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Simpósio Temático 6 A INQUISIÇÃO NA ÁFRICA E OS AFRICANOS NA INQUISIÇÃO. Vanicléia Silva Santos (Universidade Federal de Minas Gerais)

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Academic year: 2021

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Simpósio Temático 6

A INQUISIÇÃO NA ÁFRICA E OS AFRICANOS NA INQUISIÇÃO

Vanicléia Silva Santos (Universidade Federal de Minas Gerais)

André Luís Lima Nogueira (Fundação Oswaldo Cruz, Casa Oswaldo Cruz)

A ação da Inquisição de Lisboa limitou-se do lado africano porque as autoridades, em sua maioria, estavam instaladas apenas na Costa, além disso, o interior era de difícil controle e a Inquisição não podia perseguir os não-cristãos. A análise dos denunciados e denunciantes, assim como dos crimes pelos quais as pessoas foram sentenciadas e as penas aplicadas permitem inferir que a ação da Inquisição na Costa da Guiné, São Tomé e Príncipe, e Angola estava centrada principalmente na presença de cristãos-novos, assim como no seu contexto Ibérico. De fato, procuravam as pessoas do Reino, com comportamentos considerados desviantes, face à ortodoxia religiosa. A Inquisição na África era um meio intimidatório à população dos enclaves costeiros que reforçava os poderes locais de alguns grupos brancos. As práticas locais que não alteravam a ordem vigente, aparentemente pouco incomodaram aos administradores. Se comparados aos cristãos-novos e judaizantes, os africanos aparecem em menor quantidade nos processos da Inquisição de Lisboa (com jurisdição sobre o Brasil, Angola, Guiné e Ilhas de Cabo Verde e São Tomé e Príncipe), e ainda são pouco estudados pelos historiadores.

O objetivo desse Simpósio Temático é congregar pesquisadores que desenvolvem investigações sobre os seguintes aspectos: o funcionamento da Inquisição Portuguesa na África por meio dos quadros eclesiásticos; identificar, através das denúncias, as práticas religiosas dos povos da África Central e suas formas particulares de adaptação ao cristianismo, dentro e fora da África; análise do papel das comunidades judaicas nos enclaves portugueses do Atlântico africano; discutir novas evidências sobre as experiências dos africanos processados pela Inquisição Portuguesa assim como pelas Devassas eclesiásticas (que funcionavam, por vezes, como aparelho local complementar ao inquisitorial) e contemplar o desenvolvimento de biografias de africanos.

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SESSÃO I

PRÁTICAS MÁGICAS AFRICANAS, ESCRAVIDÃO E SOCIABILIDADES NO ATLÂNTICO PORTUGUÊS

Das Cores do medo nos tempos de todos os medos. A magia e seu papel nas relações entre senhores e escravos no Brasil colonial (Rio de Janeiro, sécs. XVII-XVIII)

Ana Margarida Santos Pereira Universiteit van Amsterdam

Os escravos de origem africana constituíam a maioria dos habitantes sujeitos ao domínio português no Brasil dos sécs. XVII-XVIII. Embora ocupassem o escalão mais ínfimo da sociedade, eram indispensáveis para o funcionamento da colónia, o que justificava as preocupações da minoria branca, cuja preponderância dependia, em larga medida, do controlo exercido sobre os escravos.

A possibilidade de revoltas estimulava o medo, acentuando a gravidade das tensões que marcavam a relação senhor-escravo. O domínio (real ou suposto) de conhecimentos e práticas associados à magia por indivíduos de origem africana era um motivo adicional de suspeita, contribuindo para justificar a vigilância a que estavam sujeitos os escravos, bem como os castigos que com frequência lhes eram aplicados. Por outro lado, o recurso mais ou menos generalizado a feiticeiros de origem africana por parte dos habitantes da colónia cimentou cumplicidades, patenteando a existência de necessidades comuns e crenças alheias à autoridade oficial da Igreja. Criaram-se assim as condições para o desenvolvimento de trocas interculturais que amenizaram a convivência entre dominantes e dominados, contribuindo mesmo, em alguns casos, para o entendimento nas relações senhor-escravo ou até para a inversão mais ou menos temporária do equilíbrio de poderes no seio dessa mesma relação. É o que aqui procuraremos demonstrar em relação ao bispado do Rio de Janeiro, recorrendo para tal a fontes de natureza inquisitorial.

