 236,22 172,30 767,15 244,03 210,78 245,63 738,34 Empregadorb 2.806,61 605,19 1.816,11 3.054,13 1.150,00 2.883,05 2.497,93 3.313,91 445,21 146,25 345,56 3.060,88 Empregadoc 133,13 165,00 0,00 172,50 83,33 483,63 416,92 373,78 207,08 195,00 203,06 458,23 Agropecuáriad 694,74 352,43 583,19 920,30 - - - 920,30 229,36 199,40 237,52 955,26 Conta própria 605,39 275,61 82,87 963,87 - - - 963,87 65,55 50,57 116,12 1.079,99 Empregador 2.249,58 495,24 1.816,11 2.880,42 - - - 2.880,42 130,00 0,00 130,00 2.898,99 Empregado 158,33 180,00 0,00 165,56 - - - 165,56 114,58 195,00 141,39 306,94 Subtotal não-agrícolae 981,72 370,98 933,33 1.220,95 266,44 1.026,81 794,48 1.371,04 333,04 195,00 325,67 1.393,15 Conta própria 460,92 278,52 933,33 834,33 68,44 236,22 172,30 649,06 186,83 195,00 227,47 671,26 Empregador 4.199,17 990,00 0,00 3.459,44 1.150,00 2.883,05 2.497,93 3.651,07 550,28 195,00 461,46 3.470,55 Empregado 107,92 150,00 0,00 182,92 83,33 483,63 416,92 477,89 299,58 0,00 299,58 577,75 Pluriativaf 981,72 370,98 933,33 1.220,95 311,94 1.576,27 1.059,05 2.002,51 333,04 195,00 325,67 1.984,90 Conta própria 460,92 278,52 933,33 834,33 72,50 224,90 153,78 821,24 186,83 195,00 227,47 841,00 Empregador 4.199,17 990,00 0,00 3.459,44 1.150,00 5.611,11 3.826,67 5.902,33 550,28 195,00 461,46 5.226,25 Empregado 107,92 150,00 0,00 182,92 0,00 929,50 929,50 1.112,42 299,58 0,00 299,58 1.412,00 Não-agrícolag - - - - 61,67 431,57 378,73 378,73 0,00 0,00 0,00 378,73 Conta própria - - - - 40,00 254,33 218,61 218,61 0,00 0,00 0,00 218,61 Empregador - - - - 0,00 837,00 837,00 837,00 0,00 0,00 0,00 837,00 Empregado - - - - 83,33 186,39 160,63 160,63 0,00 0,00 0,00 160,63 Serviço domésticoh - - - 810,42 243,75 357,08 357,08 Conta própria - - - 810,42 260,00 397,60 397,60 Empregador - - - 0,00 0,00 0,00 0,00 Empregado - - - 0,00 195,00 195,00 195,00 Autoconsumoi - - - 57,50 209,18 185,85 185,85 Conta própria - - - 57,50 220,35 193,21 193,21 Empregador - - - 0,00 97,50 97,50 97,50 Empregado - - - 0,00 0,00 0,00 0,00

Fonte: Área Técnica de Socioeconomia-IAPAR. Convênio IAPAR-ITAIPU.

a- Pessoa que trabalha sem vínculo empregatício e sem ajuda de empregados, exceto eventualmente. b- Pessoa que contrata diretamente trabalhadores para a execução das tarefas de seu empreendimento. c- Pessoa que trabalha para terceiros com vínculo empregatício temporário ou permanente. d- Pessoa ocupada exclusivamente em atividade agropecuária.

e- Pessoa ocupada em atividade não-agropecuária (transformação e/ou serviço não-agropecuário) de forma exclusiva ou não. f- Pessoa ocupada em atividade agropecuária e em atividade não-agropecuária.

g- Pessoa ocupada exclusivamente em atividade não-agropecuária. h- Pessoa ocupada em afazeres do lar.

i- Pessoa ocupada exclusivamente em atividade de autoconsumo/autoconstrução e com rendimento monetário de aposentadoria/pensão e/ou outra renda.

