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Paulo Cesar da Camara Monteiro Junior

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Academic year: 2021

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(1)

AN ´ALISE DO ACOPLAMENTO TERMOMEC ˆANICO EM LIGAS COM MEM ´ORIA DE FORMA

Paulo Cesar da Camara Monteiro Junior

TESE SUBMETIDA AO CORPO DOCENTE DA COORDENA ¸C ˜AO DOS PROGRAMAS DE P ´OS-GRADUA ¸C ˜AO DE ENGENHARIA DA UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO COMO PARTE DOS REQUISITOS NECESS ´ARIOS PARA A OBTEN ¸C ˜AO DO GRAU DE DOUTOR EM CIˆENCIAS EM ENGENHARIA OCE ˆANICA.

Aprovada por:

Prof. Theodoro Antoun Netto, PhD

Prof. Marcelo Amorim Savi, D.Sc.

Prof. Julio Cesar Ramalho Cyrino, D.Sc.

Prof. Pedro Manuel Calas Lopes Pacheco, D.Sc.

Prof. Alberto Paiva, D.Sc.

(2)

MONTEIRO JR., PAULO CESAR DA CAMARA

An´alise do Acoplamento Termomecˆanico em Ligas com Mem´oria de Forma [Rio de Janeiro] 2007

XXI, 150 p. 29,7 cm (COPPE/UFRJ, D.Sc., Engenharia Oceˆanica, 2007)

Tese – Universidade Federal do Rio de Janeiro, COPPE

1. Ligas com Mem´oria de Forma 2. Materiais Inteligentes

3. Acoplamento Termomecˆanico

(3)

Dedicat´

oria

(4)

“Vencer sem luta ´e triunfar sem gl´oria” Erwin Rommel

(5)

Agradecimentos

• Ao meu orientador Theodoro Antoun e co-orientador Marcelo Savi, pela opor-tunidade de conhecimento e pela inestimada ajuda;

• Aos meus amigos do LTS pela ajuda;

• ´A todos os t´ecnicos que ajudaram direta ou indiretamente fazendo com que este trabalho fosse poss´ıvel;

• `A Luciana Loureiro, pois sem ela nada disso seria poss´ıvel ou faria sentido; • Aos meus pais Paulo e Mar´ılia que sempre me apoiaram em todas as situa¸c˜oes; • `As minhas irm˜as Jacqueline e Christiane, pela paciˆencia durante os momentos

dif´ıceis:

• Aos alunos Bianca, Marcelo, Silvestre, Urbano e Xavier; • `As secret´arias Cassia, Danielle, Glace e Lucimar;

• Ao Programa de Engenharia Oceˆanica pelo suporte oferecido; • `A Agencia Nacional de Petr´oleo (ANP) pela bolsa concedida.

(6)

Resumo da Tese apresentada `a COPPE/UFRJ como parte dos requisitos necess´arios para a obten¸c˜ao do grau de Doutor em Ciˆencias (D.Sc.)

AN ´ALISE DO ACOPLAMENTO TERMOMEC ˆANICO EM LIGAS COM MEM ´ORIA DE FORMA

Paulo Cesar da Camara Monteiro Junior

Novembro/2007

Orientadores: Theodoro Antoun Netto Marcelo Amorim Savi

Programa: Engenharia Oceˆanica

As ligas com mem´oria de forma s˜ao importantes membros da classe de materiais ativos e possuem como caracter´ıstica a capacidade de recuperar grandes deforma¸c˜oes ap´os serem submetidas a um processo de aquecimento. Experimentos mostram que essas ligas apresentam um comportamento mecˆanico dependente da taxa de car-regamento, resultando em altera¸c˜oes significativas em suas propriedades mecˆanicas, f´ısicas, el´etricas, etc. O trabalho apresentado estuda a influˆencia da taxa de carrega-mento no comportacarrega-mento dessas ligas atrav´es da adi¸c˜ao dos termos de acoplacarrega-mento termomecˆanico. Para isso utiliza um modelo constitutivo anisot´ermico e o formalis-mo dos Materiais Padr˜ao Generalizados para a formula¸c˜ao das equa¸c˜oes constituti-vas. Os resultados obtidos incluem compara¸c˜oes com resultados experimentais, com o modelo isot´ermico, an´alises dos processos de transferˆencia de calor, influˆencia da taxa em carregamentos mon´otonos, c´ıclicos, pl´asticos e a an´alise, atrav´es do m´etodo de elementos finitos, de uma barra simples e de um sistema reticulado.

(7)

Abstract of Thesis presented to COPPE/UFRJ as a partial fulfillment of the requirements for the degree of Doctor of Science (D.Sc.)

ANALYSIS OF THERMOMECHANICAL COUPLING IN SHAPE MEMORY ALLOYS

Paulo Cesar da Camara Monteiro Junior

November/2007

Advisors: Theodoro Antoun Netto Marcelo Amorim Savi

Department: Engenharia Oceˆanica

Shape memory alloys are important members of the active materials class and have the ability to recover from great deformations upon a heating process. Ex-periments show that these alloys follow a mechanical behavior that is dependant on the load rate, resulting in significant changes on its mechanical, physical and electric properties. The following thesis studies the influence of the load rate on the behavior of these alloys through the addition of the thermomechanical coupling terms. In order to do that, it uses the anisothermal constitutive model and the formalism of the generalized standard material theory to formulate the constitutive equations. The results obtained include comparisons with the experimental results and the isothermal model, the convection analysis of the heat transfer processes, the load rate influence on monotone, cyclic and plastic processes and the analysis, via finite element method, of a simple bar and a truss system.

(8)

´Indice

Dedicat´oria . . . iii

Agradecimentos . . . v

Resumo . . . vi

Abstract . . . vii

Nota¸c˜oes e Conven¸c˜oes . . . xviii

1 Introdu¸c˜ao 1 2 As Ligas com Mem´oria de Forma 6 2.1 Pseudoelasticidade . . . 13

2.2 Mem´oria de Forma . . . 14

2.3 Transforma¸c˜ao de Fase Induzida por Temperatura . . . 16

2.4 Mem´oria de Forma Revers´ıvel . . . 17

2.4.1 Tipos de treinamento . . . 18

2.4.2 Limita¸c˜oes de Utiliza¸c˜ao . . . 19

2.5 Efeito All-Round de Mem´oria de Forma . . . 20

2.6 Plasticidade Induzida por Transforma¸c˜ao de Fase (TRIP) . . . 21

2.7 Aplica¸c˜oes . . . 22

3 Modelo Constitutivo 29 3.1 Materiais Padr˜ao Generalizados . . . 29

3.1.1 Potencial de Dissipa¸c˜ao . . . 33

3.1.2 Ligas com Mem´oria de Forma . . . 35

(9)

3.1.4 Transferˆencia de Calor . . . 46

4 Simula¸c˜oes Num´ericas 49 4.1 Procedimento Num´erico . . . 49

4.2 Verifica¸c˜ao do modelo . . . 50

4.3 Compara¸c˜ao do Modelo Acoplado e Desacoplado . . . 56

4.4 Verifica¸c˜ao do modelo de transferˆencia de calor . . . 60

4.5 Taxa de carregamento e Convec¸c˜ao Natural . . . 63

4.6 An´alise dos Parˆametros do Modelo . . . 70

4.6.1 An´alise do Parˆametro α . . . 70

4.6.2 An´alise do Parˆametro η . . . 72

4.6.3 An´alise do Parˆametro Ω . . . 76

4.7 Efeito Termoel´astico . . . 78

4.8 Carregamentos C´ıclicos . . . 79

4.9 Ensaios com Plasticidade . . . 92

4.10 Carregamentos C´ıclicos com Plasticidade . . . 102

5 Elementos Finitos 106 5.1 Formula¸c˜ao de Uma Barra com Mem´oria de Forma Utilizando Ele-mentos Finitos . . . 107

5.2 M´etodos de Solu¸c˜ao de Sistemas N˜ao-lineares . . . 110

5.3 Resultados de Elementos Finitos . . . 112

5.3.1 Barra de SMA . . . 114

5.3.2 Barra de SMA com Varia¸c˜ao de Espessura . . . 117

5.3.3 Barra de SMA com Gradiente de Temperatura . . . 120

5.3.4 Treli¸ca Warren com 11 Elementos . . . 123

(10)

Lista de Figuras

2.1 Calor espec´ıfico do NiTiHf, teste realizado no Laborat´orio de Ac´ustica

e Vibra¸c˜oes (LAVI), UFRJ. . . 6

2.2 Deforma¸c˜ao da estrutura cristalina de uma liga com mem´oria de forma. 7 2.3 Temperaturas de transforma¸c˜ao de fase. . . 8

2.4 Ensaio de DSC, realizado no LAVI, UFRJ. . . 9

2.5 Tipos de acomoda¸c˜ao da rede cristalina. . . 10

2.6 Transforma¸c˜ao de austenita em martensita n˜ao maclada. . . 11

2.7 Rela¸c˜ao macrosc´opica e microsc´opica das ligas SMA. . . 12

2.8 Pseudoelasticidade. . . 13

2.9 Pseudoelasticidade parcial. . . 14

2.10 Mem´oria de forma. . . 15

2.11 Transforma¸c˜ao de fase induzida por temperatura. . . 17

2.12 Mem´oria de forma revers´ıvel. . . 18

2.13 Efeito All Round. . . 20

2.14 Efeito de TRIP. . . 21

2.15 Tubo coletor de amostras hidrot´ermicas. . . 23

2.16 Diagrama de um sistema de atua¸c˜ao de primeira gera¸c˜ao. . . 24

2.17 Diagrama de um sistema de atua¸c˜ao de primeira gera¸c˜ao. . . 25

2.18 Diagrama de testes em tend˜oes com mem´oria de forma. . . 26

2.19 Esquema de fabrica¸c˜ao de um display 3D utilizando atuadores de SMA. 28 4.1 Curvas tens˜ao-deforma¸c˜ao experimentais com diferentes taxas obtidas por Shaw& Kyriakides (1995). . . 51

