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PALAVRAS-CHAVE: Gotejamento, Capsicum annuum, Peso de fruto, Crescimento.

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PRODUÇÃO DE PIMENTÃO CULTIVADO EM AMBIENTE PROTEGIDO E SUBMETIDO A DIFERENTES LÂMINAS DE IRRIGAÇÃO

Elvis Márcio Castro Lima1, Wesley Matiolli2, Michael Silveira Thebaldi3, Fátima Conceição Rezende4, Manoel Alves de Faria5

Resumo: A irrigação é a única forma de fornecimento de água às plantas cultivadas em ambiente protegido e o manejo adequado da irrigação é fundamental para o sucesso do empreendimento. Assim, o objetivo do trabalho foi avaliar o efeito de diferentes lâminas de irrigação no crescimento e desenvolvimento de duas cultivares de pimentão, cultivada em ambiente protegido. O experimento foi conduzido na área experimental do Departamento de Engenharia da Universidade Federal de Lavras, Lavras/MG. As cultivares utilizadas foram Konan R e Magali R, e a irrigação da cultura foi por gotejamento sendo aplicada quatro lâminas, com freqüência de dois dias. O controle da irrigação foi feito através do tanque classe A reduzido (ECA), as lâminas aplicadas foram equivalentes a 0,5; 0,75; 1,0 e 1,25 vezes a evapotranspiração da cultura (ET). Cada tratamento de lâmina de irrigação foi composto de 3 linhas, e com 10 plantas por linha. Foi considerado planta útil as 8 plantas da linha central de cada tratamento. As características avaliadas foram a altura de planta e diâmetro do caule, produção por planta, comprimento e diâmetro frutos colhidos das plantas úteis de cada tratamento. A produção por planta e a altura de planta das duas cultivares foram significativamente influenciadas pelos tratamentos de irrigação. A cultivar Konan R foi mais produtivo do que a cultivar Magali R, porém o comprimento e diâmetros de frutos da cultivar Magali R foram maiores do que na cultivar Konan R.

PALAVRAS-CHAVE: Gotejamento, Capsicum annuum, Peso de fruto, Crescimento.

1

Engenheiro Agrícola, Mestrando em Recursos Hídricos em Sistemas Agrícolas, Universidade Federal de Lavras, Departamento de Engenharia, Campus Universitário, C.P. 3037, CEP 37200-000 elviscastrolima@yahoo.com.br

2

Engenheiro Agrícola, Universidade Federal de Lavras, wesleymattioli@gmail.com

3

Engenheiro Agrícola, Doutorando em Recursos Hídricos em Sistemas Agrícolas, Universidade Federal de Lavras, mthebaldi@posgrad.ufla.br

4

Engenheira Agrícola, Doutora, Departamento de Engenharia, Universidade Federal de Lavras, frezende@ufla.br

5

Engenheiro Agrônomo, Professor Titular, Departamento de Engenharia, Universidade Federal de Lavras, mafaria@ufla.br

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Revista Agrotecnologia, Anápolis, v.3, n.1, p.40-56, 2012

41 PRODUCTION OF GREEN PEPPER GROWN IN GREENHOUSE UNDER

DIFFERENT IRRIGATION WATER DEPTHS

Abstract: Irrigation is the only form to supply water to the plants grown in protected environment and an appropriate irrigation management is essential to the success of the enterprise. The objective of this study was to evaluate the effect of different irrigation depths on growth and development of two sweet pepper cultivars grown in protected environment. The experiment was conducted in an experimental area of the Engineering Departament of the Universidade Federal de Lavras, Lavras/MG. Pepper (Capsicum annuum L., cv. Konan R and cv. Magali R) was drip irrigated, in a two days interval, with four different depths. Irrigation control was carried out through the small class A tank and the water depths applied were equivalent to: 0.5; 0.75; 1.0 and 1.25 times the crop evapotranspiration (ET). Each irrigation treatment was applied to three plants rows, each one containing 10 plants. Only 8 plants located at the central row of each treatment were used for measurement. The evaluated parameters were: the plant height, stem diameter, plant production, fruit length and diameter. The plant production and plant height of both cultivars was significantly influenced by irrigation. Cultivar Konan R was more productive than the cultivar Magali R, but the fruit length and diameter of cultivar Magali R were higher than cultivar Konan R.

