ANÁLISE
Conselheiro Relator Jarbas José Valente
Número e Origem:
384/2012-GCJV
Data:22/08/2012
1.
ASSUNTO
Pedido de Reconsideração, cumulado com Pedido de efeito suspensivo,
apresentado pela
TIM CELULAR S/A
, CNPJ/MF n. 04.206.050/0001-80, em face de
decisão do Conselho Diretor, exarada por meio do Despacho n. 3.416/2012-CD, de
02/05/2012, que manteve sanção imposta à operadora em virtude de
descumprimentos a disposições contidas no Regulamento do Serviço Móvel
Pessoal - RSMP, no Plano Geral de Metas de Qualidade para o Serviço Móvel
Pessoal - PGMQ-SMP e no Regulamento de Indicadores de Qualidade do Serviço
Móvel Pessoal -
RIQ-SMP
.
2.
REFERÊNCIA
2.1
Processo n. 53569.002450/2008:
2.1.1
Ato n. 6.408, de 04/10/2010, do Superintendente de Serviços Privados, Interino
(fl. 269);
2.1.2
Informe n. 113/2011-PVCPR/PVCPA/PVCP/SPV, de 02/02/2011 (fls. 299 a 302);
2.1.3
Análise nº 305/2012-GCER, de 13/04/2012 (fls. 307 a 312);
2.1.4
Despacho n. 3.416/2012-CD, de 02/05/2012 (fl. 314).
3.
LEGISLAÇÃO E REGULAMENTAÇÃO APLICÁVEIS
3.1
Lei nº 9.472, de 16 de julho de 1997 – Lei Geral de Telecomunicações;
3.2
Regulamento do Serviço Móvel Pessoal (RSMP), aprovado pela Resolução nº 316,
de 27/09/2002;
3.3
Regulamento do Serviço Móvel Pessoal (RSMP), aprovado pela Resolução nº 477,
de 07/08/2007;
3.4
Regulamento de Indicadores de Qualidade do SMP (RIQ-SMP), aprovado pela
Resolução n. 335, de 17/04/2003;
3.5
Plano Geral de Metas de Qualidade para o SMP (PGMQ-SMP), aprovado pela
Resolução n. 317, de 27/09/2002;
3.6
Regulamento de aplicação de Sanções Administrativas (RASA), aprovado pela
Resolução n. 344, de 18/07/2003, alterado pela Resolução nº 589, de
07/05/2012;
3.7
Regimento Interno da Anatel (RIA), aprovado pela Resolução n. 270, de 19 de
julho de 2001, alterado pela Resolução n. 489, de 5 de dezembro de 2007.
4.
RELATÓRIO
4.1
O PADO em análise, instaurado em 19/08/2008 por meio do Auto de Infração n.
04/01/2008 a 19/08/2008 com o objetivo de fiscalizar o cumprimento das metas
de qualidade concernentes ao serviço prestado pela TIM no estado do Pará,
apontou indícios de infrações a dispositivos dos Regulamentos do Serviço Móvel
Pessoal -
RSMP
(Resoluções n. 316, de 27/09/2002 e 477 de 07/08/2007); do
Plano Geral de Metas e Qualidade do Serviço Móvel Pessoal -
PGMQ-SMP
(Resolução n. 317, de 27/09/2002); e, do Regulamento de Indicadores de
Q
ualidade do
S
erviço
M
óvel
P
essoal -
RIQ-SMP
(Resolução n. 335, de 17/04/2003).
