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Glutamina em dietas para codornas de postura criadas em diferentes ambientes térmicos

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UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO

CAMPUS UNIVERSITÁRIO DE SINOP

INSTITUTO DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS E AMBIENTAIS

PROGRAMA DE PÓS GRADUAÇÃO EM ZOOTECNIA

Glutamina em dietas para codornas de postura criadas em

diferentes ambientes térmicos

Joyce de Paula

Dissertação apresentada ao Programa de Pós Graduação em Zootecnia da Universidade Federal de Mato Grosso, Campus Universitário de Sinop, como parte das exigências para a obtenção do título de Mestre em Zootecnia.

Área de concentração: Zootecnia.

Sinop, Mato Grosso Junho de 2015

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Joyce de Paula

Glutamina em dietas para codornas de postura criadas em

diferentes ambientes térmicos

Dissertação apresentada ao Programa de Pós Graduação em Zootecnia da Universidade Federal de Mato Grosso, Campus Universitário de Sinop, como parte das exigências para a obtenção do título de Mestre em Zootecnia.

Área de concentração: Zootecnia.

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Autorizo a reprodução e divulgação total ou parcial deste trabalho, por qualquer meio convencional ou eletrônico, para fins de estudo e pesquisa, desde que citada a fonte.

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Aos meus pais Celson Francisco de Paula e Maria de Oliveira Paula com todo amor,

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AGRADECIMENTOS

A Deus por me dar força para superar as dificuldade enfrentadas;

A Universidade Federal de Mato Grosso, Campus de Sinop, pelo suporte para a realização deste trabalho;

Ao Programa de Pós Graduação em Zootecnia, e aos professores que ele compõe, pelos valiosos ensinamentos, e a secretária Dulce sempre doce e atenciosa;

A Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES) e a Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Mato Grosso (FAPEMAT) pela concessão da bolsa de estudos;

A minha orientadora professora Doutora Claudia Marie Komiyama, por todo apoio, orientação, amizade e confiança em mim depositados, colaborando sobretudo para meu crescimento pessoal e profissional;

A minha co-orientadora professora Doutora Ana Paula Silva Ton por estar sempre disposta a ajudar e dividir comigo seus ensinamentos e pela confiança e amizade;

Ao meu co-orientador Professor Doutor Anderson Corassa por ser sempre prestativo quando precisei, e ao professor Doutor Claúdio Vieira de Araújo por me ajudar com os dados estatísticos meus sinceros agradecimentos;

A professora Doutora Alessandra Kataoka pela ajuda e disponibilizar a utilização do Laboratório de Patologia Clínica juntamente com o Técnico Marcelo Gava, sempre muito gentil e prestativo;

A empresa Ajinomoto Animal Nutrition, pela doação da Glutamina utilizada neste trabalho;

A Nutract Produtos Agropecuários, representado pela pessoa de João Paulo Gaio, que doaram todos os microingredientes utilizados na realização do trabalho;

Ao Igor Straub e o senhor Carlos Straub pela doação das codornas, meus sinceros agradecimentos;

As amigas da Pós Graduação: Marcela Gouveia, Lidiane Staub e Nariane Gonçalvez pela ajuda, convívio e amizade;

Aos bolsistas PIBIC: Letícia Liberato, Camila Almeida, Jessica Sella e Carlos Mezzalira, e VIC: Juliana Carolina, Tania Shmitz, Karine Siqueira e Kevilin Zamban por estarem sempre dispostos a ajudar, cumprindo com assiduidade as atividades de cada, e aos demais alunos colaboradores Ruth, Juliana Fatima e Igor;

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As minhas amigas Danny Justo Lolatto, Iziz Anhõn, Thuanny Pereira por fazer meus dias mais fáceis e alegres, pessoas com quem eu posso contar sempre;

Minha família, meu pai, minha mãe, meu irmão e minha irmã e o meu anjinho Ana Lívia, mesmo distantes estão sempre em pensamentos e orações;

A família Lolatto por me acolher e me deixar fazer parte dela;

E por último, mas não menos importante meu namorado Rodrigo Lolatto que em meio a um turbilhão de sensações e lutas diárias é nele que eu encontro a calmaria que preciso, obrigada meu AMOR por me dar tanto amor e cuidar tão bem de mim.

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Epígrafe

"Se as coisas são inatingíveis... ora! Não é motivo para não querê-las... Que tristes os caminhos, se não fora A presença distante das estrelas!" Mário Quintana

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BIOGRAFIA

Joyce de Paula, filha de Celson Francisco de Paula e Maria de Oliveira Paula, nasceu aos 15 dias de fevereiro de 1989 na cidade de Mirassol D’Oeste-MT.

Em agosto de 2007, ingressou no curso de Zootecnia da Universidade do Estado de Mato Grosso-Núcleo Pedagógico de Mirassol D’Oeste, onde recebeu o título de

Bacharel em Zootecnia em oito de dezembro de 2011.

Em março de 2013 ingressou no curso de mestrado do Programa de Pós Graduação em Zootecnia da Universidade Federal de Mato Grosso Campus de Sinop, na área de

concentração de Nutrição e Alimentação Animal.

Aos 12 dias do mês de junho submeteu-se a banca para a defesa da dissertação de Mestrado em Zootecnia.

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RESUMO

PAULA, Joyce de. Dissertação de Mestrado (Zootecnia), Universidade Federal de Mato Grosso, Campus Universitário de Sinop, junho de 2015, 90 f. Glutamina em dietas

para codornas de postura criadas em diferentes ambientes térmicos. Orientadora:

Profa. Dra. Claudia Marie Komiyama, Coorientadores: Profa. Dra. Ana Paula Silva Ton e Prof. Dr. Anderson Corassa.

