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XV ENCONTRO DE CIÊNCIAS SOCIAIS DO NORTE E NORDESTE e PRÉ- ALAS BRASIL. 04 a 07 de setembro de 2012,UFPI, Teresina-PI.

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XV ENCONTRO DE CIÊNCIAS SOCIAIS DO NORTE E NORDESTE e PRÉ-ALAS BRASIL. 04 a 07 de setembro de 2012,UFPI, Teresina-PI.

GT 3: Sociologia e Antropologia das emoções Sandra Mara Pereira dos Santos1

Relação de Gênero no Corpo de Cantoras de Rap no Brasil: sensualidade feminina.

Resumo:

As reflexões deste trabalho foram baseadas em observações realizadas em um site www.hiphopmulher.com.br e em vídeos de rap na internet. A análise de tais veículos de comunicação revelou que apesar de existir uma participação das mulheres no rap a quantidade de cantores do sexo masculino não é igual e nem menor que a quantidade de mulheres, pelo contrário, o número de homens é bem maior que o de mulheres cantoras de rap no Brasil. Para compreender este fato analisa-se a questão de gênero nesse estilo musical. Ainda estuda-se o modo como há diferenças na forma como ambos os sexos utilizam seus corpos durante suas performances nesse meio artístico. Dessa forma, o tema central deste artigo foi delimitado em torno dos significados de gênero atribuídos ao corpo dessas cantoras. Sendo assim, analisa-se os atributos sociais de feminilidade e masculinidade presentes nas letras de rap. O material empírico utilizado é um questionário sócio/econômico/cultural enviado via email para um grupo de artistas e a construção de um diálogo informal em torno da questão de gênero com os cantores (as) que abordam o tema através da rede social facebook.

Palavras Chaves: Relação de Gênero, Corpo, Rap, Sensualidade.

Relation of Gender in the Body of Rap Singers in Brazil: female sensuality. Abstrat:

The reflections of this study were based on observations made on a site www.hiphopmulher.com.br and rap videos on the Internet. The analysis of such communication media has shown that although there women participating in the quantity of singers rap male and does not equal or less than the number of women, however, the number of people is much greater than that of female rap singers in Brazil. To understand this fact we analyze the gender issue in this musical style. Although it is studied how there are differences in how men and women use their bodies during their performances in this artistic medium. Thus, the central theme of this article was delimited around gender meanings attributed to the body of these singers. Therefore, we analyze the social attributes of femininity and masculinity found in rap lyrics. The empirical material used is a questionnaire socio / economic / cultural emailed to a group of artists and the construction of an informal dialogue around the issue of gender with the singers (s) that address the issue via the social network Facebook.

Keywords: Relation of Gender, Body, Rap, Sensuality.

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Doutoranda em Ciências Sociais pela Universidade Estadual Paulista-UNESP- Campus de Marília Email: soul_mara@yahoo.com.br

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1-Introdução:

Para as pessoas do sexo feminino serem cantoras no cenário musical do rap no Brasil elas enfrentam preconceitos na relação de gênero e, por isso, utilizam estratégias culturais para conquistarem reconhecimento artístico e social no rap, e, assim, elas enfrentam as discriminações sociais. Dessa forma, tais mulheres vivenciam “jogos sérios”, pois possuem metas e “agência”. Além disso, tais mulheres constroem discursos socais para lidarem e resistirem a formas de poder presentes entre os dois sexos. Destaco ainda que ambos os conceitos em destaque são da autora Sherry Ortner ( 2006;2007), e neste texto serão utilizados para pensar a relação de gênero no rap brasileiro.

O corpo das cantoras de rap e suas letras ainda são orientados pelo mundo social e muitos atributos reconhecidos socialmente como dos homens, por exemplo, vejo o modo como isso ocorre nas formas como elas desenvolvem suas performances nos palcos. Mas, ao longo da história do rap e atualmente temos algumas MC´s mudando esse modo de cantar rap no Brasil. Dessa forma, desde a década de 80, as mulheres que querem cantar nesse meio musical constroem espaços e significados sociais para expressarem suas vivências, questionamentos e críticas políticas, bem como buscarem valorização para as mulheres. No entanto, suas intenções e estratégias de mudanças geram relações complexas e ambíguas na questão de gênero e, consequentemente, em seus corpos.

1 - Alguns aspectos do conceito de gênero

Os estudos de gênero são realizados em textos etc. de diversas autoras, os quais começaram a elaborar essa discussão considerando uma relação entre o corpo das pessoas e os aspectos sociais.

