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FACULDADE SETE DE SETEMBRO FASETE CURSO DE LI CENCI ATURA PLENA EM LETRAS HABI LI TAÇÃO EM PORTUGUÊS E I NGLÊS ELI SÂNGELA DE SOUZA GUERRA

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FACULDADE SETE DE SETEMBRO

– FASETE

CURSO DE LI CENCI ATURA PLENA EM LETRAS

HABI LI TAÇÃO EM PORTUGUÊS E I NGL ÊS

ELI SÂNGELA DE SOUZA GUERRA

A EDUCAÇÃO DE J OVENS E ADULT OS, TEMPO DE

APRENDER II, COMO RESGATE AO SOCI AL E PLENO

EXERCÍ CI O DA CI DADANI A ATRAVÉS DA LÍ NGUA

PORTUGUESA NA ANÁLI SE E REFLEXÃO TEXTUAL:

CONT O NARRATI VO NO COLÉGI O ESTADUAL CARLI NA

BARBOSA DE DEUS

PAUL O AFONSO/ BA

J UNHO/ 2008

(2)

ELI SÂNGELA DE SOUZA GUERRA

A EDUCAÇÃO DE J OVENS E ADULT OS, TEMPO DE

APRENDER II, COMO RESGATE AO SOCI AL E PLENO

EXERCÍ CI O DA CI DADANI A ATRAVÉS DA LÍ NGUA

PORTUGUESA NA ANÁLI SE E REFLEXÃO TEXTUAL:

CONT O NARRATI VO NO COLÉGI O ESTADUAL CARLI NA

BARBOSA DE DEUS

Monogr afi a apr esent ada ao Cur so de Li cenci at ur a Pl ena e m Let r as co m Habi lit ação e m Port uguês e I ngl ês, da Facul dade Set e de Set e mbr o – FASETE, co mo r equi sit o par a avali ação concl usi va.

Ori ent ador a: Pr of essor a Esp. Ri set e Rei s.

PAUL O AFONSO/ BA

J UNHO/ 2008

(3)

Gal il eu pensava que a t err a gi r ava e m t or no do sol , acabou condenado.

Joana D’ ar c queri a uni fi car a Fr ança, acabou na f oguei r a.

Robespi err e pensou que podi a ser i gual e l ivr e, acabou na guil hoti na.

Ti r adent es queri a u m Br asil i ndependent e, f oi condenado à f or ca.

Sort e sua de vi ver nu ma época que você é l i vr e par a pensar.

(4)

AGRADECI MENTOS

Agr adeço a DEUS; sobr e t odas as coi sas. E a t odos que col abor ar a m na co mposi ção dessa monogr afi a.

(5)

RESUMO

A Hi st óri a da educação de j ovens e adul t os no Br asil, r e mont a à ação j esuíti ca no pri mór di o da col oni zação, atr el ada à f é pel a cat equi zação e t r ansmi ssão da cul t ur a eur opéi a. Não at endeu aos seus pr opósi t os, assi m co mo nos avanços do pr ocesso educati vo do paí s. Nesse cont ext o, avançou a soci edade e m seus pr ogr essos nos seus di ver sos aspect os a cr escent e ur bani zação e a at uação capi t ali st a, mas o si st ema conti nua escamot eando os i ndi ví duos por el e mar gi nali zados. As i nstit ui ções do saber não absor vem esses i ndi ví duos, as di vi sões por cl asses r epr oduze m nas suas bases as desi gual dades soci ai s, r el egando a mar ge m os menos f avor eci dos, pr esos a f al has e aos descasos das pol íti cas públi cas. Al mej a m- se novas pr opost as, outr os ca mi nhos, al t ernati vas de i ncl usão ao soci al, Resgat e aos di rei t os de ci dadão, par adi gmas de u ma soci edade i gualit ári a, j ust a nas oport uni dades de escol ari zação, t er minali dade, certifi cações de concl usão, per specti va de sonhos ao mer cado de tr abal ho e acei t ação soci al. A educação de j ovens e adul t os é u ma das saí das di nâ mi ca, co mpensat óri a, fr ag ment ada, co m pr oj et os pol íti cos pedagógi cos envol vi dos co m a escol a públi ca co mpr ometi da e m r ecuper ar o t e mpo per di do, paut ada nos pri ncí pi os da críti ca constr uti va, r efl exão e ação na r eali dade at ual , pel a lí ngua mat er na, ví ncul o pr opedêuti co, abr angent e de car át er soci al, despert ador às consci ênci as ali enados, r eport ados por al guns est udi osos, educador es, psi cól ogos, pedagogos, entr e out ros que acr edi t am na f or ça de educação par a mudar os r u mos obscur os de soci edade, ca mi nho li bert ador e consci enti zador que destr ói o medo, a i nsegur ança, escl ar ecendo o senti do da exi st ênci a, parti ndo assi m desse pr essupost o, vi sando assegur ar a essênci a da t e máti ca, r ef er ent e à ação educati va na Educação de Jovens e Adul t os, e m mei o ao uso de mat eri ai s di dáti co-pedagógi cos, que venha m a despert ar a consci ênci a críti ca constr uti va, r ef er ent e às met odol ogi as coer ent es que al cança m a r eali dade sóci o- cul t ur al da cli ent el a e m análi se.

(6)

ABSTRACT

The hi st or y of educati on of young peopl e and adul t s i n Br azil, r e mot e Jesui t t o acti on at t he begi nni ng of col oni zati on, gear ed t o t he f ai t h by evangel i zati on and tr ans missi on of Eur opean cul t ur e, di d not wor k f or t hei r pur poses, as wel l as advances i n t he educati on pr ocess i n t he count r y. I n t hi s cont ext t he co mpany moved i nt o i t s pr ogr ess i n i ts vari ous aspect s, t he gr owi ng ur bani zati on and capi t ali st acti vit y, but t he syst e m still excl udes i ndi vi dual s mar gi nali zed by i t. The i nstit uti ons of knowl edge not absor b t hese i ndi vi dual s; di vi sions i nt o cl asses on t he base r epr oduce soci al i nequaliti es, r el egati ng t he mar gi n t o l ess pri vil eged backgr ounds, pri soner s and t he f ail ur e t o abandon ment of soci al politi es. They want t o new pr oposal s, ot her ways, t he i ncl usi on of al t er nati ve medi a, r ede mpti on ri ght s of ci ti zens, par adi g ms of an egalit ari an soci et y, f ai r opport uni ti es f or educati on, co mpl etion, certifi cat es of co mpl eti on, dr ea ms pr ospect of t he l abor mar ket and soci al accept ance. The educati on of yout hs and adul t s i s one of t he exi t s dyna mi c, co mpensat or y, fr ag ment ed, wit h political pr oj ect s i nvol ved wi t h t eachi ng publi c school co mmitt ed t o make up f or l ost ti me, based on t he pri nci pl es of constr ucti ve criti cis m, r efl ecti on and acti on i n t he curr ent realit y, t he mot her t ongue, bond i ntr oducti on, co mpr ehensi ve soci al char act er, t he al ar m consci ences sol d, r eport ed by so me schol ar s, educat or s, psychol ogi st s, educat or s, and ot her s who beli eve i n t he power of educati on t o change t he pat h of obscur e co mpany, whi ch li ber at es and awar eness pat h endi ng wi t h t he f ear, t he i nsecurit y, cl arifi es t he meani ng of exi st ence, t hus st arti ng t hi s assu mpti on, t o ensur e t he essence of t he subj ect.