O experimento foi conduzido com o objetivo de investigar a adição de diferentes níveis de glutamina na dieta de codornas japonesas de postura (Coturnix coturnix japonica), criadas em diferentes ambientes térmicos sobre as características de desempenho produtivo, qualidade de ovos e parâmetros fisiológicos e sanguíneos. No Capítulo II, teve por objetivo avaliar o desempenho produtivo e qualidade de ovos de codornas japonesas de postura alimentadas com diferentes níveis de glutamina e criadas em diferentes ambientes térmicos, foram utilizadas 210 codornas japonesas (Coturnix coturnix japonica) com 49 dias de idade e peso médio de 160,5±6,45g, distribuídas em um delineamento experimental inteiramente casualizado, em parcelas sub subvididas com períodos de produção na parcela, temperaturas (termoneutra e estresse térmico) na sub parcela e os níveis de glutamina (0,0; 1,5 e 3,0 na sub sub parcela, com cinco repetições de 7 aves por unidade experimental. Foram avaliadas as variáveis de peso médio das aves (g), consumo de ração (g), produção de ovos (%), massa de ovos (g) e conversão alimentar por grama de ovos produzidos (g/g) e as características de qualidade de ovos: peso do ovo (g), gravidade específica, unidade Haugh, cor da gema (valor de L* e b*), porcentagem de gema, albúmen e casca, pH do albúmen e espessura de casca. A análise estatística foi realizada utilizando parcela sub subdivididas, com aplicação do teste de Tukey a 5% de significância e aplicação de logaritimo para as variáveis de produção de ovos e conversão alimentar de ovos produzidos. Houve diferença (P≤0,05) no peso médio das aves para os períodos de criação e temperatura, na qual as aves tiveram maior peso no segundo período e criadas em temperatura termoneutra. O consumo de ração apresentou efeito de interação entre os níveis de glutamina e temperatura, as aves consumiram mais ração contendo os dois níveis de glutamina quando criadas em temperatura termoneutra, e maior consumo quando receberam 3,0% de glutamina criadas em estresse térmico. Houve diferença (P≤0,05) quando avaliados os períodos de produção e níveis de glutamina para produção de ovos massa de ovos e conversão alimentar. Com uma maior produção de ovos no segundo período e quando as aves receberam 1,5 e 3,0% de glutamina. Para a massa de ovos e conversão alimentar, os valores foram melhores também no segundo período para as aves que receberam 3,0% de glutamina. Para características de qualidade de ovos, as dietas suplementadas com adição de glutamina propiciaram melhoras para peso do ovo, pH e porcentagem de casca, sendo as demais variáveis influenciadas pelos períodos de produção e temperatura que as aves foram criadas. De acordo com os resultados conclui-se que o ambiente termoneutro e a adição de glutamina na dieta de codornas japonesas de postura promoveram maior desempenho produtivo e melhora nas características de qualidade de ovos como o peso do ovo, pH e porcentagem de casca. O Capítulo III teve por objetivo avaliar os parâmetros fisiológicos e sanguíneos de codornas japonesas de postura alimentadas com diferentes níveis de glutamina e criadas em diferentes ambientes térmicos. Foram utilizados quatro períodos de produção com duração de 28 dias e o delineamento experimental utilizado foi o inteiramente casualizado, em estruturas de parcelas sub subdivididas, com período na parcela, temperatura na subparcela e os níveis de glutamina (0,0; 1,5 e 3,0%) alocados na sub

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sub parcela. No experimento avaliou-se as variáveis: temperatura cloacal (TCL), temperatura corporal (TC), contagem de leucócitos totais e relação Heterófilo:Linfócito (H:L). Para as médias de TCL, o efeito significativo foi para glutamina e períodos de produção, com médias menores para as aves que receberam 3,0% de glutamina. Quando avaliados os quatro períodos de produção, no qual a TCL das aves foi maior para os três últimos períodos avaliados e menor somente no primeiro período de produção. Nas avaliações de TC, o efeito significativo se deu para período e temperatura, com valores maiores no segundo período e menores em temperatura de estresse térmico. As avaliações de leucócitos totais observou diferença significativa para períodos de produção com valor maior somente para o quarto período avaliado. Para relação H:L, houve interação significativa entre períodos e temperatura com valores maiores para o segundo e quarto período para aves criadas em estresse térmico e para o terceiro período acondicionadas em temperatura termoneutra. Com base nos resultados, conclui-se que os níveis de glutamina utilizados diminuiu a TCL e não influenciaram a TC e os parâmetros sanguíneos das aves.

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ABSTRACT

PAULA, Joyce de. MS Dissertation (Animal Science), Federal University of Mato Grosso, Campus Sinop, june 2015, 90f. Glutamine in the diet of laying quail reared

in different thermal environments. Adviser: Profa. Dra. Claudia Marie Komiyama.

Co-adivisers: Profa. Dra Ana Paula Silva Ton and Prof. Dr. Anderson Corassa.

The experiment was conducted in order to investigate the addition of different levels of glutamine in the diet of Japanese quails posture (Coturnix coturnix japonica), created in different thermal environments on the characteristics of productive performance, egg quality (Chap.II) and physiological and blood parameters (Chap.III). In Chapter II, we used 210 Japanese quail (Coturnix coturnix japonica) with 49 days of age and average weight of 160.5±6,45g, distributed in a completely randomized design in subdivided sub plots with three levels of glutamine (0,0; 1,5 and 3,0%), two temperatures (thermoneutral and heat stress), two periods of production lasting 28 days each, five replicates of 7 birds each. The average weight of the birds were assessed variables (g) consumption of feed (g) Egg production (%), egg mass (g) and feed conversion of eggs produced per gram (g/g) and the characteristics quality of eggs Egg weight (g), specific gravity, Haugh units, yolk color (L* and b*), percentage yolk, albumen and shell, albumen pH and shell thickness. Statistical analysis was performed using sub divided portion, applying the Tukey test at 5% significance and application log for egg production and feed conversion variables produced eggs. There were differences (P≤0,05) in the average weight of the birds for rearing and temperature at which the birds had higher weight in the second period and created in thermoneutral temperature. The feed intake showed interaction effect between glutamine and temperature levels, the birds consumed more feed getting both glutamine levels when created in thermoneutral temperature and higher consumption when they received 3,0% glutamine created in heat stress. There were differences (P≤0.05) when evaluated periods of production and glutamine levels for egg production egg mass and feed conversion. With a larger egg production in the second period and when the birds received 1,5 and 3,0% glutamine. For the egg mass and feed conversion, the values were also the best in the second period and the birds fed 3,0% glutamine. For quality characteristics of eggs, diets supplemented with added glutamine have provided improvements to egg weight, pH and percentage of bark, and other variables influenced by the peroxides of production and temperature that birds were created. According to the results it is concluded that the thermoneutral environment and the addition of glutamine in the diet of laying Japanese quail promoted greater improvement in growth performance and quality characteristics of eggs and egg weight, pH, and percentage of shell. Chapter III aimed to evaluate the physiological and blood parameters of laying Japanese quail fed different levels of glutamine and created in different thermal environments. Four periods of production were used lasting 28 days and the statistical design was completely randomized in split sub plots structures, with period in the plot, subplot in temperature and glutamine levels (0,0; 1,5 and 3,0%) allocated to the sub sub plot. In the experiment variables were evaluated: cloacal temperature (TCL), body temperature (TC), total leukocyte count and heterophil: lymphocyte (H:L). For the average TCL, the effect was significant for glutamine and production periods, with lower averages for the birds fed 3,0% glutamine. When evaluated as four periods of production, in which the TCL of the broilers was higher for the last three periods evaluated and lower only in the first production period. In TC evaluations, the significant effect was given to period and

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temperature, with higher values in the second period and lower in heat stress temperature. Evaluations of total leukocytes significant difference to production periods with higher value only for the fourth study period. For relationship H:L, significant interaction between time periods and temperature with higher values for the second and fourth period to birds raised in thermal stress and for the third time placed in thermoneutral temperature. Based on the results, it is concluded that decreased glutamine levels used TCL and did not affect the blood parameters TC and birds.

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LISTA DE FIGURAS

Página

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LISTA DE TABELAS

Página CAPÍTULO II. AVALIAÇÃO DO DESEMPENHO E QUALIDADE DE

OVOS DE CODORNAS DE POSTURA ALIMENTADAS COM GLUTAMINA CRIADAS DIFERENTES AMBIENTES TÉRMICOS.

