GUIA BUY AND
HOLDERS #1
AÇÕES
O guia do iniciante para começar seus primeiros
investimentos em ações.
O que são ações?
Uma ação, ou como também é conhecido, um “papel,
representa a menor parcela do capital das empresas. Portanto, basta você deter ao menos 1 ação para ser chamado de sócio de uma empresa e também ser classificado como “dono do negócio”.
Basta você ter ao menos 1 ação para ser chamado de sócio de uma empresa e também ser classificado como “dono do negócio”.
Nós conseguimos comprar ações apenas das empresas que se enquadram como Sociedades Anônimas (S.A.). Nas bolsas de valores que temos acesso, são negociadas ações de companhias abertas e o anonimato nada mais é do que o fato de que essas ações podem trocar de donos
livremente, e é isso que acontece na bolsa diariamente.
Sua participação em um negócio será sempre equivalente a quantidade de ações que possuir. Para nós, no papel de pequeno investidor, nossa quantidade de ações raramente ultrapassará sequer 0,001% de cada empreendimento bilionário que existe na bolsa, colocando nosso papel mais como parceiro do que sócios opinando no negócio. E está longe de ser algo ruim, nos associamos a negócios profissionais e ganharemos
(muito) com isso no longo prazo.
Os exemplos de empresas disponíveis em bolsa no Brasil são variados e amplamente conhecidos: Petrobrás, Vale, Ambev, Itaú e Eletrobrás.
Você juntou seu suado dinheiro e agora comprou suas primeiras ações, tornou-se portanto sócio desse negócio e agora tem direito de saber informações dele, votar em assembleias, quando deter uma ação ordinária (ON) ou em casos raros com a preferencial (PN), e principalmente, receberá sua parcela dos lucros. A Lei das S.A. estabelece que um dos direitos essenciais de qualquer acionista de uma companhia é o de participar dos lucros, sob a forma de distribuição de proventos – dividendos, juros sob capital próprio ou bonificações.
Encare a compra
de ações como a
compra de uma
parcela da
sociedade de um
negócio.
Por trás de todo
ativo existe uma
empresa.
Como se ganha dinheiro com ações?
Existem três maneiras de se ganhar dinheiro com ações:
1. Valorização das ações;
2. Proventos – dividendos e juros sob capital próprio; 3. Aluguel de ações.
Valorização das ações
Como já descrevemos, as ações representam frações de um negócio. Caso um empreendimento cumpra com seu objetivo de prosperar, por consequência seus lucros aumentarão. É natural que investidores
reconheçam esse aumento de lucros e aceitem pagar um valor maior pela empresa.
Traduzindo isso para o mundo real e utilizando esse mesmo exemplo de lucros crescentes podemos exemplificar com duas empresas do setor de varejo: Saraiva e Magazine Luiza. Tenho certeza que eu nem preciso colocar o gráfico de preços pois você já sabe o que aconteceu com cada um desses valores. Vejamos então o que aconteceu com seus lucros:
Empresa com lucros decrescentes: Saraiva (SLED)
A cotação das
ações persegue
a direção dos
lucros das
empresas.
Empresa com lucros crescentes: Magazine Luiza (MGLU)
Pois bem, podemos então afirmar que boa parte do preço das ações é justificada pela expectativa futura de lucros das empresas. Portanto, para que você ganhe com a valorização das ações atente-se em escolher negócios com boas perspectivas futuras.
Dividendos e Juros Sob Capital Próprio (JCP)
Dividendos: as empresas que dão lucro distribuem esse resultados entre
seus acionistas em forma de dividendos. Um dos maiores atrativos dos dividendos são sua isenção de imposto de renda para o investidor. Esse fato não deve ser encarado como um benefício pelo simples fato de que o lucro distribuído já foi tributado quando entrou como receita pela empresa, não cobrar imposto nessa etapa é simplesmente evitar uma dupla cobrança do investidor.
Por padrão de mercado, toda empresa S.A. que gera lucro, o distribui aos seus acionistas e caso a companhia não gere, não haverá
dividendos. Uma das perguntas que costumamos responder é se existe dividendo mínimo para as empresas pagarem. A Lei das S.A. determina o seguinte: (i) O mínimo será o que o estatuto social definir; (ii) caso o estatuto não aborde esse ponto, então o mínimo basicamente será
igual a 50% do lucro líquido, exceto por algumas questões técnicas contábeis que são assunto para um outro guia, e por fim; (iii) se o estatuto não abordar isso e a assembleia geral decidir estabelecer um limite, então o mínimo será de 25% do lucro líquido.