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SUMÁRI O

I NTRODUÇÃO ... 07

1 A EDUCAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS, TEMPO DE APRENDER I I, COMO RESGATE AO SOCI ALE PLENO EXERCÍ CI O DA CI DADANI A, ATRAVÉS DA LÍ NGUA PORTUGUESA NA ANÁLI SE E REFLEXÃO TEXTUAL: CONT O NARRATI VO NO COLÉGI O ESTADUAL CARLI NA BARBOSA DE DEUS ... 09

1. 1 Educação: Par adi gmas ... 09

1. 1. 1 Educação e I nt er ação Soci al ... 10

1. 1. 2 Educação e as Desi gual dades Soci ai s ... 11

1. 2 Educação: Per specti va Pedagógi ca ... 13

1. 2. 1 Pedagogi a de Excl usão e a Educação Popul ar ... 13

1. 2. 2 Pedagogi a de Rede mocr ati zação e o Ensi no Popul ar ... 14

1. 2. 3 Pedagogi a De mocr áti ca e Avanços na Educação Popul ar ... 16

2 A EDUCAÇÃO DE JOVENS E ADULT OS: BREVE HI STÓRI CO NO BRASI L ... 18

2. 1 Lei s Est aduai s – Pr opost as Curri cul ar es: EJA – Te mpo de Apr ender II .... 19

2. 1. 1 Resgat e ao Soci al e Pl eno Exer cí ci o da Ci dadani a At r avés da Educação de Jovens e Adul t os ... 21

3 EDUCAÇÃO I NCLUSI VA EM CONSONÂNCI A COM A LÍ NGUA PORTUGUESA: TEXTO NARRATI VO – TEMPO DE APRENDER II ... 23

CONCLUSÃO ... 27

REFERÊNCI AS ... 28

(8)

I NTRODUÇÃO

A educação br asil ei ra esti gma de u ma hi st óri a pol íti ca e soci al cer ceada a col oni zação expl or ador a, r ei nci de e m i nú mer os per cal ços, r ecai ndo nas desi gual dades soci ai s co m a conseqüent e excl usão educaci onal, avol u mando o quadr o caóti co de miséri a, i nj usti ças e i mpuni dade do paí s.

São per ceptí vei s a massa dos mar gi nalizados, desacr edi t ados no uni ver so da i nf or mali dade; i ndi ví duos e m que o di r eit o de exer cer sua pl ena ci dadani a é negado, de f or ma consci ent e, transpar ent e, co m os seus dever es per ant e o Est ado.

Hi st ori ca ment e, a desi gual dade soci al e educaci onal na nação, di scorr e da r el ação de expl or ação e ser vi dão do si st ema capi t ali st a, r ei nant e e i mpr egnado na cul t ur a que det er mina e defi ne a estr ut ur a econô mi ca, Pil ar es do Poder.

Nesse cont ext o excl udent e, e m anos de err os e acert os, o paí s se depar a co m u ma popul ação car ent e de saber a vi da par a desenvol ver seu pr ofi ssi onali s mo, di ant e de i nstit ui ções educaci onai s corr oí das pel o pr econcei t o, que conduz a ti midez e ali ment a a bai xa esti ma àquel es que por di versos moti vos, r eti r ados de sal a de aul a, e m dest aque à sobr evi vênci a e por não do minar a l í ngua- mãe, mol a pr opul sor a par a o desl anche da apr endi zage m, escl ar ecedor a e perti nent e, são desvi ados dos seus obj eti vos.

At ual ment e, o ensi no públi co est á passando por mudanças posi ti vas, t ent ando r evert er essa si t uação pat ol ógi ca, i nf ames nas suas r aí zes, r ef ut ando a possi bili dade de abri r novos hori zont es par a os pr obl emas educaci onai s, e pri nci pal ment e a educação de Jovens e Adul t os co m de mocr at i zação, parti ci pação e r econheci ment o.

At r avés da r eali zação dest e tr abal ho monogr áfi co, co m bases e m educador es, pedagogos, pensador es co mo Paul o Fr ei r e, Sócr at es, Arr oyo, Mar x. Que at r avés da sua contri bui ção e dese mpenho f or necer a m dados, est udos, r efl exões necessári as par a a educação, o ensi no atr avés da Hi st ória.

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Assi m, a soci edade, e m seu pl eno desenvol vi ment o, questi ona e busca se mpr e ca mi nhos enri quecedor es que afl or e m conheci ment os si gni fi cati vos par a a sua at uação.

O Col égi o Est adual Carli na Bar bosa de Deus ve m dando ênf ase, nesse r esgat e ao soci al, atr avés do t e mpo de Apr ender II, com apoi o do gover no do est ado, educação i ncl usi va co m pr opost as de mocr áti cas, i gualit ári as vi ncul adas ao ensi no da l í ngua port uguesa e m que o educando é afl or ado nas suas habili dades a di scuti r, di scer ni r, r efl etir sobr e si mes mo e o seu mei o nu ma r el ação de r econstr ução, de conheci ment os co m at i va parti ci pação e co mpet ênci a fr ent e aos avanços ci entífi co-t ecnol ógi cos de f or ma críco-ti ca e consco-tr uco-ti va.

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1

A

EDUCAÇÃO

DE J OVENS

E

ADULT OS, TEMP O

DE

APRENDER II COMO RESGATE AO SOCI AL E PLENO

EXERCÍ CI O

DA

CI DADANI A

ATRAVÉS

DA

LÍ NGUA

PORTUGUESA NA ANÁLI SE E REFLEXÃO TEXTUAL: CONT O

NARRATI VO NO COLÉGI O ESTADUAL CARLI NA BARBOSA DE

DEUS

Os ho mens vi ve m e m gr upo est abel ecendo r el ações educati vas, i nter agi ndo val or es, cost u mes, manei r as de ser e de agi r, const it ui ndo e t r ans miti ndo a cul t ur a do seu mei o e m at os de ensi no e apr endi zado, de acor do co m a or gani zação da co muni dade. As necessi dades são supri das, à medi da que os i ndi ví duos r eali za m f unções soci ali zador as co mo ser es hi st óricos, acu mul ando saber es at r avés da me móri a or al e escrita e m vi vênci as, soci ai s e experi ênci a ci entífi ca, fi o condut or par a o pr ogr esso das ci vili zações.

1. 1 Educação: Par adi g mas

A soci edade br asil ei r a carr ega u ma mar ca aut orit ári a. Já f oi u ma soci edade escr avocr at a, al é m de t er u ma l ar ga t r adi ção de r el ações pol íti cas pat er nali st as e cli entili st as, co m l ongos perí odos de gover nos não de mocr áticos. At é hoj e é u ma soci edade mar cada por r el ações soci ai s hi er ar qui zadas por pri vil égi os que r epr oduze m u m al tí ssi mo ní vel de desi gual dade, i nj usti ça e excl usão soci al ( PCN, p. 20).

Nest e cont ext o são per ceptí vei s as desi gual dades educaci onai s expr essão da r eali dade br asil ei r a, at r el adas às quest ões pol íti cas que r evel am na sua essênci a bi pol ari zação de poder e saber, ant e ao cenári o capi t ali st a que em t er mos ger ai s expr essa cl ar a ment e essa di cot o mi a, mar gi nali zando part e da popul ação do si st ema, conf undi ndo seus di r eit os ci vi s, pel a ausênci a de escol ari zação e conseqüent e ment e consci ênci a de si e do seu mei o.

(11)

Al gué m t er á que ser r esponsabili zado por essa excl usão ou por essa negação do saber às cl asses subal t er nas quando os mes mos ci dadãos-tr abal hador es excl uí dos da escol a são excl uí dos de out r os di r eit os bási cos: di r eito à saúde, ali ment ação, sanea ment o, habi t ação, or gani zação e, sobr et udo excl uí do da t err a, dos bens de pr odução do poder e da ri queza que pr oduze m ( ARROYO, 1991, p. 22).