(11)

4.3 Resultados comparativos, deforma¸c˜ao acumulada-temperatura com ˙ε = 0.04s−1. . . 53

4.4 Resultados comparativos, tens˜ao-deforma¸c˜ao com ˙ε = 0.004s−1. . . . 53

4.5 Resultados comparativos, deforma¸c˜ao acumulada-temperatura com ˙ε = 0.004s−1. . . 54

4.6 Resultados comparativos, tens˜ao-deforma¸c˜ao com ˙ε = 0.0004s−1. . . . 54

4.7 Resultados comparativos, deforma¸c˜ao acumulada-temperatura com ˙ε = 0.0004s−1. . . 55

4.8 Resultado comparativo entre os modelos acoplado e desacoplado, tens˜ao-deforma¸c˜ao com ˙ε = 0.04s−1. . . 57

4.9 Resultado comparativo entre os modelos acoplado e desacoplado, tens˜ao-deforma¸c˜ao com ˙ε = 0.004s−1. . . 58

4.10 Resultado comparativo entre os modelos acoplado e desacoplado, tens˜ao-deforma¸c˜ao com ˙ε = 0.0004s−1. . . 58

4.11 Compara¸c˜ao dos modelos com e sem acoplamento da curva tens˜ao-deforma¸c˜ao na evolu¸c˜ao na temperatura, realizados com uma taxa de deforma¸c˜ao de ˙ε = 0, 04s−1. . . 59

4.12 Valores de hcalculado e hmedio para um fio de 0.3 mm de espessura. . . . 61

4.13 Valores de hcalculado e hmedio para uma haste de 6 mm de espessura. . 62

4.14 Resultados comparativos do modelo com hcalculado, hmedio e obtidos

por Prahlad (2003). . . 62 4.15 Resultados comparativos da curva tens˜ao-deforma¸c˜ao utilizando ar e

´agua como meio para ˙ε = 0, 04s−1. . . 64

4.16 Resultados comparativos da curva temperatura-deforma¸c˜ao acumu-lada utilizando ar e ´agua como meio para ˙ε = 0, 04s−1. . . 64

4.17 Resultados comparativos da curva tens˜ao-deforma¸c˜ao utilizando ar e ´agua como meio para ˙ε = 0, 004s−1. . . 65

4.18 Resultados comparativos da curva temperatura-deforma¸c˜ao acumu-lada utilizando ar e ´agua como meio para ˙ε = 0, 004s−1. . . 65

(12)

4.20 Resultados comparativos da curva temperatura-deforma¸c˜ao

acumu-lada utilizando ar e ´agua como meio para ˙ε = 0, 0004s−1. . . 66

4.21 Resultados comparativos da curva tens˜ao-deforma¸c˜ao num´erica e ex-perimental no ar e ´agua como meio para ˙ε = 0, 04s−1. . . 67

4.22 Resultados comparativos da curva temperatura-deforma¸c˜ao acumu-lada num´erica e experimental no ar e ´agua como meio para ˙ε = 0, 04s−1. 67 4.23 Resultados comparativos da curva tens˜ao-deforma¸c˜ao num´erica e ex-perimental no ar e ´agua como meio para ˙ε = 0, 004s−1. . . 68

4.24 Resultados comparativos da curva temperatura-deforma¸c˜ao num´erica e experimental no utilizando ar e ´agua como meio para ˙ε = 0, 004s−1. 68 4.25 Resultados comparativos da curva tens˜ao-deforma¸c˜ao num´erica e ex-perimental no ar e ´agua como meio para ˙ε = 0, 0004s−1. . . 69

4.26 Resultados comparativos da curva temperatura-deforma¸c˜ao num´erica e experimental no utilizando ar e ´agua como meio para ˙ε = 0, 0004s−1. 69 4.27 Influˆencia da varia¸c˜ao do parˆametro α nas curvas de tens˜ao-deforma¸c˜ao. 71 4.28 Influˆencia da varia¸c˜ao do parˆametro α na varia¸c˜ao da temperatura da amostra. . . 71

4.29 Efeito da varia¸c˜ao de η na curva tens˜ao-deforma¸c˜ao com ˙ε = 0.04s−1. 73 4.30 Efeito da varia¸c˜ao de η na curva deforma¸c˜ao acumulada-temperatura com ˙ε = 0.04s−1. . . 73

4.31 Efeito da varia¸c˜ao de taxa na curva tens˜ao-deforma¸c˜ao. . . 74

4.32 Efeito da varia¸c˜ao da taxa na temperatura. . . 74

4.33 Efeito da varia¸c˜ao de taxa na curva tens˜ao-deforma¸c˜ao. . . 75

4.34 Efeito da varia¸c˜ao da taxa na temperatura. . . 75

4.35 Influˆencia da varia¸c˜ao dos parˆametros ΩA e ΩM na curva tens˜ao-deforma¸c˜ao. . . 77

4.36 Influˆencia da varia¸c˜ao dos parˆametros ΩA e ΩM na varia¸c˜ao da tem-peratura da amostra. . . 77

4.37 Varia¸c˜ao da temperatura decorrente do efeito termoel´astico. . . 78

4.38 Curva tens˜ao-deforma¸c˜ao para um carregamento com freq¨uˆencia de 0, 3Hz. . . 80

(13)

4.39 Varia¸c˜ao da temperatura para um carregamento com freq¨uˆencia de 0, 3Hz. . . 80 4.40 Fra¸c˜oes volum´etricas para um carregamento com freq¨uˆencia de 0, 3Hz. 81 4.41 Deforma¸c˜ao de mem´oria de forma εM F para um carregamento com

freq¨uˆencia de 0, 3Hz. . . 81 4.42 Curva tens˜ao-deforma¸c˜ao para um carregamento com freq¨uˆencia de

3Hz. . . 82 4.43 Varia¸c˜ao da temperatura para um carregamento com freq¨uˆencia de

3Hz. . . 82 4.44 Fra¸c˜oes volum´etricas para um carregamento com freq¨uˆencia de 3Hz. . 83 4.45 Deforma¸c˜ao de mem´oria de forma para um carregamento com

fre-q¨uˆencia de 3Hz. . . 83 4.46 Curva tens˜ao-deforma¸c˜ao para um carregamento com freq¨uˆencia de

30Hz. . . 84 4.47 Varia¸c˜ao da temperatura para um carregamento com freq¨uˆencia de

30Hz. . . 84 4.48 Fra¸c˜oes volum´etricas para um carregamento com freq¨uˆencia de 30Hz. 85 4.49 Deforma¸c˜ao de mem´oria de forma para um carregamento com

fre-q¨uˆencia de 30Hz. . . 85 4.50 Porcentagem de austenita na descarga de cada ciclo para as

freq¨uˆen-cias de 1 a 30Hz. . . 87 4.51 Varia¸c˜ao m´axima de temperatura em cada ciclo para as freq¨uˆencias

de 1 a 30Hz. . . 87 4.52 Austenita residual na descarga (esq.) e varia¸c˜ao de temperatura (dir.)

para um ensaio c´ıclico de 1Hz e h = 0, 5W/m2K. . . 89

4.53 Austenita residual na descarga (esq.) e varia¸c˜ao de temperatura (dir.) para um ensaio c´ıclico de 1Hz e h = 10 kW/m2K. . . 90

4.54 Austenita residual na descarga para h = 0, 5W/m2K (esq.) e h =

10 kW/m2K (dir.) para um ensaio c´ıclico de 0, 1Hz a 30Hz . . . 90

(14)

4.56 Austenita residual na descarga em fun¸c˜ao da freq¨uˆencia de carrega-mento. . . 91 4.57 Termograma de um fio de NiTi obtido no ensaio de DSC realizado no

Lab. de Acustica e Vibra¸c˜oes (LAVI). . . 93 4.58 Tens˜ao cr´ıtica de transforma¸c˜ao de fase em fun¸c˜ao da temperatura. . 94 4.59 Tens˜ao de proporcionalidade e de ruptura em fun¸c˜ao da temperatura. 94 4.60 Resultados comparativos para curva tens˜ao-deforma¸c˜ao para um

en-saio de ruptura a 80oC. . . 96

4.61 Resultado num´erico para a curva deforma¸c˜ao pl´astica-temperatura para um ensaio a 80oC. . . 96

4.62 Resultados comparativos para curva tens˜ao-deforma¸c˜ao para um en-saio de ruptura a 100oC. . . 97

4.63 Resultado num´erico para a curva deforma¸c˜ao pl´astica-temperatura para um ensaio a 100oC. . . 97

4.64 Resultados comparativos para curva tens˜ao-deforma¸c˜ao para um en-saio de ruptura a 120oC. . . 98

4.65 Resultado num´erico para a curva deforma¸c˜ao pl´astica-temperatura para um ensaio a 120oC. . . 98

4.66 Resultados comparativos para curva tens˜ao-deforma¸c˜ao para um en-saio de ruptura a 140oC. . . 99

4.67 Resultado num´erico para a curva deforma¸c˜ao pl´astica-temperatura para um ensaio a 140oC. . . 99

4.68 Resultados comparativos para curva tens˜ao-deforma¸c˜ao para um en-saio de ruptura a 80oC. . . 100

4.69 Resultado num´erico para a curva deforma¸c˜ao pl´astica-temperatura para um ensaio a 80oC. . . 101

4.70 Resultados comparativos para curva tens˜ao-deforma¸c˜ao para um en-saio de ruptura a 100oC. . . 101

4.71 Curva tens˜ao-deforma¸c˜ao para um ensaio de 10 ciclos a 100oC com

(15)

4.72 Varia¸c˜ao das fra¸c˜oes volum´etricas para um ensaio de 10 ciclos a 100oC

com taxa de carregamento de 0, 004s−1. . . 103

4.73 Curva tens˜ao-deforma¸c˜ao para um ensaio de 10 ciclos a 100oC com taxa de carregamento de 0, 0004s−1. . . 104

4.74 Varia¸c˜ao das fra¸c˜oes volum´etricas para um ensaio de 10 ciclos a 100oC com taxa de carregamento de 0, 0004s−1. . . 104

