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Brasil Ministério da Educação Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de São Paulo Campus São Paulo

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Brasil

Ministério da Educação

Instituto Federal de Educação, Ciência e

Tecnologia de São Paulo – Campus São Paulo

Projeto Pedagógico do Curso de

Engenharia Eletrônica

São Paulo

Fevereiro de 2013

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SECRETÁRIO DE EDUCAÇÃO PROFISSIONAL E TECNOLÓGICA

Marco Antônio de Oliveira

REITOR DO INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E TECNOLOGIA DE SÃO PAULO

Arnaldo Augusto Ciquielo Borges

PRÓ-REITOR DE ENSINO

Thomas Edson Filgueiras Filho

PRÓ-REITOR DE ADMINISTRAÇÃO E PLANEJAMENTO

Yoshikazu Suzumura Filho

PRÓ-REITOR DE DESENVOLVIMENTO INSTITUCIONAL

Gersoney Tonini Pinto

PRÓ-REITOR DE PESQUISA E INOVAÇÃO TECNOLÓGICA

João Sinohara da Silva Sousa

PRÓ-REITOR DE EXTENSÃO

Garabed Kenchian

DIRETOR GERAL DO CAMPUS SÃO PAULO

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APRESENTAÇÃO

Este documento apresenta o projeto pedagógico do curso de Engenharia Eletrônica do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de São Paulo, no

campus São Paulo.

Ele se inicia com a apresentação da missão desta instituição e de seu histórico, desde suas fases como escola profissionalizante e de nível médio até a sua atual configuração, na qual, mantendo seus cursos de nível médio, a instituição passou, também, a atuar em cursos de nível superior e de pós-graduação.

A seguir, apresentam-se justificativas para a implantação de um curso de Engenharia Eletrônica no campus São Paulo. Dentre estas justificativas, destaca-se a crescente demanda atual por engenheiros no Brasil, demanda esta não acompanhada por uma oferta suficiente de vagas em cursos de engenharia, em especial por instituições públicas de ensino. Destaca-se, também, o fato de que a infraestrutura e o corpo docente do campus São Paulo são adequados ao bom funcionamento deste curso, devido à experiência proporcionada pela existência continuada de cursos na área de Eletrônica neste campus há várias décadas, inclusive em nível superior. Junta-se a isto a boa qualificação de seu corpo docente e sua experiência na participação em outros cursos de engenharia neste campus e em outras instituições.

Tendo sido dadas as justificativas, são apresentados, na sequência, os objetivos gerais e os objetivos específicos do curso.

O documento prossegue com o estabelecimento dos requisitos de acesso pelos estudantes ao curso e com o perfil esperado dos egressos, incluindo-se as competências e habilidades a serem por eles desenvolvidas e a conformidade destas com as especificadas em diretrizes oficiais.

São apresentados, então: a organização curricular do curso, procedimentos relacionados ao Trabalho Final de Curso, atividades complementares e a matriz curricular, incluindo-se as ementas de todas as disciplinas. Apresenta-se o corpo docente proposto para o curso, constituído por professores do campus São Paulo, especificando-se, brevemente, a formação de cada um de seus membros.

São expostas, então, as finalidades e atribuições do colegiado de curso, órgão consultivo e deliberativo a ele associado.

Em seguida, apresentam-se diretrizes oficiais para o estágio supervisionado e o detalhamento de como se dará esta atividade neste curso.

O documento prossegue, expondo os critérios de aproveitamento de estudos, os quais tratam do reconhecimento de equivalências entre disciplinas deste curso e disciplinas eventualmente cursadas fora dele pelos seus alunos.

Apresenta-se, a seguir, a filosofia de atendimento ao discente seguida pelo Instituto, em especial por meio da Coordenação de Orientação Educacional, a qual, dentre outras ações, busca ajudá-lo a enfrentar dificuldades pessoais e escolares.

São, então, especificados os critérios da avaliação da aprendizagem, os quais estão em conformidade com a a Norma Acadêmica da Instituição para os Cursos

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pesquisa e extensão e, então, descritas as instalações gerais do campus, com maior detalhamento das instalações especificamente relacionadas a este curso.

Aborda-se, na sequência, o uso das tecnologias de informação e comunicação no curso.

Finalmente, é apresentado um quadro contendo dados gerais do curso, é apresentada a lista de professores que atuaram mais diretamente em sua criação e na elaboração deste documento e é dada a lista de referências citadas no texto.

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SUMÁRIO

1. IDENTIFICAÇÃO DA INSTITUIÇÃO ...6 1.1. IDENTIFICAÇÃO DO CAMPUS ...7 2. MISSÃO ...8 2.1. HISTÓRICO INSTITUCIONAL ...8

2.1.1. A Escola de Aprendizes e Artífices de São Paulo... 10

2.1.2. O LICEU INDUSTRIAL DE SÃO PAULO ... 11

2.1.3. A Escola Industrial de São Paulo e a Escola Técnica de São Paulo ... 11

2.1.4. A Escola Técnica Federal de São Paulo ... 13

2.1.5. O Centro Federal de Educação Tecnológica de São Paulo... 14

2.1.6. INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E TECNOLOGIA DE SÃO PAULO ... 15

2.2. HISTÓRICO DO CAMPUS ... 16

3. JUSTIFICATIVA E DEMANDA DE MERCADO ... 19

4. OBJETIVO ... 25

4.1. OBJETIVO GERAL ... 25

4.2. OBJETIVO ESPECÍFICO ... 25

5. REQUISITOS DE ACESSO ... 27

6. PERFIL PROFISSIONAL DO EGRESSO ... 28

6.1. PERFIL GERAL ... 28

6.2. PERFIS ESPECÍFICOS ... 29

6.3. COMPETÊNCIAS E HABILIDADES ... 30

7. ORGANIZAÇÃO CURRICULAR ... 32

7.1. TRABALHO FINAL DE CURSO - TFC ... 32

7.2. ATIVIDADES COMPLEMENTARES ... 33

7.3. MATRIZ CURRICULAR E REQUISITOS ... 34

7.4. EMENTÁRIO ... 40

7.5. CORPO DOCENTE ... 210

7.6. COLEGIADO DE CURSO ... 220

8. ESTÁGIO SUPERVISIONADO ... 222

9. CRITÉRIOS DE APROVEITAMENTO DE ESTUDOS ... 223

10. ATENDIMENTO DISCENTE ... 224

11. CRITÉRIOS DA AVALIAÇÃO DA APRENDIZAGEM ... 225

12. PROCESSOS DE AVALIAÇÃO DO CURSO ... 226

13. MODELOS DE CERTIFICADOS E DIPLOMAS ... 228

14. NÚCLEO DOCENTE ESTRUTURANTE ... 229

15. ENSINO, PESQUISA E EXTENSÃO ... 230

16. INSTALAÇÕES E EQUIPAMENTOS ... 231

17. USO DAS TECNOLOGIAS DE INFORMAÇÃO E DE COMUNICAÇÃO ... 237

18. DADOS GERAIS DO CURSO ... 238

19. RESPONSÁVEIS PELA ELABORAÇÃO DO CURSO ... 239

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CNPJ: 10882594/0001-65

NATUREZA JURÍDICA: Autarquia Federal

VINCULAÇÃO: Secretaria de Educação Profissional e Tecnológica do

Ministério da Educação (SETEC)

ENDEREÇO: Rua Pedro Vicente, 625 – Canindé - São Paulo/Capital CEP: 01109-010

TELEFONES: (11) 3775-4501 (Reitoria) FACSÍMILE: (11) 3775-4502/4503

PÁGINA INSTITUCIONAL NA INTERNET: http://ifsp.edu.br ENDEREÇO ELETRÔNICO: proensino@ifsp.edu.br

DADOS SIAFI: UG: 154158 GESTÃO: 26439

NORMA DE CRIAÇÃO: Lei Nº 11.892 de 29/12/2008

NORMAS QUE ESTABELECERAM A ESTRUTURA ORGANIZACIONAL ADOTADA NO PERÍODO: Lei Nº 11.892 de 29/12/2008

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1.1. IDENTIFICAÇÃO DO CAMPUS

NOME: Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de São Paulo CAMPUS: São Paulo

SIGLA: IFSP-SPO

CNPJ: 10.882.594/0002-46

ENDEREÇO: Rua Pedro Vicente, 625 – Canindé - São Paulo/Capital CEP: 01109-010

TELEFONE: (11) 2763-7665 FACSÍMILE: (11) 2763-7654

PÁGINA INSTITUCIONAL NA INTERNET: http://spo.ifsp.edu.br ENDEREÇO ELETRÔNICO: diretorcampus@yahoo.com.br DADOS SIAFI: UG: 158270

GESTÃO: 26439

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Historicamente, a educação brasileira passa a ser referência para o desenvolvimento de projetos econômico-sociais, principalmente, a partir do avanço da industrialização pós 1930.