4.2
Após o regular trâmite processual a área técnica manifestou-se por meio dos
Informes n. 42/2009-PVCPR (fls. 247 a 249), de 28/05/2009 e
544/2010-PVCPR/PVCPA/PVCP (fls. 251 a 255), de 09/09/2010, sugerindo a aplicação da
sanção de multa no valor total de R$ 56.795,88 (cinquenta e seis mil, setecentos
e noventa e cinco reais e oitenta e oito centavos), devido às infrações aos
seguintes dispositivos regulamentares: art. 12, §1º e art. 13 do RSMP, aprovado
pela Resolução n. 316, de 27/09/2002 c/c art. 10, incisos I, II e III, alíneas “a”, “c”
e “d” do RIQ-SMP (SMP1) no ano de 2007; art. 13 do RIQ-SMP (SMP4) no ano de
2007; art. 10, II do PGMQ-SMP (SMP7) no mês de maio de 2008; art. 17 do
RIQ-SMP (RIQ-SMP8) no ano de 2007; art. 12 do RRIQ-SMP/2002 c/c art. 13 do PGMQ-RIQ-SMP e
art. 19, incisos, I, II, III, IV, V e VI do RIQ-SMP (SMP10) no ano de 2007 e mês de
abril de 2008; art. 12 do RSMP/2002 c/c art. 20, incisos I, II, III e VI do RIQ-SMP
(SMP11); art. 23, IX, art. 48, §4º e art. 63, caput e parágrafo único do RSMP/2002;
art. 40, §9º e art. 71, inciso I do Regulamento do SMP, aprovado pela Resolução n.
477, de 07/08/2007, in verbis:
Regulamento do Serviço Móvel Pessoal (RSMP), aprovado pela Resolução n. 316, de 27/09/2002:
Art. 12. A prestadora deve cumprir as metas de qualidade fixadas no Plano Geral de Metas de Qualidade para o SMP (PGMQ-SMP), bem como nos respectivos Termos de Autorização.
§1º No caso de inspeção de desempenho e de qualidade do serviço e de atendimento, os recursos humanos e técnicos para realização dos testes devem ser tornados disponíveis pela prestadora.
...
Art. 13. A prestadora deve receber e solucionar as queixas e reclamações dos Usuários nos prazos fixados no PGMQ-SMP.
...
Art. 23. A prestação do SMP deve estar sempre associada a um Plano de Serviço, que deve conter todas as regras que estabeleçam as condições para prestação do SMP, especialmente:
IX - os prazos de carência para mudança de plano pelo Usuário, que não podem ser superiores a 12 (doze) meses;
...
Art. 48. O Plano Básico de Serviço deve conter, no mínimo, as seguintes características:
...
§4° Caso haja chamadas sucessivas com duração superior a 3 (três) segundos e inferior a 30 (trinta) segundos, efetuadas entre o mesmo Código de Acesso de origem e de destino, e o tempo compreendido entre o final de uma chamada e o início da chamada seguinte for inferior ou igual a 120 (cento e vinte) segundos, os tempos das chamadas devem ser somados, considerando-se, para aplicação do disposto no inciso IV, o somatório do tempo das chamadas como sendo uma única ligação.
...
Art. 63. A devolução de valores cobrados indevidamente deve ocorrer em até 30 (trinta) dias após a contestação da cobrança indevida, preferencialmente em documento de cobrança de prestação de serviços ou através de créditos para utilização pelo Usuário.
Parágrafo único. Sem prejuízo do disposto no Art. 9, os valores cobrados indevidamente devem ser devolvidos, acrescidos dos mesmos encargos aplicados pela prestadora aos valores pagos em atraso.
Regulamento do Serviço Móvel Pessoal (RSMP), aprovado pela Resolução n. 477, de 07/08/2007:
Art. 40. A prestadora do Serviço Móvel Pessoal poderá oferecer benefícios aos seus Usuários e, em contrapartida, exigir que os mesmos permaneçam vinculados à prestadora por um prazo mínimo.
...
§9° o tempo máximo para o Prazo de Permanência é de 12 (doze) meses. ...
Art. 71. A devolução de valores cobrados indevidamente deve ocorrer em até 30 dias após a contestação da cobrança indevida:
I – para Plano Pós-pago de Serviço, na próxima fatura ou por outro meio escolhido pelo Usuário;
Regulamento de Indicadores de Qualidade do Serviço Móvel Pessoal (RIQ-SMP), aprovado pela Resolução, 335, de 17/04/2003:
Art. 10º Taxa de Reclamações (SMP1)
I - Definição do Indicador: é a relação entre o número total de reclamações e o número total de Acessos em Operação, no último dia do mês.
II - Representação Matemática: SMP1 = A/B x 100 Onde:
A - número total de reclamações no mês;
B - número total de Acessos em Operação na rede da prestadora no último dia do mês.
