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29º Seminário de Extensão Universitária da Região Sul PRÁTICAS INTEGRADAS EM SAÚDE COLETIVA: UM PROGRAMA DE EXTENSÃO UNIVERSITÁRIA

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Academic year: 2021

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1 PRÁTICAS INTEGRADAS EM SAÚDE COLETIVA: UM PROGRAMA DE EXTENSÃO

UNIVERSITÁRIA

Gleice Helena Jacques Casagrande1 Camila Krüger Cardoso2 Fernanda Almeida Fettermann3 Maria de Lourdes Custódio Duarte4

Marysabel Pinto Telis Silveira5 Neila Santini de Souza4 Odete Messa Torres (Coordenador)4 Rafael Tamborena Malheiros1 Rodrigo de Sousa Balck6 Vanderlei Folmer7

RESUMO

Trata-se do Programa de Extensão Práticas Integradas em Saúde Coletiva (PISC) desenvolvido por acadêmicos, técnicos em assuntos educacionais e professores, dos cursos de enfermagem, farmácia, fisioterapia e educação física da Unipampa, Campus Uruguaiana. Parte da iniciativa discente durante práticas da Disciplina de Enfermagem em Saúde Coletiva III no Posto de Saúde CAIC de Uruguaiana/RS, em 2009. O grupo interdisciplinar busca diálogo com a comunidade, escuta de demandas dos serviços de saúde e resolução dos problemas, visando orientação em saúde e promoção de atenção integral. Insere-se na área temática

PALAVRAS CHAVE

Interdisciplinariedade, Trabalho em Equipe, Promoção da Saúde, Educação e Saúde.

1 Acadêmico do Curso de Fisioterapia da Universidade Federal do Pampa. 2 Acadêmica do Curso de Farmácia da Universidade Federal do Pampa. 3 Acadêmica do Curso de Enfermagem da Universidade Federal do Pampa.

4 Professora Assistente do Curso de Enfermagem da Universidade Federal do Pampa. 5 Professora Adjunta do Curso de Farmácia da Universidade Federal do Pampa. 6 Professor Assistente do Curso de Fisioterapia da Universidade Federal do Pampa. 7 Professor Adjunto do Curso de Fisioterapia da Universidade Federal do Pampa. E-mail Coordenador: odetetorres@gmail.com.

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2 INTRODUÇÃO

Durante atividades práticas da Disciplina de Enfermagem em Saúde Coletiva III no Posto de Saúde – ESF 1 – CAIC de Uruguaiana/RS, ao realizarem visitas domiciliares, os acadêmicos, em concordância com a professora supervisora, percebem a necessidade de orientações e cuidados domiciliares aos usuários acometidos por traumas cerebrovasculares, doenças crônico-degenerativas, malformações congênitas ou acidentes em geral. Esta necessidade é manifestada pela equipe de Agentes Comunitários de Saúde, ao solicitarem orientações de enfermagem, educação física fisioterapia e farmácia aos usuários com tais necessidades.

Tendo em vista a inserção em Uruguaiana da Universidade Federal do Pampa (UNIPAMPA) com os cursos da área da saúde, e o compromisso social que a mesma desenvolve, foi criado em 2009 o Projeto de Extensão Práticas Integradas em Saúde Coletiva (PISC), que a partir do ano de 2010 passa a ser reconhecido como Programa de Extensão Universitária, recebendo financiamento de bolsas do PBDA UNIPAMPA 2009 e 2010, do PROEXT MEC 2009, 2010 e 2011, do PET MEC 2010 e do PET Saúde Mental 2010. As atividades que em 2009 iniciam-se com visitas domiciliares ampliam-se para a qualificação dos profissionais, para atuação junto ao Conselho Municipal de Saúde, participação e organização de Conferências Municipais de Saúde e atuação junto ao Centro de Atenção Psicossocial (CAPS), com foco às questões que envolvem o crack, álcool e outras drogas.

O PISC é composto por acadêmicos de enfermagem, fisioterapia, farmácia e educação física, de forma integrada e interdisciplinar. Ao todo participam 46 estudantes (16 PET MEC, 12 PET Saúde Mental e 18 PROEXT MEC 2010), destes 40 na modalidade bolsista-estagiário e 6 na modalidade voluntário. Participam 8 docentes da UNIPAMPA, 3 do curso de enfermagem, 1 do curso de farmácia e 4 do curso de fisioterapia e 2 técnicos em assuntos educacionais do curso de enfermagem. O PISC envolve trabalhadores dos serviços qualificados e destacados para o acompanhamento das ações do Programa, como ponte integradora entre os serviços de saúde, a comunidade e a universidade. Por fim, participam grupos da comunidade, trabalhadores de saúde, conselheiros municipais de saúde, lideranças e usuários do Sistema Único de Saúde (SUS).

