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Maria Helena Primon lema Pes-graduaCao/USP

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Academic year: 2021

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Maria Helena Primon lema Pes-graduaCao/USP

1. lNTRODUCAo

Embora a lingua inglesa seja amplamente difundida a ponto de "respirarmos· ingles por todas as partes, de inUmer-ros estudos terem e estarem sendo feitos, de as gramaticas s~ rem cada vez mais completas, da variedade de dicionarios, al-guns aspectos lingaisticos merecem ainda urn estudo mais apro-fundado, seja para sua melhor compreensao, para a facilitacao da vida do usuario da lingua, seja porque tais estudos ainda nao esgotaram 0 tema.

Urndesses aspectos diz respeito aos phrasal verbs, paE te essencial da lingua inglesa, em especial da modalidade oral constituida de uma base verbal e uma particula, que pode ser adverbial (make up , give in, put down), preposicional (look after, go for) ou ambas (put up with / away with). Sao consi-deradas unidades por assim se comportarem tanto sintatica / quanta semanticamente. Sintaticamente, pois pedem complemen -tos como qualquer outro verbo da lingua; semanticamente, por-que seu significado nao pode ser depreendido a partir do sig-nificado das partes, mas da unidade como urn todo. sao, portag to, unidades complexas.

Nesta perspectiva, pretendemos estudar problemas q~~ I estas estruturas acarretam para 0ensino, propor alternativas

possiveis e, urn objetivo mais ambicioso, comparar duas lin guas de acordo com os procedimentos da Teoria Gramatical. En-tretanto, este trabalho, dados os limites, restringir-se-a a revisar 0 tratamento de tais unidades em algumas gramaticas /

pedagegicas disponiveis, e na gramatica de Quirk (1985).

2. AS GRAMATlCAS PEDAGeGlCAS E 0 MODELO DE QUIRK

As gramaticas pedagegicas do ingles pouco fazem alem de dar algumas definicoes e regras de uso.

Thomson (1986) detem-se em dizer que colocar preposi-coes ou adverbios apes alguns verbos se faz para obter uma va riedade de significados, mas nao vai alem disso. Divide as combinacoes em transitivas e intransitivas e faz uma listagem de alguns exemplos.

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Uma das mais difundidas grmaticas, a de Swan (1984) classifica os phrasal verbs em transitivos e intransitivos,nao mencionando que tipo de verba ou de particula seria mais ade-quada. Sobre 0 significado, diz aoenas que em alguns casos 0

verbo man tern seu sentido e que a particu1a funciona como urn intensificador (break up, tire out, etc). Em outros casos, a combinacao ternurn significado bastante diferente do de suas / partes: ~ive up (; surrender), ou seja, combinacoes cujo significado e literal e outras cujo significado e idiomatico. De qualquer forma, diz sobre os idiomaticos: 0unico modo de

depreender seu significado e consu1tando 0 dicionario.

Graver (1989), em poucas limhas, refere-se ao signifi-cado dos phrasal verbs como nao podendo ser previsto partin -do-se dos constituintes. Sobre sua sintaxe, 0 autor nada diz; o que, alias, as tres gramaticas vistas tambem nao fazem: nao levam em conta as relacoes sintaticas qundo buscam defunir / tais unidades.

t

neste ponto que Quirk (1985) se diferencia. Ele se apoiara em conceitos como complementacao e coesao para expli-car tal fenomeno da lingua

Para 0 autor, esta e amis urna questao de complementa -cao, a qual define como sendo "a parte de urn sintagma ou ora-cao que segue a palavra e completa a especificaora-cao da relacao de sentido que implica tal pa1avra" (id.ibid: 1150) - item lexical. Para e1e, tal nocao e fundamental para se entender a lingua, tanto que os verbos sac c1assificados de acordo com sua complementacao (transitivo, intransitivo, copular, etc). Sobre coesao, 0 autor se vale do conceito proposto por

Halliday & Hasan (1976); embora os autores considerem tal co£ ceito como semantico, Quirk afirma que existem sinais sinta-ticos de coesao. para aqueles, a coesao "ocorre quando a in -terpretacao de a1gum elemento no discurso e dependente de ou-tro e1emento" (1976:4); para Quirk coesao e sinonimo de idio-maticidade, pois 0 significado da forma nao pode ser previsto das partes. Quando se terna forma give up, 0 que a diferencia de outras possibilidades da lingua e que nao adianta quebrar-mos a unidade, nao depreenderequebrar-mos seu significado assim, ou seja, give + up isolados nao resultam em give up (;surrender).

t, portanto, uma forma coesa, logo, idiomatica.

Quanto aos phrasal verbs, Quirk divide-os em intransi-,

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e

formado de um verbo mais uma particula adverbial; seu uso e normalmente informal, com a particula funcionando como um ad-junto do predicado. (Ex.: The plane has taken off). Sobre 0

Tipo II, sao assim chamados transitivos por pedirem um objeto direto como complementador; podendo a particula preceder ou nao 0 objeto direto (Ex.: They turned on the light ou They

turned the light off).

Quirk baseia suas comparacoes sobremaneira nas free / combinations, combinacoes livres da lingua que nao funcionam como multi-word verbs.

Diz ele que os phrasal verbs devem ser distintos lexi-calmente das free combinations sintaticas. segundo 0autor

uma expressao altamente idiomatica (coesa) nao suporta tal v~ riacao, pois as duas unidades fundem-se numa so que nao permi te substituicoes individuais. Entretanto, ha casos nao muito claros entre os dois extremos (free combinations e phrasal verbs), mas apenas um nUmero limitado, do qual e possivel ex trair-se um exemplo semi-idiomatico (Turn on the light).

