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TRATAMENTO TÉRMICO DA MANGA. II - TESTE PARA CULTIVARES*

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Academic year: 2021

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TRATAMENTO TÉRMICO DA MANGA. II - TESTE COMPARATIVO

PARA CULTIVARES*

V l a d i m i r R o d r i g u e s S a m p a i o * * D é c i o B a r b i n * * * C l a r i c e G a r c i a Β. D e m é t r i o * * * RESUMO F r u t o s de seis c u l t i v a r e s de m a n g a , O l i v e i r a - N e t o , B o u r b o n , B r a s i l , E x t r e m a , H a d e n e I m p e r i a l foram s u b m e t i d o s a t r a -t a m e n -t o s p o r i m e r s ã o em água q u e n -t e a 50°C por 3 0 m i n u t o s e a 55°C por 10 m i n u tos v i s a n d o s e v e r i f i c a r a a c e i t a ç ã o d e s

-tes t r a t a m e n t o s e consequente controle das p o d r i d õ e s de a n t r a c n o s e , Colletotrichum gloeosporioides P e n z . O e x p e r i m e n t o m o s trou p e r f e i t a a c e i t a ç ã o p e l a s c u l t i v a r e s aos n í v e i s de t e m p e r a t u r a e t e m p o s de e x p o s i ç ã o , sendo que os d o i s t r a -t a m e n -t o s -t é r m i c o s c o n f e r i r a m e x c e l e n -t e con¬ trole d a s p o d r i d õ e s de a n t r a c n o s e p a r a os f r u t o s d a s seis cultivares a m a d u r e c i -dos q u e f o r a m à t e m p e r a t u r a a m b i e n t e . * E n t r e g u e p a r a p u b l i c a ç ã o e m 2 8 . 1 2 . 1 9 7 9 . ** D e p a r t a m e n t o d e A g r i c u l t u r a e H o r t i c u l t u r a , Ε . S . A . " L u i z de Q u e i r o z " , U S P . * * * D e p a r t a m e n t o de M a t e m á t i c a e E s t a t í s t i c a , E . S . A . " L u i z de Q u e i r o z " , U S P .

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INTRODUÇÃO

Os frutos da mangueira sofrem pesadas perdas durante o manuseio, transporte e armazenamento, concorrendo para

tan-to a susceptibilidade da manga a doenças causadas por fun-gos e bactérias, alem de desordens fisiológicas.

Sao as doenças fungicas as principais responsáveis por perdas de frutos na pos-colheita. Dentre elas e a antracno se, Colletotvichvm gloeosporioides P e n z , a mais importante, predominando em todas as regiões produtoras de manga do mun do, As infecçoes de antracnose ocorrem no florescimento e nos primeiros estádios de desenvolvimento do fruto e perma-necem latentes ate o amadurecimento, quando então aparecem as manchas, que se desenvolvem rapidamente. Os sintomas sao caracterizados por manchas circulares ou irregulares, mar-rom escuras, as quais com o crescimento acabam por cobrir todo o fruto. A importância e sintomatologia da antracnose tem sido relatada por vários autores entre eles por BITTAN-COURT (1938), SINGH (1960), SIMAO (1960), GALLI et alii

(1968), QUIMIO (1974), SUBRAMANYAM et alii (1975) e muitos outros,

0 controle da antracnose pode ser efetuado por pulve-rizações no campo evitando-se desta forma, que ocorra a in-fecçao. Para maior eficiência, as pulverizações devem ini-ciar-se antes do florescimento e acompanhar o desenvolvimen to dos frutos, Vários produtos tem sido usados, assim como esquemas de tratamentos, obtendo-se resultados satisfató-rios, conforme MORA & VASQUEZ (1969), CARVALHO et alii(1970) , MORA (1973), ΜcMILLAN (1973), dentre outros.

Outra forma de controle da antracnose ê através dos tratamentos em pos-colheita podendo-se usar de métodos

quí-micos e físicos. Dentre os processos físicos, o tratamento térmico, por imersao dos frutos em ãgua aquecida, vem ga-nhando reconhecimento como processo promissor e o trabalho pioneiro para manga foi o de PENNOCK & MALDONALDO (1962). Estes autores recomendaram a imersao dos frutos por 15 m i -nutos em agua à temperatura entre 51 a 51,5°C para praticas

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c o m e r c i a i s , sendo que segundo eles temperaturas a c i m a de 52°C p r o v o c a v a m e s c a l d a d u r a s em frutos conservados a 1 0 ° C . Q U I M I O & Q U I M I O ( 1 9 7 3 ) , n a s F i l i p i n a s usando t e m p e r a t u r a s de 53°C por 10 m i n u t o s v e r i f i c a r a m inibiçao da antracnose p a r a as cultivares Pico e C a r a b a o , sendo que os frutos nao

foram a f e t a d o s n a a p a r ê n c i a e n o g o s t o , CHANG ( 1 9 7 5 ) , em F o r m o s a , v e r i f i c o u r e d u ç ã o nas lesões de antracnose através de imersao de m a n g a s por 10 a 30 m i n u t o s a 52-54°C ou 5 a

10 m i n u t o s a 5 6 ° C . N o B r a s i l , SAMPAIO et alii (no p r e l o ) v e r i f i c a r a m e x c e l e n t e controle das p o d r i d o e s da antracnose em frutos de fH a d e n ' , apôs a imersao dos m e s m o s em ãgua aqueci

da às temperaturas de 50°C e 55°C por 30 e 10 m i n u t o s , r e s -p e c t i v a m e n t e , sem causar injurias aos f r u t o s .