Tabela 1. Composição e valores nutricionais calculados da ração de

Postura de codornas japonesas com diferentes níveis de inclusão de glutamina na dieta em substituição ao inerte... 29

Tabela 2. Valores médios de temperatura (ºC), umidade relativa (%) e índice

de temperatura do globo negro e umidade (ITGU)... 33

Tabela 3. Valores médios das avaliações de desempenho de codornas

japonesas alimentadas com rações contendo diferentes níveis de glutamina criadas em diferentes temperaturas e dois períodos de produção... 35

Tabela 4. Desdobramento da interação entre nível de glutamina e temperatura

para consumo de ração(g/ave/dia) e níveis de glutamina e temperatura para

massa de ovos produzidos

(g)... 36

Tabela 5. Valores médios das avaliações de qualidade de ovos de codornas

japonesas alimentadas com rações contendo diferentes níveis de glutamina criadas em diferentes temperaturas em dois períodos de produção... 43

Tabela 6. Desdobramento da interação entre níveis de glutamina e

temperatura para porcentagem de gema e níveis de glutamina, temperatura e período para porcentagem de casca de ovos... 47

CAPÍTULO III. AVALIAÇÃO DOS PARÂMETROS FISIOLÓGICOS E

SANGUÍNEOS DE CORDORNAS DE POSTURAS ALIMENTADAS

COM DIFERENTES NÍVEIS DE GLUTAMINA CRIADAS

EMDIFERENTES AMBIENTES TÉRMICOS.

Tabela 1. Composição e valores nutricionais calculados da ração de Postura

de codornas japonesas com diferentes níveis de inclusão de glutamina na dieta em substituição ao inerte... 59

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Tabela 2. Valores médios de temperatura (ºC), umidade relativa (%) e índice

de temperatura do globo negro e umidade (ITGU)... 62

Tabela 3. Valores médios das avaliações sanguíneas e fisiológicas de

codornas japonesas alimentadas com rações contendo diferentes níveis de glutamina criadas em diferentes temperaturas e quatro períodos de produção... 65

Tabela 4. Desdobramento da interação entre períodos e temperatura para

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SUMÁRIO

CONSIDERAÇÕES INICIAIS...1

CAPÍTULO I: GLUTAMINA EM CODORNAS DE POSTURA: REVISÃO BIBLIOGRÁFICA ... ....4

1. Introdução ... Erro! Indicador não definido.5 2. Panorama da coturnicultura ... 5

3. Glutamina e seu metabolismo ... 7

4. Efeito da glutamina no intestino delgado ... 10

5. Efeito da glutamina no sistema imunológico ... 13

6. Potencial do uso da glutamina sobre estresse térmico ... 16

7.Considerações Finais...18

8.Referências Bibliográficas ... 18

CAPÍTULO II: DESEMPENHO E QUALIDADE DE OVOS DE CODORNAS DE POSTURA ALIMENTADAS COM GLUTAMINA CRIADAS DIFERENTES AMBIENTES TÉRMICOS ... 22 Introdução ... 25 Material e métodos ... 27 Resultados e discussão ... 33 Conclusão...49 Referências ... 50

CAPÍTULO III: PARÂMETROS FISIOLÓGICOS E SANGUÍNEOS DE CORDORNAS DE POSTURAS ALIMENTADAS COM DIFERENTES NÍVEIS DE GLUTAMINA CRIADAS EM DIFRENTES AMBIENTES TÉRMICOS ... 53

Introdução ... 56 Material e Métodos ... 58 Resultados e discussão ... 62 Conclusão...69 Referências ... 70 CONSIDERAÇÃOES FINAIS...74

ANEXO: Normas para preparação de trabalhos científicos para publicação na Revista Brasileira de Zootecnia e Arquivo Brasileiro de Medicina Veterinária e Zootecnia...75

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CONSIDERAÇÕES INICIAIS

A alimentação dos animais de produção representam a maior parte dos custos totais da produção. Portanto, a necessidade de ingredientes alternativos com intuito de melhorar o crescimento, a eficiência na produção e a imunidade do animal têm estimulado o desenvolvimento de pesquisas baseadas em nutrientes que melhorem a função imune e digestiva dos animais (Zavarize et al., 2010).

Os autores ainda relatam que a adição de produtos com ação trófica na mucosa intestinal e no sistema imune dos animais de produção em situações de estresse pode fazer com que estes apresentem melhores condições para atingir os processos de digestão e absorção de nutrientes da dieta e, portanto, melhorem o desempenho.

A melhora na eficiência e utilização dos nutrientes da dieta é de grande importância para o sucesso na produção animal, e a utilização da glutamina na alimentação de aves e suínos permite o melhor entendimento da sua funcionalidade e eficiência no desempenho e rendimento (Manvailer, 2013).

Alguns aminoácidos têm importantes funções fisiológicas e podem, em determinadas situações, ser necessários em maior quantidade, tornando-se semi-essenciais ou condicionalmente semi-essenciais (Abreu et al., 2010).

Nesse sentido, a glutamina, considerada um aminoácido dieteticamente não essencial, tem sido tema de vários estudos (Yi et al., 2005; Zavarize et al., 2010; Sakamoto et al., 2011; Wu et al., 2011; ) na nutrição animal por sua capacidade de participação em funções metabólicas relevantes, tendo como principal órgão de consumo e utilização de glutamina o trato gastrointestinal (Zavarize et al., 2010).

Além de combustível energético para os enterócitos e as células imunológicas, a glutamina é precursora de nucleotídeos, moléculas importantes no desenvolvimento e reparo das células imunológicas e intestinais (Abreu et al., 2010). Uma vez que é o

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principal precursor de energia e de macromoléculas para os linfócitos. Linfócitos e fagócitos mononucleares agem em conjunto para responder rapidamente na eliminação de antígenos estranhos, para isso, aumentam a demanda metabólica e a taxa de utilização da glutamina (Fernandes, 2011).

A possibilidade de determinação da digestibilidade de aminoácidos e de outros nutrientes tem proporcionado a utilização destes valores na formulação de dietas, com isso os níveis nutricionais tornam-se mais próximos aos valores requeridos pelos animais nas suas diferentes idades e categorias (Carvalho, 2009). Sendo assim, a suplementação com alguns aminoácidos como a glutamina tem ganhado importância por ser um dos principais combustíveis para algumas células.

O trato gastrintestinal é o principal órgão de utilização da glutamina, sendo este um substrato quantitativamente mais importante para os enterócitos do que a glicose. Há estudos que indicam que a glutamina pode ser um componente dietético necessário para a manutenção do metabolismo, da estrutura e da função da mucosa intestinal, seja em estados patológicos ou de estresse (Fernandes, 2011).

Sendo assim, o objetivo deste trabalho foi expor a glutamina e pautar suas possíveis aplicações na nutrição de codornas de postura, visando a melhoria do estado fisiológico e produtividade destes animais quando submetidos a estresse térmico.

