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TERRAS SOB DISPUTA: A HIDRELÉTRICA DE SALTO CAXIAS, PR

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Academic year: 2021

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TERRAS SOB DISPUTA: A HIDRELÉTRICA DE SALTO CAXIAS, PR

Fernando Marciniak (UNIOESTE) Marcos Nestor Stein (UNIOESTE)

Resumo: Essa comunicação aborda o processo histórico que envolve os atingidos pela construção da Usinas Hidrelétrica de Salto Caxias, localizada no rio Iguaçu, Estado do Paraná. A hidrelétrica foi construída entre 1995 e 1999 pela Companhia Paranaense de Energia (COPEL). O represamento das águas do rio Iguaçu atingiu diretamente nove municípios do sudoeste e oeste do Estado. Diante disso, o foco da comunicação são os discursos que envolvem as indenizações, a retirada e o reassentamento de pessoas que viviam nas áreas que foram alagadas pela represa. As principais fontes são o Relatório de Impactos Ambientais (RIMA), produzido no ano de 1993, e a Revista Copel Informações, publicada na década de 1990. Nesses documentos estão discursos que enaltecem os benefícios econômicos advindos da geração de energia e, por outro lado, que minimizam os impactos em outras dimensões da vida das pessoas dos municípios atingidos pelas águas da hidroelétrica. Trata-se de discursos que reforçam uma concepção da terra pelo viés mercadológico, como algo que se compra, troca ou vende, ignorando, muitas vezes, as relações culturais e sociais dos desapropriados pela referida obra.

Palavras-Chave: Hidrelétrica; Disputas; Terra; Discurso;

Introdução

A partir da segunda metade do século XX, a geração e a distribuição de energia elétrica estiveram entre as prioridades dos governadores do estado do Paraná. Em 1954, foi criada a Companhia Paranaense de Energia (Copel)1, que

foi responsável pela construção de várias usinas hidrelétricas e de redes de transmissão de energia, interligando as diferentes regiões do Estado.

1Nas décadas de 1950 e 1960, foram criadas no Brasil outras companhias semelhantes: Centrais Elétricas do Maranhão (CEMAR), Companhia Elétrica de Alagoas (CEAL), Companhia de eletricidade do Estado da Bahia (COELBA) e a Espírito Santo Centrais Elétricas (Escelsa). Para mais informações, ver: LORENZO, Helena Carvalho de. O setor elétrico brasileiro: passado e futuro. Perspectivas: Revista de Ciências Sociais, São Paulo, v. 24/25, n.1, p. 147-170, 2001/2002.

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Além disso, a empresa realizou vários estudos visando identificar as potencialidades hidráulicas de rios do Paraná. Isso pode ser observado no Rio Iguaçu, no qual foram construídas as seguintes usinas: Foz do Areia – 1980, Salto Santiago – 1980, Salto Osório – 1975, Salto Segredo – 1992, Salto Caxias – 1999 e Baixo Iguaçu – 2019.

Tais obras atingiram milhares de agricultores, proprietários, posseiros, meeiros e arrendatários, os quais foram desvinculados de seus espaços e obrigados a se dirigirem para locais distantes de seus lares. A relação simbólica dos atingidos com a terra foi desconsiderada nas análises da Copel, que, muitas vezes, (des)qualificou como atrasados os modos de vida das pessoas dessas regiões.

Levando isso em consideração, o presente artigo busca apresentar uma análise de discursos sobre as terras atingidas pela UH de Salto Caxias2, a qual

está associada ao desenvolvimento do interior do Paraná entre o final do século XX e início do XXI. Um dos focos da análise é a Revista Copel Informações, que passou a ser publicada em outubro de 1969. A revista registra em suas páginas as principais ações desenvolvidas pela empresa. O recorte temporal das edições analisadas está entre 1990 - início das discussões para a construção da referida hidrelétrica – e 1999, ano de sua inauguração. Outra fonte investigada é o Relatório de Impacto Ambiental (RIMA), elaborado pelo consórcio INTERTECHNE – LEME – ENGEVIX – ESTEIO para a Copel, em atendimento à legislação ambiental em vigor. Esse documento contém informações gerais do empreendimento, como, por exemplo, considerações sobre a demanda da energia que seria produzida pela UHE de Salto Caxias.

