Profa. Dra. Fernanda B. Lima
INTRODUÇÃO AO ESTUDO
DO SISTEMA DIGESTÓRIO
UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA CATARINA
CENTRO DE CIÊNCIAS BIOLÓGICAS
ENERGÉTICOS: Lipídios,
carboidratos e proteínas
CONSTRUTORES: Lipídios,
carboidratos e proteínas
REGULADORES: Vitaminas, sais
e água
A DIGESTÃO
É a transformação das substâncias complexas
contidas nos alimentos em substâncias mais simples,
adequadas à absorção.
Atividade
Processos que ocorrem no TGI
Motilidade
Digestão
Absorção
Barreira contra o
conteúdo do lúmem,
secreção de enzimas,
muco e hormônios
Movimentação da
mucosa: aumenta
contato com os
nutrientes
Possui ácinos com
células secretoras:
secreção de enzimas
no tubo digestório
Contrações rítmicas
espontâneas:
movimentos do TGI
Neurônios que
controlam motilidade
e secreções do TGI
REGULAÇÃO DO TGI
ENDÓCRINA: células enteroendócrinas que
respondem a estímulos que atingem a parede do TGI.
Ex: gastrina, secretina, etc…
NEURAL: Sistema nervoso extrínseco (SN
Autônomo) e intrínseco (SN Entérico)
REGULAÇÃO NERVOSA DO TGI
SN Simpático: via fibras adrenérgicas pós-ganglionares
(gânglios celíaco e mesentérico). Tem efeito inibitório.
SN Parassimpático:
proveniente de ramificações do nervo vago.
Estimula a atividade motora e secretora.
Sistema Nervoso Entérico: redes neuronais inervadas pelo
simpático e parassimpático. Coordenam a atividade do trato na ausência
da inervação extrínseca (Simpático/Parassimpático).
SNC
Gânglios simpáticos
INERVAÇÃO SIMPÁTICA DO TGI
Vasos sanguíneos
Fibras pré-ganglionares
Fibras pós-ganglionares
Musculatura
Mioentérico
Plexo
Submucoso
Plexo
Musculatura
Céls. secretoras
Núcleos vagais
Plexo Mioentérico
Plexo Submucoso
INERVAÇÃO PARASSIMPÁTICA DO TGI
Parassimpático:
Nervos vago e
pélvico.
Em geral estimula a atividade do
TGI
Simpático:
gânglios celíaco e
mesentérico.
Em geral inibe a atividade do TGI
SISTEMA NERVOSO EXTRÍNSECO
Ambos regulam o
Sistema Nervoso
SISTEMA NERVOSO INTRINSECO
Inerva camadas
musculares
longitudinal e
circular: coordenação
motora
Participa de reflexos
locais, inerva o
epitélio glandular:
controle das secreções
SISTEMA NERVOSO INTRINSECO
Interneurônios conectam fibras sensoriais aferentes intrínsecas com neurônios
eferentes para a musculatura e células secretoras do trato.
Fibras aferentes de mecano e quimiorreceptores da mucosa fazem sinapse nos
plexos – presença de reflexos locais;
•
Receptores em ambas as camadas mucosa e muscular
•
REFLEXO CURTO: Circuito sensorial restrito a
parede do TGI. Neste caso a informação recebida pelos
neurônios sensoriais é enviada aos neurônios motores
via interneurônios
•
REFLEXO LONGO: a informação aferente é enviada
diretamente ao SNC e provoca respostas que envolvem o
SNA.
TRATO
GASTROINTESTINAL
SUPERIOR: BOCA E
Saliva
Funções, composição e produção
Regulação da secreção
Disfunções da secreção salivar
Mastigação
Deglutição
Funções Salivares
Anti-Bacteriana
Tamponamento
Digestão
Anti-Viral
Paladar
Lubrificação e viscoelasticidade
Proteção tecidual
Anti-Fúngico
ww.umich.edu/~bmsteach/lopatin/salivarygland/lectures/do .wnload/Chem_Comp_ &_ Funct ..ppt twwwdownload/ Comp_&_Functppt
• Boca seca (xerostomia)
• Cáries
• Infecções da mucosa
(Periodontites, gengivites,
candidíase, abscessos, etc.)