A educação, ação desenvol vi da entr e os homens, é o mei o de i nter ação, at r avés da tr ans missão da cul t ura, a qual ni ngué m escapa e nessa ação há u m envol vi ment o entr e o ensi nar e o apr ender, envol vendo assi m os i ndi ví duos e m hábi t os, co mport ament os, manei r as de agi r e pensar , l api dados no seu di a- a- di a educando-se entr e si f or mando a soci edade.

De acor do co m o coment ári o de Arr oyo, é mani f est o o cont r ast e na co mpl exa r eali dade do paí s, a mai ori a são negados seus pl enos di r eit os soci ai s pol íti cos e econô mi cos co m car act erí sti cas mar cant es de mi séri a; condi ção de vi da do tr abal hador expl or ado, assal ari ado co m bai xa escol ari zação que não di spõe de pouco, ou nenhu m acesso dos bens cult ur ai s, que l ut am di a- a- di a pel a sua sobr evi vênci a.

1. 1. 1 Educação e I nt egr ação Soci al

Todos os mo ment os do di a de t odos os di as da vi da er a m par a apr ender a ensi nar e de novo ensi nar e apr ender, vi vendo e bri ncando, tr abal hando e sendo [...] ( BRANDÃO, Carl os Rodri gues, Lut ar co m Pal avr as).

Educação, assi m, é anali sada e ent endi da co mo expr essão do ser hu mano, que t eci da e t r ansf or mada de ger ação a ger ação, especul a o conheci ment o r aci onal envol t a de saber es que se car act eri za como si st emáti ca, t eori zada e m t or no de pr opost a or denada e met ódi ca, congr uent e às nor mas e r egr as do mei o que coor dena m ent r e si , e m pr ol do pr ogr esso ci entífi co- soci al uni ver sali zado; e a educação assi st emáti ca pr esent es nas ações di ári as dos i ndi ví duos, at r el ada à cul t ur a, e mbar cada em cost u mes, cr ença e val or es, concepções de vi da, di ri gi da à r epr odução de co mpor t ament os e ações peculi ar es aos gr upos e m bases essenci ai s de conví vi o e sobr evi vênci a.

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A educação é ação exer ci da pel as ger ações adul t as sobr e as ger ações que não se encontr am ai nda pr epar adas par a a vi da soci al ( DURKHEI M apud TOMAZI, 1997).

A Asserti va condi z a t r anspar ent e ho mogenei dade da soci edade e m r ef or çar e per pet uar a educação at r avés dos seus me mbr os; I nstit ui ção co m cri t éri os que possi bilit a a r epeti ção e i mposi ção de pr i ncí pi os e padr ões or gani zados, co m tr ans missão contí nua de conheci ment os, e cont eúdos sel eci onados de acor do co m as necessi dades de vi da e co mpr o mi sso co m os i ndi ví duos par a absor ção no mer cado de tr abal ho e i nt egr ação e de acor do co m seu papel soci al .

A educação é u m at o de a mor e, port ant o, u m at o de cor age m. Não pode t e mer o debat e, a análi se da r eali dade; não pode f ugi r à di scussão cri ador a, sob pena de ser u ma f ar sa ( FREI RE, 2005, p. 32).

Segundo Paul o Fr ei re, dur ant e o pr ocesso educati vo, nas t rans mi ssões de conheci ment os, val ores, i déi as, par a i nserção dos i ndi ví duos no seu mei o é i mport ant e afl or ar a consci ênci a, críti ca const r uti va, par a despert ar às novas f or mas de saber, ações cri ador as perti nent es ao pr ogr esso ci entífi co, e que a parti r dessa pr opost a edi fi car novas i nf or mações nu ma r el ação de ent endi ment o e r eci pr oci dade.

1. 1. 2 Educação e as Desi gual dades Soci ai s

A conflit ant e desi gual dade soci al, vi sí vei s nas soci edades capi t alist as, excl udent e, of er ece u ma r eali dade t endenci osa, consci ênci a a mbí gua a qual a educação é u m j ei o de per pet uar esse quadr o caóti co e desumano.

A r el ação educação-trabal ho, cul t ur a-tr abal ho e ensi no-tr abal ho desde a anti gui dade gr ega, se mpr e f oi de excl usão, i st o é, que m est uda ou ensi na deve vi ver e m out r o mundo, que não é o do tr abal ho e dos negóci os ( TOMAZI , 1997, p. 91).

To mazi , evi dênci a nos pri mór di os da cul t ur a gr ega, ber ço da ci vili zação oci dent al , a r el ação entr e os ho mens quant o ao saber e o poder, r efl eti da nas épocas hi st óri cas nos seus aspect os excl udent es. Car act erí sti cas do hel eni s mo acent uadas ns soci edades di vi di das por cl asses, a esses ci dadãos da poli s ger al ment e oci osos e

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abast ados equi val ent e a 10 % da popul ação. Por di r eit o usufr uír am da pal avr a, ar gu ment os, deci sões, desti no da poli s, ci dade- est ado, e ao r est o da popul ação ho mens se m posses, mul her es, cri anças e escr avos a ci dadani a era negada.

A soci edade bur guesa moder na, que se er gue sobr e as r uí nas da soci edade f eudal , não aboli u os ant agoni s mos de cl asse [...]. A soci edade se di vi de cada vez mai s e m doi s vast os ca mpos i ni migos, e m duas gr andes cl asses di a met r al ment e opost as: a bur guesi a e o pr ol et ari ado ( MARX apud COTRI M, 2002, p. 266).

Nest e cont ext o mes mo di ant e dos avanços das soci edades, r egi str ados na hi st óri a, a hu mani dade per manece e mbr ut eci da quant o a ni vel ar a sua condi ção soci al ; há u ma di st ânci a di st or ci da de i nt er esses j ogo pol íti co exacer bado que r etr ocede m fi el ment e i magens às mai s anti gas ci vilizações; condenando- os a obedecer, r ecai ndo a hu mil de condi ção de ser vo, o t r abal ho al i enado aos seus pr ópri os i nt er esses e di r eit o e o senhor det ent or da f or ça e saber, dono t a mbé m das consci ênci as mani pul adas aos seus desej os, r el ação bi pol ari zada enl açadas de sonhos a f r ustr ações r ent es às mi séri as hu manas el encados de i númer as i nj usti ças soci ai s.

Nossa soci edade é aut orit ári a por que é hi er árqui ca, poi s di vi de as pessoas, e m qual quer ci r cunst ânci a, e m i nf eri or es, que deve m mandar. Não há per cepção ne m pr áti ca da i gual dade co mo u m di r eit o. Nossa soci edade t a mbé m é aut orit ári a por que é vi ol ent a, nel a vi gor a m r aci s mo, machi s mo, di scri minação r eligi osa e de cl asse soci al, desi gual dades econô mi cas das mai or es do mundo, excl usões cul t ur ai s e políti cas ( CHAUÍ , 2002, p. 229).

Chauí evi denci a a cu mpl i ci dade do capi tali s mo e m u m paí s que at r avessou gover nos aut orit ári os e pat er nali st as, enal t eceu a di t adur a milit ar, e que só a pouco vi u afl or ar nos seus r ecant os a de mocr aci a de f or ma tí mida di ant e da massa expl or ada, pr esa aos gril hões do anal f abeti smo, dese mpr ego, f o me, descaso quant o às pol íti cas públi cas e di st anci adas cada vez mai s dos seus di r eitos soci ai s, nul os à consci enti zação pol íti cas, pr esos ao conf ormi s mo i deol ógi cos e víti mas das mai s suti s f or mas e f açanhas de contr ol ar e mant er o poder.

