• Nenhum resultado encontrado

Ministério da Previdência Social Conselho de Recursos da Previdência Social 18ª Junta de Recursos

N/A
N/A
Protected

Academic year: 2021

Share "Ministério da Previdência Social Conselho de Recursos da Previdência Social 18ª Junta de Recursos"

Copied!
5
0
0

Texto

(1)

Ministério da Previdência Social

Conselho de Recursos da Previdência Social

18ª Junta de Recursos

Número do Processo: 37105.002799/2014-14

Unidade de Origem: AGÊNCIA DA PREVIDÊNCIA SOCIAL SÃO BORJA Benefício: 87/133.338.962-8

Espécie: BENEFÍCIO DE PRESTAÇÃO CONTINUADA DA ASSISTÊNCIA SOCIAL À PESSOACOM DEFICIÊNCIA Recorrente: RAQUEL SANTIAGO RIBEIRO - Pais

Recorrido: INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS

Assunto: REVISÃO

Relator: FLAVIA REJANE MENDES BELLO

Relatório

Trata o presente de benefício assistencial ao portador de deficiência concedido com data de inicio do benefício (DIB) em 17.08.2004, selecionado para analise do Grupo de Trabalho GEX. Uruguaiana, em 10.07.2014, acerca da regularidade da concessão, por força de determinação da Corregedoria Regional.

O benefício foi requerido por RAQUEL SANTIAGO RIBEIRO,representando seu filho RUDSON RIBEIRO BATISTA nº. 87/ 133.338.962-8. Certidão de nascimento do requerente, fls. 26, constando como pai – Jose Ubirajara Batista e Raquel Santiago Ribeiro, nascido em 04.02.2004.

Analisando o processo verificamos que a declaração sobre composição do grupo familiar, fls. 22, datada de 2004, constou o requerente, sua mãe e pai, sem indicação de renda.

Através do Relatório Individual de fls. 33 foi o mesmo revisado.

Emitido oficio nº 0796/2014 onde foi indicado que em cumprimento ao disposto na Lei 10.666/2003 e após análise realizada pelo Monitoramento Operacional de Benefícios, foi constatado indicio de irregularidade na manutenção do benefício assistencial ao deficiente nº. 87/ 133.338.962-8, já que constatado renda per capita familiar com alteração a contar de 13/07/2005, pois o pai do beneficiário começou a trabalhar situação que permanece até a presente data. Portanto tais remunerações interferem na renda per capita, afrontando o disposto no art. 20, § 3º da Lei 8.742/93. Foi oferecido prazo para apresentação de defesa de 10 dias, com a carta recebida pela parte em 25.09.2014, conforme AR de fls. 35.

Apresentou defesa, fl. 36, com nova Declaração de composição do grupo familiar, agora relacionando o beneficiário (Rudson), duas irmãs ( Nathali e Angélica) e a mãe ( Raquel).

Pesquisa externa realizada para verificar se as alegações trazidas em defesa pela mãe de Rudson, no tocante a estar separada do pai dos menores é verdadeira, sendo que em conclusão ficou confirmado que no endereço informado – Rua Carlos Alberto Benevenuto nº 2746 residem o Sr. Jose Ubirajara Ribeiro a Sra. Raquel Santiago Ribeiro e os filhos Rudson, Nathali e Angélica, sendo que o primeiro esta trabalhando em Caxias do Sul.

(2)

Cálculo dos valores recebidos indevidamente, fls. 60 a 62, referente ao período de 13.07.2005 a 25.02.2010, com cálculo realizado em 26.11.2014 que somou: R$ 31.610,15 já corrigidos e de 28.01.2013 a 31.10.2014, com data de cálculo em 26.11.2014 que somou: R$ 15.512,16 já com correção.

Oficio emitido em 26.11.2014 informando à requerente que sua defesa foi considerada insuficiente, sendo aberto prazo para apresentação de recurso e informando que deverá ser devolvido o valor de R$ 47.122,31 , por recebimento indevido.

AR juntado as fls. 66 comprovando entrega do oficio para a parte em 01.12.2014. O beneficio sob análise foi cessado em 01.12.0214, fls. 65.

