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Túmulo de Any (TA 23)

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Academic year: 2021

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(1)

Túmulo de Any (TA 23)

Vestíbulo

1 − Seis estelas oferecidas por subordinados. Pls. XXI-XXIII

Fachada

2, 3 − Lintel: A família real adorando Aton. Om-breiras: Cartelas divinas e reais. Na parte inferior, Any entoa um hino. Pl. XI (esq. e dir.)

Entrada

4 − Espessura. Any adora Aton. Pls. XXXII, XXXIII.

5 − Espessura. Entrada de Any. Pl. XX (esq.). 6 − Esboço de Any, perto do topo. Pl. XI (centro). Capela

7 − Any sentado diante de uma mesa de oferendas. Pl. IX.

8 − Any e esposa recebem uma oferta de óleo. Pl. X.

Fig. 1 − Distribuição das cenas ao longo do túmulo. Equivalência entre a classificação usada (Porter e Moss, TBAE, vol. IV, p. 226) e a classificação de Davies, RTEA, vol. V, Pl. I.

2. Cargos

sS nsw Escriba real

imy-r pr nb tAwy

Mordomo do senhor das Duas Terras

sS-xAwt m pr aA xprw-Ra Escriba da mesa de oferendas, na casa de Aakhperuré (Amen-hotep II)

Uma estrada conduz até este túmulo a partir do rio. Isto basta para o designar como túmulo de alguém importante. Só foi descoberto em 1891, quando Barsanti limpou este e outros túmulos da

(2)

3. Breve notícia sobre as características arquitectónicas (Pls. VIII, IX)

Exterior

A grande inovação, rara nos túmulos do Egipto foi a preparação de um pórtico exterior, tal como se verificava no palácio. O trabalho envolvido raramente permitia a sua realização nos hipogeus mas Any logrou satisfazer este capricho, restringindo o tamanho e a complexidade do seu túmulo. Mesmo assim, o arquitecto não foi capaz de realizar este objectivo2.

Alcança-se o túmulo a partir de uma longa série de estreitos degraus. O pórtico estende-se ao longo do frontispício. O átrio é estreito. As paredes e o chão foram deixados no estado irregular característica de uma obra abandonada mas na parede debaixo do pórtico, à direita, vêem-se três nichos arredondados e há uma semelhante à esquerda. Contêm estelas votivas em pedra, dedicadas a Any pelo pessoal da sua casa, que por acaso foram encontrados quando o templo foi limpo, e que com mais outros dois se encontram no Museu do Cairo.

O portal exibe as normais cenas e inscrições mas o lintel está demasiado deteriorado para ser reproduzido. Mostra o casal régio seguido de três princesas de das suas aias, numa oferenda a Aton3. As ombreiras da porta não estão ocupadas por petições funerárias mas simplesmente por uma saudação aos poderes reinantes, divinos e humanos. Três vezes repetida de cada lado em hieróglifos gravados (Pl. XI). A última fórmula do nome de Aton foi adoptada. Abaixo do texto e de ambos os lados estão as figuras de Any em oração e o texto da mesma.

Interior

O corredor ao qual o portal dá acesso cria um efeito muito agradável. A cornija debaixo do tecto e sobre o portal da capela com as suas barras brilhantes de azul, verde azul, vermelho dá um ar de alegria à câmara4. A estátua no altar (fig. 2) é ainda suficientemente perfeita para impressionar.

2DAVIES, Norman de G., RTEA, vol. V, p. 6. 3DAVIES, Norman de G., RTEA, vol. V, p. 7. 4DAVIES, Norman de G., RTEA, vol. V, p. 7.

(3)

Fig. 2 − Estátua de Any. Davies, RTEA, vol. V, Pl. VIII.

Entrada

A decoração da espessura das paredes foi concluída apressadamente mas com bom gosto

em cores simples. A afinidade com os túmulos do Norte é novamente mostrada com figuras de tamanho natural do morto que ocupam as paredes a da direita suficientemente estranha representa-o entrando enquanto a da esquerda está voltada para o exterior5. Toda a parede está revestida a tinta amarela e as figuras rodeadas por uma faixa azul e vermelha.