Os trabalhos descritos nos próximos capítulos foram redigidos de acordo com as seguintes normas de publicação:

Os capítulos I e II intitulados “USO DA GLUTAMINA EM DIETAS PARA CODORNAS DE POSTURA: REVISÃO BIBLIOGRÁFICA” e “DESEMPENHO E QUALIDADE DE OVOS DE CODORNAS DE POSTURA ALIMENTADAS COM GLUTAMINA CRIADAS DIFERENTES AMBIENTES TÉRMICOS” foram redigidos de acordo com as normas editoriais da Revista Brasileira de Zootecnia (ISSN 1806-9290).

O capítulo III intitulado “PARÂMETROS FISIOLÓGICOS E SANGUÍNEOS DE CODORNAS DE POSTURA ALIMENTADAS COM DIFERENTES NÍVEIS DE

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GLUTAMINA CRIADAS EM DIFERENTES AMBIENTES TÉRMICOS” foi redigido de acordo com as normas editoriais da Arquivo Brasileiro de Medicina Veterinária e

Zootecnia (Brazilian Journal of Veterinary and Animal Science) ISSN 0102-0935

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CAPÍTULO I:

USO DA GLUTAMINA PARACODORNAS DE POSTURA: REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

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Capítulo I: Uso da glutamina para codornas de postura: Revisão bibliográfica

1. Introdução

Nos últimos anos, a coturnicultura tem apresentado um crescimento acentuado, se adequando às novas tecnologias de produção, mudando de atividade antes tida como subsistência para uma atividade altamente tecnificada e promissora (Pastore et al., 2012). Em meio a esta crescente exploração em relação a codornas de postura, a busca por trabalhos científicos que avalie as exigências nutricionais dessas aves são cada vez maiores, uma vez que suas exigências diferem de frangos de corte e galinhas poedeiras, bem como as de codornas japonesas são distintas de codornas europeias.

Uma das diferenças é a exigência em proteína bruta que, segundo Rostagno et al. (2011) é de 20% para codornas japonesas em comparação as poedeiras comerciais que varia entre 16,5 e 17%, o que supostamente onera o custo de alimentação das codornas (Silva et al., 2012).

E com a falta de pesquisas nacionais, essas exigências muitas vezes são baseadas em tabelas de exigências de outros países como NRC (National Research Council) (1994), que não condiz com a realidade das criações em países de clima tropical (Murakami & Ariki, 1998). Além disso, o ambiente em que o animal é produzido está entre um dos principais responsáveis por perdas na produção animal em escala industrial, onde o estresse térmico por altas temperaturas nas aves pode acarretar em diminuição dos índices de produtividade (Vitorasso & Pereira, 2009; Nazareno et al., 2009).

Ingredientes alternativos com intuito de melhorar o crescimento, eficiência de utilização dos nutrientes da dieta na produção e a imunidade do animal submetidos a

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estresse têm estimulado o desenvolvimento de pesquisas baseadas em nutrientes que melhorem a função imune e digestiva dos animais (Zavarize et al., 2010).

Como é o caso da glutamina que tem sido tema de diversos estudos com aves e suínos, no entanto há uma escassez de trabalhos com codornas japonesas (Yi et al., 2005; Zavarize et al., 2010; Sakamoto et al., 2011; Wu et al., 2011). Esse aminoácido é considerado condicionalmente essencial por sua participação em funções metabólicas relevantes, como a proliferação de células do intestino e sistema imunológico, equilíbrio ácido-básico e a integridade tecidual, principalmente quando este animal encontra em alguma situação de estresse.

Sendo assim, o objetivo desta revisão bibliográfica foi investigar as aplicações da glutamina na dieta de animais monogástricos, apresentando seus resultados positivos no desempenho e estado fisiológico, estando estes submetidos há algum tipo de desconforto ou estresse.

2. Panorama da coturnicultura

Dados do relatório anual de 2014 da ABPA (Associação Brasileira de Proteína Animal) reporta como destaque a produção avícola brasileira de corte que ocupa atualmente o terceiro lugar no ranking mundial atrás apenas dos Estados Unidos e China. E a produção de ovos de galinha, também acompanhou tal crescimento com um total de 34,12 bilhões de ovos produzidos no ano de 2013 (ABPA, 2014).

Nesse cenário positivo para a avicultuta a criação de codornas se destaca entre as demais criações de aves pela sua precocidade e rápida maturidade sexual, longevidade na produção e seu excelente desempenho como poedeira.

Dados do IBGE de 2011 mostraram aumento significativo na produção de ovos de codornas em relação ao ano de 2010, sendo 12% e equivalente a 260,4 milhões de

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dúzias. Com São Paulo sendo o maior produtor de ovos de codornas do país, contribuindo com 60,4% do total nacional, o Espírito Santo em segundo lugar (10,1%) e Minas Gerais ocupando a terceira posição (8,5%).

Números publicados em 2012, pelo mesmo instituto referencia que o rebanho efetivo de codornas é de 16,4 milhões de aves apresentando um aumento de 5,6% em relação ao ano anterior, com a região sudeste como a maior produtora, seja de carne ou ovos, participando com 58,4% do cenário nacional (IBGE, 2012).

Com relação a produção em termos regionais no ano de 2013, 76,1% da produção estava localizada na Região Sudeste; 11,1% na Sul; 8,2% na Nordeste; 4,0% na Centro-Oeste; e apenas 0,6% na Norte (IBGE, 2013).

A produção de ovos de codorna ainda em 2013 foi de 342,503 milhões de dúzias, aumento de 20,2% em relação ao produzido no ano anterior. E encontrava-se assim distribuída: 82,7% na Região Sudeste; 8,0% na Sul; 5,3% na Nordeste; 3,5% na Centro-Oeste; e 0,5% na Norte. O Estado de São Paulo representava 62,7% da produção nacional de ovos de galinha, seguido distantemente pelos Estados de Minas Gerais (9,9%) e Espírito Santo (7,9%). E o mato Grosso com um efetivo de 36 444 codornas em 2013 (IBGE, 2013).

Segundo a Agência Brasil, a criação de codornas esteve em destaque em 2014, com aumento de 10,6% no plantel em relação ao ano anterior, somando em dezembro de 2014, 18,172 milhões de unidades, com o Estado de São Paulo respondendo por 54,1% do total de aves (Agência Brasil, 2014).

3. Glutamina e seu metabolismo

A glutamina (C5H10N2O3) é um L-α-aminoácido, com peso molecular de

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(32,84%), nitrogênio (19,17%) e hidrogênio (6,90%). A glutamina é classificada como um aminoácido não essencial, de acordo com a capacidade do organismo de sintetizá-lo. Este aminoácido apresenta-se em maior concentração no plasma e no tecido muscular, sendo encontrado também em diversos tecidos corporais (Cruzat et al., 2009).

A glutamina apresenta importante papel no metabolismo dos aminoácidos, frente a sua atuação como transportadora de nitrogênio, transporte intracelular do ácido glutâmico, proliferação e desenvolvimento de células, balanço ácido-básico, a doação de esqueletos de carbonos para gliconeogênese, precursor da síntese proteica e mediador de diversas vias metabólicas (Barbosa et al., 2003; Cruzat et al., 2009).

