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DIREITO CIVIL I 1º PERÍODO

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Academic year: 2021

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DIREITO CIVIL I

Graziela Tavares de Souza Reis Josefa Wieczoreck

1º PERÍODO

Paulo Benincá

(2)

APRESENTAÇÃO

Destina-se esta disciplina de Direito Civil I a apresentar breves noções acerca do direito civil. Para tanto, condensamos o conteúdo da disciplina, procurando destacar o mais importante e usual sobre o tema.

Não temos aqui a pretensão de elaborarmos um trabalho de cunho altamente filosófico ou científico, tampouco pretendemos criar escola de direito. Nosso objetivo é o mais didático possível, além de sermos fiéis às noções já estabelecidas sobre os mais importantes institutos do direito civil atinentes a este semestre e ao conteúdo programático do curso.

Enfim, nos comprometemos com a clareza e a objetividade para que você possa aprender e apreender o conteúdo.

Segue, neste material, as lições do 2.º bimestre desse curso.

Leituras complementares e exercícios serão apresentadas nas web-aulas, além das bibliografias indicadas, o que poderá contribuir para o aperfeiçoamento do seu estudo. Fazemos votos de que essas lições sejam agradáveis e bem aproveitadas por você, mas, lembre-se: o estudo é indispensável !!

Bons estudos rumo ao sucesso profissional!!

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PLANO DE ENSINO

CURSO: FUNDAMENTOS E PRÁTICAS JUDICIÁRIAS DISCIPLINA: DIREITO CIVIL I

PROFESSORES: GRAZIELA TAVARES DE SOUZA REIS JOSEFA WIECZORECK

PAULO BENINCÁ EMENTA

Noções e raízes históricas. Fontes de direito. O Código Civil. Sujeitos do direito. Objeto do direito. Pessoas. Fatos e atos jurídicos. Bens. Prescrição e decadência. Noções gerais das obrigações. Conceito. Elementos. Classificação. Efeitos e modalidades das obrigações. Cessão de crédito. Mora. Cláusula penal. Contratos. Conceito, classificação, condições e conclusão. Contratos em espécie. Contratos previstos no Código Civil e em leis esparsas. Novas formas contratuais.Contratos no código de proteção do consumidor.

OBJETIVOS

Apresentar o conteúdo do direito civil, introduzindo ao aluno as breves

noções históricas de seu desenvolvimento;

Levar ao seu conhecimento a lei de introdução ao código civil, verdadeira “normas sobre normas”, que define os vários ramos do direito;

Apresentar as primeiras lições do direito civil em si, definindo os institutos de sua parte geral;

Demonstrar as noções de contratos.

CONTEÚDO

- Noções e raízes históricas - Fontes do direito

- Lei de introdução ao Código Civil - Sujeito de direito: pessoas

- Dos bens

- Fatos, atos e negócios jurídicos

- Validade e invalidade do negócio jurídico - Prescrição e decadência

- Noções gerais da obrigação: conceito, elementos e classificação - Modalidades das obrigações: 1.ª parte

- Revisão - Prova

BIBLIOGRAFIA BÁSICA:

DINIZ, Maria Helena. Curso de Direito Civil Brasileiro 1. 22ª edição.São Paulo: Saraiva, 2005.

DINIZ, Maria Helena. Curso de Direito Civil Brasileiro 2. 20ª edição.São Paulo:Saraiva, 2004.

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DINIZ, Maria Helena. Curso de Direito Civil Brasileiro 3. 21ª edição.São Paulo: Saraiva, 2005.

MONTEIRO, Washington de Barros. Curso de Direito Civil 1 – Parte Geral. 39ª edição. São Paulo: Saraiva, 2003.

MONTEIRO, Washington de Barros. Curso de Direito Civil 4 – Direito das Obrigações. 32ª edição. São Paulo: Saraiva, 2003.

MONTEIRO, Washington de Barros. Curso de Direito Civil 5 – Dos Contratos. 34ª edição. São Paulo: Saraiva, 2003.

RODRIGUES, Sílvio. Direito Civil 1 – Parte Geral. 34ª edição. São Paulo: Saraiva, 2003.

RODRIGUES, Sílvio. Direito Civil 2 – Parte Geral das Obrigações. 30ª edição. São Paulo: Saraiva, 2002.

RODRIGUES, Sílvio. Direito Civil 3 – Dos Contratos e das Declarações

Unilaterais da Vontade. 30ª edição. São Paulo: Saraiva, 2004.

WALD, Arnold. Direito Civil – Introdução e Parte Geral. 10ª edição. São Paulo: Saraiva, 2003.

WALD, Arnold. Curso de Direito Civil – Obrigações e Contratos. 14ª edição. São Paulo: Saraiva , 2000.

BIBLIOGRAFIA COMPLEMENTAR:

GAGLIANO, Pablo Stolze, PAMPLONA FILHO, Rodolfo. Novo Curso de

Direito Civil. São Paulo: Saraiva, 2003.

GONÇALVES, Carlos Roberto; Sinopses Jurídicas: direito civil – parte

geral. volume I. São Paulo: Editora Saraiva, 1997.

LISBOA, Roberto Senise. Manual Elementar de Direito Civil. 2ª edição. Revista Atualizada em conformidade com o Novo código Civil. Editora Revista dos Tribunais. São Paulo, 2002.

PEREIRA, Caio Mário da Silva. Instituições de Direito Civil. vol. I e vol. III, Rio de Janeiro, Editora Forense,1990.

VENOSA, Sílvio de Salvo. Direito civil: parte geral. 5.ª ed. São Paulo:Atlas, 2005.

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SUMÁRIO

Tema 11 - Efeitos e modalidades das obrigações – 2.ª parte 06

Tema 12 - Mora e cláusula penal 14

Tema 13 - Dos contratos. Conceito, classificação, condições e

conclusão

21

Tema 14 - Dos contratos em geral 29

Tema 15 - Dos contratos em espécie 37

Tema 16 – Das várias espécies de contrato – 2.ª parte 44

Tema 17 – Das várias espécies de contrato – 3.ª parte 51

Tema 18 - Das várias espécies de contrato 4.ª parte. Contratos

previstos em leis esparsas. Novas formas contratuais

57

Tema 19 – Contratos nas relações de consumo 64

(6)

MODALIDADES DAS OBRIGAÇÕES – 2ª PARTE

DAS OBRIGAÇÕES ALTERNATIVAS

Objetivos:

- Identificar os institutos das obrigações alternativas, das obrigações divisíveis e indivisíveis e das obrigações solidárias.

- Conceituar e classificar a Cessão de Crédito

Introdução: Trata-se de obrigações compostas pela multiplicidade de

objetos. Tem, assim, por conteúdo duas ou mais prestações das quais uma somente será escolhida para pagamento ao credor e liberação ao devedor. O art. 252 do CC confere o direito de escolha ao devedor, pois para que a escolha caiba ao credor é necessário que esteja expressa no contrato. Se houver comum acordo, também, poderá a opção ser deferida a um terceiro, que se não aceitar a incumbência e não houver acordo entre as partes, caberá ao juiz a referida escolha, conforme prevê o art. 252, §4º.

Cientificada a escolha efetua-se a concentração:

onde fica determinado de modo definitivo, sem possibilidade de retratação unilateral, o objeto da obrigação.

As prestações in obligatione reduzem-se a uma só e a obrigação se torna simples. Segundo dispõe o § 1º do art. 252:

Tema 11

Não pode o devedor obrigar o credor a receber parte de uma prestação e parte em outra, pois deve uma ou outra.

In obligacione:

em latim quer dizer nas obrigações

Se a obrigação for de prestações periódicas, a faculdade de opção poderá ser exercida em cada período (art. 252 §2º). O contrato deve estabelecer o prazo para opção, se não o fizer, o devedor será notificado, para efeito de sua constituição em mora, não o privando, entretanto, do direito de escolha, salvo se a convenção dispuser que passa ao credor, que se lhe competir, o contrato não fixará prazo, será citado para em cinco dias, exercer o direito, ou aceitar que o devedor faça a escolha (art.894 do

(7)

Se uma das duas prestações não puder ser objeto de obrigação ou se torna inexeqüível, subsistirá quanto à outra (art. 253, CC). Trata-se de

impossibilidade material.

Quando a impossibilidade de uma das prestações é

superveniente e inexiste culpa do devedor, concentra-se a dívida na outra,

ou, nas outras. Se a impossibilidade for de todas as prestações, sem culpa do devedor, aplica-se o art. 256, extinção da obrigação, por falta de objeto. Se houver culpa de sua parte (devedor) cabendo-lhe a escolha, será aplicado o art. 254, CC (valor da última prestação mais perdas e danos). Se a escolha couber ao credor, poderá ser exigido o valor de qualquer das prestações, além das perdas e danos.