Segundo Linda Nicholson (2000), no final dos anos 60 a categoria usada para diferenciar o homem da mulher era o “sexo”, ou seja, a biologia do corpo. O feminismo dessa época teve que lidar com esse tipo de concepção e pensar nas distinções sociais entre ambos os sexos. Por isso, essa autora apresenta que o “sexo” esteve e ainda permanece atrelado as discussões e visões sobre o masculino e o feminino. Linda Nicholson (2000)

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analisou ainda, que em contextos sociais e históricos diversos, as concepções de homem e de mulher, de feminino e de masculino podem ter sentidos diferentes.

Noto ainda, o modo como nas teorias científicas das feministas da década de 60, e mesmo em muitos espaços na sociedade de hoje, as categorias homem e mulher são mais um reflexo do sexo das pessoas e os conceitos masculino e feminino são entendidos dentro do campo de significados e atributos culturais atribuídos aos dois sexos opostos.

Segundo Joan Scott (1992) a partir da década de 60 nos Estados Unidos delimitou-se um campo no qual feministas acadêmicas reivindicam que as também mulheres fossem vistas como sujeitos históricos, e não apenas os homens. A partir da perspectiva política de inserir e provar que as mulheres estão na história, os estudos sobre as mulheres ampliaram seu campo de reflexão até construir gênero como uma categoria analítica, e isso nos estudos sobre as desigualdades e diferenças entre ambos os sexos.

A partir da década de 70 nos Estados Unidos e finais dos anos 80 no Brasil, as pesquisas sobre as mulheres deixaram de ser estudadas isoladamente e passaram a ser relacionadas com os homens. Dessa forma, A categoria de gênero começou a ser usada para pensar a mulher em relação ao homem. Assim, essas pesquisas introduziram a perspectiva das diferenças sociais entre os homens e as mulheres como distinções relacionais A categoria de gênero foi construída para rejeitar as explicações que atribuíam apenas à biologia dos corpos, as diferenças de papéis sociais desempenhados pelos homens e pelas mulheres. (Kaslsing, 2008; Soihet,1986, Linda Nicholson,2000).

O gênero seria o resultado dos significados sociais dados para os sexos das pessoas. No entanto, Butler (2003) questiona uma separação binária entre os conceitos de sexo e gênero. Essa autora argumenta que o sexo também é uma criação social, em outras palavras, assim como a categoria gênero, sexo também é derivado de uma construção social.

Tendo-se em vista que o corpo é uma invenção cultural, o “sexo” não é um meio passivo, no qual são depositados os significados culturais, que são denominados de gênero (Butler, 2000; 2003). Assim, Butler (2000) propõe considerar nas discussões de gênero a matéria e a realidade do corpo. De

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acordo com essa autora, a discussão de gênero também engloba a biologia do corpo e os significados culturais assumidos pelo corpo sexuado e não somente impostos. Segundo Butler (2003), a partir de alguns estudiosos como Foucault, o estudo de gênero é conduzido por uma crítica genealógica, que consiste em não buscar uma identidade sexual verdadeira e oculta nas pessoas, mas as implicações políticas, as quais permeiam a temática de gênero. Essa autora afirma:

“A genealogia toma como foco o gênero e análise relacional por ele sugerida precisamente porque o „feminino‟ já não parece mais uma noção estável, sendo seu significado tão problemático e errático quanto o de „mulher‟, e porque ambos os termos ganham seu significado problemático apenas como termos relacionais.” (Butler,2003:09).

Para Butler (2003), o contexto histórico, a raça, a classe social, a etnia, entre outros, são categorias que atuam na noção de gênero e, por isso, este conceito não está separada das políticas de poder e do contexto cultural.

2 - Gênero no rap

Em minhas observações principalmente de vídeos de rap na internet e de outros veículos de comunicação como, por exemplo, de revistas e CDs desse estilo musical, notei o modo como a quantidade de mulheres não é maior e nem igual o número de homens nesse cenário musical, mas sim substancialmente menor.

Questionar a proporção numérica de ambos os sexos no rap nacional e o fato de termos no Brasil uma quantidade bem maior de homens que mulheres no rap é um dos motivos pelo quais me levou a estudar a relação de gênero nesse estilo musical. Assim, meus estudos tem mostrado não apenas uma diferença quantitativa entre ambos os sexos, mas também que essa questão numérica está relacionada com uma problemática de desigualdade no campo de gênero e, portanto, a presença da utilização de poder entre homens e mulheres nesse cenário musical no nosso país. As ações das mulheres no rap perante essa desigualdade podem ser analisadas segundo a perspectiva de “agência” da autora Sherry Ortner (2006).