KEYWORDS: Drip irrigation, Capsicum annuum, Fruit weight, Growth.

INTRODUÇÃO

O pimentão (Capsicum annuum L.) é de origem americana e se encontra entre as hortaliças mais consumidas no Brasil, com produção anual de aproximadamente 249 toneladas (IBGE, 2006). A planta possui característica arbustiva, com sistema radicular pivotante e profundo, podendo atingir 120 cm de profundidade. Seus frutos além de serem consumidos in

natura, são utilizados pela indústria de alimentos na confecção de condimentos, conservas, molhos, etc.

Como a maioria das hortaliças, o pimentão é uma cultura que depende de uma distribuição de água regular durante o ciclo. O excesso de umidade pode causar danos à cultura, como apodrecimento de raiz e colo da planta, além disso, se

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ocorrência de doenças fúngicas na parte aérea da planta e nos frutos, onde são verificadas a maiores perdas. Em contrapartida o estresse hídrico excessivo pode provocar abortamento e queda de flores, sendo este um dos principais fatores limitantes de altas produtividades no cultivo de hortaliças (ANTHONY; SHINGANDHUPE, 2004; KIRDA et al., 2004; GUANG-CHENG et al., 2008; PATANÈ; COSENTINO, 2010)

Estudos recentes mostram que a prática de cultivo em ambiente protegido, associada ao manejo criterioso da irrigação, contribui com o aumento na produtividade de diversas hortaliças bem como na melhoria da qualidade do produto (CARVALHO et. al., 2004, DERMITAS; AYAS, 2009; ZENG et al., 2009; BILIBIO et al., 2010).

Em experimento realizado com pimentão, sob ambiente protegido e irrigado por gotejamento, Dermitas e Ayas (2009) observaram que a maior produtividade (24 t ha-1) foi obtida no tratamento que recebeu a maior lâmina (724 mm). Em contrapartida, Karan et al., (2009) e Carvalho et al. (2011), observaram maiores produtividades (31,9 e 35,3 t ha-1) com lâminas de 427 e 443,9 mm, respectivamente, para a mesma cultura. A diferença na produtividade

verificada pelos autores pode ser devida a cultivar utilizada ou mesmo à época e local em que os experimentos foram conduzidos. Frizzone et al. (2001), trabalhando com pimentão amarelo, cultivado em casa de vegetação verificaram que houve efeito significativo do potencial matricial de água no solo (ψm) na produtividade do

pimentão, no comprimento e diâmetro do fruto, no peso médio do fruto e na espessura da polpa. Observaram, também, que a maior produtividade de frutos foi obtida para manejo da irrigação com potencial mátrico de -15 kPa, controlado a 0,15 m de profundidade até os 56 dias após o transplantio, e 0,40 m após os 56 dias.

Gadissa e Chemeda (2009), avaliaram o efeito de três lâminas de irrigação (50, 75 e 100% da ETc) e dois métodos de plantio na cultura do pimentão,e observaram que além da produtividade, o número de frutos por planta e a altura das plantas foram maiores nos tratamentos irrigados com lâmina equivalente a 100% de ETc.

A irrigação com déficit é uma técnica que vem sendo proposta há muito tempo e os resultados positivos tem despertado o interesse por informações para várias culturas, pois a redução no consumo de água poderá aumentar o lucro do produtor e promover economia de água e energia.

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43 Assim, o objetivo do trabalho foi

avaliar o efeito de diferentes lâminas de irrigação, aplicadas por gotejamento, sobre

o crescimento e a produção de duas cultivares hibridas de pimentão, cultivadas em ambiente protegido.