Nesse contexto, a escola como o lugar da aquisição do conhecimento passa a ser esperança de uma vida melhor, sobretudo, no avanço da urbanização que se processa no país. Apesar de uma oferta reduzida de vagas escolares, nem sempre a inserção do aluno significou a continuidade, marcando a evasão como elemento destacado das dificuldades de sobrevivência dentro da dinâmica educacional brasileira, além de uma precária qualificação profissional.

Na década de 1960, a internacionalização do capital multinacional nos grandes centros urbanos do Centro Sul acabou por fomentar a ampliação de vagas para a escola fundamental. O projeto tinha como princípio básico fornecer algumas habilidades necessárias para a expansão do setor produtivo, agora identificado com a produção de bens de consumo duráveis. Na medida que a popularização da escola pública se fortaleceu, as questões referentes à interrupção do processo de escolaridade também se evidenciaram, mesmo porque havia um contexto de estrutura econômica que, de um lado, apontava para a rapidez do processo produtivo e, por outro, não assegurava melhorias das condições de vida e nem mesmo indicava mecanismos de permanência do estudante, numa perspectiva formativa.

A Lei de Diretrizes de Base da Educação Nacional – LDB 5692/71, de certa maneira, tentou obscurecer esse processo, transformando a escola de nível fundamental num primeiro grau de oito anos, além da criação do segundo grau como definidor do caminho à profissionalização. No que se referia a esse último grau de ensino, a oferta de vagas não era suficiente para a expansão da escolaridade da classe média que almejava um mecanismo de acesso à universidade. Nesse sentido, as vagas não contemplavam toda a demanda social e o que de fato ocorria era uma exclusão das camadas populares. Em termos educacionais, o período caracterizou-se pela privatização do ensino, institucionalização do ensino “pseudo-profissionalizante” e demasiado tecnicismo pedagógico.

Deve-se levar em conta que o modelo educacional brasileiro historicamente não valorizou a profissionalização, visto que as carreiras de ensino superior é que eram reconhecidas socialmente no âmbito profissional. Este fato foi reforçado por

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9 uma industrialização dependente e tardia que não desenvolvia segmentos de tecnologia avançada e, consequentemente, por um contingente de força de trabalho que não requeria senão princípios básicos de leitura e aritmética destinados, apenas, aos setores instalados nos centros urbano-industriais, prioritariamente no centro-sul.

A partir da década de 1970, entretanto, a ampliação da oferta de vagas em cursos profissionalizantes apontava um novo estágio da industrialização brasileira ao mesmo tempo que privilegiava a educação privada em nível de terceiro grau.

Mais uma vez, portanto, se colocava o segundo grau numa condição intermediária sem terminalidade profissional e destinado às camadas mais favorecidas da população. É importante destacar que a pressão social por vagas nas escolas, na década de 1980, explicitava essa política.

O aprofundamento da inserção do Brasil na economia mundial trouxe o acirramento da busca de oportunidades por parte da classe trabalhadora que via perderem-se os ganhos anteriores, do ponto de vista da obtenção de um posto de trabalho regular e da escola como formativa para as novas demandas do mercado. Esse processo se refletiu no desemprego em massa constatado na década de 1990, quando se constitui o grande contingente de trabalhadores na informalidade, a flexibilização da economia e a consolidação do neoliberalismo. Acompanharam esse movimento: a migração intra-urbana, a formação de novas periferias e a precarização da estrutura educacional no país.

As Escolas Técnicas Federais surgiram num contexto histórico que a industrialização sequer havia se consolidado no país. Entretanto, indicou uma tradição que formava o artífice para as atividades prioritárias no setor secundário.

Durante toda a evolução da economia brasileira e sua vinculação com as transformações postas pela Divisão Internacional do Trabalho, essa escola teve participação marcante e distinguia seus alunos dos demais candidatos, tanto no mercado de trabalho, quanto na universidade.

Contudo, foi a partir de 1953 que se iniciou um processo de reconhecimento do ensino profissionalizante como formação adequada para a universidade. Esse aspecto foi reiterado em 1959 com a criação das escolas técnicas e consolidado com a LDB 4024/61. Nessa perspectiva, até a LDB 9394/96, o ensino técnico equivalente ao ensino médio foi reconhecido como acesso ao ensino superior. Essa situação se rompe com o Decreto 2208/96 que é refutado a partir de 2005 quando se assume novamente o ensino médio técnico integrado.

Nesse percurso histórico, pode-se perceber que o IFSP nas suas várias caracterizações (Escolas de Artífices, Escola Técnica, CEFET e Escolas Agrotécnicas) assegurou a oferta de trabalhadores qualificados para o mercado,

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a sua criação, devemos observar como o IF foi construído historicamente, partindo da Escola de Aprendizes e Artífices de São Paulo, o Liceu Industrial de São Paulo, a Escola Industrial de São Paulo e Escola Técnica de São Paulo, a Escola Técnica Federal de São Paulo e o Centro Federal de Educação Tecnológica de São Paulo.

2.1.1. A ESCOLA DE APRENDIZES E ARTÍFICES DE SÃO PAULO

A criação dos atuais Institutos Federais se deu pelo Decreto nº 7.566, de 23 de setembro de 1909, com a denominação de Escola de Aprendizes e Artífices, então localizadas nas capitais dos estados existentes, destinando-as a propiciar o ensino primário profissional gratuito (FONSECA, 1986). Este decreto representou o marco inicial das atividades do governo federal no campo do ensino dos ofícios e determinava que a responsabilidade pela fiscalização e manutenção das escolas seria de responsabilidade do Ministério da Agricultura, Indústria e Comércio.

Na Capital do Estado de São Paulo, o início do funcionamento da escola ocorreu no dia 24 de fevereiro de 1910, instalada precariamente num barracão improvisado na Avenida Tiradentes, sendo transferida, alguns meses depois, para as instalações no bairro de Santa Cecília, à Rua General Júlio Marcondes Salgado, 234, lá permanecendo até o final de 1975. Os primeiros cursos oferecidos foram de tornearia, mecânica e eletricidade, além das oficinas de carpintaria e artes decorativas (FONSECA, 1986).

O contexto industrial da Cidade de São Paulo, provavelmente aliado à competição com o Liceu de Artes e Ofícios, também, na Capital do Estado, levou a adaptação de suas oficinas para o atendimento de exigências fabris não comuns na grande maioria das escolas dos outros Estados. Assim, a escola de São Paulo, foi das poucas que ofereceram desde seu início de funcionamento os cursos de tornearia, eletricidade e mecânica e não ofertaram os ofícios de sapateiro e alfaiate comuns nas demais.

Nova mudança ocorreu com a aprovação do Decreto nº 24.558, de 03 de julho de 1934, que expediu outro regulamento para o ensino industrial, transformando a inspetoria em superintendência.

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2.1.2. O LICEU INDUSTRIAL DE SÃO PAULO

O ensino no Brasil passou por uma nova estruturação administrativa e funcional no ano de 1937, disciplinada pela Lei nº 378, de 13 de janeiro, que regulamentou o recém-denominado Ministério da Educação e Saúde. Na área educacional, foi criado o Departamento Nacional da Educação que, por sua vez, foi estruturado em oito divisões de ensino: primário, industrial, comercial, doméstico, secundário, superior, extraescolar e educação física (Lei nº 378, 1937).

A nova denominação, de Liceu Industrial de São Paulo, perdurou até o ano de 1942, quando o Presidente Getúlio Vargas, já em sua terceira gestão no governo federal (10 de novembro de 1937 a 29 de outubro de 1945), baixou o Decreto-Lei nº 4.073, de 30 de janeiro, definindo a Lei Orgânica do Ensino Industrial que preparou novas mudanças para o ensino profissional.

