• Nenhum resultado encontrado

As tensões prazerosas segundo Norbert Elias & Eric Dunning Gilmar Francisco Afonso Wanderley Marchi Júnior DEF, CEPELS/UFPR

N/A
N/A
Protected

Academic year: 2021

Share "As tensões prazerosas segundo Norbert Elias & Eric Dunning Gilmar Francisco Afonso Wanderley Marchi Júnior DEF, CEPELS/UFPR"

Copied!
9
0
0

Texto

(1)

As tensões prazerosas segundo Norbert Elias & Eric Dunning

Gilmar Francisco Afonso Wanderley Marchi Júnior DEF, CEPELS/UFPR

Este texto é parte teórica/empírica da nossa pesquisa de dissertação de mestrado que está em andamento. Tratamos aqui, das tensões prazerosas que o jogador de voleibol da categoria master busca durante as suas atividades de tempo livre competitivas ou não. Gostaríamos de ressaltar que a emoção faz parte do universo tanto daquele que assiste a um espetáculo esportivo ao vivo ou em casa pela televisão, quanto do praticante. E nesse caso o voleibol master engloba as duas possibilidades já que, os atores são também os mesmos que “consomem” o voleibol como produto espetacularizado e conseqüentemente monopolizado pela indústria do entretenimento. A busca da excitação tornou-se um dos componentes mais apreciados dentro da nossa sociedade altamente organizada, sistemática e até certo ponto previsível. Uma interpretação original para o esporte moderno, segundo Elias e Dunning (1992), é a existência de tensões prazerosas. É através das emoções (assunto colocado por eles como tema central da abordagem teórica) que os referidos autores não só mudam o enfoque como nos trazem novas possibilidades de estudo. Para eles, as sociedades revelam meios compensatórios para aliviar as tensões do estresse provocado pelo constante esforço de auto controlar suas emoções. O esporte moderno seria uma possibilidade de excitação e resposta de maneira catártica e controlada à emoção mimética das relações, riscos e tensões do cotidiano. Acreditamos que o voleibol master, como atividade de tempo livre competitiva pode ser um importante meio social para o controle das emoções, uma vez que, a excitação experimentada pelos atores como necessidade de incluir em suas rotinas diárias doses de tensão prazerosa reforça a afirmação de Elias e Dunning (1992), “Se as tensões devem ser avaliadas, pura e simplesmente, como perturbações das quais as próprias pessoas procuram se ver livres, por que no seu tempo de lazer elas voltam sempre a procurar uma intensificação das tensões?’’. Para eles, o controle social das emoções e o auto controle a ele associado são fundamentais para o desenvolvimento de nossa sociedade.

As tensões prazerosas segundo Norbert Elias & Eric Dunning

Gilmar Francisco Afonso Wanderley Marchi Júnior DEF, CEPELS/UFPR

This text is theoretical/empirical part of our master research thesis that is going on. We treat here about pleasurable tensions that the master volleyball player seeks during his competitive or not free time activities. We would like to say that the excitement is part of the universe as whoever watches a live sport show or at home on TV, as the player. In that case master volleyball gets two possibilities since the actors are the same who “consume” the volleyball as sport spectacle product and consequently monopolized by the entertainment industry. The quest for excitement has become one of the most appreciate items in our highly organized, systematic and predictable society. An original interpretation for modern sport, by Elias & Dunning (1992), is the existence of pleasurable tensions. It is through emotions (central aspect in their theory) that the related authors not even change the focus as bring us new possibilities of study. For them, societies

(2)

reveal compensatory ways to relieve the tensions of the stress caused by the constant effort to auto control their emotions. The modern sport would be a possibility of excitement and a cathartic and controlled way of answer to mimetic emotion of relations, risks and tensions of everyday life. We believe that volleyball master as a free time competitive activity can be an important social way to the control of the emotions, since the excitement experienced by actors as a necessity to include in their daily routine doses of pleasurable tensions reinforce the statement of Elias & Dunning (1992), “If tensions shall be estimated, simply, as disruptions which own people try to get rid of them, why in their pastime they always seek an intensification of tensions?” For them, the social control of the emotions and the auto control related to it are fundamental to development of our society.

