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RELATÓRIO DE ACTIVIDADES ANNUAL REPORT

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Academic year: 2021

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RELATÓRIO

DE ACTIVIDADES

ANNUAL

REPORT

(2)

ÍNDICE

VII

I

II

III

INTRODUÇÃO 3

ÓRGÃOS SOCIAIS E ESTATUTÁRIOS 5

EVOLUÇÃO DO SECTOR 9

ACTIVIDADES DESENVOLVIDAS 31

PERSPECTIVAS 48

ESTATÍSTICAS DO SECTOR 50

LISTA DAS ASSOCIADAS 67

VII

VI

V

(3)

I

INTRODUÇÃO

O ano de 2008 fi cou marcado por uma sequência de acontecimentos que vieram afectar a confi ança nos mercados fi nanceiros, comprovando mais uma vez o carácter global da economia em que vivemos.

A actual crise fi nanceira intensifi cou-se em fi nais do terceiro trimestre e rapi-damente atingiu a economia real, com repercussões visíveis no fecho do ano, em que várias economias desenvolvidas registaram crescimentos negativos, o que, em alguns casos, signifi cou a entrada em situação de recessão técnica. Estas circunstâncias excepcionais condicionaram naturalmente o desempenho dos sectores representados pela APFIPP. Os Fundos de Investimento Mobiliário sofreram um impacto signifi cativo, encerrando o ano com 14.343,9 milhões de euros de activos sob gestão, o que representou uma quebra de 44,3% relativamente ao ano anterior. Os Fundos de Pensões inverteram a tendência registada nos últimos anos, registando um volume sob gestão de 19.889 milhões de euros, menos 9,2% do que em 2007. Contrariamente a esta linha, apesar de moderado, os Fundos de Investimento Imobiliário apresentaram um cresci-mento de 2,54%, atingindo os 10.714,4 milhões de euros de activos sob gestão. O segmento de Gestão de Patrimónios representado pela APFIPP e que inclui apenas os montantes geridos por Sociedades Gestoras de Patrimónios e Sociedades Gestoras de Fundos de Investimento Mobiliário, registou 54.852,71

milhões de Euros, menos 1,25% do que no fi nal do ano anterior.

Perante as circunstâncias adversas e extraordinárias dos mercados fi nanceiros em 2008, a Associação desenvolveu as necessárias diligências junto das au-toridades de supervisão com vista à refl exão sobre a situação dos mercados e sobre a eventual concretização de medidas excepcionais para minimizar o impacto causado, dando especial atenção ao apoio à actividade das suas As-sociadas e ao fornecimento de informação clara aos órgãos de comunicação. No âmbito da política legislativa e regulamentar, conforme tem sido habitual, a APFIPP foi convidada a pronunciar-se em diversas consultas públicas e sem-pre que foi necessário solicitou às Entidades Governamentais e de Supervisão esclarecimento sobre matérias relacionadas com as actividades que represen-ta, de modo a obter uma interpretação clara das disposições legislativas e regulamentares em vigor.

A transposição da designada Directiva dos Activos Elegíveis assumiu especial relevo ao longo de todo ano. Para além de se submeterem contributos no âmbito da consulta pública promovida pela Comissão do Mercado de Valores Mobiliários sobre esta matéria, a Associação organizou um workshop exclusi-vamente dedicado ao tema, com o objectivo de auxiliar as suas Associadas na preparação e adaptação às novas regras e na identifi cação das suas principais implicações.

Comprovando a cada vez mais exigente agenda comunitária, foi também seguido com interesse, no âmbito dos Fundos de Investimento Mobiliário, o debate sobre os futuros ajustamentos e alterações à Directiva UCITS, que se materializaram no pacote legislativo “UCITS IV” apresentado em Julho de 2008. Na esfera dos Fundos de Investimento Imobiliário, é de salientar o relatório fi nal do Expert Group on Open Ended Real Estate Funds, cuja reco-mendação principal foi a criação de um quadro comunitário comum para estes fundos.

A Associação participou, sempre que possível, em reuniões e encontros, no sentido de colaborar activamente com os diferentes intervenientes no mer-cado fi nanceiro nacional, de solidifi car a sua representatividade e dar a co-nhecer melhor a actividade da Indústria de Gestão de Activos e de Fundos de Pensões em Portugal.

(4)

A divulgação de elementos estatísticos continuou a merecer especial empenho por parte da APFIPP, na medida em que se deu continuidade ao desenvolvi-mento do tratadesenvolvi-mento estatístico e da função de provider de dados sobre os sectores que representa.

No que respeita à organização e estrutura interna da Associação, foi decido, em 2008, auscultar as oportunidades existentes no mercado de arrendamento para avaliar a possibilidade de mudança da sede da Associação, na medida em que as suas instalações começavam a constituir um factor limitativo para o efi ciente desenrolar das suas actividades. No último trimestre do ano, inici-aram-se, assim, obras de reestruturação e recuperação das novas instalações, com vista à mudança no início de 2009. Com este ambicioso projecto, a Asso-ciação pretendeu oferecer às suas Associadas um melhor serviço, mais central, e afi rmar-se enquanto espaço privilegiado de encontro das suas Associadas com peritos nas matérias que afectam as suas actividades, de refl exão e de informação, tanto das Sociedades Gestoras como de outros públicos que se interessam pelos sectores nela representados.

(5)

II

ÓRGÃOS SOCIAIS

E ESTATUTÁRIOS

Mesa da Assembleia Geral Representante

PRESIDENTE REFUNDOS – SOCIEDADE GESTORA DE FUNDOS DE INVESTIMENTO IMOBILIÁRIO, S.A. DR. VÍTOR PARANHOS PEREIRA VOGAL BANIF GESTÃO DE ACTIVOS – SOCIEDADE GESTORA DE FUNDOS DE INVESTIMENTO MOBILIÁRIO, S.A. DR. LUÍS SOUTO

VOGAL BARCLAYS WEALTH MANAGERS PORTUGAL – SOCIEDADE GESTORA DE FUNDOS DE INVESTIMENTO

MOBILIÁRIO, S.A. DRA. MARIA JOÃO TEIXEIRA

Direcção Representante

PRESIDENTE ESAF – ESPÍRITO SANTO FUNDOS DE INVESTIMENTO MOBILIÁRIO, S.A. DR. FERNANDO COELHO VOGAL BPI PENSÕES – SOCIEDADE GESTORA DE FUNDOS DE PENSÕES, S.A. DR. JOSÉ VEIGA SARMENTO VOGAL CAIXAGEST – TÉCNICAS DE GESTÃO DE FUNDOS, S.A. DR. JOÃO FARIA

VOGAL F&C PORTUGAL – GESTÃO DE PATRIMÓNIOS, S.A. DR. JOÃO SANTOS VOGAL FUTURO – SOCIEDADE GESTORA DE FUNDOS DE PENSÕES, S.A. DR. JOSÉ LUÍS LEITÃO

VOGAL MILLENNIUM BCP – GESTÃO FUNDOS DE INVESTIMENTO, S.A. DR. MANUEL DE VASCONCELOS GUIMARÃES

VOGAL SANTANDER ASSET MANAGEMENT, S.A. DR. PEDRO GAIVÃO

Conselho Fiscal Representante

PRESIDENTE PREVISÃO – SOCIEDADE GESTORA DE FUNDOS DE PENSÕES, S.A. DR. VÍTOR SEQUEIRA

VOGAL CRÉDITO AGRÍCOLA GEST – SOCIEDADE GESTORA DE FUNDOS DE INVESTIMENTO MOBILIÁRIO, S.A. DR. SÉRGIO CONTREIRAS

VOGAL SILVIP – SOCIEDADE GESTORA DE FUNDOS DE INVESTIMENTO IMOBILIÁRIO, S.A. SR. JOÃO JOSÉ REIS VOGAL BBVA GEST – SOCIEDADE GESTORA DE FUNDOS DE INVESTIMENTO MOBILIÁRIO, S.A. DRA. CARLA SOARES

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Conselho Consultivo

MEMBROS DA DIRECÇÃO

PRESIDENTE DA COMISSÃO CONSULTIVA DOS FUNDOS DE INVESTIMENTO MOBILIÁRIO

PRESIDENTE DA COMISSÃO CONSULTIVA DOS FUNDOS DE INVESTIMENTO IMOBILIÁRIO

PRESIDENTE DA COMISSÃO CONSULTIVA DA GESTÃO DE PATRIMÓNIOS PRESIDENTE DA COMISSÃO CONSULTIVA DOS FUNDOS DE PENSÕES

(7)

Comissão Consultiva dos Fundos de Investimento Mobiliário Representante

PRESIDENTE BPI GESTÃO DE ACTIVOS – SOCIEDADE GESTORA DE FUNDOS DE INVESTIMENTO MOBILIÁRIO, S.A. DR. JOÃO PRATAS MEMBRO BANIF GESTÃO DE ACTIVOS – SOCIEDADE GESTORA DE FUNDOS DE INVESTIMENTO MOBILIÁRIO, S.A. DR. LUÍS SOUTO

MEMBRO BARCLAYS WEALTH MANAGERS PORTUGAL – SOCIEDADE GESTORA DE FUNDOS DE INVESTIMENTO

MOBILIÁRIO, S.A. DRA. ELIANE AMARAL

MEMBRO BBVA GEST - SOCIEDADE GESTORA DE FUNDOS DE INVESTIMENTO MOBILIÁRIO, S.A. DR. MÁRIO SENNA MEMBRO BPN GESTÃO DE ACTIVOS – SOCIEDADE GESTORA DE FUNDOS DE INVESTIMENTO MOBILIÁRIO, S.A. DR. LUÍS CASTRO E SILVA MEMBRO CAIXAGEST – TÉCNICAS DE GESTÃO DE FUNDOS, S.A. DR. FERNANDO MAXIMIANO MEMBRO ESAF – ESPÍRITO SANTO FUNDOS DE INVESTIMENTO MOBILIÁRIO, S.A. DR. RAMESCHANDRA KAKOO MEMBRO MONTEPIO GESTÃO DE ACTIVOS – SOCIEDADE GESTORA DE FUNDOS DE INVESTIMENTO, S.A. DR. MIGUEL CARREIRA LUÍS MEMBRO MILLENNIUM BCP – GESTÃO DE FUNDOS DE INVESTIMENTO, S.A. DR. PEDRO CASQUINHO