No grupo das pessoas pluriativas, cujo montante de renda aportado pelas ocupações não-agrícolas foi maior que o total da agropecuária, a renda média mensal da agropecuária das pessoas pluriativas superou o rendimento médio da agropecuária das pessoas especializadas nessa atividade, no ano de 2001, principalmente pela expressiva participação do grupo dos empregadores. De forma que, as pessoas pluriativas se diferenciam, positivamente, tanto por obter uma maior renda monetária mensal média na agropecuária, como por ampliar sua renda pela inclusão de atividades não-agrícolas.

Dentre as atividades produtivas as ocupações dos serviços não-agropecuários apresentaram o maior rendimento médio mensal, assim como no conjunto das atividades agropecuárias esse tipo de atividade se mostrou como a segunda fonte de maior rendimento médio, fato que possivelmente explica o contingente não negligenciável de pessoas nessa ocupação, conforme mencionado anteriormente.

(13)

Tabela 10 – Total da renda anual, total das pessoas com rendimento monetário, renda mensal média, segundo a posição na ocupação, tipo de família/domicílio/estabelecimento agropecuário e fonte de renda,

dados amostrais, 2001.

Fonte de renda monetária

Com atividade produtiva Outra

Agropecuária Não-agropecuária

Posição na ocupação Tipo de família /

domicílio /

estabelecimento agropecuário Agrícola Animal Serviço Total

Transfor-mação Serviço Total

Total Diversa

Aposen-tadoria Total Total

Renda anual R$ x 1.000 Total 836,77 354,14 173,57 1.364,48 35,17 308,04 343,21 1.707,69 116,74 124,61 241,34 1.949,03 Conta própriaa 594,63 284,82 108,19 987,63 6,57 36,85 43,42 1.031,05 81,53 116,42 197,94 1.228,99 Empregadorb 235,76 65,36 65,38 366,50 27,60 242,18 269,78 636,27 25,27 3,51 28,78 665,05 Empregadoc 6,39 3,96 0,00 10,35 1,00 29,02 30,02 40,37 9,94 4,68 14,62 54,99 Agropecuáriad 489,58 253,15 33,59 776,32 - - - 776,32 58,31 103,55 161,85 938,18 Conta própria 465,78 223,15 33,59 722,53 - - - 722,53 56,06 100,04 156,10 878,62 Empregador 20,00 30,00 0,00 50,00 - - - 50,00 1,56 1,17 2,73 52,73 Empregado 3,80 0,00 0,00 3,80 - - - 3,80 0,69 2,34 3,03 6,83 Pluriativae 347,19 100,98 139,98 588,15 35,17 308,04 343,21 931,37 58,43 21,06 79,49 1.010,86 Conta própria 128,85 61,66 74,60 265,11 6,57 36,85 43,42 308,53 25,47 16,38 41,85 350,38 Empregador 215,76 35,36 65,38 316,50 27,60 242,18 269,78 586,27 23,71 2,34 26,05 612,32 Empregado 2,59 3,96 0,00 6,55 1,00 29,02 30,02 36,57 9,25 2,34 11,59 48,16

Família /domicílio /estabelecimento agropecuário

Total 82 76 22 92 10 21 29 94 33 36 55 94 Conta própria 72 66 19 79 7 12 18 80 25 32 47 80 Empregador 7 8 3 9 2 6 8 10 4 2 4 10 Empregado 3 2 0 4 1 3 3 4 4 2 4 4 Agropecuária 60 53 14 65 - - - 65 22 29 40 65 Conta própria 58 51 14 62 - - - 62 20 27 38 62 Empregador 1 2 0 2 - - - 2 1 1 1 2 Empregado 1 0 0 1 - - - 1 1 1 1 1 Pluriativa 22 23 8 27 10 21 29 29 11 7 15 29 Conta própria 14 15 5 17 7 12 18 18 5 5 9 18 Empregador 6 6 3 7 2 6 8 8 3 1 3 8 Empregado 2 2 0 3 1 3 3 3 3 1 3 3