As tensões prazerosas segundo Norbert Elias & Eric Dunning

Gilmar Francisco Afonso Wanderley Marchi Júnior DEF, CEPELS/UFPR

Introdução

Os estudos do sociólogo, Norbert Elias1 enfocando a sociedade ocidental européia, em sua notável obra intitulada: Über den Prozess der zivilisation (1939)2 que trata de um processo de longa duração iniciado na Idade Média e em contínuo desenvolvimento onde as maneiras e os padrões sociais foram sendo refinados por conta de um maior autocontrole sobre os sentimentos e os comportamentos. É a partir dessa nova consciência e atitude dos indivíduos que a violência cede lugar ao diálogo. Ademir Gebara explica essa transição da seguinte forma:

O ponto central no qual se apóia a teoria do processo civilizador é a existência de um processo “cego” (não planejado) e empiricamente evidente. Trata-se do processo de “cortenização” e/ou parlamentarização dos guerreiros medievais; isso equivale a dizer em termos práticos: a violência imbricada no cotidiano dos guerreiros cede lugar ao debate e ao refinamento das atitudes dos

1 DUNNING, Eric. The image of humans in Norbert Elias’ theory of “civilising processes”

and its meaning for sport and sports science. Palestra proferida por Eric Dunning na conferência de abertura do VIII Congresso Brasileiro de História da Educação Física, Esporte Lazer e Dança, realizado em Ponta grossa - PR, 14 a 17 nov. 2002. p. 1. Tradução de GFA: “Nascido em Breslau, Alemanha (atualmente Wroclaw, Polônia) em 1897. Elias era de família judia. Ele deixou a Alemanha em 1933 quando o nazismo tomou o poder, fugindo primeiro para a França, estabelecendo-se na Inglaterra em 1935 e mais tarde naturalizando-se como cidadão inglês. Sua mãe foi vítima em Auschwitz mas ele sobreviveu à guerra, morrendo em Amsterdam, Holanda em 1990”.

2 Contribuição científica fundamental, foi publicada em 1939 na Suíça e uma nova edição foi

publicada em 1969 no mesmo país com um novo e importante prefácio. Dados extraídos do prefácio à edição inglesa do livro Introdução à sociologia, escrito por Reinhard Bendix, Universidade da Califórnia, Berkeley. No Brasil foi publicada em dois volumes com o nome de O processo civilizador. v. I – uma história dos costumes. Rio de janeiro: Jorge Zahar, 1990. v. II – formação do estado e civilização. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 1990.

(3)

cortesãos. A solução dos conflitos e o controle da violência passam a ser encaminhados de formas distintivas em relação ao uso imediato e explícito da força/violência. Longe de constituírem uma antítese, violência e civilização são processos complementares, são formas específicas de interdependência. A civilização dependerá do estágio de controle da violência, do monopólio dos impostos que permitem constituir uma força suficientemente efetiva para impor a pacificação interna. Ou seja, o crescimento da economia e o estabelecimento do Estado jogam um papel fundamental nesse processo.3

Posteriormente, Elias fundou a sociologia configuracional.4 Esta trata basicamente da análise e interpretação da sociedade pelas relações de interdependência entre as pessoas na busca pelo poder em situações específicas de competição dentro de um recorte temporal. O importante dentro desse período é a leitura das transições, rupturas e transformações sociais ao invés do fator cronológico.5