Trajetórias imbricadas: comissários e afro-feiticeiros nas capitanias de Pernambuco e Bahia (século XVIII)

Dimas C. Santos Júnior

Universidade Federal da Bahia

No ano de 1727 escrevia ao Cardeal da Cunha, Inquisidor Geral do Santo Ofício, o mais novo comissário de Olinda. Entre cumprimentos comuns, promessas de fidelidade aos ideais do Tribunal e os agradecimentos, encontramos uma considerável lista de pessoas e práticas que, segundo o olhar do denunciante, mereciam passar por minuciosas inquirições da instituição. Presentes na listagem

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estavam sujeitos acusados de judaizar – personagens que compunham alvo principal da Inquisição portuguesa –, bígamos, sodomitas e feiticeiros. Esses últimos, objeto deste trabalho, a tanto apareciam nas denúncias realizadas a partir de solo colonial. Eram, ao longo do século XVI, em sua maioria, mulheres pobres e degredadas que atuavam a beira do catolicismo ortodoxo, apresentando caminhos e soluções aos dilemas que não encontravam ecos – pelo menos não satisfatórios – às angústias cotidianas.

Ao longo dos séculos XVII e XVIII, o perfil dos acusados de feitiçaria mudaria drasticamente. As transformações na demografia colonial provocadas pelo tráfico negreiro dariam uma nova tônica às relações sociais travadas nesta região. Os espaços de contato e diálogos culturais cresciam junto com o incremento da malha de funcionários inquisitoriais nomeados a atuar diretamente na América portuguesa. O consequente aumento de denúncias sobre desvios heréticos acabaria por atingir importante parcela da população afro/brasílica, que carregava consigo relativa carga de estereótipos construídos pelos europeus ao longo dos anos de missionação em África e um conjunto de práticas vistas como heréticas e demoníacas. São sobre essas trajetórias imbricadas postas em contato em espaço colonial que escrevemos este artigo.

Os calundus e seus significados: diferentes conotações (ou “olhares brancos”)

André Nogueira

Fundação Oswaldo Cruz Casa Oswaldo Cruz

A presente comunicação objetiva discutir, de modo preliminar, as variadas impressões e significados tecidos em torno dos rituais coletivos engendrados por africanos e seus descendentes, recorrentemente definidos como calundus. Para analisar as variações semânticas e as percepções tecidas em torno do termo calundu, bem como, os “olhares” de parte dos indivíduos letrados acerca de um conjunto de práticas coletivas ambivalentes, não raro, indefinidas entre cultos religiosos e festas profanas, nomeados “batuques”, “gentilidades”, “superstições”, lanço mão, fundamentalmente, da documentação persecutória da Igreja, as devassas eclesiásticas – sob a guarda do Arquivo Eclesiástico da Arquidiocese de Mariana – e as denúncias endereçadas ao Santo Ofício que acusaram os indivíduos que habitaram as Minas Gerais do século XVIII, presentes nos Cadernos do Promotor. Além disso, interessa-me igualmente considerar as impressões tecidas sobre os calundus por padres responsáveis por visitas pastorais, “moralistas” e autoridades régias. Documentação ambivalente e dispersa, que será, em função da própria natureza do texto apresentado, apenas pontualmente analisada.

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A feitiçaria do preto Caetano: a justiça civil ouro-pretana e o foro misto

Larissa Freire Pereira

Universidade Federal de São João del Rei

O preto Caetano da Costa, da nação angola, teve uma devassa aberta em seu nome em 1791, pois esse fazia feitiçarias mágicas e enganosas contra a Religião Católica. Pretendemos analisar, através de uma crítica documental, a devassa presente no Arquivo da Casa do Pilar – Anexo do Museu da Inconfidência, Ouro Preto - MG do ano de 1791, aberta contra o réu Caetano da Costa. Acreditamos haver uma grande disposição, como afirmado por André Nogueira em E se diz do dito negro que é feiticeiro e curador: a união entre o natural e o sobrenatural na saúde e na doença das gerais do século XVIII (In: Outros Tempos, volume 03, pp.60-75. Disponível em: www.outrostempos.uema.br), para que o réu, um negro, tenha se utilizado deste mecanismo de ação (atos de feitiçaria) como fonte de renda. Vale ressaltar, como expôs Luiz Mott em O Calundu Angola de Luzia Pinta: Sabará, 1739 (Revista do Instituto de Arte e Cultura, Ouro Preto, 1994), que os casos só eram condenados quando provocavam escândalos na sociedade, e esse foi um caso de grande repercussão em Ouro Preto. Pretendemos analisar no presente trabalho por que esse caso foi parar na justiça civil e não na alçada eclesiástica, como a maioria dos casos de foro misto sobre feitiçaria.