Este programa tem como objetivo promover a troca de conhecimentos entre os cursos de enfermagem, fisioterapia, farmácia e educação física, a partir do trabalho em equipe, da ação multiprofissional e interdisciplinar em saúde; articular ensino e atenção em saúde, com foco as questões que envolvem a participação social e o controle social em saúde; envolver a equipe de saúde e a universidade na promoção da saúde, na reabilitação e na prevenção de danos e agravos, a partir de ações educativas e assistenciais; implementar grupos na comunidade, auto-geridos e organizados a partir das necessidades de saúde da população; promover a qualificação e formação de profissionais da área da saúde, bem como de lideranças sociais.

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3 METODOLOGIA

São identificados na comunidade usuários com necessidades de visitas domiciliares para a atenção integral em saúde. As visitas são realizadas semanalmente pela equipe multiprofissional (docentes e acadêmicos) responsável pelo programa, em parceria com o serviço municipal de saúde.

Utilizam-se materiais de apoio ao trabalho dos acadêmicos e docentes, tais como: notebook, data show, câmera filmadora, panfletos informativos, materiais didáticos e materiais de escritório, a fim de promover atividades como oficinas e rodas de conversa na comunidade.

Dentre as atividades desenvolvidas no programa, podemos citar a realização de diagnósticos comunitários; a implementação de grupos terapêuticos; a organização de estágios e projetos entre comunidade-universidade-serviço de saúde; publicação de materiais educativos, relatos de experiência e relatórios do programa.

O grupo amplia o número de usuários assistidos pelo programa, bem como as Unidades e Serviços de Saúde parceiros, conforme surjam necessidades de atenção, orientações domiciliares e ações de educação e saúde no município e/ou região. Organiza-se através de reuniões sistemáticas entre os diversos grupos que compõe o PISC e equipes de saúde, com supervisão direta e indireta de docentes e trabalhadores de saúde dos serviços envolvidos.

RESULTADOS

Após 2 anos de ações realizadas junto as comunidades assistidas pelo programa, observa-se a promoção de integração entre a formação de enfermeiros, educadores físicos, fisioterapeutas e farmacêuticos na UNIPAMPA. Desenvolve, ainda, as relações de cooperação entre a Universidade e a gestão municipal em Uruguaiana, promovendo a maior integração ensino-serviço, otimizando as relações dos cursos com os serviços de saúde da região; desenvolve maior participação da comunidade em conselhos de saúde, associações comunitárias e espaços de promoção da participação social; este programa desdobra-se em novos projetos que envolvam o ensino, a pesquisa e a extensão universitária.

DISCUSSÃO

Nossa abordagem ao termo saúde coletiva vem da circunvizinhança da ampliação desta em relação à saúde pública (FELIPE, 1989; NUNES, 1994; CANESQUI, 1995). A saúde pública conforma-se em um campo de saberes e práticas demarcado tradicionalmente pela intervenção técnica e política do Estado na assistência, a qual privilegia a base técnica do conhecimento científico, ancorado nas técnicas de investigação empíricas - em particular, na área bacteriológica -, cujas práticas voltam-se tanto para o individual como para o coletivo (PIRES FILHO, 1987). No primeiro caso,

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4 através de ações de caráter preventivo e de promoção à saúde com atividades de assistência médica e reabilitação; no segundo, desenvolvendo as ações governamentais das políticas de saúde dirigidas ao coletivo.

Na saúde pública, a ação de saúde representa o instrumento técnico-político que irá intervir no processo saúde-doença, quebrando sua cadeia causal mediante o tratamento e a reabilitação do indivíduo doente, ou evitando seus riscos e danos por intermédio da prevenção e promoção da saúde, além do controle dos sadios.

Em nosso cotidiano, essas ações apresentam-se, muitas vezes, na forma dos programas que se ocupam de alguns grupos de risco - tais como, crianças, gestantes, mulheres, homens e idosos - ou para grupos acometidos por algum dano - como os hipertensos, as pessoas com tuberculose, com hanseníase, com diabetes, portadores do vírus HIV ou com AIDS. Ações de assistência médica individual diante de alguma circunstância pontual - como nas atividades de pronto atendimento - configuram também um instrumento para intervir na cadeia causal da doença. O objeto destas ações é um homem genérico que, naquele momento ou circunstância, se enquadra segundo um risco ou dano dentro do processo saúde-doença.

Quanto às ações dirigidas ao coletivo, quando das ações que envolvem a saúde pública, os exemplos que podem ser citados são as tradicionais campanhas de vacinação ou as ações de controle de doenças, como a dengue, a cólera, ou as ações de educação em saúde. Nesse "coletivo", o homem é tomado como um ser "em geral", um conjunto homogêneo de pessoas, para o qual se dirige a ação frente ao risco ou dano comuns.