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1. 2 Educação: Per specti va Pedagógi ca

Apr ender, ensi nar, parti ci par e m r el ações hi st óri cas, soci ai s, econô mi cas, e moci onai s, cul t ur ai s, af eti vas, i nt el ect uai s, l údi cas... É educação, co m passí vei s, múl ti pl os ol har es, pal avr as, gest os, co mport ament os na t ent ati va de apr ender e at uar no co mpl exo desenvol vi ment o de ensi no- apr endi zage m.

A hi st óri a da Educação l egou i mport ant es t eori as e m t or no do ensi no, const r uí das sob óti ca ci entífi ca, consi der ando o papel soci al da escol a quant o à t r ans mi ssão e assi mil ação do conheci ment o, e m contri bui ção par a o pr ogr esso e desenvol vi ment o da hu mani dade.

1. 2. 1 Pedagogi a da Excl usão e a Educação Popul ar

A desi gual dade educaci onal no Br asil l evou gr ande part e da popul ação de f or ma si mpl es o não acesso à escol a, por mei o do ensi no par a sub mi ssão, di ssi mul ar a m nos seus pr ocedi ment os as causas pri mor di ai s da evasão e r epet ênci a, i nseri dos, ocul t ament e, e m seus cont eúdos, que despr ovi dos da críti ca ao soci al , ali enou at r avés da sua Hi st ória consci ênci as que passi va ment e adestr avam suas ações ao medo, abandonando a educação f or mas i mbri cada à mão- de- obr a a mer cê do si st ema.

No Br asil col ôni a pr eval ece à educação hu mani st a e el eti st a dos padr es da co mpanhi a de Jesus ( ARANHA, 2000, p. 81).

Ar anha enf ati za na pol íti ca col oni zador a br asil ei r a o descaso quant o à educação popul ar, e m el evação, di f usão e conser vação da f é cat óli ca, por 210 anos, os j esuít as se r esponsabi li zar a m pel a educação dos fil hos dos senhor es de engenho, dos col onos, í ndi os e escr avos; tr ansf or mando e m fil hos de Co mpanhi a de Jesus, no ensi no das pri mei r as l et r as e t r ans missão da cul t ur a eur opéi a, educação aos mol des da escol a tr adi ci onal .

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A vi nda da f a míli a r eal e a i ndependênci a contri buí r am no senti do de que se ori ent asse a educação br asil ei r a par a f or mação das elit es di ri gent es. Assi m, o ensi no superi or e o secundári o passar a m a ser pri vil egi ados, e m pr ej uí zo do ensi no pri mári o e t écni co pr ofi ssi onal ( PI LETTI, p. 184).

Segundo Pill eti, a Hi stóri a dos br asil ei r os quant o ao aspect o educaci onal se mpr e f oi da excl usão à cl asse mai s hu mil de e nu mer osa, que assi stir am as i nú mer as tr ansf or mações pol íti cas, econô mi cas, soci ai s e cul t ur ai s, do paí s, pri nci pal ment e co m o advent o do capi t ali s mo na sua aci rr ada di vi são de saber e poder, mar gi nali zando, desqualifi cando nesses espaços o ensi no pri mári o e t écni co-pr ofi ssi onal , est ado e m que o i mpéri o t r ansf eri u par a a r epúbl i ca al go se m arti cul ação e f r ag ment ado pel a duali dade de i nt er esses, mul tif acet ado pel a escol a tr adi ci onal , fr ut o das exi gênci as e m el evar e enal t ecer a cl asse pri vil egi ada, e m detri ment o a educação popul ar.

O sucesso da i ndustri ali zação e o desenvol vi ment o das ci ênci as tr aze m al gu mas pr eocupações específi cas à escol a tr adi ci onal do sécul o XI X. Por u m l ado acent ua- se o duali s mo escol ar, que consi st e no f at o de exi stir u ma escol a par a elit e e out ra par a o seg ment o popul ar oper ári o ( ARANHA, 2000, p. 160).

Nest e cont ext o, a aut or a escl ar ece a di cot omi a r ei nant e ent r e as cl asses quant o à educação, mes mo per ant e a exi gênci a de i nstr ução par a a massa, ali ment ar a mão-de- obr a ur gent e do capi t ali s mo i ni ci al, é vi sí vel e ní vel de saber di r eci onada a bur guesi a, eliti st a, ari st ocr áti ca, e a cl asse oper ári a, o necessári o par a manut enção do seu ofí ci o.

1. 2. 2 Pedagogi a da Rede mocr ati zação e o Ensi no Popul ar

A r ede mocr ati zação do ensi no, na pr opost a de novos ca mi nhos par a educação, est á i nt er agi ndo ao mei o às ações i ndi vi duai s do ho me m, fr ent e às sucessi vas tr ansf or mações soci ai s, co m i deári o na at uação e desenvol vi ment o da capaci dade i nt el ect ual e m consonânci a co m t al ent o e esf or ço pr ópri os, arti cul ando- se assi m no paí s o ensi no co mo um si st ema, assu mi ndo novas unções, car act erí sti cas mar cant e da Escol a Nova, co m i nt ui t o de bases a r econstr ução naci onal .

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A educação f oi r epensada e fi zer a m- se al gu mas r ef or mas e r egul ament ações, ai nda eliti zant es, que mar cara m e defi ni r am t oda estr ut ur a educaci onal brasil ei r a [...] ( TOMAZI , 1997, p. 128).

To mazi el uci da a i nfl uênci a da escol a novi sta quant o ao seu i deár i o de desafi os e acol hi ment o ao novo, co mo pr opost a de r econheci ment o i ndi vi dual , a per specti va da pr opost a educaci onal , não negou as di ver gênci as enr ai zadas ao si st e ma; aos fil hos dos di ri gent es à base de ensi no hu maní sti co, a ci ênci a, passos deci si vos par a as uni ver si dades, aos filhos de t r abal hador es assal ari ados, o ensi no secundári o, pr ofi ssi onali zant e, r eproduzi ndo nesse enl ace o di st anci ament o, a cl assi fi cação ent r e

cl asses, cada um no seu r especti vo l ugar, assu mi ndo a sua “ nat ur al ” posi ção.

Cont r adi t ori ament e, o i deári o da escol a nova, cont ri bui u par a mai or eliti zação do ensi no, sobr et udo no Br asil. Ao dar ênf ase à quali dade e às exi gênci as de escol as apar el hadas e pr of essor es al t a ment e qualifi cados, col ocou a escol a públi ca e m posi ção i nf eri ori zada, i ncapaz de i ntr oduzi r as novi dades di dáti cas ( ARANHA, 2000, p. 171).

A aut or a enf ati za o i níci o da decadênci a do ensi no públi co e a eut opi a de equal i zar a educação sendo úni ca co m oport uni dades de mer cado entr e os br asil ei r os, e i nt egr ação dos gr upos, uni f or midade quant o ao públi co obri gat óri a, gr at uit o e l ei go, r equi sit os r el evant es a u ma educação de quali dade, o qual o poder públi co não apr esent ou co mpet ênci a e r esponsabili dade par a co m a massa em r eali zá-l os nos par â met r os pr ogr essi st a- ci entífi cos, agoni zando os sonhos popul ar es e a i mpl ant ação da de mocr aci a.

A queda do ní vel de ensi no r eper cuti u de f orma mai s dr ásti ca na escol a públi ca, obri gada a at ender a l ei ao pé da l etr a, enquant o as escol as parti cul ar es de cert a f or ma “ cont or nava m” as exi gênci as ofi ci ai s, [...] au ment ou a sel eti vi dade, f azendo que o ensi no superi or se desti nasse cada vez mai s aos il hós da elit e. Quant o às escol as públi cas o que se consegui u de f at o, f oi à f or mação de mão- de- obr a bar at a, não qualifi cada, pr ont a par engr ossar o “ exér cit o de r eser va” – t r abal hador es di sponí vei s par a e mpr egos de bai xa r e muner ação ( ARANHA, 2000, p. 177).