De maneira prática, existem três datas que você precisa saber no recebimento de dividendos:
- Data de anúncio: é o dia em que a empresa e seus executivos anunciam o seu próximo pagamento de dividendos através de um comunicado oficial publicado em seu site de RI (relacionamento com investidores). Nesse comunicado são informadas as próximas datas e valor desse provento anunciado.
- Data ex-dividendo: é a data que registra o momento onde todas as ações adquiridas até então darão direito ao recebimento de
dividendos. Em outras palavras, quem comprar a ação até aquele dia terá o direito de receber os proventos no dia do pagamento.
- Data de pagamento: é o dia de recebimento dos dividendos em conta, para todos aqueles que detinham a ação na data “ex”. De maneira prática, é o dia em que você receberá os dividendos em sua conta corretora.
O quanto uma empresa distribui dos seus lucros também pode ser
analisado pelo seu Índice de Distribuição (Payout Ratio), que representa
justamente o cálculo do tamanho da distribuição do lucro aos seus acionistas. As empresas com maior sustentabilidade no longo prazo não costumam distribuir a totalidade de seus lucros como dividendos por motivos tais como: investimento em novos projetos, reserva de caixa
para eventuais emergências,
pagamento de dívidas, entre outros eventos. Contudo, um fator
importantíssimo a ser observado, são as empresas que distribuem mais do que lucraram. Ao manter esse hábito por alguns anos, seus efeitos podem ser irreversíveis levando a destruição do negócio em pouco tempo. Reparem no
gráfico apresentado que mesmo sem lucros durante alguns anos, a Saraiva distribuiu dividendos aos seus acionistas, acelerando a deterioração do negócio.
JCP: o juros sob capital próprio, ou JCP, é uma outra
maneira da empresa distribuir seus lucros aos
acionistas. O JCP não possui tanta relação direta com os lucros da companhia, seu valor é calculado
aplicando a TJLP (Taxa de Juro de Longo Prazo) sobre o Patrimônio Líquido, ou seja sobre o capital
imobilizado na empresa. A partir daí, temos a origem de remunerar o capital próprio que está empregado na empresa.
Pelo fato de seu lançamento contábil nas demonstrações financeiras vir antes do lucro líquido, o JCP é considerado uma despesa para a
empresa. Portanto, quem pagará o imposto de renda por isso é o
acionista, na alíquota de 15% descontado direto na fonte quando você recebe esse provento.
Vale também ressaltar que o JCP não deve ultrapassar 50% do Lucro Líquido do período em que está sendo calculado, e nem 50% das
reservas de lucros acumulados dos períodos anteriores. Na prática o JCP acompanhará os dividendos em menor proporção.
Aluguel de ações
O aluguel de ações é uma das maneiras mais interessantes e menos conhecidas pelo pequeno investidor. A melhor maneira de se
O JCP é uma
remuneração sobre
o capital
imobilizado do
acionista.
Por ser contabilizado
antes do Lucro
Líquido, o acionista
paga o IR de 15%
por isso.
compreender essa oportunidade de se ganhar com ações é fazer um comparativo bastante familiar a todos, assim como todo bem imobiliário (casa, apartamento) pode ser alugado para uso de terceiros ao troco de um pagamento periódico, suas ações também podem. Ou seja, é possível alugá-las para um terceiro durante um período e receber uma remuneração por conta disso.
Na prática, isso funciona da seguinte maneira: você entrará em contato com sua corretora autorizando o aluguel de suas ações. A partir desse momento, a corretora estará livre para negociar o aluguel de suas ações. Por se tratar de um mercado de balcão (sem registro eletrônico de melhor doador ou melhor tomador) existe pouca visibilidade sobre as ofertas de aluguel disponíveis no momento, mas é possível observar no
site da B3 o histórico das últimas taxas registradas para qualquer ativo. Essa operação não traz nenhum risco ao investidor pois a B3 é a contraparte de
todo contrato, garantindo sua segurança.
As taxas respeitam a lei soberana do mercado de oferta e demanda, portanto, quanto mais líquido for suas ações, menor será a taxa que você
receberá pelo seu aluguel. Além de tudo, o dono das ações não perde nenhum provento (dividendo ou JCP) pago,
mesmo se suas ações estiverem alugadas no período de pagamento.
Na prática, os contratos costumam ser fechados em prazo não muito superiores a 30 dias. As taxas acordadas são
denominadas em valores correspondentes ao ano e é possível chamar suas ações de volta e encerrar o contrato sempre que necessário.
Durante o aluguel
de ações o
investidor continua
a receber seus
proventos como
dividendos e JCP.