• Síndrome da ardência bucal
• Edentulismo(perda dos dentes)
Saladin, 2001
Corte de glândula sublingual, mostrando unidades secretoras formada por túbulos mucosos (M). O asterisco indica o lúmen da unidade secretora. Há dutos estriados (Es). A seta aponta ducto intercalado (hematoxilina-eosina, escala: 20 µm).
• Células
Secretoras
(Serosas e mucosas):
• células serosas produzem
água, íons e proteínas com
atividades enzimáticas e
antimicrobianas,
• células mucosas produzem
as
mucinas,
que
são
glicoproteínas que lubrificam
e formarm uma barreira nas
superfícies; tb se agregam a
microorganismos .
Corte de glândula submandibular, contendo ducto estriado.
• Ductos estriados:
• ductos estriados constituem a maior porção dos sistemas de ductos,
• recebem a saliva primária dos ductos intercalados e a modificam,
• fazem a reabsorção e secreção de eletrólitos: reabsorção de Na+ e Cl-, tornando a saliva final hipotônica.
• essas células também secretam K+ e HCO3-
• a composição final da saliva varia, dependendo do fluxo: fluxo alto, a saliva é pouco reabsorvida, tornando-se rica em Na+ e Cl- e pobre em K+. Fluxo salivar lento, ocorre o inverso.
• a reabsorção e a secreção de eletrólitos são reguladas pelo SNA e mineralocorticoides.
http://www.fisio.icb.usp.br/aulasfisio/cv2006/secrecao_salivar_robinson.ppt
Melvin etal., 2005
• Produção Diária: 1,0 -1,5 L
• pH (variável com o fluxo): 6,2 –
7,2
• 80-90% da produção diária
ocorre por estímulos durante a
alimentação
• Baixa secreção: sono
Composição da saliva: Água (98-99%), Produtos Inorgânicos
e Orgânicos
•PRODUTOS ORGÂNICOS: compostos por proteínas salivares de 4 tipos:
•P. Enzimáticas:
•AMILASE: Inicia a hidrólise do amido e glicogênio da dieta mas com ação
limitada já que é inativada pela acidez gástrica.
•LACTOPEROXIDASE: ação antibacteriana; destrói microorganismos ao
catalisar peróxido de oxigênio.
•LISOZIMA: ação antibacteriana; inibe o crescimento bacteriano
•P. ricas em prolina:
-MUCINAS: capacidade de formar uma pseudomembrana obre superfícies; tem
função protetora.
•P. Aromáticas:
•GUSTINA: acentua o paladar.
•ESTATERINA: produz remineralização e evita a precipitação ou
cristalização de sais de fosfato de cálcio supersaturado nos ductos salivares.
•HISTATINA: liga-se à hidroxiapatita; idem acima
•LACTOFERRINA: retarda o crescimento bacteriano.
•PRODUTOS INORGÂNICOS: Cálcio, fluor, Sódio, Potássio, Bicarbonato,
Fosfato, Cloro, Magnésio, etc.
INERVAÇÃO E VASCULARIZAÇÃO
• são inervadas por fibras pós-ganglionares do simpático e parassimpático,• são reguladas principalmente pelo parassimpáticos, via núcleos salivatórios superior e inferior no tronco cerebral.
• estímulos gustativos e táteis procedentes da língua e de outras áreas da boca e da faringe. • inervação pelo nervo facial (VII par) ou nervo glossofaríngeo (IX par) aos gânglios
submandibular ou ótico, onde fazem sinapse com os neurônios pós-ganglionares que enviam seus axônios às glândulas salivares
• parassimpático causa dilatação dos vasos, resultando em secreção fluída e abundante. • simpático causa vasoconstricção, levando a uma saliva mais viscosa e pouco abundante.
Odor pode estimular a salivação
Pavlov recebeu o Prêmio
Nobel em 1904 de Fisiologia
e Medicina, por suas
pesquisas.