DAS OBRIGAÇÕES DIVISÍVEIS E INDIVISÍVEIS

As obrigações divisíveis e indivisíveis são compostas pela

multiplicidade de sujeitos.

Cuidou o legislador de disciplinar e classificar as obrigações, enfocando a respectiva prestação que, por sua natureza e características, pode se revelar divisível ou indivisível.

Exemplos de obrigações divisíveis: a de ddaarrccooiissaaiinncceerrttaaddaa m

meessmmaaeessppéécciiee,,aappeeccuunniiáárriiaaoouuaaoobbrriiggaaççããooddeeffaazzeerrqquueesseeppoossssaaeexxeeccuuttaarr e

emm eettaappaass ddiissttiinnttaass.. Esta última pode se exemplificar como oo ddeevveerr a

assssuummiiddooppoorruummppiinnttoorrddeeeeffeettuuaarraappiinnttuurraaeemmcciinnccooccaassaass,,ttaarreeffaaqquueeppooddee s

seerrccuummpprriiddaaeemmcciirrccuunnssttâânncciiaasseemmoommeennttoossccllaarraammeenntteeddiissttiinnttooss..

Exemplos de obrigação indivisível: se pode mencionar a ddee

d daarr ccooiissaa iinncceerrttaa iinnffuunnggíívveell,, aaddee ffaazzeerr uummaa ttaarreeffaa úúnniiccaa ee iinnssuubbssttiittuuíívveell,, oouu a aiinnddaa,, aa oobbrriiggaaççããoo ddee nnããoo ffaazzeerr qquuaannddoo oo ffaattoo aa sseerr eevviittaaddoo éé uunnoo ee i innddiivviidduuaalliizzaaddoo..

O art. 258 aduz que “a obrigação é indivisível quando a obrigação tem por objeto uma coisa ou um fato não suscetíveis de divisão, por sua natureza, por motivo de ordem econômica, ou dada a razão determinante do negócio jurídico”.

A indivisibilidade decorre, em geral, da natureza das coisas

(indivisibilidade natural), mas os bens naturalmente divisíveis podem se

I

Immppoossssiibbiilliiddaaddee mmaatteerriiaall jjuurrííddiiccaa ee iimmppoossssiibbiilliiddaaddee mmaatteerriiaall f

fííssiiccaa: se for jurídica, por ilícito de um dos objetos, toda a obrigação se :

torna nula e inexigível suas prestações. Se uma delas não puder ser cumprida em razão de impossibilidade física desde a avença, será alternativa apenas na aparência, por ser na verdade, uma obrigação simples.

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tornar indivisíveis por determinação da lei, como ocorre com as

servidões prediais, considerados indivisíveis pelo art. 1.326 do CC, ou

por vontade das partes, (indivisibilidade intelectual). Existe ainda a

indivisibilidade judicial.

O dispositivo do artigo 252, do CC, preconiza ser a obrigação indivisível nas hipóteses que menciona, todas, porém, referentes as circunstâncias que envolvem a própria prestação. Admite-se que o devedor possa quitar sua obrigação em partes, desde que tal conduta seja compatível com as razões econômicas ou o espírito do contrato subjacente à obrigação.

DAS OBRIGAÇÕES SOLIDÁRIAS

Observa-se na solidariedade uma pluralidade subjetiva – mais que um credor ou mais de um devedor – à qual se soma à chamada unidade objetiva, em virtude da qual há uma só obrigação, sendo que cada credor ou devedor assume o crédito por inteiro.

Se ativa a solidariedade, qualquer dos credores pode cobrar toda dívida; se passiva, cada devedor pode vir a ser cobrado

pelo total do débito.

Características das obrigações solidárias:

a) pluralidade de credores, ou de devedores, ou de uns e de outros;

b) integralidade da prestação;

c) co-responsabilidade dos interessados.

Distinção entre as obrigações solidárias e as indivisíveis, as quais nitidamente verificam-se distintas:

As primeiras têm caráter subjetivo, originam-se nas pessoas, que convencionaram o surgimento da solidariedade ou submetem-se às hipóteses legais em que tal instituto incide; as últimas têm caráter subjetivo e objetivo, com prevalência do último, eis que resultam do objeto, ou seja, da prestação que não se pode dividir.

De se acrescentar que, enquanto as obrigações indivisíveis não perdem seu caráter de unicidade quando transmitidas aos herdeiros do devedor, o mesmo não acontece quanto às obrigações solidárias, que se desnaturam quanto a este aspecto em havendo sucessão. É o que deflui dos

arts. 270 e 276, do Código Civil.

É de se observar ainda que enquanto a obrigação solidária se conserva como tal, mesmo se convertida em perdas e danos (art. 271), se desnatura a indivisibilidade da obrigação, até porque a indenização

(9)

traduzir-se-á em pecúnia, que é, por sua própria natureza, coisa divisível por

excelência.

A solidariedade pode ser ativa ou passiva. Na primeira

concorrem dois ou mais credores, podendo qualquer deles receber integralmente a prestação devida (art. 267, CC). O devedor libera-se pagando a qualquer dos credores, os quais, por sua vez, pagará aos demais a quota de cada um.

Enquanto algum dos credores solidários não demandar o devedor comum, a qualquer daqueles poderá ser paga a dívida (art.268,

CC).Porém, se um deles, credores, já ingressou em juízo com ação de

cobrança, só a ele o pagamento deve ser efetuado.

O pagamento feito a um dos credores solidários extingue a dívida até o montante do que foi pago (art. 269,CC).

Exonera também o devedor do pagamento aos demais sujeitos ativos, o ato de um dos credores em nnoovvaarr,,rreemmiittiirroouuttrraannssiiggiirrooddéébbiittoo..

Vindo a falecer um dos credores solidários, deixando herdeiros, cada um destes só terá direito a exigir e receber a quota do crédito que corresponder ao seu quinhão hereditário, salvo se a obrigação for indivisível

(art. 270,CC). Novar: criar uma nova dívida que extingue a anterior. Diz-se objetiva quando credor e devedor continuam os mesmos, e subjetiva quando muda o credor ou o devedor. Remitir: vem de remissão, que é o perdão da dívida pelo credor. Dá-se o crédito como pago e satisfeito. Transigir: é o ato de transigir, ou seja, é o meio dos interessados prevenirem ou terminarem litígios, mediante concessões mútuas.

Como já visto, a solidariedade não se presume, portanto, a solidariedade passiva emana da lei ou da vontade das partes (art. 265,

CC). O pagamento total extingue não só a solidariedade como a própria

obrigação. O pagamento parcial extingue em parte a obrigação e mantém a

solidariedade no tocante ao remanescente.

Reza o art. 283 do CC: “o devedor que satisfez a dívida por inteiro tem direito a exigir de cada um dos co-devedores a sua quota, dividindo-se igualmente por todos a do insolvente, se o houver, presumindo-se iguais, no débito, as partes de todos co-devedores”.

É de registrar, ainda, o surgimento do direito de regresso assegurado ao devedor que paga a dívida, em face dos demais co-devedores, o que deflui da redação do art. 283, CC.

E

Exxeemmppllooddeeddiirreeiittooddeerreeggrreessssoo: direito do beneficiado pelo título :

a cobrar dos coobrigados cambiários a totalidade de sua importância. O coobrigado que pagou terá direito de regresso em relação aos outros devedores.

Ressalte-se que, com o pagamento realizado por um dos devedores, desaparece a solidariedade, até então existente.

(10)

O DEVEDOR QUE PAGOU SUB-ROGA-SE NA POSIÇÃO DE CREDOR, PORÉM SUA AÇÃO REGRESSIVA EM FACE DOS DEMAIS

DEVEDORES, NÃO MAIS PODE CONTAR COM A PRERROGATIVA DA SOLIDARIEDADE.

A regra aqui é exigir de cada um dos co-devedores a sua quota, que no silêncio do contrato será igualmente rateada.

Hipótese interessante se verifica quando se detecta a

principalidade da dívida em relação a um dos co-devedores. É o que

ocorre ordinariamente nos contratos sob fiança, em que há um devedor

principal e um ou mais fiadores, que como se sabe, formulam seu vínculo

em face da liberalidade prevista em lei. Em casos tais, se um dos fiadores

paga a dívida, somente poderá cobrá-la em regresso do verdadeiro devedor, nos termos do art. 285 do CC. OOppeerraa--ssee aassssiimm,, aa lliibbeerraaççããoo ddaa

o

obbrriiggaaççããooeemmrreellaaççããooaaoossddeemmaaiissffiiaaddoorreess,,sseehhoouuvveerr..

Passemos agora ao estudo do instituto da CESSÃO DE CRÉDITO:

Ocorre quando o credor transfere a outrem o seu crédito, desde que não vedado pela natureza da obrigação.