A B3 atua como
contraparte em
todos os aluguéis,
garantindo sua
segurança nesse
tipo de operação
Qual ação comprar?
Como já aprendemos até agora, para ganharmos dinheiro com ações, precisamos comprar empresas cujos lucros serão crescentes com o
passar do tempo para ganharmos com a valorização das ações e com a distribuição desses lucros em forma de dividendos.
Portanto, a escolha das ações que irão compor o nosso portfólio deve se basear nos modelos de negócio que irão se beneficiar da direção em que a economia vai. Por exemplo, existem modelos de negócio que não terão grandes mudanças mesmo daqui décadas, que é o caso da geração de energia, assim como existem modelos que sofreram profundas mudanças com a chegada da internet e sua penetração nos modelos de negócios, como o varejo por exemplo.
Trazendo para a realidade, é importante observar atualmente nos modelos de negócios os seguintes pontos que foram propostos por Michael Porter, também conhecido como suas cinco forças
competitivas:
Busque excelentes
negócios ao
escolher suas
empresas. Preste
atenção em suas
forças competitivas
e a durabilidade de
suas vantagens
competitivas.
• Ameaça de produtos substitutos; • Ameaça de novos entrantes;
• Nível de rivalidade entre competidores; • Poder de barganha dos clientes;
• Poder de barganha dos fornecedores.
Esse tipo de análise, combinada com o histórico da empresa e
projeções futuras compõem o tripé da análise fundamentalista. Além do mais, é recomendado que nenhum portfólio contenha apenas 1 ou 2 ações, e de preferência diversificado entre setores, pois há riscos nesse processo de escolha e a diversificação é a melhor maneira de minimizar esses riscos.
Quais são os tipos de ações existentes?
• Ações Ordinárias (ON – final 3): Sua principal característica é dar ao seu titular o direito a voto na assembleia de acionistas. Por esse motivo que popularmente diz-se que “quem é acionista é ON”, pelo fato dessa ação dar direito ao seu detentor de opinar sobre o futuro do negócio.
• Ações Preferenciais (PN – finais 4, 5 ou 6): Por definição, os estatutos das empresas retira o direito de voto desse tipo de ação. Em contrapartida, tem prioridade no recebimento de dividendos ou no reembolso de capital.
• Units (combinação de ON + PN – final 11): representa um conjunto de ações ON + PN. São pouco comuns no mercado brasileiro e sua definição correta é que as Units não são ações, mas sim um conjunto de ativo que representam suas ações.
Quando comprar uma ação?
Após identificar um negócio que esteja de acordo com seus critérios de seleção, e possua um futuro promissor em sua opinião, você se depara com a seguinte dúvida: quando comprar?
Como uma das maneiras de se ganhar dinheiro com uma ação é sua valorização, controlar seu preço de entrada é seu melhor movimento para isso. Afinal, o conceito básico do Value Investing é comprar um ativo por um preço menor que seu valor. Isso pode ser definido como
Margem de Segurança.
O conceito de margem de segurança é considerado o mais importante pelos maiores investidores de todos os tempos. Através disso, é possível eliminar parte do risco daquilo que não controlamos: coisas erradas
podem e irão acontecer, portanto, quanto maior for sua margem de segurança, menores suas chances de perder dinheiro quando algo der errado. Apesar desse material ser algo
introdutório, o conceito de margem de segurança deve ser compreendido por todos aqueles que desejam sobreviver no mercado no longo prazo.
“A função da
margem de
segurança é tornar
desnecessária uma
estimativa precisa
do futuro”
Benjamin GrahamQual ação vender?
Existem duas condições em que avalio possível ou necessário vender ações:
Piora dos fundamentos: quando algo no
negócio que antes parecia promissor mudar, essa pode ser uma oportunidade para você repensar essa posição na sua carteira.
Suponhamos que a empresa passe por algum tipo de problema com competição que irá machucar seu negócio, problemas com fornecedores e/ou matéria prima ou até mesmo problemas com a lei. Esses são alguns dos exemplos de piora dos fundamentos onde vender uma ação poderá ser uma boa opção.
Melhores oportunidades: o mercado mostrará a você preços diferentes
para todos os negócios por lá disponíveis. Ainda que raro, é possível que exista uma oportunidade excelente identificada em um momento onde você não possua qualquer reserva disponível para desfrutar dessa
oportunidade. Esse será então o momento onde uma venda poderá ser realizada para aproveitar a ocasião. Esse tipo de situação é bastante atípica e rara o suficiente para justificar a venda de uma posição. Por definição, o Buy and Hold que em tradução literal significa comprar
e manter, mas não significa comprar e esquecer. Existem momentos
onde se desfazer de uma posição pode ser necessário.