Práticas mágicas africanas e Inquisição portuguesa no século XVIII Aline da Silva Cerqueira

Universidade do Estado da Bahia

Os processos de africanos presos, julgados e condenados pelo Tribunal do Santo Ofício da Inquisição de Lisboa permitem-nos entender as práticas religiosas africanas e as suas adaptações à América Portuguesa. Através desses processos podemos ver como os africanos associaram elementos cristãos para recriar seus costumes e crenças no novomundo, características do intercâmbio cultural decorrente do trânsito de ideias religiosas. Deste modo, os conjuntos de experiências dos povos do além-mar misturaram-se e manifestaram-se, abrindo caminho para uma gama de observações e interpretações. A presente comunicação tem por objetivo refletir sobre a religiosidade negra e apresentar um universo de influência cristã e crenças de origem recriadas fora da África no contexto colonial do século XVIII. Para isso, partindo da análise do processo inquisitorial de um angolano preso e condenado pela Inquisição Portuguesa, buscou-se perceber as práticas religiosas, sobretudo no que se refere ao costume do uso de símbolos cristãos, na tentativa de esclarecer algumas questões a respeito da maneira como africanos expressava a religiosidade, inclusive, os procedimentos do Tribunal do Santo Oficio, referentes aos crimes contra a fé católica.

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SESSÃO II

MICRO-HISTÓRIAS E FUNCIONAMENTOS DO APARELHO INQUISITORIAL – A MARGEM AFRICANA DO ATLÂNTICO

A Inquisição em África: agentes, acções, informantes e vítimas, 1536-1821

Filipa Ribeiro da Silva Universidade de Macau

Nos últimos anos assistimos a um crescimento exponencial de publicações sobre as Inquisições Modernas, e em particular acerca da Inquisição Portuguesa e a sua presença no império. Porém, a grande maioria desses estudos têm-se centrado sobre as ilhas atlânticas da Madeira e dos Acores e em particular sobre o Brasil, sendo poucos os trabalhos que exploram a presença da Inquisição Portuguesa em África e a perseguição desencadeada pelo tribunal de Lisboa contra as sociedades coloniais portuguesas na região e contras os membros das sociedades autóctones convertidos ao Catolicismo.

Nesta comunicação procuramos caracterizar o funcionamento do tribunal na costa ocidental africana e em Cabo Verde e São Tomé entre 1536 e 1821. São nossos objectivos identificar os contornos da jurisdição inquisitorial sobre esses territórios e os vários agentes que ao longo de três seculos actuaram nesta vasta região em nome do tribunal da capital. Pretendemos também analisar as várias formas de intervenção do tribunal nos territórios africanos, bem como traçar um perfil dos principais informantes da Inquisição, suas intenções, e as vítimas de suas acções.

Os elementos que apresentamos aqui foram obtidos ao longo de vários anos de pesquisa nos Cadernos do Promotor, livros de denúncias e de correspondência e na colecção de Autos-da-fé e processos, bem como em várias subcolecções do Conselho Geral do Santo Ofício, incluído livros e maços de correspondência, e habilitações de oficiais.

A Inquisição portuguesa em Angola - perfil dos acusados e seus crimes. Fontes para a História Social

Vanicléia Silva Santos

Universidade Federal de Minas Gerais

O objetivo dessa apresentação é identificar, através das denúncias nos processos inquisitoriais, as experiências e práticas religiosas de indivíduos da África Central, de forma a contemplar o desenvolvimento de biografias de africanos como parte da História Social de Angola e do Atlântico. Essa análise ainda contempla um exercício de integração das múltiplas dimensões do Atlântico português, dando ênfase à Inquisição portuguesa, como uma instituição atlântica,

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que promoveu o intercâmbio de pessoas, ideias, religiões, costumes e instituições no cenário de expansão do império português.

