Breve resumo da Historia da Construção do Edifício-Sede do Grande Oriente de São Paulo e da formação do Museu Maçônico
Por: Elizabeth do Val
Agosto/2016
Edifício Sede GOSP
O objetivo do GOSP em construir seu próprio Edifício-Sede era desejo antigo da Maçonaria paulista. Muitos foram maçons contribuintes para o fundo que financiaria o projeto do novo Edifício nos anos 1920. O GOSP chegou a funcionar em alguns endereços como o Vale da Tabatinguera e também na Rua da Gloria.
Porém somente na década de 1940 o montante das arrecadações para a construção do Edifício-Sede foi empregado no novo terreno adquirido na Rua São Joaquim graças aos donativos iniciais da Loja Piratininga N.140. Em 1948 na gestão do Grão-Mestre Benedito Pinheiro Machado Tolosa foi instituída “medalha comemorativa Pedra Angular pró-construção do Edifício-Sede do
Grande Oriente de São Paulo”. A medalha seria destinada às Lojas e maçons
contribuintes para esta construção.
Para administrar o projeto de construção do prédio, o orçamento e o andamento da obra foi criada uma Comissão Técnica através do Ato N. 49 de dezembro de 1947, cujos nomes são:
Cyro Werneck de Souza e Silva
Diniz Gonçalves Moreira
Orozimbo Soares Nogueira
Jeronimo Serafim de Barcellos
Luiz Meira
Bixio Picciotti
As reuniões discutiam os critérios para construção do Edifício como, por exemplo, o prédio ser destinado exclusivamente à Maçonaria sem exploração comercial. Reavaliar com vistoria judicial os imóveis circunvizinhos ao terreno adquirido. Cada membro seria responsável por supervisionar a parte técnica da obra como foi o caso do ante-projeto da edificação elaborado pelo arquiteto Bixio Picciotti. Em seu projeto destinava o terceiro pavimento em salão de banquetes e cerimônias especiais, o que décadas depois se transformaria no espaço que abrigaria o Museu e Biblioteca.
A princípio a construção ficou orçada em 3.000.000,00 de cruzeiros e deveria ser entregue até 1950. E diante da dificuldade em arrecadar a verba para a construção do Edifício até o ano previsto, a Comissão Técnica emergiu grandes esforços para arrecadar maior contribuição das Lojas para que a construção saísse na data estipulada. No entanto, como não foi possível concluir as obras que ainda estavam em andamento, em dezembro de 1950, o GOB passa a doar 30.000,00 cruzeiros anuais para que as obras fossem concluídas o mais breve possível. Os templos foram inaugurados nos respectivos anos:
Setembro de 1950 – Inauguração do 1º Templo 7 de setembro
Março de 1951 – Inauguração do 2º templo (que viria a ser nomeado posteriormente como Templo 15 de novembro)
Outubro de 1951 – Inauguração do 3º templo (que viria a ser nomeado posteriormente como Templo 12 de outubro)
Julho de 1954 – Inaugura o 5º Templo (o Templo Mor do Edifício nomeado Templo Piratininga em homenagem à ARLS Piratininga, A Fidelíssima N. 140 por sua valiosa contribuição)
Houve grande esforço das partes responsáveis pela construção para que as obras finalizassem o mais breve para que o Edifício fosse inaugurado em janeiro de 1954, na ocasião em que se comemoraria o 4º Centenário da Fundação da Cidade de São Paulo.
Inaugurado aos 25 de janeiro de 1955 marcaram presença as dignidades do GOSP e das lojas maçônicas paulistas além de representantes dos Grande Oriente de: Minas Gerais, Distrital Inglesa, de Santa Catarina, Grande Loja do Estado de São Paulo.
A solenidade foi realizada no templo Piratininga, além de homenagem do retrato do Tesoureiro Dr. Adolpho Eisele de Carvalho, 33. Após a solenidade, todos se dirigiram ao “Salão de festas”.
Na gestão do Grão-Mestre Romeu Bonini é criada a Lei Nº 52 de 04
de agosto de 1995 que denomina o Edifício-Sede do Grande Oriente de
São Paulo, Edifício Benedito Pinheiro Machado Tolosa
1, em homenagem
a este idealizador do projeto de Construção do Edifício-Sede da Maçonaria
paulista.
Museu do GOSP
O desejo de construir o Museu Maçônico veio na sequencia da inauguração do edifício Sede do GOSP em 1955.