HIPÓTESES QUE VEDAM A CESSÃO DE CRÉDITO: as oobbrriiggaaççõõeess

p

peerrssoonnaallííssssiimmaas; s ssiittuuaaççõõeess vveeddaaddaass ppeellaa lleei, como nas hipóteses de i

proibições inerentes ao direito administrativo; ou pelo ppaaccttoo eennttrree aass p

paarrttees. Como acontece quando, no contrato de locação, as partes não s

permitem a sublocação.

Essa alteração subjetiva da obrigação se realiza sob a modalidade de um negócio jurídico que se rege pelos princípios da

compra e venda, se onerosa e da doação gratuita e como negócio

jurídico é necessário que estejam presentes todos os requisitos de validade destes bens, quais sejam, a capacidade dos agentes, a licitude do objeto e a obediência à forma, instrumento público ou particular, quando a lei assim o exigir, sendo permitido, na cessão de crédito hipotecário averbá-la à margem do registro imobiliário. O negócio abrange todos os acessórios do crédito transferido, salvo se houver disposição em contrário.

O devedor tem que ser notificado da cessão realizada entre o credor originário e o novo credor para que o negócio tenha eficácia e sua ciência deve ser manifestada por escrito ⇒ o devedor deve saber a quem realizar o pagamento.

Havendo multiplicidade de cessões sobre o mesmo crédito, prevalece a que se completar com a tradição do título cedido .

(11)

O art. 292 trata da hipótese do pagamento válido realizado pelo devedor, em sede de multiplicidade de cessões, estabelecendo a lei que o

devedor se desobriga se pagar ao credor primitivo antes de ter ciência da cessão ou se pagar ao cessionário que se apresenta com o título da obrigação cedida. Inova a lei ao dispor que se a cessão constar de

escritura pública prevalecerá a prioridade de notificação.

O credor é livre para transferir o seu crédito a quem quer que seja, independentemente da anuência do devedor, pois como pondera Pereira; (1999,236): “o vínculo essencial da obrigação sujeita-o a uma prestação; e não existe modificação na sua substância se, em vez de pagar ao primitivo sujeito ativo, tiver de prestar a um terceiro em que sub-rogam as respectivas qualidades, sem agravamento da situação do devedor”

C COONNCCLLUUIINNDDOO:: AA lleeii aasssseegguurraa aaoo cceessssiioonnáárriioo,, aanntteess mmeessmmoo q quuee oo ddeevveeddoorr ttoommee cciiêênncciiaa ddaa cceessssããoo,, oo ddiirreeiittoo ddee ppooddeerr eexxeerrcceerr ooss aattooss c coonnsseerrvvaattóórriioossddooddiirreeiittoocceeddiiddoo,,iissttooéé,,eelleeppooddeeiinnggrreessssaarrccoommaassaaççõõeessqquuee v viisseemmaapprrootteeççããooeeddeeffeessaaddeesseeuussddiirreeiittooss..

O devedor, por sua vez, no momento em que veio a ter conhecimento da cessão, pode contrapor ao cessionário todas as exceções, vale dizer, todas as defesas pessoais, inclusive, as que possuíam o cedente. Quedando-se inerte após a notificação da cessão, perde a oportunidade de exercer o seu direito, deixando que se opere a preclusão.

Preclusão: é a perda de uma faculdade ou direito processual

por não ter sido exercido no devido tempo.

Há duas modalidades de cessão, a conhecida como cessão

pro soluto:

E a cessão pro solvendo:

Ocorre quando o cedente, embora garantindo a existência de crédito,

não se obriga pela sua boa-fé ou má liquidação, correndo os riscos

por conta do cessionário que, em qualquer hipótese, nada mais terá a reclamar do cedente.

No caso de não haver o pagamento do crédito, o cessionário poderá exigi-lo do cedente, que se torna co-responsável pelo débito até o

limite do que recebeu do cessionário.

Vejamos agora o que é assunção de dívida ou cessão de

débito:

Ao contrário da cessão de crédito, a assunção de dívida ou

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(art. 299, do CC). Segundo a doutrina, é o negócio jurídico onde figuram

como partes o devedor originário e o terceiro que assume, gratuita ou onerosamente, o seu lugar, mas com o consentimento expresso do

credor.

Segundo Venosa, 2001, pág.305:

“ Assim como o credor não é obrigado a receber coisa diversa do objeto da obrigação, ainda que mais valiosa, não é o credor obrigado a aceitar outro devedor, ainda que mais abastado. A A

questão é básica. Basta dizer que o devedor mais abastado que

questão é básica. Basta dizer que o devedor mais abastado que

assume a dívida de um terceiro pode não ter a mesma

assume a dívida de um terceiro pode não ter a mesma

disponibilidade moral para pagar a dívidaa”.

disponibilidade moral para pagar a dívid (grifo nosso)

As garantias especiais como, por exemplo, a hipoteca, dadas pelo devedor primitivo ao credor, são consideradas extintas a partir da cessão do débito, a menos que esse consinta no contrário.

Se o negócio jurídico for anulado restaura-se o débito e suas garantias, salvo aquelas prestadas por terceiro, como a fiança, a não ser que o terceiro conhecesse o vício que anulou a obrigação.

As defesas pessoais que competiam ao devedor primitivo, tais como a alegação de que o negócio jurídico era anulável por vício de consentimento, não podem ser opostas pelo novo devedor ao credor, o que parece justo, pois a vontade ensejadora e caracterizadora do negócio jurídico são outra.

A

ATTIIVVIIDDAADDEESS::

1. Você poderia dizer por que podemos afirmar que o direito de escolha é característica das obrigações alternativas.

2. Discorra sobre as modalidades de impossibilidade de cumprimento da obrigação alternativa.

3. A impossibilidade superveniente de uma das prestações da obrigação alternativa gera conseqüências jurídicas. Discorra sobre as diferentes conseqüências quando esta impossibilidade se der por culpa ou não do devedor.

4. Exemplifique uma situação que represente uma obrigação de dar coisa indivisível.

5. Caio deve um touro a Tício, Cássio e Graco, no valor de R$300,00 (trezentos reais). Caio entrega o touro à Tício. Pergunta-se:

Ticio poderá fazer algum tipo de exigência á Caio? Cássio e Graco exigirão de quem as suas respectivas cota-partes?

(13)

Poderíamos afirmar que Caio, com o recebimento do Touro, tornou-se devedor de Cássio e Graco? Justifique.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:

GONÇALVES, Carlos Roberto. Sinopses Jurídicas: direito das

obrigações, parte Geral. V. 5. 6ª edição. São Paulo: Editora Saraiva, 2004.

BARROS, Ana Lúcia Porto de, et al. O novo Código Civil Comentado.Rio de janeiro. V.1. Editora Freitas Bastos, 2002.

PEREIRA, Caio Mario da Silva.Instituições de Direito Civil, vol II. 19.ª edição. Rio de Janeiro: Editora Forense,1999.

VENOSA, Silvio de Salvo. Direito Civil: teoria geral das Obrigações e

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Tema 12

MORA E CLÁUSULA PENAL

Objetivo:

Conhecer os institutos da mora e da cláusula penal para compreender as conseqüências do inadimplemento obrigacional.

Introdução: Ainda sobre o tema direito das obrigações, passemos ao

estudo dos efeitos do descumprimento obrigacional, que gera ao inadimplente ônus para a reposição do estado anterior. Vejamos, pois, os institutos da mora e da cláusula penal:

Formas de descumprimento das obrigações

As prestações positivas constituem o objeto das obrigações de dar e de fazer, enquanto que as prestações negativas constituem objeto das obrigações de não fazer e resultam do contrato, da sentença ou da lei, consistindo em uma abstenção ou ato de tolerância. Todo ato praticado contrariamente à prestação assumida importa em descumprimento da obrigação.

Nas obrigações positivas, o descumprimento se opera com a omissão do devedor, que não efetua a prestação de dar ou fazer. Já nas obrigações negativas, onde o que se exige como prestação é a própria omissão, o descumprimento ocorre quando o devedor pratica o ato que se obrigará a não realizar.

Obrigação impossível ou da inexecução sem culpa do devedor: existe a possibilidade de haver inexecução obrigacional

D Dee ttuuddoo qquuaannttoo jjáá e essttuuddaammooss,,rreessttaaccllaarrooqquueeoo oobbjjeettoo ddaa o obbrriiggaaççããoo éé aa pprreessttaaççããoo,, ppoossiittiivvaa oouu n neeggaattiivvaa,, qquuee ddeevvee aaiinnddaa sseerr llíícciittaa,, d deetteerrmmiinnáávveelleeppoossssíívveell. .