Vender ações em
duas condições:
1. Piora nos
fundamentos
dos negócios
investidos
2. Oportunidades
melhores
Quais os riscos de se investir em ações?
Todo investimento em ações apresenta risco, sem exceção. Riscos no curto e no longo prazo.
Os riscos de curto prazo são potencializados quando se faz a compra de ações para especulação.
Os riscos de longo prazo se resumem na deterioração dos negócios e seus fundamentos, que levarão a uma redução dos lucros e como já aprendemos, queda no preço das ações.
Caso você trabalhe de acordo com os
conceitos que defendemos aqui, uma delas a compra de ações para o longo prazo, evitará muitas das histórias tristes que acabam ficando famosa, desde aquele “tio que perdeu tudo com ações” até os traders famosos que acabam perdendo dinheiro pelas suas empresas. Um fator em comum a todos que
“perderam tudo” é um só: ALAVANCAGEM.
Alavancagem, na prática, é utilizar dinheiro emprestado, seja ele por meio de empréstimos normais ou conta-margem em sua corretora. Suponhamos que você tenha R$ 1.000 investidos, sendo R$ 200 próprios e R$ 800 da sua conta margem. Por conta de algum movimento
inesperado o mercado caia 25% no mês seguinte, o que aconteceria com seus investimentos alavancados? Seus R$ 1.000 se tornaram R$ 750 e você ainda deve devolver os R$ 800 emprestados. Você portanto, perdeu todo seu investimento e ainda deve mais R$ 50 à sua corretora.
Benefícios da diversificação
Os benefícios da diversificação são tantos que não considero um excesso repetir isso aqui. Como toda decisão de investimento carrega um risco, ao multiplicar suas escolhas entre diferentes empresas e setores, seus riscos diminuem com as múltiplas exposições setoriais.
É essencial que sua carteira seja exposta a diferentes setores e ativos. Caso você esteja no processo de aprendizado e ainda não sabe qual ativo comprar, uma boa opção é utilizar ETFs (Exchange Traded Funds) para ter exposição setoriais de maneira barata e eficiente. Ao
diversificar sua carteira, você diminuirá uma má alocação de capital com os outros ativos da sua carteira.
Conclusões
Esse material é uma pequena introdução sobre o mercado financeiro, especificamente sobre ações. Esse mundo é fascinante e existem inúmeras coisas ainda a se aprender.
O investimento em ações pode garantir um futuro melhor aos investidores, proporcionar uma independência financeira a uma
aposentadoria digna a todos. A abordagem de longo prazo e tornando-se sócios de bons negócios é o melhor caminho para um futuro
financeiro próspero.
Obrigado,
Alavancagem: Operações de compra e venda de ativos, títulos e valores mobiliários para
liquidação no futuro, com depósito prévio de margens de garantia. Um fundo é considerado alavancado sempre que existir possibilidade (diferente de zero) de perda superior ao patrimônio do fundo, desconsiderando-se casos de falha no pagamento de principal ou de juros relativos aos ativos do fundo.
Aluguel de ações – BTC: Empréstimo de ativos, BTC, equivale a emprestar um ativo (cliente
doador) para outro investidor (cliente tomador), que tem a intenção de utilizar estes ativos para realizar operações vendidas. O empréstimo consiste em contratos registrados voluntariamente pelas partes envolvidas a uma taxa prefixada na data da operação, que é paga pelo investidor tomador, em um determinado vencimento. No dia seguinte (D+1) do vencimento deste contrato, o investidor (cliente tomador) paga a taxa que foi acordada, acrescido dos tributos cobrados pela B3. É importante ressaltar que nessa operação não há custo para o cliente doador dos ativos.
Análise Fundamentalista: Projeção do comportamento de preços de ações a partir do estudo de
características particulares de cada empresa. Utiliza-se das demonstrações financeiras divulgadas pela empresa assim como de informações setoriais e macro econômicas para fundamentar recomendações sobre quais papéis devem ser comprados ou vendidos.
B3: A B3 Brasil, Bolsa Balcão é uma empresa de infraestrutura de mercado financeiro, com
atuação em ambiente de bolsa e de balcão, o que inclui a criação e a administração de sistemas de negociação, compensação, liquidação, depósito e registro para as principais classes de ativos, desde ações e títulos de renda fixa corporativa até derivativos de moedas, operações estruturadas e taxas de juro e de commodities. A B3 também opera como contraparte central garantidora para a maior parte das operações realizadas em seus mercados e oferta serviços de central depositária e de central de registro. É uma companhia aberta, com ações (B3SA3) negociadas no Novo Mercado.