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Segundo Sherry Ortner (2006) em todas as suas pesquisas a questão de gênero sempre se faz necessária, visto que essa questão é uma categoria presente nas relações sociais. Assim, essa autora declara um aspecto que também analiso no rap do Brasil:

“(...) há muito mais mulheres em varais posições de poder, muito mais mulheres executivas nos estúdios de que antes, muito mais produtoras, especialmente no campo independente, o que é ótimo, e há algumas diretoras. Mas os diretores, particularmente os que têm mais prestígio artístico, são ainda, na grande maioria homens, 99%. Quando se chega perto da zona que parece ser o lugar „mana‟, onde o poder reside, lá estão os homens.”(Sherry Ortner, 2006: 440)” Após essa declaração acima Sherry Otner (2007) diz que vai pesquisar em Hollywood mais detalhamente essas relações entre homens e mulheres. Assim, vejo o fato que há relação de poder entre os dois sexos em Hollywood e no rap brasileiro.

Sherry Ortner (2006) explica o contexto de um dos seus artigos mais lido “Esta a mulher para o homem assim como a natureza para a cultura?”. Esse contexto foi marcado pela influência universal e binária do estruturalismo da década de 70, anos nos quais as discussões sobre gênero cresciam nos Estados Unidos, e ela juntamente com outras antropólogas apresentaram estudos sobre a universalidade da dominação masculina. Tal poder dos homens foi questionado pelas marxistas e pelo feminismo de outros países como o da Índia. Segundo a autora essas feministas pensavam que o colonialismo, a pobreza etc. são mais importantes que a dominação masculina, para esse feminismo pensar a imposição de gênero é para pessoas de países que não possuem como prioridade preocupar-se com a vida econômica básica como, por exemplo, obter alimentação e emprego.

Segundo Sherry Ortner (2006) atualmente a dominação masculina não é o foco central da antropologia feminista, visto que recentemente temos um feminismo voltado para as diferenças entre as mulheres, o qual pode falar de todos os conflitos e opressões que as pessoas do sexo feminino lidam, e não somente da dominação do homem. A autora afirma ainda, o modo como hoje o poder do homem não tem o mesmo grau de estudo que já teve antes, e ela gostaria de entender o motivo pelo qual isso ocorre nas ciências sociais.

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Sherry Ortner (2007) é uma das antropólogas norte-americanas mais reconhecidas atualmente no mundo. Seus estudos são referências nas pesquisas de antropologia e feminismo. Em tais reflexões ela desenvolveu discussões que ficaram conhecidas como “teoria da prática” e de “agência”. Nos estudos de “teoria da prática” e de agenciamento essa autora encara o desafio de buscar articular estrutura e processos sociais. Assim, após os anos 80 ela já escrevia que o agenciamento era a questão a ser enfrentada para termos uma teoria da prática consistente e pertinente ( Debert, Almeida:2006) Como apontou Sherrey Ortner (2007), vejo a maneira como as mulheres do rap também não falam em uma dominação masculina, pelo menos no sentido fiel do termo: os homens mandam e elas obedecem. E concordo com essas MC's2 sobre essa visão de gênero no rap. Todavia, penso que há relação de poder entre homens e mulheres no cenário desse estilo musical no Brasil.

Também observo que a maioria das cantoras de rap não possuem como prioridade questionar a desigualdade de gênero no rap e algumas delas e alguns homens negam que tal discrepância de poder exista hoje no rap nacional. Mas, analiso que mesmo diante de poucas referências femininas no rap nacional, as mulheres nesse meio musical desenvolveram ao longo dos anos algumas estratégias para participarem desse espaço e criarem dentro do rap algumas representações femininas. Um exemplo dessa ação feminina foi a criação do site www.hiphopmulher.com.br, que ainda é organizado por mulheres das periferias, e voltado, principalmente, para contemplar problemáticas, conquistas artísticas e sociais e outros, dessas mulheres do Brasil.

3- “Agência”no rap.

Ao estudar o texto “Poder e Projetos: reflexões sobre a agência” de Sherry Ortner (2007), visualizei em suas análises alguns aspectos que vejo na relação de gênero no rap no Brasil. Isso pelo fato de ter lido nesse seu trabalho a seguinte reflexão sobre os agentes/atores sociais:

2 MC’s também significa cantora de rap.

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“ encarando-os como estando sempre envolvidos na multiplicidade de relações sociais em que estão enredados e jamais podendo agir fora dela. Assim sendo, assume-se que todos os atores sociais „têm‟ agência, mas a idéia de atores como sempre envolvidos com outros na operação dos jogos sérios visa a tornar praticamente impossível imagina-se que o agente é livre ou que é um indivíduo que age sem restrições.( Ortner,p.47:2006)”

O conceito de “agência” das pessoas é formado por autores autônomos, mas não individualista, visto que o indivíduo não é totalmente livre. Pois, os sujeitos sempre estão envolvidos em relações de solidariedade, poder, competição e em significados culturais. Assim, para Sherry Ortner(2007) os indivíduos não triunfam sobre seu contexto, mas articulam e movimentam seus projetos pessoais.

