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A CIRURGIA PLÁSTICA ESTÉTICA: UM ESTUDO SOBRE AS MOTIVAÇÕES ENVOLVIDAS NESSE PROCESSO

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A CIRURGIA PLÁSTICA ESTÉTICA: UM ESTUDO SOBRE AS MOTIVAÇÕES ENVOLVIDAS NESSE PROCESSO

Daniele Ramos Ferreira1 Talita Ribeiro2 Mônica Adriane Barbosa3

Faculdade Guairacá

Resumo: Devido ao aumento progressivo da realização de cirurgias plásticas estéticas, este

trabalho, de cunho bibliográfico, visa investigar as motivações envolvidas no processo de mudança corporal a partir de um procedimento estético. Para isso, fez-se necessário conhecer brevemente os ideais de corpo em diferentes contextos e a história da cirurgia plástica, bem como as possíveis influências que as mulheres sofrem para aderir ao procedimento. Através das pesquisas feitas em livros, artigos e sites específicos, foi possível perceber que a sociedade atual, com um modo de produção capitalista, valoriza e incentiva a busca pelo corpo perfeito e a cirurgia plástica estética é uma das opções mais acessíveis que o sujeito encontra para estar dentro desses padrões, pois cada vez mais surgem intervenções cirúrgicas mais eficazes. Uma mudança estética envolve mais do que aspectos fisiológicos, assim, o acompanhamento psicológico é de grande importância, tanto no pré-cirúrgico quanto nas etapas posteriores, pois quando há esse suporte a possibilidade de surgir um quadro psicopatológico é menor. No entanto, de acordo com os referenciais bibliográficos revisados, o acompanhamento psicológico não está presente no processo de modificação corporal e que ter um corpo perfeito está centralizado, aparentemente, em enquadrar-se nos padrões de beleza contemporâneo e sentir-se bem.

Palavras-chave: corpo contemporâneo; cirurgia plástica estética; motivação

INTRODUÇÃO

Atualmente, ter um corpo magro e esbelto é sinônimo de beleza e juventude, não se enquadrar nesses ideais pode acarretar um sentimento de exclusão ou frustração que é capaz de SE tornar sério agravante para algumas pessoas que não tem uma estrutura corporal condizente (NICOLINO, 2007).

Esses referenciais de corpo são, em grande parte, propagados através da mídia e que podem ser alcançados através de modificações corporais, principalmente advindas de cirurgias estéticas, como afirma Ribeiro (2003, p.1), “existem inúmeras matérias sobre o assunto nas quais são mencionadas novas técnicas, novos aparelhos, novos métodos” de mudança corporal para alcançar o tão esperado modelo, que apontam à naturalidade de uma

1 Acadêmica do 8º período do curso de Psicologia, drf.dany@hotmail.com 2

Acadêmica do 8º período do curso de Psicologia, taliitarib@hotmail.com

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cirurgia, como os cortes pequenos, a cicatrização, as poucas dores e a eficácia. Porém, essas transformações corporais explicitadas, na maioria das vezes, não levam em consideração os aspectos psicológicos do indivíduo envolvidos na realização de uma cirurgia estética e que podem acarretar, de acordo com Laurentiis e Valentim (2004), insatisfação com a imagem ou ainda distorção da imagem, como também acontece nos transtornos alimentares.

Isto posto, alguns questionamentos foram feitos para que essa pesquisa se desenvolvesse, as pesquisadoras partiram do princípio de que a maioria das pessoas que se submetem as cirurgias plásticas não precisam delas verdadeiramente4, no entanto, tentam alcançar um “modelo de imagem perfeita” assim as pesquisadoras questionam-se: é possível através de um procedimento cirúrgico obter tal imagem perfeita? E mais, tais procedimentos de fato trazem alívio e satisfação? O que muda na vida de uma pessoa após uma cirurgia estética?