4.75 Varia¸c˜ao da temperatura para um ensaio de 10 ciclos a 100oC. . . 105

4.76 Deforma¸c˜ao pl´astica para um ensaio de 10 ciclos a 100oC. . . 105

5.1 Compara¸c˜ao da curva tens˜ao-deforma¸c˜ao para os modelos num´erico e de elementos finitos a 100oC. . . 113

5.2 Compara¸c˜ao da curva tens˜ao-deforma¸c˜ao para os modelos num´erico e de elementos finitos a 0oC. . . 113

5.3 Barras de NiTi e composta com a¸co e NiTi. . . 114

5.4 Hist´orico de carregamento. . . 114

5.5 Curva tens˜ao-deforma¸c˜ao-temperatura para uma barra composta de SMA/A¸co. . . 115

5.6 Curva deslocamento no tempo para uma barra de NiTi e uma com-posta SMA/A¸co. . . 116

5.7 Curva deforma¸c˜ao no tempo para o elemento de NiTi e de a¸co. . . 116

5.8 Barras de NiTi com varia¸c˜ao no diˆametro. . . 117

5.9 Tens˜ao em cada elemento com a carga m´axima. . . 117

5.10 Tens˜ao-deforma¸c˜ao-temperatura em cada elemento. . . 118

5.11 Tens˜ao em cada elemento. . . 119

5.12 Deslocamento da ponta para uma barra com diˆametro de 2mm e com a barra de diˆametro vari´avel. . . 119

5.13 Barra de NiTi com gradiente de temperatura. . . 120

5.14 Varia¸c˜ao da temperatura no tempo para cada elemento. . . 121

5.15 Evolu¸c˜ao de β1 e β2 no tempo para cada elemento. . . 121

5.16 Evolu¸c˜ao da Deforma¸c˜ao no tempo para cada elemento . . . 122

(16)

5.18 Treli¸ca Warren com 11 Elementos. . . 123

5.19 Treli¸ca de a¸co nas configura¸c˜oes n˜ao-deformada e deformada. . . 124

5.20 Tens˜ao nos elementos diagonais 2, 6, 7 e 8. . . 125

5.21 Deslocamento do n´o 5 nas dire¸c˜oes x e y. . . 125

5.22 Treli¸ca de a¸co com os elementos 2 e 7 de SMA nas configura¸c˜oes n˜ao-deformada e deformada. . . 126

5.23 Curva tens˜ao-deforma¸c˜ao-temperatura para os elementos diagonais 2 e 7. . . 127

5.24 Deslocamento do n´o 5 nas dire¸c˜oes x e y. . . 127

5.25 Treli¸ca de a¸co com os elementos 6 e 8 de SMA nas configura¸c˜oes n˜ao-deformada e deformada. . . 128

5.26 Curva tens˜ao-deforma¸c˜ao-temperatura para os elementos diagonais 6 e 8. . . 129

5.27 Deslocamento do n´o 5 nas dire¸c˜oes x e y. . . 129

5.28 Treli¸ca de a¸co com os elementos 6 e 8 de SMA nas configura¸c˜oes n˜ao-deformada e deformada. . . 130

5.29 Curva tens˜ao-deforma¸c˜ao-temperatura para os elementos diagonais 6 e 8. . . 131

5.30 Deslocamento do n´o 5 nas dire¸c˜oes x e y. . . 131

5.31 Curva tens˜ao-deforma¸c˜ao para um elemento utilizando assimetria tra¸c˜ao-compress˜ao. . . 132

5.32 Treli¸ca de a¸co com os elementos 2, 6, 7 e 8 de SMA nas configura¸c˜oes n˜ao-deformada e deformada. . . 133

5.33 Curva tens˜ao-deforma¸c˜ao-temperatura para os elementos diagonais 6 e 8. . . 134

5.34 Deslocamento do n´o 5 nas dire¸c˜oes x e y. . . 134

5.35 Deslocamento em x para os todos os casos de treli¸ca. . . 136

(17)

Lista de Tabelas

2.1 Propriedades de diversos tipos de atuadores. . . 27 4.1 Tabela de propriedades do material obtidas atrav´es do ensaio

real-izado por Shaw& Kyriakides (1995). . . 52 4.2 Tabela de propriedades do material e caracter´ısticas do ensaio

real-izado por Prahlad & Chopra (2001). . . 61 4.3 Tabela de parˆametros Ω das Figuras (4.23) e (4.24). . . 76 4.4 Tabela de propriedades t´ermicas do material. . . 93 4.5 Tabela de propriedades mecˆanicas do material determinadas atrav´es

de ensaios experimentais realizados no Lab. de Tecnologia Submarina (LTS) em temperatura ambiente (25oC). . . 95

4.6 Tabela de propriedades do material utilizadas nas simula¸c˜oes deter-minadas atrav´es de ensaios experimentais realizados no Lab. de Tec-nologia Submarina (LTS). . . 95 5.1 Tabela de propriedades do material utilizadas nas simula¸c˜oes de

ele-mentos finitos obtidas por Tanaka et. al (1992). . . 112 5.2 Tabela de propriedades do material utilizadas nas simula¸c˜oes de

ele-mentos finitos obtidas por Tanaka et. al (1992). . . 126 5.3 Tabela de propriedades do material utilizadas nas simula¸c˜oes de

ele-mentos finitos obtidas por Tanaka et. al (1992). . . 133 5.4 Rela¸c˜ao de casos estudados. . . 135

(18)

Nota¸c˜

oes e Conven¸c˜

oes

Quantidades

Grandezas escalares a

Grandezas vetoriais ~a

Grandezas tensoriais de segunda ordem ˜a

Opera¸c˜oes

Produto escalar entre vetores a = ~b · ~c

Produto vetorial ~a = ~b × ~c

(19)

S´ımbolos A Austenita

B For¸cas termodinˆamicas

For¸ca termodinˆamica associada `a vari´avel β

B1 For¸ca termodinˆamica associada `a martensita induzida por tra¸c˜ao

B2 For¸ca termodinˆamica associada `a martensita induzida por compress˜ao

B3 For¸ca termodinˆamica associadas `a austenita

E M´odulo el´astico

f Fun¸c˜ao que define a superf´ıcie de escoamento H M´odulo de endurecimento cinem´atico

fI Fun¸c˜ao indicatriz associada `a superf´ıcie de escoamento

J Fun¸c˜ao indicatriz associada ao conjunto Π ˆ

J Fun¸c˜ao indicatriz associada ao conjunto Θ K M´odulo pl´astico

L Parˆametro de referˆencia para controle da tens˜ao cr´ıtica M Martensita maclada ou induzida por temperatura M+ Martensita n˜ao-maclada induzida por tens˜ao trativa

M− Martensita n˜ao-maclada induzida por tens˜ao compressiva

TA Temperatura acima da qual a austenita ´e est´avel

TC Temperatura cr´ıtica de transforma¸c˜ao de fase

(20)

T0 Temperatura de referˆencia para deforma¸c˜ao nula livre de tens˜ao

X For¸ca termodinˆamica associada `a deforma¸c˜ao pl´astica Y For¸ca termodinˆamica associada ao endurecimento isotr´opico Z For¸ca termodinˆamica associada ao endurecimento cinem´atico

α Parˆametro associado `a energia dissipada durante o ciclo de histerese β1 Fra¸c˜ao volum´etrica de martensita induzida por tra¸c˜ao

β2 Fra¸c˜ao volum´etrica de martensita induzida por compress˜ao

β3 Fra¸c˜ao volum´etrica de austenita

β4 Fra¸c˜ao volum´etrica de martensita induzida por temperatura

γ Vari´avel associada ao endurecimento isotr´opico ε Deforma¸c˜ao total

εij Tensor deforma¸c˜ao

εe Deforma¸c˜ao el´astica

εp Deforma¸c˜ao pl´astica

εR Deforma¸c˜ao residual m´axima

ζ Coeficiente de dilata¸c˜ao t´ermica φ Potencial de dissipa¸c˜ao

φ∗ Potencial de dissipa¸c˜ao complementar

ηA Parˆametro de dissipa¸c˜ao associado `a austenita

ηC Parˆametro de dissipa¸c˜ao associado `a martensita induzida por compress˜ao

ηci Parˆametro de acoplamento entre o endurecimento isotr´opico e a transforma¸c˜ao

(21)

ηck Parˆametro de acoplamento entre o endurecimento cinem´atico e a

transfor-ma¸c˜ao de fase

ηT Parˆametro de dissipa¸c˜ao associado a martensita induzida por tra¸c˜ao

λ Multiplicador de Lagrange associado `a plasticidade µ Vari´avel associada ao endurecimento cinem´atico

Π Conjunto de restri¸c˜oes associado `as vari´aveis β1, β2 e β3

ψ Densidade espec´ıfica de Energia livre de Helmholtz

Θ Conjunto de restri¸c˜oes associado `as vari´aveis β1, β2, β3 e β4

ρ Massa espec´ıfica σij Tensor tens˜ao

σC Tens˜ao cr´ıtica para in´ıcio de transforma¸c˜ao de fase

σY Tens˜ao de escoamento

(22)