Com 0 Tipo II dos phrasal verbs nao ha metodo totalmen-te eficaz de se totalmen-testar a coesao (idiomaticidade) atraves da colocacao da particula antes do sujeito, algo que nem sempre

e

possivel com as free combinations. Urn outro teste de inde -pendencia (nao-coesao

=

nao-idiomatico), e a insercao de urn adverbio antes da particula. Este ultimo e um teste que pode selecionar a combinacao nao-idiomatica, embora algumas combin~ coes deste grupo nao permitam facilmente a possibilidade de c£ locacao de uma particula apos 0 objeto, exceto se ele for urn

pronome.

A fixacao da ordem SVAO (sujeito-verbo-adjunto-objeto) tende a ocorrer onde ha forte idiomaticidade (freqden~emente estabelecendo a diferenca entre metaforico e literal) entre 0

phrasal verb

e

0 objeto. Em adicao, a particula nao pode ser colocada normalmente apos uma oracao-objeto (clausal object) , tal como a oracao em -ing, mesmo quando reduzida. (*She gave trying up). Paralelamente, alguns phrasal verbs nao permitem a colocacao da particula antes do objeto. Em alguns casos, a ordem SVAO e provavelmente evitada por causa da ambigdidade pois tambem a ordem tende a ser fixrda pela convencao idiom! tica. Propoe, ainda alguns meios de reconhimento dos phrasal verbs:

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terior ao sintagma nominal (She called her friends on). - tonicidade (The light was switched ON). Entretanto, tal c~~ terio nao e confiavel, pois preposicoes como across, over e without recebem a tonicidade, e outros fatores podem afetar 0

posicionamento do nucleo.

- quando 0 sintagma nominal precedente ao verbo e urn pronome

pessoal, 0 objeto direto segue a particula (They called him up) •

- urn adverbio (funcionando como adjunto) nao pode ser inseri-do entre 0 verba e a particula (* They called anqrily the dea~ - a particula do phrasal verb nao pode preceder urn pronome re-lativo no inicio de uma oracao relativa (*The man up whom they called) •

- da mesma forma, a particula do phrasal verb nao pode prece-der urna palav~a interrogativa no inicio de uma.oracao-wh (*Up which man did they call?).

Quirk ainda agrupa urn outro tipo, 0 dos phrasal / prepositional verbs, assim chamados por serem combinacoes de verba + particula adverbial + particula preposicional (put up with· tolerate, 100 in on

=

visit).

Propoes, ainda, alguns criterios sintiticos para 0

estabelecimento do status idiomitico:

A- A unidade semantica dos multi-word verbs pode freqdentemea te ser manifestada pela substituicao por urn verba de urna so palavra (visit· call on ). Todavia, este criterio nio

e

sem-pre confiivel: primeiro porque hi multi-word verbs como qet away with, que nao possuem equivalente de urna so palavra/ se-gundo, hi combinacoes nao-idiomiticas, como qo across (·cros~ que possuem tal equivalente.

B- 0 fato de que 0 significado de certa construcio nao pode ser previsto das partes pode ser verificado pelo fato ~o sig-nificado do verba ou da particula nao permanecer constante / quando outras partes dela sac substituidas. Este criterio nos leva a reconhecer tres categorias principais:

(i) combinacoes livres, nao-idiomaticas, em que 0 significado

individual dos componentes se mantenha mesmo quando das subs-tituicoes.

(ii) construcoes "semi-idiomiticas" que sac variaveis, mas de urnmodo mais limitado. A relacao entre 0 verbo e a particula e similar aquela entre a raiz e 0 afixo na formacao de pala-vra, em que a substituicao de urn verbo. por outro, ou de urna

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partIcula po~outra, implica limitacao da produtividade. Em phrasal verbs como find out 0 verba man tern seu significado

enquanto que 0 significado da partIcula e menos facil de se isolar.

(iii) construcoes altamente idiomaticas como bring up. Sao a£ solutamente idi~maticas porque nao ha possibilidade de substi tuicao contrastiva: bring up/ down, etc.

3. CONSIOERACoES FINAlS

Feitos estes comentarios, 0 que vale ressaltar e que embora Quirk nao 0 diga explicitamente utiliza criterios da Teoria Gramatical, como posicionamento e complementacao pa ra explicar os phrasal verbs como parte da categoria, se assim podemos chamar, dos multi-word verbs.

Quanto a questao pedagogica, e sabido que tais es -truturas representam dificuldades tanto para 0 professor /

quanta para 0 aluno. 0 ensino dessas construcoes, acreditamo~

pOdera ser facilitado relacionando-se os aspectos da coesao / com a Teoria Gramatical no que diz respeito

a

aproximacao dos sistemas do ingles e do portugues, por meio das nocoes de PrincIpios e Parametros.

PALAVRAS-CHAVES: phrasal verbs, complementacao, coesao sinta-tica, idiomaticidade.

BIBLIOGRAFIA

GRAVER,B.D. An advanced English grammar. London, &ongman,1989 HALLIDAY,M.A.K. & HASAN, R. Cohesion in English.London,Longman

1976.

QUIRK,R, et alii. A comprehensive grammar of the English language. London, Longman, 1985.

SWAN,M. A practical English usage. Oxford, Oxford University Press, 1984.

THOMSOM, A.J. et al. A practical English grammar. London Oxford University Press, 1986.

Referências

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