Em busca destas respostas, realizou-se pesquisas bibliográficas em livros, artigos científicos e sites específicos sobre cirurgia plástica estética, com o objetivo de compreender o que motiva as mulheres a procurarem tal procedimento e se a partir dele é possível obter alívio e satisfação com o próprio corpo e sentir-se inserido na sociedade.

O CORPO CONTEMPORÂNEO E A CIRURGIA PLÁSTICA

Múltiplos campos do conhecimento têm tomado a tarefa de falar sobre o corpo, descrevê-lo, conceituá-lo, atribuir-lhe sentido, ditar regras de modo a normatizá-lo, por outro lado, não pode-se deixar de considerar que o corpo tem sido dividido e demarcado através das expectativas que se colocam sobre ele, conferindo-lhe maior ou menor status (FELIPE, 2007), percebe-se que as noções de corpo estão relacionadas não só com a imagem, mas com um ideário cultural.

Vários são os ideais de corpo construídos no decorrer dos tempos, algumas considerações podem ser feitas a respeito desses ideais em diferentes épocas e culturas, acredita-se que a partir de um breve resgate histórico sobre como o corpo era visto, pode-se entender, mesmo que parcialmente, a constituição do corpo contemporâneo.

Na Idade Média a Igreja tinha grande influência sobre o comportamento da sociedade no campo moral, nos relacionamentos, na vida familiar e na forma de pensar (DAMBROS, CORTE E JAEGER, 2008). As pessoas vestiam-se com roupas longas, pois além de proteger

4 A cirurgia já existia com fins reparativos desde aproximadamente 2.500 anos a.C., mas teve seu ápice a

partir da Primeira Guerra Mundial para reparar as pessoas deformadas e/ou mutiladas. A partir daí, juntamente com as novas configurações do estilo de vida do homem, novos profissionais foram aprimorando suas técnicas, até que se chegou aos fins não mais de reparação, mas também estéticos (LYBIO JUNIOR, 2005).

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o corpo das variações climáticas, cobrir-se era uma questão moral e religiosa, decorrente do cristianismo, e quem não seguisse essas regras era considerado um pecador (FARACO E MOURA 1995 apud DAMBROS, CORTE E JAEGER, 2008). No entender da Igreja, as marcas corporais eram consideradas como atos de violência realizados contra o corpo natural, que são uma ofensa à criação (GORENDER, 2008).

Na passagem da Idade Média para a Idade Moderna, surgiu o Renascimento, em que se via beleza nas imagens simétricas, estas podendo ser observadas nas obras de Leonardo da Vinci, como cita Magrini (2004, p. 2005), “Na renascença, as medidas matemáticas como medir os olhos, a boca ou a ponta do nariz em paralelo com o eixo da orelha, revela a procura do ideal”.

No século XVII, já na Idade Moderna, o corpo é visto como máquina e o foco estava no bom funcionamento das partes e não na saúde da pessoa como um todo (LAURENTIIS E VALENTIM, 2004). É um corpo funcional, responsável pelas funções vitais, com o declínio da Igreja pôde-se descobrir que a alma não estava dentro do corpo através de estudos científicos da anatomia e fisiologia (ESPER E NEDER, 2004).

Atualmente, o corpo também é visto como submisso a uma ordem social, o capitalismo, que impõe direta ou indiretamente a sua dominação moral e material sobre o uso do corpo (FERREIRA, 2008). Existe, atualmente, uma incansável busca por um corpo perfeito. padrões de beleza criados pela sociedade contemporânea tornam o corpo um objeto de intervenções, o corpo foi sendo reestruturado de acordo com as novas concepções que determinam o que é ser belo e como ter um corpo perfeito, assim como nos dizeres de Zenóbio (2005 apud FONSECA E RENA, 2008, p.10):

Ser bonito, atraente, magro, enfim, estar em boa forma: itens de uma lista ideal de pedidos para uma vida realizada atualmente. Mecanismos de uma auto-encenação que se tornam mais sutis e avançam até a última e primeira instância humana: o corpo. Fato observável é que um ideal da beleza normaliza, cada vez mais, corpos abstraídos de uma medida ideal.