Para Sherry Ortner(2007) as forças dos seres humanos e o movimento das ações coletivas estão relacionadas nas sociedades. Dessa forma, as análises da autora se voltam para as “agências”, ou seja, os atores e suas intenções; todavia, os resultados das atitudes destes não correspondem suas intenções iniciais, e isso, devido às forças coletivas e formações culturais que interferem nas ações dos sujeitos. Para a autora a “agência” não é puro individualismo americano, mas um empoderamento que os seres humanos possuem em suas sociedades; visto que a “agência” implica em intenção construída na cultura. No entanto, esse empoderamneto está em conexão com o poder das estruturas sociais.

O conceito de “agência” é pertinente porque nele temos pessoas inseridas em projetos culturalmente definidos, no entanto, possuem dentro deles intencionalidade, necessidades e vontades, onde as ações desses sujeitos apontam para algum propósito. Assim, há nessa concepção uma intencionalidade ativa que é diferente da simples rotina e reprodução cultural. A “agência” é universal na concepção de Sherry Ortner (2007), pois todos os seres humanos possuem a capacidade de agir, todavia, é culturalmente e historicamente construída, por isso, ela varia no tempo e de lugar. Assim, a “agência” é a capacidade de afetar as relações e discursos sociais, visto que ela tem sua raiz no poder, possui ideia de resistência e está nos movimentos sociais e outros. Sendo assim, a “agência” pode ser para dominar, resistir ao poder, perseguir projetos coletivos e individuais, mas

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sempre com intencionalidade dos indivíduos. Por isso, vejo que tal categoria também está nas relações de gênero existentes no rap nacional.

É interessante o modo como Sherry Ortner(2007) descreve em seu trabalho “ Poder e Projetos: reflexões sobre a agência” algumas heroínas de histórias infantis e populares no mundo ocidental, que são castigadas por tomarem uma atitude, ou seja, agirem contra o poder presente na relação de gênero. Esses contos são construções culturais que constrói “agências”, ou seja, intenções das heroínas em agirem fora e, às vezes, contra o poder cultural e político presentes na relação de gênero. Dessa forma, a autora demonstra o modo como a “agência” é a conexão do poder e intenção das pessoas, as quais estão nos “jogos sérios”, ou seja, nas formações culturais. Essa antropóloga define “jogos sérios” da seguinte forma:

“ As interpretações da vida social por meio de jogos sérios não envolvem a modelagem formal da teoria dos jogos e não envolvem o seu pressusposto de que prevalece uma espécie de racionalidade universal em praticamente todos os tipos de comportamento social. Ao contrário, os „jogos sérios‟ são, bem enfaticamente, formações culturais, não modelo de analista. Além disso, a perspectiva dos jogos sérios pressupõe atores culturalmente variáveis ( e não universais) e subjetivamente complexos ( e não predominantemente racionalistas e interessados em si mesmos).(Sherry Ortner,p.46:2007)”

Também está intrínseco na “agência” um poder que as pessoas possuem sobre si mesmas e sobre os outros. Tal força social pode ser para dominação ou resistência e ambas estão relacionadas aos desejos e projetos desses atores. Noto em meus estudos realizados até o momento sobre gênero no rap, que as mulheres e homens desse cenário musical utilizam em seus projetos duas formas de poder: um que ocorre sobre o “outro” e um para resistir a diversos modelos de formações culturais.

Há no rap nacional diversas formas de poder, mas citei essas duas no parágrafo anterior porque até o momento da minha pesquisa foram as que eu notei de modo mais freqüente na relação de gênero. Ressalto que dentro do rap brasileiro o poder de impor modos de ser homem e mulher, assim como o de resistir via transformações e reesignificações de modelos de gênero não

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desejados por ambos os sexos, podem ser formados e reproduzidos pelas mulheres e pelos homens. ( Ortner, 2006; Foucault;1993)

Assim como Sherry Ortner (2006) comenta em seu trabalho, vejo que no rap nacional as mulheres constroem laços de solidariedade e projetos individuais, no entanto, também lidam com formas de poder na relação de gênero. Discutirei abaixo aspectos desse quadro, no qual cantoras de rap estão vivendo.

3.1 - Corpo no rap

Entendo que homens e mulheres possuem muitos comportamentos corporais diferentes uns dos outros, e isso porque o corpo de uma pessoa está relacionado aos significados culturais que ela vivenciou nas relações sociais. Desta forma, noto o modo como no estilo musical do rap esses dois sexos cantam nos palcos utilizando movimentos físicos reconhecidos socialmente como “próprios dos homens”. Mas, ainda analiso o modo como uma pessoa que canta rap pode expressar através de seus movimentos corporais atributos sociais masculinos como, por exemplo, gestos manuais retos e duros, roupas sóbrias e compridas, expressão facial séria e raivosa etc., e isso mesmo através de um corpo com o sexo reconhecido culturalmente como de uma mulher; pois “sexo” e gênero são construções socioculturais e não uma essência objetiva e materializada no corpo, mas construída socialmente, e, portanto, interpretada como masculino e feminino. Assim, vejo que no cenário do rap nacional o fato de ser mais frequente tais atributos masculinos torna o palco um espaço do corpo do homem, ou seja, dos significados culturais de masculinidade. (Butler,2000;2003;Breton,2009).