Soldado português e mestre mandingueiro: crioulização religiosa na Angola setecentista

Felipe Augusto B. Rangel

Universidade do Estado da Bahia

A atuação inquisitorial portuguesa nas colônias atlânticas gerou uma série de registros imprescindíveis para o desvelamento das vivências do homem moderno. Estes registros, entre outros aspectos, nos apresentam processos de crioulização cultural e religiosa – nos termos operacionalizados pela historiadora africanista Linda Heywood, presente em trajetórias, individuais ou coletivas. Através da variedade de relatos, seja a fala das testemunhas ou as confissões dos próprios acusados, é possível perceber estratégias dentre as diversas facetas sociais dos indivíduos, enquanto formas de manipulação do contexto ao qual estavam inseridos. Pretendemos refletir sobre estas movimentações através da investigação empreendida contra o africano Vicente de Morais, soldado da fortaleza angolana de Muxima, acusado de manipular feitiçarias. As testemunhas arroladas no processo o identificaram como “mandingueiro público” ou por “Mestre mandingueiro”. Assim, torna-se interessante em nosso estudo refletir sobre estes aspectos, pensando sobre os diferentes dimensionamentos atribuídos a este africano, que ocupou esferas relativamente distintas: ele era soldado da fortaleza supracitada, uma das células representativas da presença colonial portuguesa, e também era considerado manipulador de saberes sobrenaturais, característicos das religiões locais africanas. As situações elencadas na documentação revelam elementos indiciários dos processos de crioulização na Fortaleza de Muxima, ao apresentar a feitura de amuletos de proteção – bolsas de mandinga – com a convergência de símbolos de sistemas culturais distintos. Refletir sobre as diversas facetas do soldado Vicente de Morais, em meio a este movimento de crioulização, incluindo ainda as problemáticas da manipulação das bolsas de mandinga, é nosso objetivo.

Visitações do Santo Ofício em África: Congo e Angola no século XVI

Dayane A. Santos da Silva Universidade de Brasília

A presente comunicação tem como proposta de estudo apresentar problemáticas iniciais do projeto de Doutorado, ainda em andamento, sobre as Visitações do Santo Ofício às regiões do Congo e Angola no século XVI. Para tanto, nos valemos da documentação do Santo Ofício às partes da África Central Ocidental, depositadas no arquivo da Torre do Tombo em Lisboa. Interessa-nos investigar as crenças e práticas religiosas dos povos destas regiões, definidas como feitiçaria e consideradas oficialmente pela igreja tridentina como “heréticas” e

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“diabólicas, assim como entender como tais práticas foram tratadas tendo como foco analisar algumas variáveis das múltiplas perspectivas envolvidas. Além disso, este estudo tem a pretensão de relacionar abordagens que investiga as especificidades e determinações da realidade social africana, enxergando de perto o cotidiano e as trajetórias individuais a fim de desvelar práticas que permaneceriam despercebidas numa abordagem tradicional.

Olhares sobre a África Central: rituais e crenças da negra Isabel nas denúncias inquisitoriais do Reino do Congo e Angola no século XVII

Tahinan da Cruz Santos

Universidade do Estado da Bahia

O domínio português na região da África central foi marcado por estranhamentos culturais de diversas naturezas. Os ritos e crenças africanas despertaram nos europeus uma grande variedade de interpretações, geralmente atribuindo a elas um caráter diabólico. Sabemos que o cristianismo católico, elemento de suma importância para os complexos culturais ibéricos, introduziu-se à cultura e religiosidade africana, moldando e adaptando-introduziu-se de diversas maneiras. Especificamente no Reino do Congo e Angola, podemos ver os desdobramentos deste processo, devido a forma peculiar que se deram as primeiras relações entre europeus e africanos. Partes dos resultados deste encontro podem ser percebidos nos registros inquisitoriais, como nas “Denunciações do Reino do Congo e Angola”, produzido entre os anos de 1620 – 1632, no qual constam diversas denúncias contra cristãos, incluindo práticas de cunho religioso de negros. Entre os denunciados, uma possui destaque especial: Isabel, negra e cristã, acusada de feitiçaria e sacrifícios em rituais tidos como satânicos. Assim, o objetivo deste trabalho é analisar esta denúncia contra a negra Isabel, procurando entender os mecanismos inquisitoriais que levaram a tal denúncia e como as suas práticas foram interpretadas dentro daquele determinado contexto.

SESSÃO III

REUNIÃO DO ST: A INQUISIÇÃO NA ÁFRICA E OS AFRICANOS NA INQUISIÇÃO

Discussão sobre as novas perspectivas de pesquisa sobre o tema, possibilidades de encontros específicos e diálogos vindouros.

Referências

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