Sante (2008) menciona que essa busca também está relacionada à ampla divulgação de padrões corporais específicos, evidenciados diariamente pela mídia, bem como pelo papel incentivador do contexto social. Como ressalta Homem (2003), essa necessidade contínua em procurar adaptar-se as exigências impostas pela sociedade é um aspecto árduo, o qual ele denomina como algo descartável. A partir desse pensamento, ressalta-se que o indivíduo está num mundo em constante mudança, no qual ele se esforça por manter a sedução e explorar as várias sensações prazerosas promovidas pelo corpo (BRETON, 2007). Ter sedução significa

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ter uma posição privilegiada, ela torna-se quase um elemento básico das comunicações, seduzir o outro pela beleza passa a ser um ponto importante nas relações sociais (CARRETEIRO, 2005).

A insatisfação com o próprio corpo pode levar, então, na adesão de cirurgias plásticas, as quais se apresentam cada vez mais sofisticadas e que tendem a ser um alívio para o sofrimento internalizado de não corresponder às expectativas corporais ideais da sociedade (PELEGRINI, 2004; ANTONIO, 2008). Os indivíduos recorrem às novas tendências dos estilos corporais quando não toleram que uma parte do seu corpo seja desagradável e realizam intervenções cirúrgicas, dessa forma, o corpo se torna objeto de mudanças ditadas pela moda (CARRETEIRO, 2005).

Pelegrini (2004) afirma que a evolução da sociedade industrial propiciou um elevado desenvolvimento técnico-científico, o aumento da expectativa de vida, o fácil acesso a informação trouxe infinitas possibilidades ao conhecimento, contudo, a padronização dos conceitos de beleza é responsável pela diminuição significativa na quantidade e na qualidade das vivências corporais do homem contemporâneo. Todos estes comportamentos em prol da manutenção de padrões arbitrários de beleza corpórea trazem severas conseqüências no que concerne à saúde psíquica (FONSECA E RENA, 2008).

Cabe ressaltar aqui que não apenas o anseio á modificação corporal pode acarretar problemas psicológicos, mas também outras psicopatologias consideradas contemporâneas envolvem a imagem corporal, como as dependências químicas, transtornos de ansiedade, depressões, obesidade e transtornos alimentares (LAURENTIIS E VALENTIM, 2004). As autoras admitem que novas formas de subjetivação, ou ainda novos modos de ser no mundo, sendo este transmutado em alta velocidade, trouxeram novas doenças.

Um dos aspectos comuns a essas patologias seria a “tendência a procurar soluções prontas em fatores externos a si mesmo para preenchimento do vazio interno” (LAURENTIIS E VALENTIM, 2004, p. 2019), estas variam com a aquisição de drogas, medicamentos, alimentos, cirurgias, que facilitam o superinvestimento na própria imagem.

Esse superinvestimento na própria imagem é observado principalmente no público feminino, em que não estar bonita pode constituir-se em grave fracasso, levando à perda da auto-estima e à insegurança (CURY, 2005 apud SECCHI, CAMARGO, BERTOLDO, 2009). “A dependência da auto-estima feminina na aparência torna as mulheres mais vulneráveis à imagem corporal negativa e aos seus efeitos negativos” (CASTILHO, 2001 apud SECCHI, CAMARGO E BERTOLDO, 2009, p. 230).

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A mulher se emancipou das antigas servidões, no entanto, encontra-se, atualmente, submetida a tratamentos estéticos mais regulares e imperativos (ANTONIO, 2008). Nos tempos da colonização, a mulher tinha a função de mãe, dona de casa ou amante e foi com o passar do tempo que se tornou mais ativa na sociedade nas lutas pelo reconhecimento de seu papel e vem a cada ano se posicionando na sociedade, no trabalho e na família, mas ainda envolve muitos fatores (SAMARÃO, 2007).