III - Método de Coleta:
a) contagem mensal de qualquer forma de reclamação recebida pela
prestadora; ...
c) os meios de reclamação consideradas para efeito deste indicador são: 1. Presencial;
2. Telefone;
3. Carta de qualquer tipo; 4. Telegrama;
5. Fax;
6. Correio eletrônico; ou
7. Qualquer outro meio existente ou que venha a ser criado.
d) os dados relativos aos itens 1 a 7 da alínea “c” devem ser mantidos em registros independentes para fins de verificação por parte da Anatel.
...
Art.13 Taxa de Atendimento pela Telefonista/Atendente em Sistemas de Autoatendimento (SMP4)
I - Definição do Indicador: é a relação percentual entre o número total de chamadas atendidas pelas telefonistas/atendentes em até 10 (dez) segundos, nos Sistemas de Autoatendimento, e o número total de tentativas de acesso às telefonistas/atendentes nos Sistemas de Autoatendimento, da prestadora, em cada PMM, no mês.
II - Representação Matemática: SMP4 = A/B x 100 Onde:
A - número total de chamadas atendidas pelas telefonistas/atendentes em até 10 (dez) segundos nos Sistemas de Autoatendimento da prestadora, quando esta opção for selecionada pelo usuário, em cada PMM, no mês;
B - número total de tentativas de acesso às telefonistas/atendentes nos Sistemas de Autoatendimento da prestadora, quando esta opção for selecionada pelo usuário, em cada PMM, no mês.
III - Método de Coleta:
a) contagem das chamadas que são encaminhadas para as
telefonistas/atendentes e que são atendidas em até 10 (dez) segundos nos Sistemas de Autoatendimento, em cada PMM, por Sistema de Autoatendimento existente;
b) contagem de todas as tentativas de acesso às telefonistas/atendentes nos
Sistemas de Autoatendimento, da prestadora, em cada PMM, por Sistema de Autoatendimento existente;
c) a prestadora deve contabilizar todas as chamadas que são encaminhadas
para as telefonistas/atendentes e que são atendidas em tempo superior a 60 (sessenta) segundos;
d) os dados para obtenção deste indicador devem ser retirados diretamente
dos equipamentos/sistemas dos Sistemas de Autoatendimento, sendo a coleta efetuada de acordo com o calendário anual para coleta de dados a ser encaminhado pela Anatel até o dia 10 (dez) de dezembro de cada ano;
e) os valores contabilizados no numerador A devem ser somados pela
prestadora que possuir mais de um Sistema de Autoatendimento para o atendimento de uma ou mais Áreas de Registro, aplicando-se o mesmo para os valores contabilizados no denominador B;
f) não se caracteriza atendimento por telefonista/atendente, para efeito deste
indicador, aquele efetuado por equipamentos que introduzam mensagens, tons ou música.
IV - Fator de Ponderação: somatório do número total de Acessos em Operação, nos termos do Art. 22 deste Regulamento, no último dia do mês, por Sistema(s) de Autoatendimento.
V - Unidade Primária: Sistema(s) de Autoatendimento.
VI - Forma de Apresentação: os dados relativos a este indicador devem ser apresentados contendo informações mês a mês, por Área de Prestação e por Sistema(s) de Autoatendimento, da seguinte forma:
a) número total de chamadas atendidas pelas telefonistas/atendentes em até
10 (dez) segundos nos Sistemas de Autoatendimento, da prestadora, em cada PMM, no mês;
b) número total de tentativas de acesso às telefonistas/atendentes nos
c) número total de chamadas atendidas pelas telefonistas/atendentes em tempo superior a 60 (sessenta) segundos nos Sistemas de Autoatendimento, da prestadora, no mês;
d) fator de ponderação, relacionado por Sistema(s) de Autoatendimento.
...
Art.17 Taxa de Resposta ao Usuário (SMP8)
I - Definição do Indicador: é a relação percentual entre o número total de reclamações e solicitações de serviços, recebidos pela prestadora, respondidos em até 05 (cinco) dias úteis, no mês, e o número total de reclamações e solicitações de serviços, recebidos pela prestadora no respectivo mês, acrescido do número total de reclamações e solicitações de serviços relativos aos meses anteriores ainda não respondidos ao Usuário.