Aproximadamente um terço do nitrogênio derivado do metabolismo da proteína é transportado na forma de glutamina, o que provê uma maneira não tóxica de transportar amônia dos tecidos periféricos para as vísceras (Labow & Souba, 2000).

O principal tecido corporal produtor de glutamina é o músculo esquelético, que é capaz de combinar a amônia e o glutamato para sua síntese. O fígado, órgão envolvido no controle da homeostase no organismo, é responsável por ajustar os níveis plasmáticos de glutamina aos valores fisiológicos, por possuir alta atividade das enzimas glutamina sintetase e glutaminase (Caldara et al., 2008; Shakeri et al., 2014). Responsáveis pela síntese de glutamina a partir do glutamato ou por sua degradação, também a glutamato (Figura 1) (Cruzat et al., 2009; Zavarize et al., 2010).

Para o metabolismo da glutamina, ocorre uma compartimentalização intracelular, onde no citoplasma ocorre a síntese de purina, pirimidina e de amino-acúçares, e na mitocôndria celular se inicia o metabolismo do esqueleto de carbono, com a desaminação pela glutaminase dependente de fosfato (Cruzat et al., 2009; Zavarize et al., 2010).

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Figura 1: Destinos e funções da glutamina, A partir da glutamina, o glutamato é sintetizado por meio da ação da enzima glutaminase (GA). O glutamato pode ser convertido no aminoácido γ-amino butirico (GABA), 2-oxaglutarato, glicose, ornitina, ureia, síntese de outros γ-aminoácidos (AAs) ou glutationa. Quando associado a amônia (NH3) e trifosfato de adenosina (ATP), sob a ação da enzima glutamina sintetase (GS), o glutamato converte-se novamente em glutamina. Outras abreviaturas: NH4 + = íon amônio, Na+ = sódio, K+ = potássio.

Fonte: Cruzat et al. (2009) modificado de Newsholme et al. (2003)

Para o processo de catálise que converte o glutamato em glutamina e promove o uso da amônia como fonte de nitrogênio, se dá através de uma enzima chave a glutamina sintetase. Essa enzima é regulada pelos níveis de glicocorticoides, hormônios tiroidianos, hormônio de crescimento e insulina (Cruzat et al., 2009). Carvalho (2009), relata que os locais com elevada atividade são os músculos esqueléticos, pulmões, fígado, cérebro e tecido adiposo.

O primeiro passo para utilização da glutamina é a hidrólise, na qual a partir da geração do glutamato, outras reações podem acontecer, permitindo que a glutamina seja consumida no ciclo do ácido tricarboxílico, sendo a enzima responsável por esta hidrólise denominada glutaminase, na qual a glutamina é hidrolisada em glutamato e íon amônio (Pires, 2011). O glutamato pode ser utilizado na síntese proteica ou convertido

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em α-cetoglutarato, ou ainda reagir com o piruvato, obtendo α-cetoglutarato e alanina

(Zavarize et al., 2010). Dessa forma, o aminoácido mais abundante no meio intracelular “in vivo” é o glutamato, e a glutamina no meio extracelular (Carvalho, 2009).

Através do processo de transaminação, o glutamato participa de uma via de mão dupla em que pode doar seu grupamento amino e formar um novo aminoácido, ou pelo processo de oxidação perdendo um íon de amônio, pela enzima glutamato desidrogenase formando 2-oxoglutarato. Esse produto pode entrar na via do ácido cítrico, succinato, e obter o piruvato (Curi et al., 2005).

A metabolização da glutamina no rim se torna importante por manter o equilíbrio ácido-básico, juntamente com o grupamento amino, produto da conversão da glutamina em glutamato. Este é exportado para os rins, onde atua como receptor de H+, bem como precursores de glicose na via da gliconeogênese (Zavarize et al., 2010).

4. Efeito da glutamina no intestino delgado

O intestino delgado é a porção mais longa do sistema digestório, sendo responsável pela digestão final do alimento e absorção dos nutrientes, dividido em três regiões distintas: duodeno, jejuno e íleo.

A suplementação de glutamina enteral ou parenteral resulta em aumento da espessura e do aumento do volume proteico da mucosa intestinal. Durante o estado catabólico, a glutamina é importante para o intestino, pois os enterócitos e as células do tecido linfóide usam esse aminoácido como substrato energético (Figueiredo, 2009).

O local de maior consumo e utilização da glutamina é no trato gastrointestinal, onde sua captação ocorre principalmente nas células epiteliais dos vilos do intestino delgado (Pires, 2011).

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A capacidade da mucosa intestinal em metabolizar esse aminoácido, se torna importante em situações de estresse ou em estados de doenças catabólicas, quando a depleção de glutamina pode ser mais grave, e o consumo de ração se torna interrompido devido a enfermidade clínica (Zavarize et al., 2010).

Sakamoto et al. (2011), trabalhando com adição de glutamina associada ao ácido glutâmico com frangos de corte, observaram aumento no ganho de peso e diminuição no consumo de ração com a inclusão das porcentagens de 0; 5; 1,5; 3,0 e 5,0% de Aminogut®, consequentemente, melhora na conversão alimentar dos frangos, sendo recomendada a inclusão de 2,8% à dieta das aves.

Em estudos realizados por Zavarize et al. (2010), concluíram que a suplementação de glutamina na dieta evidencia que este aminoácido é um importante substrato para o desenvolvimento e funcionamento das células da mucosa intestinal, principalmente em condições onde exista desafio, tornando-se uma ferramenta importante para o bom desenvolvimento e mantença do estado fisiológico de animais deprimidos ou submetidos ao estresse.

A glutamina vem sendo bastante estudada na alimentação de leitões jovens. É um aminoácido neutro, ou seja, com o grupo amina desprotonado (-NH2) e o grupo

carboxila protonado (-COOH), bastante comum no metabolismo proteico, mas tem sido considerado como aminoácido condicionalmente essencial (Bünzen, 2008), atuando como principal substrato energético para células de intensa multiplicação, como os enterócitos, linfócitos, macrófagos e células renais.

Segundo Bartell & Batal (2007), trabalhando com a suplementação com glutamina em frangos de corte encontraram uma resposta positiva em relação ao sistema imune e de proteção contra vários patógenos. Observaram ainda que as aves alimentadas com dietas suplementadas com glutamina obtiveram vilosidades intestinais

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significativamente maiores do que as vilosidades intestinais de aves que receberam a dieta controle a base de milho e farelo de soja. Esses autores destacaram que se as vilosidades intestinais podem ser aumentadas no início da vida do pintainho, permite que o mesmo seja capaz de utilizar os nutrientes de maneira mais eficiente na sua fase inicial e, assim, podendo ter um melhor desempenho zootécnico nas fases posteriores (crescimento e terminação).