Na história do rap nacional os homens conquistaram o espaço do palco primeiramente que as mulheres, pois este é um espaço público e historicamente não muito usufruído pelas mulheres nas culturas ocidentais. Para essas pessoas do sexo feminino cantarem nesse espaço de origem masculina, elas são levadas a pensarem em mais de uma estratégia artística e social para atingirem essa finalidade. Vejamos abaixo duas fotos para refletirmos:

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Foto retirada do site do grupo Atitude Feminina durante um festival de rap em Brasília.

Foto retirada do site desse grupo

Observo que na segunda foto as cantoras estão no espaço artístico do palco, e, por isso, com roupas justas, todavia, são vestimentas compridas e não curtas, além disso, as roupas possuem cores sóbrias; as mulheres da foto estão em uma postura corporal reta e contida, a mesma postura corporal que

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quase todos os dos homens cantores de rap assumem no palco e que podemos ver na foto apresentada aqui na qual aparece um cantor de rap homem. O palco é o espaço da expressão da racionalidade transmitida via raps. O oposto desse rol de movimentos corporais citados nas linhas acima pode significar um corpo de mulher sensível, delicado, sexualizado etc. Em outras palavras cantar rap fora do modelo de artística construído nesse meio artístico poder ser concebido socialmente no rap como expressões de feminilidade, e estes atributos não significam para muitos cantores e cantoras meios pelos quais também se pode fazer política. Assim, fica mais difícil para as mulheres participarem e proporem novos modelos corporais, discursivos etc. nesse meio artístico, vejo que tal discussão nos ajuda a entender o motivo pelo qual há menos mulheres do que homens no rap nacional.

Noto ainda que é comum e estimulado no rap cantar e expressar no corpo e nos temas das letras a dimensão da racionalidade, assim a razão é comunicada também pelo corpo, para tal objetivo esse tipo de matéria biológica fica contida, travada e regulada, isso ocorre porque o corpo da mulher sexualizada deve ser escondido para a racionalidade prevalecer nesse espaço social. Esta dimensão humana é um atributo masculino, enquanto as emoções como, por exemplo, chorar, falar de sentimentos do mundo privado etc. são entendidas como parte do mundo feminino.

Uma dos discursos que mais me chama a atenção é o modo como a maioria das cantoras de rap com as quais conversei durante a pesquisa me disseram que para ser uma artista de rap elas não desejam usar seus corpos do mesmo modo que os homens em todas as dimensões da vida de uma cantora de rap. No entanto, analiso que esse esforço para atingir tal finalidade ocorre mais no campo do vestuário e fora dos palcos e menos nos temas das letras - razão - e nos movimentos corporais - sexualidade. Vejamos abaixo algumas das opiniões de MC‟s cedidas para mim sobre vestuário, corpo e sexualidade:

Bem irmã, eu acredito que quem faz a roupa é a pessoa, o rap não exige etiqueta, tu tem que ser verdadeiro!

Eu canto Rap, mais não deixo de ser feminina, tem dias que canto com um boné, outro com uma calça larga, outro com uma chapinha no cabelo e bem maquiada, isso é indiferente o que vale é tua ideologia, o que tu

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vai passar através da tua letra não da tua roupa, é claro que não se deve ir vestida como se fosse pra um baile funk né! (Gravatí-R.S.)

Ela deve se vestir da maneira que ela se sinta bem.

Hoje com essa evolução do movimento, a mulher não precisa mais colocar uma calça larga, tênis e blusão para ser aceita, ela não precisa mais se masculinizar.

A Maria que é minha parceira de grupo e eu, nos vestimos de forma bem feminina, com vestidos às vezes curto (não muito) ou logo, quase sempre de turbante e roupas coloridas, pois a nossa ancestralidade nos mostrou que temos que nos apresentar assim e apesar de não ter nenhuma religião eu respeito (....) Mas em shows sempre tem os abusados né, então as minas tem que tomar cuidado com saia muito curta por conta do palco, pois sempre tem um idiota querendo ver além do que você já está mostrando.(Santos-S.P.)

Mais uma vez acredito que é melhor usar o corpo também de forma discreta sem querer aguçar a sexualidade, porque quero que meu público preste atenção em minhas palavras e não no meu rebolado. (Blumenau-S.C.)