P a r a v e r i f i c a r - s e a reação dos frutos aos t r a t a m e n t o s t é r m i c o s , em termos c o m p a r a t i v o s , fezse o p r e s e n t e e x p e

-r i m e n t o , u s a n d o - s e m a n g a s de 6 das p -r i n c i p a i s cultiva-res p l a n t a d a s no E s t a d o de Sao P a u l o ,

M A T E R I A L Ε M É T O D O S

A 5 de dezembro de 1978 foram colhidas em pomar do Se_ tor de H o r t i c u l t u r a da E S A L Q , frutos de m a n g a das c u l t i v a -r e s : O l i v e i -r a N e t o , B o u -r b o n , E x t -r e m a , I m p e -r i a l , B-rasil e H a d e n . N a c o l h e i t a c u i d a d o s a p r o c u r o u - s e obter frutos de v e z , os quais apos 20 h o r a s , foram submetidos aos seguintes t r a -tamentos : T r a t a m e n t o 1 - C o n t r o l e - m e r g u l h o r á p i d o em ãgua à t e m p e r a t u r a a m b i e n t e . T r a t a m e n t o 2 - I m e r s a o por 30 m i n u t o s em ãgua a 5 0 ° C . T r a t a m e n t o 3 - I m e r s a o por 10 m i n u t o s em ãgua a 5 5 ° C . U s o u - s e p a r a feitura dos t r a t a m e n t o s b a n h o - m a r i a de t e m p e r a t u r a c o n s t a n t e , com a g i t a d o r , o b s e r v a n d o - s e p e q u e n a a l t e r a ç ã o inicial na t e m p e r a t u r a da ã g u a de a p r o x i m a d a m e n -te 1 ° C .

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Os frutos após secagem natural, foram colocados em balcões fechados, a temperatura ambiente (24-26°C) e na umi dade relativa de 80-85%· A avaliação dos resultados fez-se pelo acompanhamento da evolução das manchas de antracnose, aos 6 9 , 89 e 109 dias apos colheita, atribuindo-se notas, obedecendo o seguinte critério:

Nota 1 - Fruto sadio, sem manchas.

Nota 2 - Fruto com pequenas manchas (1 a 2 mm) e em pe_ quena intensidade. Fruto considerado próprio para comercialização, sem restrições,

Nota 3 - Fruto com pequenas manchas, em maior intensi-dade ou manchas maiores (3 a 10 mm) em peque-na intensidade. Fruto considerado próprio pa

ra comercialização, porem, com restrições. Nota 4 - Fruto com cerca de 1/3 de sua superfície

to-mada por manchas, ja concrescidas. Fruto sem condição de aproveitamento.

Nota 5 - Fruto com 2/3 ou mais de sua superfície toma-da por manchas. Fruto apodrecido.

No 109 dia fez-se a determinação dos teores de ácidos e de solidos-soluveis, o primeiro por titulação com soda ex pressando os resultados em ml de soda N/l gastos na

titu-lação de 100 ml de suco, e a determinação dos solidos-solu-veis pelo processo refratomêtrico e expresso em graus Brix, usando-se tres frutos para cada tratamento.

Os resultados foram analisados estatisticamente, con-forme o delineamento utilizado, o inteiramente casualizado com parcelas subdivididas. Para cada tratamento usou-se 10 repetições.

RESULTADOS

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A analise estatística dos resultados esta representa-da na Tabela 2.

Como as interações duplas foram significativas fez-se o desdobramento da analise.

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Sendo a d . m . s . a 5% pelo teste de Tukey igual a 0.1505 para o confronto de cultivares dentro de datas de a v a l i a -ção, fez-se a c o m p a r a ç ã o das m é d i a s t r a n s f o r m a d a s a ν/ Γχ ~ , ex

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Os tratamentos influíram na quantidade de mancha dos frutos, dentro das tres datas de avaliação. Determinada a d.m.s. pelo teste de Tukey a 5% de probabilidade, de 0 .0502, passou-se a comparação das médias; Tabela 4:

DISCUSSÃO DOS RESULTADOS

Comprovou-se que aqueles tratamentos térmicos mais in-teressantes verificados por SAMPAIO et dhii, (no prelo) ,mos-traram-se igualmente bons no teste comparativo para 6 cul-tivares. Assim, as imersoes de frutos de fH a d e nf 3

'Impe-r i a l1, 'Bourbon1, ' B r a s i l1, 'Extrema1 e 'Oliveira Neto' em

ãgua aquecida a 50°C por 30 minutos e a 55°C por 10 minu-tos resultaram em controle efetivo da antracnose, diferin-do diferin-dos tratamentos controle nas 3 datas de avaliação. Pelo exame dos resultados expressos na Tabela 1, verifica-se que os frutos no 109 dia apos colheita estavam maduros (teores de ácidos e solidos-soluveis), próprios para consumo, e que aqueles que haviam sofrido tratamentos térmicos estavam em condições ótimas de sanidade para mercado.