No trabalho realizado por Murakami et al. (2007), suplementando frangos de corte com vitamina E (VE) e glutamina obtiveram como resultados deste estudo que a dieta com 10 mg de VE/kg de dieta, suplementado com glutamina a 1% de inclusão (para os primeiros 7 dias de vida) proporcionou melhor desenvolvimento da mucosa intestinal em frangos de corte aos 41 dias de vida. Este fato foi comprovado pelo comportamento das vilosidades que apresentaram maior altura em frangos alimentados com dietas acrescidas com glutamina, uma vez que vilosidades mais curtas dificultam a absorção dos nutrientes acarretando problemas no desempenho. No entanto, trabalhos com codornas avaliando o efeito da glutamina adicionada a dieta são escassos.

De acordo com Caldara et al. (2008), avaliando o efeito da glutamina sobre o turnover de carbono de músculos e vísceras de leitões desmamados, concluíram que a glutamina apresentou efeito positivo na aceleração do turnover do carbono muscular, hepático e pancreático, indicando estímulo anabólico sobre estes tecidos. Esses autores ressaltaram ainda que além de sua ação trófica direta sobre a própria musculatura estriada, a glutamina pode auxiliar no desenvolvimento de órgãos importantes para o processo de digestão de alimentos, como fígado e pâncreas, melhorando o aproveitamento dos nutrientes fornecidos aos animais.

Em pesquisa realizada por Wu et al. (2011), relataram que a suplementação dietética com 1% de glutamina mantém a saúde do intestino e impede a disfunção

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intestinal em animais com baixo peso ao nascer ou em leitões desmamados, enquanto aumenta seu desempenho de crescimento. Acrescentando glutamina a 1% na dieta para animais entre 90 e 114 dias de gestação, foi observado melhora no crescimento fetal em marrãs e redução na mortalidade pré-desmame de leitões. Adicionalmente, a suplementação dietética com 1% de glutamina aumenta a produção de leite de porcas em lactação. Assim, a quantidade dietética adequada de glutamina, pode ser necessária para suportar o crescimento máximo, desenvolvimento, produção e desempenho de suínos.

Ebadiasl (2011), avaliando desempenho, desenvolvimento gastrointestinal e morfologia de jejuno em frangos de corte suplementados com glutamina e glutamato não obteve efeitos significativos sobre desempenho com suplementação de glutamina e glutamato nos níveis 0,5-1%. Esse autor chegou a conclusão que aves alimentadas com dietas acrescidas com glutamina apresentaram maior comprimento dos vilos intestinais do que aves alimentadas com dietas suplementadas com glutamato, mas não houve diferenças significativas na produção e desempenho.

Em comparação com outros estudos (Fasina et al., 2010 e Hannas, 2010; Sakamoto et al., 2011;), há o indício de alguns benefícios, especialmente com suplementação de glutamina, que pode ser observado quando as aves são mantidas em condições de estresse ou quando o sistema imunológico está desafiado.

5. Efeito da glutamina no sistema imunológico

A interação entre a nutrição e a imunidade é particularmente de grande importância para o crescimento e produtividade animal. A nutrição pode modular qualitativamente e quantitativamente aspectos da resposta imune, sendo o padrão

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sanitário decisivo para a otimização de desempenho zootécnico de um determinado genótipo (Rubin, 2007).

Korver (2012) explica que é mais vantajoso desenvolver uma compreensão da interação entre o sistema imune e dieta para manipular o sistema imunológico, permitindo que as aves possam manter uma defesa local vigorosa contra os agentes patogênicos, enquanto ao mesmo tempo reduzindo os efeitos sistêmicos negativos.

Muito do conhecimento do sistema imune das aves se deriva do estudo em galinhas (Gallus gallus domesticus), existindo muitas similaridades do sistema imunológico das aves e mamíferos. No entanto, existem também importantes particularidades como, por exemplo, a ausência de linfonodos e também a presença de um órgão linfóide específico (bursa de Fabrícius). Contudo, esse sistema de proteção está divido, assim como nos mamíferos, em imunidade inata e adaptativa que vão atuar dependendo do agente agressor.

Nesse sentido, a glutamina participa de importantes processos metabólicos relacionados a resposta imune e atua também como importantes combustíveis celulares e teciduais.

Grandes quantidades de glutamina são requeridas em tecidos de rápida multiplicação celular como os enterócitos, atuando como principais fontes de energia para a multiplicação dos mesmos (Carvalho, 2009). Esses benefícios podem estar ainda, aliados à ação benéfica da glutamina sobre a estrutura do intestino delgado, além de melhora da resposta imune dos animais aos novos desafios microbianos enfrentados nesse período (Caldara et al., 2008).

Além de combustível energético para os enterócitos e as células imunes, a glutamina é precursora de nucleotídeos, moléculas importantes no desenvolvimento e reparo das células imunes e intestinais (Abreu et al., 2010).

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Dentre as funções da glutamina, Wu et al. (2011), citam também sua importante função como substrato energético nas divisões celulares, incluindo enterócitos e linfócitos imunologicamente desafiados e demais tipos de células como as dos rins, durante uma privação de alimento e macrófagos ativados. Como também o fornecimento de ATP para o crescimento e migração celular, bem como a manutenção da integridade das células.

A população de linfócitos no sangue periférico são bons marcadores para indicar a imunocompetência dos animais incluindo as aves, em situações de desafio essas superpopulações de linfócitos circulantes ajudam a compreender a patogênia e a evolução das infecções e como encontra-las (Flores et al., 2012).

Diversos trabalhos vêm sendo realizados com o intuito de mensurar os efeitos da suplementação de glutamina nos parâmetros de desempenho e sua participação nos eventos dependentes da ativação do sistema imune (Bartell & Batal, 2007; Ebadiasl, 2011; Sakamoto et al., 2011).

Fasina et al. (2010), estudando o efeito da suplementação de glutamina na dieta sobre a colonização de Salmonella no ceco de frangos de corte a um nível de 1% na dieta, observaram que os resultados deste estudo mostraram que suplementando 1% de glutamina promove uma melhora no desempenho. No entanto, não reduziu níveis cecais de Salmonella Typhimurium, concluindo que a suplementação de 1% de glutamina utilizado neste estudo não conseguiu uma redução de Salmonella cecal.

Hannas (2010), relata que imunidade significa proteção contra as doenças, em particular contra as doenças infeciosas e a glutamina possui capacidade regulatória na modulação do sistema imune e celular, e a sua deficiência reduz a proliferação de linfócitos, influencia na expressão de marcadores de ativação superficial em linfócitos e monócitos. Desta forma, as pesquisas na área de nutrição, sanidade, manejo e

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melhoramento vem sendo realizadas com o intuito de explorar esse mercado em expansão, principalmente em codornas de corte (Otutumi et al., 2008).

6. Potencial do uso da glutamina sobre estresse térmico

O conceito de estresse foi introduzido pelo fisiologista alemão Hans Seyle em 1936, mas ainda hoje é um tema controverso entre os pesquisadores envolvidos com animais de produção (Brossi et al., 2009).