Analiso nas citações anteriores de algumas cantoras de rap do Brasil, descritas nos questionários sócio/cultural/econômico enviados para elas via email, algumas relações e estratégias criadas por elas para lidarem com a desigualdade e poder na relação de gênero.

Uma das estratégias que as MC‟s usam no cenário do rap é aproximarem-se o máximo possível do comportamento corporal dos homens, e procurarem utilizar algumas peças de roupas e acessórios freqüentemente mais apropriados pelos homens.

Um segundo caminho que as cantoras adotam no campo do rap é usar roupas cujos modelos deixam seus corpos mais sensuais, por isso, são peças mais justas, garantindo assim sua feminilidade. No entanto, para serem vistas como MC‟s, elas continuam utilizando um timbre de voz mais grossa, rouca e profunda, em outras palavras, elas mantém a clássica estética sonora do rap e ainda cantam sobre os temas mais presentes nos raps dos homens. Uma terceira estratégia é aquela na qual as rappers apropriam-se de diversos tipos de roupas e acessórios como, por exemplo, vestuários com tecidos mais leves e suaves, também usam vestidos, saias, brincos, batons, calças jeans justas, etc. Elas não apresentam um padrão homogêneo de

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vestimenta, o que muda constantemente a utilização do seus corpos no rap. Todavia, elas continuam discutindo em suas letras sobre violência urbana, preconceitos, desigualdade social, cantam com vozes fortes, grossas e outros; além disso, ainda atuam com muitos movimentos corporais, já descritos anteriormente, reconhecidos socialmente como específicos dos homens.

Analiso o modo como essa terceira estratégia é a mais utilizada pelas cantoras que entrevisto via questionário e estabeleço diálogos através do facebook, e também pelas mais reconhecidas no cenário do rap nacional. Atualmente tal forma de “ser mulher” nesse campo musical é a mais utilizada pelas MC‟s porque propicia para que elas sejam aceitas como cantoras de rap, e isso sem perderem a sua feminilidade. Dessa forma, vejo que é por meio dessas estratégias citadas anteriormente que muitas MC’s articulam e vivenciam em seus corpos os conflitos e liberdades presentes na relação de gênero no cenário do rap nacional.

Ainda noto no espaço do rap pelo menos dois lados sobre o modo como as cantoras pensam os seus corpos em suas apresentações nos palcos. Um desses lados é que atualmente elas se sentem mais livres durante suas performances nos palcos, revistas, vídeos etc. e isso pelo fato de hoje não ser mais obrigatório usarem todas as peças de roupas dos homens, como foi no início do rap no Brasil. O outro lado é a forma como elas pensam que seus corpos não devem usar roupas que as deixem sensuais, mas somente femininas, ser sensual e/ou sexual no rap é um ponto de tensão social nesse gênero musical.

Desse modo, analiso que não é muito nítido para muitas MC‟s as diferenças entre expressar sensualidade e sexualidade. Mas, para outras cantoras ser feminina é ser sensual. Apesar de elas quase não falarem a palavra sensual e sim feminina. Vejo em meus estudos que ser sensual e feminina possuem quase o mesmo significado, ou sela, ser feminina é se vestirem da forma como elas descreveram acima e como aparece nas imagens presentes nesse texto. No entanto, pronunciarem e denominarem o modo de ser feminino como também sensual é raro no rap. Vejamos abaixo uma forma de um corpo de mulher ser sensual e não sexual no rap nacional. No entanto, eu li a matéria na qual essa imagem está presente e em nenhum momento eu

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vi a palavra sensual ou sexual, mas observando a imagem abaixo posso interpretar que essa cantora de rap está em uma postura sensual:

Postado por Mandrake no site rapbrasil em 9 de março de 2010 .

Abaixo temos uma outra foto que demonstra mais uma forma das MC‟s representarem feminilidade. Penso que tal imagem pode ser compreendida por algumas pessoas como sensual, mas não como sexual.

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Analiso a forma como é presente no raps os discursos nos quais a mulher pode e/ou deve ser sensual, ou seja, feminina, mas não sexual. E isso principalmente nos palcos, vídeos, fotos que estejam dentro do cenário do rap. Percebo nas declarações das MC‟s que elas desejam serem vistas da seguinte forma: em um corpo de mulher feminino, mas sem sexualidade.

Concordo com as rappers quando dizem que usar apenas seus corpos de modo sexual para cantarem dificilmente os homens prestarão atenção em suas ideias, por isso, mas também penso que por outros motivos, elas não seguem a via sexual. Elas evitam demonstrar sensualidade em quase todos os momentos e jamais sexualidade. Isso porque o objetivo principal delas não é obter atenção por meio do corpo, mas pelas ideias que cantam em suas músicas. Mas, ao fazerem isso terminam por reproduzirem um dos discursos masculinos burguês e ocidental sobre como as mulheres devem lidarem com seus corpos: mantê-los dentro das regras sociais, e uma delas é ocultar desejos sexuais. (Foucault, 1993).