Benchmark: Referencial utilizado para o acompanhamento do desempenho de um investimento
ou de um mercado, assim também como base para cálculo da taxa de performance de fundos de investimento que contenham essa previsão.
Bolsa de Valores: Ambiente de negociação em local físico definido, com sistema de
negociação eletrônico (ou viva-voz) e regras adequadas à realização de operações de compra e venda de títulos e valores mobiliários, bem como à divulgação das mesmas.
Bonificações: Remuneração paga ao acionista em decorrência do aumento do capital,
ocorrido pela incorporação de reservas ou outros recursos, efetuada na proporção da quantidade de ações que detém. Pode ser paga em ações (distribuição gratuita de ações aos acionistas) ou em dinheiro.
Dividendos: Pagamento efetuado pela empresa aos seus acionistas através da distribuição de
parte do lucro líquido da empresa, subdividido de acordo com as diferentes classes de ação. O montante, a ser pago em dinheiro e de forma proporcional à quantidade de ações possuídas,
deve ser decidido pelo Conselho Administrativo da empresa e, em geral, é pago anualmente, semestralmente ou trimestralmente.
Juros sobre capital próprio: Uma das formas de remuneração que uma empresa pode dar aos
seus acionistas, a outra sendo o pagamento de dividendos. Ao contrário dos dividendos, que são distribuídos com base no lucro do ano corrente, os juros sobre capital próprio são pagos com base no lucro retido pela empresa nos anos anteriores.
Ibovespa: Índice que acompanha a evolução média das cotações das ações negociadas na
Bovespa. É o valor atual, em moeda corrente, de uma carteira teórica de ações, integrada pelas ações que, em conjunto, representaram 80% do volume transacionado à vista nos doze meses anteriores à formação da carteira.
IBrX: Índice Brasil de Ações: composto por uma carteira teórica por 100 ações selecionadas na
Bovespa em ordem decrescente por liquidez em termos de seu índice de negociabilidade (número de negócios e volume financeiro medidos nos últimos doze meses).
Mercado de balcão: Mercado de títulos e valores mobiliários, sem local físico definido para a
realização das negociações, que são realizadas por telefone entre as instituições participantes.
Mercado de balcão não organizado: Mercado de títulos e valores mobiliários cujos negócios não
são supervisionados por entidade auto-reguladora.
Mercado de balcão organizado: Ambiente de negociação administrado por instituições
auto-reguladoras, autorizadas e supervisionadas pela CVM, que mantêm sistema de negociação (eletrônicos ou não) e regras adequadas à realização de operações de compra e venda de títulos e valores mobiliários, bem como à divulgação das mesmas.
Mercado de Opções: Aquele em que uma parte adquire de outra o direito de comprar (opção
de compra) ou vender (opção de venda) o objeto de negociação, até ou em determinada data, por preço previamente estipulado. Tal objeto de negociação constitui-se em contratos padronizados representativos de um ativo financeiro ou de uma mercadoria no mercado disponível ou no mercado futuro.
Mercado Futuro: Aquele em que as partes assumem compromisso de compra e/ou venda de
determinada quantidade de um ativo financeiro ou real, para liquidação (física e/ou financeira) em data futura. As operações do mercado futuro são realizadas em pregão, através da compra e venda de contratos autorizados pela Bolsa, a qual estabelece a padronização dos mesmos.
Mercado à vista: Mercado onde os negócios são realizados com o objetivo de se efetuar uma
compra e/ou uma venda imediata de um ativo real ou financeiro, com liquidação física e financeira no mesmo instante da negociação.
Risco de Mercado: Apuração do potencial de perda financeira de uma carteira associada
única e exclusivamente à oscilação das variáveis de mercado.
Taxa Referencial (TR): Indexador calculado a partir da remuneração mensal média líquida de
impostos, dos depósitos a prazo fixo captados nos bancos comerciais, bancos de investimentos, bancos múltiplos com carteira comercial ou de investimentos, caixas econômicas, ou dos títulos públicos federais, estaduais e municipais, de acordo com metodologia aprovada pelo CMN - Conselho Monetário Nacional.
Taxa Selic: É a taxa média ajustada dos financiamentos diários apurados no Selic (Sistema
Especial de Liquidação e de Custódia) para títulos federais. Sua meta é definida nas reuniões do Comitê de Política Monetária do Banco Central (COPOM).