2.1.3. A ESCOLA INDUSTRIAL DE SÃO PAULO E A ESCOLA TÉCNICA DE SÃO PAULO

Em 30 de janeiro de 1942, foi baixado o Decreto-Lei nº 4.073, introduzindo a Lei Orgânica do Ensino Industrial e implicando a decisão governamental de realizar profundas alterações na organização do ensino técnico. Foi a partir dessa reforma que o ensino técnico industrial passou a ser organizado como um sistema, passando a fazer parte dos cursos reconhecidos pelo Ministério da Educação (MATIAS, 2004).

Esta norma legal foi, juntamente com as Leis Orgânicas do Ensino Comercial (1943) e Ensino Agrícola (1946), a responsável pela organização da educação de caráter profissional no país. Neste quadro, também conhecido como Reforma Capanema, o Decreto-Lei 4.073, traria “unidade de organização em todo território nacional”. Até então, “a União se limitara, apenas a regulamentar as escolas federais”, enquanto as demais, “estaduais, municipais ou particulares regiam-se pelas próprias normas ou, conforme os casos, obedeciam a uma regulamentação de caráter regional” (FONSECA, 1986).

No momento que o Decreto-Lei nº 4.073, de 1942 passava a considerar a classificação das escolas em técnicas, industriais, artesanais ou de aprendizagem, estava criada uma nova situação indutora de adaptações das instituições de ensino profissional e, por conta desta necessidade de adaptação, foram se seguindo outras determinações definidas por disposições transitórias para a execução do disposto na Lei Orgânica.

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31 de dezembro daquele ano para a adaptação aos preceitos fixados pela Lei Orgânica. Pouco depois, era a vez do Decreto-Lei nº 4.127, assinado em 25 de fevereiro de 1942, que estabelecia as bases de organização da rede federal de estabelecimentos de ensino industrial, instituindo as escolas técnicas e as industriais (FONSECA, 1986).

Foi por conta desse último Decreto, de número 4.127, que se deu a criação da Escola Técnica de São Paulo, visando a oferta de cursos técnicos e os cursos pedagógicos, sendo eles das esferas industriais e de mestria, desde que compatíveis com as suas instalações disponíveis, embora ainda não autorizada a funcionar. Instituía, também, que o início do funcionamento da Escola Técnica de São Paulo estaria condicionada a construção de novas e próprias instalações, mantendo-a na situação de Escola Industrial de São Paulo enquanto não se concretizassem tais condições.

Ainda quanto ao aspecto de funcionamento dos cursos considerados técnicos, é preciso mencionar que, pelo Decreto nº 20.593, de 14 de Fevereiro de 1946, a escola paulista recebeu autorização para implantar o Curso de Construção de Máquinas e Motores. Outro Decreto de nº 21.609, de 12 de agosto 1946, autorizou o funcionamento de outro curso técnico, o de Pontes e Estradas.

Retornando à questão das diversas denominações do IFSP, apuramos em material documental a existência de menção ao nome de Escola Industrial de São Paulo em raros documentos. Nessa pesquisa, observa-se que a Escola Industrial de São Paulo foi a única transformada em Escola Técnica. As referências aos processos de transformação da Escola Industrial à Escola Técnica apontam que a primeira teria funcionado na Avenida Brigadeiro Luís Antônio, fato desconhecido pelos pesquisadores da história do IFSP (PINTO, 2008).

Também na condição de Escola Técnica de São Paulo, desta feita no governo do Presidente Juscelino Kubitschek (31 de janeiro de 1956 a 31 de janeiro de 1961), foi baixado outro marco legal importante da Instituição. Trata-se da Lei nº 3.552, de 16 de fevereiro de 1959, que determinou sua transformação em entidade autárquica. A mesma legislação, embora de maneira tópica, concedeu maior abertura para a participação dos servidores na condução das políticas administrativa e pedagógica da escola.

Importância adicional para o modelo de gestão proposto pela Lei 3.552, foi definida pelo Decreto nº 52.826, de 14 de novembro de 1963, do presidente João

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13 Goulart (24 de janeiro de 1963 a 31 de marco de 1964), que autorizou a existência de entidades representativas discentes nas escolas federais, sendo o presidente da entidade eleito por escrutínio secreto e facultada sua participação nos Conselhos Escolares, embora sem direito a voto.

Quanto à localização da escola, dados dão conta de que a ocupação de espaços, durante a existência da escola com as denominações de Escola de Aprendizes Artífices, Liceu Industrial de São Paulo, Escola Industrial de São Paulo e Escola Técnica de São Paulo, ocorreram exclusivamente na Avenida Tiradentes, no início das atividades, e na Rua General Júlio Marcondes Salgado, posteriormente.

2.1.4. A ESCOLA TÉCNICA FEDERAL DE SÃO PAULO

A denominação de Escola Técnica Federal surgiu logo no segundo ano do governo militar, por ato do Presidente Marechal Humberto de Alencar Castelo Branco (15 de abril de 1964 a 15 de março de 1967), incluindo pela primeira vez a expressão federal em seu nome e, desta maneira, tornando clara sua vinculação direta à União.

Essa alteração foi disciplinada pela aprovação da Lei nº. 4.759, de 20 de agosto de 1965, que abrangeu todas as escolas técnicas e instituições de nível superior do sistema federal.

No ano de 1971, foi celebrado o Acordo Internacional entre a União e o Banco Internacional de Reconstrução e Desenvolvimento - BIRD, cuja proposta era a criação de Centros de Engenharia de Operação, um deles junto à escola paulista. Embora não autorizado o funcionamento do referido Centro, a Escola Técnica Federal de São Paulo – ETFSP acabou recebendo máquinas e outros equipamentos por conta do acordo.

Ainda, com base no mesmo documento, o destaque e o reconhecimento da ETFSP iniciou-se com a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional – LDB nº. 5.692/71, possibilitando a formação de técnicos com os cursos integrados, (médio e técnico), cuja carga horária, para os quatro anos, era em média de 4.500 horas/aula.

Foi na condição de ETFSP que ocorreu, no dia 23 de setembro de 1976, a mudança para as novas instalações no Bairro do Canindé, na Rua Pedro Vicente, 625. Essa sede ocupava uma área de 60 mil m², dos quais 15 mil m² construídos e 25 mil m² projetados para outras construções.

À medida que a escola ganhava novas condições, outras ocupações surgiram no mundo do trabalho e outros cursos foram criados. Dessa forma, foram

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escolha do diretor, mediante a realização de eleições. Com a finalização do processo eleitoral, os três candidatos mais votados, de um total de seis que concorreram, compuseram a lista tríplice encaminhada ao Ministério da Educação para a definição daquele que seria nomeado.

Foi na primeira gestão eleita (Prof. Antonio Soares Cervila) que houve o início da expansão das unidades descentralizadas - UNEDs da escola, com a criação, em 1987, da primeira do país, no município de Cubatão. A segunda UNED do Estado de São Paulo principiou seu funcionamento no ano de 1996, na cidade de Sertãozinho, com a oferta de cursos preparatórios e, posteriormente, ainda no mesmo ano, as primeiras turmas do Curso Técnico de Mecânica, desenvolvido de forma integrada ao ensino médio.

2.1.5. O CENTRO FEDERAL DE EDUCAÇÃO TECNOLÓGICA DE SÃO PAULO

No primeiro governo do presidente Fernando Henrique Cardoso, o financiamento da ampliação e reforma de prédios escolares, aquisição de equipamentos, e capacitação de servidores, no caso das instituições federais, passou a ser realizado com recursos do Programa de Expansão da Educação Profissional - PROEP (MATIAS, 2004).

Por força de um decreto sem número, de 18 de janeiro de 1999, baixado pelo Presidente Fernando Henrique Cardoso (segundo mandato de 01 de janeiro de 1999 a 01 de janeiro de 2003), se oficializou a mudança de denominação para CEFET- SP.

Igualmente, a obtenção do status de CEFET propiciou a entrada da Escola no oferecimento de cursos de graduação, em especial, na Unidade de São Paulo, onde, no período compreendido entre 2000 a 2008, foi ofertada a formação de tecnólogos na área da Indústria e de Serviços, Licenciaturas e Engenharias.