II - Representação Matemática: SMP8 = A/(B + C) x 100 Onde:
A - número total de reclamações e solicitações de serviços recebidos pela prestadora, respondidos em até 05 (cinco) dias úteis, no mês;
B - número total de reclamações e solicitações de serviços, recebidos pela prestadora no respectivo mês;
C - número total de reclamações e solicitações de serviços, relativos aos meses anteriores, ainda não respondidos ao Usuário.
III - Método de Coleta:
a) contagem mensal de qualquer reclamação, solicitação de serviços recebidos
em qualquer setor da prestadora e que foram respondidos em até 05 (cinco) dias úteis;
b) contagem mensal de qualquer reclamação, solicitação de serviços recebidos
em qualquer setor da prestadora;
c) contagem mensal de qualquer reclamação, solicitação de serviços recebidos
em qualquer setor da prestadora, relativos aos meses anteriores, e ainda não respondidos;
d) devem ser considerados os seguintes meios de reclamação e solicitação de
serviços:
1. Presencial;
2. Telefone;
3. Carta de qualquer tipo;
4. Telegrama;
5. Fax;
6. Correio eletrônico; ou
7. Qualquer outro meio existente ou que venha a ser criado.
e) os dados relativos aos itens I a 7 da alínea “d” devem ser mantidos em
registros independentes para fins de verificação por parte da Anatel;
f) as reclamações e solicitações de serviços recebidos pela prestadora de SMP,
nos últimos 05(cinco) dias úteis do mês, devem ser computadas no índice do mês subsequente.
g) o prazo de resposta de 05(cinco) dias úteis para as reclamações e
solicitações de serviços recebidos em qualquer setor da prestadora, inicia-se a partir do primeiro dia útil após os seus recebimentos.
IV - Fator de Ponderação: somatório do número total de Acessos em Operação, nos termos do Art. 22 deste Regulamento, por área definida pelo Código Nacional contida na Área de Prestação, no último dia do mês.
V - Unidade Primária: área definida pelo Código Nacional contida na Área de Prestação.
VI - Forma de Apresentação: os dados relativos a este indicador devem ser apresentados contendo informações mês a mês por Área de Prestação e por área definida pelo Código Nacional contida na Área de Prestação, da seguinte forma:
a) número total de reclamações e solicitação de serviços recebidos pela
prestadora, respondidos em até 5 (cinco) dias úteis, no mês;
b) número total de reclamações e solicitação de serviços recebidos pela
prestadora no respectivo mês;
c) número total de reclamações, solicitação de serviços relativos aos meses
anteriores, e ainda não respondidos ao Usuário;
d) número total de reclamações e solicitações de serviços, recebidos pela
prestadora no respectivo mês e que foram respondidas em mais de 10 (dez) dias úteis;
e) fator de ponderação, por área definida pelo Código Nacional.
...
Art.19 Taxa de Atendimento Pessoal ao Usuário (SMP10)
I - Definição do Indicador: é a relação percentual entre o número de Usuários que compareceram aos Setores de Atendimento da prestadora, e que foram atendidos em até 10 (dez) minutos, e o número total de Usuários que compareceram aos Setores de Atendimento da prestadora.
II - Representação Matemática: SMP10 = A/B x 100 Onde:
A - somatório do número de Usuários que compareceram aos Setores de Atendimento da prestadora, e que foram atendidos em até 10 (dez) minutos, no mês;
B - somatório do número de Usuários que compareceram aos Setores de Atendimento da prestadora, no mês.
I - Método de Coleta:
a) contagem, em todas às quintas-feiras do mês (excetuando-se feriados, onde
a coleta deverá ser efetuada no dia anterior ao feriado), de todos os Usuários que compareceram aos Setores de Atendimento da prestadora, no horário comercial, e que foram atendidos em até (dez) minutos;
b) contagem, em todas às quintas-feiras do mês (excetuando-se feriados, onde
a coleta deverá ser efetuada no dia anterior ao feriado), de todos os Usuários que compareceram aos Setores de Atendimento da prestadora, no horário comercial.