MEMBRO SANTANDER ASSET MANAGEMENT, S.A. DRA. RAQUEL GARCIA

ÓRGÃOS ESTATUTÁRIOS

Comissão Consultiva dos Fundos de Investimento Imobiliário Representante

PRESIDENTE FUNDIMO – SOCIEDADE GESTORA DE FUNDOS DE INVESTIMENTO IMOBILIÁRIO, S.A. ENG.º FILIPE AMADO MEMBRO BANIF GESTÃO DE ACTIVOS – SOCIEDADE GESTORA DE FUNDOS DE INVESTIMENTO MOBILIÁRIO, S.A. DR. LUÍS CARITA

MEMBRO BPN IMOFUNDOS – SOCIEDADE GESTORA DE FUNDOS DE INVESTIMENTO IMOBILIÁRIO, S.A. DR. ANTÓNIO COUTINHO REBELO MEMBRO ESAF – ESPÍRITO SANTO FUNDOS DE INVESTIMENTO IMOBILIÁRIO, S.A. DR. JOSÉ MANUEL SALGADO MEMBRO MILLENNIUM BCP – GESTÃO DE FUNDOS DE INVESTIMENTO, S.A. ENG.º ANTÓNIO PENA

DO AMARAL

MEMBRO REFUNDOS - SOCIEDADE GESTORA DE FUNDOS DE INVESTIMENTO IMOBILIÁRIO, S.A. DR. VITOR PARANHOS PEREIRA MEMBRO SELECTA - SOCIEDADE GESTORA DE FUNDOS DE INVESTIMENTO IMOBILIÁRIO, S.A. DR. JOSÉ ANTÓNIO DE MELLO MEMBRO SILVIP – SOCIEDADE GESTORA DE FUNDOS DE INVESTIMENTO IMOBILIÁRIO, S.A. DR. PEDRO SÁRAGGA LEAL MEMBRO BPI GESTÃO DE ACTIVOS - SOCIEDADE GESTORA DE FUNDOS DE INVESTIMENTO MOBILIÁRIO, S.A. ENG.º MIGUEL COUTINHO

GOUVEIA

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Comissão Consultiva dos Fundos de Pensões Representante

PRESIDENTE ESAF – ESPÍRITO SANTO FUNDOS DE PENSÕES, S.A. DRA. ELISABETE AZEVEDO MEMBRO BANIF AÇOR PENSÕES - SOCIEDADE GESTORA DE FUNDOS DE PENSÕES, S.A. DR. ARMANDO BANDEIRA MEMBRO BBVA FUNDOS - SOCIEDADE GESTORA DE FUNDOS DE PENSÕES, S.A. DRA. ADELAIDE CAVALEIRO MEMBRO BPI PENSÕES - SOCIEDADE GESTORA DE FUNDOS DE PENSÕES, S.A. DRA. ISABEL SEMIÃO MEMBRO CGD PENSÕES - SOCIEDADE GESTORA DE FUNDOS DE PENSÕES, S.A. DRA. MARTA MAGALHÃES MEMBRO FUTURO – SOCIEDADE GESTORA DE FUNDOS DE PENSÕES, S.A. DRA. ALICE PINTO MEMBRO PEDRO ARROJA – SOCIEDADE GESTORA DE FUNDOS DE PENSÕES, S.A. DRA. FÁTIMA PEREIRA MEMBRO PENSÕESGERE – SOCIEDADE GESTORA DE FUNDOS DE PENSÕES, S.A. DR. VALDEMAR DUARTE MEMBRO PREVISÃO – SOCIEDADE GESTORA DE FUNDOS DE PENSÕES, S.A. DR. VÍTOR SEQUEIRA MEMBRO SANTANDER PENSÕES – SOCIEDADE GESTORA DE FUNDOS DE PENSÕES, S.A. DRA. RAQUEL GARCIA MEMBRO SGF – SOCIEDADE GESTORA DE FUNDOS DE PENSÕES, S.A. DR. JOSÉ MANUEL

PINHÃO RODRIGUES MEMBRO SOCIEDADE GESTORA DO FUNDO DE PENSÕES DO BANCO DE PORTUGAL, S.A. DRA. HELENA ADEGAS

Comissão Consultiva das Gestoras de Patrimónios Representante

PRESIDENTE BMF – SOCIEDADE GESTORA DE PATRIMÓNIOS. S.A. DR. ANTÓNIO BUSTORFF MEMBRO BPN GESTÃO DE ACTIVOS - SOCIEDADE GESTORA DE FUNDOS DE INVESTIMENTO MOBILIÁRIO, S.A. DR. LUÍS CASTRO E SILVA MEMBRO CAIXAGEST – TÉCNICAS DE GESTÃO DE FUNDOS, S.A. DR. RICARDO CALIÇO MEMBRO CRÉDITO AGRÍCOLA GEST – SOCIEDADE GESTORA DE FUNDOS DE INVESTIMENTO MOBILIÁRIOS, S.A DR. SÉRGIO CONTREIRAS MEMBRO ESAF – ESPÍRITO SANTO GESTÃO PATRIMÓNIOS, S.A. DR. JOÃO PINA PEREIRA MEMBRO F&C PORTUGAL – GESTÃO DE PATRIMÓNIOS, S.A. DR. PAULO FIGUEIREDO MEMBRO FINIVALOR - SOCIEDADE GESTORA DE FUNDOS DE INVESTIMENTO MOBILIÁRIO, S.A. DR. FRANCISCO FERREIRA DA SILVA MEMBRO GROW INVESTIMENTOS – GESTÃO DE PATRIMÓNIOS, S.A. DRA. CARMEN RODRIGUES DOS SANTOS MEMBRO MONTEPIO GESTÃO DE ACTIVOS – SOCIEDADE GESTORA DE FUNDOS DE INVESTIMENTO, S.A. DR. MIGUEL CARREIRA LUÍS MEMBRO OREY GESTÃO DE ACTIVOS – SOCIEDADE GESTORA DE FUNDOS DE INVESTIMENTO MOBILIÁRIO, S.A. DR. ROGÉRIO CELEIRO

MEMBRO SANTANDER ASSET MANAGEMENT, S.A. DRA. RAQUEL GARCIA

(9)

III

EVOLUÇÃO

DO SECTOR

O ano 2008 fi cou marcado pelo agravamento da crise fi nanceira iniciada no segundo semestre de 2007 e pelo seu alastramento à “economia real”. Os efeitos desta conjuntura foram particularmente visíveis no último trimestre, com várias economias desenvolvidas a registarem crescimentos negativos, o que, em alguns casos, signifi cou a entrada numa situação de recessão técnica. Foi, ainda, caracterizado por alterações signifi cativas, ao longo do ano, no que diz respeito às condições macro-económicas. No início do ano, apesar das evi-dências do agravamento da situação fi nanceira e económica, subsistiam ainda os problemas relacionados com a infl ação que registava, no caso da Zona Euro, valores bem superiores à referência de 2%. Por este motivo, enquanto os Bancos Centrais das principais economias mundiais foram reduzindo as ta-xas de juro de referência, caso dos Estados Unidos e do Reino Unido, o Banco Central Europeu (BCE) optou, inicialmente, por mantê-la, decidindo mesmo aumentá-la, na reunião de 3 de Julho de 2008, para 4,25%. Só em Outubro, perante o agudizar das condições económicas que proporcionou, igualmente, o alívio da infl ação, o BCE decidiu baixar a sua taxa de juro de referência para 3,75%, tendo ainda voltado a reduzi-la mais duas vezes antes do fi nal do ano, para 3,25%, em Novembro e 2,50%, em Dezembro.

Ao nível do custo das matérias-primas, o início de ano caracterizou-se por uma subida generalizada dos preços, que teve a expressão máxima nas matérias agrícolas e nas fontes energéticas, designadamente no petróleo. A subida des-tes preços provocou alguma agitação social um pouco por todo o mundo, ao mesmo tempo que contribuiu para um mais rápido alastrar da crise.

Por exemplo, o custo do barril de Brent, que serve de referência para o mer-cado português, iniciou o ano um pouco acima dos 90 USD/barril, tendo re-gistado uma subida quase ininterrupta até Julho, em que atingiu o valor mais alto (133,18 USD/barril)1.

1 Preços médios mensais. Fonte: MFAP/UPE – Indicadores de Conjuntura.

FONTE: Ministério das Finanças e da Administração Pública/Unidade de Política Económica (MFAP/UPE) – Indicadores de Conjuntura.

Evolução das Taxas de Juro de Referência

0.00 1.00 2.00 3.00 4.00 5.00 6.00 Dez 2007 Jan 2008 Fev 2008 Mar 2008 Abr 2008 Mai 2008 Jun 2008 Jul 2008 Ago 2008 Set 2008 Out 2008 Nov 2008 Dez 2008 Zona Euro EUA Japão Reino Unido

(10)

FONTE: Ministério das Finanças e da Administração Pública/Unidade de Política Económica (MFAP/UPE) – Indicadores de Conjuntura. Evolução do preço do Brent (USD/Barril)

0 30 60 90 120 150 Dez 2007 Jan 2008 Fev 2008 Mar 2008 Abr 2008 Mai 2008 Jun 2008 Jul 2008 Ago 2008 Set 2008 Out 2008 Nov 2008 Dez 2008

Ao nível fi nanceiro, o ano fi cou marcado pela instabilidade dos mercados ac-cionistas, que registaram perdas avultadas e uma volatilidade acima da média, para a qual contribuíram factores como o colapso ou quase colapso de gran-des instituições fi nanceiras, como a Bear Stearns, a Lehman Brothers ou a AIG, ou ainda alguns escândalos fi nanceiros, como o protagonizado por Bernard Madoff (um dos de maior dimensão e que maior impacto teve nos mercados, um pouco por todo o mundo). Vários Estados foram forçados a intervir em instituições fi nanceiras, no sentido de garantir a viabilidade dessas Sociedades, a estabilidade do respectivo mercado fi nanceiro e as aplicações dos clientes. A crise no mercado de crédito e as difi culdades das instituições fi nanceiras determinaram, ainda, o agravamento das condições do sector obrigacionista, nomeadamente no que diz respeito à dívida emitida pelos Bancos e à dívida estruturada.