O buraco quadrado feito à esquerda para receber o ferrolho está claramente traçado. O espaço fechado à direita ocupa só a metade da parede de modo a permitir que a porta seja puxada para trás6. As figuras, exibem uma carnação vermelha que se esbate, oculta sob os tecidos. No lado direito, Any entra com o seu bordão e um ramo de flores, calçando sandálias como se viesse de um passeio e as tivesse colhido no campo. À esquerda, porém, está de pé, com os braços erguidos em adoração, numa atitude adequada à beleza do Pequeno Hino a Aton7. A parte superior foi obliterada mas o final do hino é personalizado. No espaço vago da parede direita foi esboçado um retrato de Any (Pl. XI). O tecto foi esquadriado apressadamente para receber decoração.

(4)

Corredor, Pl. XX

Embora as paredes estejam bem acabadas nenhum traço de desenho foi nela detectado. Uma cornija de cor brilhante que corre ao longo dos lados era para os egípcios uma forma de ressalto superior. Aqui projecta-se um pouco para além da origem do tecto levemente abobadado8.

Poço funerário

O local do enterro era alcançado a partir de um poço no chão do corredor9. Uma porta na parede diante do poço dá para uma câmara espaçosa debaixo do altar no lado Nordeste no qual existe um segundo poço. A areia que aí permanece não permite o cálculo da sua profundidade. Na parede traseira, dois pequenos recessos foram cortados e obviamente usados para colocar lâmpadas ou candeias. De acordo com Davies, teriam sido aí postas com este propósito para os escavadores ou para o espírito do morto10.

Capela

A entrada estava pintada mas a cena está tão desvanecida, que só podemos ver que Any e as suas orações deveriam ocupar as extremidades do lintel com uma série de cartelas ao centro, enquanto colunas de texto ocupavam as ombreiras.

A capela contém um altar de rocha no qual a carne para o morto era colocada. A sua estátua sofreu um desgaste considerável. Conserva, no entanto, a sua forma e mostra Any com uma longa peruca sentado numa cadeira e com os pés num escabelo.

4. Cenas e inscrições

As paredes da capela estão pintadas de um modo muito simples. O esboço a tinta vermelha é muito grosseiro e foi bastante corrigido por mão mais hábil, utilizando a mesma tinta vermelha. Como se vê, nas figs. 3-4, Any, sentado na sua cadeira, recebe oferendas trazidas pelo seu servo Meriré (fig. 3). Uma esteira está debaixo dos seus pés. Na parede esquerda Any apoia-se numa mesa carregada de provisões, enquanto Meriré parece estar recitando a fórmula que lhes dá eficiência. Na parede direita Any está acompanhado por uma senhora e segura o bastão do seu ofício.

8DAVIES, Norman de G., RTEA, vol. V, p. 8. 9DAVIES, Norman de G., RTEA, vol. V, p. 8. 10DAVIES, Norman de G., RTEA, vol. V, p. 8.

(5)

Fig. 3 − Any recebe uma oferenda. Capela, parede esquerda. Davies, RTEA, vol. V, Pl. IX.

Capela. Parede direita, (Pl. X)

Fig. 4 − Any recebe um vaso de Unguento. Capela, parede direita. Davies, RTEA, vol. V, Pl. IX

Meriré presenteia-o com um jarro de unguento, acompanhado de uma oração pela sua felicidade. As inscrições acima de ambas as cenas estão quase indecifráveis,

(6)

5. Texto

1

sS nsw mAa mri.f imy-r pr nb tAwy

O verdadeiro escriba real, seu amado, o mordomo do senhor das Duas Terras,

sS-xAwt n pr aA xprw-Ra di anx … Any … …

o escriba da mesa de oferendas na casa de Aakhperuré (Amen-hotep II), dotado de vida … Any11

Um servo de Any − Meriré, de seu nome − oferece-lhe um vaso de unguento e diz:

2

… … … nb pri.k … ..a … … … … wnn.k m wa m… … … … … possas tu sair … … … … tu existes, único em … …

3

… … … di n.k nsw qrst nfr(t) pA Dw n Axt-Itn … … … o rei ordenou para ti este belo túmulo na montanha de Akhetaton,

4

St (n)HH wnn.k Xnw.s st.k ni (n) kA.k

o lugar da continuidade. Tu existes no interior dele, no lugar que pertence ao teu ka.