Cap´ıtulo 1

Introdu¸c˜

ao

As primeiras experiˆencias na investiga¸c˜ao do efeito de mem´oria de forma ocor-reram em 1932, quando A. ¨Olander [1] observou o comportamento pseudoel´astico em ligas de Au-Cd. Em 1938, Greninger & Mooradian [2] observaram a forma¸c˜ao de martensita em ligas Cu-Zn. Em 1949, Kurdjumov & Khandros [3], estudaram o efeito de mem´oria de forma atrav´es do comportamento termomecˆanico da fase martens´ıtica em algumas ligas met´alicas. Em 1961, William J. Buehler [4, 5], do Naval Ordnance Laboratory observou a mem´oria de forma em ligas equiatˆomicas de NiTi, abrindo caminho para as primeiras aplica¸c˜oes industriais. No in´ıcio da d´ecada de 90 Walker et al. [6] e Jardine et al. [7] produziram os primeiros dep´ositos de NiTi em filmes finos, o que abriu uma nova frente de pesquisa para microatuadores. No meio da d´ecada de 90, Ullakko et al. [8] realizaram um dos primeiros experimentos com ligas ferromagn´eticas com mem´oria de forma FSMAs do inglˆes Ferromagnetic Shape Memory Alloys, por´em conseguiu apenas pequenas deforma¸c˜oes, em torno de 0,2%. Ap´os alguns anos e o desenvolvimento dos materiais utilizados, Murray et al. [9] aperfei¸coaram a produ¸c˜ao destas ligas e conseguiram, em experimentos, obter deforma¸c˜oes de at´e 10%. Em 2005, Lendlein et al. [10] desenvolveram os primeiros pol´ımeros com mem´oria de forma ativados por luz ultravioleta. V´arias ligas podem ser inclu´ıdas nesta classe de materiais, as mais utilizadas s˜ao NiTi que ´e chamada comercialmente de Nitinol. Algumas ligas tern´arias a base de NiTi foram criadas com objetivo de modificar as propriedades de transi¸c˜ao de fase, tais como NiTiHf,

(23)

NiTiPd, NiTiCu, etc. Outra classe de ligas muito utilizadas s˜ao as a base de Cu tais como CuAlNi e CuAlMn.

Muitos trabalhos tˆem sido realizados com o objetivo de investigar a influˆencia do acoplamento termomecˆanico e da taxa de carregamento no comportamento das ligas com mem´oria de forma. Pode-se citar desde os primeiros trabalhos realizados por Miyazaki [11] no in´ıcio da d´ecada de 80 que mostram a grande influˆencia do acoplamento termomecˆanico no comportamento do material ou dos trabalhos de Tanaka et al. [12] e Shaw & Kyriakides [13] na d´ecada de noventa que visando determinar a influˆencia da taxa de carregamento no comportamento do material. Os ´ultimos trabalhos realizados na investiga¸c˜ao destes fenˆomenos sugerem que a origem da dependˆencia da taxa de carregamento surge do acoplamento termomecˆanico [14], este tamb´em prop˜oe um modelo acoplado e investiga a propaga¸c˜ao da temperatura na amostra ao longo do processo de transforma¸c˜ao de fase. [15–18] prop˜oem modelos acoplados e investigam a influˆencia da taxa de carregamento no comportamento do material, analisam o comportamento em carregamentos c´ıclicos e a evolu¸c˜ao da temperatura decorrente de ambos os efeitos. Este assunto ainda gera uma s´erie de d´uvidas com rela¸c˜ao `a qual o fator que determina tais comportamentos, fazendo com que a investiga¸c˜ao perdure at´e que haja um consenso geral com rela¸c˜ao ao assunto. Este trabalho tem como objetivo analisar a influˆencia da taxa de carregamento e do acoplamento termomecˆanico nas propriedades e no comportamento termo-mecˆanico das ligas com mem´oria de forma SMAs, do inglˆes (Shape Memory Alloys). Resultados experimentais realizados por [13,19] mostram que o comportamento desse material a altas taxas de carregamento ´e seguido por um aumento significativo da temperatura. Alguns autores creditam a dependˆencia da taxa de carregamento ao acoplamento termomecˆanico [20], contudo este tema ainda ´e objeto de in´umeras pesquisas. Em [20, 21] os autores simularam carregamentos fora do limite quasi-est´atico, utilizando ´oleo como meio, o que reduziu as varia¸c˜oes de temperatura. Esses resultados mostram uma influˆencia pequena no efeito da taxa, o que pode in-dicar que a dependˆencia do comportamento do material com a taxa ´e causado pelo acoplamento termomecˆanico.

(24)

por Savi et.al [22,23], onde a formula¸c˜ao termodinˆamica ´e baseada no formalismo de materiais padr˜ao generalizados apresentado em [24]. Com isso, ´e poss´ıvel determinar as equa¸c˜oes referentes `a varia¸c˜ao de temperatura durante a transforma¸c˜ao de fase que ocorre no material.

A implementa¸c˜ao do acoplamento termomecˆanico permite observar e analisar uma grande variedade de fenˆomenos de dif´ıcil modelagem, o que trouxe uma con-tribui¸c˜ao relevante para o estudo e compreens˜ao das ligas com mem´oria de forma, uma vez que existem poucos modelos que tratam deste material com a abordagem anisot´ermica.

O conceito de materiais com mem´oria de forma j´a ´e bem conhecido por boa parte do meio cient´ıfico. O interesse criado pelas propriedades destes materiais tem feito com que mais cientistas dediquem seu trabalho no objetivo de desenvolver modelos cada vez mais completos e capazes de reproduzir os fenˆomenos com o maior realismo poss´ıvel.

V´arios modelos podem ser citados como contribui¸c˜oes importantes no desenvolvi-mento da hist´oria da modelagem de materiais com mem´oria de forma. Por n˜ao ser o objetivo deste trabalho, n˜ao ser´a feita uma discuss˜ao sobre as caracter´ısticas de tais modelos. Existe por´em uma boa quantidade de revis˜oes da parte de modelagem dispon´ıvel na literatura, dentre elas podem-se citar [25] e [26]. A discuss˜ao dos modelos que envolvem dependˆencia da taxa ´e um assunto de vital importˆancia e ´e abordado com detalhes a seguir.

A maior parte dos modelos que incluem a dependˆencia da taxa podem ser separa-dos em duas categorias: A primeira busca rela¸c˜oes constitutivas j´a com a dependˆen-cia intr´ınseca da taxa de carregamento, o que ´e muito utilizado na determina¸c˜ao do comportamento pl´astico de metais com altas taxas de carregamento [27]. A segunda utiliza modelos de transferˆencia de calor para acoplar os modelos quasi-est´aticos com a dependˆencia da taxa, dentre eles podem-se citar [28, 29]. Existem, portanto, algumas classes de modelos dispon´ıveis para tentar descrever o comportamento dos materiais com mem´oria de forma. Neste trabalho, opta-se por utilizar o modelo desenvolvido por Savi et al. [22,23], que ´e baseado no modelo de Fremond [31] e que pertence `a primeira categoria. O modelo proposto por Fremond ´e tridimensional

(25)

e apresenta as fases austen´ıtica (A) e martens´ıtica (M), sendo a fase martens´ıtica representada somente pelas suas variantes n˜ao macladas (M+) e (M). O modelo

proposto por Savi et al. ´e unidimensional e adiciona a variante maclada de marten-sita (induzida por temperatura) (M), o que permite descrever fenˆomenos de trans-forma¸c˜ao de fase decorrentes das varia¸c˜oes de temperatura. Mais adiante incluiu-se o fenˆomeno de plasticidade, permitindo incorporar o efeito revers´ıvel de mem´oria de forma TWSME, do inglˆes Two Way Shape Memory Effect, depois a assimetria tens˜ao-compress˜ao, fenˆomeno que ´e observado experimentalmente nessas ligas [32]. A seguir adicionou-se o fenˆomeno de plasticidade induzida por transforma¸c˜ao de fase TRIP, do inglˆes Transformation Induced Plasticity.

O modelo proposto por Savi et al. ´e intrinsecamente sens´ıvel `as varia¸c˜oes na taxa de carregamento, por´em seus trabalhos utilizam a temperatura prescrita ao longo dos processos mecˆanicos, n˜ao permitindo obter a resposta t´ermica do material. Com a adi¸c˜ao da parte t´ermica, permite-se incluir uma nova variedade de situa¸c˜oes e fenˆomenos, como estabiliza¸c˜oes em carregamentos c´ıclicos, mostrados em [33], [34] e aumento da temperatura durante o processo de carregamento mecˆanico em [35].

Uma vez que o acoplamento termomecˆanico pode exercer um papel fundamen-tal nesse sentido ´e necess´ario desenvolver o modelo constitutivo anisot´ermico. As equa¸c˜oes constitutivas s˜ao calculadas com o enfoque de materiais padr˜ao generaliza-dos adicionando um termo expl´ıcito de temperatura com as contribui¸c˜oes mecˆanicas de mem´oria de forma e plasticidade. Na constru¸c˜ao do termo t´ermico do modelo constitutivo ´e necess´ario levar em considera¸c˜ao as trocas de calor com o ambiente. Assume-se que as trocas de calor ocorrem por convec¸c˜ao, uma vez que este ´e o fenˆomeno de maior influˆencia durante os processos t´ermicos. A seguir o modelo ´e testado em diversas situa¸c˜oes de ensaios, desde puramente mecˆanicos, puramente t´ermicos, combina¸c˜oes de ciclos t´ermicos e mecˆanicos, etc. Depois, comparam-se os resultados obtidos com resultados experimentais existentes na literatura. A seguir realiza-se uma s´erie de ensaios com objetivo de explorar os fenˆomenos decorrentes da influˆencia t´ermica durante o processo de transforma¸c˜ao. Utilizam-se diversas taxas e ciclos mecˆanicos e procura-se determinar a resposta t´ermica do material em cada

(26)

limite el´astico para determinar a resposta t´ermica do fenˆomeno de plasticidade. Por fim, aplicou-se o modelo em um programa de elementos finitos com o objetivo de investigar fenˆomenos de n˜ao homogeneidade, tanto t´ermica quanto geom´etrica.