Elias foi pioneiro junto com seu aluno, Eric Dunning ao tratar o esporte como tema sociológico, inaugurando dessa forma a sociologia do esporte. Para tal, podemos incluir aqui a descrição de Gebara, “Para aprofundar a posição de Elias sobre a questão da esportivização, e sobre o esporte enquanto objeto de análise acadêmica , temos que necessariamente agregar os trabalhos de Eric Dunning (Elias & Dunning, 1986). O ponto de partida para compreender as posições destes autores é assumir que as formas e os significados do esporte moderno se desenvolveram como parte do processo civilizador.”6

Elias propõe como um dos objetivos a não existência de dualismos, como por exemplo, o indivíduo contra a sociedade, ou seja, um tratamento de não separação do indivíduo da sociedade. Para ele, sociedade envolve tudo e todos ao mesmo tempo. Portanto, usa o conceito de teias de interdependências ou configurações. Transcrevendo um trecho da palestra de Dunning, temos:

Pensamento dualístico tem discutivelmente contribuído também para a negligência do estudo do esporte na disciplina mãe (Dunning, 1999). Um exemplo é dado pelo dualismo “trabalho-lazer”; a idéia originalmente puritana que as sociedades humanas podem ser divididas em duas “esferas”, a “esfera do trabalho” que é valiosa e produtiva e a “esfera do lazer” que é basicamente uma “perda de tempo”. Visto nestes termos, o esporte é parte da esfera de lazer “não produtiva” e um esporte como o futebol é concebido como “nada mais” que vinte e dois jogadores “apenas chutando uma bola pra lá e pra cá”. Tais opiniões formadas infelizmente permanecem dominantes em sociologia

3 GEBARA, Ademir. Texto: História do esporte: novas abordagens. pp. 20-21. Em Proni, M.

W. & Lucena, R. F. (orgs.) Esporte: história e sociedade. Campinas: Autores Associados, 2002. Coleção educação física e esportes.

4 Teorias complementares em relação as anteriores e primeiramente publicadas em What is

Sociology?, 1970. Traduzidas para o português em Introdução à sociologia.

5 ELIAS, Norbert. Introdução à sociologia. São Paulo: Martins Fontes, 1980.

6 GEBARA. op. cit., p. 20. Ver também a conferência de Eric Dunning, “Football in the civilizing

(4)

e discutivelmente ajudam a explicar o fato que, apesar do seu crescimento sócio cultural e importância sócio econômica, o tema do esporte dificilmente consta nos livros de sociologia em geral. Isso também discutivelmente contribui relativamente para o baixo status da educação física como assunto nas escolas e universidades.7

Não poderíamos deixar de mencionar aqui que a palestra de Dunning nos proporcionou algumas reflexões sobre nosso tema de pesquisa e, sobretudo, sua presença que nos serviu de estímulo na busca de novos horizontes dentro das ciências humanas. É com essa vontade de investir em novos caminhos que adentramos mais especificamente no nosso objeto de estudo.

Este texto é parte teórica/empírica da nossa pesquisa de dissertação de mestrado que está em andamento. Tratamos aqui, das tensões prazerosas que o jogador de voleibol da categoria master busca durante as suas atividades de tempo livre competitivas ou não. A categoria master ocupa um sub campo dentro do campo8 caracterizado pela modalidade voleibol e de acordo com a Confederação Brasileira de Volleyball (CBV) compreende os jogadores ou jogadoras nascidos até 31/12/73 para o ano em curso.

A partir do final da década de 90 houve um significativo aumento no número de praticantes de voleibol na categoria master por todo o Brasil, particularmente em Curitiba, cidade onde o presente estudo tem seu campo de investigação. Analisando a história do voleibol master, constatamos que a modalidade somente ganha expressão após a referida data, ou melhor, passa por uma transição que vai de prática isolada, até o final dos anos 90, à prática emergente.

É neste contexto que situamos algumas questões: Quais fatores dinamizam a retomada da prática por ex-atletas? Por que pessoas que não foram atletas de Voleibol buscam na categoria master uma atividade de tempo livre competitiva? Por que o voleibol é um dos esportes preferidos entre a classe master?