5

11 Esta coluna desapareceu praticamente do original. Seguiu-se a reconstrução de Murnane e elementos da Pl.

(7)

ink m Dd.k sDm-aS xpSw n sS-nsw Any mAa-xrw

Eu sou o que faz o que tu dizes, sou o servo, o braço (direito) do escriba real Any, justificado,

Mry-Ra Meriré

Atrás de Any, a sua esposa diz:

6

Hmt.f nbt pr awy… Dd.s … … … nxby A sua esposa, a dona de casa Auy (?) … ela diz: … germina … … filho

7

… … … pH.k… … … wD.f n.k st.k nHH

… … …possas tu alcançar… … por decreto dele (de Aton? Do rei?) para ti, o teu lugar de continuidade.

Umbrais exteriores (Pl. XI)

A esquerda e à direita 6 colunas com os protocolos de Aton, Akhenaton e Nefertiti

8

Anx it.i Viva meu pai

(8)

dwA anx Ra HqA m Axty Hay m Axt m rn.f m Sw (nty) ii m Itn

«Ré vivo, soberano dos dois horizontes, que rejubila no horizonte, no seu nome de luz que vem do disco solar»,

Di anx Dt (n)HH

dotado de vida, eternamente e para sempre, 9

nb-tAwy Nfr-xprw-Ra Wa-n-Ra di anx

o senhor das Duas Terras, Neferkheperuré Uaenré, dotado de vida,

10

nbt tAwy Nfr-nfrw-Itn Nfrt-iti anx ti Dt (n)HH

e a senhora das Duas Terras, Neferneferuaton Nefertiti, que ela viva eternamente e para sempre.

Na linha do meio, para além dos já indicados protocolos de Aton e de Nefertiti:

11

nb-tAwy Ax-n-Itn aA m aHaw.f

O senhor das Duas Terras Akhenaton, grande no seu tempo de vida

Em baixo, a figura ajoelhada de Any faz as seguintes orações:

Esquerda 12

iAw n.k pA Itn anx nb stwt ir HDw

(9)

wbn.f anx ib nb rmT

o teu nascimento dá vida ao coração de toda a gente.

13

di.f aHaw nfr Hr ptry nfrw.f qrst nfrt m Axt-Itn

Que ele conceda um belo tempo de vida, enquanto espectador da sua beleza, e um belo funeral em Akhetaton

14

n kA n sS-nsw imy-r pr Any mAa-xrw Pelo ka do escriba real, do mordomo Any, justificado.

Direita 15

iAw n.k pA Itn anx nb aHAw

Louvores a ti, ó Aton vivo, senhor do tempo de vida,

16

Di wHm SAyt sxpr… rnn (i)t

dador da repetição do destino, o que transforma (em realidade) a oração ao pai soberano.

(10)

di.f mAA Itn tn tw xaa(w).f dwA.k sw

Que ele permita que Aton seja visto em (todas) as suas aparições (para que) o adores,

18

sDm.f r Dd.f di.f n.k TAw r fnd.k

que ele escute o que tu dizes e te conceda a brisa ao teu nariz

19

n kA n sS nsw sS-xAwt n nb tAwy imy-r pr Any mAa-xrw

Pelo ka do escriba real, do escriba da mesa das oferendas do senhor das Duas Terras, do mordomo Any, justificado.

5. Estelas votivas

1. Estela de Pakha

À esquerda, Any está sentado numa cadeira de espaldar, colocada sobre uma esteira. A sua mão direita segura um pano, a sua mão esquerda está sobre um cesto de provisões diante dele.

2. Estela de Nebuaui

Na metade superior Any está de pé à direita com bastão e lenço. O escriba Nebuaui, muito simplesmente vestido, segura o seu rolo de papiro e diz…

3. Estela de Anymen

À esquerda, Any está sentado num banco articulado sobre o qual foi estendida uma pele. Atrás dele, está a porta gradeada do altar no seu túmulo

4. Estela de Thay

Contrariamente ás outras estelas, esta não faz referência a manutenção do ka de Any nem lhe é expressamente dedicada por nenhum dos seus subordinados, embora nomeie Thay, o seu cocheiro. Mostra Any a ser conduzido no seu carro, vestido com traje de cerimónia, com um brinco na orelha e cinco colares de ouro à volta do pescoço e braçadeiras e braceletes adornando-lhe os braços. Parece o regresso a casa depois de receber a recompensa real.