Este enquadramento provocou um brusco abrandamento económico à escala mundial. De acordo com os dados avançados pela OCDE – Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico, o conjunto dos países membros desta organização terá registado um crescimento, em 2008, de apenas 1,2%, enquanto que, os Estados Unidos terão registado um aumento de 1,3%, o Japão 0,5%, o Reino Unido 0,7% e a Zona Euro 1%.

De acordo com os dados preliminares do INE – Instituto Nacional de Estatísti-ca, registou-se, em Portugal, um crescimento nulo, em 2008, logo, inferior à média dos seus parceiros da Zona Euro.

Em Portugal, no ano transacto, verifi cou-se um aumento ligeiro da infl ação, para 2,6%, tendo-se observado uma diminuição da taxa de desemprego mé-dia anual, para os 7,6%. No entanto, os últimos trimestres de 2008 fi cam marcados pela subida deste indicador.

O espectro da crise e da incerteza quanto ao futuro, bem como a conjuntura adversa dos mercados, teve um grande impacto na confi ança e decisões dos investidores portugueses e no mercado nacional de gestão de activos. Ao mesmo tempo que se viam confrontados com a queda da cotação dos valores mobiliários, os investidores começaram a ser atraídos pelos Bancos para constituírem depósitos a prazo remunerados com taxas de juro bastante aliciantes, tendo em conta o nível da infl ação.

As instituições de crédito nacional, perante as difi culdades em emitir nova dívida, em resultado da situação dos mercados obrigacionistas, viram-se for-çadas a procurar novos meios de fi nanciamento. Aproveitando a alta das taxas Euribor, atraíram novos clientes, oferecendo taxas de juro superiores a 4%. Os investidores, percepcionando a possibilidade de efectuar uma aplicação virtualmente sem risco e com uma taxa de juro interessante, optaram por esta via e, no ano que passou, só em depósitos com prazo até um ano, foram constituídos mais de 120 mil milhões de euros.

(11)

Taxas de Renumeração e Montantes aplicados em Depósitos a Prazo até 1 ano

FONTE: Banco de Portugal – Boletim Estatístico. 0 2,000 4,000 6,000 8,000 10,000 12,000 14,000 Dez-2007 Jan-2008 Fev-2008 Mar-2008 Abr-2008 Mai-2008 Jun-2008 Jul-2008 Ago-2008 Set-2008 Out-2008 Nov-2008 Dez-2008 0.00 0.50 1.00 1.50 2.00 2.50 3.00 3.50 4.00 4.50 5.00 10 6EURO Taxa Montante

Estes factores tiveram, obviamente, impacto no mercado nacional de gestão de activos. Em 2008, o valor conjunto dos Fundos de Investimento Mobiliário (F.I.M.), Fundos de Investimento Imobiliário (F.I.I.), Fundos de Pensões e cartei-ras de Gestão de Patrimónios totalizou 98.290,8 milhões de euros23, o que

representa um decréscimo de 13,3% em relação ao ano anterior.

A principal componente deste mercado diz respeito à Gestão de Patrimónios, com um total sob gestão de 53.018,6 milhões de euros, o que equivale a 53,9% do total. No ano transacto, este segmento registou um decréscimo de 3,2% no valor das carteiras geridas, o que representa um desempenho supe-rior à média do mercado, tendo permitido um aumento da representatividade em 5,6 pontos percentuais.

O segmento dos F.I.I. registou uma variação positiva, com o valor líquido glo-bal dos Fundos a subir 2,5%, para 10.714,4 milhões de euros. Este sector representa 10,9% do mercado de gestão de activos nacional.

Pelo contrário, os F.I.M. foram os principais prejudicados, em termos de mon-tantes geridos. O volume total sob gestão caiu mais de 44%, para 14.343,9 milhões de euros. Deste modo, a quota de mercado destes Fundos diminuiu para 14,6%, menos 8,1 pontos percentuais do que no ano anterior.

No que respeita aos Fundos de Pensões, verifi cou-se, igualmente, um decrés-cimo do volume gerido de 9,5%, tendo terminado o ano com um total sob gestão de 20.213,9 milhões de euros, o que signifi ca 20,6% do total do mer-cado português de gestão de activos.

2 Não inclui o valor da gestão de patrimónios efectuada por não-Associadas da APFIPP. Em 30 de

Setem-bro de 2008, o valor gerido por estas entidades representava 13,4% do total deste mercado.

3 Este valor não foi expurgado da eventual dupla contagem dos mesmos valores, por exemplo, da gestão

de Fundos de Pensões ou Fundos de Investimento efectuada pela Gestão de Patrimónios, ou ainda da

Mercado Nacional de Gestão de Activos

FONTE: APFIPP e ISP

– Instituto de Seguros de Portugal.

* Em 2008, os valores de Fundos de Pensões correspondem a uma estimativa da APFIPP baseada nos montantes sob gestão comunicados pelas suas Associadas e nos dados provisórios divulgados pelo ISP.

0 15,000 30,000 45,000 60,000

F.I.I. Fundos de Pensões* F.I.M. Gestão de Patrimónios 2

10 6EURO

2007 2008

(12)

FUNDOS DE INVESTIMENTO MOBILIÁRIO (F.I.M.)

A deterioração das condições económicas e fi nanceiras, que se verifi cou ao longo de 2008, teve um impacto bastante negativo no mercado dos F.I.M., não só a nível interno como, também, a nível mundial.

Os investidores viram-se confrontados com a queda de valor da generalidade dos valores mobiliários (que levou a que a quase totalidade dos Fundos apre-sentasse rendibilidades reduzidas ou mesmo negativas), ao mesmo tempo que lhes eram oferecidas, pelas Instituições de Crédito, soluções de investimento alternativas, com taxas de remuneração superior e com a garantia do capital investido.

Deste modo, o ano transacto foi caracterizado por uma continuada e signifi -cativa redução dos montantes geridos pelos F.I.M., motivada pela diminuição do valor dos activos detidos por estes instrumentos e, sobretudo, pelo desin-vestimento efectuado pelos aforradores.

Ao longo do ano, o total de activos sob gestão decresceu mais de 44%, para 14.343,9 milhões de euros, o valor mais baixo desde Janeiro de 1997. No mesmo período, o saldo de subscrições menos resgates foi negativo, no valor de 8.695,9 milhões de euros, o que equivale a cerca de 76% da redução veri-fi cada no total sob gestão.

Todos os trimestres foram caracterizados por subscrições líquidas negativas, que foram particularmente elevadas no primeiro e último trimestre, em que ultrapassaram os 2.500 milhões de euros negativos. Igualmente negativo em todos os trimestres foi o efeito da (des)valorização dos activos geridos. No acumulado anual, o efeito da desvalorização dos activos estima-se em 2,7 mil milhões de euros (o que representa uma performance de -10,6%).

Apesar da diminuição dos montantes, verifi cou-se um aumento do número de Fundos em actividade. De facto, no fi nal de 2008, existiam 292 F.I.M., mais um do que no fi nal do ano anterior. Durante o ano, foram lançados 32 novos Fundos: 10 Fundos Especiais de Investimento (F.E.I.)4; 9 Fundos com Protecção

de Capital; 4 Fundos Flexíveis; 3 Fundos de Fundos; 2 Fundos PPR; 2 Fundos de Tesouraria; 1 Fundo de Acções; e 1 Fundo do Mercado Monetário.

4 Inclui apenas os Fundos Especiais de Investimento que não têm uma política de

investi-mentos desenhada de forma a procurar garantir, no fi nal de um prazo pré-estabelecido, o capital inicialmente investido e/ou uma rendibilidade mínima.

Total de Fundos de Investimento Mobiliário (FIM)

25,763.1 22,372.2 20,674.8 17,931.1 14,343.9 291 293 291 288 292

Montantes Sob Gestão (Milhões de Euros)

Nº de Fundos

Dez - 2007 Mar - 2008 Jun - 2008 Set - 2008 Dez - 2008

Crescimento dos FIM em 2008

Subscrições Líquidas

Capitalização Activos

106 EURO

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No mesmo período, 31 Fundos cessaram a actividade, dos quais 13 foram incorporados por fusão noutros Fundos e 16 chegaram ao fi m do prazo para o qual tinham sido constituídos.

Também o número de players no mercado aumentou, em 2008: 2 novas So-ciedades Gestoras iniciaram a actividade de gestão de F.I.M. – a MNF Gestão de Activos e a Optimize Investment Partners. No fi nal do ano, estas 2 Socieda-des tinham 4 Fundos sob sua gestão com um total de activos de 13,5 milhões de euros.

As principais categorias de Fundos, em termos de volumes sob gestão, conti-nuaram a ser as dos Fundos de Obrigações e dos Fundos de Tesouraria, que representam, em conjunto, 40,1% do total de F.I.M. nacionais. Foram, contu-do, das categorias mais penalizadas pelos investidores, tendo caícontu-do, respecti-vamente, 56,2% e 51,2%, ao longo de 2008, o que fez com que diminuísse a sua representatividade em mais de 8 pontos percentuais.