Renda mensal por família / domicílio / estabelecimento agropecuário (R$)f

Total 850,38 388,31 657,45 1.235,94 293,08 1.222,40 986,25 1.513,91 294,79 288,44 365,67 1.727,87 Conta própria 688,23 359,62 474,50 1.041,80 78,21 255,90 201,02 1.074,01 271,75 303,17 350,96 1.280,20 Empregador 2.806,61 680,83 1.816,11 3.393,47 1.150,00 3.363,56 2.810,17 5.302,26 526,46 146,25 599,58 5.542,09 Empregado 177,50 165,00 0,00 215,63 83,33 806,06 833,83 841,00 207,08 195,00 304,58 1.145,58 Agropecuária 679,58 398,04 199,92 995,29 - - - 995,29 220,86 297,55 337,20 1.202,79 Conta própria 669,23 364,63 199,92 971,13 - - - 971,13 233,58 308,76 342,31 1.180,94 Empregador 1.666,67 1.250,00 0,00 2.083,33 - - - 2.083,33 130,00 97,50 227,50 2.197,08 Empregado 316,67 0,00 0,00 316,67 - - - 316,67 57,50 195,00 252,50 569,17 Pluriativa 1.315,12 365,88 1.458,13 1.815,29 293,08 1.222,40 986,25 2.676,34 442,64 250,71 441,60 2.904,76 Conta própria 766,94 342,57 1.243,33 1.299,55 78,21 255,90 201,02 1.428,37 424,47 273,00 387,48 1.622,11 Empregador 2.996,60 491,11 1.816,11 3.767,80 1.150,00 3.363,56 2.810,17 6.106,99 658,61 195,00 723,61 6.378,34 Empregado 107,92 165,00 0,00 181,94 83,33 806,06 833,83 1.015,78 256,94 195,00 321,94 1.337,72 Fonte: Área Técnica de Socioeconomia-IAPAR. Convênio IAPAR-ITAIPU.

a- Família cuja jornada anual de trabalho foi realizada, na sua maior parte, sem vínculo empregatício e sem ajuda de empregado, exceto eventualmente. d- Família cuja jornada anual de trabalho foi realizada, na sua maior parte, por trabalhador contratado.

c- Família cuja jornada anual de trabalho foi realizada, na sua maior parte, com vínculo empregatício temporário ou permanente. d- Família com pessoas ocupadas exclusivamente em atividade agropecuária.

e- Família cuja pauta de atividades do conjunto das pessoas ocupadas inclui atividades agropecuária e não-agropecuária. f- Renda mensal por família / domicílio / estabelecimento agropecuário.

tem-se que, mesmo sendo numericamente inferior (cerca de 30,8% do total de famílias), o grupo das

famílias pluriativas participou, no ano de 2001, com cerca de 54,5% do total da renda anual das pessoas com rendimento monetário e com atividades produtivas.

A participação majoritária desse grupo no âmbito da distribuição da renda adveio, por um lado, da maior renda mensal nas atividades agropecuárias, comparativamente à renda mensal obtida por cada família/domicílio especializado na agropecuária e, por outro, pela contribuição das ocupações não-agrícolas na formação da renda anual.

Sem a inclusão desses rendimentos, a renda monetária mensal média da família/ domicílio e com atividade produtiva teria somado cerca de R$1.235,94, isto é, cerca de R$278,00 a menos que o valor realmente obtido no referido ano (R$1.513,91). Em adição tem-se que, igualmente ao que se evidenciou

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no âmbito da ocupação das pessoas, a família/domicílio pluriativa também se diferenciou positivamente por conter um maior efetivo médio de pessoas ocupadas e por dispor de uma maior renda mensal.