7 DUNNING. op. cit., p. 2. Tradução de GFA.

8 Teoria dos campos, proposta por Pierre Bourdieu que delimita um espaço ocupado pelos agentes

sociais, instituições e estruturas de um determinado fenômeno para que através das disputas, lutas e concorrências que se manifestam no interior desse campo poder revelar as formas de dominação existentes na nossa sociedade.

(5)

A originalidade de Elias e Dunning

Uma interpretação original para o esporte moderno, segundo Elias e Dunning (1992), é a existência de tensões prazerosas. É através das emoções (assunto colocado por eles como tema central na abordagem teórica) que os autores não só mudam o enfoque como também nos trazem novas possibilidades de estudo.9

Os autores não vêem as tensões como aspecto negativo, idéia dominante até então, dessa forma, lançam o seguinte questionamento: “Se as tensões devem ser avaliadas, pura e simplesmente, como perturbações das quais as próprias pessoas procuram se ver livres, por que no seu tempo de lazer elas voltam sempre a procurar uma intensificação das tensões?”.10 Para eles, as sociedades revelam meios compensatórios para aliviar as tensões do estresse provocado pelo constante esforço de auto controlar suas emoções. O esporte moderno seria uma possibilidade de excitação e resposta de maneira catártica e controlada à emoção mimética das relações, riscos e tensões do cotidiano.

Para Elias e Dunning, a busca da excitação é um importante fator da vida social moderna. As atividades miméticas ou de jogo são compostas por elementos de maior representação no ambiente social. Se as opções são muitas, então como escolher uma determinada atividade de tempo livre? O que mais conta é o interesse individual baseado em experiências e motivações próprias.11

A pressão do trabalho (coisa séria da vida) inibe as emoções, com isso, resta às atividades recreativas o papel particular de autorizar os sentimentos a fluírem mais livremente.12 Nesse sentido, estabelecem-se níveis de relações entre os indivíduos e a sociedade que os unem na direção de um objetivo comum, o encontro com a emoção.

Para os autores, o esporte seria uma variante das atividades de lazer que possui o papel de estimular as tensões sob a forma de uma excitação controlada e bem equilibrada. Alguns esportes, no entanto, não conseguem conservar esse “controle-descontrolado” e muitas vezes ainda terminam em empate, sem propiciar tensão prazerosa através da vitória, estes precisam de ajustes nas regras. “Pode-se afirmar assim que o futebol, como

9 ELIAS, Norbert; DUNNING, Eric. A busca da excitação. Lisboa, Difel, 1992. 10 Ibid., p. 143.

11 Ibid., p. 73. 12 Ibid., p. 70.

(6)

outras modalidades de desportos de lazer, se apóia no equilíbrio precário entre o enfado e a violência”.13

Segundo Elias e Dunning, as atividades de caráter mimético ou jogo ocuparam um espaço antes reservado às atividades religiosas e às crenças, na relaxação das restrições impostas ao indivíduo e à sociedade. Através dessas atividades estabelece-se uma maior ou menor tolerância pública à exteriorização das emoções e, institui-se na vida cotidiana o equilíbrio de tensões posto pela relação complementar entre a busca da excitação e o controle das emoções. O processo civilizador reduziu as excitações ameaçadoras aumentando a função compensadora da excitação-jogo ou tensão prazerosa, cujo desfrute é socialmente aceito. Para eles, o controle social das emoções e o autocontrole a ele associado são fundamentais para o desenvolvimento de nossa sociedade.