A principal causa foi a crise do subprime e suas consequências: numa fase inicial, deu origem a uma falta de liquidez nos mercados e instrumentos re-presentativos de dívida, determinando, consequentemente uma diminuição do valor destes activos; posteriormente, veio criar difi culdades a diversas ins-tituições fi nanceiras de referência mundial, o que veio agravar este cenário, provocando uma maior distorção entre o binómio rendibilidade/risco. Consequentemente, estes Fundos, que historicamente apresentavam um nível de risco reduzido e uma rendibilidade consistentemente positiva, embora não muito elevada, passaram a apresentar uma maior volatilidade e, em diversos casos, rendibilidades negativas, o que contribuiu para o desinvestimento ve-rifi cado em 2008.

Também os Fundos de Acções foram bastante prejudicados em termos de vo-lumes sob gestão, embora, neste caso, grande parte da justifi cação se encon-tre na performance dos mercados accionistas que provocou a desvalorização dos valores mobiliários em carteira. Entre fi nal de 2007 e o termo de 2008, os volumes geridos por estes Fundos decresceram 66,6%, tendo sido a categoria com o pior registo em termos percentuais.

A categoria “estrela” continuou a ser a dos F.E.I. que, apesar da conjuntura menos favorável, conseguiu registar um crescimento de 16,7%, o que pro-vocou o aumento da quota no mercado de F.I.M. português em 6,6 pontos percentuais. Foi, inclusive, a única categoria a conseguir registar um aumento dos activos sob gestão. As políticas de investimento alternativas atraíram o interesse dos investidores que viram neles uma boa oportunidade para “fu-girem” dos activos tradicionais que, como referido anteriormente, estiveram bastante pressionados ao longo do último ano.

Apesar de terem registado crescimentos negativos, há que destacar, ainda, os Fundos Mistos e os Fundos com Protecção de Capital, cujo decréscimo (res-pectivamente, -22,3% e -18,5%) foi consideravelmente inferior à média do mercado, o que permitiu o aumento de quota de mercado destas 2 categorias. Deve, ainda, ser realçado, que os Fundos com Protecção de Capital foram pe-nalizados pela liquidação de 16 Fundos que chegaram ao fi m do período pelo qual se haviam constituído. No início de 2008, estes Fundos eram responsáveis pela gestão de 603,8 milhões de euros, o equivalente a 22,3% do total gerido por estes instrumentos nessa mesma data.

F. c/ Protec. Capital Composição do Mercado dos FIM - Dezembro 2007

F. Mistos6.7% F. Fundos5.8% F. PPR9.8% F. Acções11.4% 6.0% 23.8% F. Obrigações 24.5% Outros Fundos 0.1% F. PPA 1.4% 10.5%

(14)

Também nos restantes mercados europeus de F.I.M., a diminuição dos mon-tantes sob gestão marcou o ano 2008, pela primeira vez desde 2002. De todos os países representados pela EFAMA5 não houve um único que tenha

registado um aumento dos activos geridos pelos respectivos F.I.M.. Os menos penalizados foram a Suíça, onde se verifi cou um decréscimo de 4,1%, e o Liechtenstein, com uma variação de -5,7%6. Em todos os restantes países,

observou-se uma variação negativa de duas casas decimais, com especial des-taque para a Bulgária (-62,3%), a Grécia (-57%), a Eslovénia (-54,7%), a Po-lónia (-53,6%) e a Roménia (-50,9%), que registaram um decréscimo superior a 50% nos volumes sob gestão.

Em termos médios, registou-se uma redução de 23,3% dos activos sob ges-tão, para 5.931,5 mil milhões de Euros.

O mercado europeu continua a ser liderado, em termos de montantes geridos, pelo Luxemburgo (1.553,5 mil milhões de euros), pela França (1.268,3 mil milhões de euros), pela Alemanha (827,1 mil milhões de euros) e pela Irlanda (647,1 mil milhões de euros) que, em conjunto, representam quase ¾ do mer-cado europeu de F.I.M..

Portugal é o 18º país com maior volume de F.I.M., de um total de 26 países representados pela EFAMA, com uma quota de 0,2%.

5 The European Fund and Asset Management Association.

6 Os últimos dados conhecidos, no que respeita ao Liechtenstein, são referentes ao fi nal

de Setembro de 2008.

Composição do Mercado dos FIM - Dezembro 2008

F. c/ Protec. Capital15.4% F. Mistos9.4% F. Fundos4.3% F. PPR 9.9% F. Acções6.8% F.E.I. 12.5% F. Tesouraria 20.8% F. Obrigações 19.3% Outros Fundos 0.6% F. PPA0.9%

Crescimento dos FIM na Europa em 2008

-80.0% -60.0% -40.0% -20.0% 0.0%

Áustria Bélgica Bulgária Rep. Checa Dinamar

ca

Finlândia França Alemanha Gr

écia

Hungria Irlanda

Itália

Liechtenstein Luxemburgo

Holanda Noruega Polónia Portugal Roménia

Eslováquia Eslovénia Espanha

Suécia Suíça Turq

u

ia

Reino Unido

FONTE: EFAMA

(15)

a) Fundos de Acções

O ano passado fi cou marcado pela queda acentuada dos principiais mercados accionistas mundiais, como se constata pela análise da performance dos res-pectivos índices accionistas de referência.

Pela negativa destaca-se o mercado português, com o PSI-20 a recuar mais de 50%, sendo o pior dos índices considerados na análise efectuada. Dos res-tantes, foram vários os que registaram um decréscimo de mais de 40%, não havendo nenhum que tivesse uma performance superior a -30%.

Esta realidade condicionou, obviamente, a evolução dos Fundos de Acções,

em 2008. Por um lado, a performance dos mercados accionistas provocou uma depreciação signifi cativa dos valores em carteira, que se traduziu nas rendibilidades negativas apresentadas por todos os Fundos de Acções, sendo que, na maioria dos casos as perdas foram superiores a 50%. Por outro lado, a continuação da descida nos mercados accionistas e as perdas sofridas pelos investidores levaram à diminuição das novas subscrições, o que, sem a equi-valente redução dos resgates, levou a um saldo anual negativo de subscrições menos resgates.

Por estes motivos, os Fundos de Acções registaram, em 2008, um decréscimo de 66,6% nos montantes sob gestão, atingindo, em fi nal de Dezembro, um total de 981,3 milhões de euros, o valor mais baixo desde Março de 2003.

O Mercado dos FIM na Europa em 2008

Áustria Bélgica Bulgária Rep. Checa Dinamar

ca

Finlândia França Alemanha Gr

écia

Hungria Irlanda

Itália

Liechtenstein Luxemburgo

Holanda Noruega Polónia Portugal Roménia

Eslováquia Eslovénia Espanha

Suécia Suíça Turquia

Reino Unido

FONTE: EFAMA

Inclui Fundos harmonizados e Fundos não harmonizados. 0 400,000 800,000 1,200,000 1,600,000 2,000,000 106 EURO

Performance dos mercados accionistas em 2008

-60.00% -50.00% -40.00% -30.00% -20.00% -10.00% 0.00%

PSI 20 Ibex MIB 30 CAC Dax Footsie Nikkei S&P 500 Nasdaq

-40.54% -51.29% -39.43% -48.40% -42.68% -40.37% -31.33% -42.12% -38.49%

(16)

Apesar da conjuntura, as Sociedades Gestoras mantiveram a confi ança neste tipo de instrumentos, como se demonstra pelo facto de não ter sido liquidado qualquer destes Fundos, tendo mesmo sido criado um novo Fundo, em 2008. Adicionalmente, houve um Fundo que migrou para a categoria de Fundos de Acções da União Europeia, Suíça e Noruega, pelo que o total de Fundos de Acções em actividade, no fi nal de 2008, aumentou para 55, face aos 53 existentes no fi nal do ano anterior.

As várias categorias de Acções sofreram reduções superiores a 50% nos mon-tantes sob gestão, demonstrando a generalização e o efeito global da crise que afectou os mercados accionistas mundiais. A categoria menos penalizada foi a dos Fundos de Acções da América do Norte, cujos montantes sob gestão decresceram cerca de 55%, enquanto que a que teve o pior registo foi a dos Fundos de Acções da União Europeia, Suíça e Noruega, que viu os volumes geridos diminuir quase 70% ao longo de 2008.

A categoria dos Fundos de Acções da União Europeia, Suíça e Noruega con-tinua a ser a que tem maior peso nos Fundos de Acções, com 33,5% (era 36,7% no fi nal de 2007), tendo decrescido quase 70%, no ano que passou. Seguem-se os Fundos de Acções Nacionais (24,3%), os Outros Fundos de Acções Internacionais (22,2%), os Fundos de Acções Sectoriais (12,3%) e, por fi m, os Fundos de Acções da América do Norte (7,6%).

Durante o ano transacto, o saldo de subscrições menos resgates (subscrições líquidas) foi de -855,0 milhões de euros. Este valor inclui 2,8 milhões de euros resultantes da transferência de um Fundo vindo da categoria “Outros Fundos” para a categoria dos Fundos de Acções da União Europeia, Suíça e Noruega. Este valor contrasta com os 212,5 milhões de euros de subscrições líquidas positivas observados em 2007.

Como foi referido anteriormente, esta inversão do fl uxo de entrada em Fundos de Acções fi cou a dever-se, essencialmente, a uma diminuição das subscrições (menos 84,3% do que em 2007), uma vez que, apesar de se ter, igualmente, verifi cado a diminuição dos resgates, esta foi bastante inferior quando compa-rada com a observada nas subscrições (23,2% relativamente a 2007). Evolução dos Fundos de Acções

-500.0 1,000.0 1,500.0 2,000.0 2,500.0 3,000.0 3,500.0

Dez-2007 Mar-2008 Jun-2008 Set-2008 Dez-2008

F. Acções Nacionais F. Acç. UE, Suíça e Noruega

F. Acções Sectoriais F. Acç. América do Norte

Outros F. Acç. Internacionais

106 EURO

Crescimento dos Fundos de Acções em 2008

Subscrições Líquidas* Capitalização Activos Crescimento Total (2,500.0) (2,000.0) (1,500.0) (1,000.0) (500.0) -F. Acções Nacionais F. Acç. UE, Suíça e Noruega F. Acç. América do Norte F. Acções Sectoriais Outros F. Acç. Internacionais Total Fundos de Acções 106 EURO

(17)

As categorias de Fundos de Acções registaram, em 2008, subscrições líqui-das negativas, apresentando os Fundos de Acções da União Europeia o maior fl uxo de saídas, 348,0 milhões de euros, ou seja, cerca de 40% do total dos Fundos de Acções.