Recurso apresentado e datado em 26.12.2014, protocolado sob nº 37105.002799/2014-14, onde a representante do

beneficiário mantém sua versão de que se encontra separada de seu companheiro, que o grupo familiar e composto pela mãe e seus três filhos. Que o pai das crianças quando vai a São Borja, visitá-os, mas não há mais relação marital entre eles, portanto quando da visita feita por servidora do INSS a sua residência esta informou que o mesmo residia no local quando vinha a São Borja, sendo mal interpretada pela mesma.Prossegue informando que o valor do benefício recebido serve para a manutenção do deficiente ( compra de fraldas, remédios, etc...). Assim pede que seja o benefício reativado, pois o grupo familiar e composto por quatro integrantes (mãe e três filhos), sendo que o grupo recebe auxilio mínimo do pai das crianças que não fere o art. 20, § 3º da Lei 8.742/93, assim não houve alteração da renda familiar. Em contrarrazões o INSS assim se pronuncia: “em 14 de Janeiro de 2015. A Previdência Social, através de revisão realizada, identificou indício de irregularidade no benefício em tela que consiste na renda per capita familiar ter sofrido alteração a contar de 13/07/2005, quando o componente do grupo familiar, Sr. José Ubirajara Santiago Ribeiro passou a trabalhar como empregado, situação em que se encontra atualmente. A defesa apresentada foi considerada insuficiente para demonstrar a regularidade da manutenção do benefício, já que, em pesquisa externa realizada (fls 46 a 52) foi verificado que o Sr. José Ubirajara faz parte do grupo familiar do beneficiário. Assim, o recebimento benefício assistencial foi considerado indevido em virtude de ultrapassar a renda mensal permitida e, portanto, suspenso. Dessa forma, encaminhe-se à Junta de Recursos para análise e julgamento. Data da interposição do recurso: 26/12/2014 Recurso tempestivo, protocolado dentro dos 30 dias do registro da ciência da decisão do INSS.”

Com base nestas informações, foi emitido o decisório nº 903/2015, já que não ficou devidamente esclarecido, mesmo após a realização de pesquisa externa, acerca da real situação do grupo familiar constituído nos autos, solicitamos fosse feita avaliação pelo Serviço Social do INSS, para comprovar a real situação financeira do grupo familiar. Se houver necessidade se atualize a Pericia Médica de RUDSON RIBEIRO BATISTA. Após adoção desta providencia, seja o processo devolvido para final julgamento.

Retorna o processo com diligência atendida.

Inclusão em Pauta

Incluído em Pauta no dia 01/04/2015 para sessão nº 0220/2015, de 09/04/2015.

Voto

EMENTA:

BENEFÍCIO DE PRESTAÇÃO CONTINUADA DA ASSISTÊNCIA SOCIAL À PESSOA COM DEFICIÊNCIA. LEI 8742/93.RECURSO ORDINÁRIO. AMPARO SOCIAL A PESSOA PORTADORA DE DEFICIÊNCIA. SUSPENSO O BENEFÍCIO POR RENDA FAMILIAR PER CAPITA SUPERIOR A ¼ DO SALÁRIO MÍNIMO. HÁ COMPROVAÇÃO NOS AUTOS DE PERMANÊNCIA DO LAÇO FAMILIAR ENTRE O PAI DO

BENEFICIÁRIO, PORTANTO NÃO VALIDANDO SUA EXCLUSÃO DO GRUPO FAMILIAR. PRESCRIÇÃO RECONHECIDA CO DEVER DE DEVOLUÇÃO DE VALORES A CONTAR DE 26.09.2009 ATÉ A DATA DO ÚLTIMO PAGAMENTO EFETIVADO PELO INSS. NOVA GRADE DE VALORES DEVERÁ SER

ELABORADA, MANTIDA A SUSPENSÃO DO BENEFÍCIO POR RENDA PER CAPITA MENSAL SUPERIOR A 1/4 DO SALÁRIO MÍNIMO. LEGISLAÇÃO BÁSICA APLICADA: LEI 8.742/96; DECRETO Nº. 6.214, DE 26.09.2007; ELEMENTOS DO PROCESSO NÃO COMPROVAM O DIREITO AO REQUERIDO. RECURSO CONHECIDO E NEGADO

(3)

nº 548/2011, satisfeitos os pressupostos para admissibilidade do recurso.

Em face ao disposto no art. 20, § 3º da lei 8.742/96 que nos diz:” § 3 º considera-se incapaz de prover a manutenção de pessoa portadora de deficiência ou idosa a família cuja renda mensal per capita seja inferior a ¼ ( um quarto) do salário mínimo.”