MATERIAL E MÉTODOS

O experimento foi desenvolvido na área experimental do Departamento de Engenharia da Universidade Federal de Lavras, município de Lavras, MG, localizada na região sul de Minas Gerais, a 910 metros de altitude, 21º 14’ de latitude Sul e 45º 00’ de longitude Oeste. O clima, de acordo com a classificação de Köppen, é caracterizado como Cwa. A temperatura média do mês mais quente é de 22,8 oC, a do mês mais frio é de 17,1 ºC, e a média anual de 20,4ºC (DANTAS et al., 2007).

O trabalho foi conduzido em duas casas de vegetação com estrutura de madeira e cobertura metálica em arco, comprimento de 12 metros, largura de 6,5 metros (área de 78,0 m2 cada casa) e pé direito de 3,5 metros. As casas foram cobertas com filmes de polietileno transparente de 150 micra com tratamento anti-UV. As fachadas laterais e frontais, assentadas sobre um rodapé com base de concreto e bloco de 0,30 m de altura, foram fechadas com tela de polipropileno e

cortinas com o mesmo filme de polietileno. As cortinas das fachadas laterais apresentam um sistema de manivela que permite abrir e fechar as mesmas para controle da temperatura.

O solo no interior das casas de vegetação foi classificado como um Latossolo Vermelho Distroférrico (EMBRAPA, 1999). A curva característica de água do solo foi determinada no Laboratório de Relação Água-Solo-Planta do Departamento de Engenharia da UFLA em amostras das camadas de 0-0,20 e de 0,20-0,40 m de profundidade.

No interior das casas de vegetação, em um ponto central e a 1,5 metros de altura, foi instalado um termohigrômetro (marca Minipa, modelo 241) para monitorar a temperatura do ar (atual, máxima e mínima) e a umidade relativa do ar (atual, máxima e mínima). As leituras foram realizadas diariamente às 9 e 15 horas e as médias diárias foram calculadas pelas Equações 1 e 2.

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44 Em que,

TM: temperatura do ar média diária (°C); Tmax: temperatura do ar máxima diária (°C);

Tmin: temperatura do ar mínima diária (°C);

URM: umidade relativa do ar média diária (%);

URmax: umidade relativa do ar máxima diária (%);

URmin: umidade relativa do ar mínima diária (%).

As mudas de pimentão (Capsicum annuum), Konan R e Magali R, foram produzidas em bandejas de isopor de 128 células preenchidas com substrato comercial tipo Plantmax, sendo no dia 12 de janeiro de 2006 transplantadas para as casas de vegetação, onde o ciclo vegetativo durou 144 dias, contados a partir da data de transplantio até a última colheita. O espaçamento utilizado foi de 0,4m entre plantas e de 1,0m entre linhas. Foi montado um sistema de tutoramento para sustentar as plantas, utilizando arames esticado entre dois mourões, em cada linha de plantio, e fitilhos.

Foram realizadas desbrotas nas plantas, eliminando-se as brotações laterais abaixo da bifurcação, e, também, a seleção e eliminação das hastes acima dessa, definindo em quatro o número de hastes a serem conduzidas. Foram também eliminadas flores da primeira bifurcação.

Foram aplicados no interior de cada estufa 1,4 ton ha-1 de calcário dolomítico, PRNT 100% para elevar a Saturação por Bases a 70%, de acordo com a análise de solo e recomendação de Vale et al. (1995). A adubação de plantio e cobertura foi feita com base na análise de solo e seguindo recomendações de Gomes et al. (1999), sendo aplicados no total 162 kg ha-1 de N, 540 kg ha-1 de P2O5 e 334 kg ha-1 de K2O.

No dia 03/03 foi aplicado, por estufa, 30 g de nitrato de cálcio diluídos em 5L de água, para evitar podridão apical e deficiências nos frutos. Foram feitas também duas aplicações de micronutrientes nos dias 26/05 e 03/06.