(11)

Any está sentado numa cadeira, usa o bastão e o toucado. Uma mesa de provisões está diante dele. As faces e os rostos dos dois irmãos são muito parecidas mas o trabalho é menos cuidadoso.

6. Estela de Ay

Any está sentado diante de uma pequena prateleira com flores e tem os pés sobre um escabelo.

Estela votiva do intendente dos trabalhos, Pakha, (Pl. XXI a)

Fig. 5 − Any, vestido de cerimónia e sentado diante da mesa de oferendas recebe um ramo de flores do seu subordinado.

Ele diz: 20

kA.k anx n pA Itn di.f n.i TAw ts

Para o teu ka, o ramo de Aton; possa ele conceder-me a brisa, faça reunir 21

(12)

22

dwA sw sDm.f r Dd.k

Adora-o para que ele escute o que tu dizes!

23

ir n imy-r kAwt PAxA mAa-xrw

Feito pelo intendente dos trabalhos, Pakha, justificado. Sobre Any

24

sS nsw mAa mri.f sS-xAwt n nb tAwy imy-r pr Any mAa-xrw

O escriba real, seu amado, o escriba da mesa das oferendas do senhor das Duas Terras, do mordomo Any, justificado,

m twt nfrt na (sua) bela estátua.

Estela votiva do escriba Nebuauy, (Pl. XXI b)

Fig. 6 − No registo superior, Any, vestido de cerimónia e apoiado no seu bordão, está acompanhado pelo seu escriba.

(13)

Ele diz:

25

sS Nbwawy Dd.f ptry pA kA Dd ini sw

O escriba Nebuauy, ele diz: «Olha o boi do qual se dizia “ Trá-lo!”»

No registo inferior, Nebuauy conduz um boi gordo e adornado com uma fita ou um colar de flores.

26

sS Nbwawy Dd.f ptry pA kA Dd ini sw pt(r)y nw nA nfrw ir n pA HqA nfr

O escriba Nebuauy, ele diz: “Vimos estas belas coisas, realizadas pelo bom soberano

27

n pAy.f sS-xAwt wD.f n.f qrst nfrt m Axt-Itn

em benefício do escriba da mesa de oferendas. Ordenou para ele um belo funeral em Akhetaton”.

Estela votiva do servo Any-men, (Pl. XXII a)

Fig. 7 − No registo superior, Any, vestido de cerimónia e sentado, recebe uma libação de vinho.

(14)

Diz Anymen:

28

ir n sDm-aS sS nsw Any-mn Feito pelo servo do escriba real, Anymen.

29

qbHw tw n.k irp

Que seja feita uma libação de vinho, para ti.

Estela votiva do condutor Tjay, (Pl. XXII b)

Fig. 8 − Any, uma vez mais, vestido de cerimónia é condu-zido num carro pelo

kADAny TAy,

«cocheiro Tjay».

30

sS nsw mAa mri.f sS-xAwt n nb tAwy imy-r pr Any mAa-xrw

O escriba real, seu amado, o escriba da mesa das oferendas do senhor das Duas Terras, do mordomo Any, justificado, (ele diz:)

(15)

31

ii.i m Htp m Hsw nsw wDw.f n.i qrst nfrt

Eu venho em paz e no favor do rei. Foi, para mim, decretado um funeral perfeito e

di.f pH imAx m Htp

ele (o rei) fez com que eu alcançasse o estado de venerável, em paz.

Estela votiva de (Ptah)may, (Pl. XXIII a)

Fig. 9 − Any, sentado e vestido de cerimónia, recebe a home-nagem prestada por :

in sn.f … may, «pelo seu irmão (ou parente) (Ptah)may».

De acordo com Davies12, é possível que este homem se chamasse PtH may, «Ptahmay» e estejamos perante um caso de lapicídio. Diz Ptahmay:

32

ir tw n.k Htp-di-nsw m t Hnqt kAw Apdw qbHw irp irtt

(16)

Estela votiva de Ay, (Pl. XXIII a)

Fig. 10 − Any, sentado e vestido de cerimónia, recebe a

homenagem prestada in sDm-aS iAy,

«pelo servo Ay».

Ele diz:

33

(n) kA.k anx n pA Itn Hsy.f tw mri.f tw (Para) o teu ka, um ramo de Aton que te favorece e te ama.

13 Normalmente escreve-se irtt. Deve tratar-se de um erro no original.

Referências

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