Na forma do estabelecido no artigo 9°, do Decreto 6.214/2007 que prescreve: para fazer jus ao benefício de Prestação Continuada, a pessoa com deficiência deverá comprovar:

- ser portador de deficiência que o incapacite para a vida independente e para o trabalho;

- a renda familiar mensal per capita é inferior a prevista no parágrafo 3° do artigo 20 da Lei 8.742/93;

- e não possuir outro benefício no âmbito da Seguridade Social ou outro regime, salvo o de Assistência Médica.

A concessão deste tipo de benefício esta condicionado ao preenchimento dos três requisitos antes mencionados, um deles não estando presente, carecera de sustentação legal para ser mantido.

Apresentado PARECER FUNDAMENTADO DO SERVIÇO SOCIAL - Evento 14, com a seguinte conclusão: “O portador de Autismo requer acompanhamento e cuidados por toda vida, sendo que são constantemente oferecidos pela sua mãe, principalmente quando há escassez nos serviços especializados oferecidos pelo Estado. Uma rede de apoio social eficaz poderia colaborar de forma significativa, seja através da implementação de intervenções que possam oferecer atendimento a criança portadora de deficiência, seus irmãos e pais. Além da deficiência mental – autismo o menino ainda apresenta deficiência visual que criam mais barreiras para os atos da sua vida e de seus familiares. O fato do pai estar presente na residência não comprova que o mesmo vive maritalmente com a mãe do requerente. Atualmente existe a guarda compartilhada. Não existe prova material de que os pais vivam em união estável, apenas que

compartilham a guarda e pela deficiência o menino não pode ir até a casa do pai. A criança necessita do benefício para a garantia dos seus direitos básicos, visto que não são garantidos pelas Políticas Públicas do município.”

De acordo com a avaliação Social o grupo familiar é composto pela mãe e três filhos,sendo que a mãe não possui renda, e esta separada de seu companheiro, mas há guarda compartilhada, conforme parecer do Serviço Social do

INSS.

A lei 11.698 de 13.06.2008 que alterou o art. 1583 do Código Civil , que trata da guarda compartilhada e cujo conteúdo passou a ser o seguinte:

“Art. 1.583. A guarda será unilateral ou compartilhada.

§ 1o Compreende-se por guarda unilateral a atribuída a um só dos genitores ou a alguém que o substitua (art. 1.584, § 5o) e, por guarda compartilhada a responsabilização conjunta e o exercício de direitos e deveres do pai e da mãe que não vivam sob o mesmo teto, concernentes ao poder familiar dos filhos comuns.

Segundo Flavio Tartuce “Guarda compartilhada ou guarda conjunta: hipótese em que pai e mãe dividem as atribuições relacionadas ao filho, que irá conviver com ambos, sendo essa sua grande vantagem”. ( Manual de Direito Civil. 2ª Ed, São Paulo, Editora Método, 2012, p. 1131).

Aqui convém ressaltar que na guarda compartilhada os filhos efetivamente ficam com apenas um dos pais, - ou o pai ou a mãe, mas todas as decisões a respeito daqueles são tomadas de forma conjunta, como a escola em que irão estudar, o planejamento das férias etc.( Flavio Tartuce, p. 1132)

No entanto este instituto não elide a necessidade de pensionamento de parte daquele que não permanece com o filho. Portanto, ainda que um dos genitores, que não possuía a guarda da criança, faça um pedido de guarda compartilhada ao juiz, e este revisando a decisão anterior a conceda, o pagamento da pensão alimentícia subsistirá. Pois a mudança da guarda unilateral para a guarda compartilhada trará consequências/benefícios para a criança e para o adolescente, o que não se confundem com a desobrigação financeira.

O que se verifica no presente caso é que O INSS através do oficio nº 0796/2014 , revisa o benefício e informa existência de renda per capita superior ao permissivo legal,fls. 34, já que constatado renda per capita familiar com alteração a contar de 13/07/2005, pois o pai do beneficiário começou a trabalhar situação que permanece até a presente data. Portanto tais remunerações interferem na renda per capita, afrontando o disposto no art. 20, § 3º da Lei 8.742/93. Da mesma forma relaciona as remunerações auferidas por Sr. José Ubirajara Santiago Ribeiro, fls. 53 a 59, pai do beneficiário.

(4)

Há, também, juntada de Certidão de nascimento de Nathali Ribeio Batista ( 03.04.200- fl. 43) e de Angélica Ribeiro Batista ( em 21.01.2009 – fl. 44), tendo como pai José Ubirajara Santiago Ribeiro.