4. O CARÁTER MULTISSETORIAL/MULTIFUNCIONAL DA ECONOMIA DA ÁREA RURAL

No período de 1996-2000, a população total dos municípios paranaenses da RLI experimentou um crescimento absoluto de 33.523 habitantes, segundo Laurenti et alli (2002). Todavia, esse incremento não ocorreu de forma generalizada, pois nos município de Guaíra, Medianeira, São José das Palmeiras e Terra Roxa, reduziu-se a população total. Diferentemente dos demais, nesses municípios o genérico crescimento da população urbana não foi suficiente para compensar a redução absoluta da população rural, a qual também ocorreu de forma ampla, com exceção apenas do município de Itaipulândia. Contudo, há que ressalvar que na contagem da população efetuada em 1996 usou-se a base cartográfica do ano de 1991, a qual registra um perímetro urbano menor que o do ano de 2000, ano do censo demográfico. Nestes termos, uma parte do êxodo rural e, por conseguinte, da urbanização da população da RLI, pode ser decorrente apenas da simples redefinição (expansão) daquele perímetro, e não do movimento migratório campo-cidade.

Não obstante esta ressalva, em alguns estudos4 efetuados com base nas informações da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios-PNADs, tem-se revelado que na Região Sul, assim como no Estado do Paraná, o crescimento da população ocupada em atividades não-agrícolas não tem sido suficiente para contrabalançar a redução do total de pessoas ocupadas na atividade agropecuária e, por conseguinte, estancar o êxodo rural.

Além da crônica crise dos preços agrícolas, cuja exceção se resume basicamente a recente melhoria dos preços internos da soja em função da depreciação cambial do real, a modernização da base técnica também tem sido apontada como vetor da redução de postos de trabalho na agricultura. Principalmente naquelas unidades produtivas integradas a cadeias de produção, que contam com acesso sistemático às inovações tecnológicas que propiciam a crescente “simplificação” do elenco das tarefas agrícolas. Tais unidades produtivas, notadamente aquelas que cultivam cereais e grãos, têm contado, praticamente a cada renovação do processo produtivo, com novos cultivares relativamente mais produtivos e mais tolerantes a pragas e moléstias e com agrotóxicos mais eficazes. Esses fatores, em conjunto, têm promovido a redução do número de aplicações de agroquímicos para o controle fitossanitário com a conseqüente diminuição no total de jornadas de trabalho para o cultivo das lavouras. Acoplam-se a isso as técnicas de manejo integrado de pragas que também resultam na redução das aplicações de agroquímicos.

A importância de se considerar essa via de redução de postos de trabalho nas áreas rurais da RLI pode ser expressa pelo fato de que o processo produtivo das lavouras de soja e milho, que são as principais lavouras da RLI, se fundamenta num consumo intermediário que, na sua maior parte, é provido por agências externas ao estabelecimento agropecuário, notadamente as indústrias de insumos e os produtores de sementes, conforme Tabela 11.

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Tabela 11- Consumo intermediário de sementes, fertilizantes e agrotóxicos nos estabelecimentos familiares com uso de serviços de terceiros, área total menor que quatro módulos fiscais, com e sem mata, com grandes e pequenos animais

e com lavouras temporárias e permanentes, Estado do Paraná, 1995. Lavoura / insumo Estabelecimento Área (ha)