Nesse sentido, faz-se essencial entender a equipe de saúde como rede de relações tecida no cotidiano, entre agentes que portam saberes diferenciados e desenvolvem práticas distintas (FORTUNA, 1999), tornando-se necessário certa disponibilidade para que estes reconheçam e respeitem tanto suas desigualdades no trabalho (PEDUZZI, 1999) quanto os problemas que se apresentam na sociedade contemporânea: a iniquidade, a insegurança social e a deterioração do ambiente (NUNES, 1994), construindo-se, a partir daí, um projeto de trabalho que instaure uma lógica ética e socialmente solidária.

É preciso considerar a complexidade da área da saúde, uma vez que seu objeto tem base conceitual situada em campos bastante distintos como a Física, Epidemiologia, Ecologia, Biologia, Sociologia, Antropologia, Psicologia, História, Ciência Política, Economia, Administração, Ética, Genética, Educação.

A interdisciplinaridade na área da Saúde Coletiva coloca-se como exigência interna, uma vez que seu objeto de trabalho – a saúde e a doença no seu âmbito social – envolve concomitantemente: as relações sociais, as expressões emocionais e afetivas e a biologia, traduzindo, por meio da saúde e da doença, as condições e razões sócio-históricas e culturais dos indivíduos e grupos. Embora haja dificuldades de construir uma proposta interdisciplinar, essa é vista como desafio possível e desejável na área da saúde, uma vez que há ilimitado campo de possibilidades a ser explorado, pois

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5 existe, a seu favor, ligação direta e estratégica com o mundo vivido, o mundo do sofrimento, da dor e da morte.

O trabalho interprofissional na Estratégia de Saúde da Família (ESF) assume

fundamental importância para a abordagem da saúde da família, em especial na assistência domiciliar à saúde, que envolve os profissionais e as pessoas/famílias atendidas. Sendo assim, a práticas da assistência domiciliar pelos profissionais da ESF devem ser consideradas de modo a lhes revelar suas perspectivas, possibilitando uma reflexão acerca de sua prática profissional na ESF. Deste modo, temos a questão norteadora do trabalho: como é realizada a assistência domiciliar à saúde na ESF pelos profissionais de saúde? Com base nesta questão os objetivos a serem atingidos foram: verificar como é realizada a assistência domiciliar à saúde na Unidade de Saúde da ESF; investigar quais são as categorias da atenção domiciliar à saúde mais utilizadas; averiguar como os profissionais de saúde compreendem a assistência domiciliar e identificar como são trabalhados os diferentes contextos domiciliares.

CONCLUSÃO

Tendo em vista a grande falta em atenção à saúde nas localidades carentes do município de Uruguaiana, este programa de iniciativa discente ao se propor prestar cuidado domiciliar por acadêmicos de enfermagem, educação física, farmácia e fisioterapia de forma integrada, e sob orientação docente, vislumbra a promoção da saúde, a reabilitação de danos e agravos e a prevenção de doenças. Pretende-se com o mesmo otimizar o atendimento prestado no Posto de Saúde – ESF 1 – CAIC e UBS 14, promover ações junto ao Centro de Atenção Psicossocial (CAPS) e Conselho Municipal de Saúde (CMS), resultando na resolução de problemas de saúde, visando a melhora na qualidade de vida da população.

REFERÊNCIAS

PEDUZZI, M. Equipe Multiprofissional de Saúde: A Interface entre Trabalho e Interação. Tese de Doutorado, Campinas: Faculdade de Ciências Médicas, Universidade de

Campinas, 1999

NUNES, E. D. Saúde coletiva: História de uma idéia e de um conceito. Saúde e

Sociedade, 3:5-21, 1994.

FORTUNA, C. M. O Trabalho de Equipe numa Unidade Básica de Saúde: Produzindo e

Re-produzindo-se em Subjetividades. Em Busca do Desejo, do Devir e de

Singularidades. Dissertação de Mestrado, Ribeirão Preto: Escola de Enfermagem de

Ribeirão Preto, Universidade de São Paulo, 1999.

FELIPE, J. S. Uma avaliação da produção teórico-científica da medicina social no Brasil. Saúde em Debate, 27:59-66, 1989.

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CANESQUI, A. M. As ciências sociais, a saúde e a saúde coletiva. In: Dilemas e

Desafios das Ciências Sociais na Saúde Coletiva (A. M. Canesqui, org.), pp. 19-35, Rio

de Janeiro: ABRASCO/São Paulo: Hucitec, 1995.

PIRES FILHO, F. M. O que é saúde pública? Cadernos de Saúde Pública, 3:62-70, 1987.

Nunes ED. A questão da interdisciplinaridade no estudo da saúde coletiva e o papel da ciências sociais. In: Canesqui AM. Dilemas e desafios das ciências sociais na saúde coletiva. São Paulo: Hucitec, 1995, p.95-113.

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