A asserti va il ustr a a ação da escol a t ecni ci st a, que apesar de mudanças quant o às r ei vi ndi cações educaci onai s são novas atri bui ções, obj eti vando a r econst r ução naci onal o ensi no públi co, dent r e r ef or mas e pr o mul gação de est at ut os, pr err ogati vas que vi abili zam ao ensi no f unda ment al , gi nasi al e col egi al, i ncl usi ve o

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ensi no superi or e ação supl eti va e m estí mul o e assi st ênci a t écni ca, as cont r adi ções er a m cl ar as, os di r eit os ci vi s, pol íti cos e soci ai s conti nuava m anti de mocr áti cos e os pri vil égi os ai nda pertenci am à cl asse domi nant e, r ei nando a manut enção das escol as parti cul ar es of ert adas pel o est ado, ação dúbi a dos gr andes di ri gent es e pr opri et ári os i nfiltr ados nas deci sões parl ament ar es.

1. 2. 3 Pedagogi a De mocr áti ca e Pr ogr essos na Educação Popul ar

Di ant e dos avanços e r ecuos e m que a educação popul ar vi venci ou, houve u m perí odo da Hi st óri a no paí s e m que desencadeou mai or parti ci pação do povo, co m a l ei de Di r etri zes e Bases da educação naci onal ( 4024/ 61), envol vendo t odos os gr aus e modali dades de ensi no, co m ca mpanha e m pr ol do ensi no par a a massa tr abal hador a e o at uant e mét odo de Paul o Fr ei r e de r eper cussão naci onal e i nt er naci onal , r epr esent ando na sua essênci a a al f abeti zação de adul t os co m a consci enti zação pol ítica, econô mi ca e soci al, a sua event ual parti ci pação na tr ansf or mação da r eal i dade, i nspi r ada nos pri ncí pi os de li ber dade e nas i déi as de

soli dari edade hu mana.

A fi m de supri r as defi ciênci as do ensi no, o gover no cri a or gani s mos de educação par al el a, co mo o MOBRAL ( Movi ment o Br asil ei r o de Al f abeti zação) e o pr oj et o MI NERVA, que at ravés do r ádi o e da t el evi são, co m a aj uda dos moni t or es se pr opõe a of er ecer o cur so supl eti vo 1º gr au ( ARANHA, 2000, p. 83).

Ar anha escl ar ece a ação gover na ment al à popul ação que co meça a r ei vi ndi car aos poder es gover na ment ai s seus di r eit os e parti ci pação às pol íti cas públi cas, e que essas conqui st as são u m r esgat e a Hi st ória do povo, excl usão do si st e ma, que r eapar ece co m novas per specti vas, e oport uni dade de i nt egr ação soci al , e mbor a u m pouco t ar di a, mai s r el evant e nos seus obj eti vos e m exer cer u ma f unção pr ecí pua par a esses i ndi ví duos, el evando sua pr ópri a transf or mação.

As massas descobr e m na educação u m canal par a u m novo st at us, e co meça m a exi gi r mai s escol a, co m u ma nova apar ênci a que não ti nha m – exi st e u ma corr espondênci a entr e as mani f est ações das massas e as r ei vi ndi cações. É o que cha ma mos de educação de massa ( FREI RE, 2005, p. 37).

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Paul o Fr ei r e pi onei r o, at r avés do seu mét odo na educação de ma ssa, el uci da u ma tr anspar ênci a nas ações e m r el ação ao avi va ment o de consci ênci a, e m r el ação à educação, úni co ca minho de mudança, r econstr ução e t r ansf or mação do ho me m no seu mei o, uma vez que as const ant es mudanças são passos par a o novo.

A l ut a soci al educa o modo co mo são conduzi das t odas as et apas, seus err os e acert os, ger a m u ma nova pedagogi a que i mpõe os movi ment os, de f or ma cada vez mai s pr of unda, a necessi dade do confr ont o dessa pr áti ca co m a educação que se r ecebe na escol a. A possi bili dade de di scuti r a sua condi ção de cl asse, a experi ênci a de parti ci pação de mocr áti ca, a l ut a coti di ana contra r el ações hu manas desi guai s, a descobert a do outr o co mo co mpanhei r o de ca mi nhada, o r espei t o ao seu modo de ser e a experi ênci a co mpartil hada ensi nar a m mui t o mai s ( KRUPPA, 1994, p. 140).

O pr ocesso de mudanças e t r ansf or mações da r eali dade educaci onal br asil ei r a est á at r el ado aos sonhos, nas mãos fi r mes do t rabal hador assal ari ado que i dentifi ca na educação i nstr ument o par a t r ansf or mação j ust a da soci edade e nesse despert ar j unt o ao cor po docent e, a ad mi ni str ação muni ci pal , est adual r ei vi ndi car dos pol íti cos públi cos o dese mpenho e fi deli dade nas suas pr áti cas, nu ma ação gest or a e de mocr áti ca, oi que o povo aos poucos per cebe sua f or ça e o cl ar ea ment o quant o os seus di r eit os e dever es co mo ci dadãos, di ant e do pr ogr esso e os l ar gos passos à consci enti zação pol íti ca.

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EDUCAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS: BREVE HI STÓRI CO NO

BRASI L

A evol ução das soci edades co m gr andes t r ansf or mações, cr esci ment o da popul ação, ur bani s mo, i ndustri ali zação, conqui st as ci entifi cas e t ecnol ógi cas, r equer e m aj ust a ment o, conheci ment o, e assi mil ação de novos padr ões cul t ur ai s, di ant e do capi t ali s mo nascent e e ávi do de descobert as concorr ent es de mer cado, r el egando as pol íti cas públi cas, sub mi ssas ao neoli ber ali s mo e às det er mi nações das cl asses do mi nant es.

A educação de Jovens e Adul t os no Br asil, r e mot a os t e mpos col oni ai s, quando os r eli gi osos exer ci am uma ação educati va mi ssi onári a co m adul t os, t ambé m no perí odo col oni al houve ações educati vas nesse campo, por é m quase nada f oi ofi ci ali zado ofi ci al ment e nesses períodos, devi do pri nci pal ment e à concepção de ci dadani a, consi der ados apenas co mo di r eit os das el it es econô mi cas ( PCN, p. 13).

No cont ext o hi st óri co do Br asil ao que se r ef er e a educação há u ma níti da separ ação de cl asses que envol ve di ver sos aspect os, co mo econô mi co, soci al, pr ofi ssi onal , pol íti co, ori undos da r el ação de saber e poder que aco mpanha a sub mi ssão entr el açada a cada mo ment o em que se er gue os pi l ar es das cl asses soci ai s que de f or ma sutil r eti r ou da popul ação seus di r eit os mai s pri mári os, at r avés de mecani s mos i nj ust os e destr ui dor es.

A educação de Jovens e Adul t os ve m sendo conheci da c o mo u m di r eit o desde os anos 30, ganhando r el evânci a co m a ca mpanha de Al f abeti zação das décadas de 30 e 40, co m os movi ment os de cul t ur a popul ar dos anos 60, co m o MOBRAL e o ensi no supl eti vo dos gover nos milit ar es e a f undação educar e m da nova r epúbli ca ( HADDAD, p. 15).

Haddad, no cont ext o hi st óri co enf ati za a i mport ânci a da educação de Jovens e Adul t os no senti do de r epar ar a defi ci ênci a ger ada pel o si st ema e a ação das pol íti cas públi cas que e mbor a mui t as vezes não pri ori zar a m e m suas pr opost as gover na ment ai s esse r esgat e, e mui t os out r os i ncl uír am co m mer ecedor es dest aques pr oj et os r el evant es, aut ênti cos par a o povo e m seu mei o e cul t ur a.