Pessoal ocupado (EH)a Valor bruto da produção vendida (1.000 R$) Total 3.885 60.167,8 12.467 43.066,18 Milho 3.334 53.245,6 10.811 37.391,34 Soja 1.832 38.276,3 6.015 29.521,38 % Semente Milho Própria 28,22 20,26 27,39 16,80 comprada 70,46 78,75 71,39 82,20 Própria e comprada 0,84 0,75 0,76 0,49 Ignorada 0,48 0,23 0,46 0,51 Soja Própria 10,48 8,72 10,75 7,38 comprada 88,76 90,74 88,50 91,90 Própria e comprada 0,38 0,33 0,36 0,27 Ignorada 0,38 0,21 0,40 0,46 Fertilizante Milho não usou 24,90 17,97 24,06 14,58 Químico 62,81 69,43 63,91 68,76 Orgânico 3,69 2,57 3,27 2,54 Químico e orgânico 8,37 9,90 8,60 13,94 Ignorado 0,24 0,12 0,17 0,17 Soja não usou 8,73 7,35 9,11 6,61 Químico 79,31 79,80 78,92 79,02 Orgânico 1,47 1,38 1,28 0,99 Químico e orgânico 10,43 11,42 10,62 13,32 Ignorado 0,05 0,05 0,07 0,06 Agrotóxico Milho não usou 35,24 25,13 33,49 20,49 Usou 64,73 74,83 66,48 79,50 Ignorado 0,03 0,04 0,03 0,01 Soja não usou 12,34 10,10 12,07 8,53 Usou 87,55 89,79 87,78 91,37 Ignorado 0,11 0,11 0,15 0,10

Fonte:- Tabulação especial do Censo Agropecuário do Estado do Paraná 1995-96. Convênio IAPAR- ITAIPU

a- Corresponde a uma jornada anual de 300 dias de trabalho de um homem adulto.

Da mesma forma, na renovação da maquinaria, os agricultores modernizados têm a cada ano uma oferta de novos tratores e implementos agrícolas de maior rendimento operacional, os quais além de permitir a redução da jornada de trabalho em cada operação agrícola, também promovem a supressão de algumas tarefas, tal como ocorre com a colheitadeira automotriz que efetua numa só operação a ceifa, debulha e o recolhimento de grãos. No mesmo sentido atuam a técnicas de semeadura direta ou de cultivo mínimo que suprimem as práticas convencionais de preparo do solo.

Porém, a redução do rol dos trabalhos agrários no interior da unidade produtiva que efetuou a modernização da base técnica não decorreu apenas do emprego de inovações poupadoras de trabalho, pois no processo de conversão da base técnica convencional para a moderna também tomou curso a terceirização parcial da execução dos trabalhos agrários, principalmente na operação de colheita de cereais e grãos.

A transferência da execução de partes do elenco dos trabalhos agrário para terceiros e a modernização da base técnica de produção agrícola têm, em conjunto, amparado na suspeita de que a moderna organização da produção agrícola adquiriu uma característica típica do processo produtivo industrial, expressa, por um lado pela mecanização do trabalho e, por outro, na dissociação entre a concepção e a execução das tarefas produtivas.

Todavia, no âmbito da moderna produção agrícola, a mencionada dissociação não tem se manifestado empiricamente de forma generalizada, ou seja, não tem incidido em todo o conjunto dos trabalhos agrários. Mormente, em função da ampla presença das unidades familiares na agricultura, cujos

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responsáveis têm delegado a terceiros só a execução de parte do elenco dos trabalhos agrários e/ou tem contratado trabalhadores temporários para complementar as jornadas de trabalho da mão-de-obra familiar. Essa incidência parcial tanto do uso de trabalhadores assalariados como do recurso aos serviços de empreitada amparou a suspeita de que, no moderno estabelecimento agropecuário de base familiar da RLI, a cooperação entre os membros da família estaria cedendo espaço para a individualização da condução do elenco restante dos trabalhos agrários que fica a cargo da mão-de-obra-familiar.

Portanto, essa individualização da execução dos trabalhos agrários que permanecem a cargo da mão-de-obra familiar não deve ser associada à redução do volume de produção, pois no período recente a produção agrícola vem experimentando recorde sucessiva de safras. Tampouco, a mesma pode ser atribuída à contração da pauta das atividades agrícolas, ou seja, ao processo em que os estabelecimentos agropecuários tendem a se especializar em uma ou duas atividades produtivas.

