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MOÇAMBIQUE APRESENTAÇÃO À REVISÃO PERIÓDICA UNIVERSAL DA ONU

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MOÇAMBIQUE

APRESENTAÇÃO À

REVISÃO PERIÓDICA

UNIVERSAL DA ONU

DÉCIMA SESSÃO DO GRUPO

DE TRABALHO DA RPU DO

CONSELHO DE DIREITOS

HUMANOS

(2)

Amnesty International is a global movement of 2.2 million people in more than 150 countries and territories, who campaign on human rights. Our vision is for every person to enjoy all the rights enshrined in the Universal Declaration of Human Rights and other international human rights instruments. We research, campaign, advocate and mobilize to end abuses of human rights. Amnesty International is independent of any government, political ideology, economic interest or religion. Our work is largely financed by

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Amnesty International Publications First published in2009 by Amnesty International Publications International Secretariat Peter Benenson House 1 Easton Street London WC1X 0DW United Kingdom www.amnesty.org

 Copyright Amnesty International Publications 2009 Index: AFR 30/007/2009

Original Language: English

Printed by Amnesty International, International Secretariat, United Kingdom

All rights reserved. No part of this publication may be reproduced, stored in a retrieval system, or transmitted, in any form or by any means, electronic, mechanical, photocopying, recording or otherwise without the prior permission of the publishers.

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ÍNDICE

Apresentação da Amnistia Internacional à Revisão Periódica Universal da ONU ... 5

Quadro normativo e institucional do Estado ... 5

Promoção e protecção dos direitos humanos no terreno ... 6

Introdução ... 6

Execuções extrajudiciais ... 6

Uso excessivo da força ... 7

Tortura e outros maus-tratos ... 8

Prisões e detenções arbitrárias ... 9

Obstáculos no acesso à justiça ... 9

Recomendações de medidas a tomar pelo Estado examinado... 10

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Resumo

Nesta apresentação, a Amnistia Internacional submete informação sob as secções B, C e D, conforme estipulado nas Directrizes Gerais para a Elaboração de Informação no âmbito da Revisão Periódica Universal:1

Na secção B, a Amnistia Internacional aborda a preocupação sobre a não

ratificação por Moçambique de alguns tratados internacionais e a não promulgação de legislação que reflicta na legislação nacional algumas das disposições dos tratados internacionais de que o país é signatário.

A secção C salienta as preocupações da Amnistia Internacional relativamente a

violações dos direitos humanos pela polícia, particularmente as execuções extrajudiciais, o uso excessivo da força, a tortura e outros maus-tratos que resultam por vezes em mortes sob custódia, assim como as prisões e detenções arbitrárias. Aborda também preocupações relativas a obstáculos no acesso à justiça no país.

Na secção D, a Amnistia Internacional apresenta diversas recomendações para

accionamento pelo governo nas áreas que suscitam preocupações.

1 Contidas na Decisão 6/102 do Conselho de Direitos Humanos, no seguimento da resolução 5/1 do

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Moçambique

APRESENTAÇÃO DA AMNISTIA INTERNACIONAL À REVISÃO PERIÓDICA UNIVERSAL

DA ONU

Décima sessão do Grupo de Trabalho da RPU, Janeiro de 2011

QUADRO NORMATIVO E INSTITUCIONAL DO ESTADO

A Constituição da República de Moçambique de 1990, alterada em 2005, afirma que a “República de Moçambique é um Estado de Direito, baseado [...] no respeito e garantia dos direitos e liberdades fundamentais do Homem”.2 Afirma ainda que as normas constitucionais prevalecem sobre todas as restantes normas do ordenamento jurídico.3 Estas normas constitucionais incluem o direito à vida, o direito a não ser arbitrariamente privado da liberdade e o direito a não ser sujeito à tortura ou outros tratamentos cruéis ou desumanos.4

Para proteger ainda mais os direitos humanos no país, foi criado o cargo de provedor de justiça em 2006, nos termos da Constituição.5 Contudo, não foi ainda eleito um provedor de justiça. Além disso, em Maio de 2009, o Parlamento de Moçambique aprovou um projecto de lei que criava a Comissão Nacional de Direitos Humanos, contudo, esta continua por criar.

Segundo a Constituição, os tratados internacionais aprovados e ratificados de forma válida entram em vigor em Moçambique assim que tenham sido oficialmente publicados. Moçambique ratificou diversos tratados, mas continua por ratificar outros, incluindo o Pacto Internacional sobre os Direitos Económicos, Sociais e Culturais ou o seu Protocolo Facultativo e o Protocolo Facultativo à Convenção da ONU contra a Tortura. Além disso, tem ainda que promulgar legislação para nacionalizar algumas das disposições dos tratados internacionais de que é Estado-parte.