A escolha desse conjunto de escritos justifica-se em função do problema estabelecido para esse artigo, pois tratam das terras atingidas pela barragem de Salto Caxias e apresentam discursos sobre os aspectos naturais, sociais e culturais das áreas alagadas e das pessoas que ali viviam a partir de determinada ótica de desenvolvimento econômico. Nesses escritos verificamos

2 A Hidrelétrica de Salto Caxias passou a ser chamada de Usina Governador José Richa a partir do decreto estadual 14467/2004, como homenagem ao ex-governador. Entretanto nesse trabalho será mencionada como UH Salto Caxias.

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a construção de discursos que legitimam o processo de expropriação das terras que seriam alagadas e que minimizam os impactos naturais e sociais. Diante disso, em nossa análise nos inspiramos nas reflexões de Pierre Bourdieu acerca dos discursos performativos que constituem e legitimam determinadas regiões e realidades sociais. Em suas palavras: trata-se de um “[...] discurso performativo, que tem em vista impor como legítima uma nova definição das fronteiras e dar a conhecer e fazer reconhecer a região assim delimitada” (BOURDIEU, 1989, p.116).

Tanto as Revistas Copel Informações quanto o RIMA buscam fortalecer a ideia de progresso que a Usina estaria trazendo para as áreas diretamente atingidas, constituindo perspectivas de futuro que superariam o suposto “atraso econômico” das pessoas que ali viviam. Isso pode ser percebido nos seguintes trechos:

a) “Da velha pequena casa de tábuas cheia de frestas e goteiras, a família de João já mudou para uma confortável casa de alvenaria de 105 m2 [...]” (COPEL INFORMAÇÕES, 1998, p. 06).

b) “Prevalece, contudo, o uso tradicional da tração animal, adotado desde o período da colonização regional [...] a prática de fertilizantes (químicos e orgânicos) não se encontra generalizado [...] o uso de máquinas de tração mecânica é bastante limitado[...]” (RIMA, 1993, p. 5.33).

Como podemos perceber, tais narrativas hierarquizam as formas de viver, na medida em que desqualificam as casas e as formas e técnicas de realização do trabalho agrícola das pessoas que seriam afetadas pela construção da usina.

A Construção dos Discursos sobre as Terras Atingidas por Salto Caxias

A construção de Salto Caxias foi mencionada pela primeira vez na Revista Copel Informações em agosto de 1990. Nessa época as atenções estavam voltadas para a Hidrelétrica Governador Ney Braga3, localizada no rio Iguaçu, a

3 A usina, anteriormente denominada de Usina de Segredo, recebeu seu nome em homenagem ao Governador Ney Braga, que liderou o Paraná por duas vezes, de 1961 a 1965 e de 1979 a 1982, contribuindo para a modernização do estado a partir dos anos 60. Para mais informações, ver: RAMOS, Wagner Renê. O Impacto da Construção da Usina Hidrelétrica Governador Ney Braga na Região do Médio Iguaçu. Porto Alegre, 2005.

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2 Km da Foz do Rio Jordão, município de Mangueirinha-Pr. Sua construção se deu a partir de 1987. Várias autoridades visitaram as obras, entre elas o então governador Álvaro Dias e o Diretor da Copel. Em seus discursos, ambos destacaram os avanços econômicos e tecnológicos que as Hidrelétricas representavam para o Estado do Paraná. Por ocasião da visita, em 1990, foi anunciado o projeto de construção da usina de Salto Caxias, conforme destacado na imagem a seguir.

Imagem 01: Primeiro anúncio da Construção da Usina de Salto Caxias

Fonte: Copel Informações (1990, p. 2).

No fragmento acima podemos ver a ênfase nos aspectos quantitativos do projeto de construção da usina de Salto Caxias: a quantidade de energia elétrica que seria gerada, o tamanho e o volume de água do reservatório. Não é mencionado o impacto ambiental e também não se faz referência às pessoas que seriam forçadas a deixar seus lares em função da formação da represa. O discurso produz a sensação no leitor de que se trata de áreas sem moradores.

Nesse sentido, cabe citar as seguintes reflexões de Célio Bermann sobre a construção de hidroelétricas no Brasil:

Com frequência, a construção de uma usina hidrelétrica representou para essas populações a destruição de seus projetos de vida, impondo sua expulsão da terra sem apresentar compensações que pudessem, ao menos, assegurar a

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manutenção de suas condições de reprodução num mesmo nível daquele que se verificava antes da implantação do empreendimento. (BERMANN, 2002, p. 21).