Quanto `a organiza¸c˜ao do texto, no primeiro cap´ıtulo, s˜ao apresentados os motivos que levaram a realizar este projeto, a seguir uma revis˜ao bibliogr´afica abordando desenvolvimento hist´orico das ligas com mem´oria de forma, dos modelos que tentam descrevˆe-la, de alguns experimentos na literatura que dizem respeito a este trabalho. Terminando com a descri¸c˜ao e posicionamento do trabalho em rela¸c˜ao ao que est´a sendo pesquisado ultimamente. A seguir, no cap´ıtulo 2, faz-se um apanhado sobre as caracter´ısticas metal´urgicas das ligas, dos processos que levam `a transi¸c˜ao de fase, os fenˆomenos associados `as suas propriedades e algumas aplica¸c˜oes industriais e cient´ıficas. No cap´ıtulo 3 ´e apresentada toda a formula¸c˜ao baseada no modelo de materiais padr˜ao generalizados, formula¸c˜ao que foi utilizada para a constru¸c˜ao do modelo e todas as etapas de seu desenvolvimento, incluindo a parte de transferˆencia de calor. No cap´ıtulo 4 ´e descrita a formula¸c˜ao de elementos finitos para aplica¸c˜ao em treli¸cas e casos de n˜ao-linearidades geom´etricas e t´ermicas. No cap´ıtulo 5, todos os resultados s˜ao apresentados e discutidos com detalhes. Por fim, no cap´ıtulo 6 s˜ao apresentadas as conclus˜oes finais e trabalhos futuros.

(27)

Cap´ıtulo 2

As Ligas com Mem´

oria de Forma

As ligas com mem´oria de forma apresentam uma s´erie de fenˆomenos termo-mecˆanicos associados `as transforma¸c˜oes martens´ıticas. Estas transforma¸c˜oes s˜ao classificadas como transi¸c˜oes de fase s´olido-s´olido de primeira ordem, ou seja, trans-forma¸c˜oes onde ocorre absor¸c˜ao ou libera¸c˜ao de calor, o que gera uma abrupta mu-dan¸ca no calor espec´ıfico [36]. Essa mumu-dan¸ca abrupta pode ser observada na curva de um ensaio para determina¸c˜ao do calor espec´ıfico para uma amostra de NiTiHf, Figura (2.1). Observa-se que quando ocorre a transi¸c˜ao, o calor espec´ıfico muda de forma significativa. 0 20 40 60 80 100 120 140 160 0.4 0.6 0.8 1.0 1.2 1.4 c p ( J/ g º C ) Temperatura(ºC)

(28)

As transforma¸c˜oes martens´ıticas s˜ao transi¸c˜oes de fase que ocorrem quando a austenita, cuja estrutura cristalina ´e c´ubica de corpo centrado, se transforma em martensita, cuja estrutura depende do tipo de transforma¸c˜ao sofrida. Pode-se exem-plificar essas transforma¸c˜oes atrav´es da mudan¸ca na estrutura cristalina sofrida por uma amostra de mem´oria de forma mostrada na Figura (2.2), sendo martensita maclada a variante induzida por temperatura e a n˜ao maclada, induzida por tens˜ao.

Figura 2.2: Deforma¸c˜ao da estrutura cristalina de uma liga com mem´oria de forma.

As transforma¸c˜oes de fase podem ser caracterizadas utilizando-se as tempera-turas em que o processo de mudan¸ca na estrutura cristalina do material inicia e termina, livre de tens˜oes. Definindo-se, As, temperatura a partir da qual come¸ca a

transforma¸c˜ao M → A, Af, temperatura em que termina a transforma¸c˜ao M → A,

Ms, temperatura em que inicia a transforma¸c˜ao inversa A → M e Mf, temperatura

em que termina a transforma¸c˜ao A → M. Vale lembrar que se o material estiver em uma temperatura acima de Af sem a presen¸ca de carga, ele ´e completamente

austen´ıtico. Da mesma forma, se o mesmo se encontrar em uma temperatura abaixo de Mf, mesmo com a presen¸ca de carga, ele ´e completamente martens´ıtico. Para

(29)

o material que inicialmente ´e puramente martens´ıtico, este atinge As e tem in´ıcio

a transforma¸c˜ao M → A que termina quando a temperatura atinge Af, a partir

deste ponto o material encontra-se totalmente na fase austen´ıtica. Ao resfriar-se o material, quando o mesmo atinge Ms d´a-se inicio `a transforma¸c˜ao inversa A → M

que termina quando a temperatura cai abaixo de Mf e o material novamente volta

a ser completamente martens´ıtico.

Deformação

Figura 2.3: Temperaturas de transforma¸c˜ao de fase.

As temperaturas de transi¸c˜ao de fase s˜ao identificadas experimentalmente utili-zando-se um calor´ımetro digital de varredura DSC, do inglˆes (Differential Scanning Calorimeter ). Os ensaios de DSC s˜ao realizados da seguinte forma: Dois recipientes s˜ao colocados sobre um termopar ultra-sens´ıvel, um contendo o material a ser ana-lisado e outro vazio como referˆencia. Ao aquecer/resfriar o conjunto, utilizando-se uma taxa de temperatura constante, o aparelho determina qual a quantidade de energia deve ser inserida no sistema composto pelos dois recipientes. Ao ocorrer a transi¸c˜ao de fase endot´ermica/exot´ermica, o aparelho controla o fluxo de calor fornecido para compensar a quantidade de calor que ´e cedida/absorvida pelo sistema.

(30)

de transforma¸c˜ao e a varia¸c˜ao de entalpia no processo, que fornece informa¸c˜oes sobre o calor latente da transi¸c˜ao de fase.

Este ensaio foi realizado no Laborat´orio de Ac´ustica e Vibra¸c˜oes, UFRJ, como uma t´ecnica de caracteriza¸c˜ao do material estudado, utilizando-se um calor´ımetro Netzsch DSC-200 F3. Alguns resultados ser˜ao apresentados mais adiante e utilizados nas simula¸c˜oes. Uma curva t´ıpica de DSC feita em uma amostra de NiTiHf produzida no Laborat´orio de Hidrogˆenio (LabH2), UFRJ, pode ser vista a seguir:

Figura 2.4: Ensaio de DSC, realizado no LAVI, UFRJ.

As transforma¸c˜oes de fase, em geral, podem ser classificadas de duas formas: Difusivas ou n˜ao-difusivas. As difusivas s˜ao tais que, uma nova fase s´o pode ser formada pelo movimento aleat´orio dos ´atomos em distˆancias relativamente grandes, portanto, s˜ao dependentes tanto do tempo quanto da temperatura. No caso das n˜ao-difusivas, n˜ao h´a migra¸c˜ao dos ´atomos, mas sim um rearranjo para produzir uma estrutura atˆomica mais est´avel. O fato de n˜ao haver migra¸c˜ao atˆomica durante a transforma¸c˜ao faz com ela seja independente do tempo e o movimento da superf´ıcie entre as duas fases ´e limitado apenas pela velocidade do som. Este tipo de transfor-ma¸c˜ao tamb´em ´e chamado de at´ermica, a transfortransfor-ma¸c˜ao martens´ıtica est´a inclu´ıda

(31)

nesta classe. ´E importante salientar que os termos “martensita” e “austenita” foram inicialmente usados para se referir `as fases que ocorrem no a¸co, por´em atualmente uma defini¸c˜ao mais abrangente relacionada com o resultado de uma transforma¸c˜ao de fase j´a ´e aceito [37]. Do ponto de vista termodinˆamico, as transforma¸c˜oes marten-s´ıticas s˜ao transi¸c˜oes de fase onde uma determinada quantidade de calor ´e absorvida ou liberada durante o processo, o que gera uma mudan¸ca abrupta do calor espec´ıfico do material durante a transi¸c˜ao mencionada anteriormente. Existe, por isso, uma histerese associada a este processo, cuja ´area representa a densidade de energia dis-sipada durante o processo. Uma outra caracter´ıstica deste tipo de transforma¸c˜ao ´e a possibilidade de coexistˆencia das fases em uma determinada faixa de temperatura. As transforma¸c˜oes martens´ıticas ocorrem basicamente em duas partes: a primeira ´e a deforma¸c˜ao da rede, que consiste em pequenos movimentos atˆomicos n˜ao aleat´o-rios necess´aaleat´o-rios para formar a nova estrutura a partir da antiga. A segunda parte, que pode ser chamada de acomoda¸c˜ao da rede, ocorre tanto pela mudan¸ca da forma quanto do volume da rede. No a¸co, por exemplo, ocorre por ambos os motivos, por´em no NiTi, apenas pela mudan¸ca de forma.

O processo de acomoda¸c˜ao, por sua vez, pode ocorrer de duas formas diferentes, por deslizamento ou por macla, Figura (2.5). O deslizamento ´e um processo per-manente de acomoda¸c˜ao, e ocorre na maior parte das estruturas martens´ıticas. A macla, por sua vez, apesar de n˜ao permitir acomoda¸c˜oes provocadas por mudan¸cas de volume, pode acomodar mudan¸cas de forma de maneira revers´ıvel. Nas ligas com mem´oria de forma, portanto, a macla ´e o processo predominante de acomoda¸c˜ao durante a transforma¸c˜ao.

(32)

A martensita possui, em geral, menos simetria que a austenita, conseq¨uente-mente existem v´arias formas da austenita se transformar em martensita, por´em s´o uma forma da martensita se transformar de volta para austenita. Isto pode ser visto na Figura (2.6), onde em (a) o material completamente austen´ıtico, e em (d) com-pletamente martens´ıtico. Durante o processo de (a) para (b) e (b) para (c) ocorre a deforma¸c˜ao da rede. Ap´os o resfriamento do material em estado austen´ıtico, ´e formada a variante martens´ıtica induzida por temperatura (maclada), ocorre ent˜ao, uma migra¸c˜ao das fronteiras na variante, essas fronteiras gˆemeas s˜ao chamadas twin boundaries e podem ser vistas nas variantes n˜ao macladas, Figura (2.6), a estrutura ent˜ao se torna inclinada. ´E importante notar que n˜ao importa qual seja a distribui¸c˜ao da martensita, s´o existe uma estrutura austen´ıtica poss´ıvel para a martensita se transformar. Conseq¨uentemente as variantes martens´ıticas devem retornar para a forma original, n˜ao deformada. Desta maneira, a forma criada pela acomoda¸c˜ao, devido ao movimento das fronteiras, s´o pode ser suportado pela pouca simetria da estrutura martens´ıtica, uma vez que a estrutura austen´ıtica, mais sim´etrica surge, a deforma¸c˜ao deve desaparecer.