2 Constituição da República de Moçambique, Artigo 3º 3 Ibid, Artigo 2º

4 O Artigo 40º garante o direito à vida e a não ser sujeito à tortura, enquanto que o Artigo 59º garante o

direito a não ser arbitrariamente privado da liberdade

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PROMOÇÃO E PROTECÇÃO DOS DIREITOS HUMANOS NO TERRENO

INTRODUÇÃO

Segundo a Constituição, a polícia deve assegurar o respeito pelo estado de direito democrático e o respeito rigoroso dos direitos e liberdades fundamentais.6 Contudo, a polícia em Moçambique tem sido responsável por diversas violações dos direitos humanos, incluindo execuções extrajudiciais, uso excessivo da força, resultando por vezes em morte, prisões e detenções arbitrárias, assim como tortura e outros tratamentos ou penas cruéis, desumanos e degradantes e mortes sob custódia. Na maioria dos casos, não foram efectuadas quaisquer investigações e os agentes da polícia responsáveis não foram castigados de acordo com os procedimentos disciplinares nem presentes à justiça. Além disso, as vítimas e/ou as suas famílias não receberam qualquer informação sobre o andamento das investigações aos seus casos e ficaram desprovidas de reparações ou justiça.

Deve também assinalar-se que o sistema judiciário é fraco e a maior parte dos cidadãos do país não tem acesso à justiça. Existem vários obstáculos no acesso à justiça, não só para as vítimas de violações dos direitos humanos pela polícia como também para as vítimas de crimes cometidos por civis em geral.

EXECUÇÕES EXTRAJUDICIAIS

Entre Janeiro de 2006 e Junho de 2009, a Amnistia Internacional documentou mais de 26 incidentes em Moçambique nos quais a polícia disparou armas de fogo contra pessoas que alegou serem criminosos. Pelo menos 46 pessoas morreram às mãos da polícia durante este período. Em alguns destes casos, o uso da força pela polícia correspondeu a execuções extrajudiciais. As autoridades de Moçambique não asseguraram investigações completas, imediatas, imparciais e adequadas à maioria destas mortes. Em vários dos casos, as autoridades alegaram que os indivíduos mortos pela polícia eram criminosos que tinham tentado fugir. Contudo, após mais investigações, ficou demonstrado que alguns destes casos constituíram execuções extrajudiciais. Por exemplo, na área da Costa do Sol, em Maputo, em Março de 2007, três agentes da polícia mataram a tiro três suspeitos. Inicialmente, a polícia alegou que os três homens tinham sido baleados quando tentavam evadir-se. Contudo, uma autópsia, realizada após pressão por parte do público, assim como dos meios de comunicação social, revelou que os três indivíduos tinham na verdade sido baleados à queima-roupa na nuca.7

6 Ibid, Artigo 254º

7 Para mais informação, verJá não acredito na justiça”: Obstáculos à justiça em casos de

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Os três agentes da polícia foram condenados e cada um deles recebeu uma pena de 21 anos de prisão em Julho de 2008. Contudo, muito poucos agentes da polícia foram presentes à justiça por execuções extrajudiciais no país. Dos 26 casos de morte às mãos da polícia relatados à Amnistia Internacional, os agentes da polícia só foram julgados em três casos.8

Em Abril de 2008, os Relatores Especiais da ONU sobre execuções extrajudiciais, sumárias ou arbitrárias solicitaram uma visita a Moçambique. Até à data, aguarda-se a aprovação deste pedido pelo governo.

USO EXCESSIVO DA FORÇA

A polícia usou de força excessiva, não só para alegadamente impedir suspeitos de se evadirem como também na manutenção da ordem pública.9 Alguns destes incidentes resultaram em mortes. Os Estatutos da Polícia de Moçambique afirmam que um agente “somente utilizará a força e armas de fogo nas situações em que existe um risco racionalmente grave para a sua vida, integridade física ou de terceiras pessoas, ou naquelas circunstâncias em que possa pressupor um risco grave para a segurança pública e em conformidade com os princípios da oportunidade, adequação e proporcionalidade”.10 Contudo, a Amnistia Internacional

recebeu inúmeros relatos de uso excessivo da força pela polícia que mostram que a polícia não agiu em conformidade com estes princípios.