Ao contrário, para uma parcela significativa das famílias situadas nas áreas rurais e com estabelecimentos agropecuários, a pauta de atividades ou de ocupações vem se expandindo pela incorporação de ocupações não-agrícolas, fazendo com que pessoa e famílias se tornem pluriativas e que o ambiente rural deixe de ser exclusivamente agrícola. Ou ainda, tais movimentos têm conduzido ao reconhecimento de que há um novo contorno na economia da zona rural, ou seja, há um “novo rural”, cuja composição expressa um caráter multissetorial do território rural ou, mais diretamente, que as áreas rurais vem incorporando dois novos “subsetores” de atividades, sendo um composto pelas novas atividades agropecuárias atreladas a nichos de mercado (como por exemplo, a criação de animais exóticos) e o outro pelas atividades rurais não-agropecuárias.

Todavia, o reconhecimento desse novo contorno da economia da área rural da RLI requer algumas ponderações. Primeiro de que o uso do solo nessa região deixou de ser exclusivamente agrícola desde a instalação do complexo hidroelétrico de Itaipu, ou ainda, desde que se instalou na região a referida

atividade rural não-agrícola. Segundo, que embora as pessoas do meio rural outrora já se ocupassem

com atividades não-agrícolas, como por exemplo, nas atividades artesanais, o aspecto de novidade é que a magnitude de tais atividades já altera a dinâmica da ocupação e renda das pessoas residentes no meio rural da RLI e, por conseguinte, remete ao reconhecimento de que a composição da economia rural da RLI é multissetorial.

Da mesma forma, tem-se que embora várias pessoas, no passado, também já recorressem ao trabalho, agrícola ou não, fora de seu estabelecimento agropecuário como meio de aumentar a renda familiar, a atual expressão empírica da prestação de serviços agropecuários, tal como na colheita de cereais e grãos, também possibilita argumentar que a organização da produção agrícola da RLI já experimenta uma nova divisão do trabalho, onde a prestação de serviços mecânicos já exerce uma influência relevante tanto na composição ocupacional como na distribuição da renda agrícola.

Em prol da aceitação da nova composição de atividades produtivas da área rural da RLI argumenta-se que embora a agropecuária seja a principal atividade tanto em termos de geração de postos de trabalho e formação da renda, as ocupações não-agrícolas contribuíram, em 2001, com aproximadamente ¼ do total do pessoal ocupado nas atividades produtivas e com 17,6% da renda anual. No plano das famílias acentua-se a importância relativa das ocupações não-agrícolas, pois tais atividades estiveram presentes em cerca de ⅓ do total das famílias e propiciaram que essas famílias (pluriativas) apropriassem pouco mais da metade, ou (54,5%), da renda anual. Além do que, no ano de 2001, o efetivo médio do pessoal ocupado nas famílias pluriativas superou o das famílias especializadas na agropecuária. No contexto do estabelecimento agropecuário familiar mais comum da RLI, a importância relativa das ocupações não-agrícolas mostrou-se de forma ainda mais relevante, pois estiveram presentes em cerca de ¼ do total de famílias (pluriativas), as quais participaram com pouco mais de 16,0% da renda anual de 2001.

Portanto, o termo de referência relevante tanto para o diagnóstico como para a o delineamento do perfil prospectivo da economia rural da RLI é aquele cujos contornos circunscrevem a multissetorialidade da economia rural local. Nestes termos, o direcionamento de ações para o esboço de cenários prospectivos dever ser efetuado em consonância com a atual composição da pauta de atividades da área rural da RLI. Isto é, em função da realidade vigente, o planejamento de ações que assegurem no futuro próximo a sustentabilidade do desenvolvimento rural da RLI não pode prescindir da referência de que a pauta de

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atividades do território rural dessa região não se limita, à semelhança do meio urbano, a um único setor de atividade econômica.

Em contrapartida, como um cenário parcial passível de ser cogitado para área rural da RLI, aponta-se aquele que se vem preconizando como um “modelo europeu de agricultura” no qual, segundo menciona MALUF (2002), se valoriza: “uma agricultura multifuncional, durável, competitiva e distribuída por todo o território europeu”.