Nesse sentido, o ambiente que o animal é produzido apresenta um dos principais causadores de perdas na produção animal em escala industrial. Em relação a variável temperatura ambiente, esta se apresenta como principal fator ambiental causador de prejuízo, e o estresse térmico por altas temperaturas nas aves pode acarretar diminuição da ingestão de alimentos, diminuição da atividade física, além de perdas na produção como, queda na produção de ovos, elevando a porcentagem de ovos mal formados e até óbito das aves (Vitorasso & Pereira, 2009; Nazareno et al., 2009).

Sendo assim, a criação de aves esbarra em desafios ligados a esses fatores, como alta temperatura e umidade relativa do ar, principalmente em países de clima tropical (Zavarize et al., 2011). As aves, sendo animais homeotérmicos, essas requerem para o seu desenvolvimento e potencialidade genética, condições ambientais e conforto térmico para seu controle homeostático e regulação da temperatura corporal (Cassuce, 2011).

A zona de termoneutralidade está relacionada a um ambiente térmico ideal, no qual as aves encontram condições perfeitas para expressar suas melhores características produtivas (Nazareno et al., 2009).

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Com isso, a adição de produtos com ação trófica na mucosa intestinal e no sistema imune dos animais de produção em situações de estresse pode fazer com que estes apresentem melhores condições para realizar os processos de digestão e absorção de nutrientes da dieta e, consequentemente, melhorem o desempenho (Zavarize et al., 2010).

Como forma de diminuir os efeitos deletérios do clima tropical, utiliza-se de manejos alimentares que visam minimizar as perdas de produtividade decorrente das condições climáticas desfavoráveis. Nesse sentido, ajustes na formulação de ração devem ser feitos levando em consideração a temperatura ambiental e seus efeitos sobre a fisiologia, o comportamento dos animais, bem como sobre o custo de produção (Navarini, 2009).

Koelkebeck et al. (1998), avaliando o efeito do estresse térmico sobre a digestibilidade dos aminoácidos em galinhas poedeiras, relataram que a temperatura constante elevada produz um maior efeito negativo sobre a digestibilidade dos aminoácidos. Já a simulação da oscilação de temperaturas diurnas e noturnas, a digestibilidade de lisina foi maior durante o período de estresse térmico em comparação ao período termoneutro.

Segundo Zavarize et al. (2011), trabalhando com a adição de glutamina na dieta de poedeiras leves submetidas a estresse térmico, concluíram que, o estresse pelo calor diminuiu o desempenho e a qualidade dos ovos e a suplementação com glutamina melhorou a qualidade dos ovos e a conversão alimentar.

De acordo com Yi et al. (2005), na qual avaliaram a suplementação de glutamina na dieta de frangos de corte sobre desempenho, morfologia intestinal e resposta imune, esses autores relataram que o acesso antecipado, ou seja, na fase inicial com 1% de

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glutamina suplementada na dieta melhorou o desempenho e diminuiu a mortalidade dos frangos.

Vários trabalhos realizados com aves de corte e postura avaliando o efeito da temperatura e sua influência direta na condição de conforto, bem estar e desempenho destas aves, concluíram alta exposição ao calor e sistemas de criação afetam o desempenho, consumo de ração, produção e peso vivo das aves (Jacomé et al., 2007; Nazareno et al., 2009; Nascimento et al., 2014;).

7. Considerações Finais

Há cada vez mais aplicações com a suplementação dietética de glutamina para animais monogástricos. Nos trabalhos referenciados neste capítulo foram evidenciadas melhoras nos índices produtivos dos animais, principalmente em condições onde exista desafio, tornando-se uma ferramenta importante, já que a glutamina é considerada o principal substrato energético para as células de proliferação rápida como enterócitos e linfócitos ativados, além de proporcionar melhora do estado fisiológico de animais deprimidos ou submetidos ao estresse.

Porém, há uma escassez de trabalhos no qual se avalie a adição de glutamina na dieta de codornas japonesas, tornando necessário mais pesquisas para determinar os níveis adequados de inclusão de glutamina na dieta para essas aves, especialmente quando estes animais se encontram em situações consideradas como estresse.

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CAPÍTULO II

DESEMPENHO E QUALIDADE DE OVOS DE CODORNAS DE POSTURA ALIMENTADAS COM GLUTAMINA CRIADAS EM DIFERENTES

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DESEMPENHO E QUALIDADE DE OVOS DE CODORNAS DE POSTURA ALIMENTADAS COM GLUTAMINA CRIADAS EM DIFERENTES

AMBIENTES TÉRMICOS

RESUMO- Objetivou-se com este trabalho avaliar o desempenho e qualidade de

ovos de codornas japonesas de postura alimentadas com diferentes níveis de glutamina e criadas em diferentes temperaturas. Foram utilizadas 210 codornas japonesas (Coturnix coturnix japonica) com 49 dias de idade e peso médio de 160,5±6,45 g, distribuídas em um delineamento inteiramente casualizado, em parcelas sub subvididas com três níveis de glutamina (0,0; 1,5 e 3,0%), duas temperaturas de criação (termoneutra e estresse térmico), dois períodos de produção com duração de 28 dias cada, cinco repetições e 7 aves por unidade experimental. Foram avaliadas as variáveis de peso médio das aves (g), consumo de ração (g), produção de ovos (%), massa de ovos (g) e conversão alimentar (g/g) de ovos produzidos e características de qualidade de ovos: peso dos ovos (g), gravidade específica, unidade Haugh, cor da gema (L* e b*), porcentagem de gema, albúmen e casca (%), pH de albúmen e espessura de casca (mm). A análise estatística foi realizada utilizando parcela sub subdivididas, com aplicação do teste de Tukey a 5% de significância. Houve diferença no peso médio das aves para os períodos de criação e temperatura, na qual as aves tiveram maior peso no segundo período e criadas em temperatura termoneutra. O consumo de ração apresentou efeito de interação entre os níveis de glutamina e temperatura, as aves consumiram mais ração recebendo os dois níveis de glutamina na temperatura termoneutra, e maior somente quando receberam 3,0% de glutamina criadas em estresse térmico. Houve diferença para produção de ovos, massa de ovos e conversão alimentar quando avaliados os períodos de produção e níveis de glutamina. Com uma maior produção no segundo período e quando as aves receberam 1,5 e 3,0% de glutamina, para massa de ovos e conversão alimentar os valores foram mais satisfatórios também no segundo período e para as aves que receberam 3,0% de glutamina. Para características de qualidade de ovos, as dietas suplementadas com adição de glutamina propiciaram melhoras para as características de peso do ovo, pH do albúmen e % de casca, sendo as demais variáveis influenciadas pelos períodos de produção e temperatura que as aves foram criadas, com maior peso dos ovos e porcentagem de casca para as aves que receberam 1,5 e 3,0% de glutamina. E menores valores de pH de albúmen dos ovos das aves que receberam 1,5% de glutamina na dieta. Conclui-se que o ambiente termoneutro e a adição de glutamina na dieta para codornas japonesas de postura promoveram maior desempenho produtivo e qualidade dos ovos.