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Saber co mo pr odução, af et a a t odos os ho mens, que os const r oe m nas pr áti cas soci ai s e que deve ser r eparti do e apr opri ado por t odos, i gual ment e. Saber co m i nstr ução hi st óri ca, r esul t ado de r ef er ênci as que se super a m, e m f unção do pr ocesso de conheci ment o que vão sendo est abel eci dos. Saber não são apenas pri vil égi os de seus poucos que o pr oduze m o que são capazes de apr endê-l o, mas se col oca co mo r esul t ado da curi osi dade da i nvestigação e da t ent ati va dos ho mens de expli car a r eali dade ( SEC, 1998).

O ho me m suj eit o da sua pr ópri a Hi st óri a, transf or mador a da sua r eali dade at r avés da sua consci ênci a críti ca e m t or no do conheci ment o dos seus direit os e dever es co mo ci dadão, parti cipant e pr ocesso educati vo, r ei nvent ar suas conqui st a a cada

saber na constr ução de u m mundo mai s j usto de oport uni dades.

2. 1 Lei s Est aduai s

– Pr opost as Curricul ar es: EJA – Te mpo de

Apr ender II

I nseri da no cont ext o soci al, a educação de Jovens e Adul t os per mei a na soci edade e m consonânci a co m i ndi ví duos que vi ve m à mar ge m do soci al, r espost a pri mor di al àquel es que al mej avam a t er minali dade e certifi cação corr espondent e às exi gênci as de mer cado, el evação da aut o- esti ma corr esponde à at uação no mei o de f or ma mai s consci ent e apesar da f r agili dade apr esent ada nas suas pr opost as, o que não é r eali dade não r etir a da sua essênci a tr ansf ormador a.

AL DBEN nº. 9394/ 96 pr evê que a educação de Jovens e Adul t os se desti na àquel es que não ti ver a m acesso ( ou não der a m conti nui dade) aos est udos no ensi no f unda ment al e médi o na f ai xa et ári a de 7 a 17 anos, e deve m ser of er eci das em si st ema gr at ui t o de ensi no, co m oport uni dades educaci onai s apr opri adas, consi der ando as car act erí sti cas, i nt eresses, condi ções de vi da e de t r abal ho do ci dadão ( EJA, 2002, p. 17).

O Col égi o Est adual Carli na Bar bosa de Deus, atr el a a sua f unção sóci o- educati va, al é m do ensi no f undament al e médi o, à educação de Jovens e Adul t os, t e mpo de Apr ender Módul o II, abr açando a u m dos pri nci pai s pr obl emas que o paí s at r avessa a t ent ati va de i ncl usão de Jovens e Adul t os, ao mer cado de t r abal ho, r esgat ando sua aut o- esti ma, co m j ust a f or mação e at uação desses i ndi ví duos no seu mei o; excl uí dos dos seus di r eit os de ci dadãos por i nú mer as di fi cul dades que

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aco mpanhar a m suas vi das.

I mpl ant ando no Est ado da Bahi a e m agost o de 2007, pel a Secr et ari a de Educação – port ari a 2173/ 01; Di ário Ofi ci al de 03 e 04/ 03/ 2001 e a port ari a 14153/ 2004; Di ári o Of i ci al de 26/ 10/ 2004, aut ori zação – 69/ 2007 – pr opost a pedagogi a – r egi ment o escol ar.

O perfil sóci o- cul t ur al dos al unos do t e mpo de apr ender, e m sua mai ori a são os excl uí dos pel o si st ema, e me busca de mei os par a sobr evi ver, concorr e m à sua vaga no mer cado de trabal ho e acei t ação soci al.

A educação de Jovens e Adul t os, assi m co mo a educação e m ger al , não deve ser pensada co mo u ma quest ão i sol ada dos de mai s aspect os da soci edade ( políti cos, econô mi cos e soci ai s). Ant es de ser anali sada no cont ext o de si t uações estr ut ur ai s cuj as pol íti cas do ensi no, ao l ongo da Hi stóri a, t ê m sonegado a mai ori a da popul ação t ambé m o di r eit o de acesso aos conheci ment os si st e mati zados ( MACI EL apud SEC, 1998, p. 16).

Maci el , na asserti va anali sa a excl usão de i ndi ví duos do seu pr ópri o mei o, condenados à não par ti ci pação cul t ur al do seu povo, r ot ul ados como i ncapazes, f az-se necessári o r ever mecani s mos soci ai s r esponsávei s por essas anul ações e f ort al ecer no â mago de cada u m, a i mport ânci a de sua pr ópri a i denti dade cul t ur al.

As escol as públi cas apr esent a m aut onomi a par a at uar co m pr oj et os pol íti co-pedagógi cos que pri ori ze m essas seqüel as soci ai s decorr ent es dos pr ocessos educaci onai s.

O pr oj et o pol íti co pedagógi co Te mpo de Apr ender, of er ece aos Jovens e Adul t os aci ma de 20 anos, oport uni dade de concl ui r o ensi no médi o, e m 2 anos, segui ndo os módul os por di sci pli na, tr abal hadas dur ant e 2 ou 3 di as da se mana.

A t er minali dade nas suas pr opost as i ncl ui o t ur no not ur no, desti nado ao al uno tr abal hador. As bases dessa educação é enr i queci da pel as moder nas t ecnol ogi as – mul ti mei os, ( TV, ví deo, li vr os, fit as), – t el es sal as.

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O Col égi o Carli na Bar bosa de Deus ai nda of er ece u m a mpl o l abor at óri o de ci ênci as e bi bli ot eca de obr as vari adas, adapt ando o t e mpo e o rit mo de apr endi zage m do educando, of ert ando pri ori dade na quali dade do ensi no co m educador es co mpr o meti dos co m o dese mpenho e at uação nu ma educação vol t ada par a a i ncl usão soci al e of ert a no mer cado de t r abal ho, el evação da aut o- esti ma, despert ando os val or es de ci dadão e m cada u m, consci enti zando sobr e o seu mei o – quant o ao pol íti co, soci al, econô mico e cult ur al, na t ent ati va l ut ar por u ma soci edade mai s j ust a e i gualit ári a j unt o co m a co muni dade escol ar.

2. 1. 1 Resgat e ao Soci al e Pl eno Exer cí ci o da Ci dadani a At r avés da

Educação de Jovens e Adul t os

I nseri dos no pr ocesso de t r ansf or mação, o povo j á não cr uza t ant o os br aços, r eencontr am- se de f or ma acanhada as ações pedagógi cas, cobr ando os seus di r eit os, extr avasando seus pr ópri os espaços, a consci ênci a de mudança desabr ocha nas pr áti cas de conheci ment o que no col eti vo dese mbar ca na r efl exão que se f r ag ment a por mui t as vezes nas ações i ndi vi duai s, que não são f r eadas per ant e os obst ácul os, a massa co meça a dar os seus pri mei r os passos r ei vi ndi cat óri os e por excel ênci as ver dadei r as e tr anspar ent es.

O desafi o mai or da ci dadani a é a eli minação da pobr eza pol íti ca, que est á na r ai z da i gnor ânci a acer ca da condi ção de massa de manobr a. Não ci dadão é, sobr et udo que m, por est ar coi bi da de t o mar consci ênci a críti ca da mar gi nali zação que l he é i mpost a, não ati nge a oport uni dade de conceber u ma hi st óri a al t er nativa de or gani zar- se politi ca ment e par a t ant o. Ent ende i nj usti ça co mo desti no, f az a ri queza do outr o, se m del a parti ci par ( MAZZUOLI , 2002).