Desta maneira, as peculiaridades da pequena escola criada havia quase um século e cuja memória estrutura sua cultura organizacional, majoritariamente, desenhada pelos servidores da Unidade São Paulo, foi sendo, nessa década, alterada por força da criação de novas unidades, acarretando a abertura de novas

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15 oportunidades na atuação educacional e discussão quanto aos objetivos de sua função social.

A obrigatoriedade do foco na busca da perfeita sintonia entre os valores e possibilidades da Instituição foi impulsionada para atender às demandas da sociedade em cada localidade onde se inaugurava uma Unidade de Ensino, levando à necessidade de flexibilização da gestão escolar e construção de novos mecanismos de atuação.

2.1.6. INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E TECNOLOGIA DE SÃO PAULO

O Brasil vem experimentando, nos últimos anos, um crescimento consistente de sua economia, o que demanda da sociedade uma população com níveis crescentes de escolaridade, educação básica de qualidade e profissionalização. A sociedade começa a reconhecer o valor da educação profissional, sendo patente a sua vinculação ao desenvolvimento econômico.

Um dos propulsores do avanço econômico é a indústria que, para continuar crescendo, necessita de pessoal altamente qualificado: engenheiros, tecnólogos e, principalmente, técnicos de nível médio. O setor primário tem se modernizado, demandando profissionais para manter a produtividade. Essa tendência se observa também no setor de serviços, com o aprimoramento da informática e das tecnologias de comunicação, bem como a expansão do segmento ligado ao turismo.

Se de um lado temos uma crescente demanda por professores e profissionais qualificados, por outro temos uma população que foi historicamente esquecida no que diz respeito ao direito a educação de qualidade e que não teve oportunidade de formação para o trabalho.

Considerando-se, portanto, essa grande necessidade pela formação profissional de qualidade por parte dos alunos oriundos do ensino médio, especialmente nas classes populares, aliada à proporcional baixa oferta de cursos superiores públicos no Estado de São Paulo, o IFSP desempenha um relevante papel na formação de técnicos, tecnólogos, engenheiros, professores, especialistas, mestres e doutores, além da correção de escolaridade regular por meio do PROEJA e PROEJA FIC.

A oferta de cursos está sempre em sintonia com os arranjos produtivos, culturais e educacionais, de âmbito local e regional. O dimensionamento dos cursos

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cooperativismo, e no desenvolvimento socioeconômico da região de influência de cada campus, da pesquisa aplicada destinada à elevação do potencial das atividades produtivas locais e da democratização do conhecimento à comunidade em todas as suas representações.

A Educação Científica e Tecnológica ministrada pelo IFSP é entendida como um conjunto de ações que buscam articular os princípios e aplicações científicas dos conhecimentos tecnológicos à ciência, à técnica, à cultura e às atividades produtivas. Este tipo de formação é imprescindível para o desenvolvimento social da nação, sem perder de vista os interesses das comunidades locais e suas inserções no mundo cada vez mais definido pelos conhecimentos tecnológicos, integrando o saber e o fazer por meio de uma reflexão crítica das atividades da sociedade atual, em que novos valores reestruturam o ser humano.

Assim, a educação exercida no IFSP não está restrita a uma formação meramente profissional, mas contribui para a iniciação na ciência, nas tecnologias, nas artes e na promoção de instrumentos que levem à reflexão sobre o mundo.

Atualmente, o IFSP conta com mais de vinte campi espalhados pelo estado de São Paulo, sendo que o primeiro campus é o da cidade de São Paulo.

2.2. HISTÓRICO DO CAMPUS

O Campus São Paulo tem sua história intimamente relacionada à do próprio IFSP por ter sido a primeira das escolas deste sistema educacional a entrar em funcionamento. Localizado na Rua Pedro Vicente, 625, no Bairro do Canindé, além do desenvolvimento das atividades educacionais, abriga a sede da Reitoria da Instituição.

Seu funcionamento decorreu do Decreto n.º 7.566, de 23 de setembro de 1909, que criou as Escolas de Aprendizes Artífices e que, com o tempo, compuseram a Rede de Escolas Federais de Ensino Técnico Profissional. O início efetivo de suas atividades ocorreu no ano de 1910 e, em sua trajetória, foram várias

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17 as denominações, mantendo, entretanto, a condição de escola pública vinculada à União e, também, o prestígio junto à sociedade paulistana.

Nos primeiros meses de 1910, a escola funcionou provisoriamente em um galpão instalado na Avenida Tiradentes, no Bairro da Luz, sendo transferida no mesmo ano para o bairro de Santa Cecília, na Rua General Júlio Marcondes Salgado, onde permaneceu até a mudança definitiva para o endereço atual, no ano de 1976. Os primeiros cursos foram de Tornearia, Mecânica e Eletricidade, além das oficinas de Carpintaria e Artes Decorativas, sendo o corpo discente composto de quase uma centena de aprendizes.

A partir de 1965, a escola passou a ser Escola Técnica Federal de São Paulo e, em 1999, a Centro Federal de Educação Tecnológica de São Paulo. Como CEFET-SP, ampliou as suas possibilidades de atuação e seus objetivos oferecendo cursos superiores na Unidade Sede São Paulo, e, entre 2000 e 2008, foram implementados diversos cursos voltados à formação de tecnólogos na área da Indústria e de Serviços, Licenciaturas e Engenharias.

Transformado o CEFETSP em IFSP, no final de 2008, a antiga Unidade Sede inicia uma nova fase de sua história. Como o maior campus do Instituto, a escola privilegia a oferta de várias modalidades e níveis de formação, de cursos técnicos de nível médio a licenciaturas, graduações na área tecnológica e pós-graduações.

O campus São Paulo atua nos segmentos de Controle e Automação, Turismo, Mecânica, Informática, Elétrica, Eletrônica e Construção Civil; oferece as licenciaturas em Física, Geografia, Química, Matemática e Ciências Biológicas; as engenharias em Construção Civil, Controle e Automação e Produção; os cursos de especialização lato sensu em Educação Profissional Integrada à Educação Básica na Modalidade de Educação de Jovens e Adultos, em Planejamento e Gestão de Empreendimentos na Construção Civil, em Formação de Professores com Ênfase no Ensino Superior, em Tecnologias e Operações em Infraestrutura da Construção Civil, em Controle e Automação, em Projeto e Tecnologia do Ambiente Construído, em Aeroportos - Projeto e Construção e o Programa de Mestrado Profissionalizante em Automação e Controle de Processos.

Além dos cursos superiores, o campus oferta cursos profissionalizantes de nível médio integrado voltado para a área de Educação Tecnológica, e ainda o PROEJA, ensino de nível médio integrado à formação de Técnico em Qualidade. Dessa maneira, as peculiaridades da pequena escola, criada há pouco mais de um século e cuja memória estrutura sua cultura organizacional, vem sendo alteradas nos últimos anos por uma proposta que pretende articular cada vez mais a formação de profissionais e a transformação da sociedade.

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Em 2010, o campus São Paulo realizou, pela primeira vez, eleições diretas para Diretor-Geral, com a participação de professores, estudantes e técnicos administrativos, sendo eleito o Prof. Carlos Alberto Vieira.

Rumo ao avanço em suas metas, em 01/09/2010 o IFSP iniciou o programa PROEJA-FIC pelo oferecimento do curso de Pintura em Paredes de Alvenaria, com duração de dois anos e do qual participam os municípios de Osasco, Francisco Morato, Itapevi e São Bernardo do Campo.

O espaço físico do campus São Paulo abriga dezesseis laboratórios de Informática, dois laboratórios de Geografia, um laboratório de Turismo, seis laboratórios de Física, treze laboratórios de Mecânica, nove laboratórios de Elétrica, seis laboratórios de Eletrônica e Telecomunicações e dez laboratórios de Construção Civil, e turmas de outros cursos podem beneficiar-se da utilização destes espaços.

A estrutura física do campus São Paulo abriga espaços administrativos e de uso acadêmico dedicados ao atendimento de estudantes e servidores, e mais quatro salas de redação, duas salas de desenho, três salas de projeção, sessenta salas de aulas tradicionais, três auditórios para 180, 130 e 80 pessoas e uma biblioteca, além de ambientes apropriados para a prática da educação física e desportos, como uma pista de atletismo, um campo de futebol gramado, um campo de futebol de areia, quatro quadras poliesportivas, uma sala para condicionamento físico e dois vestiários.