As categorias onde o fl uxo de saída foi menor são a dos Fundos de Acções da América do Norte e a dos Fundos de Acções Sectoriais, com 39,0 milhões de euros e 60,5 milhões de euros, respectivamente. Este facto proporcionou uma menor taxa de redução dos montantes geridos por estes Fundos face à média das restantes categorias de Fundos de Acções.

Na generalidade dos Fundos deste segmento, estima-se que o efeito de de-preciação dos activos em carteira, provocado pela queda dos mercados ac-cionistas, tenha ultrapassado, em 2008, os 1.100 milhões de euros, sendo responsável por 56% da quebra observada nesse período.

b) Fundos Mistos e Fundos Flexíveis

Apesar da exposição aos mercados accionistas e das consequências, em ter-mos de depreciação dos seus activos, que daí advieram, os Fundos Mistos e Fundos Flexíveis, no seu conjunto, não sofreram grande impacto negativo, no que respeita ao valor dos activos sob gestão.

De facto, estes Fundos terminaram o ano com um volume sob gestão de 1.342,5 milhões de euros, o que signifi ca uma redução de 22,35% face ao ano anterior, portanto, metade do observado no total dos F.I.M..

Foram, aliás, das categorias que registaram subscrições líquidas positivas, em 2008, no valor de 18,5 milhões de euros.

Para este facto, em muito contribuíram os 4 novos Fundos Flexíveis criados ao longo de 2008 e que geriam, no fi nal do ano, 507,2 milhões de euros, o equivalente a 37,8% do total destes Fundos em 31 de Dezembro de 2008. A razão do decréscimo dos montantes sob gestão deveu-se, pois, à depre-ciação dos activos em carteira, estimada em 404,8 milhões de euros, o que signifi ca 23,4% do valor gerido no início de 2008.

O número de Fundos em actividade aumentou para 23, em resultado do lan-çamento de 4 novos Fundos Flexíveis, como referido atrás. Para além disto, verifi cou-se, ainda, a conversão de um Fundo Misto Predominantemente Obrigações em Fundo Flexível.

Evolução dos Fundos Mistos e Fundos Flexíveis

F. Flexíveis F. Mistos Pred. Acções F. Mistos Pred. Obrigações

106 EURO -500.0 1,000.0 1,500.0 2,000.0 2,500.0

(18)

Os Fundos Flexíveis são a maior categoria deste segmento, representando 94,4% do total. São, igualmente, a categoria com maior número de Fundos, num total de 15.

No ano fi ndo, estes Fundos apresentaram 104,6 milhões de euros de subscrições líquidas, um valor que inclui 3,9 milhões de euros resultantes da transformação de um Fundo Misto Predominantemente Obrigações em Fundo Flexível. Tal não foi, contudo, sufi ciente para evitar uma diminuição de 17,6% nos montantes geridos por estes Fundos, provocada pela desvalorização dos ac-tivos em carteira.

Os Fundos Mistos Predominantemente Acções são a segunda maior categoria, com 3,4%, e os Fundos Mistos Predominantemente Obrigações são responsá-veis pelos restantes 2,4% deste segmento.

c) Fundos de Obrigações

Os Fundos de Obrigações mantiveram, no ano passado, a tendência decres-cente que se vinha registando nos últimos anos. De facto, em 2008, estes Fundos diminuíram em 56,2% os activos sob gestão, terminando o ano com um volume total de 2.768,6 milhões de euros. Os Fundos desta categoria investem, maioritariamente, em obrigações com cupão indexado às taxas de juro de curto prazo (Euribor). São, portanto, Fundos sem risco de taxa de juro e, historicamente, com volatilidade bastante reduzida, embora a rendibilidade fosse, igualmente, pouco elevada.

O bom momento dos mercados accionistas, verifi cado até meados de 2007, foi um dos motivos que contribuiu, inicialmente, para a saída dos investidores, que buscavam melhores rendibilidades para as suas aplicações. No entanto, com o estalar da crise do subprime, surgiu uma crise sem precedentes no mercado de dívida que reduziu a liquidez destes instrumentos para mínimos históricos, condicionando, dessa forma, a sua avaliação. A falência do gigante norte-americano Lehman Brothers, um dos principais Bancos de Investimen-to mundiais na área das obrigações, contribuiu, ainda mais, para o agudizar deste mercado.

Evolução dos Fundos de Obrigações

F. Obrigações Tx Indexada F. Obrigações Tx Fixa 106 EURO 4,877.3 4,214.5 3,451.9 2,579.5 360.2 312.7 245.7 189.1 5,970.8 352.9 -1,000.0 2,000.0 3,000.0 4,000.0 5,000.0 6,000.0 7,000.0

Dez-2007 Mar-2008 Jun-2008 Set-2008 Dez-2008

*As subscrições líquidas incluem o saldo da transferência de um Fundo Misto Predominantemente Obrigação para a categoria de Fundos Flexíveis.

Crescimento dos Fundos Mistos e Fundos Flexíveis em 2008

Subscrições Líquidas* Capitalização Activos Crescimento Total 106 EURO (46) 105 18 (22) (375) (40) (405) (8) (386) (49) (68) (270) (500.0) (400.0) (300.0) (200.0) (100.0) -100.0 200.0 F. Mistos Pred.

(19)

Assim, Fundos que eram considerados como virtualmente sem risco, como o eram os Fundos de Obrigações de Taxa Variável, sofreram um aumento assina-lável da volatilidade e começaram a apresentar rendibilidades negativas mais consentâneas com as de Fundos historicamente mais agressivos, como sejam os Fundos de Acções.

Estes instrumentos viram-se, ainda, confrontados com a concorrência de ou-tros produtos com capital garantido e rendibilidades bem acima da taxa de infl ação. A quase estagnação do mercado de dívida e a difi culdade de colocar novas emissões forçaram as entidades bancárias a recorrer a outras fontes de fi nanciamento, tendo optado pela promoção de depósitos bancários de curto prazo com taxas de remuneração muito próximas da taxa Euribor (que registou, na primeira metade de 2008, máximos históricos), com vista a captar novas aplicações e, assim, melhorar os seus rácios de liquidez.

Esta conjuntura incentivou os investidores a desviar as suas aplicações dos Fundos de Obrigações, o que se traduziu num volume de saídas anual de 4.287,3 milhões de euros. Este valor superou as novas subscrições em 3.140,7 milhões de euros. A depreciação dos activos contribuiu com mais 414,4 mi-lhões de euros para a redução dos montantes sob gestão.

Em 2008, o número de Fundos em actividade acompanhou a tendência dos montantes sob gestão. No fi nal do ano havia 40 Fundos, menos 3 do que no ano anterior, fruto da liquidação de um Fundo de Obrigações de Taxa Fixa e da fusão de 2 Fundos de Obrigações de Taxa Variável.

Os Fundos de Obrigações de Taxa Indexada representam 93,2% do total des-te segmento. Em 2008, os montandes-tes geridos por esdes-tes Fundos diminuíram 3.391,3 milhões de euros, o que equivale a 56,8% do total registado no fi nal de 2007.

No ano de 2008, estes Fundos apresentaram um saldo de subscrições líquidas de menos 2.968,3 milhões de euros, o que representa 87,5% da quebra total nos activos sob gestão. O funcionamento dos mercados de dívida, no ano em análise, sobretudo os de dívida de empresas e dívida estruturada, que compõem a grande parte das carteiras destes Fundos, determinou uma de-preciação desses mesmos activos em cerca de 423,0 milhões de euros, o que representa 7,1% do volume gerido no início do ano.

Os Fundos de Obrigações de Taxa Fixa sofreram um efeito de contágio. Estes Fundos registaram taxas de rendibilidade positivas no ano passado, mas tal não foi sufi ciente para evitar a saída dos investidores, que se traduziu num saldo negativo de subscrições líquidas no valor de 172,4 milhões de euros, ou seja, 48,9% do volume sob gestão por estes Fundos, no início de 2008. A descida das taxas de juro, na segunda metade de 2008, o alargamento dos spreads, a maior procura por títulos de dívida soberana, foram alguns dos argumentos que justifi cam a boa performance destes Fundos. No total, a apreciação dos activos em carteira estima-se em 8,6 milhões de euros, o que equivale a uma rendibilidade média de 2,4%.

Apesar disso, tendo em conta o efeito das saídas, verifi cou-se uma redução de 163,8 milhões de euros, o que representa uma quebra de 46,4% em relação ao ano anterior.

Crescimento dos Fundos de Obrigações em 2008

Subscrições Líquidas Capitalização Activos Crescimento Total 106 EURO (2,968.3) (3,140.7) (172.4) (414.4) (423.0) 8.6 (3,555.1) (163.8) (3,391.3) (4,000.0) (3,500.0) (3,000.0) (2,500.0) (2,000.0) (1,500.0) (1,000.0) (500.0) -500.0

(20)

d) Fundos de Tesouraria e Fundos do Mercado Monetário

Os Fundos de Tesouraria e Fundos do Mercado Monetário foram das cate-gorias mais penalizadas, em 2008, em termos de montantes sob gestão. Nes-se ano, o total de activos geridos por estes Fundos decresceu 51,2%, para 2.985,4 milhões de euros.

Apesar de, em termos de depreciação dos activos e consequente rendibili-dade, o efeito ter sido bastante menor do que o verifi cado nos Fundos de Obrigações, apenas 21,8 milhões de euros (0,4% do total sob gestão no início de 2008), o nível de subscrições líquidas negativas foi similar ao verifi cado naqueles Fundos, ascendendo a 3.112,7 milhões de euros.