Ci dadani a e educação est ão entr el açadas, à medi da que a i deol ogi a capi t ali st a tr ans mit e seu conheci ment o par a r epr odução e manut enção das r el ações de poder, val or es de extr ema i mport ânci a f avor ávei s aos donos do capi t al , que mar car a m a ver dadei r a r eali dade, e o saber da f or ma que é t r ans miti do não l eva m a pensar, questi onar, deci di r e r efl etir sobr e a vi da e m si, e os i nt er esses ant agôni cos das duas cl asses, a escol a na mai ori a das vezes, assu me é i mpost a, obr i gat óri a, cont r ol a sub mi ssa aos que det é m o poder.

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É no espaço coti di ano que est a anul ação das di f er enças se dá cri ando il usão de i gual dade. Mas é t a mbé m no espaço coti di ano que as pessoas t r abal ha m e assu me m papéi s di f er ent es e contr ári os, segui ndo suas posi ções de cl asses. Port ant o, o véu que cobr e o coti di ano que apar ent ement e anul a as di f er enças, t a mbé m no coti di ano t e m possi bili dade de ser r ej eit ado. É nesse coti di ano que as pessoas descobr e m as contr adi ções que or gani za m os movi ment os, que l ut am pel os seus di rei t os [...] ( KRUPPA, 1994, p. 62).

No cont ext o, Kr uppa escl ar ece que no espaço do coti di ano, no di a-a- di a, sur ge m as contr adi ções, sob a óti ca do descaso quant o às pol íti cas públi cas, desvel ando as desi gual dades e expl or ações, i mpasses, per cebi dos pel a consci ênci a ant es ali enados r epri midas pel o si st ema que separ a o agi r e o pensar da cl asse tr abal hador a, e nesses espaços há possi bili dades de mudanças, t r ansf or mações que i mpul si ona a ação de mocr áti ca e parti cipati va e l eva a educação à qual i dade e pr áti cas pedagógi cas al cançávei s.

A educação se f az enquant o pr áti ca soci al, estr ei t ament e vi ncul ada a est a, t o mando e m cont a os saber es que os suj eit os pr oduze m al é m da escol a e que constitue m di mensões f or mador as de suas vi das – j ovens e adul t as. Per ceber de que modo suas hi st óri as de vi da são i mport ant es par a r el aci oná-l as a sua t r aj et óri a escol ar é (r e) si gnifi cá-l as, atri bui ndo-cá-l hes novos senti dos, do mes mo modo que, ao mes mo t empo, pr o move- se o r esgat e da sua aut o- esti ma ( ARROYO, 1991, p. 19).

As pr áti cas educati vas são f r ut os do mei o que val ori zadas nas ações si st e máti cas da escol a, enri quecer á o conheci ment o e enal t ecer á as di ver sas f or mas de saber, i nt er di sci pli nando al t ernati vas das vi vênci as ext eri or es, envol vi das na r ei nvenção, que mescl a o assi ste máti co a novas pr opost as, co m i deai s de r econst r ução e r edescobert as, fr ut o das ações col eti vas envol vi das no pr ocesso educati vo.

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3

A EDUCAÇÃO I NCLUSI VA EM CONSONÂNCI A COM A LÍ NGUA

PORTUGUESA: TEXT O NARRATI VO

– TEMPO DE APRENDER II

O Ensi no de l í ngua port uguesa no t e mpo de Apr ender II t e m obj etivo de encurt ar a di st ânci a entr e o al uno e a pal avr a, atr avés da l eit ur a r efl exi va e a conseqüent e pr odução de t ext o que l eve a i ndagação, r efl exão, nesse est udo de mundo, i ncor por ando u ma vi são def er ent e dos sí mbol os, par a a const ant e moti vação, a co mpr eender o t ext o narr ati vo – as f ábul as, co m i nt er pr et ações par al el as ao coti di ano e m assi mil ação e criti ci dade ao uni ver so e m que pert ence se i dentifi cando, se aut o- avali ando, no te mpo e no espaço e m que est á i nseri do.

Os cur sos desti nados à educação de Jovens e Adul t os deve m of er ecer a que m os pr ocur a t ant o a possi bili dade de desenvol ver as co mpet ênci as necessári as par a a apr endi zage m dos cont eúdos escol ar es, quant o à de au ment ar sua consci ênci a e m r el ação ao est ar no mundo, a mpl i ando a capaci dade de parti ci pação soci al no

exer cí ci o da ci dadani a (EJ A, 2002, p. 11).

A l í ngua port uguesa, a l í ngua mãe, e m que o conheci ment o é l egado a t odas as ár eas, f or mali za o uni ver so e por di ver sos pr ocessos or ai s e escrit os desenvol ve m modal i dades na l eit ura e pr odução do saber, co m r efl exões par ti ci pant es par a a aut ênti ca co muni cação, envol vi das e m co mpet ênci as e habili dades or gani zadas que r ege m a soci edade em cont e mpl ação ao pr ogr esso ci entífi co, mar avil hado co m a co mpr eensão, consci enti zador a que li bert a o ho me m das a marr as da i gnor ânci a, e que vai e m busca de u ma soci edade mai s j ust a, hu mana e i gualit ári a nas oport uni dades mani f est as e de mocr áti cas.

A obr a de art e lit er ária é a or gani zação ver bal si gni fi cati va da experi ênci a i nt er na e ext er na, a mpl i ada e enri queci da pel a i magi nação e por el a mani pul ada par a sugeri r as vi rt uali dades dest a experi ênci a. A modali dade especi fi cada di scur so l it er ári o, e moci onal , i magi nati vo, a mbí guo, i rôni co, par adoxal , al usi vo, met af óri co... et c. t ende a f azer da obr a u ma estr ut ur a de si gni ficado aut ôno ma que di ver ge pr of unda ment e do di scur so ci entífi co, ref er enci al, r aci onal , cognosciti vo e pur a ment e i nstr ument al ( CUNHA, 1990, p. 57).

O cont ext o r evel a a art e nos t r aços lit er ári os co mo expr essão da al ma hu mana, r evol vi da por mar cas e moci onai s, enri queci dos por u m a mpl o si gni fi cati vo mo ment o

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hi st óri co de cada época que ul tr apassa o i nt el ect o enquant o ci entífico; se não, assi m per deri a sua essênci a de lit er at ur a, co m pont os coer ent es; são assi m car act erí sti cas das f ábul as, dentr e t ant as outr as f or mas lit er ári as, narr a co m t oques i magi nári os at r avés das ações, cost u mes e co mport ament os hu manos, com per sonagens de ani mai s, envol vendo confr ont os, vai dades, sonhos, f ant asi as per soni fi cadas nas f al as de bi chos r etr at o da i magi nação e sabedori a co m sóli das i nt erpr et ações.

A f ábul a é u m gêner o que se basei a no pr ocesso al egóri co que per soni fi ca vi rt udes e ví ci os hu manos e m ani mai s ( LA FONTAI NE

apud CUNHA, 1990, p. 7).

A Hi st óri a r egi str a a f ábul a na sua cri ação co m o l egado gr ego-r o mano, aos cl ássi cos de Esopo e Fedr o, que car act eri zou per sonagens e si t uações pl ena ment e hu manas, co m ad miração por Jean de La Font ai ne, poet a e f abuli st a fr ancês, r enascenti st a f or a m co mpar ados a Ho mer o pai da lit er at ur a oci dent al e Dant e, poet as avessos ao li ris mo subj eti vo co m t r aços narr ati vos da época co m l i nguage m conci sa, el egant e e obj eti va, apesar de que o cont eúdo of er ece – conceit os utilit ári os da vi da, r etr at ando a r eali dade co m t eor de egoí s mo, mal í ci a, li berti nage m, val or es do di a- a- di a.