Teles (2003 apud SAMARÃO 2007) afirma que a condição da mulher permaneceu a mesma, mas alguns papéis foram adicionados, sexy, sensual, trabalhora, bonita, sendo estas as características representadas na mídia. Os ideais da mulher se modificam em cada época, já foi gorda, mole, frágil, fina e franzina, hoje se procura em ter um corpo “magro e malhado, mas sem músculos, barriga seca, coxas definidas e duras e seios firmes [...] A identidade do corpo feminino corresponde ao equilíbrio entre a tríade beleza-saúde-juventude” (DEL PRIORE, 2000 apud SAMARÃO, 2007, p.50).

As normas estéticas fazem da mulher escrava da beleza, deve-se “ter um corpo plasticamente perfeito, à prova de velhice, um corpo que se torna, cada vez mais, um objeto de design” (SAMARÃO, 2007, p. 50). A autora ainda afirma que a publicidade tem grande influência sobre essas normas, e com isso, as mulheres se submetem à ditadura do consumo, intensificando as angústias da idade e outras vezes reforçando padrões de mulher fútil e superficial. E ainda, a representação do corpo belo torna-se exemplo a ser seguido, pela publicidade recorrer aos desejos do ver, o corpo precisa estar sempre em forma.

Em relação a definição de cirurgia plástica, Magrini (2004) descreve que está relacionada à beleza e à harmonia, mas a autora difere a plástica da cirurgia, sendo a plástica uma modificação que possibilita o indivíduo alcançar os desejos ou suprir algo que está faltando, enquanto que a cirurgia normalmente é um termo utilizado para tratar doenças, porém, isso não ocorre no universo da aparência, pois o valor estético não está relacionado com doença física. Quanto ao conceito de estética, Parienti (2001) afirma que é aquilo que é belo, que provoca admiração e contemplação, essa concepção evolui e se difere correspondente com a moda e as épocas através da sociedade e não existem critérios certos para beleza, mas existem fatores que contribuem para tal, como continua o autor, ser belo envolve a “harmonia do corpo e do rosto, qualidade, regularidade, simetria das diversas partes do corpo, estado da pele no rosto, binômio beleza-juventude (juventude sem beleza existe, mas beleza sem juventude não) e o que é belo é bom” (p. 18).

Existem muitos mitos e idealização presentes de forma significativa na cirurgia plástica, pois se acredita que com ela há uma reparação corporal capaz de tirar qualquer tipo

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de imperfeição e dessa forma, enquadrar-se nos modelos de belo da sociedade (MAGRINI, 2004). Ter a possibilidade de aproximar o desejo da realidade é um dos aspectos que impulsionam e movimentam o mercado da cirurgia plástica estética (FERRAZ E SERRALTA, 2007). Além de considerar que se vive numa época em que toda percepção é mediatizada por instrumentos de comunicação, fazendo com que outras diferentes e possibilidades de conceber a beleza fiquem restringidos (LAURENTIIS E VALENTIM, 2004).

Acredita-se que aqui já é possível responder o que motiva as mulheres a realizar uma cirurgia estética, elas anseiam por corpos belos e esculpidos, pois o corpo considerado belo tem poder de troca nas sociedades de consumo, passando a imagem de juventude, beleza, felicidade, atratividade sexual e longevidade, conferindo status (FEATHERSTONE, 1992

apud ANTONIO, 2008). Antonio (2008) chegou à conclusão em seus estudos que o aumento

da auto-estima é uma das justificativas mais recorrentes para a realização de uma cirurgia estética, pois se encontra associada com a necessidade de cuidar de si mesma, de sentir-se bem, conquistar a felicidade e ter a sensação de renovação.