No caso da construção da usina de Salto Caxias, a geração de energia parecia ser algo muito mais importante para o governo do Paraná do que o destino das 1.322 famílias, que viviam em 52 comunidades de nove munícipios diretamente atingidos: Capitão Leônidas Marques, Nova Prata do Iguaçu, Boa vista da Aparecida, Três Barras do Paraná, Quedas do Iguaçu, São Jorge do Oeste, Cruzeiro do Iguaçu, Boa Esperança do Iguaçu e Salto do Lontra, (RIMA, 1993).

Inicialmente, a notícia sobre a construção da barragem não foi recebida com muita credibilidade pelas comunidades que seriam atingidas. Além disso, nesse período, não foram veiculadas informações detalhadas sobre os procedimentos que seriam adotados em relação às indenizações e à remoção dos atingidos. No entanto, no início da década de 1990, gradativamente as informações sobre a execução da obra foram sendo veiculadas em rádios e em conversas com representantes da Igreja Católica e do Sindicato de Trabalhadores Rurais do município de Capitão Leônidas Marques. (KARPINSKI, 2007).

Tornou-se necessário formar lideranças para defender os interesses dessa população e o referido sindicato foi fundamental. Segundo Karpinski (2007, p 75), os sindicatos eram “[...] para os pequenos agricultores um espaço de segurança e confiança, pois era por ele que muitas vezes conseguiam resolver seus problemas de saúde e seguridade social.” Nesse contexto de incertezas, os relatos e experiências de outros atingidos por usinas, a exemplo de Itaipu, que impossibilitou que centenas de pessoas permanecerem no campo, somaram-se na formação de lideranças sindicais.

A Comissão Pastoral da Terra - CPT- foi um dos órgãos que auxiliou na orientação das pautas a partir de sua experiência em mobilizações sociais. Como resultado, no início dos anos 90 a Comissão Regional dos Atingidos por Barragem do Rio Iguaçu – CRABI - estava constituída, sendo responsável por

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várias mobilizações para buscar a garantia dos direitos e reconhecimento dos atingidos pela UH de Salto Caxias.

A construção das hidrelétricas precisa seguir as regulamentações legislativas nacionais. Uma delas é a elaboração do Relatório de Impactos Ambientais - RIMA. Este documento reúne diagnósticos sobre o meio físico, biológico e socioeconômico das áreas diretamente atingidas, apresentando por meio de aspectos técnicos as características do empreendimento.

Para exemplificar a forma como a região a ser alagada é construída, citamos o seguinte fragmento do RIMA:

As propriedades rurais da área diretamente afetada [...] caracterizadas pela presença de uma igreja, cemitério, salão comunitário ou pavilhão de festas e escola, além de equipamentos de lazer como churrasqueira e, mais eventualmente cancha de bocha, campo de futebol e uma bodega. Estes conjuntos ocupam localizações estratégicas – cruzamentos de acessos principalmente, elevações topográficas ou pontos de travessura de balsas. (RIMA, 1993, p. 5.25).

Esse fragmento descreve as percepções econômicas e técnicas que os empreendedores da Usina detinham sobre as terras alagadas, ao destacarem os elementos numéricos – uma igreja, um cemitério, um pavilhão – não levam em consideração os valores simbólicos desses espaços para a população atingida. Pois cada espaço é também dotado de significado imaterial, na medida em que foram espaços em que diversos momentos importantes para as comunidades foram vivenciados. Portanto, seu valor não pode ser contabilizado somente a partir de parâmetros materiais.

De maneira geral, a razão instrumental usada na elaboração desses relatórios constitui as hidrelétricas como sinônimos de progresso e desenvolvimento tecnológico para o Paraná e o Brasil. Tanto a Revista Copel Informações quanto o RIMA consideram os modos de vida da população atingida como atrasados, pois a maioria utilizaria técnicas qualificadas como arcaicas no trabalho com a terra. Trata-se de discursos que utilizam como parâmetro o modelo de agricultura agroexportadora, apresentada como o único caminho para

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o progresso do campo brasileiro. De acordo com Porto, “negar uma proposta que se diz moderna, que promete trazer o desenvolvimento e que caminha rumo ao progresso seria voltar-se para trás; seria negar o ‘fluxo natural’ que orienta a ação em direção ao futuro moderno” (PORTO, 2014, p. 32).Daí a necessidade de intervenção do Estado que, através da Hidrelétrica de Salto Caxias, lançaria perspectivas de modernização do campo.