Um f a moso fil ósof o do sécul o passado, Fr ederi co Ni etl che, t ece u ma críti ca r adi cal à ci vili zação oci dent al, di zendo que el a educa os ho mens par a desenvol ver e m apenas o i nsti nt o de t art ar uga ( GLEI DSON apud CUNHA, 1990, p. 19).

O aut or r evel a a pl ena necessi dade de a educação er guer ci dadãos críti cos per ant e a sua r eali dade pol ítico- soci al, de t art ar uga que r ecol he, se esconde di ant e dos pri mei r os obst ácul os de vi da. A f ábul a narrati va co m t oda a sua essênci a lit er ári a, enri queci da pel os val or es, hu manos, não seri a u ma das al ter nati vas par a o despert ar do sono da ali enação? Na Educação de Jovens e Adul t os, t e mpo de Apr ender II, é pri mor di al atr avés desses t ext os de f ábul as narr ati vas, o despert ar par a essa avali ação na constr ução dos conheci ment os os pont os r el evant es que deve m ser abor dados, co m espaços par a críti ca e opi ni ões que r evel a m a si t uação at ual do paí s, al ém dos ví ci os a ser e m dependur ados e val or es exal t ados co m r enovador as do pr ocesso do saber.

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Co mpr eender e i nt er pr et ar é t r ansf or mar e m at os as possi bili dades que o t ext o dei xa e m abert o ( p. 15).

Enf ati zar a ação do t ext o – narr ati vo que de f or ma al egóri ca i ntr oduzi r á nas suas r efl exões di al éti cas de concei t os, pr ocedi ment os e atit udes de val or es mor ai s, é l evar o al uno t a mbém à apr endi zage m, no uni ver so do di scurso, susci t ando o cogni ti vo, sóci o- af eti vo, e m fl uênci a a t r ans mi ssão cul t ur al conti dos na medi ação do educador, que t r anscorr er á a senti dos fi ctí cios, mas essenci al ment e ati r a quant o à r econstr ução de conheci ment o sob a óti ca tr anspar ent e do pr ocesso consci enti zador do conheci ment o, e conseqüent e ação co m mudanças que enri quece a si e ao seu mei o, parti ci pando, l ut ando, acr edi t ando na i nver são do quadr o caóti co de sua Hi st óri a.

Todas as ati vi dades de l ei t ur a, das mai s el e ment ar es e coti di anas at é aquel as de mai s al t o val or est éti co ou ci entífi co, t em co mo fi nali dade a co muni cação no seu mai s a mpl o senti do a co muni cação co m os out r os ou consi go mes mo e possua u m si gni fi cado vi t al par a o suj ei t o que as r eali za ( PI ZANI; PI MENTEL, 1998, p. 23).

O car át er li bert ador é i ntr ansf erí vel na sua consu mação, nos bancos escol ar es, e m par ceri a educando e educador, el o de acei t ação quant o à mensage m, cú mpl i ces da sua pr ópri a ca mi nhada, expr essão dos senti ment os que se escl ar ece m o cada mo ment o r evel ador e assu me m assi m t r aços de per sonage m i nt egr ant es aos pr obl emas de suas vi das, par cei r as e m r ecri ar saí das, sust ent ácul os par a deci sões que i nf or ma, expli ca m, anali sa e por vezes convence e l eva ao i magi nári o, de f or ma poéti ca fi cci onal , dr a máti co a r eali dade i nst aur ada de i nj usti ças, agor a despi da, se m o véu de engano, l eit ur a e m que a co muni cação r eti r a as f endas dos ol hos, acor dando par a as l ut as r ei vi ndi cat óri as.

[...] Reconhecer que é o l eit or que r econstr ói o si gni fi cado i nt er agi ndo co m o t ext o, l eva a acei t ar a possi bili dade de que di f er ent es l ei t or es co mpr eende m u m mesmo t ext o de f or mas di f er ent es se m que i sso si gnifi que que uns co mpr eenda m e out r os não ( KAUF MAN; RODRI GUES, 1998, p. 27).

O t ext o é co mo u ma f err ament a par a r esponder e f azer nascer e m novas dúvi das e m t or no de di ver sos aspect os, e na mat uri dade, vi vênci a, experi ênci a de cada i ndi ví duo que a co mpr eensão t ext ual assu me di ver sas post ur as de ent endi ment o, e m

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car act erí sti cas pr ópri as cri st ali zadas na per sonali dade e nas pr áticas coti di ana. As mani f est ações são vari adas, r ápi das ou l ent as, que poder á ser r el aci onada i mpr esci ndi vel ment e co m o modo de ver a vi da e os seus di versos obst ácul os e i nú mer os ângul os, com suas event uai s saí das.

(28)

CONCLUSÃO

A Educação de Jovens e Adul t os e a sua i mpl ant ação e estr ut ur ação no Br asil , paí s mar cado por pr econceit os, est á atr el ada ao pr ocesso hi st óri co, com pr ogr essos or a si gni fi cati vos, or a irr el evant es, quant o à confiança, à aut ono mi a e acei t ação soci al.

Paí s capi t ali st a, desi gual dades soci ai s grit ant es, contr ast es r egi onai s, l adeados de i nú mer os pr obl emas, conseqüent es das pol íti cas públi cas, abr açados aos sonhos, ao t r abal hador e m mei o as gr andes mazel as r et or na m à escol a, acr edi t ando nas mudanças. O Col égi o Est adual Carli na Bar bosa de Deus, t orna esse obj eti vo possí vel , co m o pr oj et o pol íti co pedagógi co e m seu dese mpenho, di r eci onado ao Jove m e ao Adul t o, oport uni zando a r econstr ução à ci dadani a, i ncl usão soci al, at r avés do t e mpo de Apr ender II, r esgat ando val or es, bens cul t urai s, val ori zando os conheci ment os pr évi os, despert ando ao críti co- soci al. O Col égi o Est adual Carli na Bar bosa de Deus, com seri edade e co mpr omisso, at ende a essa de manda de Jovens e Adul t os que r et or na m ao col égi o, acr edi t ando e m si pr ópr i os e na at uação da i nstit ui ção públi ca assi m co mo no seu quadr o de f unci onári os- educador es envol vi dos no pr ocesso de t r ansf or mação e constr ução de u ma vi da pl ena e j ust a e m di r eit os que ca mi nha par a o pl eno exer cí ci o da ci dadani a. A escol a é manti da co m aj uda fi nancei r a da Secr et ari a de Educação do Est ado da Bahi a que of er ece r ecur sos hu manos, pedagógi cos, di dáti co-t ecnol ógi cos par a o sucesso do pr oj et o. O r esgat e a ci dadani a, atr avés da educação de Jovens e Adul t os, t empo de Apr ender II, r ei nvent a e acr edi ta a cada mo ment o na sua r econstr ução, no saber de f or ma consci ent e, parti ci pati va, fi el às l etr as r ei vi ndi cat óri as e ao pr ogr esso da soci edade.

(29)

REFERÊNCI AS

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(30)

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(31)
(32)

ANEXO A: A Ci garr a e a For miga

A CI GARRA E A FORMI GA

Tendo a Ci garr a cant ado dur ant e t odo o ver ão, vi u- se ao chegar o i nver no

se m nenhu ma pr ovi são

Foi à casa da For miga, sua vi zi nha, e ent ão l he di sse: - Queri da ami ga, podi a empr est ar- me um gr ão

que sej a, de arr oz, de f ari nha ou de f eij ão? Est ou morr endo de f ome.

- Faz t empo ent ão que não co me? – l he per gunt ou a For miga,

avar a de pr ofi ssão - Faz.

- E o que f ez a senhor a, dur ant e t odo o ver ão? - Eu cant ei – di sse a cigarr a. - Cant ou, é? Poi s dança, agor a!

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