(a) (b)

(c) (d)

(33)

Estas mudan¸cas na estrutura cristalina produzem diversos efeitos observ´aveis macroscopicamente: pseudoelasticidade, transforma¸c˜ao de fase induzida por tem-peratura, mem´oria de forma revers´ıvel e irrevers´ıvel, All Round Effect e TRIP.

Uma forma de visualizar a rela¸c˜ao entre a parte microsc´opica e a macrosc´opica durante a transforma¸c˜ao de fase do material ´e mostrada a seguir na Figura (2.7).

Deforma Remove a força Resfria Aquece Força Forma Cúbica Forma Maclada Forma Não-Maclada

Alta Temperatura

Baixa Temperatura

A

B

D

C

Fio de SMA Fio deformado de SMA Força Fio deformado de SMA Forma Não-Maclada

Figura 2.7: Rela¸c˜ao macrosc´opica e microsc´opica das ligas SMA.

Para a compreender o modelo constitutivo apresentado neste trabalho ´e necess´ario mostrar os fenˆomenos termomecˆanicos que ocorrem com as ligas com mem´oria de forma.

(34)

2.1

Pseudoelasticidade

A pseudoelasticidade ocorre em ligas com mem´oria de forma a uma temperatura superior a Af, ao aplicarmos um carregamento mecˆanico (tra¸c˜ao ou compress˜ao) o

material se comporta elasticamente at´e que a tens˜ao critica σC seja atingida, Figura

(2.8), quando d´a-se inicio `a transforma¸c˜ao de fase A → M+. Ao descarregar-se o

material a transforma¸c˜ao inversa M+ → A ´e experimentada, j´a que em T > A

f a

martensita n˜ao ´e est´avel livre de tens˜ao.

Figura 2.8: Pseudoelasticidade.

Os pontos A, B representam o in´ıcio e fim das transforma¸c˜oes de A → M+

enquanto C e D o in´ıcio e fim da transforma¸c˜ao M+ → A.

O la¸co de histerese observado ´e devido `a energia dissipada durante o processo de mudan¸ca de fase, sendo sua ´area a densidade de energia dissipada. Em ambos os casos existe, por´em, um limite para recupera¸c˜ao dessas deforma¸c˜oes, e este se d´a pelo limite el´astico da fase produto 1, a partir deste ponto o material passa a se

comportar plasticamente e a deforma¸c˜ao n˜ao mais pode ser recuperada.

1Fase onde existe uma mistura de austenita A e martensita, neste caso, a variante induzida por

(35)

Se, no entanto, a liga estiver em uma temperatura T , tal que As < T < Af,

ou seja, de forma que ainda possam existir partes da liga na fase martens´ıtica e procedermos da mesma forma carregando e posteriormente descarregando o material, ap´os ocorrer as transforma¸c˜oes M+→ A, e depois na descarga A → M+ nem toda

a deforma¸c˜ao ser´a recuperada, visto na Figura (2.9), ocasionando o surgimento de uma deforma¸c˜ao residual εRes, esta s´o pode ser recuperada elevando-se a temperatura

acima Af. Este fenˆomeno ´e tamb´em chamado de pseudoelasticidade parcial e pode

ser considerado uma mistura de pseudoelasticidade e mem´oria de forma.

Res

Figura 2.9: Pseudoelasticidade parcial.

2.2

Mem´

oria de Forma

Considera-se uma amostra com uma estrutura martens´ıtica M, obtida a par-tir do resfriamento da mesma a uma temperatura inferior a Mf. Com a aplica¸c˜ao

de um carregamento mecˆanico obt´em-se, inicialmente, uma resposta el´astica vista no segmento OA, at´e que a tens˜ao cr´ıtica de transforma¸c˜ao de fase σC seja

(36)

volta a se comportar elasticamente at´e a amostra ser descarregada em CD. Para retornar a geometria original da amostra, ´e necess´ario aquecˆe-la a uma temperatura superior a Af trecho DE, promovendo, assim, a recupera¸c˜ao da deforma¸c˜ao residual

εR. Na pr´atica, a diferen¸ca entre a geometria obtida acima de Af e abaixo de Mf ´e

insignificante, pois a deforma¸c˜ao induzida durante o resfriamento ´e algumas ordens de grandeza menor que a deforma¸c˜ao εR induzida por tens˜ao e recuperada durante

o aquecimento, como mostra a Figura (2.10).

T e m p e r a t u r a O A B C D E D e fo rm a çã o T e n sã o R

Figura 2.10: Mem´oria de forma.

Neste tipo de efeito, tamb´em chamado de pseudoplasticidade, o material sofre uma deforma¸c˜ao “permanente”, uma vez que esta permanece ap´os a descarga, por´em pode recuperar sua forma inicial ao ser aquecido acima da temperatura de transi¸c˜ao Af. A temperatura de transi¸c˜ao depende dos n´ıveis de tens˜ao na fase martens´ıtica

e, em geral, na maior parte das ligas cresce com o aumento da tens˜ao. Tipicamente deforma¸c˜oes de at´e 8% ou at´e mesmo de 11% podem ser recuperadas.

(37)

Existe, por´em, uma tens˜ao cr´ıtica acima da qual podem ser causados danos perma-nentes `a liga. Esta tens˜ao cr´ıtica ´e menor que sua verdadeira tens˜ao de escoamento e define o limite superior no qual esta pode ser utilizada sem causar preju´ızos ao efeito de mem´oria de forma [38]. O fenˆomeno de mem´oria de forma ocorre uma vez, e s˜ao necess´arios tratamentos t´ermicos adequados para se obter mais ciclos completos. No entanto, deve-se tomar cuidado tanto no superaquecimento quanto na sobrecarga do material, pois pode levar a degrada¸c˜ao do efeito de mem´oria de forma.

2.3

Transforma¸c˜

ao de Fase Induzida por

Temperatura

Considera-se agora que a liga se encontra a uma temperatura T > Af e livre de

tens˜oes. O material est´a, portanto, na fase austen´ıtica A. Partindo do ponto A, Figura (2.11), com o decr´escimo da temperatura, a estrutura cristalina experimenta uma transforma¸c˜ao de fase de A → M, este processo ´e iniciado em T = Ms (ponto

B) e se desenvolve at´e a temperatura T = Mf (ponto C), a partir do qual o material

passa a ser totalmente martens´ıtico. Elevando-se a temperatura, a partir do ponto D, ao atingir AS, observa-se a transforma¸c˜ao inversa M → A (trecho DA), que persiste

at´e que a temperatura Af seja alcan¸cada (ponto A). Este fenˆomeno pressup˜oe trˆes

regi˜oes distintas, duas delas relacionadas aos trechos lineares que correspondem a expans˜ao/contra¸c˜ao t´ermica das fases austen´ıtica e martens´ıtica e uma regi˜ao onde h´a um la¸co de histerese relacionado aos trechos de transforma¸c˜ao de fase.

(38)

Figura 2.11: Transforma¸c˜ao de fase induzida por temperatura.

2.4

Mem´

oria de Forma Revers´ıvel

O efeito revers´ıvel de mem´oria de forma, ou em inglˆes Two Way Shape Memory Effect (TWSME), ´e alcan¸cado atrav´es de treinamento usando ciclos termomecˆanicos. Este processo de treinamento resulta, em geral, na mem´oria da forma do material em alta e baixa temperatura. Este efeito depende somente da temperatura, o que significa que uma mudan¸ca de temperatura causar´a mudan¸ca na forma. Vale salien-tar que a liga tamb´em consegue “memorizar” formas intermedi´arias `as assumidas nas temperaturas altas e baixas. No efeito de mem´oria de forma, uma vez que o ciclo individual de deforma¸c˜ao e aquecimento ´e terminado, a liga necessita ser de-formada novamente para que possa ser repetido o fenˆomeno. No efeito revers´ıvel, por´em, somente a temperatura deve variar para que o efeito ocorra. A quantidade de deforma¸c˜ao recuperada ´e, no entanto, menor que no efeito irrevers´ıvel. Durante o treinamento a liga passa por um processo de fadiga termomecˆanica, o que pode levar `a efeitos indesej´aveis tais como: Eleva¸c˜ao da temperatura de transforma¸c˜ao, aumento do ciclo de histerese e aumento dos n´ıveis de deforma¸c˜ao residual n˜ao re-cuper´avel. Pode-se observar um dos tipos de treinamento a seguir na Figura (2.12), em (a) mostra-se a deforma¸c˜ao e seu processo cont´ınuo de carregamento pl´astico no treinamento da liga. Em (b) pode-se observar que durante todo o treinamento

(39)

mant´em-se a temperatura constante. Ap´os a fase inicial, ao variar-se apenas a temperatura obt´em-se o efeito revers´ıvel de mem´oria de forma, observando-se que mudando apenas a temperatura ocorre a varia¸c˜ao de deforma¸c˜ao.

(a)

(b)

Figura 2.12: Mem´oria de forma revers´ıvel.

A seguir algumas formas de obter este efeito atrav´es de m´etodos diferentes s˜ao mostradas.

2.4.1

Tipos de treinamento

Para que as ligas com mem´oria de forma possam apresentar o efeito revers´ıvel, ´e necess´ario realizar alguns processos termomecˆanicos, a estes processos chamamos de treinamentos. Existe uma grande variedade de formas de atingir o efeito necess´ario, a seguir alguns destes tipos de treinamento s˜ao apresentados.