O sistema de irrigação utilizado foi o gotejamento, sendo a água derivada de dois reservatórios com volume de 1000 litros cada, instalados próximo às casas de vegetação. O cabeçal de controle foi composto de conjunto motobomba, filtro

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45 de disco, tomadas de pressão, manômetros

e registros. A água foi conduzida até o início das linhas de plantas em tubos de PVC e distribuídas às plantas por tubogotejadores espaçados de 0,30 m, diâmetro de 13 mm, vazão nominal de 1,8 L h-1 operando a uma pressão de serviço de 180 kPa. A irrigação foi realizada a cada dois dias e a lâmina aplicada foi calculada com base na evaporação do tanque Classe A reduzido (diâmetro de 0,60 m e altura de 0,25 m) instalado dentro da casa de vegetação.

Os coeficientes de cultura (Kc) utilizados foram: 0,5 do plantio até 10% de desenvolvimento vegetativo; 0,65 do final da primeira fase até 80% de desenvolvimento vegetativo e 1,05 do final da segunda fase e durante o período de colheita. O coeficiente de tanque (Kp) adotado foi 1,0 e a eficiência de aplicação foi de 0,9. Para garantir o pegamento das

mudas, até o dia 02/02, todas as plantas foram irrigadas repondo a lâmina perdida por evapotranspiração.

Foi utilizado o delineamento inteiramente casualizado, com quatro tratamentos de irrigação e 4 repetições. Os tratamentos de irrigação foram representados por quatro lâminas de irrigação, definidas em relação à evapotranspiração da cultura (ET) nas proporções de 0,5.ET; 0,75.ET; 1,0.ET e 1,25.ET.

Foram realizadas oito colheitas, entre os 70 e os 144 dias após o transplantio (DAT), em intervalos variáveis entre 7 e 13 dias. Os frutos foram pesados e medidos o comprimento e diâmetro. As medidas de altura das plantas, desde o nível do solo ao ápice da planta, e o diâmetro do caule, medido em um ponto localizado acima do primeiro internódio, foram realizadas aos 144 DAT.

RESULTADOS E DISCUSSÃO

Durante o ciclo da cultura os valores médios de temperatura mínima e máxima observada nas duas casas de vegetação foram 15,6 oC e 42,6 oC, respectivamente, e a temperatura média durante o período foi de 29,3 oC. A umidade relativa do ar média durante o período foi de 64%. A temperatura média registrada durante o

período foi superior àquela considerada ideal, pois de acordo com Pinto et al. (2007), o crescimento vegetativo e formação de frutos são favorecidos por temperaturas diurnas entre 25 e 27 oC e noturnas entre 7 e 9 oC abaixo da temperatura média diurna. De acordo com Tiveli (1998), a umidade relativa do ar ideal para a cultura em ambiente protegido

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46 está compreendida na faixa de 50 a 70%,

pois além de beneficiar o desenvolvimento da cultura reduz a ocorrência de doenças.

Na Tabela 1 são apresentados os valores das lâminas de irrigação aplicadas durante a condução do experimento, nas

duas cultivares avaliadas, correspondentes percentuais de reposição de água em cada tratamento. Como pode ser observado a diferença de lâminas entre tratamentos foi 77,87 mm.

Tabela 1 - Fração de reposição de água e as correspondentes lâminas totais de irrigação aplicadas durante a condução do experimento.

Fração de reposição de água (%) Lâmina de irrigação (mm)

0,50 ET 202,12

0,75 ET 279,99

1,00 ET 357,86

1,25 ET 396,48

Carvalho et al (2011), em experimento conduzido em ambiente protegido com pimentão, cultivar Konan R, sendo o manejo da irrigação realizado com base na leitura de tensiômetros instalados a 0,15m de profundidade, aplicaram lâminas totais de 214 mm, 321 mm, 428 mm, 535 mm e 642 equivalentes a 50%, 75%, 100% 125% e 150% reposição de água, respectivamente. A diferença entre os dois experimentos pode ser devido à época em que os experimentos foram conduzidos, sendo um entre o verão e outono e o outro entre a primavera e verão e/ou ao manejo de irrigação adotado.