A partir das mobilizações sociais comandadas pela CRABI, conquistou-se duas formas de indenização em relação os bens perdidos pela formação do lago. A primeira refere-se à realocação das famílias atingidas em reassentamentos, onde as propriedades seriam organizadas de acordo com o número de pessoas por família. Outra fórmula utilizada eram as cartas de crédito, valor referente aos bens perdidos, possibilitando maior autonomia para atingidos escolher maneira de realizar seus investimentos. Em relação aos reassentamentos houve grande divulgação por meio da Revista Copel Informações, conforme podemos identificar na imagem a seguir.

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Fonte: Copel Informações (1996, p. 9).

O primeiro aspecto que chamou nossa atenção é o título: “Terras Novas Vidas Novas”. Trata-se da constituição do novo como algo melhor. E essa expressão implica também em uma hierarquização temporal e espacial. O novo espaço/tempo é apresentado como superior em relação ao antigo. É a promessa de uma vida melhor em terras melhores.

A acepção que prevalece no documento sobre as terras ocupadas pela usina é que estas poderiam ser compradas, vendidas ou substituídas de forma rápida e fácil. A interpretação que a revista busca incutir em seus leitores minimiza os impactos ambientais bem como protestos e mobilizações de ocupação aos canteiros de obras4.

No final da matéria, a frase do superintendente de obras de geração, Ademar Khury da Silva, “recompor suas relações de produção com a terra”, indica que os princípios norteadores na organização dos reassentamentos eram de transformar esses atingidos por barragens em agricultores, cujo trabalho estivesse vinculado à produção para o mercado nacional ou para a exportação. Sobre essa perspectiva do trabalho no campo, Mattos e Pessoa afirmam que:

Na verdade, o agronegócio é uma versão contemporânea do capitalismo no campo, correspondendo a um modelo no qual a produção é organizada a partir de aparatos técnicos-científicos, grandes extensões de terras, pouca mão-de-obra, predomínio da monocultura, dependência do mercado no quanto e como produzir, enfim, a empresas rurais. Para o Estado esse é o modelo que fez prosperar e desenvolver o campo brasileiro, porque contribuiu com o PIB (Produto Interno Bruto), responsável pelo crescimento da economia, empregos e produção de alimentos. (MATOS; PESSOA, 2011, p. 294).

É notório a desvalorização das práticas cotidianas existentes antes da chegada da usina, isso porque como afirmamos anteriormente, a mesma seguia

4 Sobre as ocupações da Usina, ver: DERROSSO, Giuliano; ICHIKAWA, Elisa Yoshie. O Papel da Crabi no assentamento dos ribeirinhos atingidos pela construção da hidrelétrica de Salto Caxias no estado do Paraná. Revista de Administração Pública, v. 47, n.1, p. 133-155, 2013.

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padrões tradicionais de cultivo contrapondo-se ao modelo tecnicistas voltado para o mercado nacional e/ou internacional. Era comum o uso de bois no preparo da terra para o cultivo, sendo que para a compra de máquinas agrícolas eram necessários grandes recursos financeiros. Além disso, em muitos terrenos seu uso era inviável em virtude da declividade.

Outro elemento que devemos levar em consideração eram as relações de amizade e vizinhança, responsáveis por manter fortes vínculos de solidariedade. Segundo Karpinski (2007, p. 52-53), “O sentimento daqueles que tiveram suas propriedades inundadas não pode ser inscrito no relatório técnico e científico que esquadrinhou, delimitou e especificou as comunidades e as organizações sociais dos moradores e suas construções”.

A terra e as relações socais que envolvem as propriedades ultrapassam os valores econômicos reforçados pelo RIMA e na Revista da Copel. É o que podemos ler no seguinte fragmento da pesquisa de Schreiner sobre os atingidos por hidroelétricas.