De acordo com todos os documentos juntados, fica evidente que o relacionamento entre RAQUEL SANTIAGO RIBEIRO e JOSE UBIRAJARA SANTIAGO RIBEIRO se manteve aqui não importando se na mesma casa ou em casas separadas, portanto o laço familiar se manteve e esta corroborada também no parecer social aqui apresentado.

Desta forma, reconhecemos como indevido a manutenção do beneficio, mas há que se ater aqui ao instituto da prescrição dos valores recebidos, ou seja, entendo que o cálculo apresentado às fls. 60 a 62 deverá ser refeito, para ali ser consignada a devolução dos valores relativos ao período de 26.09.2009 até a data do último pagamento concedido, pois a ciência da irregularidade foi dada a parte em 25.09.2009, portanto o período de 17.08.2004 a 25.09.2009 esta prescrito, na forma estabelecida no art. 347, § 1º do Decreto 3.048/99.

Saliente-se que caberia ao INSS revisar o benefício a cada dois anos, na forma estabelecida na legislação vigente, ou se, arts. 21 da Lei nº 8.742/93 e 42 do Decreto nº 6.214/07,” o benefício deve ser revisto a cada 2 (dois) anos, para a avaliação da continuidade das condições que lhe deram origem”, portanto se não houve tal constatação na época devida, com mais razão ainda deve o instituto da prescrição ser observado conforme acima indicado.

Ante todo o exposto,

VOTO no sentido de conhece o recurso interposto, para no mérito NEGAR-LHE PROVIMENTO, mantendo a decisão

recorrida, mas com a determinação que se faça novo cálculo do valor devido para fins de devolução ao INSS , observada a prescrição qüinqüenal, na forma do voto proferido.

FLAVIA REJANE MENDES BELLO Relator(a)

Declaração de Voto

Conselheiro(a) concorda com voto do relator(a).

FRANCISCO LAZARO PEIXOTO DA SILVA Conselheiro(a) Suplente Representante dos Trabalhadores

Declaração de Voto

Conselheiro(a) concorda com voto do relator(a).

NAIR GAMBIM SCHILLING

Conselheiro(a) Suplente Representante das Empresas

Declaração de Voto

Presidente concorda com voto do relator(a).

MARLI BRANDINA FOLCHINI Presidente

Decisório

(5)

Vistos e relatados os presentes autos, em sessão realizada hoje, ACORDAM os membros da 18ª Junta de Recursos do CRPS, em CONHECER DO RECURSO E NEGAR-LHE PROVIMENTO, POR UNANIMIDADE, de acordo com o voto do(a) Relator(a) e sua fundamentação.

Participaram, ainda, do presente julgamento, os Conselheiros FRANCISCO LAZARO PEIXOTO DA SILVA e NAIR GAMBIM SCHILLING.

FLAVIA REJANE MENDES BELLO Relator(a)

MARLI BRANDINA FOLCHINI Presidente

Referências

Documentos relacionados

A norma ASHRAE (ASHRAE 23-1978R, 1978) descreve procedimentos para testes de performance de compressores frigoríficos, através da avaliação da vazão de massa de refrigerante,

Apesar de relatos (YELICH et al., 1996; ROBERTS et al, 1990) de que o aumento na concentração de IGF-I plasmático em ruminantes seja um dos fatores responsáveis pelo o início

Ainda, BUDDLE e COOPER (1978) observaram que, o nível de resistência hereditária é um importante fator epidemiológico para o aparecimento da mastite e concluíram

(2011) avaliaram dois tipos de cobertura (telha de amianto e telha de barro) através da termografia infravermelha a temperatura no interior dos piquetes, e

As entidades ligadas à CSM indicaram o nome do gráfico Aviz Valente, então presidente da Federação dos Trabalhadores da Indústria (FTI) e do Sindicato dos

Era novembro de 1935 quando um santo monge teria estado no município de Soledade (RS) e pernoita- do na casa de André Ferreira França, conhecido como Deca França.

Duarte Ióia, Director of Copyright, Guinean Copyright Society, Copyright Office, Directorate of Culture and Sports, Ministry of Education, Youth, Culture and

II - incapacidade econômico-financeira da ESCOLA no cumprimento de reajuste salarial e/ou de cláusulas previstas na presente Convenção Coletiva. Parágrafo primeiro - A ESCOLA, ao