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3. JUSTIFICATIVA E DEMANDA DE MERCADO

O presente Projeto Pedagógico do Curso de Engenharia Eletrônica é fruto de uma conjunção de fatores: a tradição dos mais de 100 anos de nossa instituição de educação pública de excelência; a grande experiência de seus professores no ensino de Eletrônica; a troca continuada de conhecimento entre docentes e discentes em diferentes disciplinas e cursos; o sucesso na implementação de curso de grande similaridade, Engenharia de Controle e Automação no Campus São Paulo do IFSP; e, principalmente, a necessidade crescente da sociedade brasileira por profissionais atuantes nos diversos campos de desdobramento da Engenharia Eletrônica, tais como, as áreas de Telecomunicações, Processamento de Sinais, Microeletrônica, Microcontroladores, Instrumentação e Informática.

Cursos na área de Eletrônica e na área de Telecomunicações existem em nossa instituição desde a década de 1980, na forma de cursos técnicos de nível médio, e, a partir de 2004, também em nível superior, com a entrada em funcionamento do curso de Tecnologia em Sistemas Eletrônicos. Eles têm, dentre seus objetivos, a busca continuada de sintonia com as empresas e indústrias do setor e a franca permuta de experiências com nossos alunos e ex-alunos. Tais características têm possibilitado um aprimoramento no processo de formação de nossos profissionais e se intensificaram nos últimos dez anos, nos quais professores da área de Eletrônica e Telecomunicações têm se responsabilizado por grande parte das disciplinas do curso de Engenharia de Controle e Automação.

Aliada a esta experiência, há a vocação de nossa instituição centenária em atender às demandas profissionais de seu entorno. Nos últimos anos, aumentou a necessidade de formação de engenheiros em nosso país. O documento “Entraves ao Desenvolvimento da Indústria Brasileira” (COELHO, 2011), publica uma pesquisa do Departamento de Competitividade e Tecnologia da FIESP, que indica que 61% das empresas têm problemas de contratação pela falta de engenheiros qualificados e que 62% das empresas têm os mesmos problemas com a falta de profissionais voltados para cargos de pesquisa e desenvolvimento. A mesma necessidade foi identificada no seminário “Os Caminhos da Engenharia Brasileira” (RAVASIO, 2011), promovido pelo Instituto de Engenharia em outubro de 2011, para mapear os principais desafios do setor no país.

Tem sido frequente a divulgação, na imprensa, de artigos e reportagens acerca do problema atual da falta de engenheiros no Brasil. A seguir, são reproduzidos trechos representativos de alguns destes artigos.

Na Revista Época de fevereiro de 2011 (MELO, 2011), em artigo intitulado “Falta de engenheiros no país pode causar atrasos nas obras do PAC, Copa e Olimpíadas”, lê-se:

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O artigo ainda traz dados do Ministério da Educação, segundo os quais:

Aqui se forma um engenheiro a cada 50 pessoas que concluem o curso superior. Na Coreia do Sul, esse número é de um engenheiro para quatro graduados; e no México a relação é de um engenheiro para 20 graduados. Esta constatação é confirmada pelo projeto EngenhariaData (ENGENHARIADATA, 2012), do Observatório da Inovação e Competitividade da Universidade de São Paulo, segundo o qual:

O Brasil é o país que menos forma engenheiros em relação ao tamanho de sua população, em comparação com 26 países membros e não membros da OCDE. De acordo com dados de 2007, eram 2 profissionais de Engenharia para cada 10.000 habitantes - comparativamente, os coreanos formavam oito vezes mais, os chineses cinco vezes mais, e Chile e México, pelo menos o dobro.

O mesmo estudo constata que, entre o ano 2000 e o ano de 2009, houve crescimento na oferta de cursos de engenharia no Brasil, mas que este crescimento ainda está longe de levar o Brasil a um patamar adequado de número de engenheiros em relação ao seu número de habitantes e à sua importância econômica. Este estudo constatou, também que:

Do ponto de vista da natureza administrativa da instituição, o maior crescimento se deu na rede privada. Com isso, observa-se a inversão de posições para o conjunto do Brasil, com as instituições públicas de ensino perdendo espaço para instituições privadas, que passaram a responder por 61% dos cursos (1179), em 2009, contra 49% no início da década (344) (...). Há que se considerar, todavia, que esses números espelham, particularmente, a realidade dos estados do Sul e Sudeste, onde se deu a explosão de cursos oferecidos na rede privada; estes passaram a responder por mais da metade dos cursos de Engenharia do país em 2009.

E ainda:

A partir de 2005, no entanto, as instituições federais exibem uma curva de crescimento mais acentuada, tendência que decorre da política mais agressiva do governo Lula para a área, em especial do programa Reuni (...). Como resultado, com exceção do Sudeste, o número de cursos na rede federal duplicou em todas as regiões do país.

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21 Aqui, é importante se salientar que o crescimento na oferta de cursos de engenharia por parte de instituições federais é menor na região Sudeste do que nas demais regiões do país.

Segundo o artigo de Márcia Telles intitulado “Brasil sofre com a falta de engenheiros”, publicado no exemplar número 6 da revista Inovação em Pauta (FINEP, 2012), do Departamento de Comunicação da FINEP (Financiadora de Estudos e Projetos, empresa pública vinculada ao Ministério da Ciência e Tecnologia):

‘O desenvolvimento das engenharias é fator altamente estratégico para o progresso do Brasil’, afirma Ricardo Gattass, superintendente da Área de Universidades da FINEP. Segundo ele, a velocidade de desenvolvimento do setor empresarial de uma nação depende da disponibilidade de engenheiros altamente qualificados. ‘Sem eles, não há como implementar nenhum projeto de desenvolvimento nacional’, ressalta. Hoje, a participação do Brasil na pesquisa em engenharia no mundo é de apenas 1,4%, contra 28,1% dos Estados Unidos, 10,3% do Japão e 8,6% da China, segundo levantamentos realizados no período de 2001 a 2005. Na versão digital do jornal O Estado de São Paulo de 30 de novembro de 2009 (PARAGUASSÚ, 2009), foi publicado um artigo intitulado “Brasil sofre com escassez de engenheiros”, segundo o qual:

O projeto brasileiro de crescer 6% ao ano pode esbarrar em um problema básico: a falta de engenheiros. Apesar de ter crescido nos últimos anos, essa é uma área da graduação que anda a passos lentos e é deixada para trás por cursos como Administração e Direito. Um levantamento feito pelo Estado mostra que, entre os 589 cursos autorizados pelo Ministério da Educação entre julho de 2008 e agosto de 2009, apenas 13% eram da área. Nem mesmo as novas universidades públicas têm ajudado muito: entre os 283 cursos que estão sendo ofertados pelas 12 novas federais, apenas 52 são de Engenharia.

E, ainda:

Hoje, todos os cursos de Engenharia no País somam pouco menos de 120 mil vagas. É pouco mais de 4% de todas as vagas de ensino superior do País. Já Administração, com suas 526,3 mil vagas, representa mais de 18%. Na Coreia do Sul, 26% de todos os formandos são engenheiros. No Japão, 19,7%. Mesmo o México, país em desenvolvimento com indicadores semelhantes aos brasileiros, hoje tem 14,3% de seus formandos nessa área. Na China, eles alcançam 40%. (...) ‘Toda vez que o País cresce por alguns anos seguidos, nos deparamos com essa situação limite. Temos um enorme déficit de mão de obra qualificada. Não há um plano claro de reversão disso, nos parece que falta um plano estratégico’, diz Rafael Lucchesi, diretor de operações da Confederação Nacional da

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de 2010 (PORTELLA, 2010), intitulado “Falta de engenheiros aumenta importação de mão de obra” verifica-se que:

Em 2010, País deve receber cerca de 5 mil profissionais do setor, um crescimento de 39% em comparação com o ano passado. (...) Com a potencial escassez de mão de obra de engenheiros para os projetos futuros que se escancaram - com Copa do Mundo, Jogos Olímpicos, pré-sal e o boom imobiliário - a chegada de engenheiros estrangeiros ao Brasil cresce a cada ano - e não deve parar de crescer. Segundo dados da Coordenação Geral de Imigração do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), entre 2008 e 2009, o número de autorizações concedidas a engenheiros estrangeiros saltou 27%, de 2.712 para 3.542. Entre janeiro e julho deste ano, a entrada de estrangeiros no País já superou os números de 2008, com 2.804 autorizações. Caso mantenha o mesmo ritmo de crescimento nos próximos cinco meses, o Brasil encerrará 2010 com a entrada de 4,8 mil engenheiros estrangeiros, um crescimento de 39% em comparação com o ano passado.