0 experimento mostrou a aceitação perfeita das seis cul tivares, aos níveis de temperatura e tempos de exposição u-sados nos tratamentos térmicos, nao se constatando nenhuma injuria à aparência dos frutos, assim como aos teores de

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ácidos e s o l i d o s - s o l u v e i s . N a o se v e r i f i c a n d o pois a q u i , a importância da r e c o m e n d a ç ã o de H a l t o n e Redder ( 1 9 6 4 ) , c i -tados por SUBRAMANYAM et alii ( 1 9 7 5 ) , de se fazer a e x p e -r i ê n c i a individual p o -r cultiva-r pa-ra se d e t e -r m i n a -r as condições e s p e c í f i c a s de tempo e t e m p e r a t u r a para o t r a t a m e n -to a d e q u a d o .

C O N C L U S Õ E S

1. A s 6 cultivares de m a n g a , O l i v e i r a N e t o , B r a s i l , B o u r b o n , E x t r e m a , H a d e n e Imperial suportaram igua_l

m e n t e b e m os t r a t a m e n t o s térmicos de imersao em agua a 50°C por 30 m i n u t o s e a 55°C por 10 m i n u t o s ,

sem m o s t r a r qualquer injuria p a r a frutos a m a d u r e c i -dos â t e m p e r a t u r a a m b i e n t e ,

2. Os tratamentos térmicos por imersao dos frutos de m a n g a em agua a 50°C por 30 m i n u t o s e a 55°C por 10 m i n u t o s , m o s t r a r a m e x c e l e n t e controle das p o d r i d o e s da a n t r a c n o s e p a r a as cultivares O l i v e i r a N e t o , Bra.

sil, B o u r b o n , E x t r e m a , H a d e n e I m p e r i a l , para fru-tos a m a d u r e c i d o s à t e m p e r a t u r a a m b i e n t e . SUMMARY H O T WATER T R E A T M E N T OF M A N G O E S . II - A CULTIVAR C O M P A R A T I V E T R I A L Six m a n g o c u l t i v a r s , n a m e l y O l i v e i r a - N e t o , B o u r b o n , B r a s i l , E x t r e m a , H a d e n , and I m p e r i a l , w e r e treated b y i m m e r s i o n in h o t w a t e r d u r i n g 30 m i n u t e s at 50°C and 10 m i n u t e s at 5 5 ° C , to v e r i f y : 1) fruit r e a c t i o n to h e a t ; a n d , 2 ) a n t h r a c n o s i s (Colletotrichum gloeosporioides P e n z ) control. F r u i t s w e r e n o t altered b y t r e a t m e n t s , r e s u l t i n g in v e r y

good a n t h r a c n o s i s control for the six c u l t i v a r s for fruits m a t u r e d at a m b i e n t .

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LITERATURA CITADA

B I T T A N C O U R T , Α . Α . , 1938. A antracnose da mangueira. Bioló­ gico 4:43-45.

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GALLI, F.; TOKESHI, H.; CARVALHO, Ρ.C.T. de; BALMER, Ε.; KI¬ MATI, Η.; CARDOSO, C.O.N.; SALGADO, C.L., 1968. Manual de Fitopatologia, São Paulo, Ed. Agronômica Ceres, 640 p. McMILLAN, R.T. Jr., 1973. Control of anthracnose and opowdery

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S A M P A I O , V . R . ; D E M E T R I O , C . G . Β . ; B A R B I N , D., 1 9 7 9 . T r a t a ­ m e n t o t é r m i c o . I - V a r i a ç ã o n a t e m p e r a t u r a e t e m p o de i m e r s ã o . A n . E s c . S u p . A g r i c . "Luiz de Q u e i r o z " 3 6 : 6 5 9 - 6 6 9 . S I N G H , L . B . , 1 9 6 0 . T h e m a n g o , L e o n a r d H i l l L t d . , L o n d o n , 435 p . S U B R A M A N Y A M , H.; K R I S H N A M U R T H Y , S.; P A R D I A , H . A . B . , 1 9 7 5 . P h y s i o l o g y and b i o c h e m i s t r y of m a n g o f r u i t . A d v a n c e s in Food R e s e a r c h 2 1 : 2 2 3 - 3 0 5 .

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