II - Fator de Ponderação: somatório do número total de Acessos em Operação, nos termos do art. 22 deste Regulamento, por área definida pelo Código Nacional contida na Área de Prestação, no último dia do mês.
III - Unidade Primária: área definida pelo Código Nacional contida na Área de Prestação.
IV - Forma de Apresentação: os dados relativos a este indicador devem ser apresentados contendo informações mês a mês por Área de Prestação e por área definida pelo Código Nacional contida na Área de Prestação, da seguinte forma:
a) número total de Usuários que compareceram aos Setores de Atendimento da prestadora, e que foram atendidos em até 10 (dez) minutos, no mês;
b) número total de Usuários que compareceram aos Setores de Atendimento da
prestadora, no mês;
c) fator de ponderação, área definida pelo Código Nacional.
Art.20 Taxa de Atendimentos Relativos a Contas por 1000 (mil) Contas Emitidas (SMP11)
I - Definição do Indicador: é a relação entre o número total de atendimentos relativos às contas dos Usuários, durante o mês, por cada 1000 (mil) contas emitidas no mês.
II - Representação Matemática: SMP11 = A/B x 1000 Onde:
A - número total de atendimentos relativos a contas dos Usuários, no mês; B - número total de contas emitidas, no mês.
III - Método de Coleta :
a) contagem mensal do número total de atendimentos relativos à contas,
efetuados em qualquer setor da prestadora;
b) contagem mensal de todas as contas de serviço emitidas, no mês;
c) serão consideradas as seguintes interpretações para atendimentos relativos
à conta.
1. Cobrança indevida - corresponde a qualquer reclamação formulada pelo
Usuário, relativa aos valores constantes em seus documentos de cobrança e relatórios detalhados de serviço;
2. Inteligibilidade - corresponde a qualquer reclamação formulada pelo
Usuário relativa à clareza das informações contidas nos documentos de cobrança e relatórios detalhados de serviço e quanto ao significado de cada expressão utilizada;
3. Legibilidade - refere-se a qualquer reclamação formulada pelo cliente
relativa à sua dificuldade de leitura e condensação das informações contidas nos documentos de cobrança e relatórios detalhados de serviço;
4. Ordenamento - refere-se à estrutura de apresentação das informações
nos documentos de cobrança e relatórios detalhados de serviço;
5. Inviolabilidade - os documentos de cobrança e relatórios detalhados de
serviço devem ser sigilosos em sua geração e invioláveis em seu envelopamento;
6. Uniformidade - corresponde ao aspecto de padronização dos
documentos de cobrança e relatórios detalhados de serviço em toda a área de prestação, visando a rápida identificação e localização das informações pelo Usuário;
7. Conteúdo mínimo regulamentar - refere-se ao conteúdo mínimo das
informações dos documentos de cobrança e relatórios detalhados de serviço exigidas pela regulamentação em vigor.
d) os dados relativos aos itens 1 a 7 da alínea “c” devem ser mantidos em
registros independentes para fins de verificação por parte da Anatel;
e) devem ser considerados todos os documentos de cobrança para os Usuários
do Pós-Pago e relatórios detalhados de serviço válidos para os Usuários Pré-Pago e Pós-Pré-Pago.
IV - Fator de Ponderação: somatório do número total de Acessos em Operação, nos termos do art. 22 deste Regulamento, de todas as áreas definidas pelos Códigos Nacionais, cujas contas sejam emitidas a partir do mesmo centro emissor de contas da prestadora, no mês.
Plano Geral de Metas de Qualidade para o Serviço Móvel Pessoal (PGMQ-SMP), aprovado pela Resolução, 317, de 27/09/2002:
Art. 10. A quantidade de chamadas interrompidas por queda da ligação na rede da prestadora, em cada Período de Maior Movimento, deve ser inferior a:
...
II - 2,0% (dois por cento), a partir de 31 de dezembro de 2002. ...