Ivan Petrovich Pavlov(1849 -1936)
http://nobelprize.org/medicine/laureates/1904/pavlov-bio.html
Controle da salivação: simpático e parassimpático -
Reflexos Condicionados
Noradrenalina, Acetilcolina e Substância P estimulam a
secreção salivar.
Noradrenalina aumenta os níveis de AMPc. Acetilcolina e
Substância P aumentam o Ca
2+
intracelular.
Mecanismos Celulares de Estimulação da
Secreção Salivar
Drogas que Inibem a Salivação
anti-colinérgicos
anti-adrenérgicos
anti-depressivos
anti-psicóticos
ansiolíticos
sedativos
anti-histamínicos
anti-parkinsonianos
anti-hipertensivos
diuréticos
anti-espasmódicos
anti-prostáticos
mio-relaxantes
anti-inflamatórios não esteroidais
analgésicos
vasodilatadores
anti-acne
anti-diarréicos
antibióticos
anti-epiléticos
anti-ulcerosos
vitaminas
Douglas-Cisternas, 2004MASTIGAÇÃO
Principais funções:
• mistura para deglutição
• redução em partículas menores volume
adequado para a deglutição
• estimula reflexamente a secreção
gástrica
Músculos Envolvidos:
-masseter
-pterigoideo medial
-pterigoideo lateral
-temporal
No Homem, a força
exercida pelos molares =
90 Kg (cão: até 165 Kg) e
incisivos = 20 Kg
• Não é um simples movimento de abertura e fechamento
• Exige a colocação do alimento entre as superfícies dentárias
pela língua
• Inclui ainda a seleção de partes do alimento pela língua e o
controle da força da mordida
• Portanto, necessita do trabalho conjunto de centros superiores
e informações da periferia (cavidade oral)
Voluntária, mas envolve mecanismos motores reflexos
organizados no tronco encefálico (ponte e bulbo)
“Centros” superiores
(Cortex sensorial e motor)
MASTIGAÇÃO
Tronco encefálico
Centro da mastigação
músculos mastigatórios
Pressão exercida pelo alimento na cavidade oral induz
simultaneamente o relaxamento dos músculos de
fechamento da maxila (
masseter e temporal
) e a
ativação dos músculos de abertura (
digástrico e
pterigóideo
)
REFLEXO MASTIGATÓRIO
Inibição
dos
músculos
da
mastigação
Queda mandíbula
Estiramento
muscular
Contração reflexa
Eleva mandíbula
Bolo alimentar
Pressão contra palato
Gerador de ritmo
(centro da mastigação)
Motoneurônios
Ativação rítmica dos
músculos da mastigação
Ativação rítmica da
mandíbula
Centros superiores:
controle do ritmo e da
I-OLFATÓRIO
II-ÓPTICO
III-OCULOMOTOR
IV-TROCLEAR
V-TRIGÊMEO
VI-ABDUCENTE
VII-FACIAL
VII-VESTÍBULO-I
COCLEAR
IX-GLOSSOFARÍNGEO
X-VAGO
XI-ACESSÓRIO
XII-HIPOGLOSSO
DEGLUTIÇÃO
REFLEXO DE DEGLUTIÇÃO
Fase oral
(voluntária)
A língua empurra o alimento contra o palato, iniciando o reflexo
de deglutição.
Fase faríngea
(1 seg
seg)
A elevação da laringe e aproximação das cordas vocais pressionam a epiglote para baixo e
fecham a glote, protegendo as vias aéreas. A faringe se contrai e o bolo
é propelido para o esôfago
Fase esofágica
(10seg)
A passagem pelo esôfago se dá por movimentos peristálticos
A porção inicial do esôfago tem músculo estriado, controlados pelo
SNC.
Abaixo, ele tem musculatura lisa, controlada indiretamente pelo SNC
(pelo nervo vago), via sistema entérico
Receptores na boca e garganta
centro da deglutição
músculos da faringe e laringe
contração desses músculos força a
passagem do bolo para a porção superior
do esôfago.
nervo trigêmeo