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PERFORMANCE AND EGG QUALITY OF LAYING QUAILS FED WITH GLUTAMINE CREATED IN DIFFERENT TEMPERATURES ENVIROMENT

ABSTRACT- The objective of this study was to evaluate the performance and quality

of Japanese quail egg laying fed different levels of glutamine and created at different temperatures. 210 Japanese quails were used (Coturnix coturnix japonica) with 49 days of age and average weight of 160.5 ± 6.45g, distributed in a completely randomized design in subvididas sub plots with three levels of glutamine (0.0, 1 5 and 3.0%), creating two temperatures (thermoneutral and heat stress), two periods of production lasting 28 days each, five replicates and seven birds each. The average weight of the birds variables were evaluated (g), feed intake (g), egg production (%), egg mass (g) and feed conversion (g / g) of eggs produced and quality characteristics of eggs : egg weight (g), specific gravity, Haugh units, yolk color (L * and b *), percentage yolk, albumen and peeling (%), albumen pH and bark thickness (mm). Statistical analysis was performed using sub divided portion, applying the Tukey test at 5% significance level. There were differences in the average weight of the birds for rearing and temperature at which the birds had higher weight in the second period and created in thermoneutral temperature. The feed intake showed interaction effect between glutamine and temperature levels, the birds consumed more feed getting both glutamine levels in thermoneutral temperature and higher only when they received 3.0% glutamine created in heat stress. There were differences for egg production, egg mass and feed conversion when evaluated periods of production and glutamine levels. With increased production in the second period and when the birds received 1.5 and 3.0% glutamine, to egg mass and feed conversion values were more satisfactory also in the second period and the birds fed 3.0% glutamine. For quality characteristics of eggs, diets supplemented with added glutamine improvements have led to the egg weight characteristics, albumen pH and% peel, with the other variables influenced by periods of production and temperature that birds were created with higher egg weight and percentage of bark at the birds who received 1.5 and 3.0% glutamine. And lower albumen pH of eggs of birds that received 1.5% of glutamine in the diet. We conclude that the thermal comfort and the addition of glutamine in the diet for laying Japanese quail promoted greater production performance and egg quality.

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Introdução

A coturnicultura é uma atividade avícola em expansão. Além disso, seu principal produto, o ovo, é uma fonte de proteína animal (Moura et al., 2010). Essa atividade merece destaque devido à expansão física dos plantéis e ao aumento da produção de ovos por ave. Essas aves estão entre as mais precoces e produtivas, pois iniciam sua postura por volta do 40º dia de idade e produz, em média 300 ovos no seu primeiro ano de vida (Moura et al., 2008).

A relação entre a nutrição, ambiência, genética e sanidade associados à aplicação de tecnologias nas granjas comerciais, levaram as codornas apresentarem maiores índices produtivos, com mudanças na produção, e como consequência ainda não há uma padronização de linhagens comerciais, o que tem contribuído para a variação dos resultados de desempenho (Rostagno et al., 2011).

Além da nutrição, o desconforto térmico em aves de postura também provoca uma série de implicações que, por sua vez estão intimamente ligadas à queda no consumo de ração, menor taxa de crescimento, maior consumo de água, aceleração do ritmo cardíaco, alteração da conversão alimentar, queda na produção de ovos e maior incidência de ovos com casca mole (Trindade et al., 2007).

Como forma de diminuir esses efeitos deletérios ocasionados pelo clima tropical, atualmente utiliza-se de manejos alimentares que visam minimizar as perdas de produtividade decorrente das condições climáticas desfavoráveis (Navarini, 2009), e assim melhorar o desempenho e a qualidade do seu produto, com uma crescente utilização de aminoácidos sintéticos nas rações, com níveis menores de proteína bruta, porém atendendo as exigências das aves (Castro et al., 2011).

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Dentre esses aminoácidos tem-se a glutamina, classificada como um aminoácido não essencial, de acordo com a capacidade do organismo de sintetizá-lo e apresenta-se como mais abundante no plasma e no tecido muscular (Cruzat et al., 2009). Auxilia ainda no desenvolvimento de órgãos importantes para o processo de digestão de alimentos, como fígado e pâncreas, melhorando o aproveitamento dos nutrientes fornecidos aos animais, com ação trófica na mucosa intestinal e sistema imune (Caldara, 2008). Como também favorecer o desempenho dos animais como o aumento no consumo de ração, melhorar a conversão alimentar, e qualidade dos ovos quando estes estão submetidos a estresse por calor (Wu et al., 1996; Zavarize et al., 2011).

Vários trabalhos científicos avaliando a adição deste aminoácido na dieta de animais monogásticos, principalmente com frangos de corte e suínos em crescimento e mostram resultados satisfatório no que diz respeito a avaliações de desempenho (Ye et al., 2005; Fasina et al., 2010; Hannas, 2010; Ebadiasl, 2011; Sakamoto, 2011).

Porém há uma escassez de trabalhos com glutamina na dieta de codornas de postura, uma vez que este aminoácido se destaca com resultados positivos também em aves de postura quando são mantidas em condições de estresse ou quando o sistema imunológico está desafiado, favorecendo a qualidade dos ovos e a conversão alimentar (Zavarize et al., 2010).

Desta forma, objetivou-se com este trabalho avaliar a adição de diferentes níveis de glutamina sobre o desempenho e qualidade de ovos de codornas japonesas criadas em diferentes ambientes térmicos.

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Material e métodos

O experimento foi realizado no Laboratório de Nutrição de Monogástricos da Universidade Federal de Mato Grosso, Campus de Sinop.

A fase experimental teve duração de 56 dias (49 a 106 dias de idade) compreendendo o período de 15 de agosto à 10 de outubro de 2014 e foram utilizadas 210 codornas de postura fêmeas com idade de 49 dias com peso médio de 160,5±6,45 g. As aves foram alojadas em duas câmaras bioclimáticas, sendo uma câmara mantida em temperatura termoneutra (22ºC±2,15) e a outra câmara em temperatura de estresse térmico (30ºC±2,47). A câmara termoneutra era equipada com um aparelho de ar condicionado do tipo Split de 17.000 BTUs para manter a refrigeração e a temperatura termoneutra da sala em 22oC. Para a câmara de estresse térmico, a ventilação se dava de forma natural através de uma janela lateral, sem qualquer tipo de climatização.

Em cada câmara foi instalada uma bateria de gaiolas de arame galvanizado contento 21 gaiolas com as seguintes dimensões 1,0 m x 0,50 m x 1,85 m, dispostas em sete andares. Cada gaiola era subdividida em três compartimentos iguais de 0,33 m, utilizando 15 gaiolas das 21 disponíveis. As laterais e o piso das gaiolas foram confeccionados com arame galvanizado e sob o piso foi colocada uma bandeja de chapa metálica galvanizada para coleta das excretas. O comedouro utilizado foi do tipo calha com 0,33 m de comedouro para cada compartimento na parte frontal e 1 bebedouro tipo nipple, na parte distal da gaiola.

O delineamento experimental utilizado foi o inteiramente casualizado, em estruturas de parcelas sub subdivididas, com período na parcela, temperatura na

Referências

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