Art. 13. O Usuário, ao comparecer a qualquer Setor de Atendimento da prestadora ou de seus credenciados, deve ser atendido em até 10 (dez) minutos, em 95% (noventa e cinco por cento) dos casos.
4.3
O Superintendente de Serviços Privados Interino (SPV), com fundamento nas
razões e justificativas dos Informes supramencionados, aplicou à operadora a
sanção de multa sugerida, por meio do Ato nº 6.408, de 04/10/2010 (fl. 269).
4.4
Inconformada a TIM interpôs Recurso Administrativo com pedido de efeito
suspensivo (fls. 277 a 290), a respeito do qual o Conselho Diretor, acompanhando
o voto da Conselheira Relatora Emilia Maria Silva Ribeiro Curi, externado por
intermédio da Análise n. 305/2012-GCER, de 13/04/2012, resolveu, por
unanimidade, em sua Reunião n. 646, realizada em 19/04/2012, não dar
provimento.
4.5
Tal decisão, consubstanciada no Despacho n. 3.416/2012-CD, de 02/05/2012 (fl.
314), foi noticiada à TIM em 28/05/2012, por meio do Ofício n.
90/2012-PVCPR-Anatel, conforme atesta o AR de fl. 332.
4.6
Em 12/07/2012 a prestadora protocolizou nesta Agência, sob o registro Sicap n.
53508.008793/2012, o Pedido de Reconsideração cumulado com Pedido de
Efeito Suspensivo, que ora se encontra em análise.
4.7
Tal Pedido foi encaminhado a este Gabinete em 02/08/2012, por meio da
comunicação de tramitação n. 102.024, para análise e submissão à deliberação do
E. Conselho Diretor.
4.8
São os fatos. Passo à análise do Pedido em questão.
5.
DAS MINHAS CONSIDERAÇÕES
5.1
Por oportuno, cumpre frisar que a instauração e instrução do presente Processo
obedeceram rigorosamente às disposições contidas no Regimento Interno da
Anatel (RIA), aprovado pela Resolução nº 270/2001, atendendo à sua finalidade,
com observância aos princípios do devido processo legal, contraditório e da
ampla defesa, conforme dispõem os §§ 1º e 2º do art. 50 da Lei n.º 9.784/99 – Lei
de Processo Administrativo, assim como o inciso II do art. 54 do RIA.
5.2
Quanto à admissibilidade do Pedido de Reconsideração em tela, é certo que ele
atende aos requisitos de tempestividade
1, já que apresentado dentro do prazo
regimental de 10 (dez) dias; de legitimidade, posto ter sido a peça recursal
assinada por representante legal devidamente habilitado (procuração à fl. 329);
e, por fim, de interesse em recorrer, uma vez que a sanção foi aplicada à entidade;
razão pela qual proponho o seu conhecimento.
5.3
A certidão acostada pela área técnica à fl. 331 destaca que foi atribuído efeito
suspensivo automático ao presente Pedido de Reconsideração, com relação às
sanções de multas aplicadas pelo Superintendente de Serviços Privados Interino,
nos termos do Ato nº 1.878/2012-PR, de 30/03/2012
2.5.4
Destaco em breve síntese os argumentos apresentados pela TIM:
I.
Nulidade do Ato Decisório exarado pela Agência – reafirma a ilegalidade
da metodologia de cálculo de multa utilizada pela Agência, tendo em vista
que não está prevista na legislação e foi elaborada de maneira casuística;
II.
Aderência e Qualidade do serviço prestado pela empresa – reafirma que a
empresa atua com inquestionável boa-fé na condução de seus negócios,
que os descumprimentos dos indicadores foram excepcionais ou quando
menos perfeitamente escusáveis, que a prestadora não auferiu benefícios
e inexiste qualquer prejuízo decorrente do descumprimento. Entende que
a Agência deve aplicar, pelas infrações, apenas a sanção de advertência;
III.