(15)

escusável, decorrente de caso fortuito e força maior, que sugerem a

ocorrência de evento inevitável, neste caso, inexistirá a responsabilidade do obrigado, considerando que era impossível o cumprimento da obrigação.

Admite-se estipulação de exceção à regra de não indenizar, nos moldes do artigo 393, do Código Civil.

Conseqüências do descumprimento:

O descumprimento pode se dar através das figuras ddaa i

inneexxeeccuuççããoo,,ddooiinnaaddiimmpplleemmeennttooeeddaammoorraa..

• Inexecução é o descumprimento da obrigação, seja pelo inadimplemento, total ou parcial, ou pela mora, que é o atraso injustificado no cumprimento.

Inadimplemento é espécie de inexecução. Diz-se devedor inadimplente aquele que deixa de cumprir a obrigação totalmente. ((eexx..:: nnoo ccaassoo ddee ppeerreecciimmeennttoo ddoo oobbjjeettoo –– aa o obbrriiggaaççããoo eerraa ddee eennttrreeggaarr uumm ddeetteerrmmiinnaaddoo ccaavvaalloo áárraabbee c caammppeeããoo,, mmaass oo ddeevveeddoorr oo ddeeiixxoouu mmoorrrreerr)) ou parcialmente ((oo ddeevveeddoorr ppaaggaa ssoommeennttee ppaarrttee ddaa ddíívviiddaa ee c caaiieemmiinnssoollvvêênncciiaa))..

Nas obrigações do tipo negativo, o mero agir contrário à prestação negativa implica em inadimplemento.

• Mora é o atraso, a demora, o retardamento culposo ou cumprimento deficiente da obrigação do tipo positivo. Pelo Direito Civil, o devedor está em mora a partir do vencimento da obrigação.

A mora equivale ao inadimplemento, mas com ele não se confunde. A mora consiste no retardo do cumprimento da prestação, o inadimplemento implica em não cumprimento, total ou parcial desta.

A mora também se configura quando o cumprimento se dá na

data estipulada, mas de modo imperfeito, ou seja, em lugar ou forma diversa da convencionada.

É possível que o devedor ou o credor, culposamente, não cumpram a obrigação da data pactuada, mas por haver interesse econômico no cumprimento da obrigação, as partes podem pactuar uma multa pelo

atraso, que é denominada mora.

O

O aattrraassoopprroovveenniieenntteeddeeccaassooffoorrttuuiittoo,,ffoorrççaammaaiioorroouu,,aattééddeeffaattoo d

deetteerrcceeiirrooppooddeesseerrccoonnssiiddeerraaddooccoommoommoorraa??

Resposta: Não. Trata-se de mero atraso no pagamento, eis que não houve ação culposa, quer do devedor ou do credor (arts. 394 e 395, do CC).

M

Moorraa éé ddeemmoorraa,, aattrraassoo,, rreettaarrddaammeennttoo,, iinneexxeeccuuççããoo,, iinnaaddiimmpplleemmeennttoo,,

d

(16)

Passemos agora aos tipos de mora,:

1 - a do credor é chamada mora creditoris ou accipiendi, e

consiste na sua atitude de dificultar ou recusar o pagamento, sem justificativa. O devedor terá para sua defesa a ação de consignação em pagamento.

9 São seus pressupostos: a) vencimento da obrigação; b) oferta da prestação; c) recusa injustificada em receber; d) constituição em mora, mediante consignação em pagamento.

9 Seus efeitos estão presentes no art. 400, do CC.

Procede com dolo o devedor que, em face da mora do

credor, deixa a coisa em abandono. Exige a lei que tenha o mínimo de

cuidado com sua conservação, pois lhe assegura o direito ao reembolso

das despesas que efetuar. Faculta-lhe, também, o direito de consignar em pagamento.

O credor em mora responde ainda por eventual oscilação do

preço, tendo que receber o objeto pela estimação mais favorável ao devedor.

2 - A mora do devedor é chamada mora debitoris ou

solvendi, que é a hipótese mais comum. Pode ser de duas espécies:

2.1 - mora ex re (em razão de fato previsto na lei):

A mora ex re ocorre quando a obrigação é positiva (dar ou fazer) e líquida (de valor certo), com data fixada para pagamento e seu descumprimento acontece automaticamente, sem necessidade de qualquer providência do credor (art.397, CC, caput).

2.2 – mora ex persona ocorre quando não havendo no termo,

data estipulada, a mora se constitui mediante interpelação, judicial ou extrajudicial (art. 397, parágrafo único). A mora ex persona depende de providência do credor.

9 São pressupostos da mora solvendi: a) exigibilidade da prestação; b) inexecução culposa; c) constituição em mora.

9 Os principais efeitos da mora do devedor são: a) responsabilização por todos os prejuízos causados ao credor (art. 395, CC); b) perpetuação da obrigação (art.

(17)

E

Eppaarraaaahhiippóótteesseeddaassmmoorraassssiimmuullttâânneeaass? ?

Resposta: Dá-se a compensação. As situações permanecem

como se nenhuma das partes houvesse incorrido em mora. Se ambas nelas incidem, nenhuma pode exigir da outra perdas e danos. Se sucessivas, permanecem os efeitos pretéritos de cada uma.

Se, em razão do retardamento tornou-se inútil ao outro contraente (caso de inadimplemento absoluto), ou a conseqüência legal ou convencional for a resolução, não será possível mais pretender a emenda da mora. O art. 401, do CC estabelece, nos dois incisos, os modos pelos quais se dá a purgação da mora pelo devedor e pelo credor.

A

Assssiimm,, ccoommoo eennssiinnaa aa ddoouuttrriinnaa,, ppuurrggaarr aa mmoorraa éé ppuurriiffiiccaarr,, lliimmppaarr o

oaattrraassoo..

Purgar ou emendar a mora é neutralizar seus efeitos. Aquele que nela incidiu corrige, sana sua falha, cumprindo a obrigação já descumprida e ressarcindo os prejuízos causados à outra parte, porém, a purgação somente poderá ser feita se a prestação ainda for proveitosa ao credor. Também não se deve confundir purgação com cessação da mora.

O inadimplemento da obrigação gera vários efeitos. O Código Civil em sua parte geral, no Título IV, Capítulo I/VI, art. 389 até o art. 420 prevê os efeitos jurídicos do descumprimento obrigacional. Estudaremos agora a cláusula penal, arts. 408/416. Mas lembre-se: é importante que seja feita uma leitura dos demais artigos citados

DA CLÁUSULA PENAL

A lei não a conceitua. Trata no art. 408, primeiro dedicado à matéria, sobre como se dá sua constituição.

No conceito de Gonçalves ( 2004,p.120), a "cláusula penal é obrigação acessória, pela qual se estipula pena ou multa destinada a evitar o inadimplemento da principal, ou o retardamento de seu cumprimento”.

Chamada também de pena convencional ou multa contratual, que se consagrou nos contratos em geral e pode ser inserida em negócios jurídicos, unilaterais, como testamento, para empenhar, por exemplo, o herdeiro a cumprir fielmente o legado.

Pode ser estipulada conjuntamente com a obrigação principal, ou em ato posterior (art. 409, CC) sob forma de adendo. Pode ser fixada em dinheiro, forma mais comum, algumas vezes em entrega de alguma coisa, abstenção de um fato ou perda de algum benefício (desconto).

(18)

Referindo-se a pena à inexecução completa da obrigação, trata-se da cláusula penal compensatória, ao passo que, referindo-trata-se à inexecução de alguma cláusula especial ou à mora, trata-se da cláusula

penal moratória.

A diferença entre as modalidades começa pelo núcleo de direitos a que cada uma visa proteger: enquanto a compensatória destina-se a evitar o inadimplemento integral da obrigação, a moratória dirige-se à proteção do cumprimento de determinada cláusula ou ao fiel cumprimento da obrigação, quanto à forma, ao lugar e, primordialmente, ao tempo estipulado.

Nada impede que, numa mesma relação obrigacional, estejam estipuladas ambas modalidades, prevendo-se conseqüências para o inadimplemento total ou parcial e para o atraso no implemento.

Quando se dirigir à inexecução total da obrigação converte-se em alternativa para o credor, que gozará da faculdade de exigir uma ou outra, além da atualização monetária. Realizada a escolha, será irretratável.

A cumulação do recebimento da multa com gozo de adimplemento obrigacional é proibida, até porque pagando aquela o devedor libera-se do vínculo, uma vez que se trata, exatamente, de indenização fixada antecipadamente.

A simples justificativa de que a cláusula penal é elevada não autoriza o juiz a reduzi-la, entretanto, esta pode ocorrer em dois casos: a) quando ultrapassar o limite legal; b) nas hipóteses do art. 413, do CC.