Os resultados das análises de variância das características produção, altura das plantas, diâmetro do caule,

comprimento dos frutos e diâmetro dos frutos para o pimentão Konan R são apresentados na Tabela 2. Verifica-se que a produção, a altura das plantas e o diâmetro dos frutos foram significativamente influenciados pelos tratamentos de irrigação.

A produção por planta, em gramas, de pimentão Konan R em função da reposição de água às plantas é mostrada na Figura 1. Verifica-se que a produção de frutos por planta aumentou com o aumento da lâmina aplicada e pode ser representada por uma função quadrática com coeficiente de determinação de 88,34%. A produção mínima observada para esta cultivar foi 980,5 (0,50 ET) e a produção máxima foi de 1.710,63 g obtidos no tratamento

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47 irrigado com lâmina equivalente a 1,25 ET, ou seja, 435,73 mm.

Tabela 2 - Resumo da ANAVA realizada nas avaliações da produção por planta (P), altura das plantas (AP), diâmetro do caule (DC), comprimento dos frutos (CF) e diâmetro dos frutos (DF) para o pimentão Konan R.

Causas da variação

GL Quadrado Médio e significância de F

Produção AP DC CF DF

Tratamento 3 445216,02** 113,60* 3,50ns 0,13ns 0.23*

Erro 12 44810,03 19,76 1,96 0,63 0.06

cv (%) 17.31 4,42 10,69 5,47 3,84

*: significativo pelo teste F a 5% de probabilidade; **: significativo pelo teste F a 1% de probabilidade; NS: não significativo;

Figura 1 - Produção (g) de pimentão Konan R em função da fração de reposição de água às plantas.

Em trabalho conduzido por Carvalho et al. (2011), a produção máxima do pimentão cultivar Konan R foi obtida com aplicação de uma lâmina de 428 mm, equivalente ao nível de 100 % de reposição de água. O valor da lâmina aplicada nos dois experimentos foram próximos, porém o nível de reposição de água foi diferente o

que pode ser devido manejo de irrigação utilizado.

O efeito da irrigação sobre a altura das plantas (cm) de pimentão Konan R é apresentada na Figura 2. O modelo linear, ajustado aos dados da altura média das plantas, apresentou bom ajuste, explicando 80,88% das ocorrências. A altura máxima

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48 das plantas foi obtida nos tratamentos

irrigados com 125% da ET, representando um valor de 106,4 cm e a menor 93,0 cm no tratamento com irrigação de 50% da ET. Anthony e Singhandupe (2004), trabalhando com pimentão (Capsicum var California Wonder) irrigado por gotejamento e sulcos, verificaram que a altura da planta aumentou com o aumento da lâmina aplicada e que a altura e o número de ramos apresenta uma correlação positiva com a produtividade.

Klar e Jadoski (2002) verificaram a influência de diferentes lâminas de irrigação nas características produtivas do pimentão Elisa e observaram que a deficiência hídrica ocasionou restrições no crescimento vertical das plantas. No tratamento com maior estresse hídrico a altura média das plantas no final do ciclo foi de 87,75 cm, valor menor ao observado neste trabalho no tratamento com irrigação com fração de reposição de 0,50.

Figura 2 - Altura das plantas (cm) de pimentão Konan R em função da fração de reposição de água.

O diâmetro do caule (mm) e comprimento dos frutos (cm) das plantas de pimentão Konan R (Tabela 1) não foram significativamente influenciados pelos tratamentos de irrigação. Os maiores valores de diâmetro do caule e

comprimento de frutos foram registrados no tratamento com reposição de água equivalente fração de 1,25 da reposição de água (Tabela 3).

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49 Tabela 3 - Diâmetro do caule (mm) e comprimento dos frutos (cm) de pimentão Konan R em função da fração de reposição de água.