Muitas dessas cantoras querem obter voz e reconhecimento no rap através da racionalidade e não do corpo, esse é um dos motivos que as fazem procurarem o espaço do rap para serem artistas e não outro gênero musical, e que aceitaria mais facilmente as mulheres devido ao seu corpo. Analiso em algumas falas das MC‟s que elas procuram expor suas ideias no rap porque nele elas são notadas como pessoas que criam, criticam, produzem pensamentos e racionalidade. Assim, essas pessoas possuem como principal intencionalidade serem mulheres que não querem ganhar visibilidade e reconhecimento social pela sua sexualidade, como ocorre em outros gêneros musicais como, por exemplo, no estilo musical mais citado por elas: no funk. A história das mulheres cantoras de rap no Brasil nos mostra que elas criaram espaços e performances em uma forma de arte que nasceu como masculina. Essa prática delas foi e ainda é, para não serem vistas pelos homens e mulheres como pessoas que possuem somente duas funções: reproduzir biologicamente e dar prazer sexual aos homens. Dessa forma, estrategicamente, elas apropriam-se de um espaço para usar recursos musicais e corporais desenvolvidos pelos homens como, por exemplo, vozes fortes, gestos duros, sonoridades do espaço urbano, temas considerados socialmente como do espaço público e, portanto, dos homens etc., para

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negarem um padrão social de gênero e não serem vistas como apenas um ser sexual, emocional e doméstico. Destaco ainda, como estas três dimensões são vistas no rap como despolitizadas e simultaneamente relacionadas aos atributos e papeis sociais das mulheres.

Penso ainda o modo como é utilizando mecanismos artísticos e recursos sociais que os homens possuem que muitas MC‟s reecriam, ultrapassam e flexibilizam as fronteiras dos significados culturais no rap nacional e, em alguns casos, da separação que as inferiorizam socialmente via relação de gênero no rap e nas periferias. No entanto, do meu ponto de vista usar símbolos já citados neste trabalho reconhecidos socialmente como do mundo dos homens para ser uma artista de rap cria um paradoxo e/ou uma “armadilha” para algumas mulheres.

O fato das cantoras de rap utilizar muitos recursos masculinos em seus corpos e músicas para obterem reconhecimento e respeito social é compreendido por mim como uma “armadilha”, porque na medida em que para atingir tal finalidade muitas delas tem que seguir referências masculinas, restringindo assim novos modos de ser mulher e cantora de rap.

Também destaco o fato de, muitas vezes, esses símbolos e discursos masculinos reproduzem e reforçam por velhos e novos caminhos a mulher sem direito e expressão a prazer sexual, e quando ela possui essa forma de sexualidade, ela é vista como uma pessoa inferior e sem intelecto. Dessa maneira, a intencionalidade de várias cantoras de rap de mudanças na relação de gênero continua em conexão e tensão com o poder masculino intrínseco no papel social para as mulheres. Sobre esse ponto Sherry Ortner (2006) nos esclarece o seguinte:

Sugere-se aqui que „desejos e motivações‟ que são os ingredientes da intenção e da agência, às vezes são irrelevantes para os resultados, mas no mínimo guardam com estes uma relação complicada e altamente mediada” ( Sherry Ortner, 2006:p.49-50)

São as formas de atuação das mulheres no rap que me levou a pensar suas estratégias para cantarem suas músicas, como projetos de atores inseridos e confrontando certos poderes como, por exemplo, a predominância da performance e dos olhares masculinos sobre a vida nas periferias; assim as mulheres que cantam rap estão em “jogos sérios” da forma como Sherry Ortner

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(2007) nos apresenta. Notei que o conceito de “agência” dessa antropóloga possui relação e ajuda a compreender as ações artísticas das pessoas do sexo feminino no rap no Brasil.

“Os jogos sérios e agência” em Sherry Ortner (2007) podem ser utilizados para pensar o modo como as mulheres no rap lidam e participam no espaço do rap nacional, assim compreendo essa relação entre os dois sexos e as formações culturais como uma complexidade de subjetividades e de poderes, ou seja, de “jogos sérios”. Em outras palavras, as pessoas criam e vivem significados culturais atribuídos à relação de gênero dentro de projetos pessoais e de uma cultura contextualizada socialmente.

Para Sherry Ortner(2007) “jogos sérios” são formações culturais com atores variáveis e não universais e, por isso, não é o jogo formal. Na concepção de “jogos sérios” dessa autora ela define que a vida social está voltada para metas e projetos das pessoas e não somente para reprodução de um contexto macro social. Percebe-se isso no modo como as mulheres no rap driblam uma cultura machista para colocarem em prática seus projetos de serem cantoras de rap. Por isso os “jogos sérios” focalizam no micro-político, mas sem perder de vista as formações culturais gerais.