O limite legal é o valor da obrigação principal, mesmo sendo esta compensatória (art.412, CC). O juiz determinará a redução do excesso, sem declarar a ineficácia da cláusula, somente do excesso- art. 413, do CC.

Há ainda, a proibição de cumulação de pedidos (art. 410, CC). Assim, se houver total inadimplemento da obrigação, se tornará alternativa para o credor que deverá: aa))pplleeiitteeaarraappeennaaccoommppeennssaattóórriiaa,,ccoorrrreessppoonnddeennttee à à ffiixxaaççããoo aanntteecciippaaddaa ddooss eevveennttuuaaiiss pprreejjuuíízzooss;; oouu bb)) ppoossttuullaarr oo r reessssaarrcciimmeennttooddaassppeerrddaasseeddaannooss,,aarrccaannddooccoommooôônnuussddaapprroovvaa,,oouuaaiinnddaa,, c c))eexxiiggiirrooccuummpprriimmeennttooddaapprreessttaaççããoo. .

Em qualquer destes casos, portanto, o credor obterá integral ressarcimento, sem que ocorra o bis in idem.

Porém, se a cláusula for moratória (art. 411, CC), o credor poderá cobrá-la cumulativamente, pela prestação não satisfeita, visto que neste caso, o valor da pena convencional costuma ser reduzida.

Quando a obrigação é indivisível e há pluralidade de devedores, para que a cláusula penal se torne exigível, basta que um só devedor a infrinja. Do culpado poderá ser reclamado o inteiro, mas dos demais

(19)

co-devedores poderão ser cobradas as respectivas cotas, como determina o

art. 414, do CC.

No entanto, o parágrafo único, do artigo 414, é claro ao aduzir que aos não-culpados fica reservada a ação regressiva contra o que deu

causa à aplicação da pena, assim sendo, quem sofre todas as conseqüências da infração contratual é quem lhe deu causa, que deverá reembolsar os co-devedores inocentes.

Se a obrigação for divisível, somente incorre na pena o devedor, ou herdeiro do devedor que a infringiu e, proporcionalmente à sua parte na obrigação (art. 415, CC). Infringida a obrigação principal por um único devedor, ou pelo herdeiro, só o culpado responderá pela multa, proporcionalmente à parte que tiver na obrigação principal, pois a cláusula penal, de natureza acessória segue a principal.

Concluindo...

9 Enquanto para todo dever corresponde um direito, para toda obrigação corresponde uma prestação. A prestação é o objeto da obrigação, seja ela positiva ou negativa, de dar (coisa certa ou incerta), de fazer, ou de não fazer.

9 As obrigações positivas e negativas têm por objeto prestações de natureza diferenciada. As positivas se cumprem por uma ação (prestação comissiva), as negativas por uma abstenção (prestação omissiva).

9 O descumprimento das obrigações comporta inversa diferenciação. As obrigações de dar e fazer são descumpridas pela omissão, enquanto as de não fazer restam descumpridas pelo ato de realizar o que se estava obrigado a deixar de fazer.

9 O descumprimento das obrigações pode ser total ou parcial. As obrigações de dar e fazer comportam inexecução ou simples estado moratório. As obrigações de não fazer, por sua natureza, não são passíveis de constituição em mora. Ao realizar o que estava obrigado a deixar de fazer, o devedor incorre em descumprimento imediato.

9 No campo teórico, obrigações negativas e obrigações de não fazer são expressões sinônimas.

9 Nas obrigações do tipo positivo, o devedor inadimplente ou em mora incorre nas penas decorrentes do atraso, enquanto as de não fazer resolvem-se em perdas e danos, podendo o credor exigir, se factível, o desfazimento da coisa, a cuja abstenção se obrigará o devedor.

(20)

9 Há hipóteses de cumprimento da obrigação, que pelas características de que se revestem aproximam-se, em efeitos, ao descumprimento, como ocorre nas obrigações de fazer, onde o devedor cumpre a obrigação, mas o faz com atraso, sendo a mora inadmissível; ou nas de não fazer, quando concomitantemente à abstenção, realiza outros atos que frustram a obrigação negativa.

A

ATTIIVVIIDDAADDEESS::

1. De que forma pode se dar o descumprirmento das obrigações? Fale brevemente sobre cada um delas.

2. Existe inexecução obrigacional escusável? Justifique.

3. Como é conhecida a mora do devedor e quais as suas espécies? Fale sobre cada uma delas.

4. O que é pena convencional ? Esta pode ser estabelecida por ato posterior ao negócio jurídico ?

5. Diferencie cláusula penal compensatória da cláusula penal moratória:

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:

GONÇALVES, Carlos Roberto. Sinopses Jurídicas: direito das

obrigações, parte Geral. V1. 6ª edição. São Paulo: Editora Saraiva, 2004.

BARROS, Ana Lúcia Porto de, et al. O novo Código Civil Comentado.Rio de Janeiro. V1; Editora Freitas Bastos, 2002.

PEREIRA, Caio Mario da Silva.Instituições de Direito Civil, vol II. 19.ª edição. Rio de Janeiro: Editora Forense,1999.

VENOSA, Silvio de Salvo. Direito Civil: Teoria Geral das Obrigações e

Teoria Geral dos Contratos. São Paulo: ed. Atlas, 2001;

Matéria retirada com base no texto da internet “Obrigações negativas do

(21)

AULA 13

DOS CONTRATOS. CONCEITO, CLASSIFICAÇÃO, CONDIÇÕES E CONCLUSÃO

Objetivo:

Delinear a teoria das obrigações, bem como apresentar uma visão geral das normas disciplinadoras do contrato dentro das inovações do Código Civil Brasileiro.

Introdução: O foco de nossas próximas aulas se referem ao conceito e

noções dos Contratos, que nada mais representam do que a formalização de direitos e obrigações contraídos e assumidos através dos negócios jurídicos.

Conceito: “O contrato é o acordo de vontades para o fim de

adquirir, resguardar, modificar ou extinguir direitos” (BEVILÁQUA, 1958,p.194).

Clóvis Beviláqua, importante civilista brasileiro, autor do Código Civil de 1916, regularmente citado nas mais modernas obras de Direito Civil.

Quando se fala em negócio jurídico, pressupõe-se algo querido, que causará efeito jurídico. Podemos resumir a definição de contrato segundo o quadro a seguir:

Seu fundamento: a vontade humana Seu “habitat”: a ordem legal

Seu efeito: a criação de direitos e obrigações

Quando se fala em contrato, o primeiro requisito que se deve ter em mente é o consentimento. Aqui reside a sua noção estrita: é um

negócio bilateral – envolve duas declarações de vontade para a sua

celebração.

Pressupõe que esteja em conformidade com a lei. E também

pode ser solene, obedecer a rituais (formalidades legais) exigidos para a

(22)

São pressupostos de validade dos contratos: - capacidade das partes

- licitude do objeto

- observância à forma, quando prescrita em lei

O objeto deve ser lícito, possível, fisicamente e juridicamente, além de determinado ou determinável

O requisito essencial do contrato é o consentimento, ou seja, o acordo de vontades.

Os princípios que orientam os contratos são:

1 - Autonomia da vontade: limitado pelo princípio da

supremacia da ordem pública, pelas normas de ordem pública e pelos bons costumes.Tal princípio sofre restrições do denominado dirigismo contratual

ou intervenção do Estado na vida do contrato, que nada mais é do que a

intervenção estatal no negócio para assegurar a igualdade econômica das partes.

2 – Relatividade das convenções: os efeitos dos contratos só

se manifestam entre as partes. Exceções relativas: transferência dos efeitos dos contratos aos herdeiros dos contratantes. Estipulações em

favor de terceiros – contrato de seguro que beneficie terceiro.

3 – Princípio da “pacta sunt servanda”: significa a

obrigatoriedade do que foi convencionado. O contrato faz lei entre as partes. O contrato obriga os contratantes.

Lícito não é revogá-lo, senão por consentimento mútuo. Lícito não é ao juiz alterá-lo.

Exceções: quando por motivo de força maior ou caso fortuito

torna-se impossível cumprir a obrigação assumida.

Este princípio também encontra limite na Teoria da

Imprevisão, que se manifesta através da antiga cláusula “rebus sic

stantibus”, o que significa “se as coisas permanecerem como estão”.

Ou seja, o futuro pode trazer um agravamento excessivo para a prestação de uma das partes, de forma que a impeça o cumprimento do acordado.

A Teoria da Imprevisão significa um:

Princípio de eqüidade, pois se o futuro trouxesse um agravamento excessivo da prestação de uma das partes, estabelecendo profunda desproporção com a prestação da outra parte, seria injusto manter-se a convenção, pois haveria o indevido enriquecimento daquele, com o injustificado empobrecimento deste.