Fração de reposição de água Diâmetro do caule (mm) Comprimento dos frutos (cm)

0,50 ET 12,05 14,33

0,75 ET 13,60 14,33

1,00 ET 12,58 14,60

1,25 ET 14,10 14,68

Santana et al. (2004) avaliaram o efeito de diferentes tensões de água no solo (10, 30, 50 e 60 kPa) para o pimentão Lygia e verificaram que o diâmetro do caule das plantas foram maiores quando a irrigação foi realizada com menor tensão de água no solo e que foi significativamente influenciado pelas tensões de água no solo. De acordo com Frizzone et al (2001), os comprimento de frutos do pimentão, cultivar Marengo HY, foram significativamente influenciados pela irrigação sendo os maiores valores da ordem de 10,1 cm e 9,1 cm obtidos com irrigação realizada quando o potencial mátrico de água no solo atingiu -15 e -32 kPa, respectivamente.

O efeito da irrigação em função da fração de reposição de água sobre diâmetro dos frutos de pimentão Konan R é mostrado na Figura 3. A análise de regressão revelou um efeito linear sobre o

diâmetro médio dos frutos, explicando 82,29% da variação total dos dados. O menor diâmetro de fruto estimado foi de 6,25 cm (0,50 ET) enquanto o maior foi de 6,83 cm (1,25 ET). Para o pimentão cv. Marengo HY, o diâmetro médio dos frutos variou de 5,2 cm a 8,5 cm para potenciais mátricos de -65 kPa a -15 kPa, respectivamente (Frizzone et a., 2001). Furlan et al.(2002), em experimento com pimentão cv. Mayata em cultivo protegido utilizaram as lâminas de 60, 80, 100 e 120% da evaporação do tanque classe A reduzido e observaram que o fator lâmina não influenciou o diâmetro dos frutos apresentando valores médios variando entre 6,52 e 6,79 cm, no tratamento sem aplicação de CO2 e 7,11 a 7, 69 cm no

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Figura 3 - Diâmetro dos frutos (cm) de pimentão Konan R em função fração de reposição de água.

As análises de variância das características de produção por planta, altura das plantas, diâmetro do caule,

comprimento dos frutos e diâmetro dos frutos para o pimentão Magali R são apresentados na Tabela 4.

Tabela 4 - Resumo da ANAVA realizada nas avaliações da produção por planta (P), altura das plantas (AP), diâmetro do caule (DC), comprimento dos frutos (CF) e diâmetro dos frutos (DF) para o pimentão Magali R.

Causas da variação

GL Quadrado Médio e significância de F

Produção AP DC CF DF

Tratamento 3 174692,06** 387,93* 1,39ns 1,40ns 0,02ns

Erro 12 19588,41 97,65 1,36 0,48 0,11

cv (%) 13,34 9,99 9,57 4,27 4,94

*: significativo pelo teste F a 5% de probabilidade; **: significativo pelo teste F a 1% de probabilidade; NS: não significativo;

Como pôde ser verificado, a fração de reposição de água teve efeito significativo sobre a produção por planta (g) e na altura das plantas. A análise de regressão mostrou que o modelo linear

expressa bem a variação da produção por planta em função da fração de reposição de água no solo (Figura 4), explicando 99,15% da variação total do dados. No tratamento irrigado com a menor fração de

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51 reposição de água a produção média por

planta foi de 793,8g e no tratamento irrigado com a maior fração de reposição a produção média por planta foi de 1272,5 g.

Resultados semelhantes forma obtidos por Santana et al. (2004) com o pimentão Lygia.

Figura 4 - Produção por planta (g) de pimentão Magali R em função da fração de reposição de água.

Sezen et al. (2006) verificaram que o peso médio dos frutos de pimentão foi significativamente influenciado pela lâmina e frequência de irrigação e que o peso do fruto aumentou com o aumento da frequência de irrigação. Gadissa e Chemeda (2009) verificaram que cada incremento no nível irrigação promoveu um aumento significativo na produtividade do pimentão sobre o nível anterior. Portanto, de acordo com os autores, 75% e 100% de reposição de água pela irrigação promoveu um aumento na produtividade

da ordem de 68,2% a 161,2% sobre o nível de 50% de reposição de água, respectivamente.