Esclarecimentos com respeito às metas do PGMQ-SMP –
SMP1 - reafirma que o procedimento adotado pela operadora está em
conformidade com a regulamentação e esclarece que a contabilização
dessas reclamações não deve resultar em sanção à prestadora, tendo
em vista a existência de reclamantes contumazes com intuitos diversos
a não ser obter vantagens indevidas que recheiam as empresas,
principalmente
prestadoras
de
serviços,
com
reclamações
inconsistentes;
SMP4; SMP7, SMP8, SMP10 e SMP11 – afirma que: o volume de
reclamações é ínfimo se comparado ao total de ligações recebidas no
período aferido (SMP4); houve “casos pontuais e específicos em que
ocorreu o não atingimento da referida meta”; todavia, as ações
necessárias foram de pronto tomadas, visando a manutenção da
1
28/05/2012 (segunda-feira) Notificação da decisão (fl. 332)
29/05/2012 (terça-feira) Pedido de Vistas
29/06/2012 (terça-feira) Orçamento enviado / Pagamento efetuado
04/07/2012 (quarta-feira) Cópias disponibilizadas
12/07/2012(quinta-feira) Apresentação do Pedido de Reconsideração (fl. 320)
14/07/2012 (sábado) 10º dia.
16/07/2012 (segunda-feira) Prazo final – 1º dia útil subsequente
2
O Ato nº 1.878/2012-PR, do Presidente do Conselho Diretor da ANATEL (publicado no DOU de 31.03.2012), decidiu:
“Art.1o Suspender a exigibilidade das sanções de multa e de advertência aplicadas em Procedimento de Apuração de
Descumprimento de Obrigação – PADO, em razão da interposição de recurso administrativo ou de pedido de reconsideração, cuja competência para apreciação seja do Conselho Diretor da Anatel.”
qualidade do serviço prestado (SMP7); todos os casos foram tratados
pontualmente com resolução e retorno aos clientes envolvidos (SMP8
e SMP11); várias ações foram realizadas pela TIM para melhorar o
indicador de qualidade SMP10. Volta a reafirmar que tais
descumprimentos
decorreram
de
falhas
excepcionalíssimas,
plenamente escusáveis, que não podem ser considerados como base
para qualquer autuação.
IV.
Mudança na regulamentação – ressalta que o Regulamento de Gestão da
Qualidade da Prestação do Serviço Móvel Pessoal – RGQ-SMP exclui o
indicador SMP11 e diminui os percentuais para os indicadors SMP4 e
SMP10; entende que tais modificações traduzem o reconhecimento de que
tais metas não se mostravam relevantes para avaliar a qualidade do
serviço prestado; e, em função disso, conclui que a aplicação de penalidade
em função do não atingimento de metas que a própria Agência está
derrogando/modificando seria, no mínimo, injusta e arbitrária.
V.
Alega Ausência de razoabilidade na fixação da multa.
VI.
Ao final, requer a revisão da decisão com a decretação de nulidade da
multa aplicada e consequente arquivamento deste PADO; ou, em caráter
subsidiário, se entendido que houve infração passível de apenamento com
sanção de multa, que seja revista, em razão dos graves vícios presentes em
seu cálculo e que a Agência somente analise e julgue o presente PADO
após a revisão da regulamentação concernente às metas de qualidade do
SMP e quando a metodologia de multa estiver aprovada em norma
específica.
5.5
Observo que a prestadora, inconformada, insurge-se contra a decisão do
Conselho Diretor, exarada na Reunião n. 646, realizada em 19/04/2012,
reprisando argumentos já analisados e refutados pelo colegiado quando, naquela
oportunidade, aprovou, por unanimidade, os termos da Análise n.
305/2012-GCER, de 13/04/2012. Dessa forma, como razão de decidir, eu adoto o teor, na
integra, da citada análise.
5.6
Adicionalmente, gostaria de acrescentar que a atuação da Agência está pautada,
além dos princípios próprios da Administração Pública, nos princípios dispostos
na Lei nº 9.472/97 (LGT) e no Regulamento de Aplicação de Sanções
Administrativas, os quais demonstram as diretrizes a serem seguidas para a
completa aferição da conduta e da conseqüente sanção aplicável a cada caso.