(23)

A doutrina e a jurisprudência admitem sua aplicação, estabelecendo para tanto os seguintes requisitos:

9 execução prolongada ou diferida;

9

9 fato imprevisto,imprevisível e geral. EExx..:: gguueerrrraa,, ggeeaaddaa,, ppllaannoo e

eccoonnôômmiiccooeettcc..

9 onerosidade excessiva.

4 – Função social do contrato: contrapõe-se ao princípio

anterior (Pacta sunt servanda), porque atenua a autonomia da vontade. O contrato é celebrado segundo a vontade das partes, no entanto, essa vontade é auto-regrada em razão e nos limites da função social, princípio fundamental, originado na valoração da dignidade humana ditada no art.

1.º da Constituição Federal, determinante para a ordem econômica e

jurídica.

Nas disposições gerais do Código Civil, a primeira norma, inserta no art. 421, assim estabelece: “a liberdade de contratar será exercida em razão e nos limites da função social do contrato”.

5 - Boa-fé: os contratos devem ser interpretados sob inspiração

da boa-fé, ou seja, as partes devem agir com lealdade e confiança recíprocas. Presume-se a boa-fé, salvo prova em contrário. Este princípio está insculpido no art. 422, do Código Civil. Ou seja, o espírito da declaração deve preponderar sobre a letra da cláusula; a vontade predomina sobre o formalismo.

6 – Consensualismo: o simples acordo de vontades basta

para gerar o contrato válido. O momento de celebração do contrato é o momento do acordo de vontades.

Exceções a esses contratos apresentam-se os contratos de direitos reais, cujo aperfeiçoamento se dá após a tradição, se móveis, e com o registro da escritura, se imóveis.

Fixada a noção de contrato, passemos a sua classificação, uma vez que os doutrinadores que cuidam da matéria sempre a desenvolvem, de forma mais ou menos limitada.

™ Quanto à natureza, os contratos podem ser:

• unilaterais – gera obrigações para apenas um dos contratantes..EExx..::ddooaaççããoossiimmppllees s

• bilaterais ou sinalagmáticos – acarretam obrigações

recíprocas entre os contratantes

• Onerosos – trazem vantagens patrimoniais para ambos os contratantes. EExx..::ccoommpprraa//vveennddaa;;llooccaaççããoo. .

• Gratuitos – onera só uma parte, conferindo vantagem a outra, sem qualquer contraprestação.. EExx..:: ddooaaççããoo s

siimmppllees s

A regra geral é que os contratos onerosos sejam

(24)

exceções: EExx..:: eexxiissttee uumm úúnniiccoo ccoonnttrraattoo uunniillaatteerraall ee oonneerroossoo:: oo mmúúttuuoo f feenneerraattíícciioo((eemmpprrééssttiimmooddeeddiinnhheeiirrooààjjuurrooss::ddeeppooiissddeecceelleebbrraaddoooommúúttuuoo,, c coomm aa eennttrreeggaa ddoo ddiinnhheeiirroo,, oo mmuuttuuaannttee jjáá nnããoo tteerráá oobbrriiggaaççõõeess.. EEssssaa e ennttrreeggaaéérreeqquuiissiittoopprréévviiooddoommúúttuuoo,,ppoossttooqquueeddeeddiirreeiittoorreeaall). Há outros )

que são bilaterais e podem ser gratuitos.. EExx..:: oo mmaannddaattoo nnããoo

r

reemmuunneerraaddoo. .

Por que distinguir os contratos em onerosos ou gratuitos?

Os contratos onerosos subdividem-se em :

1.1 - comutativos e aleatórios: são comutativos os

contratos em que as prestações de ambas as partes são de antemão conhecidas, e guardam entre si uma relativa equivalência de valores. Aleatórios são os contratos em que a prestação de uma das partes não é precisamente conhecida e suscetível de estimativa prévia,inexistindo equivalência com a da outra parte. Dependem de um

acontecimento incerto. Se é certo que em todo

contrato há um risco, esta é essência do contrato

aleatório

Por que distinguir os contratos em comutativos e aleatórios?

• O contrato a título gratuito poderá ser anulado por ação pauliana, independentemente de má-fé, ao passo que para anular o contrato oneroso, será indispensável que o estado de insolvência do devedor seja conhecido da outra parte, ou que esta insolvência seja notória;

• O contrato gratuito deve ser interpretado restritivamente;

• O erro sobre a pessoa será mais grave no contrato gratuito do que no oneroso, salvo nas locações de serviços materiais e encomendas de obras artísticas.

A rescisão contratual por lesão não tem lugar nos contratos aleatórios, nem a ação redibitória.

• Nos contratos gratuitos, a responsabilidade do devedor pelo ato ilícito deve ser vista com menos rigor, só a determinando se houver dolo por parte do autor da liberalidade;

• Somente aos contratos onerosos é aplicada a responsabilidade decorrente da evicção e dos vícios redibitórios;

1.2 - paritários e de adesão: paritários são aqueles em

que os contratantes têm ampla oportunidade de negociarem as cláusulas contratuais. Contratos de adesão (contratos

tipo ou por formulário) são aqueles que não resultam do

livre debate entre as partes, mas provêm do fato de uma delas aceitar tacitamente cláusulas e condições

(25)

previamente estabelecidas pela outra. EExx..:: ccoonnttrraattoo ddee c

coonnssóórrcciioo;;ccoonnttrraattooddeesseegguurroo..

™ Quanto à forma, podem ser assim classificados:

• consensuais: aqueles que se formam exclusivamente pelo acordo de vontades, não exigindo a lei outro requisito.

O contrato consensual é a regra, e exceções os que não o são. • solenes: aquele para cuja formação não basta o

acordo das partes, exigindo-se algumas formalidades, em razão das quais o contrato se diz também formal..EExx..::ccoonnttrraattoossddeeaalliieennaaççããooddee b

beennssiimmóóvveeiiss; ; •

reais: denomina-se real o contrato para cuja perfeição a lei exige a traditio (entrega) efetiva do objeto. Nele a entrega da coisa não é fase executória, porém requisito da própria constituição do ato. EExx..:: mmúúttuuoo;; ccoommooddaattoo;; ddeeppóóssiittoo;; ddooaaççããoo m

maannuuaall..

™ Quanto à designação:

• nominados ou típicos: diz-se que um contrato é nominado ou típico quando as suas regras disciplinares e são deduzidas de maneira precisa nos códigos e nas leis.

• inominados ou atípicos: não pertencem a modelos legais, haja vista que não regulados pela legislação.

™ Quanto ao tempo em que devem ser executados, classificam-se os contratos em:

• Contrato de execução imediata ou instantânea: é o contrato em que a solução se efetua de uma só vez e por prestação única, acarretando a extinção total da obrigação. É o contrato que nasce e extingue-se ao mesmo tempo.

• Contrato de execução diferida ou retardada: é aquele

em que a prestação de uma das partes não se dá de uma só vez, porém a termo, não ocorrendo a extinção da obrigação enquanto não for cumprida , por completo, a obrigação. A execução desse contrato prolonga-se no tempo.

• Contrato de execução de trato sucessivo: é o contrato

que sobrevive com a persistência da obrigação, até que pelo implemento de uma condição, ou decurso de um prazo, cessa o próprio contrato. EExx..::ccoommpprraaeevveennddaaaa p

(26)

™ Quanto ao objeto, classificam-se os contratos: TABELAS

Atente-se ao texto do art. 478 do novo Código Civil:

“Art.478: Nos contratos de execução continuada ou diferida, se a prestação de uma das partes se tornar excessivamente onerosa, com extrema vantagem para a outra, em virtude de acontecimentos

extraordinários e imprevisíveis, poderá o devedor pedir a resolução do contrato. Os efeitos da sentença que a decretar retroagirão à data da citação”.

Nota-se que a Teoria da Imprevisão aplica-se somente aos contratos de execução diferida e aos de trato sucessivo.

Quanto ao objeto os contratos podem classificar-se em

definitivos, criam obrigações para os contratantes e em preliminares,

objetivam a celebração de um contrato definitivo. EExx..:: aa pprroommeessssaa ddee

c

coommpprraaee vveennddaa ééuumm bboomm eexxeemmpplloo ddeeccoonnttrraattoo pprreelliimmiinnaarr,, eennqquuaannttooqquuee oo

c

coonnttrraattooddeeccoommpprraaeevveennddaaééooccoonnttrraattooddeeffiinniittiivvoo..

™ Os contratos ainda podem classificar-se quanto à

pessoa do contratante:

Contratos “intuitu personae”: aqueles que a pessoa

do contratante é considerada pelo outro como elemento determinante de sua conclusão. Nesta modalidade contratual, a prestação de natureza personalíssima não pode ser executada por outrem, sendo, portanto, intransmissível aos herdeiros do contratante. Se houver erro essencial quanto a pessoa do contratante, poderá ser anulado. intuitu personae: (LATIM) em razão da pessoa

• Contratos impessoais: aqueles em que a pessoa do outro contratante é juridicamente indiferente.