Treinamento por deforma¸c˜ao na fase martens´ıtica

A liga ´e resfriada abaixo de Mf e ent˜ao deformada para al´em dos limites de

recupera¸c˜ao completa. Quando reaquecida `a fase austen´ıtica, a liga n˜ao recupera completamente sua forma original n˜ao deformada devido `a deforma¸c˜ao pl´astica

(40)

im-da mem´oria de forma ´e perdiim-da. Se, no entanto, a liga ´e resfriaim-da novamente at´e a fase martens´ıtica, ela ir´a de forma espontˆanea reverter o processo de deforma¸c˜ao excessiva e retornar `a forma original.

Treinamento por carregamento c´ıclico

Este procedimento consiste em fazer ciclos de mem´oria de forma repetidamente at´e que o material apresente o comportamento de mem´oria de forma revers´ıvel. Um ciclo t´ıpico de mem´oria de forma consiste no resfriamento da liga abaixo de Mf e

deforma¸c˜ao abaixo do n´ıvel m´aximo de tens˜ao, a liga ´e posteriormente aquecida para recuperar a forma original n˜ao deformada. Ap´os um determinado n´umero de ciclos, em geral de 10 a 15, o material espontaneamente come¸ca a mudar de forma quando resfriado, tendendo a assumir a deforma¸c˜ao e a forma que foi induzida durante o processo c´ıclico. Esta mudan¸ca espontˆanea atinge, em geral, de um quinto a um quarto da deforma¸c˜ao imposta durante o treinamento. Por exemplo, se a deforma¸c˜ao imposta e recuperada durante o ciclo de treinamento ´e de 6%, ent˜ao o efeito revers´ıvel apresentar´a uma deforma¸c˜ao recuper´avel em torno de 1 a 2%.

2.4.2

Limita¸c˜

oes de Utiliza¸c˜

ao

O efeito revers´ıvel de mem´oria de forma apresenta uma s´erie de limita¸c˜oes na sua utiliza¸c˜ao, dentre elas pode-se citar o limite da quantidade de deforma¸c˜ao que pode ser recuperada na mem´oria de forma revers´ıvel. Em geral esse limite ´e de aproxi-madamente 2%. A assimetria aquecimento-resfriamento, ´e outra limita¸c˜ao associada `a diferen¸ca na atua¸c˜ao entre os dois processos, como j´a foi verificado experimental-mente, e faz com que o material produza for¸cas pequenas durante o processo de resfriamento e grandes no aquecimento. O limite m´aximo de temperatura, tamb´em ´e uma limita¸c˜ao, uma vez que se o material ultrapassar determinada temperatura, que depende de v´arios fatores (composi¸c˜ao, tratamento t´ermico, etc.), pode oca-sionar a diminui¸c˜ao ou perda do efeito.

(41)

2.5

Efeito All-Round de Mem´

oria de Forma

O efeito all-round ou ARSME do inglˆes All-Round Shape Memory Effect foi des-coberto por Honma et al. [39] em 1981 no Jap˜ao. Ele ´e essencialmente um efeito revers´ıvel de mem´oria de forma, sendo suas formas em alta e baixa temperatura exa-tamente inversas. A amostra de mem´oria de forma se curva numa posi¸c˜ao quando aquecida e na posi¸c˜ao oposta quando resfriada. O crit´erio metal´urgico respons´avel pelo efeito ´e diferente do efeito revers´ıvel, e est´a apresentado em [40]. Os m´etodos de treinamento tamb´em s˜ao diferentes dos utilizados no efeito revers´ıvel, e s´o podem ser obtidos nas ligas de NiTi que possuem mais de 50,5% de Ni e ap´os o envelhecimento da liga a 400C por 50 horas. Neste processo de envelhecimento ocorrem

precipi-ta¸c˜oes, que resultam em part´ıculas que produzem uma tens˜ao contr´aria, o que causa o dobramento quando o material ´e carregado, descarregado e depois resfriado [41]. O efeito all round pode ser visto na Figura (2.13).

(42)

2.6

Plasticidade Induzida por Transforma¸c˜

ao de

Fase (TRIP)

A transforma¸c˜ao de fase nas ligas com mem´oria de forma est´a associada a um efeito pl´astico mesmo em carregamentos dentro da superf´ıcie de escoamento. O mecanismo que contribui para a n˜ao-linearidade deste fenˆomeno ´e o processo de acomoda¸c˜ao e orienta¸c˜ao durante a transforma¸c˜ao de fase.

Durante a transforma¸c˜ao, parte do material (micro-regi˜ao) muda de volume e por conseq¨uˆencia de forma. Para que haja compatibilidade entre esta micro-regi˜ao e sua vizinhan¸ca, deve haver uma compensa¸c˜ao ou acomoda¸c˜ao, o que gera tens˜ao nos gr˜aos do material. Na maior parte dos casos essa diferen¸ca de forma leva a plastifica¸c˜ao da pr´opria micro-regi˜ao ou at´e de sua vizinhan¸ca. O desenvolvimento das tens˜oes locais ´e diretamente influenciada pela tens˜ao aplicada externamente no material. A combina¸c˜ao destes dois campos de tens˜ao gerados interna e externa-mente no material pode iniciar ou consumar o processo de plastifica¸c˜ao no material. Este efeito mecˆanico associado `a transforma¸c˜ao de fase ´e denominado TRIP, do in-glˆes Transformation Induced Plasticity. Na figura (2.14) pode-se ver o efeito deste fenˆomeno atrav´es da deforma¸c˜ao residual εT rip observada ap´os o descarregamento.

Trip

(43)

2.7

Aplica¸c˜

oes

A primeira aplica¸c˜ao dessas ligas ocorreu no final da d´ecada de 60, mais precisa-mente em 1969 quando a Raychem Corporation produziram uma junta de acopla-mento para tubos, utilizadas em avi˜oes militares que foram chamadas de CryofitTM.

Em 1971, Andreasen et al. [42] utilizaram pr´oteses ortodˆonticas com fios de mem´oria de forma, sendo uma das primeiras aplica¸c˜oes biom´edicas dessas ligas. Em 1973, Cutright et al. [43] utilizaram as ligas com mem´oria de forma para aplica¸c˜oes or-top´edicas pela primeira vez. Ainda no in´ıcio da d´ecada de 80, Cragg et al. [44] estudaram a possibilidade de produzir dispositivos para impedir a constri¸c˜ao de vasos sang¨u´ıneos Stents com mem´oria de forma.

A histerese apresentada pelas ligas com mem´oria de forma possibilita alcan¸car altas densidades de trabalho, realizar grandes recupera¸c˜oes de deforma¸c˜ao e gerar altos n´ıveis de tens˜ao, caracter´ısticas ideais para diversas aplica¸c˜oes de alta perfor-mance, por exemplo: m´edicas, aeron´auticas, aeroespaciais [45,46] e at´e na ind´ustria do petr´oleo. As ligas com mem´oria de forma tamb´em apresentam uma grande capaci-dade de amortecimento, muito maior que dos materiais convencionais. Desta forma, tˆem sido utilizadas no projeto de estruturas anti-terremoto e anti-furac˜ao [47, 48]. Mais recentemente, filmes-finos de mem´oria de forma tˆem sido utilizados na con-fec¸c˜ao de micro-atuadores, pois podem produzir densidades de trabalho da ordem de 50 MJ/m3, o que excede qualquer outro material utilizado para este fim [49]. Os

filmes-finos produzidos com estas ligas podem ser aquecidos em milisegundos por efeito Joule, mesmo utilizando-se baixas voltagens (∼ 5V ) e, ao contr´ario de fios e barras, possuem baixa rela¸c˜ao entre superf´ıcie e volume, possibilitando grandes taxas de resfriamento e fazendo com que sejam utilizados em chaves com freq¨uˆen-cias de acionamento da ordem de 100Hz [50,51]. Atualmente as aplica¸c˜oes em micro escala s˜ao micro-garras [52], micro-bombas [53] e chaves utilizando micro-vigas em balan¸co [54,55], a maioria destas aplica¸c˜oes se baseia e utiliza o efeito de mem´oria de forma e requerem um mecanismo de restitui¸c˜ao para que a atua¸c˜ao seja completa.

(44)

No entanto, micro-dispositivos utilizando alguns materiais do tipo FGM, do in-glˆes Functionally Graded Materials, materiais que possuem diferentes distribui¸c˜oes de suas propriedades f´ısicas, mecˆanicas ou el´etricas ao longo de sua geometria, s˜ao capazes de apresentar mem´oria de forma revers´ıvel e deslocamentos para fora do plano, ocupando espa¸cos menores que os micro-mecanismos convencionais [56, 57]. A seguir s˜ao mostrados alguns exemplos de aplica¸c˜oes de grande interesse para in-d´ustria em geral. SMA suction spring Hydrothermal source A B C D Intake Hydrothermal fluid

Figura 2.15: Tubo coletor de amostras hidrot´ermicas.

Na Figura (2.15), o dispositivo desenvolvido por Naganuma etal. [58] funciona a partir de um tubo com um pist˜ao ligado `a uma mola com mem´oria de forma. Na posi¸c˜ao A a mola ´e ajustada para ter seu comprimento inicial a baixa temperatura. A for¸ca da atua¸c˜ao de mem´oria de forma ´e menor que a for¸ca de atrito do pist˜ao acoplado `a mola. Quando a mola ´e exposta a altas temperaturas B, come¸ca a aumentar de comprimento at´e o ponto C, gerando a for¸ca que provoca a suc¸c˜ao do fluido. A suc¸c˜ao termina no ponto de m´axima distens˜ao C e finalmente a mola ´e resfriada at´e a temperatura ambiente D.

Hyoung Y Jun et al. [59] apresentam um tipo de atuador movido a combust´ıvel gasoso ou l´ıquido, ver Figura (2.16). No esquema mostrado, V significa v´alvula, P bomba (pump), S chave (switch) e B o acumulador de press˜ao (bellows).

(45)

Heat Exchanger SMA Actuator

Combustor

V1

S1

S2

V4

V3

SMA Heating Circuit

SMA Cooling Circuit

V2

B

P

Figura 2.16: Diagrama de um sistema de atua¸c˜ao de primeira gera¸c˜ao.