A justificativa de se cogitar esse tipo de agricultura, cuja concepção não pode ser dissociada do contexto socioeconômico europeu, onde tal proposta se reveste de uma crítica ao modelo agrícola produtivista, é que no contexto da RLI também se denota indicativos de uma demanda similar para o segmento agropecuário. Ilustra isso o fato de que, a sustentabilidade econômica do complexo hidrelétrico de Itaipu, entre outros determinantes, está diretamente vinculada à longevidade da vida útil do lago, a qual depende da velocidade de acúmulo de sedimentos, ou do ritmo do processo de assoreamento do lago, que, por sua vez, depende do tipo de agricultura que se localiza a montante da barragem.

Desta forma, a importância econômica do complexo hidrelétrico de Itaipu e da agricultura, tanto para a região quanto para o país, torna implícita a demanda por uma agricultura local de caráter multifuncional, a qual, segundo MALUF (2002), assenta-se na seguinte concepção da OCDE: “Além de sua função primária de ofertar alimentos e fibras, a atividade agrícola pode também moldar a paisagem e prover benefícios ambientais, tais como a conservação do solo, manejo sustentável dos recursos naturais, e preservação da biodiversidade e contribuir à viabilidade de muitas áreas rurais”.

Essa concepção de uma agricultura de dupla aptidão já vem sendo, em parte, praticada na RLI, pois nessa região, que experimentou em larga escala a modernização da agricultura, predomina o uso da técnica de semeadura direta nas principais lavouras de cereais e grãos. Tal técnica se caracteriza, entre outros aspectos, pela eficiência de conter a erosão do solo e, por conseguinte, contribui para minimização do fluxo de sedimentos para o interior do reservatório de água do complexo hidrelétrico. Ressalte-se que essa noção de agricultura não se limita, conforme mencionado, a agroecossistemas (lavouras, criações) de dupla aptidão, sendo mais bem aplicável à unidade produtiva como um todo, na qual os recursos produtivos são destinados à produção agrícola e à produção de bens e serviços não mercantis, conforme previsto na definição acima.

Todavia, para a finalidade de se esboçar um cenário prospectivo para a área rural da RLI, o mencionado modelo europeu de agricultura resulta insuficiente, pois nele está privilegiado somente um dos três setores de atividade econômica presentes nessa região. Não obstante isso, tal concepção suscita que se o desenvolvimento sustentável de uma localidade especializada na agricultura está associado a uma agricultura multifuncional, então, por extensão, o desenvolvimento sustentável de uma localidade rural, fundada numa eclética pauta de atividades econômicas, também está vinculado a uma pauta multissetorial de atividades multifuncionais, que integra múltiplas funções tais como a equidade social, sustentabilidade, diversidade cultural etc.

Assim, na promoção do desenvolvimento sustentável torna-se relevante viabilizar a catalisação de atividades não-agrícolas que aliam a oferta de bens ou serviços econômicos e a produção de externalidades ambientais e/ou sociais positivas. Em suma, a partir da extensão do conceito de multifuncionalidade originalmente vinculada à agricultura, tem-se que, de uma forma geral, a busca do desenvolvimento sustentável local deve-se referenciar na mobilização de: unidades produtivas que combinam atividades mercantis agrícolas e/ou não-agrícolas e atividades de melhoria do meio ambiente, isto é, que além de suprir a sociedade com bens e serviços veiculados pelo mercado, também provêem bens e serviços não mercantis, ou públicos.

5. CONCLUSÃO

Com a tendência de redução do contingente de pessoas ocupadas nas atividades agrícolas e expansão do total de pessoas com ocupações não-agrícolas, que vem incidindo nas diversas áreas rurais da maioria das Unidades da Federação, a expectativa é que a pluriatividade também passe a predominar nas famílias residentes da área rural da RLI.

Tal projeção parte do suposto de que a maior parte das famílias pretende continuar residindo nas áreas rurais em que atualmente moram, o que equivale a reconhecer que a redução/supressão do êxodo

Referências

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