Analiso que as mulheres no rap utilizam os gestos corporais dos homens nos palcos, esse é um dos meios e espaços que elas utilizam para reproduzirem os movimentos corporais masculino, com o objetivo de obterem credibilidade no cenário do rap. Penso que isso ocorre porque algumas delas não visualizaram e outras não querem outro modo de cantar rap nos palcos, que se diferencia desse modelo de movimento corporal. No entanto, tais cantoras possuem a intenção se sentirem e serem vistas como mulheres mesmo como cantoras de rap, assim elas apropriam-se de atributos vistos socialmente como femininos para vivenciarem esse tipo de mulher.

Por fim, reflito que ter ocorrido ao longo do tempo uma construção de um vestuário feminino para as cantoras de rap, foi uma das principais mudanças conquistadas por essas artistas. Vejo que nesse aspecto da estética ocorreu uma mudança pelo fato de quando elas se negam a usarem todas as peças de roupas dos cantores homens de rap, isso é uma forma de resistir a alguns significados culturais do modelo de mulher que deve atuar no espaço público.

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4- Considerações Finais

Neste texto analisei alguns aspectos do modo como as mulheres atuaram e participam do cenário do rap nacional. Para tal finalidade também utilizo o conceito de “agência” da autora Sherry Ortner (2007) para pensar o papel das mulheres nesse espaço musical.

Observei que as pessoas do sexo feminino possuem projetos com intencionalidades, essas suas metas envolvem busca por reconhecimento, valorização e obtenção de espaço no cenário do rap para expressarem suas ideias, mas para isso, elas lidaram, e ainda enfrentam um poder que é o do discurso no qual elas devem provar que são merecedoras de serem vistas como cantoras de rap com seriedade; assim elas encontram-se em “jogos sérios”.

Para alcançarem suas metas pessoais e sociais as cantoras de rap criam estratégias perfomáticas e discursivas, isso porque assim como os homens elas também querem ser reconhecidas como possuidoras de intelecto. No entanto, problematizo neste texto, que essas estratégias não mudam todos os aspectos na relação de gênero e, muitas vezes, reforçam a visão de um poder machista no qual a mulher deve ser uma pessoa sem sexualidade para ser levada a sério. Assim, o corpo da mulher nesse espaço artístico não pode despertar ideias de desejos sexuais nos homens, e isso é para ela ter chances de obter reconhecimento como cantora de rap. Mas, para atingir esse objetivo ela assume a performance masculina no âmbito das letras de rap, no modo de movimentar seu corpo etc. Sendo assim, observo o modo como isso cria uma ambigüidade nesse cenário musical, isso porque na busca por respeito via mundo das ideias e da razão as cantoras de rap reforçam que expressar outras dimensões humanas e que são atribuídas às mulheres, elas contribuem para a manutenção de uma única forma e modelo de se fazer política: o masculino. Tal fato contribui para a relação de um poder controlador na relação de gênero no rap nacional e para a pequena participação das mulheres das periferias nesse meio artístico.

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5- Referência Bibliográfica:

LE BRETON, David. As paixões ordinárias: antropologia das emoções. Petrópolis: Vozes, 2009.

BUTLER, Judith. 2003. Problemas de gênero: feminismo e subversão da identidade. Rio de Janeiro, Civilização Brasileira.

_______________. 2000. Corpos que pensam: sobre os limites discursivos do sexo. In.: Guaciara Lopes Louro(org.). O corpo educado. Belo Horizonte, Ed.: Autêntica.

FOUCAULT, Michel. 1976. História da Sexualidade I: A Vontade de Saber. Rio de Janeiro: Graal, 1993.

NICHOLSON, Linda. 2000. Interpretando o gênero. Estudos Feministas, Florianópolis,v.8,n.2,p.9 a 41.

SANTOS, Sandra Mara P. dos. “Um brinde pra mim”: rivalidades e concepção de talento dos hip-hoppers de Marília. Dissertação de Mestrado apresentada ao programa de Pós-Graduação em Ciências Sociais da Universidade Estadual Paulista- Campus de Marília. 2007.

SCOTT, Joan. História das mulheres. In.: BURKE, Peter.(Org). A escrita da história: novas perspectivas. São Paulo: Editora da Unesp,1992,pp.63-95. SHERRY, B. Ortner. Miriam Pillou Grossi (org.). Conferências e Diálogos: Saberes e Práticas Antropológicas. ABA, Blumenau, Nova Letras, 2007.

Entrevista com Sherry Ortner. Guita Grin Debert e Heloisa Buarque de Almeida. Cadernos Pagu (27), julho-dezembro de 2006:pp.427-447.

Referências

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