O número de Fundos permaneceu inalterado nos 23, em virtude do desapare-cimento de 2 Fundos do Mercado Monetário e 1 Fundo de Tesouraria devido a Fusão com outros Fundos, eventos que foram compensados pelo lançamento de 1 Fundo do Mercado Monetário e 2 Fundos de Tesouraria.

No ano, o volume de activos geridos por Fundos do Mercado Monetário caiu quase 96%, para 15,4 milhões de euros. A fusão de 2 Fundos desta categoria com Fundos de Tesouraria foi o principal motivo para o quase desaparecimen-to desta classe de Fundos. De facdesaparecimen-to, os montantes dos Fundos envolvidos na fusão representam mais de 81% do decréscimo apurado, tendo provocado uma saída de 296,0 milhões de euros. Uma vez que o saldo de subscrições líquidas registado, em 2008, pelos Fundos desta categoria de Fundos, ascen-de a -367,2 milhões, isto signifi ca que, só as fusões foram responsáveis por 80,6% deste montante.

Ainda em 2008, o efeito da valorização dos activos em carteira foi positivo, ascendendo a 2,0 milhões de euros.

Por seu lado, os Fundos de Tesouraria, apesar de benefi ciarem destes eventos, não evitaram a redução de 48,3% nos activos sob gestão, o equivalente a 2.769,3 milhões de euros. No total os subscritores retiraram, ao longo do ano, em termos líquidos, 2.745,5 milhões de euros, justifi cando, assim, a quase totalidade da quebra, uma vez que se estima que estes Fundos tenham regis-tado uma desvalorização dos respectivos activos em carteira no valor de 23,9 milhões de euros.

Evolução dos Fundos de Tesouraria e do Mercado Monetário

F. Tesouraria F. Mercado Monetário 106 EURO -1,000.0 2,000.0 3,000.0 4,000.0 5,000.0 6,000.0 7,000.0

Dez-2007 Mar-2008 Jun-2008 Set-2008 Dez-2008

5,288.4 4,795.6 4,147.0 2,970.0 251.2 16.9 19.2 15.4 5,739.4 380.5

Crescimento dos Fundos de Tesouraria em 2008

Subscrições Líquidas Capitalização Activos Crescimento Total 106 EURO (4,000.0) (3,500.0) (3,000.0) (2,500.0) (2,000.0) (1,500.0) (1,000.0) (500.0) -500.0

F. Tesouraria F. Mercado Monetário Total F. Tesouraria e do Mercado Monetário (23.9) 2.0 (21.8) (3,112.7) (367.2) (2,745.5) (2,769.3) (365.2) (3,134.5)

(21)

e) Fundos de Fundos

O montante gerido por Fundos de Fundos decresceu 58,2%, para 620,2 mi-lhões de euros. Ora, uma vez que o investimento em Fundos Portugueses representa cerca de metade dos activos em carteira, esta redução teve, obvia-mente, impacto nos restantes Fundos domiciliados em Portugal.

Para além das rendibilidades negativas apresentadas pela generalidade destes Fundos (apenas 1 Fundo apresentou, em 2008, rendibilidades positivas) que se estima serem responsáveis por uma diminuição de 329,0 milhões de euros, o decréscimo dos Fundos de Fundos foi, ainda, sobretudo, provocado pela saí-da dos investidores que se traduziu em subscrições líquisaí-das negativas de 536,0 milhões de euros. Este valor inclui o saldo das transferências de Fundos entre a categoria Fundos de Fundos e a categoria “Outros Fundos”, bem como da fu-são de um Fundo de Fundos Misto num Fundo Flexível. No ano, para além da fusão, saíram dois Fundos para a categoria de “Outros Fundos” e, em sentido inverso, houve a mudança de um terceiro Fundo. O saldo destas transferências foi desfavorável aos Fundos de Fundos em 24,8 milhões de euros, contribuin-do, assim, com 4,6% do total de subscrições líquidas registadas.

O número de Fundos de Fundos em actividade no fi nal de 2008 contraiu-se para 25, menos 6 do que no fi nal do ano anterior, em resultado do desapare-cimento de 8 Fundos, por fusão, a que se somam outros 2, transferidos para a categoria “Outros Fundos”. Em compensação, embora parcial, ocorreu a criação de 3 novos Fundos de Fundos, bem como a transferência de um Fundo vindo da categoria “Outros Fundos”.

Os Fundos de Fundos Predominantemente Obrigações são a principal catego-ria dos Fundos de Fundos, representando 71,3% do total, com 442,2 milhões de euros. Este valor traduz um acréscimo de representatividade desta catego-ria, uma vez que foram os Fundos, de entre este segmento, que registaram o menor decréscimo anual (50,4%). A depreciação dos activos foi responsável por 80,0 milhões de euros, o que equivale a 17,8% da redução observada. Os restantes 370 milhões de euros são o resultado de subscrições líquidas negativas.

Os Fundos de Fundos Mistos são a segunda maior categoria de Fundos de Fundos, com um total de 149,8 milhões de euros (24,1% do total). Em 2008, estes Fundos decresceram 323,1 milhões de euros (68,3%), dos quais 106,4 milhões de euros se deveram a subscrições líquidas negativas e os restantes 216,6 milhões de euros à depreciação dos activos em carteira.

Evolução dos Fundos de Fundos

F. Fundos Pred. Obrigações F. Fundos Mistos F. Fundos Pred. Acções

106 EURO -400.0 800.0 1,200.0 1,600.0

(22)

Os Fundos de Fundos Predominantemente Acções verifi caram uma redução de 76,5% nos montantes sob gestão, o que se deveu, essencialmente, a subs-crições líquidas negativas, no valor de 59,5 milhões de euros, valor para o qual muito contribuiram (56,8%) os 2 Fundos transferidos para a categoria “Outros Fundos”.

Ao nível das aplicações dos Fundos de Fundos verifi cou-se uma inversão na tendência de diminuição do investimento em Fundos domiciliados em Por-tugal que representavam, no fi nal de 2008, 51,9% do total de activos sob gestão, mais 5,2% do que no fi nal do ano anterior.

A tipologia de Fundos com maior expressão nas carteiras de Fundos de Fundos é a referente aos Fundos de Obrigações, nacionais e estrangeiros que, em con-junto, representam 51,2% do total das aplicações, um aumento signifi cativo em relação à percentagem observada no fi nal de 2007 (41,4%). Os Fundos de Acções, inversamente, diminuiram o seu peso nestes Fundos, de 32,6%, em 2007, para 20,5%, em 2008, devido, essencialmente, à desvalorização do respectivo valor mas, igualmente, a algum desinvestimento por parte dos gestores.

f) Fundos Especiais de Investimento e Fundos com Protecção de Capital

Quando tomados em conjunto, os Fundos Especiais de Investimento (F.E.I.) e os Fundos com Protecção de Capital registaram, em 2008, um decréscimo de 5,7% nos montantes geridos, para 4.011,0 milhões de euros.

Estas categorias foram, essencialmente, penalizadas pela liquidação de 16 Fundos, todos pertencentes à categoria dos Fundos com Protecção de Capital, que chegaram ao fi m do prazo para o qual foram constituídos e que geriam, no início de 2008, 603,8 milhões de euros, ou seja, 16,3% do total sob gestão na mesma altura.

Evolução das Aplicações de Fundos de Fundos

0% 20% 40% 60% 80% 100% 2003 2004 2005 2006 2007 2008 F. Portugueses de Acções F. Portugueses de Obrigações F. Portugueses de Tesouraria Outros F. Portugueses F. Estrangeiros de Acções F. Estrangeiros de Obrigações Outros F. Estrangeiros Liquidez + Outros Valores Crescimento dos Fundos de Fundos

Subscrições Líquidas* Capitalização Activos Crescimento Total (59) (536) (80) (32) (329) (370) (106) (217) (865) (92) (323) (450) (1,000.0) (800.0) (600.0) (400.0) (200.0)

-F. Fundos Pred. F. Fundos Mistos

Obrigações F. Fundos Pred. Acções Total F. Fundos

(23)

Foi este o grande motivo para os 65,8 milhões de euros de subscrições líquidas negativas observados no ano passado. No entanto, a crise dos mercados não deixou de afectar estes Fundos, nomeadamente em termos de valorização dos activos em carteira, que se depreciaram em 178,6 milhões de euros, o equivalente a 5,7% do montante gerido no início de 2008.

Apesar do desaparecimento dos 16 Fundos, acima mencionado, o número total de Fundos destas categorias aumentou para 93, em fi nal de 2008, mais 3 do que no ano anterior, em resultado do lançamento de 10 F.E.I. e 9 Fundos com Protecção de Capital.

Os F.E.I. continuam a gozar de grande popularidade entre gestores e aforra-dores. As possibilidades permitidas por este tipo de instrumentos permitem a criação de produtos diferentes, adaptados às circunstâncias dos mercados e às necessidades dos investidores. Assim se justifi cam os 10 Fundos lançados no ano passado e que geriam, no fi nal de 2008, 647,1 milhões de euros, o equivalente a 36,0% do total gerido por F.E.I..

Foi graças a estes Fundos que os F.E.I. foram a única categoria de Fundos domiciliados em Portugal a registar, em 2008, um crescimento nos montantes sob gestão, aumentando para 1.799,6 milhões de euros, mais 16,7% do que em 2007.

De facto, apesar da depreciação dos activos geridos por estes Fundos, estima-da em 136,7 milhões de euros e do desinvestimento em alguns dos F.E.I. já existentes, a procura pelos novos produtos foi sufi ciente para que esta catego-ria registasse subscrições líquidas positivas no valor de 393,7 milhões de euros, o equivalente a 35,5% do total gerido no início do ano.

Os Fundos com Protecção de Capital, pelas suas características, continuam a merecer a confi ança dos investidores. O facto de terem políticas de inves-timento destinadas a garantirem o capital no fi nal de um período pré-deter-minado e, na maior parte dos casos, acrescido de uma rendibilidade mínima, faz com que, em alturas conturbadas dos mercados sejam particularmente procurados pelos aforradores.