™ Ainda há as seguintes classificações contratuais: • Contrato “inter vivos”: celebrado para

surtir efeitos enquanto o beneficiado estiver vivo.

• Contrato “mortis causa”: só gera seus efeitos com a morte do sujeito de direitos. • Contrato principal: aquele contrato que

existe por si mesmo.

• Contrato acessório: supõe a existência do principal. EExx..::ffiiaannççaa;;ccllááuussuullaappeennaall..

Conclusão:

(27)

Para a existência:

9 Declaração de vontade

9 Finalidade negocial: produção de efeitos

9 Idoneidade do objeto ( Ex.: só poderá existir mútuo

se recair em coisa infungível).

Para a validade: 9 Agente capaz

9 Objeto lícito, possível e determinado 9 Forma prescrita ou não defesa em lei

Objeto lícito é aquele que não afronta a moral e aos bons costumes. Juridicamente possível é o objeto que não viola a lei.

Para relembrar: os fatos jurídicos são todos e quaisquer fatos

que tenham relevância para o mundo do direito. Dividem-se em fatos

naturais e atos jurídicos. Por sua vez, esses dividem-se em atos lícitos e atos ilícitos. Dentre os atos lícitos encontram-se os negócios jurídicos,

que pressupõem uma declaração de vontade. Os negócios jurídicos podem ser unilaterais ou bilaterais. Nos bilaterais há duas declarações de

vontade. Exatamente aqui situam-se os contratos.

.

Os contratos são classificados em unilaterais e bilaterais, quanto às

obrigações assumidas. Os negócios jurídicos também classificam-se em

unilaterais ou bilaterais, porém, quanto à declaração de vontades.

Ex.: a doação: em termos de classificação quanto ao negócio jurídico, é

bilateral. Porém, em termos de classificação de contrato, é unilateral, uma vez que só o doador assume obrigações.

ATIVIDADES:

1) Discorra sobre, pelo menos, três princípios que orientam os contratos: 2) O que significa a Teoria da Imprevisão ?

3) Por que distinguir os contratos em onerosos ou gratuitos? 4) Quais características diferem os contratos em comutativos dos

(28)

R

REEFFEERRÊÊNNCCIIAABBIIBBLLIIOOGGRRÁÁFFIICCAA::

GONÇALVES, Carlos Roberto. Sinopses Jurídicas: direito das

obrigações, parte Geral. V. 5. 6ª edição. São Paulo: Editora Saraiva, 2004.

BARROS, Ana Lúcia Porto de, et al. O novo Código Civil Comentado. v.1. Rio de Janeiro: Editora Freitas Bastos, 2002.

PEREIRA, Caio Mario da Silva.Instituições de Direito Civil, vol II. 19.ª

edição.Rio de Janeiro: Editora Forense,1999.

SOIBELMAN, Leib. Enciclopédia Jurídica. V.1,2 e 3.Rio de Janeiro: editora Rio;

VENOSA, Silvio de Salvo. Direito Civil: Teoria Geral das Obrigações e

(29)

AULA 14

DOS CONTRATOS EM GERAL

Objetivo:

- Apresentar os requisitos e princípios gerais para formação dos contratos. Introdução: Iniciaremos agora o estudo da parte geral dos contratos, cujas

disposições legais encontram-se nos arts. 421 até 480, do Código Civil, que tratam da formação dos contratos; contratos bilaterais; o distrato; as arras ou sinal; estipulações em favor de terceiro; os vícios redibitórios e a evicção. Passemos aos temas propostos:

Da formação dos contratos

Todo contrato inicia-se com as negociações preliminares, que

não vinculam o seu proponente. Somente a proposta de contrato em si,

que é uma declaração unilateral de vontade, produz seus efeitos jurídicos entre o proponente e o proposto, e portanto, terá força vinculante.

Diniz (2005, p. 58), assim conceitua:

“a proposta, oferta ou policitação é uma declaração receptícia de vontade, dirigida por uma pessoa a outra (com quem pretende celebrar o contrato), por força da qual a primeira manifesta sua intenção de se considerar vinculada se a outra parte aceitar”.

A proposta (policitação ou oblação), portanto, somente produz

a obrigação, diante de sua aceitação, podendo o proponente arrepender-se antes de ser aceita pelo outro. Necessita ser real e séria.

A aceitação “consiste na formulação da vontade concordante do oblato, feita dentro do prazo e envolvendo adesão integral à proposta recebida” (Silvio Rodrigues).

PROPOSTA ACEITAÇÃO

Deve ser séria, completa e precisa. Pode ser expressa ou tácita, salvo nos contratos solenes.

Deve conter todos os elementos do negócio proposto.

Deve ocorrer dentro do prazo concedido ou dentro do prazo “moral”.

(30)

Declaração unilateral de vontade do proponente ou policitante.

Aceitação inoportuna importa em nova proposta.

Convida o aceitante ou oblato a contratar.

Deve corresponder à adesão integral à oferta, pois aceitação com restrições ou modificações importa em nova proposta.

Tem força vinculante. Deve ser conclusiva, sem imposição de condições.

Deixará de ser obrigatória a proposta se feita sem prazo a pessoa presente e não foi imediatamente aceita.

Se antes dela houver uma retratação do proponente, será considerada inexistente.

Deixará de ser obrigatória se realizada sem prazo a pessoa ausente e esta deixar de responder em tempo razoável (tempo moral). Deixará de ser obrigatória, se feita a pessoa ausente, não tiver sido expedida a resposta no prazo concedido.

Deixará de ser obrigatória se antes dela, ou simultaneamente, chegar a retratação do proponente.

É negócio jurídico receptício (depende da declaração do aceitante).

Lembremos que o contrato irá surgir no momento da aceitação da proposta, justamente por ser ato bilateral (ou plurilateral). Não podemos confundir proposta com meras tratativas de negociação. A fase de negociações preliminares é chamada de fase de puntuação.

negociações pré-contratuais.

A manifestação de vontade poderá ser tácita (quando a lei não exigir que seja expressa) ou expressa. É expressa quando se revelar por palavra, escrita ou oral, ou até por meio de gestos. Tácita, quando resulta da prática de atos compatíveis com o ânimo de aceitar o contrato. Atente-se que o silêncio pode conter manifestação volitiva, capaz de exteriorizar uma vontade contratual.É o chamado silêncio conclusivo, circunstanciado ou

qualificado.

Prazo para resposta da proposta:

Se é feita uma proposta para uma pessoa presente e não é oferecido prazo para a resposta, entende-se como prazo de resposta o

(31)

Se realizada a proposta entre ausentes e fixado um prazo para resposta: a resposta deve ser expedida no prazo, sob pena do proponente ficar desvinculado da obrigação.

Caso não seja fixado prazo para a resposta, será considerado o

prazo razoável .

Para a hipótese do contrato ser realizado entre ausentes,

por correspondência, foram desenvolvidas as teorias da declaração e da cognição.

A teoria da declaração subdivide-se em:

• Teoria da declaração propriamente dita: entende como o momento da celebração do contrato aquele em que a carta for redigida;

• Teoria da expedição: entende como o momento da celebração do contrato aquele em que a carta for expedida;

• Teoria da recepção: entende como o momento da celebração do contrato aquele em que a carta com a proposta for recebida pelo aceitante.

Por sua vez, a teoria da cognição subdivide-se em:

Teoria da informação ou da cognição: o contrato somente se

aperfeiçoará no momento em que o proponente tomar conhecimento da aceitação.

Teoria da agnição ou declaração: parte do princípio de que o

contrato se aperfeiçoa no instante em que o aceitante manifesta sua aquiescência à proposta.

AGNIÇÃO: apreensão intelectual, ou ato de perceber ou reconhecer um

fato, uma verdade

COGNIÇÃO: ato ou efeito de conhecer processo ou faculdade de adquirir

um conhecimento

.

A teoria adotada pela legislação brasileira é a teoria da declaração, na

subdivisão, teoria da expedição, porém é mitigada, porque aceita-se também a retratação da proposta, valendo então, a teoria da recepção.

A retratação da proposta, ou seja, o arrependimento de sua aceitação, valerá desde que chegue antes ou ao mesmo tempo da aceitação nas mãos do proponente.