Neste artigo, são apresentadas, de forma gráfica, as proporções de engenheiros importados pelas empresas brasileiras, segundo a especialidade, entre 2008 e 2010. Vê-se que os engenheiros eletricistas estão em terceiro lugar em número de importações, atrás somente de engenheiros mecânicos e navais. Lê-se, ainda:

Embora seja adotada como alternativa à escassez de mão de obra especializada no Brasil, a importação de profissionais tem seus contras. ‘Nós estamos em período de expansão mundial e todos os países precisarão de mão de obra’, diz Ivan Witt, diretor da consultoria de recursos humanos Stter RH. ‘Além disso, existe uma barreira cultural, que é difícil de ser vencida’, completa. Ele acredita que mesmo países vizinhos, como Chile e Argentina, não teriam condições de suprir a demanda do Brasil. É consenso entre os especialistas que o Brasil enfrentará escassez de mão de obra de engenheiros nos próximos anos. Um estudo realizado pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) mostrou que, se a economia apresentar um crescimento médio de 3,5% ao ano, o estoque de profissionais não será suficiente para atender a demanda por engenheiros já em 2015. (...) ‘O Brasil forma em torno de 32 mil novos engenheiros por ano. Só a indústria automobilística e a Petrobras precisam de 34 mil’, diz Ivan Witt. (...) Com a retomada econômica observada nos últimos anos, cresce a demanda por engenheiros e os salários tornam-se mais atrativos.

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23 Hoje, o salário médio inicial para um engenheiro é de R$ 4,5 mil. Há quatro anos, o valor era bem menor: R$ 1,5 mil.

Artigo semelhante foi publicado no portal Bom Dia Brasil (GLOBO, 2010) da Rede Globo, em 10 de dezembro de 2010, intitulado “Demanda por engenheiros aumenta e mercado importa profissionais”. Eis alguns de seus trechos:

Ao todo, são 32 mil os engenheiros que saem das universidades por ano. Para acompanhar o crescimento, hoje, seria necessário mais que o dobro desse número. (...) ‘No mínimo uns 70 mil engenheiros por ano. Se você compara com a Rússia, que tem uma formação em torno de 120 mil engenheiros por ano, ou a Índia, que tem 190 mil engenheiros por ano, os números do Brasil são muito baixos’, compara o professor da COPPE-UFRJ, Aquilino Senra. A França tem 15 engenheiros para cada mil habitantes. Nos Estados Unidos e no Japão, a proporção é de 25 engenheiros para cada mil. No Brasil, são apenas 6. A carência de engenheiros brasileiros abre o mercado para profissionais estrangeiros. Entre 2008 e 2009 o número de autorizações concedidas a engenheiros estrangeiros saltou de 2.700 para 3.500. O professor faz um alerta: ‘Se não for dada uma resposta imediata nos próximos dois anos para essa deficiência, teremos nos próximos quatro anos uma situação insustentável em termos de desenvolvimento tecnológico do país.’

Encontram-se vários outros artigos recentes semelhantes a estes, de várias fontes, que apresentam a mesma inquietação e dados similares.

Quanto à procura por cursos de engenharia por parte dos estudantes, o projeto EngenhariaData indica que:

O aumento do número de cursos e vagas em Engenharia foi acompanhado pelo aumento progressivo da procura pelo curso. Em 2000, houve 251.501 inscritos em processos seletivos para cursos de Engenharia, contingente que subiu para 603.721 em 2009. Comparado aos números do Ensino Superior como um todo – que teve um aumento da ordem de 50% no número de inscritos em processos seletivos, passando de pouco mais de 4 milhões em 2000 para cerca de 6,2 milhões em 2009 – nota se que Engenharia teve crescimento superior, na casa dos 140%.

Contrariando as necessidades descritas acima, a oferta de cursos de Engenharia Eletrônica em instituições públicas no estado de São Paulo não é grande. Na Grande São Paulo, a única instituição pública que oferece este curso é a Escola Politécnica da Universidade de São Paulo. Em 2012, houve 15,91 candidatos por vaga no vestibular para o conjunto de seus cursos de engenharia (FUVEST, 2012).

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Paulo, como a UNIFESP (Universidade Federal de São Paulo) e a UFABC (Universidade Federal do ABC), não oferecem o curso de Engenharia Eletrônica (UNIFESP, 2012), (UFABC, 2012).

As demais instituições que oferecem este curso em nosso estado o fazem a centenas de quilômetros do campus São Paulo. Assim, a oferta de Engenharia Eletrônica neste campus proporcionará uma nova boa oportunidade a estudantes de uma região populosa, como é a nossa, os quais se encontram desfavorecidos geograficamente quanto à oferta deste curso.

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4. OBJETIVO

4.1. OBJETIVO GERAL

O curso de Engenharia Eletrônica visa à formação de profissionais para atuar tanto na aplicação desta área da ciência e da tecnologia nos processos produtivos quanto na produção de bens de consumo e de serviços.

Ao mesmo tempo, o curso deverá proporcionar aos seus estudantes desenvolvimento intelectual, acadêmico e como cidadão, criando oportunidades para que sejam desenvolvidas competências, habilidades e posturas críticas diante da realidade de nossa sociedade. Ele deverá fomentar e ampliar reflexões acerca de questões relativas à área de Eletrônica, de suas relações com o desenvolvimento social e com a necessidade da adoção de boas práticas na interação com o meio ambiente, amparado, por exemplo, pelas disciplinas Responsabilidade Social e Gestão Financeira, detalhadas na seção 6 deste texto.

4.2. OBJETIVO ESPECÍFICO

O curso de Engenharia Eletrônica do IFSP tem por objetivo a formação de recursos humanos para o desenvolvimento científico e tecnológico da área de Eletrônica, assim como a aplicação de tecnologias que visem à melhoria de produtos e serviços, com responsabilidade social e preocupação ambiental.

Desta forma, objetiva-se a formação de 40 profissionais por ano, aptos a atender às crescentes e variáveis demandas impostas pelas alterações tecnológicas, sociais e econômicas.

O profissional formado estará habilitado a atuar em diversas subáreas da Eletrônica, tais como: Telecomunicações, Processamento de Sinais, Microeletrônica, Controle de Processos, Microcontroladores e Informática, incluindo as aplicações tradicionais nos sistemas industriais e em áreas como automotiva, residencial, bancária, predial, agrícola, comunicações, de consumo e de entretenimento. O mercado de trabalho para este profissional é amplo, podendo ser formado pelas empresas clientes das técnicas de Eletrônica, bem como as empresas que fornecem serviços, integração de sistemas e aquelas que vendem ou que desenvolvem equipamentos. Ademais, devido ao perfil abrangente do profissional e a diversidade

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5. REQUISITOS DE ACESSO

O curso oferecerá 40 vagas por ano, para início das aulas no início do segundo semestre letivo (normalmente, no fim de julho ou no início de agosto). Nos oito primeiros semestres do curso, a cada semestre, as aulas estarão concentradas no período matutino ou no período vespertino, havendo alternância de período (de matutino para vespertino ou vice-versa) de cada semestre do curso para o semestre seguinte, de forma a se facilitar a oferta de disciplinas como dependências em horário constante e sem conflito de horário com o das disciplinas do semestre seguinte. Busca-se, assim, evitar que a reprovação de um aluno em uma disciplina tenha como consequência o atraso na conclusão do curso por este aluno. Apenas os dois últimos semestres do curso terão aulas concentradas no período noturno, para se facilitar a realização de estágio supervisionado.

Os candidatos às vagas deverão ter concluído o Ensino Médio ou equivalente, de acordo com art. 10 das Normas Acadêmicas do Ensino Superior, aprovadas pela Portaria 143/GAB, de 1º de fevereiro de 2008.

Todas as vagas oferecidas serão preenchidas por meio do Sistema de Seleção Unificada (SISU).