Foram, contudo, penalizados pela liquidação de 16 Fundos, já mencionada atrás, que não foi totalmente compensada pelo lançamento de 9 novos Fun-dos. Em 2008, o volume de activos sob gestão por Fundos com Protecção de Capital caiu para 2.211,5 milhões de euros, menos 18,5% do que no fi nal Crescimento dos FEI e Fundos com Protecção de Capital em 2008

Subscrições Líquidas Capitalização Activos Crescimento Total 106 EURO 393.7 (65.8) (136.7) (41.8) 257.0 (244.4) (459.6) (178.6) (501.4) (600) (450) (300) (150) -150 300 450 Fundos Especiais de

Investimento F. c/ Protecção Capital Total Evolução dos FEI e Fundos com Protecção de Capital

1,534.9 1,553.0 1,562.5 2,646.9 2,418.3 2,353.7 2,211.5 1,799.6 1,542.6 2,712.9 -900 1,800 2,700 3,600 4,500

Dez-2007 Mar-2008 Jun-2008 Set-2008 Dez-2008

Fundos Especiais de Investimento

(24)

Estes Fundos registaram um saldo anual negativo de subscrições menos resga-tes no valor de 459,6 milhões de euros. Este valor é o resultado de um maior número de Fundos liquidados em comparação com os novos Fundos lançados. Os 9 novos Fundos geriam, no fi nal de 2008, 168,6 milhões de euros, ou seja, 7,6% do volume de activos geridos por este tipo de Fundos. Adicionalmente, verifi caram-se 41,8 milhões de euros de depreciação dos activos, responsáveis por 8,3% do decréscimo observado nos Fundos com Protecção de Capital.

FUNDOS DE INVESTIMENTO IMOBILIÁRIO (F.I.I.)

Os Fundos de Investimento Imobiliário (F.I.I.) conseguiram, apesar da conjun-tura adversa, manter algum do dinamismo que vêm demonstrando nos últi-mos anos, obtendo um crescimento de 2,5% dos activos sob gestão.

Estes instrumentos atingiram, no fi nal do ano, um total de 10.714,4 milhões de euros sob gestão, repartidos por um total de 232 Fundos.

Em 2008, apareceram 32 novos Fundos, cujo valor sob gestão atingiu, no fi nal do ano, 205,9 milhões de euros, 1,9% do valor total dos F.I.I.. Destes, nove são Fundos Fechados, responsáveis por um total sob gestão, no fi nal de 2008, de 87,1 milhões de euros. Os restantes 23 são Fundos Especiais de Investimento Imobiliário (F.E.I.I.) e geriam, em Dezembro de 2008, um total de 118,8 milhões de euros. No mesmo período, foram liquidados quatro Fundos que geriam, no início de 2008, 115,9 milhões de euros.

No ano passado, surgiram quatro novas Sociedades Gestoras: a Fimoges, a Floresta Atlântica, a Invest Gestão de Activos e a MNF Gestão de Activos. Em conjunto, no fi nal do ano, estas Sociedades possuíam 5 Fundos sob sua gestão com um total de 331,1 milhões de euros.

O segmento de Fundos Fechados e F.E.I.I. continua a ser o grande dinamizador do mercado nacional de F.I.I. como se demonstra pelo facto de todos os novos Fundos pertencerem a estas categorias. Em conjunto, estas duas categorias cresceram, em 2008, 13,4%. Refi ra-se que a quase totalidade destes Fundos são Fundos Fechados de Subscrição Particular, sendo que, a maior parte deles são Fundos que têm até cinco participantes.

Os Fundos Fechados são a maior categoria de entre os F.I.I., com um total de 5.314,7 milhões de euros, o que representa 49,6% do total de F.I.I. nacionais. Em 2008, estes Fundos tiveram um aumento de 4,3%, motivado, parcialmen-te, pelos nove novos Fundos.

No entanto, foram os F.E.I.I. que registaram o maior crescimento, quer em ter-mos percentuais, com 71,7%, quer em valor absoluto, com 574,3 milhões de euros, aumentando o peso no mercado nacional de F.I.I. de 7,7%, em 2007, para 12,8%, no fi nal de 2008.

Os Fundos Abertos sofreram mais os efeitos da conjuntura adversa verifi cada em 2008. Apesar de, em termos de rendibilidade, não terem sido particular-mente afectados, a forte concorrência de outros produtos, nomeadaparticular-mente dos depósitos bancários, levou a um aumento dos resgates, o que provocou o decréscimo dos montantes sob gestão em 11,5%, para 4.024,3 milhões de euros.

Evolução dos Fundos de Investimento Imobiliário

F. Abertos F. Fechados F. Especiais de Investimento Imobiliário 106 EURO -1,500 3,000 4,500 6,000 7,500 9,000 10,500 12,000

Dez-2007 Mar-2008 Jun-2008 Set-2008 Dez-2008

4,497.2 4,413.1 4,200.7 4,024.3 5,296.4 5,256.2 5,271.1 5,314.7 4,549.7 5,097.7 1,375.4 983.8 801.1 862.6 943.7

(25)

Devido à possibilidade de endividamento conferida aos F.I.I., sobretudo aos Fundos Fechados de Subscrição Particular que têm até 5 Participantes, o inves-timento em terrenos e imóveis é bastante superior ao Valor Líquido Global dos F.I.I.. No fi nal de 2008, o total de imóveis (inclui terrenos) inscritos na carteira dos F.I.I. estava avaliado em 12.350,7 milhões de euros. Se a estes se soma-rem o valor dos direitos, das Unidades de Participação (UP’s) de outros F.I.I. e das Participações em Sociedades Imobiliárias, chega-se ao total do património imobiliário detido e que ascendia, em Dezembro de 2008, a 12.775,2 milhões de euros, o que equivale a 119,2% do Valor Líquido Global dos Fundos. Por seu lado, o endividamento passou de 1.892,2 milhões de euros, em 2007, para 2.527,8 milhões de euros, em 2008, o que signifi ca um aumento de 33,6%.

A percentagem de imóveis arrendados aumentou comparativamente com o ano anterior, passando de 60,3% para 64,7%, embora a percentagem de imóveis não arrendados tenha, igualmente, subido (14,7% em 2008, face aos 12,3% registados em 2007).

A liquidez, pelo contrário, registou uma diminuição, em termos do peso na estrutura da carteira dos F.I.I., representando 5,4% do total, menos 2,5% do que no ano anterior.

Não houve grandes alterações no que diz respeito às fi nalidades dos imóveis presentes nas carteiras dos F.I.I.. O sector de serviços, onde predominam os escritórios para arrendamento, continua a ser o principal segmento, repre-sentando 40,8% do total de imóveis. Verifi cou-se, contudo, uma pequena redução, já que, em 2007, este sector era responsável por 41,9% dos imóveis Composição da Carteira dos F.I.I. - Dezembro 2008

Terrenos Projectos Construção Imóveis Arrendados 20.5% 15.4% 64.7%

Imóveis não Arrendados14.7% Up's de F.I.I.0.5% Participações em Sociedades Imobiliárias 2.4% Liquidez5.4% Outros Valores24.7% Direitos1.1%

Decomposição dos Imóveis detidos pelos F.I.I.* - Dezembro 2008

Outros 34.4% Serviços 40.8% Comércio 14.3% Habitação 10.5%

* Inclui apenas os imóveis dos Fundos geridos por 35 das 38 Sociedades Gestoras e que eram responsáveis, no final de 2008, por 91,8% do Valor Líquido Global dos F.I.I. e por 90,7% do valor total dos imóveis (exclui Terrenos) detidos. Não inclui Terrenos.

(26)

O sector “Outros”, onde predominam os imóveis destinados a armazéns e logística, foi o que registou o maior crescimento, passando de 29,2%, em 2007, para 34,4% em 2008.

Em sentido inverso evoluiu o valor dos imóveis destinados a comércio que, em Dezembro de 2008, pesavam 14,3% do total de imóveis dos F.I.I., menos 3,7% do que no ano anterior.

Destaque ainda para os imóveis destinados à habitação, que pesavam 10,8% do total. Deve-se, contudo realçar que destes, apenas 7,2% se encontram arrendados. Dos restantes, 49,3% são imóveis ainda em fase de desenvolvi-mento, a maior parte dos quais se destina à venda, e 43,5% são imóveis não arrendados em que, igualmente, a maior parte não se destina ao mercado de arrendamento mas antes a serem vendidos.

ORGANISMOS DE INVESTIMENTO COLECTIVO ESTRANGEIROS

Os Fundos Estrangeiros comercializados em Portugal foram, igualmente, bas-tante penalizados, não só pela evolução do valor dos activos geridos, como também pela saída dos investidores. Só até fi nal de Junho, o total colocado através de canais de retalho diminuiu 26,1%, para 852,8 milhões de euros. Desta diminuição, 81,2% foi provocada pelo desinvestimento por parte dos aforradores, que se traduziu em subscrições líquidas negativas no valor de 245,1 milhões de euros.

Apesar do menor interesse dos investidores e da situação dos mercados fi nan-ceiros, o número de Fundos ao dispor dos aforradores nacionais continuou a aumentar. No fi nal de 2008, havia 1.726 Fundos disponíveis para subscrição, mais 150 do que em 2007.

SOCIEDADES GESTORAS DE PATRIMÓNIOS (S.G.P.)

A actividade de Gestão de Carteiras por conta de Outrém (Patrimónios) foi, naturalmente, afectada pela crise dos mercados fi nanceiros, embora pareça que o efeito se tenha repercutido, apenas, ao nível do valor dos activos geri-dos, não se tendo registado grandes saídas por parte dos investidores. O facto de este mercado ser dominado, ao nível dos montantes, pelas cartei-ras de grande investidores institucionais (Fundos de Pensões e Seguradocartei-ras), ajuda a explicar a relativa estabilidade do volume sob gestão.

No fi nal do ano transacto, o valor total das carteiras por conta de outrém sob gestão ascendia a 53.018,6 milhões de euros7, o que refl ecte uma diminuição

de 3,2% face a 2007.