(32)

Do lugar em que se reputa celebrado o contrato: no lugar em que foi proposto. EExxcceeççããoo:: eemm ddiirreeiittoo iinntteerrnnaacciioonnaall pprriivvaaddoo,, rreeppuuttaa--ssee

c

ceelleebbrraaddoooonnddeerreessiiddiirroopprrooppoonneenntte. e

Do arrependimento nos contratos dependentes de instrumento público:

Quando o instrumento público for exigido, as partes poderão

arrepender-se antes da assinatura, desde que pagando eventuais perdas

e danos. Ressalte-se, porém, que o compromisso de compra e venda de imóveis loteados são irretratáveis e irrevogáveis (Lei de parcelamento do solo – art. 25 da Lei 6766/79).

OBSERVAÇÃO!

São proibidos contratos que estabeleçam negócios capazes de levantar no coração de uma das partes ou de ambas, anseio pela morte de outra ou de terceiro. É um preceito de ordem pública, originado da “Pacta corvina” do direito romano. Este entendimento está expresso no art. 426, do CC:” Não pode ser objeto de contrato a herança de pessoa viva”. Exceção: partilha de bens feita pelo ascendente, por ato “inter vivos” aos descendentes – art. 2018, CC

DOS CONTRATOS BILATERAIS

Lembremos que são aqueles que envolvem prestações recíprocas de ambas as partes – contratos sinalagmáticos - e se nada for estipulado, entendem-se simultâneas as prestações, ou seja, antes de cumprida a obrigação de uma das partes, não poderá exigir o implemento da do outro. De forma mais clara: nenhum dos dois contratantes poderá ingressar em juízo exigindo a parte do outro, sem ter cumprido a sua.

Neste contexto surge a defesa de uma parte, que alega o descumprimento de sua obrigação, justamente porque a outra parte inadimpliu. É a chamada “Exceptio non adimpleti contractus” ou exceção

do contrato não cumprido.

Se uma das partes cumprir de forma incompleta ou incorreta

a obrigação, a defesa da outra parte será a “ Exceptio non rite adimpleti contractus”, ocasião em que poderá se recusar a cumprir sua obrigação até que o primeiro a melhore ou complete.

Nos contratos bilaterais de prestações não simultâneas, o contratante obrigado a cumprir primeiro correrá o risco do inadimplemento

do segundo. Se ocorrer, depois de celebrado o contrato, uma imprevisível e grande diminuição patrimonial da outra parte que torne duvidosa a sua

prestação, o primeiro contratante, antes de cumprir a sua parte, pode exigir do outro a oferta de uma garantia.

(33)

Requisitos para a garantia:

- contrato bilateral;

- prestação não simultânea;

- imprevisibilidade para a parte que assumiu o risco; - grande diminuição patrimonial.

Se o contratante que se obrigou a cumprir a sua parte em primeiro lugar já tiver fornecido a sua obrigação e o outro tornar-se inadimplente, poderá o primeiro exigir o cumprimento do contrato, se possível, ou requerer sua rescisão com pagamento de perdas e danos.

Para tanto, há a cláusula resolutiva que é a cláusula que prevê a rescisão do contrato por uma das partes não o ter cumprido. Todo o contrato bilateral a tem de forma tácita, por imposição legal (art.474, do CC).

DO DISTRATO

É um negócio jurídico que rompe o vínculo contratual, mediante a declaração de vontade de ambos os contraentes de por fim ao contrato que firmaram. O distrato faz-se pela mesma forma exigida para o contrato. Seus efeitos não retroagem.

DAS ARRAS OU SINAL

Consiste na entrega de dinheiro ou outros bens, de um contratante ao outro, no momento da celebração do contrato e que firmam a presunção do acordo final ou, excepcionalmente, permitem o direito de retratação.

Têm natureza acessória e se o contrato principal for nulo, nulas também serão as arras. Têm natureza de contrato real,pois só se perfazem com a efetiva entrega. É um princípio de pagamento.

Existem dois tipos de arras:

1) Arras confirmatórias: a regra é que sejam as

arras confirmatórias. Excepcionalmente terão natureza penitencial. Confirmam que o contrato foi celebrado, selando-o e tornando-o definitivo.

2) Arras penitenciais: têm por fim permitir o

arrependimento, a retratação. Caso não haja arrependimento, servirão como início de pagamento. Na verdade, seria uma prefixação das perdas e danos. Não se admite a sua cumulação com a indenização de perdas e danos.

Se ocorrer o arrependimento:

* A iniciativa de arrependimento foi de quem efetuou o pagamento das arras: as perderá.

(34)

* A iniciativa de arrependimento foi de quem recebeu o pagamento das arras: a devolve em dobro.

É possível prefixar as arras confirmatórias como perdas e danos, desde que expressa no contrato. Aqui haveria a coincidência com a cláusula penal.

DA ESTIPULAÇÃO EM FAVOR DE TERCEIROS

Trata-se de contrato estabelecido em favor de terceiro, estranho à relação contratual, mas dela beneficiário, sem sofrer qualquer ônus por isso.

“A estipulação em favor de terceiro vem a ser um contrato estabelecido entre duas pessoas, em que uma (estipulante) convenciona com outra (promitente) certa vantagem patrimonial em proveito de terceiro (beneficiário), alheio à formação do vínculo contratual” (Diniz, 2005, P. 114).

O estipulante, bem como o terceiro beneficiado, podem exigir o cumprimento da obrigação. Este, porém, fica sujeito às condições e normas contratuais, se a ele anuir e enquanto o estipulante não o inovar.

Exemplo clássico desse instituto é o Contrato de Seguro que beneficia terceiro.

DOS VÍCIOS REDIBITÓRIOS

São defeitos ocultos da coisa, que a deprecia ou impede o seu uso no fim a que se destina, de tal forma que o contrato não teria sido realizado se tais defeitos tivessem sido observados.

Cumpre-nos diferenciar o erro do vício redibitório:

O erro leva-nos a comprar uma coisa pela outra. EExx..::ccoommpprraaddee

“ggaattooppoorrlleebbrree””

No vício, compro exatamente o que queria comprar, mas com um defeito oculto.

Requisitos do vício redibitório:

1 – contratos comutativos (onerosos): somente nestes é que se reclama vício redibitório ou de doação gravada com encargo;

2 – o vício deve ser anterior ao contrato;

3 – o vício deve ser oculto, ou seja, aquele que não é percebido com um exame normal, razoável da coisa;

4 – o vício deve ser de tal forma que torne a coisa imprópria ao uso que se destina ou que reduza o seu valor;

Se o alienante sabia do vício, poderá ser reclamada perdas e danos.

(35)

DA EVICÇÃO:

Em linguagem simples, um indivíduo adquire um bem e descobre, posteriormente, que o fez de quem não era o verdadeiro dono. Acarretará, por força de uma sentença judicial, a perda da propriedade, posse ou uso desse bem, atribuído a terceiro.

Requisitos da evicção:

1 – Deve ser oneroso o contrato, posto que se gratuito, da evicção não resultará qualquer prejuízo;

2 - Perda da propriedade, posse ou uso do bem; 3 - A causa da evicção deve ser anterior ao contrato; 4 - Sentença judicial ou apreensão administrativa (jurisprudência);

5 - Denunciação da lide.

Pode ocorrer a evicção parcial. Se consistir em parte considerável do bem, o evicto tem duas alternativas:

a) rescisão do contrato: devolve a parte restante e exige a

devolução do dinheiro pago;

b) exige o abatimento parcial do preço.

A

ATTIIVVIIDDAADDEESS::

1) Sobre os contratos em geral, responda:

A – Defina proposta e aceitação. Devem ser sempre expressas?

2) De acordo com as teorias estudadas, onde se considera celebrado o contrato ?

3) Como regra geral, pode a parte contratante arrepender-se do negócio avençado ?

4) O Negócio jurídico é um contrato ?

5

(36)

R

REEFFEERRÊÊNNCCIIAASSBBIIBBLLIIOOGGRRÁÁFFIICCAASS::

BEVILÁQUA, Clóvis. Código Civil dos Estados Unidos do Brasil. Edição histórica.V.I e II. Rio de Janeiro: Editora Rio, 1958.

DINIZ, Maria Helena. Curso de Direito Civil Brasileiro. V.3. 21ª Edição. São Paulo: Editora Saraiva, 2005.

GONÇALVES, Carlos Roberto. Sinopses Jurídicas: direito das

obrigações, parte Geral. V. 5. 6ª edição. São Paulo: Editora Saraiva, 2004.

BARROS, Ana Lúcia Porto de, et al. O novo Código Civil Comentado.

v.1.Rio de Janeiro: Editora Freitas Bastos, 2002.

PEREIRA, Caio Mario da Silva.Instituições de Direito Civil, vol II. 19.ª edição. Rio de Janeiro: Editora Forense,1999.

SOIBELMAN, Leib. Enciclopédia Jurídica. V.1,2 e 3. Rio de janeiro: Editora Rio.

Referências

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