A altura das plantas do pimentão Magali pode ser representado função quadrática (Figura 5) que representa a variação da altura das plantas em função da fração de reposição de água e explica 97,15% da variação total dos dados. A menor altura para esta c ultivar foi de 84,9 cm correspondente à irrigação com fração de 0,5 ET e maior altura foi registrada no tratamento irrigado com fração de 1,0 ET

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52 sendo o valor da ordem de 106,1 cm. Com

o aumento da lâmina a altura da planta reduziu apresentando um valor de 99,3 cm. Lima et al. (2006), trabalhando com pimentão (cv. Yolo Wonder) submetidos a duas lâminas de irrigação (0,80 e 2,10 ETc), dois intervalos de irrigação e duas condições de cobertura do solo, verificaram que a maior altura plantas foi observada no tratamento em que se aplicou uma lâmina de 80% da ETC com cobertura

morta e frequência de dois dias. No

tratamento que aplicou 1,2 ETc, com cobertura morta e frequência de dois dias foi registrado a menor altura de planta. Aragão et al. (2011) em experimento avaliando lâminas de irrigação e doses de nitrogênio no pimentão híbrido Magali R observaram maior altura média das plantas (142,20 cm) em relação ao obtido neste trabalho, quando utilizada a dose de nitrogênio equivalente a 50% do recomendado e reposição de água de 100%.

Figura 5 - Altura das plantas (cm) de pimentão Magali R em função da fração de reposição de água.

Os valores médios de diâmetro do caule, comprimento do fruto e diâmetro do fruto em função das diferentes frações de reposição de água no pimentão Magali R são apresentados na Tabela 5, não sendo observada uma tendência em função das

lâminas de irrigação aplicadas. Com relação ao diâmetro do caule verifica-se que os resultados deste trabalho diverge daqueles obtidos por Santana et al. (2004), em que houve um efeito significativo da irrigação no diâmetro do caule. Dermitas e

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53 Ayas (2009), trabalhando com pimentão

cultivado em ambiente protegido verificaram que o diâmetro e o comprimento dos frutos foram significativamente influenciados pelo déficit de irrigação, sendo os maiores valores observados no tratamento que recebeu a maior lâmina (724 mm). Em experimento com pimentão cv. Mayata cultivado em ambiente protegido, Furlan et

al. (2002), verificaram que no ambiente sem a aplicação de CO2, não houve

diferença significativa no comprimento dos frutos em função das diferentes lâminas de irrigação aplicadas. Neste ambiente o comprimentos de frutos variou entre 11,0 e 11,8 cm sendo o maior valor registrado no tratamento irrigado com lâmina equivalente a 100 % ECAr.

Tabela 5 - Diâmetro do caule, comprimento do fruto e diâmetro do fruto de pimentão Magali R em função da fração de reposição de água.

Fração reposição de água Diâmetro do caule (mm) Comprimento do fruto (cm) Diâmetro do fruto (cm) 0,5 ET 11,40 16,63 6,63 0,75 ET 12,73 15,90 6,63 1,00 ET 12,50 15,45 6,48 1,25 ET 12,04 16,68 6,63

Para as duas cultivares a maior produção por planta foi obtida no tratamento irrigado com a maior fração de reposição de água e o pimentão Konan R apresentou uma produção superior ao pimentão Magali R. Entretanto o comprimento e diâmetro dos frutos do pimentão Magali R tende a ser maior do

que os frutos do pimentão Konan R. Assim a diferença na produção por planta pode ser devida ao número de frutos colhidos em cada cultivar. A maior altura de plantas do pimentão Konan R foi obtido no tratamento com a maior fração de reposição de água e no pimentão Magali R foi com a fração de 1,0 ET.

CONCLUSÃO

A maior lâmina aplicada proporcionou maiores produções por planta nas duas cultivares avaliadas.

Recomenda-se utilizar maiores frações de reposição de água a fim de definir a lâmina que proporcione maiores produções física e econômica para cada cultivar.

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Revista Agrotecnologia, Anápolis, v.3, n.1, p.40-56, 2012

54 REFERÊNCIAS

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Referências

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