As autoridades afirmaram, em geral, que os agentes da polícia estavam nestas circunstâncias a agir em defesa própria e poucas investigações foram efectuadas às circunstâncias em que foi utilizada a força. Em alguns dos casos, as autoridades declararam que tinha sido estabelecida uma comissão de inquérito para examinar as circunstâncias de um baleamento e que as conclusões seriam tornadas públicas.11 Contudo, até à data, nenhuma destas comissões publicou as suas conclusões. De facto, em quase todos os casos de uso excessivo da força – muitos dos quais resultaram em mortes e alguns constituíram execuções extrajudiciais –

(Assembleia da República de Moçambique) (AFR 41/002/2009); eLicença para Matar: Responsabilização da Polícia em Moçambique (AFR 41/001/2008)

8VerJá não acredito na justiça”: Obstáculos à justiça em casos de homicídios praticados pela polícia

em Moçambique (AFR 41/004/2009)

9 Ver Licença para Matar: Responsabilização da Polícia em Moçambique (AFR 41/001/2008);

Relatório da Amnistia Internacional de 2010, Situação dos Direitos Humanos no Mundo, Os Direitos Humanos na República de Moçambique (POL 10/001/2009); eRelatório da Amnistia Internacional de

2009, Situação dos Direitos Humanos no Mundo, Os Direitos Humanos na República de Moçambique

(POL 10/001/2008)

10 Artigo73º dos Estatutos da Polícia

11 Ver “Já não acredito na justiça”: Obstáculos à justiça em casos de homicídios praticados pela polícia

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relatados pelos meios de comunicação social entre 2005 e Junho de 2009, não foi publicada praticamente qualquer informação sobre as conclusões de investigações ou processos-crime contra agentes da polícia, quer pela polícia quer pela Procuradoria-Geral. Na verdade, muito poucos agentes da polícia foram presentes à justiça por esse uso excessivo da força.12

TORTURA E OUTROS MAUS-TRATOS

O Regulamento Disciplinar da Polícia estabelece os deveres da polícia, que incluem o de se abster de torturar qualquer indivíduo ou de maltratar reclusos.13 A tortura é também proibida pela Constituição14 e constitui uma circunstância agravante para os crimes no Código Penal;15 contudo, tem havido relatos de tortura e outros maus-tratos, particularmente em estabelecimentos de detenção. Alguns destes casos de tratamentos ou penas cruéis ou degradantes em centros de detenção resultaram na morte de reclusos.16 Em Março de 2009, 13 pessoas morreram de asfixia numa cela sobrelotada da polícia em Mongicual. Dois agentes foram condenados por homicídio relativamente a este caso em Agosto do mesmo ano.17

Além da tortura e outros maus-tratos a detidos sob custódia policial, reclusos foram também sujeitos a tortura e outras formas de maus-tratos por pessoal prisional. Em Abril de 2010, houve relatos segundo os quais reclusos foram sujeitos a tortura e outras formas de maus-tratos na prisão de segurança máxima da Brigada Operacional em Maputo. O director e outros funcionários da prisão foram suspensos e foi alegadamente instituído um processo penal. Contudo, não foram até à data efectuadas

12 Ver “Já não acredito na justiça”: Obstáculos à justiça em casos de homicídios praticados pela polícia em

Moçambique (AFR 41/004/2009)

13 Artigo 4º(3) (h) e (i) do Regulamento Disciplinar da Polícia de Moçambique de 1987 14 Artigo 40º da Constituição da República de Moçambique

15 Artigo 331º e 351º do Código Penal de Agosto de 2006

16 Ver Licença para Matar: Responsabilização da Polícia em Moçambique (AFR 41/001/2008); Relatório

da Amnistia Internacional de 2010, Situação dos Direitos Humanos no Mundo, Os Direitos Humanos na República de Moçambique (POL 10/001/2009); Relatório da Amnistia Internacional de 2009, Situação dos Direitos Humanos no Mundo, Os Direitos Humanos na República de Moçambique (POL

10/001/2008); Relatório da Amnistia Internacional de 2008, Situação dos Direitos Humanos no Mundo, Os Direitos Humanos na República de Moçambique (POL 10/001/2007); Relatório da Amnistia

Internacional de 2007, Situação dos Direitos Humanos no Mundo, Os Direitos Humanos na República de Moçambique (POL 10/001/2006); e Relatório da Amnistia Internacional de 2006, Situação dos Direitos Humanos no Mundo, Os Direitos Humanos na República de Moçambique (POL 10/001/2005)

17 Ver Treze morrem em cela da polícia moçambicana, 20 de Março de 2009 e Relatório da Amnistia

Internacional de 2010, Situação dos Direitos Humanos no Mundo, Os Direitos Humanos na República de Moçambique (POL 10/001/2009)