É nesse sentido que muitos pacientes procuram procedimentos estéticos “como um auxílio em direção à saúde e à expansão pessoal” (LAURENTIIS E VALENTIM, 2004, p. 2013). Ferraz e Serralta (2007), relatam que o sentimento de pertencimento ao padrão social é tão perseguido que, muitas vezes, quando não alcançado, é motivo de angústia e tristeza. E de acordo com Colaneri (2010) há pacientes que apresentam distorção da auto-imagem buscando na cirurgia estética correções de defeitos inexistentes, e outros insatisfeitos com a mudança que realizou, pois projetam nela a resolução de seus problemas, por melhor que sejam os resultados, uma cirurgia estética não resolverá os conflitos pessoais, familiares e profissionais. É dessa forma que acredita ser fundamental uma equipe multidisciplinar, que inclua o psicólogo, que acompanhe os procedimentos cirúrgicos, pré e pós-operatório, pois uma consulta inicial já pode fornecer subsídios para identificar e minimizar possíveis insatisfações, através da anamnese e de exames físicos o paciente constrói recursos para se educar ao procedimento proposto, além de poder observar características pessoais da saúde física e psíquica (MAIO, 2004).

Vasconcellos & Vasconcellos (2005) acrescentam ainda que é na consulta médica que devem ser discutidos as queixas do paciente, os anseios e receios, a indicação da cirurgia, a descrição dos detalhes da operação, a exposição dos limites técnicos e dos riscos operatórios, bem como o esclarecimento de dúvidas e então, a partir desse momento é que o paciente está apto a decidir por fazer ou não a cirurgia. Esse papel de esclarecimentos sobre a cirurgia e o

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suporte necessário para que não ocorra insatisfações posteriores deveria ser feita por profissionais de Psicologia, no entanto os próprios médicos é que os fazem.

Afinal, o objetivo da CPE não é apenas modificar o corpo, envolvem aspectos de ordem psicológica, valores subjetivos, o profissional deve orientar os pacientes de que a cirurgia modifica o corpo, mas, o grande resultado vai depender do seu universo interior (VASCONCELLOS &VASCONCELLOS, 2005). Orientações que visem esclarecimentos sobre as técnicas utilizadas, sobre os procedimentos pré e pós-cirúrgicos, mostrar outras alternativas de mudanças antes do procedimento cirúrgico, como por exemplo dietas e exercícios físicos.

Maio (2004) afirma ter pacientes que compreendem os limites da medicina, porém, para outros a intervenção pode se tornar o principal foco de angústias e é nesse contexto que com a falta de psicólogo na equipe, um atendimento médico não é só técnico, mas também de apoio psicológico.

Copetti & Copetti (2005), ainda afirmam que o acompanhamento psicológico de pacientes submetidos à cirurgia plástica é essencial, porém, não acontece, pois este procedimento visa delinear os principais aspectos de personalidade que influenciam na percepção dos resultados obtidos, e que algumas vezes, as expectativas e os desejos interferem na valorização dos mesmos.

Juntamente com o acompanhamento psicológico, a paciente terá a oportunidade de decidir num espaço especializado, onde serão abordadas as concepções subjetivas, a autoimagem de um ponto de vista saudável com a necessidade de reconhecimento até ao narcisismo patológico (COPETTI & COPETTI, 2005).

CONCLUSÃO

Com os estudos realizados sobre o corpo contemporâneo e cirurgia estética, percebeu-se que as concepções do que é percebeu-ser belo em diferentes culturas e épocas refere-percebeu-se ao percebeu-sentir-percebeu-se bem e adequar-se aos padrões estabelecidos pela sociedade, como na Idade Média com o poder da Igreja ou atualmente com a influência da mídia e do consumo.

Acredita-se que o objetivo da pesquisa em investigar o que motiva uma mulher a realizar cirurgia plástica estética foi alcançado, pois de acordo com os referenciais teóricos, as mulheres, na sociedade atual, procuram ter corpos belos como sinônimo de troca, que como citado por Antonio (2008), caracterizam-se por juventude, felicidade e longevidade.

A modificação corporal com fins estéticos está voltado, como afirma Parienti (2001), para o desejo de sentir-se bem consigo mesmo e não para curar um possível estado

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patológico, dessa forma, ressalta-se a importância do acompanhamento psicológico durante esse procedimento, pois a mudança envolve um processo de elaboração que abrange todos os aspectos do sujeito, principalmente físico (corpo real) e psicológico (ideal de corpo).

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