27-06-2016
Como estamos para Onde Vamos?
1501 Inaugurado o Hospital Real de Todos os Santos (D. Manuel I) Centralizava 40 pequenas unidades de caráter hospitalar em Lisboa - Ordens religiosas e congregações profissionais 1572 Ordem Hospitaleira de São João de Deus
Inspirado na vida de são João de Deus pioneiro da corrente de humanização dos hospitais 1603 Publicação das Ordenações Filipinas Atribuem responsabilidade s sanitárias às Câmaras municipais 1703 Inauguração do Hospital de Jesus pela Ordem 3ª de Jesus 1948 Rede de Hospitais das Misericórdias (Cardeal D. Henrique) 1ª experiência assistencial pioneira (sistema de financiamento comunitário de saúde (+ de 300 misericórdias entre metrópole e império) 1962 Construção do Hospital Militar 1979 Criação do Serviço Nacional de Saúde
Os nossos antecedentes
Sistema integrado com foco no cidadão
É isso que temos realmente vindo a fazer? Ou
temos, antes, um sistema que procura ir de
encontro ao cidadão, mas oferecendo-lhe
somente as suas pesadas estruturas?
Sistema e Serviço Nacional de Saúde (SNS)
Uma Visão…
Existem já implementados bastantes exemplos dos novos modelos de integração de cuidados, com foco nas necessidades dos doentes
Os
novos modelos de integração de cuidados são uma preocupação mundial
Sistema e Serviço Nacional de Saúde (SNS)
…uma visão futura
Fonte: ACS.ENSP. Análise especializada Cuidados de Saúde Hospitalares. Plano Nacional de Saúde (PNS) 2011-2016 (2010) Imagem: Goodwin, N., 2010 citado por : ACS.ENSP. Análise especializada Cuidados de Saúde Hospitalares. Plano Nacional de Saúde (PNS) 2011-2016 (2010)
Modelo de prestação de cuidados onde impera a centralidade no cidadão
e a garantia de funcionamento em rede, com acesso referenciado
e restrito ao hospital especializado/centro de
O papel das Tecnologias de Saúde
Fontes: INE, 2014,
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A evolução das Tecnologias da Saúde (TS) em Portugal e no plano internacional, têm sido progressivas e abrangendo áreas como a gestão, intervenção diagnóstica, prognóstica, terapêutica e
de promoção da saúde.
As TIC são fundamentais para a tomada de decisão rápida e assertiva,
contribuindo para a redução de custos, para a qualidade dos cuidados e para a sustentabilidade económico-financeira da própria instituição Exemplo da subida registada na proporção de hospitais com processos clínicos eletrónicos: 83% em 2014 face a 42% em 2004.
Envelhecimento: 10%
Taxa de natalidade: 16
Urbanização: 27%
• 1980
Envelhecimento: 20,1%
Taxa de natalidade: 7
Urbanização: 60%*
(*dados 2010)• 2014
A atual procura de cuidados de saúde é diferente daquela que justificou a
organização da oferta tempos atrás
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IFH – Hospitals Facing Austerity and Ageing. Eric de Roodenbeke.2015
22 de julho de 2012
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O modelo preconizado pela OMS, para uma organização de serviços de saúde
integrados e centrados no doente (OMS, 2015), aponta algumas dimensões
chave, designadamente:
Definir e gerir as prioridades Impulsionar a capacitação das pessoas Fomentar o compromisso e responsabilização e; Desenvolver a coordenação dos serviços, definindo o papel e responsabilidade dos hospitais.Perante os desafios do envelhecimento e das doenças crónicas, a maior parte das
organizações de saúde não estão preparadas para dar resposta os reptos que estas
problemáticas representam para os sistemas de saúde e para a sociedade
Recomendações da Federação Internacional dos Hospitais
Baseado em: IFH – Hospitals Facing Austerity and Ageing. Eric de Roodenbeke.2015 16
Responsabilidades para os Decisores Políticos
• Os cuidados integrados centrados no doente deverão ser uma prioridade do sistema de saúde;
• Globalmente existem grandes lacunas entre os sistemas de pagamento e os mecanismos de cobertura, os quais não são incentivadores para um sistema de prestação eficiente; • Para que os prestadores atinjam melhores resultados devem ser detentores de adequados
níveis de autonomia;
• A descentralização da governação conduzirá a uma melhor liderança e responsabilização. • Qualquer discussão deverá ter sempre por base dados, factos e evidência;
• As boas práticas necessitam de ser compensadas, o progresso ser celebrado e, em lugar de indicar culpados, é necessário comunicar e promover os bons resultados alcançados no setor da saúde como parte integrante das responsabilidades dos governantes;
• Devem ser criadas as condições para capacitar totalmente o cidadão na sua saúde. O debate sobre as doenças crónicas deverá incluir cada um de nós como um potencial doente, que deverá saber lidar com a sua própria saúde;
• Esta transformação requer uma mobilização de fundos de investimento, que deverão incluir a investigação e a disseminação de novas tecnologias efetivas.