O voleibol em Curitiba

A relação do voleibol com a cidade de Curitiba experimentou momentos de transição bem definidos que influenciaram diretamente a prática e aceitação/apropriação desse esporte pela sociedade curitibana. Até a primeira transição - ocorrida no início da década de 80 com a profissionalização; conquista do Vice-Campeonato Mundial de Seleções Masculino em 1982 e também da medalha de prata nos Jogos Olímpicos de Los Angeles em 1984 - essa relação era baseada na prática escolar e também desenvolvida nos clubes representantes das elites com todas as dificuldades inerentes ao esporte amador, ou seja, os atletas praticavam o esporte por idealismo, por vontade própria, porque o apoio era muito pequeno. Algumas parcerias foram feitas, durante a década de 80, no que diz respeito à profissionalização de algumas equipes. A mais expressiva delas foi firmada em 84, entre o Clube Curitibano e a empresa estatal Sanepar, resultando no ano seguinte na equipe do Esporte Clube Cristalino/Banestado14 que conquistaria o 7º lugar no Campeonato Brasileiro Masculino de Clubes 85/86.15

13 Ibid., p. 84.

14 Revista Esporte-Ação, Curitiba, ano 1, n. 3, p. 11, 1985. 15 Federação Paranaense de Volley-Ball.

(7)

Durante os três anos de duração da equipe do Cristalino/Banestado (85-87) a cidade de Curitiba recebeu as grandes equipes da época.16 Com todos esses acontecimentos, a “febre” pelo voleibol tomou conta da cidade, não só nos clubes e centros esportivos, mas até nas ruas, estacionamentos de supermercados e fundos de quintais, onde redes eram estendidas sendo comum ver uma partida envolvendo toda uma família, sem distinção de idade.17

Colégios particulares formaram parcerias com os clubes oferecendo bolsas de estudos para os atletas mas, somente no final da década de 90; no ano de 97, diante da parceria formada entre a empresa privada Gessy-Lever e o governo do Estado do Paraná, resultando na equipe feminina do Rexona, a qual logo no seu ano de estréia bateu o recorde de público da Super Liga Feminina de Voleibol 97/98 com média de 3.285 espectadores por jogo e conquistando o primeiro título brasileiro da história do voleibol paranaense;18 que a cidade ganha representatividade no cenário esportivo nacional.

Dentro desse contexto, o voleibol master expande suas fronteiras com antigos e novos jogadores competindo em diferentes clubes e associações da cidade, assim, diante desse crescimento, foi criado no ano de 2001 o circuito master de voleibol, competição oficial da Federação Paranaense de Volley-Ball, com média de 20 equipes participantes competindo em 6 etapas ao longo do ano.19

Considerações

Não poderíamos analisar esse processo de transição apenas a partir da sociologia configuracional de Norbert Elias, fazendo-se necessário também o uso da teoria dos campos de Pierre Bourdieu. Essa junção20constitui o eixo norteador da nossa dissertação.

Gostaríamos de ressaltar que a emoção faz parte do universo tanto daquele que assiste a um espetáculo esportivo ao vivo ou em casa pela televisão, quanto do praticante. E nesse caso o voleibol master engloba as duas possibilidades já que, os atores são os

16 Gazeta do Povo. Curitiba, 25 abr. 1985 e 17 jan. 1986. 17 Revista Esporte-Ação, Curitiba, ano 1, n. 3, p. 10, 1985. 18 O Estado do Paraná. Curitiba, 30 mar. 1998.

(8)

mesmos que “consomem” o voleibol como produto espetacularizado e conseqüentemente monopolizado pela indústria do entretenimento.21

É importante dizer que o esporte transformou-se num dos principais fenômenos sociais deste século. Em pouco mais de cem anos, passou de organização quase incipiente a atividade de destaque na indústria do entretenimento.

A busca da excitação tornou-se um dos componentes mais apreciados dentro da nossa sociedade altamente organizada, sistemática e até certo ponto previsível.

Acreditamos que o voleibol master como atividade de tempo livre competitiva pode ser um importante meio social para o controle das emoções, uma vez que, a excitação experimentada pelos atores como necessidade de incluir em suas rotinas diárias doses de tensão reforça as teorias de Elias e Dunning.