A utiliza¸c˜ao da energia qu´ımica de combust´ıveis como fonte principal de energia para sistemas de atua¸c˜ao pode superar o desafio de fornecimento de energia para os sistemas de atua¸c˜ao com base no princ´ıpio de mem´oria de forma. Combust´ıveis como propano, possuem alta densidade de energia (∼ 50.000 kJ.kg−1), muito maior

que a densidade m´edia de energia de uma bateria (∼ 540 kJ.kg−1).

Os benef´ıcios desta alta densidade de energia ficam evidentes na eficiˆencia dos ciclos de ativa¸c˜ao (aquecimento e resfriamento). O calor gerado pela combust˜ao controlada pode ser transferido por convec¸c˜ao for¸cada a um fluido e posteriormente para o elemento atuador de mem´oria de forma, at´e que este atinja a temperatura de transforma¸c˜ao de fase. Com a alta velocidade em que a temperatura do fluido pode atingir e uma superf´ıcie relativamente grande do elemento atuador, o processo de ativa¸c˜ao pode ser obtido com grande rapidez. O ciclo termina com o processo de resfriamento tamb´em utilizando convec¸c˜ao for¸cada, o que evita o superaquecimento do elemento, ocorrˆencia comum em atuadores que utilizam eletricidade como forma de ativa¸c˜ao, o que pode resultar na perda de capacidade de atua¸c˜ao. O atuador apresentado em (2.16) possui uma densidade de energia em torno de (1200 J.kg−1).

(46)

(a) (b)

(c)

Figura 2.17: Diagrama de um sistema de atua¸c˜ao de primeira gera¸c˜ao.

Dispositivos de separa¸c˜ao controlados por temperatura constituem outra impor-tante classe de aplica¸c˜oes. Na Figura (2.17), item (a) temos os sprinklers baseados no fenˆomeno de mem´oria de forma. Estes dispositivos s˜ao ativados a 65C,

tem-peratura menor que a determinada por lei, que ´e de 72C. A escolha da mem´oria

de forma ao inv´es de ligas que fundem a baixa temperatura se deve por fatores de seguran¸ca. Em geral, o calor atinge o dispositivo por cima, e estes podem atingir a temperatura cr´ıtica antes da hora e liberar o l´ıquido fazendo com que a temperatura do sistema abaixe fechando a v´alvula antes do tempo. Isto n˜ao ocorre utilizando-se o elemento de mem´oria de forma, pois a press˜ao da ´agua ´e suficiente para fechar a v´alvula quando o material resfria. Atualmente mais de 40 milh˜oes de sprinklers com mem´oria de forma s˜ao utilizados no mundo.

No item (b) temos uma v´alvula t´ermica de seguran¸ca, em caso de incˆendio, a entrada cont´ınua de g´as pela tubula¸c˜ao ´e potencialmente letal. Quando a

(47)

tempe-ratura ambiente atinge um determinado valor, a v´alvula se fecha automaticamente, impedindo que continue a passar g´as nas tubula¸c˜oes do boiler, fog˜ao, etc.

No item (c) tem-se um dispositivo tipo fus´ıvel t´ermico que pode ser reaproveitado mesmo depois de ativado. Ele ´e utilizado em sistemas de exaust˜ao, porta anti-chamas, sistemas autom´aticos de prote¸c˜ao contra incˆendios, etc.

(A)nalog (D)igital Volt. Curr. Disp. Force Instrument Temperature Instrument Selector switch Load Cell Variable Weight* Position Transducer Thermo-couple Force Signal Control Instrumentation

Power Supply (48 VDC, 10 Amps nominal)

* Variable Weight and/or springs can act as the SMA Bundle load

Figura 2.18: Diagrama de testes em tend˜oes com mem´oria de forma.

Uma alternativa para atuadores de mem´oria de forma em que h´a necessidade de uma grande for¸ca de atua¸c˜ao ´e utilizar um conjunto de fios unidos em um dispositivo tipo tend˜ao. A utiliza¸c˜ao deste dispositivo pode ser vista no diagrama da Figura (2.18), desenvolvido por Mosley et al. em [60]. Um dispositivo semelhante est´a sendo desenvolvido pelo grupo de estudos de mem´oria de forma da UFRJ, com intuito de acionar uma v´alvula de controle de po¸co, tendo como diferen¸ca b´asica a forma de aquecimento. O dispositivo criado pelo grupo da UFRJ utiliza um banho t´ermico com objetivo de ativar o material de mem´oria de forma e a pr´opria press˜ao dentro do sistema ´e respons´avel pela continuidade dos ciclos de atua¸c˜ao.

(48)

Tabela 2.1: Propriedades de diversos tipos de atuadores.

Efeito de Microatua¸c˜ao DP (MW/m3) Freq. Max. (kHz) Voltagem (V )

NiTi (SMAs) 25 <0,1 2 ∼ 5 Pol´ımero condutor 3, 4 >1 ∼ 5 Termo-pneum´atico 0, 5 <0,1 ∼ 10 Bimet´alico 0, 4 <0,1 ∼ 5 Eletromagn´etico 0, 4 >1 ∼ 20 Eletrost´atico 0, 18 >10 5 − 500 Piezoel´etrico 0, 12 >5 5 − 100

Na Tabela (2.1), apresentada em [61], pode-se comparar diversas caracter´ısticas dos atuadores utilizando diferentes princ´ıpios de ativa¸c˜ao. Nela observa-se a densi-dade de Potˆencia (DP) de cada dispositivo, a freq¨uˆencia m´axima de utiliza¸c˜ao e a voltagem aplicada para ativ´a-lo.

Estas propriedades s˜ao de fundamental importˆancia tanto no desenvolvimento do design, quanto na aplicabilidade do dispositivo. Recentemente os filmes finos com mem´oria de forma tˆem sido reconhecidos como uma grande promessa para ma-teriais de alta performance na aplica¸c˜ao de sistemas micro-eletro-mecˆanicos MEMS, do inglˆes Micro-Electro-Mechanic Systems atrav´es da padroniza¸c˜ao dos processos de fabrica¸c˜ao por litografia. Eles possuem pequenas quantidades de massa para aque-cer ou resfriar, resultando em respostas r´apidas nos ciclos de ativa¸c˜ao. O trabalho (energia) por unidade de volume destes dispositivos supera qualquer outro disposi-tivo de atua¸c˜ao como mostrado na Tabela (2.1). A aplica¸c˜ao destes filmes permite ainda a simplifica¸c˜ao dos mecanismos com uma grande flexibilidade de design e pro-du¸c˜ao de movimento livre de atrito e vibra¸c˜ao. A transforma¸c˜ao de fase que ocorre nos filmes finos de SMA modifica sensivelmente as propriedades mecˆanicas, f´ısicas, qu´ımicas, el´etricas e ´oticas, como tens˜ao de escoamento, m´odulo el´astico, dureza, resistividade e condutividade el´etrica, coeficiente de expans˜ao t´ermica, etc. Cada uma destas altera¸c˜oes pode ser utilizada para criar um sensor ou atuador com dife-rentes caracter´ısticas. Estes dispositivos podem ser aplicados em ambientes severos como por exemplo: ambientes radioativos, corrosivos ou espaciais, que necessitam de grande for¸ca de atua¸c˜ao, baixa voltagem de opera¸c˜ao e resistˆencia.

(49)

Cooling fan

Shape memory alloy Metal

rod Spring (coil)

Pulse Generator PC (a) (b) (c) (d)

Figura 2.19: Esquema de fabrica¸c˜ao de um display 3D utilizando atuadores de SMA.

Na Figura (2.19) pode-se observar o desenvolvimento de um display 3D criado a partir de pequenos atuadores de mem´oria de forma [62]. Em (a) vemos o deslo-camento de cada atuador, em (b) a matriz de atuadores que pode ser criada de acordo com a utiliza¸c˜ao nas mais diversas disposi¸c˜oes, em (c) o sistema de controle de atua¸c˜ao das matrizes e por fim em (d) um display em funcionamento mostrando o rosto de uma pessoa.

As aplica¸c˜oes desse material ´e vasta e v´arios autores j´a realizaram revis˜oes sobre suas aplica¸c˜oes, dentre elas pode-se citar [63, 64]

(50)

Cap´ıtulo 3

Modelo Constitutivo

3.1

Materiais Padr˜

ao Generalizados

A modelagem das ligas com mem´oria de forma ´e usualmente tratada considerando-se os fenˆomenos mecˆanicos e t´ermicos de maneira desacoplada. Outra considera¸c˜ao usual ´e que seus parˆametros n˜ao variam com a temperatura. Os modelos desacopla-dos s˜ao largamente utilizadesacopla-dos na literatura, por´em, em certos casos, necessita-se de maior grau de realismo para descrever alguns fenˆomenos mais complexos. No caso da mem´oria de forma, a influˆencia dos fenˆomenos t´ermicos nos mecˆanicos e vice-versa, s˜ao de tal significˆancia que qualquer modelo que n˜ao apresente uma formula¸c˜ao que leve em considera¸c˜ao tal acoplamento, cedo ou tarde deve se deparar com restri¸c˜oes no realismo da descri¸c˜ao de seu comportamento. Resultados experimentais obtidos por [13], mostram que em determinadas situa¸c˜oes o processo de carregamento e a transforma¸c˜ao de fase podem elevar a temperatura da liga em at´e 30oC. A partir

desses dados, desenvolve-se um modelo anisot´ermico a partir do modelo constitutivo desenvolvido por Savi et al. [22, 23].

Uma das formula¸c˜oes para descrever os modelos constitutivos ´e o formalismo de materiais padr˜ao generalizados o que garante que a proposta seja termodinami-camente consistente. Com isso, o estado termodinˆamico de um material qualquer, em um dado instante, pode ser plenamente definido conhecendo-se um determinado n´umero de vari´aveis denominadas vari´aveis de estado. O conjunto das vari´aveis de

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