O valor das casas, do pomar que levou alguns anos para ser formado, o rio que passava aos fundos da propriedade e onde muitos praticavam seu lazer, os vizinhos, os laços de amizade e solidariedade construídos na comunidade, a relação com o dono do armazém, do supermercado, da cerealista, com os quais tinham facilidade de crédito, não existem mais. Estas mudanças não têm, portanto, somente implicações econômicas, do quanto vale a propriedade. Isso envolve uma complexidade muito mais ampla e profunda que está ligada a história, à identidade e a um modo de viver. (SCHREINER, 2002, p. 308-309).

A realocação em assentamentos envolvia também pessoas que não eram proprietárias (meeiros, posseiros, arrendatários). Isso possibilitou a posse da terra a esses sujeitos. Além disso, as regiões escolhidas para abrigar essa população caracterizavam-se pelas áreas planas, mais adequadas para o uso de máquinas. Entretanto, os laços de identidade e pertencimento não poderiam ser transferidos, pois as relações sociais, com as árvores, animais, plantas ou a terra eram completamente diferentes.

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Imagem 03: As transformações que os reassentamentos proporcionariam

Fonte: Copel Informações (1998, p. 06)

A partir do título, percebe-se a perspectiva de minimização dos impactos que a hidrelétrica traria aos moradores das áreas que seriam atingidas pelo reservatório. A afirmação de que “famílias que seriam atingidas pela formação do reservatório de Salto Caxias já têm novo endereço”, reforça o sentido de que os recursos materiais dos reassentamentos compensariam a perda das antigas

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propriedades, além de ser uma oportunidade única de transformação socioeconômica para os atingidos pela obra.

Considerações Finais

Nos discursos presentes no RIMA e na Revista Copel Informações foi possível identificar o processo legitimação da construção da hidrelétrica de Salto Caxias. Além disso, tais discursos desconsideram as relações socioculturais das pessoas que foram forçadas a sair de seus lares. Tais discursos enaltecem a infraestrutura material disponibilizada nos reassentamentos e as possibilidades de desenvolvimento econômico nas ‘novas propriedades’. No entanto, não se trata somente de aspectos econômicos. Trata-se de um processo muito mais complexo, pois implicou em alterações dos modos de vida desses sujeitos, exigindo destes uma readaptação em relação ao trabalho nas novas terras e na convivência nos reassentamentos.

Referências Bibliográficas

BERMANN, Célio. Energia no Brasil: para quê? Para quem? Crise e alternativa para um país sustentável. São Paulo, Livraria da Física: Fase, 2001.

BOURDIEU, Pierre. O poder simbólico. Lisboa: Difel, 1989.

COMPANHIA PARANAENSE DE ENERGIA. Caxias: a próxima usina. Copel Informações, v. 1, n. 158, p. 2, ago. 1990.

COMPANHIA PARANAENSE DE ENERGIA. Mudando para uma nova vida. Copel Informações, v. 1, n.222, p. 6, jan. 1998.

COMPANHIA PARANAENSE DE ENERGIA. Terras Novas, Vidas Novas. Copel Informações, v. 1, n. 207, p. 9, out. 1996.

INTERTECHNE – LEME – ENGEVIX – ESTEIO. Relatório de impacto ambiental. Curitiba: Intertechne – Leme – Engevix – Esteio, 1993.

KARPINSKI, Cesar. Sobre as Águas a Memória: Relações de poder e subjetividade durante a Implantação da Usina Hidrelétrica Salto Caxias

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(Paraná, 1989-2001). Dissertação (Mestrado em História) – Universidade Federal de Santa Catarina – UFSC, Florianópolis, 2007.

KOSELLECK, Reinhart. Futuro passado: Contribuições à semântica dos tempos históricos. Rio de Janeiro: Contraponto/PUC-Rio, 2006.

MATOS, Patrícia Francisca; PESSÔA, Vera Lúcia Salazar. A Modernização da Agricultura no Brasil e os Novos Usos do Território. Geo UERJ, v. 2, n. 22, p. 290-322, dez. 2011.

PORTO, José Renato Sant’Anna. O Discurso do agronegócio: modernidade, poder e “verdade”. Revista NERA, n. 25, p. 24-46, Jul-dez. 2014.

SCHREINER, Davi Felix. Entre a Exclusão e a Utopia: um Estudo sobre os processos de Organização da Vida Cotidiana nos Assentamentos Rurais. Tese (Doutorado em História) – Universidade de São Paulo – USP, São Paulo, 2002.

Referências

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