Será admitido, também, após o primeiro semestre do curso, caso surjam vagas decorrentes de desistências, o ingresso de estudantes transferidos de outros cursos e de outras instituições, observando-se os critérios de aproveitamento de estudos descritos a seguir neste texto. A seleção e a aceitação destes estudantes se dará em processo regulamentado e conduzido pelo Núcleo Docente Estruturante, órgão descrito a seguir neste texto.

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responsável na sociedade. A velocidade com que os novos conhecimentos científicos e tecnológicos são gerados, difundidos e absorvidos exige que estas instituições deixem de ter a atitude exclusiva de transmissoras de informações e enfatizem as atribuições mais complexas de construção de saberes. Uma das grandes responsabilidades de todos os níveis educacionais, particularmente do ensino superior, passa a ser a transformação da aprendizagem em um processo autônomo e contínuo para os egressos dos cursos. Além do domínio de tecnologias de informação e comunicação que permitam o acesso aos conhecimentos acumulados, tal formação implica também a capacidade de selecioná-los, de reorganizá-los e de produzi-los autonomamente.

Atualmente, os espaços de trabalho são cada vez mais espaços de formação, o que exige que as instituições educacionais se aproximem deles. A reorganização sistêmica do mundo do trabalho e sua flexibilização trazem novas exigências ao processo formativo. Competências sociais, antes desconsideradas no ambiente produtivo, são cada vez mais valorizadas.

O curso deve destinar-se, além da formação de pessoal, a enfocar a necessidade de ocupação de postos de comando e de liderança técnica nas empresas, e tornar os formandos capazes de enfrentar problemas novos sem receios, com confiança nas suas potencialidades e demonstrando capacidade de investigação e de inovação. Para tanto, há uma concentração de disciplinas nos dois últimos semestres do curso (detalhadas adiante) destinadas a proporcionar ao aluno estes recursos.

A exigência, presente na matriz do curso, de que o aluno cumpra 160 horas de estágio supervisionado faz com que, ao concluir o curso, ele já tenha tido contato com a realidade do mundo do trabalho, tanto em seus aspectos tecnológicos, quanto organizacionais e de relacionamento humano profissional.

6.1. PERFIL GERAL

Para alcançar as finalidades do curso, o profissional formado em Engenharia Eletrônica no IFSP deverá apresentar uma bagagem de conhecimentos multidisciplinar baseada nas áreas de Eletrônica, Telecomunicações, Automação e

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29 Controle, Microeletrônica e Informática, além de conhecimentos sólidos em áreas básicas como Física e Matemática, concentradas nas disciplinas dos primeiros semestres do curso. Esta base analítico-conceitual será acompanhada por uma visão atualizada da dinâmica científica e tecnológica na sociedade moderna, bem como de uma consciência dos compromissos éticos e da necessidade de superação das desigualdades sociais e da preservação do meio ambiente.

Para se adaptar ao ambiente de trabalho profissional moderno, o egresso deverá desenvolver qualidades pessoais, tais como autonomia, comunicação interpessoal e responsabilidade, além de habilidade em organizar e executar tarefas diversas. Estas qualidades serão estimuladas, por exemplo, nas disciplinas de projeto, como Introdução à Engenharia e Projeto Experimental e desenvolvidas com maior intensidade durante as 160 horas de estágio supervisionado.

A exigência de estar sempre atento às inovações tecnológicas implica que o formado deverá se habituar a se desenvolver constantemente, aperfeiçoando seus conhecimentos por meio de aprendizado continuado e da capacidade de pesquisa.

6.2. PERFIS ESPECÍFICOS

Dentre as atividades típicas do Engenheiro Elétrico modalidade Eletrônica, podem-se citar: concepção, especificação, configuração e instalação de sistemas eletrônicos; projeto e reforma de máquinas e equipamentos; avaliação de desempenho e otimização de sistemas automáticos em operação; análise de segurança e manutenção de sistemas eletrônicos; integração de sistemas eletrônicos isolados, concebendo uma interação completa desde os sistemas de produção até os sistemas de gestão empresarial; desenvolvimento de produtos, serviços e software para controle; gerenciamento dos sistemas produtivos e das informações resultantes; concepção, especificação e projeto de sistemas de telecomunicações. Diante desta realidade, pretende-se que o profissional formado pelo curso de Engenharia Eletrônica adquira a capacidade de atuar como elemento gerador de oportunidades, ao entender, projetar e gerenciar sistemas e processos que utilizam técnicas eletrônicas. O egresso estará também em condições de avaliar custos e propor soluções simples e de baixo custo, que muitas vezes implicam modificações ou implementações que não estão relacionadas diretamente com a própria eletrônica. O profissional em questão também estará apto a criar ou dirigir empresas correlatas com a sua formação.

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atuadores de transmissão e recepção de dados, de áudio/vídeo, de segurança patrimonial e de eletrônica embarcada. Planeja, projeta, instala, opera e mantém sistemas e instalações eletrônicas, equipamentos, dispositivos e componentes de instrumentação biomédica, sistemas de medição e instrumentação eletroeletrônica, de acionamentos de máquinas, de controle eletrônico e de automação, e de sistemas eletrônicos embarcados. Coordena e supervisiona equipes de trabalho, realiza estudos de viabilidade técnico-econômica, executa e fiscaliza obras e serviços técnicos; e efetua vistorias e avaliações, emitindo laudos e pareceres. Em suas atividades, considera a ética, a segurança, a legislação e os impactos ambientais.

6.3. COMPETÊNCIAS E HABILIDADES

Este curso se manterá em conformidade com as Diretrizes Curriculares Nacionais dos Cursos de Engenharia (BRASIL, 2002), definidas pelo Ministério da Educação, as quais estabelecem como competências e habilidades dos egressos de cursos de engenharia:

a) aplicar conhecimentos matemáticos, científicos, tecnológicos e instrumentais à engenharia;

b) projetar e conduzir experimentos e interpretar resultados; c) conceber, projetar e analisar sistemas, produtos e processos; d) planejar, supervisionar, elaborar e coordenar projetos e serviços de engenharia;

e) identificar, formular e resolver problemas de engenharia; f) desenvolver e/ou utilizar novas ferramentas e técnicas; g) supervisionar a operação e a manutenção de sistemas; h) avaliar criticamente a operação e a manutenção de sistemas; i) comunicar-se eficientemente nas formas escrita, oral e gráfica; j) atuar em equipes multidisciplinares;

k) compreender e aplicar a ética e responsabilidade profissionais; l) avaliar o impacto das atividades da engenharia no contexto social e ambiental;

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31 n) assumir a postura de permanente busca de atualização profissional.

No que diz respeito especificamente aos engenheiros elétricos, a resolução 218 do CONFEA (CONFEA, 1973) estabelece que:

Art. 9º - Compete ao ENGENHEIRO ELETRÔNICO ou ao ENGENHEIRO ELETRICISTA, MODALIDADE ELETRÔNICA ou ao ENGENHEIRO DE COMUNICAÇÃO:

I - o desempenho das atividades 01 a 18 do artigo 1º desta Resolução, referentes a materiais elétricos e eletrônicos; equipamentos eletrônicos em geral; sistemas de comunicação e telecomunicações; sistemas de medição e controle elétrico e eletrônico; seus serviços afins e correlatos.

No artigo primeiro são discriminadas as atividades que podem ser desempenhadas, sendo elas:

Atividade 01 - Supervisão, coordenação e orientação técnica; Atividade 02 - Estudo, planejamento, projeto e especificação; Atividade 03 - Estudo de viabilidade técnico-econômica; Atividade 04 - Assistência, assessoria e consultoria; Atividade 05 - Direção de obra e serviço técnico;

Atividade 06 - Vistoria, perícia, avaliação, arbitramento, laudo e parecer técnico;

Atividade 07 - Desempenho de cargo e função técnica;

Atividade 08 - Ensino, pesquisa, análise, experimentação, ensaio e divulgação técnica; extensão;

Atividade 09 - Elaboração de orçamento;

Atividade 10 - Padronização, mensuração e controle de qualidade; Atividade 11 - Execução de obra e serviço técnico;

Atividade 12 - Fiscalização de obra e serviço técnico; Atividade 13 - Produção técnica e especializada; Atividade 14 - Condução de trabalho técnico;

Atividade 15 - Condução de equipe de instalação, montagem, operação, reparo ou manutenção;

Atividade 16 - Execução de instalação, montagem e reparo;

Atividade 17 - Operação e manutenção de equipamento e instalação;

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serviços por parte dos alunos. É importante que os alunos sejam expostos aos conhecimentos científicos atuais, compatíveis com as tecnologias em uso e com os novos conceitos da ciência que modificam a forma de ver o mundo.