(9)

investigações relativamente a alegações de tortura e outros maus-tratos, incluindo alegações de tortura de reclusos na prisão central de Maputo em Maio de 2006, após uma tentativa de evasão de alguns reclusos.18

PRISÕES E DETENÇÕES ARBITRÁRIAS

O Regulamento Disciplinar da Polícia de Moçambique declara que a polícia tem o dever de se abster de proceder a prisões e detenções arbitrárias.19 O não

cumprimento deste dever constitui uma infracção do Regulamento, pela qual deveria ser instituído um processo disciplinar por funcionários superiores, assim como uma violação dos direitos humanos.20 Contudo, aparentemente, os processos disciplinares por prisões e detenções arbitrárias raramente são instituídos. A Amnistia Internacional foi informada de que os agentes da polícia responsáveis por prisões arbitrárias e outras violações dos direitos humanos são frequentemente transferidos para outras esquadras da polícia. Não se tem conhecimento do julgamento de qualquer agente da polícia por proceder a uma prisão ou detenção arbitrária e as vítimas não recebem praticamente nunca compensação por essas violações.

OBSTÁCULOS NO ACESSO À JUSTIÇA

Existem vários obstáculos no acesso à justiça em Moçambique, não só para vítimas de violações dos direitos humanos pela polícia como também para as vítimas de crimes cometidos por elementos do público em geral. Estes obstáculos incluem a não instituição pela polícia de investigações ou as investigações inadequadas às reclamações, comportamento grosseiro ou insultuoso de agentes da polícia, falta de transparência e informação proporcionada aos reclamantes relativamente ao progresso das investigações, assim como as custas jurídicas e outras despesas. Além disso, o sistema judiciário é fraco e não dispõe de um número suficiente de juízes qualificados, o que contribui para a acumulação de processos nos tribunais. A situação é agravada no que diz respeito às violações dos direitos humanos, que também constituem crimes, pois a lei não permite que as vítimas apresentem reclamações com vista à obtenção de indemnização em processos civis independentes dos processos penais. Nesses casos, as vítimas têm que se tornar partes de processos penais e ter um advogado a fim de lhes permitir defender os

18 Ver Licença para Matar: Responsabilização da Polícia em Moçambique (AFR 41/001/2008) e

Relatório da Amnistia Internacional de 2009, Situação dos Direitos Humanos no Mundo, Os Direitos Humanos na República de Moçambique (POL 10/001/2008)

19 Artigo 4º(3) (g) do Regulamento Disciplinar

(10)

seus interesses pessoais no caso, incluindo pedidos de indemnização.21

O Artigo 62º da Constituição estipula que o Estado deve garantir o acesso aos tribunais para todos. O artigo consagra o direito da pessoa acusada a assistência judicial, mas não abrange o direito das vítimas a assistência judicial. O Instituto de Patrocínio e Assistência Judicial – IPAJ, a Ordem dos Advogados de Moçambique – OAM, e a Liga Moçambicana de Direitos Humanos – LMDH visam todos oferecer assistência judicial, incluindo a vítimas de violações dos direitos humanos que necessitem de um advogado que as represente. Contudo, estas organizações não dispõem da capacidade e/ou disponibilidade para oferecer esta assistência gratuita para todos. Além disso, adicionalmente à remuneração dos advogados, os indivíduos têm que pagar custas aos tribunais e, em alguns casos, despesas de transporte e alojamento para se deslocarem de grandes distâncias a fim de consultar advogados e comparecer a audiências. Em alguns casos, têm também que faltar aos empregos, o que resulta ainda numa perda de rendimentos.22

RECOMENDAÇÕES DE MEDIDAS A TOMAR PELO ESTADO EXAMINADO

A Amnistia Internacional apela ao governo no sentido de:

Ratificação dos tratados de direitos humanos

Ratificar todos os tratados de direitos humanos pendentes, em particular o

Pacto Internacional sobre os Direitos Económicos, Sociais e Culturais e o seu Protocolo Facultativo, o Primeiro Protocolo Facultativo ao Pacto Internacional sobre os Direitos Civis e Políticos, assim como o Protocolo Facultativo à Convenção da ONU contra a Tortura e outros Tratamentos ou Penas Cruéis, Desumanos ou Degradantes;

Assegurar que, após a sua ratificação, as disposições de todos os tratados

internacionais de direitos humanos sejam incorporadas na legislação nacional;

Assegurar a reforma das leis, regulamentos e códigos deontológicos que

regulam o funcionamento da polícia, de forma a alinhá-los com as normas internacionais de direitos humanos.