Ao analisarmos o perfil dos praticantes de voleibol master e o campo no qual está inserida essa prática, facilmente identificamos tendências ou características fortemente relacionadas com a permanente busca da excitação.

Nossa moderna sociedade do trabalho na qual as tensões desagradáveis estão cada vez mais presentes, tem sido muito difícil para adultos de todas as idades apresentarem o que seria um comportamento adequado. Um equilíbrio entre a restrição das emoções, imposta pelo trabalho e a liberação das emoções, proporcionada pelas tensões agradáveis encontradas nas atividades de tempo livre.

O voleibol sendo um esporte altamente desenvolvido devido as constantes mudanças de regras pelas quais tem passado e possuindo como uma de suas características fundamentais um alto nível de competitividade na qual cada ponto é comemorado pelos seus atores com altas doses de emoção, transformou-se dentro da nossa sociedade altamente repressora, como canal, até certo ponto, libertador.

Referências Bibliográficas

ELIAS, Norbert. Introdução à sociologia. São Paulo: Martins Fontes, 1980.

20 A esse respeito, ver MARCHI JR., Wanderley. Possibilidades de aproximações teóricas entre

Norbert Elias e Pierre Bourdieu para a leitura da história dos esportes. In: VI SIMPÓSIO INTERNACIONAL PROCESSO CIVILIZADOR: HISTÓRIA, EDUCAÇÃO E CULTURA. Coletânea... Assis: Faculdade de Ciências e Letras/Unesp, 2001.

(9)

ELIAS, Norbert; DUNNING, Eric. A busca da excitação. Lisboa: Difel, 1992.

MARCHI JR., Wanderley. Possibilidades de aproximações teóricas entre Norbert Elias e Pierre Bourdieu para a leitura da história dos esportes. In: VI SIMPÓSIO INTERNACIONAL PROCESSO CIVILIZADOR: HISTÓRIA, EDUCAÇÃO E CULTURA. Coletânea... Assis: Faculdade de Ciências e Letras/Unesp, 2001.

MARCHI JR., Wanderley. “Sacando” o Voleibol: do amadorismo à espetacularização da modalidade no Brasil (1970 – 2000). Campinas, 2001. Tese de doutorado. Universidade Estadual de Campinas.

PRONI, M. W. & LUCENA, R. F. (orgs.) Esporte: história e sociedade.Campinas: Autores associados, 2002. Coleção educação física e esportes.

21 MARCHI JR., Wanderley. “Sacando” o voleibol: do amadorismo à espetacularização da

Referências

Documentos relacionados

De seguida, vamos adaptar a nossa demonstrac¸ ˜ao da f ´ormula de M ¨untz, partindo de outras transformadas aritm ´eticas diferentes da transformada de M ¨obius, para dedu-

17 CORTE IDH. Caso Castañeda Gutman vs.. restrição ao lançamento de uma candidatura a cargo político pode demandar o enfrentamento de temas de ordem histórica, social e política

O enfermeiro, como integrante da equipe multidisciplinar em saúde, possui respaldo ético legal e técnico cientifico para atuar junto ao paciente portador de feridas, da avaliação

Outros problemas observados foram o do espaço físico das empresas serem muito restritos ao número de funcionários, a iluminação não atender às normas, o ruído em certas

A espectrofotometria é uma técnica quantitativa e qualitativa, a qual se A espectrofotometria é uma técnica quantitativa e qualitativa, a qual se baseia no fato de que uma

A maneira expositiva das manifestações patológicas evidencia a formação de fissuras devido a movimentação térmica das paredes, Figura 9, que não foram dimensionadas com

Figura 8 – Isocurvas com valores da Iluminância média para o período da manhã na fachada sudoeste, a primeira para a simulação com brise horizontal e a segunda sem brise

Testes com os inseticidas pirimifós metílico e cipermetrina aplicados em combinação com os sinergistas na população de São José do Rio Preto-SP, mostraram que no tratamento