7Apenas são considerados os valores geridos por Associadas da APFIPP. No fi nal de

Se-tembro de 2008, estas Sociedades eram responsáveis por 98,2% do total de Gestão de Patrimónios efectuada por S.G.F.I.M. e S.G.P. e por 86,6% do valor total de Gestão Discricionária.

Evolução da Comercialização de Fundos Estrangeiros em Portugal

FONTE: CMVM 0 200 400 600 800 1000 1200 1400 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008*

* Dados referentes ao final de Junho de 2008.

106 EURO 219.5 309.5 338.9 683.3 1116.8 1154.6 852.8 188.7

(27)

* Apenas são considerados os valores geridos por 12 das 13 Associadas da APFIPP que gerem patrimónios.

No final de Setembro de 2008, estas Sociedades eram responsáveis por 98,1% do total de Gestão de Patrimónios efectuada por S.G.F.I.M. e S.G.P. e por 86,6% do valor total de Gestão Discricionária.

Estrutura dos Clientes das Soc. Gestoras de Patrimónios* - Dezembro 2008

Outros Institucionais 72.2% Fundos de Investimento 3.0% Fundos de Pensões 23.4%

Particulares1.0% Outros não Institucionais0.4%

Como referido, o mercado é dominado pelas carteiras de investidores ins-titucionais: 23,4% dos montantes dizem respeito a carteiras de Fundos de Pensões, 72,2% são referentes a “Outros Investidores Institucionais”, grupo que inclui, predominantemente, as Empresas de Seguros e outros 3,0% per-tencem a Fundos de Investimento. As restantes categorias de clientes, que incluem os clientes particulares, representam 1,4% do total.

No fi nal do ano passado, as carteiras sob Gestão Discricionária privilegiavam as aplicações em títulos representativos de dívida pública e privada, que ascen-diam, em conjunto, a 70,9% do valor sob gestão. Perante o mau momento dos mercados accionistas, houve um aumento do peso relativo destas classes de activos, já que se verifi cou uma diminuição do valor das acções em carteira, motivada, seguramente, pela descida das respectivas cotações e, eventual-mente e em menor escala, pelo reajustamento das carteiras face à conjuntura das bolsas mundiais.

As obrigações de empresas ganharam 2,7%, em termos de peso nas carteiras sob Gestão Discricionária, enquanto que a dívida pública aumentou 2,3%. As acções, pelos motivos expostos, reduziram a percentagem para 6,2%, menos de metade da que registavam no fi nal de 2007 (12,8%).

As aplicações em Fundos de Investimento contraíram-se, igualmente, passan-do para 8,2%, que compara com os 10,5% registapassan-dos no ano anterior.

Decomposição das Aplicações das Soc. Gestoras de Patrimónios* - Dezembro 2008

UP de F. Investimento8.2%

Dívida Pública25.5% Acções6.2% Liquidez e Outros Activos14.7%

(28)

FUNDOS DE PENSÕES

Em 2008, o volume total de Fundos de Pensões atingiu 20.213,9 milhões de euros8, traduzindo um decréscimo de 9,6% em relação ao ano anterior.

Considerando apenas os Fundos geridos por Sociedades Gestoras de Fundos de Pensões (S.G.F.P.), verifi cou-se, igualmente, uma diminuição de 9,3% nos montantes geridos, que passaram para 19.861,0 milhões de euros. No fi nal do ano transacto, estas entidades eram responsáveis por 98,3% do volume total dos Fundos de Pensões nacionais.

A estrutura do mercado de Fundos de Pensões manteve-se praticamente inal-terada, com os Fundos Fechados a representarem a quase totalidade dos mon-tantes (95,1%), reforçando, inclusive, a sua posição face a 2007. Os (Outros) Fundos de Pensões Abertos representam 2,9% e os Fundos PPR 2,0%. Em 2008, os Fundos PPA deixaram, praticamente, de ter expressão, gerindo um total de 8,0 milhões de euros, menos de metade do valor apurado no fi nal de 2007.

Os Fundos de Pensões Abertos e os Fundos PPR tiveram uma performance semelhante em 2008. Os PPR decresceram 19,8%, enquanto que os Fundos de Pensões Abertos diminuíram 20,9%. Estes valores refl ectem o comporta-mento dos mercados fi nanceiros e as suas consequências na valorização dos activos detidos por estes Fundos. No caso dos PPR, a situação foi, ainda, agra-vada pela saída dos investidores que levantaram, em termos líquidos, cerca de 59,4 milhões de euros9.

8 Os dados referentes a 2008 correspondem a uma estimativa da APFIPP baseada nos

montantes sob gestão comunicados pelas suas Associadas e nos dados provisórios divulgados pelo ISP.

9 Os dados de contribuições / subscrições e pensões pagas / resgates dizem respeito

FONTE: APFIPP e ISP Evolução dos Montantes Geridos por Fundos de Pensões

SGFP Empresas de Seguros -4,000.0 8,000.0 12,000.0 16,000.0 20,000.0 24,000.0 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 20088 14,877.7 18,351.4 20,636.4 548.6 462.3 352.9 510.0 521.0 564.0 608.2 630.3 15,358.0 15,719.0 14,298.0 21,893.8 19,861.0 106 EURO

Estrutura do Mercado de Fundo de Pensões - Dezembro 2008

Fundos Fechados95,1% PPR, PPR/E e PPE 2.0% Outros F. Pensões Abertos 2.9% PPA 0.0%

FONTE: ISP - Montantes provisórios 2008

(29)

Os Fundos Fechados registaram um decréscimo de 8%, suavizado pelas entre-gas dos Associados de Fundos de Pensões que contribuíram, em 2008, com 1.936,4 milhões de euros para estes instrumentos. Uma vez que o valor das pensões pagas foi de apenas 1.126,3 milhões de euros, o saldo líquido foi positivo em 810,1 milhões de euros.

No que respeita às aplicações efectuadas pelos gestores de Fundos de Pen-sões, verifi cou-se uma clara preferência pelo segmento obrigacionista (48,8%) e pelo imobiliário (15,2%), considerados como sectores de refúgio em situa-ções de pior desempenho do segmento accionista.

De facto, o peso conjunto destas categorias de activos aumentou de 54,9%, em 2007, para 64,1%, em 2008. Estes valores incluem o investimento indirec-to efectuado através de Fundos de Investimenindirec-to.

As acções foram a classe de activos mais prejudicada, reduzindo a sua repre-sentatividade para 18,2% do valor da carteira destes Fundos, menos 16% do que no fi nal do ano anterior.

PRODUTOS DE POUPANÇA (PPA E PPR)

Os produtos de poupança não fi caram imunes à situação dos mercados pelo que, no fi nal de 2008, o total gerido por PPA e PPR ascendia a 13.760,7 mi-lhões de euros, ou seja, menos 2,1% do que no ano anterior10.

Composição da Carteira Fundos de Pensões* - Dezembro 2008

Fundos de Acções5.0% Obrigações Tx Fixa 25.7% Liquidez + F. Tesouraria16.3% Outros F.I.M.6.6% Imóveis + F.I.I.15.2% Acções Internacionais2.6% Outras Acções Euro 2.5% Obrigações Tx Variável 18.0% Acções Portuguesas 8.0% Outros 0,0%

* Apenas são considerados os Fundos geridos por 10 SGFP, Associadas da APFIPP, que, de acordo com dados provisórios do ISP, em 31 de Dezembro de 2008, representavam 84,1% do valor total dos Fundos de Pensões.

Evolução dos Montantes Geridos por PPA, PPR, PPE e PPR/E

PPR PPA 106 EURO -3,000.0 6,000.0 9,000.0 12,000.0 15,000.0 2004 2005 2006 2007 2008*

* Os valores respeitantes a seguros foram fornecidos pela APS – Associação Portuguesa de Seguradores e referem-se a uma amostra de 99,5%.

FONTE: APFIPP, APS e ISP

426.2 434.5

383.4 136.4

10,988.9 12,689.1 13,669.7 13,624.3

9,322.8 432.7

(30)

Nesse ano, verifi cou-se um total de subscrições de 2.749,9 milhões de euros11,

o equivalente a 19,6% do valor total destes instrumentos no início de 2008. Sem os benefícios fi scais de que gozaram em tempos e com a performance do mercado accionista português no ano passado, os Fundos PPA geriam, no fi nal de 2008, 136,4 milhões de euros, o que refl ecte uma descida de 64,4% nos activos sob gestão.

No que respeita aos PPR verifi cou-se, igualmente, embora em menor escala, a diminuição do valor destes instrumentos, que caíram 0,3%, para 13.624,3 milhões de euros.

De entre estes, os seguros, com 11.797,1 milhões de euros, o que signifi ca 86,6% do total, registaram, no ano transacto, um crescimento de 10,8%. Os Fundos de Investimento e Fundos de Pensões foram, contudo, penalizados por um maior volume de resgates, que se traduziu em subscrições líquidas negativas. Assim, os PPR constituídos sob a forma de Fundos de Investimento diminuiram 43,5%, para 1.424,2 milhões de euros, enquanto que os PPR Fun-dos de Pensões decresceram 19,8%, para 403 milhões de euros.

11 Para as subscrições foi considerada uma amostra de 99.5% dos instrumentos

constituí-dos sob a forma de seguros. No caso constituí-dos Funconstituí-dos de Pensões, apenas foram consideradas as Associadas da APFIPP, responsáveis por 98,1% do total de Fundos de Pensões.

Empresas de Seguros * F. Investimento F. Pensões 106 EURO -3,000.0 6,000.0 9,000.0 12,000.0 15,000.0 2004 2005 2006 2007 2008**

* Provisões matemáticas do balanço.

** Em 2008, os dados das Empresas de Seguros referem-se a uma amostra de 99,5%.

FONTE: APFIPP, APS e ISP Evolução dos Montantes Geridos por PPR

7,076 8,343 9,747 10,646 11,797 1,817 2,521 2,457 2,200 403 502 485 446 430 1,424

Referências

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