Execuções extrajudiciais

Assegurar a realização de investigações imediatas, completas e imparciais a

todos os casos de suspeita de execuções extrajudiciais e outros usos de força e armas de fogo pela polícia que resultem em morte ou ferimentos graves;

21 Artigo 20º da Lei sobre a Lei do Processo Penal e Artigo 4º do Decreto 35007

22 Para mais informação ver, “Já não acredito na justiça”: Obstáculos à justiça em casos de homicídios

(11)

Assegurar a apresentação à justiça de todos os autores de homicídios, incluindo

os responsáveis hierárquicos, através de procedimentos que respeitem as normas internacionais de justiça, mesmo que o público ou as famílias das vítimas não exerçam pressão no sentido de julgar os suspeitos;

Enviar um convite ao Relator Especial da ONU sobre execuções extrajudiciais,

sumárias ou arbitrárias, de acordo com o seu pedido de Abril de 2008.

Uso excessivo da força

Assegurar a tomada de medidas para impedir o uso excessivo ou arbitrário da

força, nomeadamente assegurando que a polícia tem acesso a meios alternativos para lidar com situações potencialmente violentas, de forma que a força utilizada seja proporcional.

Tortura e outros maus-tratos

Investigar todos os relatos de tortura e outros maus-tratos em instalações de

detenção, visando apresentar à justiça os agentes suspeitos de responsabilidade por actos de tortura e outros maus-tratos, de acordo com normas internacionais para julgamentos justos;

Assegurar as reparações, incluindo compensação justa e adequada, para as

vítimas de tortura e outros maus-tratos infligidos por agentes estatais.

Prisões e detenções arbitrárias

Assegurar que as prisões sejam executadas de acordo com a lei por agentes

responsáveis pela aplicação da lei e que os agentes responsáveis por prisões arbitrárias sejam apresentados à justiça, em vez de simplesmente transferidos para outra esquadra da polícia

Assegurar a apresentação dos detidos em tribunal perante um juiz, dentro de

48 horas, para que a sua detenção seja legalizada, de acordo com a lei, ou sejam libertados.

Acesso à justiça

Ensure Assegurar que as vítimas de violações dos direitos humanos não sejam

impedidas de reclamar reparações por não terem meios financeiros para darem seguimento à sua reclamação, nomeadamente procedendo a uma avaliação dos sistemas de assistência judicial existentes, de forma a verificar que alterações podem ser feitas para melhorar os serviços e garantir que a assistência judicial gratuita seja mesmo gratuita;

Assegurar a eleição do Provedor de Justiça e o estabelecimento da Comissão

(12)

APÊNDICE: DOCUMENTOS DA

AMNISTIA INTERNACIONAL PARA

REFERÊNCIA MAIS

PORMENORIZADA

23

Relatório da Amnistia Internacional de 2010, Situação dos Direitos Humanos no Mundo. Os Direitos Humanos na República de Moçambique (Índice da AI POL 10/001/2009)

Já não acredito na justiça”: Obstáculos à justiça em casos de homicídios praticados pela polícia em Moçambique (Índice da AI AFR 41/004/2009)

Briefing ao Parlamento (Assembleia da República de Moçambique) (Índice da AI AFR 41/002/2009)

Relatório da Amnistia Internacional de 2009, Situação dos Direitos Humanos no Mundo. Os Direitos Humanos na República de Moçambique (Índice da AI POL 10/001/2009)

Comunicado de Imprensa: Treze morrem em cela da polícia moçambicana, 20 de Março de 2009

Licença para Matar: Responsabilização da Polícia em Moçambique (Índice da AI AFR 41/001/2008)

Abranches Afonso Penicelo em Worldwide Appeals (Apelos Mundiais), Novembro de 2008, (NWS 22/003/2008), 1 de Novembro de 2008

Relatório da Amnistia Internacional de 2008, Situação dos Direitos Humanos no Mundo. Os Direitos Humanos na República de Moçambique (Índice da AI POL 10/001/2008)

Relatório da Amnistia Internacional de 2007, Situação dos Direitos Humanos no Mundo. Os Direitos Humanos na República de Moçambique (Índice da AI POL

23 Todos estes materiais podem ser encontrados em

(13)

10/001/2007)

Relatório da Amnistia Internacional de 2006, Situação dos Direitos Humanos no Mundo. Os Direitos Humanos na República de Moçambique (Índice da AI POL 10/001/2006)

Relatório da Amnistia Internacional de 2005, Situação dos Direitos Humanos no Mundo. Os Direitos Humanos na República de Moçambique (Índice da AI POL 10/001/2005)

Amnesty International International Secretariat Peter Benenson House 1 Easton Street London WC1X 0DW www.amnesty.org

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