Baseado em: IFH – Hospitals Facing Austerity and Ageing. Eric de Roodenbeke.2015 17
Responsabilidades para os Prestadores de Saúde
• Devem ser mobilizados esforços para definir percursos das pessoas com
condições de multicronicidade, uma vez que os prestadores não estão bem
organizados para lidar com a carga que estas representam
• Adotar uma abordagem holística para os doentes. As condições do doente
necessitam de ser geridas, não considerando apenas os sintomas ou causa
de uma doença específica. Esta alteração representa uma mudança de
paradigma e uma reorganização dos hospitais;
• Torna-se necessário reforçar a responsabilização e a transparência.
Reflexões
Desenvolver melhores sistemas de informação
Partilhados entre diferentes unidades de saúde, que promovam a articulação entre níveis de cuidados e dentro destes; que permitam, assim, uma análise detalhada sobre as necessidades específicas dos doentes , transformando rapidamente dados em informação e esta em conhecimento
Dar resposta às falhas importantes na cobertura de cuidados
Admitir novas formas de contacto das unidades de saúde com as pessoas, indo até elas, de forma adequada às suas reais necessidades, como, por ex, internamento domiciliário. O hospital pode
oferecer-se de outra forma, abrindo portas
“virtuais” mais perto do local onde as pessoas estão
Fortalecer a política de financiamento da saúde
Que se torne capaz de acompanhar
verdadeiramente os processos de tratamento, modelando os comportamentos dos prestadores e dos doentes no sentido da obtenção máxima de ganhos em saúde
Investir em medidas que promovam a eficiência
Com um maior recurso à articulação entre hospitais e entre níveis de cuidados
Promover uma forte governação e liderança
E que reconheça na governação por
áreas/departamentos e nos níveis intermédios de gestão um grande potencial no
cumprimento dos objetivos contratualizados externamente, implementando processos de contratualização interna forte
Identificar grupos de necessidades na utilização dos recursos
O envelhecimento da população força-nos a analisar informação sobre a utilização, por via da categorização e acompanhamento dos doentes e da gestão de percursos (em
particular, nas urgências e na doença crónica), incluindo os doentes na definição desses caminhos (literacia em saúde)
Porque as pessoas devem estar no centro do sistema…
SPMS - Serviços Partilhados do Ministério da Saúde, E.P.E. www.spms.pt
Bibliografia
•
ACS.ENSP. Análise especializada Cuidados de Saúde Hospitalares. Plano Nacional
de Saúde (PNS) 2011-2016 (2010)
•
ACSS (2015) Relatório Grupo de Trabalho para a Avaliação da Situação da
Prestação de Cuidados de Saúde Mental e das Necessidades na Área de Saúde
Mental, Lisboa, Ministério da Saúde
•
ERS (2015) Acesso e qualidade nos cuidados de saúde mental. Entidade
Reguladora da Saúde. Setembro 2015.
•
Goodwin, N., 2010 citado por: ACS.ENSP. Análise especializada Cuidados de Saúde
Hospitalares. Plano Nacional de Saúde (PNS) 2011-2016 (2010)
•
INE.
Estatísticas
da
Saúde
2014.
Available
at
https://www.ine.pt/xportal/xmain?xpid=INE&xpgid=ine_publicacoes&PUBLICACO
ESpub_boui=257402707&PUBLICACOESmodo=2
•
INE - Sociedade de informação. Inquérito à Utilização das Tecnologias de
Informação e da Comunicação nos Hospitais 2014. 16 de dezembro de 2014
•
Kings funds - Integrated care map: examples of new models of care in practice.
Disponível em
Obrigada