1
*Dr. Benedito Pinheiro Machado Tolosa, nascido aos 12 de
novembro de 1895, foi médico e professor Universitário e um dos
fundadores da Maternidade Pró-Matre Paulista. Prestou serviços médicos
durante a Revolução Constitucionalista de 1932. Iniciado na Maçonaria
através da A.´.R.´.L.´.S.´. Piratininga Nº140.
Na gestão do Grão-Mestre Benedito Pinheiro Machado Tolosa foi através do Decreto N.236 de 28 de maio de 1955, criado o “Museu Maçônico” que deveria ser instalado no Edifício-Sede do GOSP.
Para a organização do Museu foi necessário nomear maçom que pudesse trabalhar no resgate de coleções de objetos resguardados pelas Lojas maçônicas para compor o acervo do Museu Maçônico. Tolosa institui, então, o Ato N.116 de 31 de maio de 1955 que nomeava o primeiro Diretor do Museu irmão Ferdinand Krackowizer da Loja Monte Líbano. No ano seguinte, Krackowizer buscou conseguir objetos maçônicos em inúmeras lojas maçônicas e obediências estrangeiras a fim de que compor o acervo do Museu.
Em junho de 1958 o GOSP instituiu verba orçamentária para as despesas do Museu. A finalidade inicial da criação do Museu era construir um cartão de visita da Maçonaria. Nesses primeiros anos o patrimônio do Museu era dividido em: donativos de Lojas, donativos dos irmãos e verba orçamentaria. No período de 1955 a 1958 o GOSP buscava angariar objetos históricos e instalações para o Museu como moveis e arquivos. Ao mesmo tempo em que o Museu angariava recursos, a Biblioteca do Museu também era construída com coleções e periódicos Maçônicos doados ou comprados.
O Museu se constituía então:
Quadros, Estandartes, Aventais Maçônicos, distintivos, espadas, malhetes, flamulas , clichês, carimbos e joias maçônicas.
O Museu Maçônico recebeu credito extraordinário da Poderosa Assembleia para então adquirir a Biblioteca especializada em assuntos Maçônicos, além de verba ordinária destinada ao Museu. A criação da Biblioteca juntamente com o Museu era garantir o suporte necessário para os estudos filosóficos e litúrgicos da Maçonaria Universal. Com este crédito foi possível incrementar o acervo que destinaria à biblioteca e aos moveis do Museu.
O Museu apesar de requerer recursos para suas instalações não havia ainda um local designado. Segundo relatos de maçons mais antigos na Ordem, nas décadas seguintes da criação do Decreto, o Museu tinha apenas um pequeno mostruário sob a responsabilidade, naquela época, da Secretaria de Registros e Arquivos Maçônicos. Em 1977 era mencionado em Boletim oficial do GOSP que esta Secretaria solicitava objetos maçônicos das Lojas maçônicas para compor o mostruário do Museu.
Na gestão do Grão-Mestre Ezio Donatti (1983-1987) é criado o primeiro inventário dos registros de bens do então denominado “Museu Maçônico Paulista”, cujo Diretor era Renato Cenzatti que ocupava cargo oficial na Secretaria de Educação e Cultura do GOSP. Renato Cenzatti procurou reunir os objetos históricos do próprio Palácio do GOSP na gestão do Grão-Mestre Ezio Donatti, quando a retomada do Edifício após a desocupação pela dissidência. Seu trabalho foi reunir e identificar os objetos recebidos, restaurar e recuperar os quadros do acervo.
Na gestão do Grão-Mestre Rubens Barbosa de Matos (1991-1995) houve empenho de irmãos, como o caso do irmão Youri Baranoff que colaborou na estruturação do Museu e Biblioteca que nessa época passou a funcionar no terceiro andar do Edifício do GOSP. Nesse período pretendia-se investir em sistema informatizado para o Museu e Biblioteca.
Na gestão de Romeu Bonini (1995-1999) o Museu se reestrutura e de “Museu Maçônico Paulista” passa a chamar-se “Museu Maçônico José Bonifácio” e é inaugurado com novo layout.
Na gestão do Grão-Mestre Claudio Roque Buono (2003-2007) formaram-se equipes para administrar as coleções do Museu e Biblioteca. Nesse sentido houve incremento das categorias de filatelia, numismática, memorábilis dentre outros. Nesse período o Museu também recebeu doações de Lojas e Irmãos para seu novo mobiliário.
Na gestão do Grão-Mestre Mario Sergio Nunes da Costa (2011-2015) o MMJB ganhou premio do Instituto Brasileiro de Museus em Edital publico e
pode desenvolver o Museu Virtual para divulgação de seu acervo