Há o empenho para que o curso incorpore pressupostos orientados para a formação social e integral dos egressos para a sociedade, proporcionando-lhes recursos pedagógicos para a aquisição das ferramentas necessárias a uma atuação ágil e flexível no mercado de trabalho, tornando-os aptos a se adaptarem a diversas atividades de trabalho. Na organização do ensino deverá ser estimulada a conscientização sobre questões fundamentais da sociedade atual (tais como oportunidades profissionais, consequências da acelerada incorporação das conquistas tecnológicas na organização social, princípios éticos, riscos da destruição do meio ambiente e escassez de energia) por meio de atividades participativas tais como palestras, debates, aulas, oficinas pedagógicas. Pretende-se que o profissional formado pelo curso de Engenharia Eletrônica desenvolva a capacidade de atuar como elemento gerador de oportunidades por meio dos conteúdos de educação empreendedora constante na abordagem pedagógica do curso.

7.1. TRABALHO FINAL DE CURSO - TFC

Segundo as Diretrizes Curriculares Nacionais dos Cursos de Engenharia (BRASIL, 2002):

“É obrigatório o trabalho final de curso como atividade de síntese e integração de conhecimento.”

O Trabalho Final de Curso – TFC, previsto como componente curricular nos últimos dois semestres e contabilizado como 160 horas-aula, consiste na elaboração e na execução de um projeto de Engenharia, cuja complexidade e cujo tema sejam compatíveis com o conteúdo ministrado ao longo do curso e com a carga horária estipulada. Seu desenvolvimento deverá se dar seguindo-se o método científico e boas práticas de organização e de documentação. Ao longo deste processo, haverá avaliações parciais e uma avaliação final.

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33 A conclusão deste trabalho requer sua apresentação oral, pelos alunos autores, perante uma banca avaliadora formada por professores com experiência no tema tratado. Será exigida, também, uma monografia, cuja estrutura formal deverá seguir as normas institucionais constantes no “Guia de Orientação à Normalização de Trabalhos Acadêmicos” do IFSP, tendo, preferencialmente, de 40 a 80 páginas de texto. A. aprovação da monografia está vinculada à nota mínima das “Normas Acadêmicas dos Cursos Superiores” do IFSP.

Este projeto é resultado do esforço de síntese, realizado pelos alunos, para articular os conhecimentos teóricos adquiridos ao longo do curso com o processo de investigação e reflexão acerca de um tema de seu interesse.

Esta atividade será realizada pelos alunos organizados em pequenos grupos, o que contribuirá para que seus participantes desenvolvam a capacidade de lidar com questões ligadas ao relacionamento interpessoal e ao trabalho em equipe.

O trabalho de cada grupo se desenvolverá sob orientação de um professor formalmente designado para tal e que tenha experiência no tema.

7.2. ATIVIDADES COMPLEMENTARES

As atividades complementares têm a finalidade de enriquecer o processo de ensino-aprendizagem, privilegiando a complementação da formação social e profissional. O que caracteriza este conjunto de atividades é a flexibilidade de carga horária semanal, com controle do tempo total de dedicação do estudante durante o semestre ou ano letivo.

A matriz do curso foi construída de modo a possibilitar ao aluno, desde o primeiro semestre, um estreito contato entre as aplicações práticas e os conceitos apresentados nas disciplinas teóricas. Nos dois semestres iniciais, estão previstas disciplinas as Introdução à Engenharia e Introdução ao Desenvolvimento de Projetos, em que serão colocadas em prática as técnicas para o estímulo ao trabalho em grupo e para a resolução de problemas de engenharia. A ementa das disciplinas foi elaborada de modo a orientar os grupos de alunos na elaboração de um projeto que será desenvolvido ao longo de cada semestre, sendo que serão utilizados subsídios fornecidos pelas diversas disciplinas que estão sendo oferecidas concomitantemente, tais como Desenho I e II, Cálculo Numérico, Mecânica Geral e Programação de Computadores I e II. O projeto será especificado de modo a garantir a sua conclusão no período proposto. A ênfase dada no primeiro semestre envolverá a construção de um sistema mecânico que utilizará alguns dispositivos elétricos para sua operação, tais como motores, chaves e outras peças. Numa

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extraclasse durante o período letivo. Nessas mesmas disciplinas também poderão ser convidados palestrantes para discursar sobre aplicações da tecnologia mais moderna na área eletrônica, sempre procurando apresentar ao aluno conceitos que serão apresentados no curso e sua relação com a atividade profissional.

Há vários anos, o IFSP possui programas bem-sucedidos de iniciação científica. Em 2012, há, no instituto, 145 estudantes participantes destes programas como bolsistas do próprio IFSP e 312 estudantes como bolsistas do CNPq. Estes números de bolsistas têm crescido a cada ano, em ambos os programas. Assim, os alunos do IFSP têm possibilidades crescentes de desenvolver, de maneira oficial e sistemática, projetos científicos e tecnológicos que permitam o seu amadurecimento na atividade de pesquisa científica na área Elétrica.

A participação de aluno do curso em atividade complementar, tal como evento científico, tecnológico, cultural ou palestra, não é obrigatória, mas poderá ser registrada em seu histórico escolar, desde que esta atividade tenha sido indicada ou avalizada por docente do curso e considerada pelo seu Núcleo Docente Estruturante como sendo compatível com os objetivos do curso. A regulamentação deste procedimento será de responsabilidade deste Núcleo.

7.3. MATRIZ CURRICULAR E REQUISITOS

A matriz curricular proposta para o curso segue as diretrizes estabelecidas pelo Ministério da Educação para os cursos de engenharia (BRASIL, 2002), segundo as quais:

Todo curso de Engenharia, independente de sua modalidade, deve possuir em seu currículo um núcleo de conteúdos básicos, um núcleo de conteúdos profissionalizantes e um núcleo de conteúdos específicos que caracterizem a modalidade.

O núcleo de conteúdos básicos, cerca de 30% da carga horária mínima, versará sobre os tópicos que se seguem:

• Metodologia Científica e Tecnológica; • Comunicação e Expressão;

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35 • Expressão Gráfica;

• Matemática; • Física;

• Fenômenos de Transporte; • Mecânica dos Sólidos; • Eletricidade Aplicada; • Química;

• Ciência e Tecnologia dos Materiais; • Administração;

• Economia;

• Ciências do Ambiente;

• Humanidades, Ciências Sociais e Cidadania.

Nos conteúdos de Física, Química e Informática, é obrigatória a existência de atividades de laboratório. Nos demais conteúdos básicos, deverão ser previstas atividades práticas e de laboratórios, com enfoques e intensidade compatíveis com a modalidade pleiteada.

E, especificamente para o curso de Engenharia Eletrônica, as diretrizes estabelecem que:

Atendidos os conteúdos do núcleo básico da Engenharia, os conteúdos profissionalizantes são: Eletricidade; Circuitos Elétricos; Circuitos Lógicos; Conversão de Energia; Eletromagnetismo; Eletrônica Analógica e Digital; Eletrônica Aplicada; Microprocessadores; Microcontroladores; Dispositivos Lógico-Programáveis; Processamento Digital de Sinais; Instrumentação Eletro-Eletrônica; Materiais Elétricos; Máquinas Elétricas e Acionamentos; Transmissão e Recepção de Sinais Analógicos e Digitais.

Cada um dos conteúdos profissionalizantes elencados no parágrafo anterior é coberto, neste curso de Engenharia Eletrônica, em alguns casos, por um componente curricular cujo nome corresponde (ainda que aproximadamente) ao nome deste próprio conteúdo. Em outros casos, o conteúdo elencado está distribuído por um conjunto de componentes curriculares. Estas correspondências são apresentadas na tabela a seguir:

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Circuitos Elétricos Circuitos Elétricos I, Circuitos Elétricos II Circuitos Lógicos Eletrônica Digital I, Eletrônica Digital II,

Eletrônica Digital III

Conversão de Energia Conversão de Energia I, Conversão de Energia II Eletromagnetismo Eletromagnetismo

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