5.7
Ao contrário do que argumenta a empresa, pode-se verificar, a partir desses
documentos, que a Agência aplica de forma objetiva, razoável e proporcional
todos os critérios previstos na legislação, não havendo campo para
arbitrariedades. A metodologia adotada respeita integralmente os critérios
definidos no Regulamento de Aplicação de Sanções Administrativas, é de amplo
conhecimento da prestadora e aplicável a todas as infrações análogas, não
havendo razão para que fosse aplicada no presente PADO de forma distinta da
usual.
5.8
Ademais, deve-se considerar que muito embora a aplicação de sanção pela
Administração Pública seja um ato vinculado, sua dosimetria é ato discricionário
que deve levar como base os critérios elencados no Regulamento de Aplicação de
Sanções Administrativas.
5.9
Quanto à alegação de aderência e qualidade do serviço prestado, ressalto que as
provas constituídas nos autos, pela fiscalização, referem-se ao período analisado;
entendo, então, que o fato da prestadora estar, atualmente, cumprindo as metas
de qualidades propostas, não passa de uma obrigação que a prestadora já deveria
ter, naquele tempo, respeitado. Igualmente, a alegação de boa-fé não tem o
condão de isentá-la do ônus que recai sobre as infrações de caráter impessoal e
objetivo.
5.10
Da mesma forma com relação à mudança na regulamentação. O RGQ-SMP ainda
nem foi aprovado pela Agência; quando isso ocorrer, sua aplicação se dará apenas
para ocorrências posteriores ao regulamento. Donde se conclui que, como há
época dos fatos vigia o RIQ-SMP, de total conhecimento da prestadora, o
argumento apresentado não se justifica.
5.11
E quanto à ausência de razoabilidade na fixação da multa, entendo que as
infrações estão devidamente caracterizadas nos documentos acostados aos autos.
Assim, a sanção de multa é cabível, uma vez que, pelo princípio da razoabilidade,
o qual requer proporcionalidade entre os meios de que se utilize a administração
e os fins que ela tem de alcançar, me parece apropriada, é prevista no art. 173 da
LGT, a metodologia adotada respeita integralmente os critérios definidos no
Regulamento de Aplicação de Sanções Administrativas, seu algoritmo de cálculo
consta dos autos e é aplicável pela Anatel.
5.12
Com respeito ao valor da multa, entendo estar correto, uma vez que, conforme
registrado anteriormente, a competência para sua fixação está adstrita à
autoridade administrativa, as infrações classificam-se como de gradação média
3e
o método de cálculo e o valor apurado estão explicitados pela Superintendência
de Serviços Privados no anexo ao Informe n. 544/2010-PVCPR/PVCPA/PVCP, de
02/09/2010 (fls. 256 a 266).
5.13
Em suma, na aplicação da sanção de multa e na sua valoração, entendo que a
Superintendência de Serviços Privados adotou as medidas necessárias para o
atendimento do interesse público, atuando com independência, imparcialidade,
legalidade e impessoalidade, dentro do princípio da razoabilidade, tudo em
conformidade, inclusive, com os parâmetros previstos no Regulamento de
Sanções.
5.14
Desta forma, considerando que todos os argumentos apresentados pela TIM
foram devidamente rechaçados, entendo que a decisão do Conselho Diretor,
exarada por meio do Despacho nº 3.416/2012-CD, de 02/05/2012, não deve ser
revista.
5.15
Propondo, portanto, que o Pedido de Reconsideração seja conhecido e, no mérito,
improvido, com a conseqüente manutenção, na íntegra, da decisão recorrida.
3
5.
CONCLUSÃO
5.1
Pelas razões e justificativas expostas na presente Análise, proponho:
5.1.1 conhecer do Pedido de Reconsideração apresentado pela TIM CELULAR S/A,
CNPJ/MF n. 04.206.050/0001-80, empresa autorizada do Serviço Móvel Pessoal,
contra decisão do Conselho Diretor, exarada por meio do Despacho nº
3.416/2012-CD, de 02/05/2012, para, no mérito, negar-lhe provimento,
mantendo a decisão recorrida em sua integralidade;
5.1.2 Expedir despacho deste Conselho Diretor, conforme minuta anexa.
JARBAS JOSÉ VALENTE
Conselheiro Diretor
SICAP: 201290138215